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MINIPAPER - Metodologia Cientifica - 4 - PERCEPÇÃO DOCENTE SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ENSINO D

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PERCEPÇÃO DOCENTE SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ENSINO DE INGLÊS: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA
Autor: David Tobias Nunes
RESUMO
Este estudo investiga a percepção de 127 professores de Língua Inglesa da Educação Básica brasileira sobre a integração da Inteligência Artificial em suas práticas pedagógicas. Por meio de pesquisa mista com questionário estruturado e 10 entrevistas semiestruturadas, os resultados revelam que 78% dos docentes reconhecem o potencial da IA para personalização do ensino, porém 82% apontam infraestrutura inadequada como principal barreira. Professores com formação em TICs utilizam IA com frequência 3,2 vezes maior. As ferramentas mais utilizadas são ChatGPT (64%), Google Translate (58%) e Duolingo (42%). Conclui-se que formação continuada e investimentos em infraestrutura são urgentes para integração equitativa da IA no ensino de Inglês.
Palavras-chave: Inteligência Artificial; Ensino de Língua Inglesa; Percepção Docente; Educação Básica; Formação de Professores.
1. INTRODUÇÃO
A transformação digital na educação brasileira intensificou-se após a pandemia de COVID-19, trazendo a Inteligência Artificial (IA) como recurso potencialmente transformador no ensino de Língua Inglesa. A Base Nacional Comum Curricular estabelece a competência digital como essencial, enquanto ferramentas como chatbots, tradutores automáticos e plataformas adaptativas tornaram-se amplamente acessíveis. No entanto, a literatura carece de dados empíricos sobre como professores brasileiros percebem e utilizam essas tecnologias, deixando lacuna sobre a realidade das escolas marcadas por disparidades de infraestrutura e formação docente (PARREIRA; LEHMANN; OLIVEIRA, 2021). Este estudo busca responder: qual é a percepção dos professores de Língua Inglesa da Educação Básica brasileira sobre a integração da IA em suas práticas pedagógicas e quais os principais desafios e potencialidades identificados? O objetivo geral é analisar a percepção, o nível de familiaridade e as práticas de uso da IA por professores de Língua Inglesa, identificando obstáculos estruturais e pedagógicos.
Especificamente, busca-se mapear ferramentas utilizadas, identificar desafios, verificar relação entre formação e uso de IA, e compreender percepções sobre impacto na aprendizagem. A justificativa reside em fornecer dados primários sobre a realidade brasileira, contribuindo para políticas de formação docente e investimentos em infraestrutura alinhados às necessidades reais dos professores.
2. DESENVOLVIMENTO
A fundamentação teórica baseia-se na Teoria Sociocultural de Vygotsky, que concebe a aprendizagem como processo mediado. A IA pode funcionar como ferramenta de scaffolding, oferecendo suporte que permite ao estudante operar em sua Zona de Desenvolvimento Proximal (VYGOTSKY, 2010). D'Esposito e Gartner (2024) caracterizam sistemas de IA como Sistemas Adaptativos Autônomos, capazes de ajustar conteúdo às necessidades individuais. Estudos indicam benefícios como maior autonomia discente e redução da ansiedade linguística (AL-KHAWAJA, 2023), mas alertam para desafios: infraestrutura desigual (INEP, 2024), formação docente insuficiente (WEBBER; FLORES, 2023) e riscos de viés algorítmico (UNESCO, 2021).
A metodologia caracteriza-se como pesquisa descritiva-analítica com abordagem mista, realizada entre março e agosto de 2024 com 127 professores de Língua Inglesa do Ensino Fundamental II e Médio (70% de escolas públicas, 30% privadas). A coleta envolveu questionário online com 35 questões em escala Likert e 10 entrevistas semiestruturadas com usuários frequentes e não-usuários de IA. A análise quantitativa utilizou estatística descritiva e Teste T no SPSS 26.0, enquanto a qualitativa empregou Análise de Conteúdo Temática de Bardin.
Os resultados revelam que o ChatGPT é a ferramenta mais utilizada (64%, n=81), principalmente para criação de exercícios (87%), seguido por Google Translate (58%, n=74) para apoio à compreensão textual (92%) e Duolingo (42%, n=53) como atividade complementar (81%). Professores relataram economia média de 3,7 horas semanais na preparação de materiais com uso de IA.
Quanto aos desafios, infraestrutura inadequada foi apontada por 82% dos participantes, com disparidade significativa entre escolas públicas (91%) e privadas (58%, pde transformar potencial tecnológico em realidade pedagógica acessível a todos.
REFERÊNCIAS
AL-KHAWAJA, L. Artificial Intelligence in Education: Harnessing its Power as a Valuable Tool. International Journal of CALLT, v. 13, n. 1, 2023;
ANDRADE FILHO, M. A. S.; SOUZA, A. C. N.; NUNES, A. P. R. Ação tutorial e inteligência artificial: redefinindo a mediação pedagógica e a personalização do ensino. Cuadernos de Educación y Desarrollo, Portugal, v. 16, n. 5, 2024;
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Ensino Fundamental e Médio. Brasília, DF: MEC, 2018;
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo da Educação Básica 2023: notas estatísticas. Brasília, DF: INEP, 2024;
D’ESPOSITO, M. E. W.; GARTNER, S. Inteligência artificial no ensino-aprendizagem de línguas. RENOTE, Porto Alegre, v. 23, n. 1, 2024;
PARREIRA, A.; LEHMANN, L.; OLIVEIRA, M. O desafio das tecnologias de inteligência artificial na Educação: percepção e avaliação dos professores. Ensaio: avaliação de políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 29, n. 113, p. 975-999, out./dez. 2021;
RODRIGUES DOS SANTOS, M. C.; OLIVEIRA, F. K. de. O uso de inteligência artificial (IA) no ensino de espanhol: superando barreiras no ambiente escolar. RENOTE, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 164-173, 2024;
UNESCO. Al and Education: Guidance for Policy-Makers. Paris: UNESCO, 2021;
WEBBER, C. G; FLORES, D. Ensino de Inteligência Artificial: Abordando Aspectos Éticos na Formação Docente. RENOTE, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 7-82, 2023.
David Tobias Nunes - totalninja@gmail.com; david.nunes@alunos.ifsuldeminas.edu.br
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David Tobias Nunes - totalninja@gmail.com; david.nunes@alunos.ifsuldeminas.edu.br 
PERCEPÇÃO DOCENTE SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ENSINO 
DE INGLÊS: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
BRASILEIRA 
 
Autor: David Tobias Nunes
 
 
RESUMO 
 
Este estudo investiga a percepção de 127 professores de Língua Inglesa da Educação 
Básica brasileira sobre a integração da Inteligência Artificial em suas práticas 
pedagógicas. Por meio de pesquisa mista com questionário estruturado e 10 
entrevistas semiestruturadas, os resultados revelam que 78% dos docentes 
reconhecem o potencial da IA para personalização do ensino, porém 82% apontam 
infraestrutura inadequada como principal barreira. Professores com formação em TICs 
utilizam IA com frequência 3,2 vezes maior. As ferramentas mais utilizadas são 
ChatGPT (64%), Google Translate (58%) e Duolingo (42%). Conclui-se que formação 
continuada e investimentos em infraestrutura são urgentes para integração equitativa 
da IA no ensino de Inglês. 
 
Palavras-chave: Inteligência Artificial; Ensino de Língua Inglesa; Percepção 
Docente; Educação Básica; Formação de Professores. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A transformação digital na educação brasileira intensificou-se após a pandemia 
de COVID-19, trazendo a Inteligência Artificial (IA) como recurso potencialmente 
transformador no ensino de Língua Inglesa. A Base Nacional Comum Curricular 
estabelece a competência digital como essencial, enquanto ferramentas como 
chatbots, tradutores automáticos e plataformas adaptativas tornaram-se amplamente 
acessíveis. No entanto, a literatura carece de dados empíricos sobre como 
professores brasileiros percebem e utilizam essas tecnologias, deixando lacuna sobre 
a realidade das escolas marcadas por disparidades de infraestrutura e formação

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