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SUTURAS
III CURSO DE
MANUAL DO ALUNO
LTUESB
Este manual foi criado com o objetivo de
auxiliar na construção do conhecimento
teórico do III Curso de Suturas LTUESB, assim
sendo, confeccionado com referências de
ponta na área da técnica cirúrgica.
 
"Todo ponto é simples!"
 -Autor desconhecido
 
 
 
 
AUTORIA
LIGA DO TRAUMA - UESB (@ligadotraumauesb)
EDIÇÃO
Bianca dos Santos Nascimento
Filipe Lírio Malta (@filipelirio)
Gabriel Novaes Miranda (@_gabonovaes)
Jéssica Barbosa
José Santana Farias Neto
Thauani Soares Vieira
APRESENTAÇÃO
https://www.instagram.com/ligadotraumauesb/
https://www.instagram.com/filipelirio/
https://www.instagram.com/_gabonovaes/
NOÇÕES BÁSICAS DE CIRURGIA ASSÉPTICA ----- 03
ANESTESIA BÁSICA --------------------------------- 06
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS --------------------- 08
NÓS E SUTURAS ------------------------------------ 17
 Nó cirúrgico 
 Diretrizes básicas para sutura 
 Etapas da sutura 
 Tipos de sutura 
 Suturas descontínuas 
 Suturas contínuas 
PROFILAXIA TETÂNICA --------------------------- 37
RETIRADA DOS FIOS ------------------------------ 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------- 39
SUMÁRIO
ASSEPSIA 
Termo utilizado para designar ausência de matéria séptica,
isto é, livre de infecção. Tem como fim manter livres de
germes o doente, a equipe cirúrgica e o ambiente. Tenta-
se eliminar qualquer fator potencial de infecção,
impedindo a penetração de micro-organismos em local
que não os contenha. 
Não há possibilidade de se chegar à assepsia total na
prática cirúrgica (ausência total de germes), mas essa
situação deve ser sempre perseguida, aproximando-se ao
máximo do estado ideal. 
Atos: vestimenta estéril pelos membros da equipe
cirúrgica; delimitação de campo operatório por coberturas
estéreis; uso de instrumentação submetida ao processo de
esterilização.
ANTISSEPSIA 
Conjunto de procedimentos e práticas que visam inibir o
crescimento de micro-organismos ou removê-los, mesmo
que transitoriamente, de superfícies orgânicas. Possibilita
o controle, total ou parcial, da proliferação de micro-
organismos patogênicos, ao menos por um determinado
período. 
 
03
NOÇÕES BÁSICAS DE
CIRURGIA ASSÉPTICA
Atos: Utilização de antissépticos para lavagem de mãos,
antebraços e cotovelos (escovação cirúrgica); preparo da
área a ser operada com o emprego de substâncias
antissépticas. 
Antisséptico ideal: ação bactericida; ação bacteriostática;
persistência de ação por horas; ausência de causticidade;
baixo índice de hipersensibilidade; baixo custo.
Exemplos: Iodo, iodóforos, clorexidina, hexaclorofeno,
álcool. “Assepsia é sempre desejada, perseguida. Como
essa eventualidade não é possível, utiliza-se alguns
agentes antissépticos com o intuito de aproximar-se do
estado ideal” 
DESINFECÇÃO 
Destruição de micro-organismos presentes, em sua forma
vegetativa, nas superfícies inanimadas. 
Desinfetante ideal: amplo espectro de ação
antimicrobiana; inativação rápida de microorganismos;
manutenção de ação duradoura; não ser corrosivo; tolerar
variações de temperatura e pH; apresentar baixo custo.
Exemplos: Álcool, formaldeído, glutaraldeído. 
ESTERILIZAÇÃO 
Completa destruição de todas as formas de vida
microbiana, incluindo esporos bacterianos, que são
altamente resistentes, empregando métodos físicos e
químicos. Meios: calor seco, calor úmido, meios químicos.
04
PVPI degermante: degermação pré – operatória e ao
redor de feridas. Deve sempre ser enxaguado. Indicado
apenas em pele íntegra. 
PVPI alcoólica (tintura): antissepsia do campo
operatório após PVPI degermante. 
PVPI aquosa (tópico): assepsia em mucosas e curativos.
Aplicação em feridas superficiais e queimaduras. 
IODÓFOROS 
Combinações estáveis de iodo ou triodeto adicionadas a um
veículo carreador de alto peso molecular como alguns
polímeros neutros: polivinilpirolidona, polieterglicol,
poliamidas. 
Atuam carreando moléculas de iodo que são liberadas
gradativamente em baixas concentrações, mantendo o
efeito germicida próximo do iodo e reduzindo a sua
toxicidade (queimadura e irritação). Necessitam de dois
minutos de contato para liberação do iodo livre, atingindo,
assim, nível antisséptico adequado. Efeito residual de 2 a
6h. Inativado pela matéria orgânica (impede sua liberação). 
Formulações: 
CLOREXIDINA (GLUCONATO DE CLOREXIDINA) 
Consiste num sal incolor, inodoro e fortemente básico (não
usar sobre o globo ocular e ouvido médio). Age por
destruição da parede celular e precipitação dos
componentes internos da célula microbiana. Atua mesmo
na presença de sangue e exsudatos. Efeito residual por 6 –
8h. Baixa toxicidade e irritabilidade, sendo segura inclusive
em neonatos. Alternativa para pacientes com intolerância
ao iodo. Disponível também em preparações degermantes,
alcoólicas e aquosa. 
05
ANESTESIA BÁSICA
Tem origem nas palavras gregas an = privação + aísthesis =
sensação + ia, que literalmente quer dizer perda total ou
parcial da sensibilidade, especialmente da tátil. O termo foi
sugerido pelo médico e poeta norte-americano Oliver
Wendel Holmes, entretanto, já existia na língua grega, e foi
empregado no sentido de insensibilidade dolorosa, pela
primeira vez por Dioscórides, no século I d.C. O termo
anestesia se emprega, contudo, para a perda de qualquer
tipo de sensibilidade. É causada por estados patológicos
diversos ou provocada artificialmente, por agentes ditos
anestésicos. 
ANESTESIA GERAL
Um estado reversível de depressão do SNC. Ocorre
inconsciência, com perda de sensação de dor em todo o
corpo.
ANESTESIA REGIONAL
Perda da sensibilidade em uma área maior do corpo, porém
dentro de certo limite. Essa área é o que chamamos de
território. O agente anestésico é capaz de bloquear
localmente a condução dos impulsos nervosos provenientes
de uma determinada área corporal. Podem atingir troncos
nervosos isolados, plexos nervosos ou raízes nervosas
(raquianestesia).
06
ANESTESIA LOCAL
Também chamada de analgesia, implica na perda da
sensação dolorosa em uma área limitada do corpo. 
O agente anestésico atua temporariamente sobre fibras e
terminações nervosas, insensibilizando o lugar onde elas
estão localizadas. Técnica infiltrativa (intralesional) ou por
bloqueios de campo (isolamento circunscrito).
ANESTÉSICOS LOCAIS
Novocaína, Pontocaína, Lidocaína (Xilocaína), Bupivacaína.
Considerar associação com vasoconstritor em tecidos muito
vascularizados para retardar a absorção (procedimento
odontológicos). Contraindicado vasoconstritor em
extremidades.
07
INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
Conjuntos de gestos manuais ou instrumentais que o
cirurgião executa para a integral realização do ato cruento
com finalidade diagnóstica, terapêutica ou estética. 
MANOBRAS ELEMENTARES
08
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
SÍNTESE CIRÚRGICA
Conjunto de manobras operatórias destinadas à reconstrução
anatômica e/ou funcional de um tecido ou órgão, consistindo
em etapa obrigatória da maioria dos procedimentos
cirúrgicos. Operação fundamental que consiste na
aproximação das bordas dos tecidos seccionados ou
ressecados, a fim de facilitar as fases iniciais da cicatrização.
O material de síntese (fios de sutura) vai sendo
paulatinamente substituído pela própria cicatriz. Síntese
cirúrgica + cicatrização = restauração da continuidade tecidual
A função da síntese cirúrgica não deve terminar antes que o
processo cicatricial já esteja em pleno curso. 
Sempre que possível, a síntese deve ser total, haja vista
que favorece melhor recuperação anatômica e funcional
(síntese imediata). Contudo, quando não existe condição
satisfatória, ela pode ser parcial (síntese tardia), sendo
completada naturalmente, sem intervenção cirúrgica
(cicatrização por segunda intenção) O fechamento deve
ser realizado plano por plano e usando-se material
resistente às tensões que existirão durante as fases de
cicatrização. É aconselhável que as suturas sejam
realizadas em planos anatômicos, ou seja, seguindo o
sentido inverso da estratigrafia rebatida pela diérese. A
suturapode ser realizada com pontos separados (para
cada eferência da agulha, um nó) ou contínuos (com
apenas um ponto no início e um ponto no final, unidos
entre si por várias alças).
INSTRUMENTAL
Síntese sem sutura: colagem, fitas adesivas.
Síntese com prótese: Aço inoxidável, cromo-cobalto,
teflon, etc...
Síntese com sutura:
 
PORTA-AGULHAS
Utilizados para condução de agulhas curvas. Apresentam
ranhuras na superfície interna das suas extremidades a fim
de imobilizar melhor a agulha. Devem ser manuseados por
movimentos de pronação-supinação e empunhados com o
polegar e com o anelar.
09
10
TIPOS DE PORTA-AGULHAS
Mayo-Hegar
Oslen-Hegar
(porta-agulha + tesoura)
Mathieu
11
PINÇAS DE DISSECÇÃO/PREENSÃO
Auxilia na exposição angular correta das bordas da
ferida e manipula tecidos em geral. Podem ser
atraumáticas ou anatômicas e traumáticas ou “dente de
rato”, estas últimas são utilizadas para confecção de
pontos na pele ou para agarrar materiais como campos,
borrachas, etc. Empunha-se em forma de lápis.
Anatômica ou
Atraumática
Dente de
Rato ou
Traumática
12
AGULHAS
Instrumentos utilizados para transfixar os tecidos e
guiar os fios de sutura. Podem ser curvas ou retas;
atraumáticas (já montadas ao fio) ou traumáticas (com
orifício para colocação do fio).
 Montagem: 
FIOS CIRÚRGICOS
Utilizados em cirurgias com finalidades hemostática
(ligadura ou laqueadura de vasos) e para sutura (em
diferentes órgãos e planos anatômicos do corpo) 
Sutura: síntese por fios cirúrgicos específicos. 
Características do fio ideal: 
 1) Resistência à tração e torção
 2) Calibre fino
 3) Mole, flexível e pouco elástico 
 4) Diminuta reação tecidual 
 5) Estéril 
 6) Baixo custo 
QUANTO À ESTRUTURA 
MONOFILAMENTAR MULTIFILAMENTAR 
Único filamento de material Múltiplos trançados de fio 
Menor resistência tecidual Maior resistência tecidual 
Menor risco de contaminação Maior risco de contaminação
Categute simples e cromado Ácido poliglicólico 
Nylon Seda 
Aço inoxidável Nylon
13
CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS CIRÚRGICOS
Biológicos (naturais)
Oriundo de vegetais (algodão);
animais (categute simples e
cromado, seda, colágeno)
 
Sintéticos
Nylon, Dacron, Polipropileno,
Vicryl (poliglactina)
 
Metálicos Aço inoxidável, Prata, Cobre
QUANTO À ORIGEM
14
CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS CIRÚRGICOS
QUANTO À ASSIMILAÇÃO PELO ORGANISMO
Não diz respeito à absorção orgânica efetiva de cada fio, mas
sim à resistência e tensão do fio, inclusive podemos ter um fio
inabsorvível que seja absorvido, fagocitado (biodegradáveis).
ABSORVÍVEIS NÃO ABSORVÍVEIS
Perdem sua força tensil com
menos de 60 dias (maioria é
absorvido com 90 dias)
 
Categute simples 
Absorção total 7 a 10 dias
Biológico. 
Submucosa de ovelhas ou serosa
de bovinos; Permeável; reação
tecidual; infecção; alergênico
Não é bom para aponeurose e
suturas superficiais
 
Categute cromado
Absorção total de 15 a 20 dias 
Força tênsil aumentada
TGI, tela subcutânea, ginecologia
e urologia
Perdem sua força tensil com
mais de 60 dias (permanece
encapsulado por tecido fibroso
– não biodegradáveis)
 
Nylon
(inabsorvível biodegradável) –
hidrolisado 20% ao ano. 
Mono ou multifilamentar 
Pequena reação tecidual e
duradoura força tensil 
Muito escorregadio 
 (deslizamento dos nós) 
Rígido e pouco flexível 
Suturas de pele 
 
15
ABSORVÍVEIS NÃO ABSORVÍVEIS
Poliglicólico (Dexon)
Semelhante ao Vicryl
 
Poligaláctico (Vicryl) 
 Abosorção total em 50 a 70 dias
Multifilamentar; 
flexível e maleável
 TGI (aponeurose), urologia,
ginecologia, tela cutâneo 
Aço (esternorrafia) 
Mono ou multifilamentar
Torcido ou trançado 
Liga de ferro com carbono
Maior força tensil existente
Cirurgias ortopédicas
 
Prolene
Monofilamentar
Extremamente liso (fácil
passagem pelos tecidos) 
Praticamente inerte 
Implante de próteses
cardíacas, anstomoses
vasculares. 
Mantém força tensil por tempo
indefinido. 
Fio ideal para chuleio
intradérmico
 
16
Contenção
Fixação
Segurança
Tem por finalidade evitar que o fio entrelaçado se
solte. Permite perfeito ajuste das bordas a serem
afrontadas. Levar em consideração o tipo de nó, o
treino do cirurgião, o grau de tensão dos tecidos a
serem suturados e a natureza do fio.
Primeira laçada aperta, segunda laçada fixa impedindo
o afrouxamento e terceira laçada garante a segurança
do nó.
Composto, então dos três seminós:
NÓS E SUTURAS
17
NÓ CIRÚRGICO
18
SUTURA CIRÚRGICA
Conjunto de pontos aplicados nos tecidos com o
objetivo de união, fixação e sustentação. A sua
importância diminui com o progredir da cicatrização.
Cada laçada deve ser feita no sentido oposto ao do
anterior; caso contrário, o nó tende a se afrouxar. Não
existe, contudo, inconveniente em se utilizar nós no
mesmo sentido quando se trata de ligadura sem tensão.
1) MANIPULAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS TECIDOS
As bordas teciduais devem ser elevadas e apresentadas
para se efetuar a sutura. Para isso, deve-se evidenciar
primeiro uma borda, depois a outra, fazendo uso de
pinças. Geralmente se utilizam uma pinça delicada
com dentes delicados para tecidos friáveis e uma pinça
“dente de rato” mais robusta para tecidos mais
resistentes (como a própria pele)
2) COLOCAÇÃO DA AGULHA NO PORTA-AGULHA
Comumente a agulha é presa em sua parte média (ou
pouco atrás) pelo porta-agulha.
19
DIRETRIZES BÁSICAS PARA A SUTURA
3) TRANSFIXAÇÃO DAS BORDAS
A passada da agulha pelas duas bordas do tecido
pode ser feita em um ou dois tempos (sendo esta
preferível para tecidos rígidos). A quantidade de
tecido a ser englobada em cada passada deve ser a
menor possível para que se consiga propiciar firme
apoio ao fio cirúrgico. Assim englobamos a menor
quantidade de tecido possível mantendo o máximo
de vitalidade tecidual.
a. Insira a agulha curva na pele em um ângulo de 90
graus
b. Adote um caminho curvilíneo através dos tecidos
c. Tenha certeza quanto a simetria entre os extremos da
agulha inseridos no
tecido, tanto dos lados, como na profundidade. A
profundidade deve ser maior
que a distância entre cada extremo da agulha e a ferida.
 
 
20
DIRETRIZES BÁSICAS PARA A SUTURA
21
DIRETRIZES BÁSICAS PARA A SUTURA
4) EXTRAÇÃO DAS AGULHAS
As agulhas devem ser extraídas dos tecidos em que
foram passadas com a sua forma e com a direção de
suas pontas. Assim, uma agulha curva deve ser
pressionada para cima, de modo a completar um
semicírculo semelhante à sua forma.
1) Primeiro atendimento ao paciente (duração da
lesão) e inspeção sistemática da ferida
2) Lavagem da ferida com soro fisiológico com ajuda
do auxiliar
3) Colocação de luvas estéreis, máscara e gorro;
4) Proceder a antissepsia da lesão com PVPI
5) Colocação do campo cirúrgico próprio para síntese
6) Anestesia da lesão com xilocaína 2% (infiltração
ou isolamento de campo)
7) Exploração da ferida e desbridamento, se
necessário
8) Realização da sutura
9) Lavagem e curativo
10) Orientações sobre retirada dos pontos e
profilaxia tetânica
11) Descrever em prontuário 
22
ETAPAS DA SUTURA
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TIPOS DE SUTURA
24
PONTO SIMPLES
Quando usar?
O ponto simples é ideal para fechar feridas
superficiais e de baixa tensão, como lacerações
lineares em pele ou para aproximar camadas de
tecido em cirurgias de menor complexidade.
Como fazer?
Insere-se a agulha através da pele em direção ao
interior da ferida. Ao emergir a agulha dentro da
ferida, insere-se a mesma pela borda interna da
ferida, buscando exteriorizá-la novamente, sendo
que, desta vez, através da pele. Ao conseguir
transfixar as duas extremidades do fio, faz-se o nó e
corta-se a parte remanescente para seguir com a
sutura descontínua
SUTURAS DESCONTÍNUAS
PONTO SIMPLES
25
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PONTO DONATTI
Quando usar?
Usado na pele, consistindo em duas transfixações: uma
perfurante, incluindo a pele e a camada superior do
tecido subcutâneo, entre 7 a 10 mm da borda, e a outra
transepidérmica, cerca de 2mm da borda. Muito utilizado
em suturas sob pequena tensão. 
Como fazer?
É o famoso “longe longe; perto perto”.
Primeiramente se realizao trajeto profundo da agulha,
com os pontos de entrada e de saída com cerca de 7 a 8
mm de distância da borda da ferida. Faz-se então a volta
do fio de sutura com um trajeto mais superficial,
formando pontos de segunda entrada e segunda saída
equidistantes aos primeiros pontos produzidos, ficando,
os segundos pontos, com cerca de 1 a 2 mm das bordas
da ferida.
SUTURAS DESCONTÍNUAS
PONTO DONATTI
27
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PONTO EM "X"
Quando usar?
Também conhecido como ponto em crucifixo, é
comumente usado para fechar feridas em áreas que estão
sob alta tensão, como a pele do rosto, pescoço e
extremidades. 
Como fazer?
Para os destros, a agulha é inicialmente inserida na pele
na borda superior direita da ferida, seguindo,
profundamente, para o polo mais alto correspondente ao
lado oposto (como seria no ponto simples comum).
Depois, guia-se o fio, de modo transversal, novamente
para a borda direita da ferida, seguindo agora, em
direção ao ponto mais baixo desta região. Faz-se assim a
primeira alça do X. Para concluí-lo, insere-se novamente
a agulha partindo em direção à borda do lado oposto
(lado esquerdo) para que, quando a agulha emergir,
fechar-se o nó, formando, assim, um ponto que denota
uma letra X. 
SUTURAS DESCONTÍNUAS
PONTO EM "X"
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CHULEIO SIMPLES
Quando usar?
Consiste no tipo de sutura de mais fácil e rápida
execução, sendo aplicada em qualquer tecido com
bordas não muito espessas e pouco separadas. É
realizada pela aposição de uma sequência de pontos
simples com a direção obliqua da alça interna em
relação à ferida. É bastante utilizada para sutura em
crianças de difícil controle emotivo, sutura de
aponeurose e peritônio.
Como fazer?
O chuleio simples se inicia com um ponto simples
comum de fixação inicial. Feito isso, inserese a agulha
sequencialmente, sempre avante. Procede-se, então,
com uma sucessão de pontos que unem as bordas da
ferida, com um único fio fixado por um ponto simples
no extremo proximal da ferida e outro, aplicado ao final
da sutura, na outra extremidade.
SUTURAS CONTÍNUAS
CHULEIO SIMPLES
31
CHULEIO ANCORADO
Quando usar?
Seu uso vem diminuindo na atualidade, embora ainda
seja utilizado por alguns cirurgiões para a sutura da
aponeurose do músculo reto abdominal.
Como fazer?
Consiste na realização de um chuleio simples, em que o
fio, depois de passado no tecido, é ancorado,
sucessivamente, na alça interior ou a cada quatro ou
cinco pontos
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SUTURAS CONTÍNUAS
SUTURA INTRADÉRMICA LONGITUDINAL
Quando usar?
Consiste numa sequência de pontos simples
longitudinais alternados, por dentro das bordas da pele
(inserindo a agulha apenas no plano subcutâneo),
resultando em uma excelente coaptação das bordas, o
que lhe confere um excelente resultado estético.
Como fazer?
Inicia-se com a introdução da agulha no ângulo proximal
da ferida, linearmente à incisão (preconiza-se que os nós
dados nos extremos da ferida sejam feitos apenas depois
de verificada a eficácia da sutura). O restante dos pontos
se realiza passando o fio,
alternadamente, pelas duas bordas subcutâneas da
ferida, em sentido horizontal, de uma borda para outra,
avançando ao longo da mesma. Finaliza-se dando os nós
em ambos os extremos da ferida.
33
SUTURAS CONTÍNUAS
SUTURA INTRADÉRMICA LONGITUDINAL
34
35
PELE
Pontos separados simples ou donattii (delicados), sem
tensão, com fios não absorvíveis ou absorvíveis em
moderado ou longo espaço de tempo, com diâmetros 5-
0 a 3-0. Quando o efeito estético se impõe, deve-se
preferir a sutura contínua longitudinal intradérmica
com fio não absorvíveis ou absorvíveis em longo espaço
de tempo, com diâmetros 6-0 ou 5-0. Em crianças e
mucosas, pode-se utilizar o categute simples ou
cromado, para evitar que se necessite realizar a retirada
dos pontos.
TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO
Alguns cirurgiões optam pelo não fechamento, desde
que as bordas da pele estejam bem coaptadas, haja
vista a relativa frequência de reações tipo corpo
estranho. Em paciente obesos, com grande quantidade
de tecido adiposos, o fechamento se torna necessário.
Pontos simples, separados, com fios absorvíveis de
média ou longa duração.
APONEUROSE
Sutura fundamental para evitar o aparecimento de
hérnias. Deve-se utilizar fios não absorvíveis ou
absorvíveis com longo espaço de tempo, como Vucryl 1-
0 ou 0. Sutura contínua ou descontínua têm o mesmo
valor.
TIPOS DE SUTURAS PREFERENCIAIS EM
DIFERENTE TIPOS DE TECIDO
36
MUSCULATURA
Em geral, pontos simples ou em “U”, com fios
absorvíveis em curto ou moderado espaço de tempo,
apenas no sentido de aproximação das bordas, sem
tensão.
PERITÔNEO
Tecido ricamente vascularizado e de rápida e fácil
cicatrização. Pode ser suturado com chuleio simples,
empregando fios absorvíveis em curto ou moderado
espaço de tempo, como o Vicryl.
VASOS SANGUÍNEOS
Chuleio simples, sempre com fios não absorvíveis (6-0
ou 5-0).
TUBO DIGESTIVO
Quando plano único, extramucoso, tanto pode ser com
pontos separados simples com fios não absorvíveis ou
absorvíveis de longa duração, como também com
chuleio simples, com os mesmos tipos de fios. Quando
realizada em dois planos, o primeiro (incluindo a
mucosa) deve ser realizado em chuleio simples com fios
absorvíveis e o segundo (seromuscular), com fios não
absorvíveis ou absorvíveis em médio e longo espaço de
tempo.
TIPOS DE SUTURAS PREFERENCIAIS EM
DIFERENTE TIPOS DE TECIDO
37
CONDUTA FRENTE A FERIMENTOS SUSPEITOS
Esquema de condutas profiláticas de acordo com o tipo
de ferimento e situação vacinal.
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, 2019.
PROFILAXIA
TETÂNICA
38
Deve ser realizada o mais breve possível, logo que a
cicatriz adquira resistência.
Incisões cutâneas pequenas (menos de 4 cm) = 7
dias em média.
Incisões mais extensas = 10 dias.
CONSIDERAÇÕES
1. Feridas edemaciadas ou isquemiadas provavelmente
apresentam alguma complicação e devem ser corretamente
investigas.
2. Após a retirada dos pontos, deve-se aconselhar aos
pacientes evitar movimentos bruscos ou a extensão
exagerada da área onde foi realizada a sutura.
3. Nas áreas de grande movimentação, em que a linha de
sutura fica exposta a grande tensão (joelho, cotovelo,
punho), bem como em qualquer outra região mais próxima
de articulações, as suturas cutâneas devem ser retiradas
tardiamente.
4. Em feridas mais extensas, recomenda-se, inicialmente, a
retirada alternada dos pontos (10 a 15 dias), completando-se
alguns dias depois. Essa prática evita que ocorram
deiscências parciais ou totais no plano cutâneo. Em idosos, é
prudente se aguardar um tempo mais prolongado.
RETIRADA DOS FIOS
39
GOFFI, Fabio Schmidt. Técnica cirúrgica: Bases anatômicas,
fisiopatológicas e técnicas de cirurgia. 4 ed. Rio de Janeiro: Atheneu,
2001
MARQUES, Ruy Garcia. Técnica operatória e cirurgia experimental.
Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2005
Manual do III Curso de Suturas da Liga Baiana de Cirurgia Plástica
NETTO, Arlindo Ugulino. MEDRESUMOS – Técnica operatória. 2012
SOUZA, Alessandra Morais. Fios e Suturas. Aula ministrada na
Universidade Presidente Antônio Carlos, Belo Horizonte
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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