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PC&CIA # 85 # 2009
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Hardware
Os novos chips da Intel
Notebooks:
a nova fronteira 
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2009 # 88 # PC&CIA
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Editora Saber Ltda.
Diretor
Hélio Fittipaldi
Associada da:
Associação Nacional das Editoras de
Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas
Atendimento ao Leitor: atendimento@revistapcecia.com.br
Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial dos textos e 
ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias oriundas dos textos men-
cionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da Revista deverão ser feitas exclusivamente 
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desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se 
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nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por alterações nos 
preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.
Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi
Editor de Tecnologia
Daniel Appel
Conselho Editorial
Roberto R. Cunha,
Renato Paiotti
Colaboradores
Diego Pagliarini Vivencio,
João Carlos Cé Bassanesi,
Jansen Carlo Sena,
Marcus Brandão de Moura,
Renato Paiotti,
Wagner Barth
Revisão
Eutíquio Lopez
Designers
Carlos Tartaglioni,
Diego M. Gomes
Produção
Diego M. Gomes
PC&CIA é uma publicação da Editora Saber Ltda, 
ISSN 0101-6717. Redação, administração, publicidade 
e correspondência: Rua Jacinto José de Araújo, 315, 
Tatuapé, CEP 03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 
2095-5333.
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Impressão
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Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800
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Estado sólido
Armazenar dados em mídias de estado sólido muda radical-
mente um conceito que foi criado antes mesmo do surgimento 
do PC: o de que dados devem ser armazenados em discos 
magnéticos.
Esta idéia está em vigor há tanto tempo (o conceito surgiu 
em 1956, criado pela IBM) que já achamos natural, parece 
que sempre foi assim e que essa é a “maneira certa” de guardar 
nossos arquivos. Após tantas décadas de uso, os discos rígidos conquistaram a confiança 
do usuário de forma que muitos ainda pensam ser mais seguro confiar seus dados a 
discos magnéticos frágeis, com baixa resistência a impactos e vibrações, e que rodam em 
velocidades altíssimas, do que a células de memória de estado sólido.
Convencer o mercado das vantagens do SSD não será uma tarefa simples, mas com as 
informações contidas nesta revista certamente as coisas serão mais fáceis. Nestas páginas, 
o leitor encontrará explicações sobre as várias tecnologias de memórias de estado sólido, 
sua implicação no desempenho do sistema e algumas considerações sobre a morte (ou 
não) dos HDs. Não é à toa que grande parte dos especialistas concorda que a tecnologia 
mais importante a ganhar espaço este ano não é o Phenom II ou o Core i7, mas sim a 
dos SSDs.
Outra tecnologia muito relevante, que vem ganhando força é a tecnologia VoIP. 
Enquanto muitos ainda acham que VoIP é sinônimo de Skype, nosso leitor já conheceu 
tecnologias sérias como as placas de telefonia IP, que podem transformar um PC simples 
em um competente PBX-IP para vários ramais.
Como o potencial desta tecnologia é gigantesco mas a adoção tem sido lenta, vamos 
facilitar a vida do leitor ensinando-o a utilizar o MeucciBE, um software para PBX-IP 
que transforma um PC em uma central telefônica dedicada. Use este conhecimento para 
economizar o dinheiro de um PABX e aproveite para cortar custos com ligações também. 
Ofereça este tipo de solução para seus clientes.
Você, sua empresa e seus clientes só têm a ganhar.
Tenha uma boa leitura!
Daniel Appel
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Samsung ML-2010
Impressora Laser Recarregável
PC&CIA # 88 # 2009
Indice
Indice
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Editorial
Segurança High-Tech
Notícias
Tendências
03
05
08
63
30
13
38
HARDWARE
Estado Sólido 10
Mega 
IMP31 34
Alguns cuidados com discos rígidos 
comprados pelo grey market 26
REDES
PBX-ip 
de baixo consumo 50
SISTEMAS OPERACIONAIS
SpaceMonger 58
Desfragmentação otimizada 
de disco 60
TESTES
SSD Popular 22
Fusion-io 
ioDrive 18
MSI para AM3 44
SSDs 
Intel
Upgrade para 
Athlon X2
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Jansen C. Sena*
Não é todo dia que nasce um fenômeno musical como Elvis Presley, Frank Sinatra ou John Lennon, todos capazes de per-
petuar suas músicas e suas histórias ao lon-
go dos anos que sucedem suas existências. 
O fato de até os dias de hoje esses nomes 
serem cultuados mesmo por gerações que 
surgiram após suas mortes, apenas ratifica 
a certeza de que esses artistas ocuparão 
papéis de protagonistas na história da 
música mundial por muitos e muitos anos. 
Certamente que Michael Jackson, falecido 
no último mês de junho, faz parte dessa 
lista de celebridades. 
O seu inesquecível “Moonwalk” 
ganhou até um site (www.eternalmo-
onwalk.com) onde anônimos criam suas 
próprias versões do passo inventado pelo 
“Rei do Pop”. É certo que muitos sequer 
aproximam-se do original. Antes que você 
se pergunte qual relação pode existir entre 
o falecimento de Michael Jackson e uma 
coluna de segurança, aí vai uma sútil mas 
importante observação: uma das diferenças 
entre o momento histórico em que faleceu 
Michael Jackson e a época em que morre-
ram Elvis Presley, Frank Sinatra e Jonh 
Lennon está, no primeiro caso, na presença 
mundial da Internet como base tecnológica 
para a dita sociedade da informação.
Aproveitando-se do amplo interesse 
popular, característico em se tratando de 
alguém como Michael Jackson, atacantes 
aproveitaram-se, tão logo as notícias se 
espalhavam, para disseminar pragas vir-
tuais por meio de emails. As mensagens 
continham desde SPAMs até vírus e wor-
ms que buscavam infectar o computador 
dos usuários mais curiosos por notícias 
envolvendo Michael Jackson para roubar, 
por exemplo, senhas bancárias e outros 
tipos de acessos. Os assuntos suposta-
Michael Jackson 
e os perigos na Internet
mente tratados nos emails tornavam tais 
mensagens quase que irresistíveis para os 
usuários: a última foto de Michael ainda 
na ambulância indo ao hospital; quem 
matou Michael?; devolução do dinheiro 
para aqueles que haviam comprado seus 
ingressos para os shows do astro pop em 
Londres; e, enfim, suspeitas em torno de 
um suposto suicídio do astro.
Muitos administradores perderam, se 
é que ainda não estão perdendo, tempo 
considerável para ajustar seus filtros de 
anti-spam e anti-vírus para conter a con-
taminação dos computadores sob suas 
responsabilidades. Certamente que os 
menos preparados tiveram uma carga de 
sofrimento maior. Que lição é possível 
tirar desseepisódio? Simples: a indissoci-
ável conexão que existe entre as atividades 
profissionais de um administrador de 
sistemas ou um analista de segurança de 
redes com os fatos que acontecem ao redor 
do mundo. Negar essa conexão significa 
colocar em risco o seu próprio sucesso 
profissional e a segurança e a estabilidade 
do ambiente corporativo. 
Em geral, quanto maior for o interesse 
coletivo em um determinado assunto, 
mais perigoso ele tende a ser no sentido 
de viabilizar a proliferação de ataques. 
Isso porque, como dito anteriormente, 
nesse caso, a mazela digital vem dentro 
de um contexto que envolve fatos reais, 
recentes e que vêm recebendo uma ampla 
cobertura por meio dos diversos canais de 
comunicação.
Infelizmente esse é, dentre muitos ou-
tros, um assunto que não está presenteem 
boa parte da literatura especializada que 
versa, em sua maioria, a respeito de téc-
nicas, ferramentas e políticas. Ainda em 
tempo, essa discussão não recebe o espaço 
devido nos cursos acadêmicos ou mesmo 
nos treinamentos técnicos. Ainda são coisas 
que se aprendem com a experiência e nem 
sempre da melhor maneira. Bem, acho que 
é isso. Até a próxima!
”
“É indissociável a conexão que existe entre as atividades profissionais 
de um administrador de 
sistemas ou um analista de 
segurança de redes com 
os fatos que acontecem ao 
redor do mundo
O mais interessante é que atacantes 
já haviam tentado disseminar os mesmos 
vírus usando e-cards, mensagens falsas 
referentes ao acompanhamento de pedi-
dos de compras e até mesmo um alerta de 
atualização para o Microsoft Outlook. Foi, 
contudo, através da enorme repercussão 
e do clamor por notícias envolvendo a 
morte de Michael Jackson que os atacantes 
encontraram uma maneira eficiente para 
disseminar tais pragas valendo-se do ativo 
mais importante e complexo no que diz 
respeito à segurança: o usuário. 
(*) Jansen C. Sena é mestre em segurança de 
redes e administração de sistemas Unix pelo 
Instituto de Computação da Unicamp, atual-
mente trabalha na Atech Tecnologias Críticas
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otícias
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otícias
Um dos momentos mais esperados pelos 
desenvolvedores web que se utilizam 
de recursos do Google, o GDD2009 
foi realizado em São Paulo no WTC 
Convention Center, no dia 29 de Junho 
de 2009.
Este ano o evento, que traz apresen-
tações e novas características dos 
produtos da empresa, mostrou boas 
novidades. 
Google e o HTML 5
Foram apresentadas várias novidades do 
HTML 5, cuja versão final, segundo o 
site da W3C, estará disponível em 2012. 
Provavelmente até lá surgirão muitas 
outras novidades na linguagem.
Entre as novas características do HTML 
5, estão: 
Tag Canvas - possibilita renderizar ima-
gens de forma nativa;
Geolocalização - o navegador encontra 
o usuário onde ele estiver através do 
HTML, sem auxílio de GPS e Google 
Maps;
Tag de Vídeo – possibilita inserir vídeos 
diretamente no HTML e aplicar efei-
tos.
Bastante comentada também foi a 
evolução dos browsers como Firefox, 
Safari, Opera e também o Chrome, que 
por ser o mais novo entre eles, está 
sendo ajustado.
 
Google Wave
Apresentado como “e-mail do futuro” e 
substituto do Gmail (um dos produtos 
de grande sucesso do Google), foi 
aplaudido em suas demonstrações de 
integração e na velocidade de comu-
nicação.
O Google Wave traz aspectos interes-
santes, dentre eles:
Tradutor simultâneo - poderá ser utilizado 
em tempo real por pessoas que não 
teclem no mesmo idioma, facilitando em 
muito a comunicação. Se disponibiliza 
hoje em mais de 40 idiomas. 
Robô de Autocorreção - se demonstrou 
muito eficiente ao corrigir a frase, 
digitada propositalmente sem sentido: 
“Hoje, o presidente Lua irá visitar a 
Lula”. Ela automaticamente foi corrigida 
para “Hoje, o presidente Lula irá visitar 
a Lua”.
Exibição de conteúdo de links - ao inserir 
links em sua mensagem há uma opção 
para que possa ser capturado e exibido 
o conteúdo daquele link, tornando pos-
sível que seja inserida uma imagem ou 
vídeo diretamente no corpo do e-mail. 
A Inovação nesses exemplos do Google 
Wave ficou por conta de um conceito 
de e-mail com muitos recursos já exis-
tentes na web, disponíveis pelo próprio 
Google, mas dessa vez ajustados, inte-
grados e à disposição de forma usual, 
simples e fácil.
Google App Engine e JAVA
Este ano, diferentemente dos anteri-
ores, quando foi dada prioridade à 
linguagem Python, o GDD2009 trouxe 
mais ferramentas e enfatizou a lin-
guagem JAVA. Pode-se notar que uma 
das prioridades do Google é investir e 
disponibilizar para os desenvolvedores 
ferramentas para facilitar a utilização 
da linguagem. Também foi apresen-
tado o GWT (Google Web Toolkit) que 
traz facilidades à implementação de 
Javascript e AJAX.
Android
Durante o evento, muito foi comentado 
sobre o Android, sua performance e 
sobre debugs desta plataforma. Como 
é uma plataforma livre, há alguns apli-
cativos mal escritos e isto pode passar 
uma impressão ruim da plataforma, 
além de uma performance insatis-
fatória. Foram apresentadas também 
dicas para desenvolver um aplicativo 
eficiente.
O Google Developer Day 2009 acabou 
e o resultado final foi muito positivo, 
com o Google mostrando muitas fer-
ramentas novas. O encontro de 2010 
promete ser ainda melhor, com certeza 
trará muitas outras novidades , como, 
por exemplo, o Chrome OS (plataforma 
para netbooks).
O Google se prontificou a disponibilizar os 
vídeos do evento no endereço http://
www.youtube.com/googlebrasil . 
Recomendamos a visita.
Google Developer Day 
2009 
Palestra sobre Google Wave
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As placas de vídeo da Gainward, um dos 
fabricantes mais conceituados entre 
os gamers, agora podem ser adquiridas 
no mercado brasileiro. 
Fundada em 1984 e com fábricas na China 
e em Taiwan, a Gainward é reconhecida 
mundialmente por utilizar componen-
tes de boa qualidade e oferecer uma 
boa relação custo/benefício em seus 
produtos, como nas linhas Golden 
Sample (GS) e Goes Like Hell (GLH) que 
possuem diferenciais como overclock 
de fábrica.
Adquirir uma placa da Gainward exigia, 
até recentemente, recorrer a impor-
tação direta, mas agora suas placas 
Gainward 
no Brasil
podem ser compradas diretamente 
na WAZ (www.waz.com.br) , que 
assinou acordo de distribuição oficial 
das placas de vídeo da marca no país. 
O acordo estende a garantia de 18 
meses oferecida pela empresa nos 
seus produtos também aos consumi-
dores brasileiros.
A MSI fechou parceria com a Digitron para 
a produção de placas–mãe no Brasil.
A Digitron é um dos maiores fabricantes 
nacionais de placas–mãe, participando 
do mercado há mais de vinte e oito anos 
e com parcerias firmadas com cinco 
empresas. Agora, a MSI entra no grupo 
de marcas com fabricação nacional.
A produção das placas já foi iniciada e as 
duas empresas esperam produzir trezen-
tas mil unidades até o final de 2009, dos 
modelos G31M3L-V2 e K9N6PGM.
Estas placas–mãe acompanham três apli-
cativos especialmente desenvolvidos 
pela MSI, os softwares de atualização 
de BIOS Live Update Online e Live 
Update 3, e o Dual Core–v2, um utilitário 
de monitoramento do processador.
A G31M3-L-V2 é uma placa do tipo 
micro-ATX baseada no chipset Intel 
G31+ICH7. Tem suporte aos processa-
dores LGA-775 desde o Pentium 4 até o 
Core2Quad, com FSB de até 1333 MHz e 
até 4 GB de memórias DDR2-800 Dual-
Channel. Oferece um slot PCI-Express 
MSI e Digitron: 
nova parceria
x16 Gen 2.0, dois slots PCI,quatro 
portas Sata II (além de conectores IDE 
e Floppy), interface Ethernet 10/100 
e quatro portas USB 2.0. Por fim, há 
também um conector de vídeo, pois o 
G31 conta com GPU X3100 onboard.
Existe ainda o modelo G31M3-LS-V2, 
que tem exatamente as mesmas espe-
cificações do G31M3-L-V2, mas utiliza 
capacitores sólidos.
A K9N6GM-V também adota o formato 
micro-ATX, é baseada no chipset NVIDIA 
MCP61 e suporta processadores AMD 
Athlon 64 X2 e Sempron com Hyper-
transport de até 1 GHz. Aceita memórias 
DDR2 800 Dual-Channel, até o máximo 
de 8 GB, e conta com slots PCI-E x8 e 
x1, conectores IDE e Floppy, duas portas 
Sata II com suporte a RAID 0 e 1, porta 
Ethernet 10/100, quatro portas USB 2.0, 
além do conector de vídeo para o GPU 
GeForce 6100 onboard.
A variante K9N6GM-F é um pouco mais 
sofisticada e conta com PCI-Express de 
16 vias e rede Gigabit.
A Comunidade do Mozilla Firefox comem-
ora o bilionésimo download, feito no dia 
31 de julho de 2009, sexta-feira, às 7 h 
e 47 min (fuso horário da costa oeste 
dos Estados Unidos).
Isto mostra o quanto cresceu a partici-
pação da Mozilla no mercado. Em 2004 
o browser Mozilla Firefox tinha 8% 
do mercado, mas atualmente supera 
os 30% e é um dos navegadores mais 
utilizados no mundo. 
Visite também o site de comemoração do 
bilionésimo download em http://www.
onebillionplusyou.com/.
Mozilla 
comemora downloads
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Hardware
Os HDs estão com os dias contados. 
Mais rápidos, resistentes, silenciosos e 
econômicos, logo os SSDs tomarão conta 
do filão de mercado dominado pelos discos 
rígidos, os últimos componentes mecânicos 
de um computador.
Estado Sólido
Daniel Appel
Que a evolução da tecnologia usa-da na informática é rápida, isso não se discute. Em questão de meses os processadores dobram 
de performance, os módulos de memória 
duplicam sua capacidade e os HDs acom-
panham o ritmo oferecendo-nos cada vez 
mais espaço.
Porém, a evolução dos discos rígidos não 
é total. O aumento de performance não é 
proporcional ao aumento de capacidade, 
simplesmente porque a natureza mecânica 
do disco não permite isso. Fazer um disco 
rodar a 10.000 rpm é muito mais difícil do 
que a 7.200 rpm, e o salto para 15.000 rpm 
é pior ainda. Portanto, não é à toa que desde 
o início desta década os modelos disponíveis 
para o consumidor ainda oferecem a mesma 
velocidade de rotação.
É claro que a performance de um HD 
não depende exclusivamente da rotação 
dele. Fatores como cache, número de cabe-
ças, densidade dos discos e algoritmos de 
otimização como NCQ (Native Command 
Queueing) colaboram bastante para seu 
bom desempenho, mas infelizmente as 
barreiras físicas a serem transpostas são 
implacáveis.
Chegamos a um ponto em que de-
vemos nos perguntar: será mesmo que o 
HD é a melhor forma de armazenamento 
de massa? Não haveria local melhor para 
armazenar seus dados do que em um disco 
magnético delicado, rodando a velocidades 
estonteantes?
Estado Sólido
Armazenamento em dispositivos de 
estado sólido não é nenhuma novidade, a 
maioria das pessoas já o utiliza apesar de, 
talvez, não se dar conta disso. 
Qualquer pendrive ou cartão de memó-
ria flash serve como exemplo deste tipo de 
tecnologia que, embora bem difundida, só 
agora se tornou viável para uso em dispositi-
vos de grande capacidade para o mercado de 
massa, ou seja, para substituir os HDs.
Um drive de estado sólido é denomi-
nado SSD, do inglês Solid State Drive, e 
não se deve chamá-lo de “HD de estado 
sólido” pois ele não é um disco. Mas po-
demos dizer “drive de estado sólido” sem 
incorrer em erro.
Como este tipo de dispositivo ar-
mazena suas informações em células de 
memória, ele não tem partes móveis como 
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Hardware
um HD tradicional. Quando falamos de 
equipamentos eletrônicos, partes móveis 
são totalmente indesejáveis e tanto melhor 
se pudermos evitá-las. 
Armazenar informações em chips de es-
tado sólido tem inúmeras vantagens, dentre 
elas a resistência a vibrações, choques e 
desgaste mecânico, tradicionalmente pon-
tos fracos nos discos mecânicos. 
Outra característica interessante é que 
as células de memória têm tempo de acesso 
muito baixo e constante. Acessar o bloco de 
dados desejado não leva mais do que alguns 
microssegundos, ao passo que deslocar a 
cabeça de leitura e aguardar o disco dar 
uma volta completa leva milissegundos. 
Ou seja: um SSD pode acessar uma infor-
mação milhares de vezes mais rapidamente 
que um HD tradicional.
Memória EEPROM
A EEPROM (Electrically Erasable 
Programmable Read-Only Memory) é uma 
memória não volátil, muito usada para 
armazenar pequenas quantidades de dados 
de forma persistente, pois ela não perde a 
informação nem quando a corrente elétrica 
que a alimenta é desligada. 
Esta memória tem a capacidade de apa-
gar e reprogramar o valor de suas células 
livremente, em nível de bytes. Infelizmente, 
esta operação não é muito veloz de forma 
que a EEPROM é adequada para arma-
zenar elementos como firmware e BIOS, 
que são pouco alterados, mas não é muito 
conveniente para dispositivos de armaze-
namento de massa.
Memória Flash
Este tipo de memória foi criado no 
início da década de 80 nos laboratórios 
da Toshiba, como uma alternativa mais 
barata para substituir memórias EEPROM 
em aplicações que exigissem armazena-
mento persistente (não volátil) de volume 
elevado. Na verdade a Flash ainda é uma 
EEPROM, porém com algumas diferenças 
específicas que tornam seu custo por byte 
mais atraente.
Dois tipos de memória Flash foram 
criados, NOR e NAND, e recebem estes 
nomes graças à semelhança com portas 
lógicas de mesmo nome.
Memórias Flash do tipo NOR são 
usadas como substituição de memórias 
EEPROM típicas. Têm velocidade de 
leitura muito alta, porém a velocidade de 
programação/deleção infelizmente não 
acompanha a de leitura.
Assim como a NOR, a NAND mantém 
a capacidade de apagar e reprogramar as 
células de memória que fez da EEPROM 
uma tecnologia tão difundida. A diferença é 
que a EEPROM e a NOR programam suas 
células de byte em byte, enquanto a NAND 
faz isso em blocos enormes, normalmente de 
512 KB cada. A velocidade de programação 
das células é muito superior, bem como a de 
deleção, entretanto, a de leitura não tem o 
mesmo destaque. Ainda assim, é mais veloz 
que os discos mecânicos.
Há também uma outra vantagem da 
NAND: como o acesso acontece em blocos, 
o número de linhas de endereçamento e de 
vias de aterramento é muito menor, o que 
economiza espaço e permite o aumento da 
densidade de células do circuito. Ou seja, 
para um determinado tamanho de chip, as 
memórias NAND podem oferecer capaci-
dades de armazenamento muito maiores. 
Com velocidade de leitura e programa-
ção superiores às dos HDs e maior densi-
dade que a Flash NOR, a Flash NAND se 
mostrou a tecnologia mais adequada para 
substituição dos discos rígidos.
Tecnologias de células NAND
Dois tipos de células diferentes são 
usados em dispositivos de armazenamento 
baseados em memórias NAND.
MLC
A tecnologia MLC (Multi-Level Cell) 
consegue armazenar quatro estados lógicos 
em uma única célula. Cada bit requer dois 
estados lógicos (pois é binário), de forma 
que uma célula MLC pode armazenar dois 
bits de informação.
Isto permite o dobro da capacidade 
de armazenamento, no entanto torna a 
memória mais lenta, pois as operações de 
escrita devem ser feitas mais devagar para 
garantir a consistência de ambos os bits. 
Uma operação de escrita pode levar cerca 
de 1 ms, o que é um tanto lento para uma 
memória f lash, porém continua sendo 
muito mais rápido do que um HD.
SLC
Quando a performance émais impor-
tante do que o volume de armazenamento, 
utiliza-se memórias do tipo SLC (Single-
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12
Hardware
Level Cell ) cujas células são binárias, 
armazenando apenas dois níveis lógicos, 
ou seja, apenas um bit por célula.
É óbvio que este tipo de tecnologia 
apresenta menor capacidade de armaze-
namento, afinal reduzimos a quantidade 
de bits por célula pela metade. Como 
vantagens, cada célula é muito mais fácil de 
escrever, a probabilidade de erros diminui e 
o processo todo pode ocorrer mais rapida-
mente. Além disso, até o número de ciclos 
de programação suportados pelas células 
aumenta consideravelmente.
Portanto, este tipo de memória é mais 
utilizado em aplicações onde custo e 
volume de armazenamento não são mais 
importantes do que performance e durabi-
lidade. O maior cliente deste tipo de SSD é 
o mercado corporativo, com seus servidores 
com alto número de requisições.
Desgaste
Uma das características da memória 
Flash é que ela tem vida útil limitada. Cada 
vez que uma célula completa um ciclo de 
programação/deleção ela sofre um pequeno 
desgaste, e sua capacidade de reter infor-
mações diminui. Conforme o tempo passa 
e esta mesma célula é reescrita várias vezes, 
ela vai se desgastando até o ponto em que 
não consegue mais “segurar” informação 
digital. Neste ponto a célula fica inutilizada 
(mas não o SSD inteiro).
A tecnologia MLC é especialmente 
sensível, tem uma durabilidade estimada 
em 10.000 ciclos. Células SLC resistem até 
dez vezes mais. Este desgaste não acontece 
em operações de leitura, apenas nos ciclos 
de limpeza/escrita, portanto uma informa-
ção pode ser lida infinitas vezes sem causar 
preocupação.
Wear-Leveling
A fim de evitar que este desgaste na-
tural comprometa a durabilidade do SSD, 
os fabricantes lançam mão de um artifício 
chamado wear-leveling, que pode ser tradu-
zido como “balanceamento de desgaste”.
Esta técnica consiste em não permitir 
que uma célula seja repetidamente utiliza-
da enquanto outras ficam ociosas.
Por exemplo, digamos que um arquivo 
seja salvo em três blocos que chamaremos 
de 1, 2 e 3. Se o conteúdo deste arquivo 
for atualizado, seria razoável reescrevê-lo 
nos mesmos blocos. Mas digamos que este 
arquivo seja um log atualizado a cada 5 
minutos, os blocos 1, 2 e 3 seriam reescritos 
288 vezes por dia, e portanto não durariam 
mais do que 35 dias.
Aplicando a técnica de wear-leveling, 
ao invés de reescrever os blocos 1, 2 e 3, o 
SSD escreve o arquivo nos blocos 4, 5 e 6 
e marca os blocos anteriores como livres. 
A próxima escrita será nos blocos 7, 8 e 9, e 
assim por diante. Ao invés de sobrecarregar 
algumas células com muitas escritas, o SSD 
distribui o estresse por toda sua superfície 
e só utiliza um bloco novamente quando 
todos os outros já tiverem sido usados. 
Como cada drive SSD tem centenas 
de milhares de blocos, isto eleva muito a 
vida útil do produto. Não há como prever 
exatamente quanto durará um drive, pois 
isto varia com o uso, mas podemos fazer 
uma continha bem simples: em um caso 
hipotético onde o SSD com células MLC 
tenha sua superfície inteira reescrita todos 
os dias, teoricamente elas durariam até 
10.000 dias, ou seja, 27 anos. 
Já vimos anteriormente que o tempo 
de acesso é constante para todos os blocos, 
portanto não há penalidade de perfor-
mance em se utilizar blocos espalhados 
pelo drive.
Futuro dos HDs
O fim dos HDs já é algo esperado há 
muito tempo. Utilizar um dispositivo 
mecânico para armazenar dados não é a 
forma mais elegante e eficiente de fazê-
lo, especialmente se considerarmos que o 
computador é um equipamento eletrônico, 
composto essencialmente por elementos de 
estado sólido. Nada mais natural do que 
levar isso ao subsistema de armazenamento 
de dados.
Mas isto significa que as vendas de HDs 
devem parar? Ainda não.
Drives de estado sólido ainda são caros, 
têm pouca capacidade e não são tão rápidos 
quanto poderiam ser. Por ora são produtos 
de nicho, especialmente indicados para 
equipamentos que necessitem de resistência 
a impactos, baixo consumo elétrico e baixo 
tempo de acesso.
O HD teve muitas décadas de evolução 
e, apesar de ser o componente mais lento de 
um computador, tem uma relação custo/
benefício muito atraente. A transição entre 
as tecnologias começa agora, mas é difícil 
prever quando ele deixará de existir.
O mais provável no curto prazo é o sur-
gimento de sistemas mistos, com um SSD de 
pequeno tamanho para o sistema operacional 
e um HD maior para armazenar os dados de 
maior volume. A Western Digital, por exem-
plo, lançou sua série de discos Green Power , 
que trazem controladores de velocidade que 
podem variar a rotação livremente entre 5400 
rpm e 7200 rpm, buscando redução de con-
sumo e de ruído. Esta série não tem sequer a 
intenção de competir em performance com 
os concorrentes, mas faz todo o sentido em 
um sistema misto, com os programas e o sis-
tema operacional instalados em um pequeno 
SSD de 32GB e o restante dos dados arma-
zenado em um HD Green Power de 1 TB. 
Um sistema assim apresentaria performance 
muito superior à de um sistema inteiramente 
baseado em discos.
Conclusão
O subsistema de armazenamento de 
dados é, hoje, o maior gargalo de perfor-
mance de um sistema, especialmente dos 
de alta performance como os servidores. 
Libertar-se da interface mecânica era algo 
que todos queriam, mas infelizmente a 
tecnologia disponível não podia oferecer 
volume de armazenamento suficiente para 
justificar a mudança.
Atualmente, os SSDs já oferecem ca-
pacidades razoáveis. O custo por gigabyte 
ainda é extremamente desfavorável se com-
parado com o dos HDs, mas podemos dizer 
que os SSDs atingiram “massa crítica” com 
capacidades que já são plenamente úteis, 
especialmente em sistemas mistos, com um 
disco rígido secundário para armazenamen-
to de dados de grande volume.
A diferença de performance é percep-
tível principalmente graças ao baixíssimo 
tempo de acesso, inferior a 1 ms na maioria 
das vezes. Alta vazão é importante para 
copiar e trabalhar com arquivos muito 
grandes, mas a maior parte dos acessos que 
um sistema realiza é a uma grande quanti-
dade de arquivos pequenos que compõem 
o sistema operacional e os programas. E 
neste caso, o tempo constante de acesso 
proporcionado por um SSD representa 
ganho de usabilidade sensível
Com certeza o próximo salto de per-
formance dos computadores não está nos 
processadores com mais de quatro núcleos, 
nem nos barramentos triple-channel de me-
mória DDR3, mas sim nos SSDs. PC
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13
Hardware
Os novos chips da Intel
Daniel Appel Poucos visualizam a Intel como um fabricante de dispositivos de armazenamento. De fato, nunca houve um HD com a marca Intel, 
mas a empresa não é novata no segmento 
das memórias Flash.
O que melhor, então, do que utilizar sua 
expertise e influência neste segmento para 
tentar resolver (ou ao menos amenizar) um 
dos grandes gargalos de desempenho de 
um computador? Assim, surgiu a linha de 
SSDs X25, que vem impressionando pela 
excelente velocidade.
Tivemos a oportunidade de testar dois 
modelos desta linha: o X25-M, direcionado 
ao consumidor final, e o X25-E, voltado 
para o mercado de servidores.
PC29AS21A
A Intel não é a criadora do conceito 
que está por trás dos SSDs, e muitas 
empresas já comercializam este tipo de 
produto há algum tempo. Entretanto boa 
parte destas empresas não desenvolveu sua 
própria tecnologia, tendo apenas adquirido 
controladoras de terceiros e simplesmente 
 SSDsIntel
montado o SSD com chips de memória de 
sua escolha, a fim de não perder o momento 
de mercado.
Esta abordagem permite um custo de 
produçãobastante baixo, mas tem como 
inconveniente nivelar a performance de todos 
os produtos pela da controladora. Um dos 
modelos de controladora mais utilizados do 
mercado é o JMF602, da Jmicron, que é 
conhecido pelo seu péssimo desempenho. 
Não é de se estranhar, afinal este modelo 
não tem mais do que 16 KB de cache, 
quantidade totalmente inadequada para um 
barramento SATA, e algoritmos de write 
combining meramente funcionais.
A Intel optou por criar sua própria 
controladora, denominada PC29AS21A, 
e colocou nela uma quantidade decente de 
cache, 256 KB, além de bons algoritmos 
de write combining e wear leveling. Como 
resultado, o gargalo de desempenho deste 
dispositivo não é a controladora mas sim 
a própria memória NAND, e ainda por 
cima a controladora consegue extrair mais 
desempenho do conjunto ao executar escritas 
de forma inteligente.
A Intel está entrando com tudo 
no mercado dos SSDs. Saiba como a 
empresa pretende resolver um dos 
maiores “gargalos” de desempenho dos 
computadores modernos.
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14
Hardware
X25-M
A versão para o mercado mainstream 
(provavelmente é por isso o sufixo “M”) tem 
uma tarefa complicada: precisa ser rápida e, 
ao mesmo tempo, oferecer grande capacidade 
de armazenamento (figura 1).
Para atender a estes requisitos sem au-
mentar demasiadamente o custo do produto, 
foi utilizada a tecnologia MLC (Multi-Level 
Cell), que armazena dois bits em cada célula 
da memória Flash. Isto aumenta a densidade 
de dados e permite maiores capacidades de 
armazenamento.
O lado negativo é que se torna necessário 
desacelerar um pouco as operações de leitura 
e escrita, afinal inserir dois bits por célula 
requer mais cuidado do que inserir um só. 
Dessa forma, apesar da maior capacidade de 
armazenamento, uma memória Flash MLC 
é naturalmente mais lenta, e uma operação 
de escrita pode levar cerca de 1 ms, o que 
é um tanto lento para uma memória flash, 
porém continua sendo muito mais rápido 
do que um HD.
Intel X25-E
O sufixo “E” desta família significa 
“Extreme”, e o leitor acertou se pensou 
que o propósito destas unidades é serem 
muito rápidas. A linha X25-E (figura 2) 
é voltada para servidores e aplicações onde 
performance máxima é mais importante 
que capacidade de armazenamento.
Para tanto utiliza-se células SLC (Single-
Level Cell), que armazenam apenas um bit 
por célula. É óbvio que este tipo de tecnologia 
apresenta menor capacidade de armazena-
mento, afinal reduzimos a quantidade de bits 
por célula pela metade. A vantagem é que 
cada célula é muito mais fácil de escrever, a 
probabilidade de erros diminui, e o processo 
todo pode ocorrer mais rapidamente.
Não foi difícil constatar isto nos nossos 
testes.
Proposta
Como vimos, os SSDs da Intel são 
divididos em duas famílias: Mainstream e 
Extreme. Cada uma foi desenvolvida para 
atender a um tipo de uso diferente.
Por pura e simples falta de informação, 
o consumidor eventualmente escolhe o 
produto errado e acaba por ficar insatis-
feito. Como vimos, nem todo SSD é igual 
e devemos prestar atenção para escolher o 
ideal para cada caso.
Corporativo
Servidores e workstations de alta perfor-
mance precisam de grande velocidade de I/O, 
tanto em vazão quanto em tempo de acesso. 
Por isso frequentemente são usados arranjos 
RAID com HDs SCSI de 15 krpm, pois neste 
cenário vale a pena adquirir componentes 
de desempenho mais elevado (mesmo que 
custem mais) para atender a um número 
maior de requisições. O custo é alto, mas o 
ganho também é alto e se traduz em maior 
produtividade, gerando maior lucro.
Hoje, nenhum SSD com células MLC 
consegue oferecer o nível de performance 
exigido pelo mercado corporativo, pois 
com a tecnologia atual um HD SCSI de 
alto desempenho ainda é superior. Já um 
modelo com células SLC acionadas por 
uma controladora eficiente pode oferecer 
vazões semelhantes a uma estrutura SCSI 
pré-existente, porém com tempo de acesso 
muito menor. Mesmo discos de alta perfor-
mance não têm como fugir da sua natureza 
mecânica, e não conseguem oferecer tempos 
de acesso tão baixos.
O desempenho é mais importante do 
que a capacidade de armazenamento. Muitos 
servidores trabalham perto do seu limite 
de troughput e é mais importante resolver o 
gargalo de desempenho do que do espaço 
de armazenamento (para resolver este, basta 
comprar mais um SSD). É por isso que os 
SSDs com células SLC são os mais indicados 
pois, apesar da capacidade de armazenamento 
ser inferior à da tecnologia MLC, sua velo-
cidade é muito maior. E é em razão disso 
que a Intel concebeu o X25-E com células 
SLC, para atender este mercado.
SSD para 
desktops.F1.
O X25-E foi 
criado para 
servidores. F2.
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15
Hardware
Consumidor
O mercado de produtos para o con-
sumidor doméstico ou profissional sem 
necessidade de alto desempenho é bastante 
diferente. Aqui o SSD não chama a atenção 
somente pela velocidade, mas também pelo 
silêncio de operação, resistência a impactos 
e economia de energia.
Neste nicho a tecnologia de células MLC 
encontra seu lugar. Um desktop não é tão sen-
sível ao tempo de leitura e escrita randômica 
de seu subsistema de armazenamento quanto 
um servidor, de forma que podemos abrir 
mão da velocidade da tecnologia SLC em prol 
da maior capacidade de armazenamento de 
um SSD baseado em células MLC.
Aqui, a capacidade de armazenamento 
é mais importante que a performance. Para 
a grande maioria dos consumidores, a di-
ferença de velocidade sentida entre as duas 
tecnologias não é suficiente para justificar 
menores capacidades de armazenamento, 
de forma que a tecnologia MLC acaba ofe-
recendo um custo/benefício maior.
Dos computadores de uso pessoal, duas 
categorias são especialmente beneficiadas 
pelo uso de SSDs: notebooks e netbooks. O 
conceito por trás da tecnologia de discos 
rígidos não é adequado para uso móvel, 
pois há a presença constante de vibrações, 
impactos, variações de temperatura e ainda 
por cima suprimento limitado de energia 
(por causa da bateria). Um SSD se mostra 
muito mais conveniente neste cenário.
Testes
Nada melhor para testar este tipo 
de dispositivo do que uma placa-mãe de 
servidor. Por isso foi escolhida uma Intel 
S3200SH equipada com um Xeon 3075. 
Esta placa conta com uma controladora de 
discos ICH9R, que suporta NCQ e apresenta 
bom desempenho.
Para que o leitor possa comparar o 
resultado dos SSDs com um dispositivo já 
conhecido, colocamos no teste também um 
HD Western Digital Raptor WD740ADFD 
de 74 GB e 10.000 rpm. Este disco já figurou 
em inúmeros testes antes, e servirá como 
um bom “gancho” para que o leitor tenha 
um referencial de performance.
O sistema operacional utilizado foi o 
Ubuntu Server 8.10, sem nenhum serviço 
em execução. Para gerar as operações de 
I/O foi executado o Iometer, que simulou 
algumas cargas escolhidas manualmente. 
A fim de evitar a influência de sistemas de 
arquivos, o Iometer foi configurado para 
realizar acesso direto aos dispositivos. 
Este teste é destrutivo, ele não respeita a 
formatação das partições, mas é a melhor 
maneira de comparar dispositivos de arma-
zenamento pois mede o desempenho bruto, 
desconsiderando otimizações e overheads 
de sistemas de arquivos.
Todos os resultados foram tabelados e 
plotados na forma de gráficos para facilitar 
o entendimento do leitor.
Operação randômica
Operações de natureza randômica 
são aquelas que não seguem uma ordem 
sequencial de disposição no disco.
Para o disco Raptor utilizado como 
referência no teste, este tipo de carga é 
extremamente desfavorável. Como as áreas 
de dados acessadas estão espalhadas pela 
superfíciedo disco, é necessário deslocar as 
cabeças de leitura a cada operação. No caso 
dos SSDs, como não se tratam de discos mas 
sim de matrizes de memória, acessos de ordem 
randômica não devem ser problemas.
Operações por segundo
Podemos ver claramente no gráfico 
da figura 3, criado a partir dos dados da 
tabela 1, no qual são mostrados os números 
de operações de entrada e saída de cada 
dispositivo com vários tamanhos de blocos 
diferentes, que acesso randômico não é 
problema para os SSDs.
O X25-E domina incontestavelmente 
com blocos pequenos, até 512 KB. Isto 
acontece porque o SSD tem baixíssima 
latência (como visto na figura 4) e não tem 
dificuldade alguma de acessar informações 
de forma não sequencial, ao contrário do 
Raptor, que precisa deslocar suas cabeças de 
leitura a cada nova operação. Repare que o 
X25-M também se mostra superior ao HD 
com blocos menores de 512 KB, apesar de 
não chegar perto do modelo Extreme.
Mas o que acontece quando os blocos 
crescem acima dos 512 KB? Chegamos 
em um ponto onde os pacotes de dados 
512B
2k
4k
16k
32k
128k
512k
2M
8M
32M
128M
X25-E
12992,2
6967,76
4435,23
3307
2688,05
1001,84
20,91
56,79
15,69
4,62
1,3
X25-M
1581
1514,71
1319,36
795,59
571,73
153,48
41,04
12,91
5,49
1,84
0,59
Raptor
121,75
120,77
120,49
116,57
112,6
92,36
60,06
24,07
6,53
1,73
0,41
Operações de I/O por segundoT1.
Número de 
operações de 
I/O execu-
tadas por 
segundo. F3.
Tempo de 
acesso por 
tamanho de 
bloco. F4.
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16
Hardware
já estão com um tamanho suficiente para 
dependerem menos da latência e mais da 
vazão do dispositivo, pois, quando as cabe-
ças de leitura chegam no seu destino, elas 
permanecem lá por tempo suficiente para 
lerem uma grande massa de dados de forma 
sequencial. E o Raptor sempre foi forte no 
quesito “vazão sequencial”.
Isto significa que um SSD de uso cor-
porativo como o X25-M consegue atender 
um número muito maior de requisições de 
dados, desde que eles sejam de pequeno 
tamanho. Conforme o tamanho cresce, o 
número de requisições atendidas por segun-
do cai consideravelmente e se aproxima do 
território dos HDs.
Veja que o SSD X25-E continua sendo 
mais rápido, mas já não impressiona tanto. 
Uma matriz de discos rígidos com certeza 
atinge este nível de desempenho, espe-
cialmente se estivermos falando de discos 
SCSI corporativos. Mas para combater este 
arranjo, basta montar uma matriz RAID 
com alguns X25-E (situação que não tive-
mos oportunidade de testar) e o número de 
requisições atendidas por segundo crescerá 
proporcionalmente.
512B
2k
4k
16k
32k
128k
512k
2M
8M
32M
128M
X25-E
6,34
13,61
17,33
51,67
84
125,23
100,45
113,57
125,51
147,76
166,65
X25-M
0,77
2,96
5,15
12,43
17,87
19,19
20,52
25,83
43,91
58,89
74,96
Raptor
0,06
0,24
0,47
1,82
3,52
11,54
30,03
48,14
52,25
55,2
53,05
Vazão de dados em MBT2.
Vazão de 
dados para 
operações 
randômicas. F5.
O número de operações de 
I/O aumenta, mas nem assim 
o Raptor alcança os SSDs.
F6. Este é o 
melhor cenário 
para o HD.
F7.
Vazão
Para terminar os testes com acessos 
randômicos, apresentamos o gráfico da 
figura 5 (e a tabela 2, de onde o gráfico 
foi gerado), onde vemos a vazão obtida 
com cada tamanho de bloco. Como espe-
rado, tamanhos de bloco maiores oferecem 
vazões maiores, especialmente no caso do 
disco rígido.
Este tipo de operação
Operação sequencial
Agora entramos em um território onde o 
disco rígido se sente mais confortável. Aqui 
o SSD perde a vantagem do tempo de acesso 
ínfimo, pois o HD não precisa mais mover 
suas cabeças de forma não ordenada.
Operações por segundo
O número de operações de I/O realiza-
das por segundo é substancialmente maior 
quando estas são sequenciais, principalmente 
no caso do disco rígido, uma vez que o 
deslocamento de suas cabeças é bastante 
reduzido. Das 120 operações por segundo 
com blocos de 512 bytes, o Raptor salta para 
mais de 2600 (figura 6) ao passo que os 
SSDs também mostram ganho, mas nem 
de perto na mesma proporção.
Pode parecer um trunfo do HD, mas na 
verdade é uma demostração clara de fraqueza 
da tecnologia. Apenas quando os dados 
estão alinhados o HD consegue oferecer 
boa performance, enquanto os SSDs não 
dependem tanto desta organização.
Vazão
Este é o melhor caso para um drive 
mecânico como o Raptor. Uma vez que 
suas cabeças tenham sido posicionadas 
sobre uma trilha do disco, basta aproveitar 
seus ótimos 10.000 rpm e ler as trilhas 
sequencialmente.
Com operações pequenas, de 512 bytes, 
nem mesmo o X25-E foi capaz de apresentar 
alta vazão, mas isto é justificável pela natu-
reza deste tipo de operação. Por outro lado, 
ele foi capaz de oferecer cinco vezes mais 
dados que o Raptor, e três vezes mais que o 
X25-M (figura 7). Em situações de gargalo, 
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17
Hardware
PC
a capacidade de atender cinco vezes mais 
requisições pode ser muito importante.
Fica claro que o X25-M, o modelo 
para uso em desktops, não é páreo para a 
versão corporativa. É importante que o 
consumidor saiba a diferença, do contrário 
pode acabar adquirindo o SSD mais barato 
para uso em um servidor e certamente ficará 
frustrado.
No outro extremo, com operações de 128 
MB, grandes o suficiente para mostrar a vazão 
de um HD, vemos uma situação diferente. 
Aqui o Raptor se recupera e ultrapassa o 
X25-M, e não por uma margem pequena. 
O X25-E impressiona novamente, mas este 
também é um caso onde dois discos rígidos 
em RAID podem oferecer desempenho 
semelhante, em muitos casos por preço 
menor, especialmente se a infraestrutura 
já existir.
É importante ter em mente que aplicações 
que exijam alta vazão de dados podem tam-
bém exigir alto volume de armazenamento, 
e isto o X25-E não oferece, de forma que 
o custo-benefício pode apontar na direção 
dos HDs, pelo menos por enquanto.
Conclusão
Com a linha X25 a Intel deixa claro 
que pretende eliminar o maior obstáculo 
do desempenho de um sistema atual.
Também fica claro que nem todos os 
SSDs são iguais, eles podem apresentar 
características muito diferentes. O X25-M, 
por exemplo, é um produto muito viável 
para o usuário de um sistema desktop, pois 
apresenta performance muito superior á de 
um veloz Raptor para acessos randômicos 
de pequeno tamanho, e vazão de dados 
compatível com a categoria. Mas ele de-
finitivamente não serve para uso em um 
servidor, e um bom disco SCSI apresentará 
desempenho superior.
Já o X25-E fica no outro extremo. Ele é 
capaz de realizar um número muito alto de 
operações de I/O por segundo, o que permite 
que um servidor atenda mais requisições de 
usuários, aumentando sua eficiência. Mas 
sua capacidade de armazenamento é baixa, 
além do aceitável para o mercado desktop, 
seu preço é substancialmente maior e seu 
desempenho extra não é aproveitado por 
um sistema desktop.
Mas gostaríamos de deixar uma obser-
vação: neste artigo, a presença do Raptor 
serviu apenas para oferecer ao leitor um drive 
conhecido, que já participou de inúmeros 
testes na revista, de forma que o leitor possa 
comparar os resultados com o que ele já 
conhece. O Raptor utilizado é antigo e não 
representa a performance de discos rígidos 
mais modernos, a própria Western Digital 
tem drives mais velozes, isso sem falar nos 
modelos SCSI de alto desempenho. Se a 
oportunidade aparecer, colocaremos um 
SSD uso corporativo frente a frente com 
um bom disco SCSI.
Os SSDs vieram para ficar e já são 
páreo para os discos rígidos. Mesmo para 
computadores de uso doméstico, o tempo 
de acesso baixíssimo aumenta a agilidade 
de respostado sistema e reduz o tempo de 
espera enquanto o HD realiza operações 
randômicas nas quais ele é notoriamente 
lento.
Mas é importante comprar o produto 
certo para cada caso ou, como sempre 
acontece em compras mal direcionadas, o 
consumidor sairá frustrado.
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O poder de processamento disponível 
nos computadores evolui a passos largos, 
mas às vezes limitamos o desempenho 
devido a um sistema mal dimensionado de 
entrada e saída de dados.
Analisamos Fusion-io ioDrive, que tem 
por objetivo diminuir esta deficiência nos 
sistemas de armazenamento.
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18
Testes
Alfredo Heiss
Formado em Eletrônica e Técnico em TI, com 
mais de 10 anos de experiência nas áreas 
de hardware, sistemas operacionais para 
servidores e redes. Atualmente é membro da 
equipe de redatores da revista.
Fusion-io 
ioDrive
Muitos servidores de grande porte que são atendidos por Storages, conjuntos de discos SAS ou Fibre Channel em 
RAID, acabam limitados, eventualmente, 
por estes componentes. 
Apesar de disporem de boa vazão de 
dados, da ordem de centenas de MB/s, para 
um grande número de requisições peque-
nas e randômicas, workload muito comum 
em servidores, o fator limitante não é a 
vazão e sim o tempo de acesso do disco, que 
representa o tempo que será necessário para 
que a cabeça de leitura do disco se desloque 
até a informação procurada e faça a leitura. 
Uma solução baseada em RAID costuma 
ajudar, mas muitas vezes o resultado ainda 
fica abaixo do esperado. 
Para detalhar isto iremos estudar o 
caso do RAID 0 (striping), que divide as 
operações de leitura e escrita entre dois ou 
mais discos. Por causa desta distribuição 
dos dados, este modelo tem o melhor 
desempenho entre as soluções RAID. 
O ganho de desempenho para grandes 
transferências é irrefutável, já que o arquivo 
será dividido em vários pedaços menores 
e será lido (ou gravado) ao mesmo tempo 
de vários discos. 
Mas para um grande número de peque-
nos IOs, o ganho será muito menor. Todos 
os discos envolvidos no RAID terão que 
deslocar suas cabeças de leitura até as áreas 
nas quais as informações desejadas estão, 
ler uma pequena quantidade de informa-
ções, e se deslocar novamente para outras 
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19
Testes
SLC é um tipo memória não volátil 
baseada na tecnologia NAND. Significa 
Single-Level Cell ou célula com estado 
único. Este tipo de memória é conhecido 
por sua alta velocidade na gravação e lei-
tura de informações, já que suas células 
guardam apenas um bit de informação, 
em compensação sua densidade é baixa. 
Construir equipamentos com alta capaci-
dade de armazenamento com este tipo 
de memória é algo muito caro.
Há um problema que afeta todas as 
memórias NAND. Com o tempo de uso, as 
células de memória perdem a capacidade 
de reter informações.
B1: Flash NAND SLC
F1. ioDrive de 80 GB.
áreas e assim por diante. Outros modelos 
de RAID, como 5 ou 10, sofreriam basica-
mente do mesmo problema, visto que neste 
caso não é a vazão total dos discos que está 
em jogo, mas sim o número máximo de 
solicitações atendidas.
Cache
A maneira mais rápida de solucionar 
este problema, comumente usada por 
DBAs (DataBase Administrators), é a uso 
da memória RAM como cache. Normal-
mente grandes servidores têm enorme 
quantidade de memória RAM e alocar 
parte dela para cache a fim de eliminar 
um “gargalo” do sistema se mostra muito 
proveitoso. 
Desse modo, as pequenas operações 
seriam feitas dentro da memória cache, 
e após terminadas as operações de lei-
tura e escrita seriam encaminhadas em 
blocos maiores para o sistema de arma-
zenamento, evitando IOs desnecessários 
sobre este.
Mas existem dois empecilhos que de-
vem ser avaliados quando se for usar este 
tipo de solução. 
O primeiro é com respeito a segurança 
dos dados. Todos sabem que a memória 
principal do sistema é do tipo volátil, a 
informação armazenada nela depende de 
alimentação elétrica. Caso aconteça um 
erro no servidor, pane elétrica, ou erro de 
operação e este precise ser reiniciado brus-
camente, todas as informações contidas 
no cache do sistema serão perdidas. Ao 
implementar este tipo de solução, o DBA 
deve estar ciente deste risco e calcular a 
melhor forma para minimizá-lo. 
O segundo é a quantidade de memória 
disponível no servidor. Apesar de a me-
mória RAM ser um recurso relativamente 
barato, ele não é infinito. O uso deste re-
curso também deve ser analisado, pois caso 
seja necessário a adição de memória RAM 
no servidor deverá ser feito um estudo de 
compatibilidade para se tentar expandir ao 
máximo este recurso.
Independentemente da solução ado-
tada, o ideal seria que tivéssemos disposi-
tivos de armazenamento não voláteis com 
baixa latência na busca de informações, 
que pudessem atender o maior número 
de IOs possíveis. Este tipo de recurso já 
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20
Testes
existe e está se popularizando na forma 
dos SSDs. Enquanto o tempo de busca 
médio de HD SAS de 15.000 rpm é de 
3,4 ms, um disco SSD tem uma latência 
média de 0,15 ms. Além do baixo tempo 
de acesso, SSDs apresentam consumo 
muito menor de energia.
Existe ainda uma outra alternativa, 
um equipamento fornecido pela empresa 
Fusion-io, chamado ioDrive, que propõe 
um tempo de acesso de aproximadamen-
te 50 µs (0,05 ms) para cobrir a defici-
ência de conjuntos RAID e/ou Storages. 
Segundo o fabricante, o ioDrive tem 
capacidade de atender mais de 20.000 
requisições de IO por segundo e taxa de 
transferência de 700 MB/s.
ioDrive
Recebemos o modelo de 80 GB do 
ioDrive para avaliação (figura 1). A placa 
adota um formato Low Profile, acompanha 
dois espelhos para os formatos mais co-
muns de gabinete e um pendrive contendo 
drivers para Windows.
Esta placa oferece suporte aos seguintes 
sistemas operacionais:
CentOS 4
CentOS 5
Debian Etch
Debian Lenny
Fedora 10
Fedora 9
Fedora 8
Fedora Core 6
OpenSuSE 10.3
OpenSuSE 11.1
RedHat Enterprise Linux 4
RedHat Enterprise Linux 5












SuSE Linux Enterprise Server 10
SuSE Linux Enterprise Server 11
Ubuntu 8.04
Ubuntu 8.10
Ubuntu 9.04
Windows Server 2003 
Windows Server 2008 
Windows XP
Windows Vista
No pendrive só estão disponíveis os 
drivers para Windows. Drivers para Linux 
devem ser baixados no site do fabricante 
(www.fusionio.com) e, caso não haja uma 
versão pré-compilada para o seu kernel, 
pode-se baixar o código-fonte. 
É importante ficar claro que, em todos 
os casos, existe a exigência de um sistema 
operacional de 64 bits. Não há suporte 
para sistemas de 32 bits.
Da mesma forma que outros disposi-
tivos de armazenamento de estado sólido, 
o ioDrive utiliza memória Flash. São 
utilizadas células SLC pela sua melhor 
performance, e uma controladora espe-
cializada assume a função de gerenciar 
estas células da forma mais eficiente que 
for possível. 
A comunicação com a placa-mãe é 
feita pelo barramento PCI-Express, uti-
lizando quatro vias (x4). Este é um dos 
pontos mais fortes do ioDrive: ao contrá-
rio do que acontece com SSDs, mesmo os 
de alta performance, ele não é conectado 
a um canal SATA limitado em 3 Gbps, 
ou até mesmo a um canal SAS, portanto 
está livre das limitações presentes nestes 
tipos de interface. O desempenho pode 
ser muito maior do que o de um sistema 
de armazenamento típico.









Como esta placa se propõe a atender 
uma def iciência de equipamentos de 
grande porte, como Storages, é natural 
que exista uma preocupação com a segu-
rança das informações que estão sendo 
gravadas neste dispositivo. 
Por isso o ioDrive implementa um 
algoritmo de controle comECC, que 
dá a segurança que os dados gravados 
estejam disponíveis por um tempo de 
até 24 anos.
Apesar de se tratar de um modelo de 
80 GB, há mais de 80 GB de memória 
Flash instalada na placa. Os gigabytes 
adicionais são usados para substituição 
de células de memória danificadas, e 
também pelo algoritmo de wear-leveling, 
para distribuir o desgaste e aumentar a 
vida útil do produto. 
Durante sua operação a placa está 
constantemente utilizando toda a memó-
ria instalada, mas oferece ao usuário sem-
pre os 80 GB nominais. Isto garante que 
o algoritmo de wear-leveling funcionará 
corretamente mesmo quando o drive 
estiver quase “cheio”. O wear-leveling é 
feito alternando as escritas entre as célu-
las livres, evitando repetir escritas sempre 
nas mesmas células. Entretanto, quando 
há pouco espaço livre no volume, sobram 
poucas células para este procedimento, 
o que faz com que estas últimas sejam 
escritas incessantemente. Existem muitas 
maneiras de contornar este problema, e a 
quantidade de memória extra aumenta a 
superfície de troca das memórias, evitan-
do um desgaste excessivo nos chips.
A seguir a verificação dos dados for-
necidos pela FusionIO.
LINUX
Acesso 100% Randomizado – 80% Leitura
Windows Server 2008
Acesso 100% Randomizado – 80% Leitura
Tamanho dos Blocos Total I/O Transferência MB/s
Latência Média de 
Acesso (ms)
Total I/O Transferência MB/s
Latência Média de 
Acesso (ms)
512 B 25964,63 12,68 0,04 20755,63 10,13 0,05
2 K 23397,31 45,70 0,04 18981,21 37,07 0,05
4 K 17391,19 67,93 0,06 15945,44 62,29 0,06
16 K 5585,58 87,27 0,18 5389,4 84,21 0,18
32 K 3256,21 101,76 0,31 4238,77 132,46 0,24
128 K 1134,93 141,87 0,88 1269,13 158,64 0,79
512 K 310,1 155,05 3,22 371,95 185,97 2,69
2 M 92,98 185,97 10,75 97,01 194,02 10,31
8 M 26,85 214,78 37,23 27,9 223,22 35,82
32 M 8,76 280,24 114,17 7,86 251,63 121,13
128 M 2,24 286,45 446,81 2,13 272,36 469,2
Resultados obtidos com leituras 100% randômicas, 
sendo 80% de leitura e 20% escrita.
T1.
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2009 # 88 # PC&CIA
21
Testes
Testes
Utilizamos o seguinte sistema para os 
testes do ioDrive:
Xeon 3075
Placa-Mãe Intel S3200SH
2x 1GB DDR2 800 Corsair
Western Digital Raptor 74 GB 
SATA
Windows Server 2008 64 bits
Ubuntu Server 8.04 LTS 64 bits
A placa foi inserida no conector PCI-
Express x8 disponível nesta placa-mãe da 
Intel. Após instalados os drivers para os sis-
temas operacionais do teste, o dispositivo 
foi detectado corretamente e iniciamos o 
teste usando o benchmark IOMeter. Todos 
os testes realizados foram feitos diretamen-
te sobre o hardware da placa, sem a adição 
de filesystem ou partições, justamente para 
medir a sua capacidade bruta, sem a inter-
ferências de cache ou do sistema.
A Tabela 1 nos mostra os resultados 
obtidos com acessos randômicos de leitura 
e escrita.
Ficamos satisfeitos com os resultados 
obtidos nos testes de leitura e gravação 
aleatória. A placa com pequenos blocos de 
leitura, entre 512 B e 2 K, conseguiu aten-
der mais do que as 20.000 requisições por 
segundo anunciadas pelo fabricante. Ape-
nas como comparação, um disco SSD de 
alto desempenho com células SLC (mesmo 
tipo usado no ioDrive), nas mesmas con-
dições de testes, consegue atender pouco 
menos de 13.000 requisições de leitura e 
escrita com blocos de 512 B. O ioDrive 
conseguiu 25.964, aproximadamente o 
dobro de desempenho.
Outro resultado que merece destaque 
foi a vazão de dados oferecidas com blocos 
de informações maiores, chegando a uma 
taxa de 286 MB/s.
Já a tabela 2 apresenta os resultados 
obtidos com acessos sequenciais ao ioDrive. 






É natural, neste tipo de acesso, obtermos 
um resultado melhor do que no acesso 
randômico de informações. A tabela foi 
resumida aos principais resultados obtidos. 
Novamente a placa apresenta um excelente 
desempenho em atender volumes enormes 
de requisições pequenas de entrada e saída. 
Foram atendidas 46.732 solicitações de lei-
tura e escrita por segundo com um tempo 
de acesso médio de 40 µs. 
Um disco rígido SATA de 10.000 rpm 
não consegue atender nem 10% deste vo-
lume de operações, e mesmo drives SSD 
de alto desempenho não rivalizam este 
tipo de solução.
Possíveis usos
Este nível de desempenho de I/O pode 
dar a um servidor a capacidade de subs-
tituir dois ou três outros servidores que 
ainda utilizem armazenamento em discos 
rígidos. Muitas empresas acabam por 
adquirir múltiplos servidores para imple-
mentar estruturas de load balancing a fim 
de reduzir o gargalo de I/O, mas com um 
ioDrive este cenário muda totalmente
Por exemplo, o maior gargalo de um 
servidor de máquinas virtuais é o subsis-
tema de disco, não tanto pelo volume de 
armazenamento mas sim pela natureza 
randômica das operações de disco soli-
citadas pelas várias máquinas virtuais. 
Chega-se rapidamente ao ponto em que 
o servidor fica lento não por falta de me-
mória ou de capacidade de processamento, 
mas por um gargalo no sistema de discos. 
A solução mais tradicional é adicionar 
mais discos operando em paralelo, mas 
isto apenas ameniza o problema, não o 
resolve. A adição de um ioDrive pode, 
potencialmente, resolver o problema, 
permitindo que um servidor execute o 
dobro de máquinas virtuais, ou até mais, 
sem adquirir novos servidores.
É certo que a capacidade de armaze-
namento deste dispositivo não é muito 
alta, especialmente se comparado com 
HDs modernos, que já atingiram os 2 
TB e continuam crescendo. Dificilmente 
será possível armazenar todos os dados da 
empresa dentro de um destes dispositivos a 
um custo viável (existem versões de até 640 
GB, mas o preço é naturalmente mais alto), 
entretanto, basta que ele armazene os dados 
mais acessados, como o banco de dados e as 
máquinas virtuais, para que o desempenho 
do servidor dê um salto. Dados menos aces-
sados podem ficar em discos rígidos.
Como sempre, o maior benefício será 
obtido pelos administradores que dimen-
sionarem corretamente seus sistemas, 
utilizando um ioDrive para as operações 
pesadas, que precisam de acesso rápido, e 
discos rígidos para os demais dados.
Conclusão
A crescente demanda por informaçao 
cria a necessidade de se planejar todo o 
ambiente de TI para atender este grande 
volume de requisições. Existem técnicas 
que podem ser aplicadas para melhorar o 
desempenho dos servidores ou dos bancos 
de dados, mas em muitos casos este tipo de 
técnica não pode ser aplicado ou não oferece 
o ganho de desempenho necessário. 
Muitas vezes, disperdiça-se enormes 
quantidades de dinheiro adquirindo todo 
um conjunto de servidores e storages para 
atender esta demanda, quando a simples 
adição de um dispositivo de armazenamen-
to de estado sólido de alto desempenho, 
como o ioDrive, pode eliminar o gargalo 
de performance e permitir que um servidor 
substitua dois ou três outros que ainda 
utilizem armazenamento mecânico. A 
diferença de custo é enorme, e o tempo 
de implementação é muito pequeno. Os 
benefícios são imediatos.
LINUX
Acesso 100% Sequencial – 80% Leitura
Windows Server 2008
Acesso 100% Sequencial – 80% Leitura
Tamanho dos Blocos Total I/O Transferência MB/s
Latência Média de 
Acesso (ms)
Total I/O Transferência MB/s
Latência Média de 
Acesso (ms)
512 B 46731,98 22,82 0,02 38309,19 18,71 0,03
4 K 21885,82 85,49 0,05 21824,57 85,25 0,05
128 K 1390,34 173,79 0,72 1518,6 189,83 0,66
32 K 9,58 306,63 104,35 9,61 307,56 103,92
128 K 2,63 336,03 380,74 2,74 350,94 364,65
Resultados obtidos com leituras 100% sequenciais, 
sendo 80% de leitura e 20% escrita.
T2.
PC
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PC&CIA # 88 # 2009
22
Testes
João Carlos Cé Bassanesi
Médico especializado em Psiquiatria e pós-
graduado em Saúde Mentale Atenção 
Psicossocial. Membro do Departamento de 
Informática da ABP - Associação Brasileira de 
Psiquiatria. Consultor em TI para médicos.
SSD Popular 
Como montar, instalar e configurar um 
Solid State Disc (SSD) contruído com adapta-
dores e cartões de memória tradicionais.
SSD Popular
No projeto de construção do SSD 
“popular”, utilizamos como base um adap-
tador que permite conectar um cartão de 
memória flash ao PC via porta SATA (exis-
tem adaptadores IDE e PCI também).
A semelhança do SSD “popular“ com 
os de mercado é incrível. Temos basica-
mente o mesmo princípio de construção 
e aplicação: uma placa controladora, a 
memória flash e a interface SATA. O di-
ferencial está por conta da tecnologia da 
controladora e da construção direcionada 
dos SSDs de mercado, o que se reflete em 
sua melhor performance frente à con-
troladora “adaptada” utilizada no SSD 
montado por nós.
O grande atrativo do projeto é a expe-
rimentação da nova tecnologia proporcio-
nada pelos SSDs a um custo relativamente 
baixo e com componentes acessíveis ao 
consumidor brasileiro. Além disso, é uma 
porta de entrada rápida para a tecnologia 
que promete destronar os discos rígidos.
Por muito tempo convivemos com restritas opções de armazena-mento de dados. O HD ainda domina a tecnologia e segue 
como um dos últimos dispositivos mecâ-
nicos indispensáveis ao PC. Mas, eis que 
surge no mercado, com crescente força, o 
Solid State Disc (SSD) inaugurando um 
novo patamar de armazenamento para 
PCs e, para muitos, anunciando breve 
aposentadoria aos HDs.
Basicamente, o SSD é um tipo de 
dispositivo sem partes móveis para arma-
zenamento não volátil de dados digitais. 
Construído em torno de um circuito in-
tegrado responsável pelo armazenamento, 
diferindo, portanto, dos sistemas mag-
néticos (HDs) e óticos (CDs). Os SSDs 
utilizam memória RAM ou memória flash 
como unidade de armazenamento.
As taxas de transferência dos SSDs (na 
maioria dos modelos) são equivalentes às 
de um HD modesto. Seu mais importante 
diferencial, entretanto, é o baixo tempo 
de acesso, que reduz bastante o tempo 
de boot e de acionamento de aplicativos. 
Outros méritos são a redução do consumo 
de energia e sua resistência física. Porém, 
para os padrões atuais de mercado e apli-
cação, os dispositivos SSD ainda são caros 
se comparados a dispositivos magnéticos. 
Modelos mais modernos, com alguns 
problemas das gerações inicias corrigidos, 
acenam com performances bem melhores. 
Recentes quedas de preço, e a melhora da 
performance e capacidade, começam a 
atrair usuários para essa nova opção de 
armazenamento.
F1.Adaptador de 
baixo custo
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2009 # 88 # PC&CIA
23
Testes
Hardware necessário
As principais limitações da construção 
residem no custo da memória utilizada, 
tanto melhor quanto maior desempenho e 
armazenamento, o que acaba por elevar o 
preço final do dispositivo e pelas limitações 
do adaptador que não apresenta o desem-
penho final de um SSD nativo.
Como regra para definição da capaci-
dade do SSD versus o SO utilizado temos 
para o Windows XP no mínimo 2 GB de 
memória, sendo o ideal 4 GB. Se a opção 
for pelo Windows Vista, o mínimo acei-
tável são 8 GB e o ideal 16 GB elevando o 
seu custo final. 
O adaptador
O mercado oferece uma vasta gama de 
adaptadores para memórias FLASH com 
interface SATA, IDE e até PCI. Existem 
adaptadores para um ou mais cartões de 
memória como Secure Disc (SD) e Com-
pact Flash (CF). Estes produtos são cada 
vez mais comuns em lojas online.
O adaptador CF-SATA escolhido (fi-
gura 1) permite ligação de um cartão CF 
(memória muito usada em câmeras digitais 
profissionais pela sua rapidez) que passa 
a ser reconhecido como um disco SATA 
comum. O adaptador é pequeno e pode 
ser instalado em notebooks e em desktops. O 
padrão SATA usa as mesmas conexões para 
discos de todos os tamanhos (ao contrário 
do padrão IDE). 
O cartão
A escolha do cartão de memória deve 
recair sobre modelos mais rápidos, garan-
tindo melhor performance do dispositivo. 
Cartões CF de 266X e os novos de 300X 
constituem as melhores escolhas. 
Para este projeto focamos a solução para 
Windows XP com um cartão CF Transcend 
300X de 4 GB (figura 2), tendo como 
objetivo o baixo custo aliado a um bom 
desempenho. 
Montagem
A montagem dos componentes é 
extremamente simples e intuitiva. Basta 
acoplar o cartão CF ao adaptador e este 
ser ligado ao cabo de energia e de dados 
SATA já dentro do PC, e pronto! Mais 
fácil, impossível.
Alguns adaptadores são encaixados 
diretamente nos conectores IDE ou SATA, 
enquanto outros são ligados através de 
cabos. Existem alguns que acompanham 
uma placa de fixação para baias de 2,5”, ou 
um espelho para fixação na parte traseira 
do gabinete em um slot PCI. Portanto, 
a forma de acomodação da peça dentro 
do computador pode variar. Na pior das 
hipóteses, o adaptador virá sem qualquer 
forma de fixação e o leitor precisará usar 
um pouco de criatividade na sua instalação. 
A sugestão neste caso é usar uma caixa pró-
pria para circuitos eletrônicos, facilmente 
encontrada no mercado.
Funcionamento
O aparelho é reconhecido pelo BIOS 
como um dispositivo SATA comum. A 
instalação do Sistema Operacional (utiliza-
mos o Windows XP) é feita normalmente, 
como em qualquer HD tradicional. 
Para melhorar o desempenho do 
SO, algumas otimizações devem ser 
implementadas visando evitar excesso de 
escritas sobre o CF e reduzir o chamado 
footprint (as “pegadas ou rastros” deixados 
pelo sistema). O objetivo é tentar deixar 
o SSD direcionado somente para leitura, 
usando outro dispositivo para a escrita e 
para os programas adicionais. 
A fim de obter isto, o sistema Win-
dows XP foi modificado pelo programa 
nLite, ficando menor e mais enxuto, mas 
mantendo todas as funcionalidades (mais 
informações no Box 1).
F2. CompactFlash de alta velocidade.
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24
Testes
O objetivo é ocupar o menor espaço 
possível no CF com a menor quantidade 
de arquivos e programas. A pasta “Meus 
Documentos“ foi movida para uma par-
tição em outro HD (um disco rígido de 
verdade), onde também foram instalados 
todos os demais programas. O recurso de 
recuperação do sistema foi desabilitado, 
a pasta de e-mails foi redirecionada e o 
arquivo de memória virtual também foi re-
locado. Essas otimizações são importantes 
para o sucesso do projeto.
Para evitar perder o trabalho todo caso 
o Windows se corrompa, é recomendável 
fazer backup com programas especiali-
zados, tais como o Norton Ghost ou o 
Clonezilla. A recuperação é muito rápida, 
uma formatação/reinstalação/reconfigura-
ção que levaria horas acontece em menos 
de 10 minutos.
Testes
Os testes comparativos foram feitos em 
um computador baseado no processador 
Core2Quad Q9450, placa-mãe Asus P5Q-
E com 4 GB GSKILL DDR2 1000 MHz 
de memória e um HD Samsung HD502IJ 
SATA II de 500 GB.
Notamos taxas de transferência abaixo 
das de um HD comum. O grande diferen-
cial fica no baixo tempo de acesso, critério 
muito importante que, além de reduzir 
bastante o tempo de boot (tabelas 1 e 2 ), 
torna o SO extremamente disponível para 
as aplicações.
Como podemos ver nas figuras 3 e 4, 
a velocidade de leitura do HD é bastante 
superior à do nosso dispositivo de arma-
zenamento de estado sólido. Mas, por que 
o tempo de boot melhora tanto com o uso 
do “SSD”?
O programa nLite (http://www.nliteos.
com) permite a criação de uma in-
stalação personalizada do Windows. 
Vários itens podem ser modificados, 
removidos ou adicionados. Podem ser 
excluídos drivers, programas e outros 
componentes não usados, ou integra-
dos novos drivers, atualizações ou 
programas à instalação original.Toda a estrutura do XP pode ser “tu-
nada” e sua instalação automatizada. 
O programa é facilmente instalado 
(requer apenas o .NET Framework 2) 
e é bem intuitivo. As modificações são 
divididas em etapas bem explicadas. 
Existem opções de salvamento e recu-
peração das alterações feitas.
Para inciar o uso tenha em mãos o CD 
original do XP e a chave serial usada. 
Vários tutorias na internet dão mais 
detalhes sobre o uso do nLite, uma 
ferramenta muito interessante para 
“enxugar” o XP.
Box 1: nLite
A resposta pode estar no tempo de aces-
so muito baixo e na velocidade linear do 
SSD, que formam o diferencial necessário 
para a melhora de desempenho obtida.
Outro fato que ponderamos é o “isola-
mento“ do SO em uma unidade dedicada 
(no caso o SSD) que corre em paralelo com 
os aplicativos acionados em outro HD, o 
que também pode influenciar na melhora 
de performance do sistema.
Conclusão
Toda a expectativa criada com a cons-
trução do “SSD popular“ foi recompensada 
pela melhora obtida e mais, pelo prazer de 
estudar e experimentar uma nova tendência 
a um preço bem conveniente ao bolso.
Na prática, obtivemos um SO que 
carrega muito mais rápido e uma resposta 
mais imediata dos aplicativos utilizados 
(mesmo aqueles instalados em outros 
HDs). O sistema todo ficou mais “esperto”. 
O dispositivo está funcionando no referido 
computador desde outubro de 2008 e já 
conta com muitas horas de uso sem apre-
sentar defeito algum.
Assim, mãos à obra e rumo à tecnologia 
que promete virar padrão de armazena-
mento muito em breve.
Tempo de carregamento do Windows
CF Transcend 300X 15,4 s
Samsung HD502IJ 22,3 s
Tempo total de boot
CF Transcend 300X 26,5 s
Samsung HD502IJ 36,1 s
T1.
T2.
Tempo de inicialização 
do Windows XP
Tempo total de 
inicialização da 
máquina, contando 
o tempo do POST
F3. F4.Performance aferida com o HDTach Resultado do teste com HDTune
PC
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26
Hardware
Marcus Brandão de Moura
Bacharelando em Sistemas de Informação. 
Certificado Nexans em cabeamento e D-Link 
DBCex e DBC, atualmente compõe a equipe 
de redatores da revista.
Finalmente meu 
HD novo chegou...
Invariavelmente, vai chegar um mo-
mento em que precisaremos de um novo 
disco rígido. Certamente este novo 
componente terá capacidade de armazena-
mento superior ao seu antecessor, caso ele 
vá substituir o disco atualmente em uso, 
ou então, um disco adicional está sendo 
adquirido. Neste caso, a capacidade de 
armazenamento já não é o ponto principal 
a ser analisado.
Independentemente de qual for a situa-
ção, precisamos prestar atenção a algumas 
coisas não muito boas que estão ocorrendo 
com muitos discos rígidos SATA vendidos a 
preços baixos pelo chamado grey market.
É comum encontrarmos no Brasil 
muitos discos rígidos sendo vendidos no 
mercado cinza. Em segundo lugar vem o 
mercado legal, original do fabricante, e por 
último o mercado negro. Pelo menos esta é 
uma boa notícia.
Como vimos o grey market não é 
necessariamente ilegal ou imoral, ele só 
não mantém as características originais de 
garantia e suporte técnico do fabricante. 
Nesse sentido, esse tipo de produto acaba 
saindo mais barato, principalmente se con-
siderarmos um preço de compra inicial mais 
baixo e a ausência da embalagem original 
do mercado varejista.
Alguns cuidados 
com discos rígidos 
comprados pelo 
grey market
Comprou um disco novo? De reven-
dedor autorizado? Não?! Então, preste 
atenção aos casos relatados aqui para 
poder evitá-los.
Por falar em embalagem, esta é muito 
importante em um disco rígido. Os discos 
rígidos atuais são bem resistentes podendo 
atingir até 350 g de choque mecânico, mas 
eles foram projetados para serem trans-
portados em uma embalagem que oferece 
um excelente acondicionamento, propor-
cionando redução e controle de umidade, 
temperatura e choques mecânicos.
O chamado white market (mercado 
branco) é formado pelas vendas de 
produtos a partir da rede de distri-
buidores autorizados pelos fabricantes 
e/ou seu varejistas credenciados. Nesse 
tipo de mercado, a garantia original do 
fabricante é repassada integralmente.
Já o grey market (mercado cinza) é formado 
pela venda de produtos originais obtidos 
a partir de grandes compradores OEM 
que não conseguiram dar saída em todo 
o quantitativo dos produtos e resolveram 
vender o excedente no mercado. Esses 
produtos não costumam ter a garantia 
original do fabricante e às vezes nem 
mesmo o suporte técnico o contempla.
O segmento que sobrou é o black market 
(mercado negro). Esse sim, é desleal e 
perigoso. Trata-se da comercialização 
de produtos falsificados, muitas vezes 
contrabandeados. Garantia?! Suporte 
técnico?! É melhor não esperar por isso.
Box 1: “Cores” do mercado
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2009 # 88 # PC&CIA
27
Hardware
Uma característica intrínseca do grey 
market é que o disco rígido fará mais via-
gens para chegar até o cliente final do que 
os produtos do mercado branco, com isso, 
esse produto sofrerá uma maior quantidade 
de choques mecânicos, será exposto a uma 
variação de temperatura sem controle e 
poderá ser estocado ou transportado em 
ambientes úmidos.
Qual a consequência disso?
Meu HD está meio esquisito
O que pode ocorrer com um disco do 
mercado cinza pode ser representado por 
problemas relacionados a um manuseio 
excessivo e descuidado. Só isso? Não. Isso 
faz toda a diferença.
Outro detalhe desse tipo de manuseio 
recai sobre aquela conhecida prática dos 
revendedores e lojistas aplicarem etique-
tas adesivas como forma de controle de 
garantia. Com isso, faz-se necessário violar 
a embalagem plástica antiestática, a última 
proteção do disco rígido.
As boas empresas fazem seus controles 
de garantia pelos números de série e códi-
gos dos modelos dos discos rígidos, método 
muito eficaz, uma vez que não existem 
dois números de série iguais de um mesmo 
modelo de disco rígido.
Essas informações vêm impressas na 
etiqueta do disco e também na etiqueta do 
saco anti-estático, tornando desnecessária a 
violação da embalagem. Entretanto, há quem 
abra a embalagem e curiosamente conecte o 
disco rígido a um computador sob o pretexto 
de ver se está funcionando bem. Muito zelo, 
não é mesmo? E que mal há nisso?
Este, ilustrado na figura 1.
Observe atentamente a figura. Note 
dois detalhes: o primeiro é que o dente, 
trilho ou projeção plástica, como queira, 
do conector de alimentação SATA (o mais 
largo) está quebrado. Compare-o com o 
conector de dados. Pois bem, é justamente 
essa projeção que impede que o conector de 
alimentação saia de sua posição correta ou 
ainda que não encaixe corretamente.
E se acontecer dessa projeção que-
brar e o conector deslocar-se de posição 
e for energizado posteriormente? Agora 
vamos notar o segundo detalhe. Houve 
um curto-circuito entre os pinos 3 e 4. 
A contagem dos pinos é feita a partir da 
projeção plástica, à esquerda, de acordo 
com a figura 1. Os três primeiros contatos 
são +3,3 VCC (laranja), os três seguintes 
são terra da fonte (preto), após isso vem 
mais três com +5,0 VCC (vermelho), mais 
uma “camada” com três contatos de terra 
da fonte e finalmente os três contatos de 
+12,0 VCC (amarelo).
Não precisamos dizer que esse curto-
circuito só foi possível graças à quebra da 
projeção plástica que impediria o desloca-
mento do conector de alimentação. E ago-
ra, o que aconteceu com o disco rígido?
Qualquer um pode dizer que trata-se 
de perda total e que quaisquer R$ 10,00 
obtidos na venda de um disco desses pode 
ser “lucro”. Isso está errado, esse disco 
pode estar em perfeito estado de funcio-
namento.
Bem, mas e ocurto-circuito? Não 
houve avaria? Em muitos casos não, porque 
os discos rígidos destinados a ambientes 
domésticos e de micro e pequenas empresas 
não são utilizados em perfis que exijam 
hot swap ou hot plug, com isso, a linha de 
+3,3 VCC acaba ficando sem sua principal 
função. Experimente utilizar um daqueles 
conhecidíssimos adaptadores de conectores 
da fonte de alimentação para alimentação 
SATA, sem o fio laranja (figura 2). Vá em 
frente, provavelmente vai funcionar.
Excelente! Salvamos o disco rígido 
comprado pelo grey market! Não é mes-
mo?
Bom... Não necessariamente. Ainda 
existem os perigos invisíveis, como as 
exposições descontroladas a umidade, 
temperatura e choques mecânicos.
Então, o disco ainda pode estar avaria-
do? Infelizmente sim.
F1. Conector macho de 
alimentação de um 
disco SATA avariado.
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Hardware
Mas veja bem, se desta vez talvez não 
possamos curar o seu disco, pelo menos 
podemos verificar se realmente ele está com 
problemas. Isso só pode ser feito com ele 
em funcionamento.
Inicialmente ligue o seu disco rígido na 
posição horizontal, com a face do circuito 
virada para baixo. Faça isso do lado de fora 
do gabinete. Concentre-se em ouvir curtos 
ruídos secos (se os ruídos forem longos 
e agudos, o disco já foi...). Você poderá 
tornar essa tarefa muito mais fácil se puder 
utilizar um estetoscópio neonatal. Não é 
caro e ajuda muito a ouvir todos os ruídos 
do disco rígido.
O disco parece bem? Então pros-
sigamos com um teste de desempenho 
bem revelador, usando o HDTach 3.0 
que pode ser baixado em (http://www.
simplisoftware.com/Public /index.
php?request=HdTach). Instale e execute 
o software de forma que ele faça um teste 
no disco em questão.
Observe a figura 3. Note que a curva 
do gráfico ía decrescendo de forma suave 
até que de repente mergulha vertiginosa-
mente e volta a patamares mais normais. 
Isso é preocupante. Capture, salve esta tela 
É verdade, alguns discos Seagate da 
linha Barracuda 7200.11 apresentaram 
problemas de desempenho e compatibi-
lidade com algumas controladoras. Meio 
chato, mas de fácil solução.
Os discos afetados são de 160, 320, 
640, 1000 e 1500 GB e podem ser mel-
hor identificados mediante a utilização 
do software Drive Detect (http://sup-
port.seagate.com/kbimg/utils/dri-
vedetect.exe).
Se o seu disco Seagate precisar de 
atualização de firmware, que corrigirá 
o problema, visite a página (http://
seagate.custkb.com/seagate/crm/
selfservice/search.jsp?DocId=207
957&Hilite=) para maiores detalhes 
de como fazer. Boa sorte, mas não se 
preocupe, é bem simples.
Box 2: Problema com 
discos Seagate?
e desligue o computador. Espere uns 20 
minutos e ligue seu sistema novamente de 
forma a repetir o teste.
Caso essa queda abrupta no gráfico 
se mantenha presente, mesmo que em 
diferentes pontos da curva, é conveniente 
executar o software de diagnóstico do 
fabricante. Conseguimos um candida-
to ideal para isso, nosso disco de teste, 
um Seagate Barracuda 7200.11 modelo 
ST31000333AS foi comprado no grey 
market e já chegou com problemas. Só 
que piorou bastante em menos de duas 
semanas, veja só a figura 4.
De fato, o disco parecia morto mesmo, 
como gostaríamos para este artigo.
Baixamos então o software Seagate Sea-
tools (http://www.seagate.com/ww/v/in-
dex.jsp?locale=en-US&name=seatools-
win-eula&vgnextoid=d0d51d4dad65
1110VgnVCM100000f5ee0a0aRCRD) 
para fazer um diagnóstico completo no 
disco. Quando o amigo leitor precisar fazer 
esse teste, prepare-se com muita paciência 
porque leva mais de quatro horas em um 
disco de 1 TB.
A figura 5 mostra o disco em questão 
sendo testado pela opção “teste automático 
completo”. Após esse teste, o disco pareceu 
se comportar melhor. Como não tínhamos 
nada importante gravado nele, realizamos 
o “teste avançado”, que não oferece garan-
tia da continuidade dos dados gravados 
no disco após o teste. Ao final desse teste 
avançado, após compras no supermercado, 
F2. Adaptador de alimentação 
SATA sem os 3,3 VCC.
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banho no cachorro, janta preparada e uma 
sessão de cinema, o disco ficou limpo e 
nenhum erro foi reportado. O teste com o 
HDTach foi muito bom.
Então o disco está curado? Calma, não 
é bem assim. Internamente ele pode estar 
com avarias que se refletirão em desgaste 
acentuado de forma prematura, normal-
mente sobre o atuador.
Use o disco, mas mantenha o anterior 
como backup.
Se for acionar a garantia, espere ele 
apresentar um pouco mais de defeito, 
mas cuidado para não perder o prazo 
da garantia. Os seis primeiros meses de 
um disco rígido são suficientes para que 
se diga se o disco vai ou não apresentar 
defeito.
Conclusão
Procure testar o seu disco periodica-
mente e compare os resultados obtidos, 
como nas figuras 3 e 4.
Discos rígidos não se curam. O nosso, 
utilizado nos testes, nunca será confiável, 
mesmo parecendo estar tudo bem, por 
isso estaremos sempre monitorando sua 
atividade. Até a próxima.
F4.
F3.
F5.
Queda abrupta no desem-
penho. Preocupante.
Lá se vai 
o disco...
 Disco em teste.
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Hardware
Os novos chips da Intel
No painel do seu carro você nota que o combustível está no re-serva, você para no posto mais próximo e estaciona sobre um 
macaco hidráulico, onde o frentista levanta 
o seu carro. Com diversas ferramentas ele 
começa a remover o seu tanque de gasolina, 
juntamente com a bomba de combustível 
e bicos injetores, coloca bicos novos, uma 
bomba nova e um tanque novo porém cheio 
de combustível. Pode parecer absurdo mas 
é assim que funciona a maioria das impres-
soras a laser, onde a cada recarga de toner 
que o usuário tem que fazer, troca-se todo 
um conjunto de cilindros, engrenagens e 
repositório de toner só para ter as mesmas 
peças porém com o repositório cheio.
Mesmo que exista no mercado uma certa 
quantidade de empresas que remanufaturam 
estes toners, ou a própria empresa recicle este 
material, nem todos são reaproveitados e 
acabam indo para o lixão municipal. Outro 
fator é o econômico, pois não pagamos pelo 
refil do toner e acabamos pagando pelo 
conjunto inteiro (cilindro e engrenagens) 
que estavam novos no refil anterior.
Aproveitando para atender a necessidade 
dos usuários que estavam à procura de um 
meio mais barato de adquirir uma impressora 
a laser, a Samsung lançou a ML-2010, que 
tem o toner recarregável.
No site do fabricante não existe a in-
formação de que o cartucho que compõe a 
impressora é recarregável. O procedimento 
de troca indica que o usuário deve abrir a 
impressora, remover o cartucho vazio, colocar 
um novo e fechá-la, não mencionando nada 
sobre a recarga. Porém, é possível adicionar 
somente o toner, sem a necessidade da troca 
do refil.
Em tempos em que a economia 
e o respeito ao meio ambiente são 
fatores importantes na aquisição de 
produtos, uma impressora com toner 
recarregável se encaixa bem nos atuais 
cálculos de custo-benefício.
Samsung 
ML-2010
Renato Paiotti
Impressora Laser
econômica e recarregável
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Hardware
Quarenta e sete milhões 
de transistores empilhados 
em uma área de 22 mm²: 
este é Atom, o menor 
processador da Intel.
Características da impressora
A ML-2010 tem uma velocidade de 22 
ppm (páginas por minuto), sendo que a 
primeira página começa a ser impressa em 
menos de 10 segundos. Outra característica 
importante desta impressora é que o acesso 
ao cartucho do toner é pela parte frontal do 
equipamento, facilitando a vida dousuário 
na hora da troca , ou quando for necessário 
remover algum papel atolado. Caso o papel 
fique preso depois de ter passado pelo cilin-
dro, existe uma tampa na parte superior que 
pode ser aberta para removê-lo.
Esta impressora tem sido muito bem 
aceita pelo mercado por apresentar suporte 
a todos os principais sistemas operacionais. 
Além do Windows XP e Vista, há drivers para 
o Windows 98/ME e ainda suporte oficial 
ao Mac OS e ao GNU/Linux, oferecendo 
os drivers no próprio CD que acompanha a 
impressora, e também no site. O driver para 
Linux é o mesmo da Samsung ML-4500, 
que já acompanha a base de drivers Foomatic 
usada no CUPS, portanto sequer precisamos 
do CD para configurar a impressora em 
nosso laboratório. O funcionamento da 
impressora, tanto no Windows XP quanto 
no Linux, foi exemplar.
Outro item importante é o prático 
botão Toner Save (figura 1), que aciona o 
modo de impressão econômica, reduzindo 
a quantidade de toner aplicada no papel e 
aumentando a autonomia da impressora 
em até 40%. Este recurso remete ao botão 
“Draft” presente em impressoras jato de 
tinta mais antigas, a impressão fica um 
pouco mais fraca mas gasta-se menos tinta, 
ou toner, neste caso.
Com seu formato compacto ela se encaixa 
bem nos padrões home/office, com baixo ruído 
e duas bandejas de suporte de papel.
O Refil
O refil pode ser encontrado em gar-
rafinhas contendo 80 gramas para uma 
simples recarga, que custam em média de 
R$ 10,00, ou em garrafinhas com 1 kg 
que recarrega o cartucho por até 12 vezes 
- por R$ 70,00.
O refil que utilizamos neste artigo foi 
o de 80 gramas (figura 2), adquirido na 
eLaser (www.elaser.com.br).
Recarregando o toner
Para a recarga do toner é importante 
ter em mente a sujeira que pode ocorrer 
caso algum movimento em falso aconteça, 
pois o pó do toner é muito fino. Por este 
motivo, separe uma mesa para esta tarefa. 
Feita com todo o cuidado, a sujeira será 
mínima, o máximo que pode acontecer é 
sujar as pontas dos dedos.
Remova o cartucho da impressora, sempre 
com cuidado, pois o cilindro é sensível. Há 
uma alça específica para remoção e instalação 
do cartucho.
Depois, com uma chave philips solte os 
dois parafusos da tampa lateral direita que 
protege as engrenagens (figura 3).
A tampa que protege o reservatório 
lembra uma tampa de garrafa de produto 
de limpeza, ou seja, ela não é rosqueável, e 
sim por pressão. Remova-a com cuidado, 
lembrando de deixar o cartucho na posição 
vertical para não deixar escapar o pouco 
de toner que resta no reservatório, a fim de 
evitar sujeira. Veja a figura 4.
Agora que você já conhece o segredo para 
abrir o cartucho, basta realizar a recarga. Antes 
de colocar o toner novo, elimine o restante 
do antigo dando leves batidas no cartucho 
para que ele se solte mais facilmente. Para 
colocar o toner novo, utilize um pequeno 
funil, que pode ser feito com uma folha 
de papel, e acrescente o conteúdo inteiro 
da garrafa no reservatório. Para encher o 
reservatório da ML-2010, 80 gramas são 
suficientes.
Feche a tampa do reservatório e, com 
um pincel, limpe eventuais vestígios de 
toner na parte externa do cartucho antes 
de recolocar a tampa lateral com os dois 
parafusos.
Botão Toner Save aciona 
o modo de impressão 
econômica.
F1. Refil de 80 gramas, junto 
do cartucho original da 
impressora.
F2.
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Samsung Q1U-XP, 
um produto que irá 
se beneficiar de um 
Atom Z500.
Insira o cartucho na impressora e feche 
a tampa dianteira. Imprima uma página de 
teste e pronto.
É importante, durante a recarga, evitar 
tocar no cilindro verde para não manchá-
lo com a gordura ou sujeira que temos nas 
mãos, pois isto pode danificá-lo ou diminuir 
a qualidade da impressão. Eventualmente 
o cilindro precisará ser trocado, como em 
qualquer outra impressora, mas ele também 
está disponível separadamente nas lojas 
especializadas. O preço é bem em conta.
Conclusão
Para uso pessoal ou profissional, a Sam-
sung ML-2010 se mostra uma das opções 
mais atraentes do mercado. A qualidade 
de impressão está no mesmo nível das 
concorrentes, a velocidade é boa e ela não 
é especialmente barulhenta.
Não é todo dia que temos a oportunida-
de de testar uma impressora que funcione 
nativamente em sistemas GNU/Linux e, 
ainda por cima, ofereça a possibilidade 
de recarregar o toner facilmente. Micro e 
pequenas empresas certamente encontrarão 
na ML-2010 tudo o que procuram em uma 
impressora de qualidade.
Apesar de custar em média R$ 450 (as 
concorrentes custam R$ 300), a capacidade 
de recarga do toner faz toda a diferença. 
Após a segunda recarga já recuperamos 
a diferença de valor, e daí em diante só 
teremos economia.
Removendo 
a lateral do 
cartucho.
F3.
Removendo 
a tampa do 
reservatório.
F4.
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Está estreando no mercado brasi-leiro uma nova marca, a Mega Ultimate Technology, com pla-cas de baixo custo, oferecendo 
uma opção de placas para os integradores 
de computadores com garantia e suporte 
nacional. Por trás, na fabricação desta nova 
marca, se encontra a Digitron.
Para os leitores que ainda não co-
nhecem o nome Digitron, este é um dos 
maiores fabricantes nacionais de placas. 
Hoje emprega mais de 1200 funcionários 
e o seu centro fabril se encontra na Zona 
Franca de Manaus. Se você já comprou ou 
compra placas-mães das marcas Gigabyte, 
SuperMicro ou Intel fabricadas nacional-
mente, provavelmente está levando para 
casa um produto da linha de produção da 
Digitron. 
No ano 2007 a Digitron decidiu inves-
tir na fabricação de produtos com marca 
própria, desta iniciativa nasceram as mar-
cas PCWARE e MEGA. A distribuição 
Alfredo Heiss
Formado em Eletrônica e Técnico em TI, com 
mais de 10 anos de experiência nas áreas 
de hardware, sistemas operacionais para 
servidores e redes. Atualmente é membro da 
equipe de redatores da revista.
Mega IPM31
Avaliamos a placa-mãe Mega IPM31, um novo produto 
da Mega Ultimate Technology, voltado para os integradores 
que desejem um produto com um bom desempenho e 
baixo custo.
destes produtos no mercado nacional é 
feita através de uma rede de revendas que 
já atendem todo o Brasil.
Em breve o leitor terá em mãos algu-
mas placas destas marcas, como a IPM31, 
que foi cedida para testes no nosso labo-
ratório.
Detalhes
Esta placa é destinada ao mercado de 
baixo custo, onde integradores buscam 
um produto acessível e que proporcione 
um bom desempenho. Como a produção é 
nacional, o integrador também ganha uma 
garantia maior e facilidades para reposição 
em caso de defeito.
Sua caixa para transporte e venda é 
simples, apresentando na parte frontal 
algumas especif icações do modelo de 
processador, FSB e memórias que são 
suportados. Não é raro em lojas de in-
formática, os vendedores confundirem as 
especificações de algumas placas, por causa 
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Hardware
de caixas e nomes de placas parecidos. Com 
estas informações disponíveis de forma 
bem clara na frente do produto, evitamos 
alguns problemas. Também encontramos 
na caixa alguns selos da Intel e outro da 
RoHS, mostrando que a marca tem uma 
preocupação com o meio ambiente. Todas 
as informações na embalagem e o manual 
estão em português. 
A placa vem embrulhada com material 
antiestático. O kit da placa é bem reduzido, 
encontramos apenas um cabo Sata com 
um adaptador de força, um cabo IDE 80 
vias e um cabo para disquete 3 ½, um 
espelho traseiro para o gabinete e um CD 
com driverspara Windows XP e Windows 
Vista 32 bits.
O layout da placa é bem distribuído. Os 
bancos de memória DDR2 se encontram 
livres, não há dificuldade para se instalar 
memórias, mesmo com a adição de uma 
placa de vídeo de grandes proporções na 
conexão PCI-E 16x. As portas SATA não 
estão na direção desta última conexão, 
não havendo dificuldades para instalação 
de HDs ou drives de DVD. O único com-
ponente que não está com uma posição 
favorável é o southbridge, que se encontra 
muito próximo ao conector PCI-E 16x. 
Existem dois conectores de alimentação 
para ventoinhas, um para a CPU e outro 
para uma ventoinha de gabinete. O que nos 
chamou a atenção é que ambos usam um 
conector de quatro pinos, comumente usa-
do em ventoinhas com controle de rotação 
PWM. Na maioria das placas-mãe, mesmo 
as de alto custo, são oferecidos vários co-
nectores, mas apenas a ventoinha da CPU 
é controlada por PWM. Infelizmente esta 
placa não fugiu à regra e apenas a ventoinha 
da CPU é controlada por PWM, o segundo 
conector fornecido não tem esta função 
implementada.
A figura 1 nos dá uma visão geral da 
placa. No coração da placa-mãe existe o 
chipset G31 da Intel, com suporte a pro-
cessadores Celeron, Pentium Dual Core, 
Core2Duo e Core2Quad. A placa-mãe 
suporta FSBs de 800, 1066 e 1333 MHz.
A placa oferece dois conectores para 
memórias DDR2, onde podemos instalar 
até o máximo de 4 GB. São suportadas as 
frequências de 533, 667 e 800 MHz. 
Na refrigeração do chipset foi usado 
um dissipador de alumínio com aletas 
finas, o que ajuda na troca de calor apro-
veitando a ventilação gerada pelo cooler do 
processador, mantendo a temperatura do 
chipset baixa.
O responsável pela ponte sul é o antigo 
ICH7, que se encaixa perfeitamente com o 
objetivo de oferecer um produto com um 
bom desempenho a um custo baixo. Este 
chip possui quatro portas SATA 2.0, uma 
conexão IDE, uma conexão para disquetes 
e algumas portas USB.
O som com 6 canais é fornecido por um 
chip Realtek ALC662, que é compatível 
com o padrão High Definition. A saída de 
rede Gigabit também é fornecida por um 
outro chip da Realtek, modelo RTL8111B. 
Estes dois dispositivos têm suporte nativo 
no Windows Vista e na maioria das dis-
tribuições GNU/Linux recentes, mas no 
CD que acompanha a placa apenas são 
fornecidos drivers para Windows XP e 
Vista 32 bits.
A placa oferece as expansões comuns 
para placas de baixo custo padrão micro-
ATX. Internamente encontramos um cone-
xão PCI-E 1x, uma PCI-E 16x normalmente 
usada para a placa de vídeo, duas PCI 32 
bits. O painel traseiro apresenta duas portas 
PS-2, uma saída VGA DB-15, uma porta 
serial e uma porta paralela, três conectores 
para o som e uma saída RJ45 para a rede 
Gigabit. Internamente são oferecidas mais 
quatro portas USB e uma porta adicional 
serial. Portas seriais não são comuns hoje em 
dia, mas são úteis para comunicação com 
equipamentos legados.
Um grave defeito desta placa é a falta de 
um dissipador para a ponte sul. A tempera-
tura deste chip era de 76°C com o sistema 
em repouso, aberto em cima de uma ban-
cada dissipativa. Se estivesse dentro de um 
gabinete com pouca refrigeração, fechado 
em baixo de uma mesa por exemplo, com 
Visão geral da placa IPM31.F1.
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certeza teríamos temperaturas maiores que 
90°C neste componente, correndo o risco 
de danificá-lo. Notem na figura 2 um 
outro problema que temos na região da 
ponte sul. O layout deste componente na 
placa se encontra muito próximo da trava 
de segurança do conector PCI-E 16x. Isto 
nos obriga a instalar um dissipador de per-
fil baixo. A boa notícia é que existe furação 
na placa-mãe para facilitar a instalação de 
um dissipador neste componente.
Instalação
O manual que acompanha o produto 
é muito simples, e está em Português. O 
manual aborda temas como o layout da 
placa, especificações, instalação do proces-
sador e periféricos, conectores externos do 
painel traseiro e internos, mas esquece de 
comentar temas importantes como limpar 
as configurações salvas na BIOS em caso de 
erro com um clear CMOS, ou detalhes das 
configurações existentes na BIOS.
A BIOS fornecida com a placa é da 
AMI, mas infelizmente não oferece mui-
tas opções de configuração. Esta placa 
é realmente voltada para o mercado de 
integradores que não podem perder tempo 
configurando componentes. Não existem 
opções para configurar a velocidade de 
trabalho das memórias, caso tenham sido 
detectados incorretamente parâmetros 
como latências ou o barramento central 
do processador. Apenas configurações e 
opções para habilitarmos os dispositivos 
onboard são encontradas no BIOS.
No primeiro boot da placa, as opções 
carregadas de fábrica são as Fail-safe De-
faults. Esse modo seguro de iniciar garante 
uma maior compatibilidade com os com-
ponentes instalados, evitando algumas 
dores de cabeça de princípio. Mas como 
as opções deste modo são muito conser-
vadoras, recomenda-se que a placa tenha 
seu BIOS configurado para o modo de 
operação mais eficiente. Como as opções 
são poucas, não existe nenhum segredo, 
apenas prestar atenção em alguns detalhes 
como habilitar as portas USB para o modo 
de operação 2.0.
Para a instalação do sistema opera-
cional, é fornecido suporte apenas para 
sistemas Windows de 32 bits. Caso se 
deseje utilizar um sistema operacional de 
64 bits da Microsoft, os drivers deverão 
ser baixados no site dos fabricantes dos 
componentes. No site da Mega não en-
contramos suporte a sistemas operacionais 
de 64 bits.
Não existem softwares para manutenção 
ou monitoração do sistema, como os forne-
cidos por outras marcas, nem mesmo para 
leitura da temperatura ou linhas de tensão 
na placa-mãe. Caso seja necessário algumas 
destas ferramentas, seremos obrigados a 
recorrer a algum programa de terceiros 
(existem muitos gratuitos).
Os integradores que trabalham com dis-
tribuições Linux podem utilizar esta placa, 
uma vez que os componentes utilizados são 
suportados por boa parte das distribuições 
existentes no mercado, entre eles citamos 
o Ubuntu 9.04 e o Mandriva 2009.1. Mas 
infelizmente o suporte deverá ser dado pelo 
próprio integrador, a Mega parece desco-
nhecer o incentivo que está sendo dado ao 
software livre para computadores de baixo 
custo e nem sequer cita suporte ao Linux 
nos seus produtos.
Testes
Imaginamos as seguintes situações para 
realizar os testes. 
Primeira, o micro típico de escritório: 
um processador com fraco desempenho, 
barato e com o vídeo integrado. Uma 
configuração típica para escritórios que 
trabalham com editores de texto e planilhas, 
vendidos em grande volume por micro e 
pequenos integradores.
A segunda situação seria um computa-
dor voltado para um escritório que necessite 
de um poder de processamento maior, seja 
por causa do sistema de ERP ou outro 
aplicativo mais exigente.
Por fim, a terceira situação proposta é a de 
um PC doméstico, que hoje precisa de um custo 
baixo mas com possibilidades de upgrade no 
futuro. O vídeo onboard desta placa jamais será 
usado para jogos pesados que demandem alto 
desempenho, entretanto mostraremos como a 
adição de uma placa de vídeo de alta performan-
ce pode resolver este problema facilmente.
Processadores Intel Pentium Dual Core 2140 1,6 GHz / Intel Core 2 Quad Q6600 2,4 GHz
Placa-Mãe Mega IPM31
Memória 2x 1 GB DDR2 800 Patriot
Vídeo Onboard - Nvidia 8800 GTS 768 MB
HD Seagate SATA 400 GB 7200 RPM
Fonte PC Power & Cooling 610 W Silencer
Sistema Operacional Windows Vista Ultimate 64 bits SP1 / Windows XP Professional SP3
Configuração usada no TesteT1.
Southbridge da placa muito próx-
imo ao PCI-E 16x, dificultando a 
instalação de um dissipador.
F2.
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Hardware
Para os testes, usamos a configuração 
descrita na tabela 1.
O primeiro passo foi verificar o desem-
penho da placa dentro do sistema Windows 
Vista. Com os drivers devidamente insta-
lados, a nota do sistema foi de 3,4 pontos. 
Como o sistema de pontuação do Windows 
Vista sempre considera a nota do subsistema 
mais lento como a nota final, e esta foi a do 
vídeo integrado, não há mudanças nessa 
nota independentemente do processador 
utilizado. O vídeo integrado no chipset G31 
da Intel oferece suporte ao Aero do Vista, 
mas infelizmente não existe um bom supor-
te a instruções 3D, nem suporte a shaders 
gráficos ou ainda aceleração de vídeos de 
alta definição para serem usados com um 
bom computador residencial.
Já que é comum micros de baixo custo 
virem com o sistema operacional Windows 
XP, após um teste de compatibilidade com 
o Vista, instalamos este com o Service 
Pack 3 para darmos continuação aos testes 
de desempenho. Usamos três softwares 
de benchmarking, cada um com propósito 
distinto. O primeiro foi o PCMark 2005, 
usado para avaliar o conjunto montado. O 
segundo teste foi testar a desempenho 3D 
da placa-mãe, e mostrar a vantagem de se 
utilizar um placa de vídeo para algumas 
funções. E um último teste, uma avaliação 
da controladora de memória integrada no 
chipset G31 da Intel e as diferenças de 
desempenho com o vídeo integrado e uma 
placa de vídeo discreta.
Os resultados do PCMark podem ser 
conferidos na figura 3. A configuração mais 
simples, com o processador Pentium Dual-
Core teve um resultado de 3438 pontos, o 
que é muito bom para um computador de 
baixo custo como o sugerido nessa confi-
guração. Já com adição de um processador 
QuadCore, o Q6600, tivemos um resultado 
de 5198 pontos.
Já a variação do resultado no benchmark 
3DMark 2006 está diretamente ligada ao 
uso de uma placa de vídeo. Como vemos na 
figura 4, o processador Quadcore não teve 
potência suficiente para alterar o resultado 
neste teste, mas com a adição de uma placa 
de vídeo GeForce 8800GTS ambos os 
processadores tiveram ótimos resultados. A 
adição de uma placa de vídeo simples, como 
uma Nvidia GeForce 8400GS ou uma ATI 
Radeon HD3450 já seria suficiente para 
melhorar muito o desempenho 3D do vídeo 
onboard, fora a adição de recursos como 
aceleração para mídias digitais em formato 
de alta definição.
No teste da banda disponível no barra-
mento da memória notamos uma pequena 
diferença devido à influência da placa de 
vídeo, porque o vídeo onboard consome 
um pouco de banda já que compartilha da 
memória principal. Os resultados de largura 
de banda podem ser vistos na figura 5.
Conclusão
A placa tem várias qualidades interes-
santes para o público ao qual ela é direcio-
nada, tem boa capacidade de expansão e um 
bom desempenho. Só não daremos maiores 
recomendações para esta placa devido ao 
fato de não existir um dissipador de calor 
no southbridge, obrigando este componente 
a trabalhar com uma temperatura muito 
alta, correndo o risco de sofrer algum dano 
irreversível.
A Mega fornece outros modelos de 
placas com o chipset Intel G31, como os 
modelos WG31M e WG31M-L, que não 
têm este problema de aquecimento, e con-
sequentemente, terão um vida útil maior 
sem trazer dores de cabeça ao integrador 
que usá-los.
As marcas Mega e PCWARE, ambas 
da Digitron, oferecem os mesmos modelos 
de placa, provavelmente por terem a mesma 
linha de montagem, apenas mudando as 
embalagens dos produtos. Então a reco-
mendação desta placa também se aplica ao 
modelo IPM31 da PCWARE, que possui 
as mesmas qualidades, mas infelizmente o 
mesmo defeito. PC
Resultado PCMark 2005F3.
Pontuação do 3DMark. A grande diferença 
se deve à placa de vídeo utilizada.
F4.
Resultado do Sandra. Resultado em GB/s.F5.
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38
Hardware
Os novos chips da Intel
Pode-se dizer que a plataforma AMD AM2 obteve sucesso no mercado. É encontrada em todo o tipo de computador, desde simples com-
putadores de escritório com processadores 
Sempron, até os mais caros e poderosos com 
processadores Athlon X2.
Com o lançamento do Phenom X4, surgiu 
a plataforma AM2+, uma revisão da AM2 
com barramento Hyper Transport mais 
veloz e com gerenciamento de energia mais 
avançado, capaz de controlar separadamente 
os núcleos do processador e a controladora 
de memória interna.
Apesar da revisão, o AM2+ manteve 
a compatibilidade com a versão anterior. 
Tornou-se possível aproveitar qualquer 
processador AM2 em uma placa AM2+, 
bem como instalar processadores AM2+ 
em boa parte das placas-mãe mais antigas, 
bastando, para isso, que o fabricante dispo-
nibilizasse uma atualização de BIOS com o 
suporte aos novos processadores. 
Mas, como bem sabemos, o mundo 
da informática não para e as evoluções 
são constantes. O Phenom já não é mais 
o processador topo de linha da AMD, 
cedendo lugar para seu irmão mais novo, 
 Upgrade
para Athlon
 AM2
o Phenom II. Junto com o novo processa-
dor chega uma novo padrão: o AM3, que 
vem atualizar a plataforma da AMD para 
utilizar as memórias DDR3, que estão ga-
nhando mercado rapidamente. Entretanto, 
foi tomada a decisão de manter o mesmo 
socket das gerações passadas e esta decisão 
não foi aleatória.
Para usufruir de todo o potencial dos 
novos processadores Phenom II, é necessário 
ter uma placa-mãe AM3, com suas memó-
rias DDR3. Mas a estratégia de manter o 
mesmo socket da plataforma antiga cria a 
possibilidade de upgrades para os usuários 
já de placas AM2 e AM2+, que podem 
migrar para este novo processador sem a 
necessidade de trocar todo o sistema.
Isto é possível porque os processadores 
AM3 trazem duas controladoras de me-
mória integradas, uma DDR3, para a nova 
plataforma, e uma DDR2, revisada, para 
manter compatibilidade com as plataformas 
antigas. A seguir demonstraremos o quão 
válido é um upgrade para um processador 
AM3 e detalharemos o procedimento. 
Para tal, usaremos dois processadores de 
gerações diferentes mas com frequências 
de trabalho iguais.
Alfredo Heiss
Placas-mãe no padrão AM2 ganham 
um novo fôlego com a possibilidade de 
um upgrade para os novos processadores 
Phenom II.
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Hardware
Quarenta e sete milhões 
de transistores empilhados 
em uma área de 22 mm²: 
este é Atom, o menor 
processador da Intel.
Athlon 64 AM2
No ano de 2003, a AMD inovou com o 
lançamento dos Athlons 64. Os processadores 
Hammer ou K8, até então como eram conhe-
cidos, traziam integrados a controladora de 
memória, e não usavam mais o FSB (Front 
Side Bus) para a interligação com o chipset e 
periféricos a favor do HTT (Hyper Transport 
Technology), uma interligação ponto a ponto 
em alta velocidade que facilita a comunicação 
entre o processador e os demais componentes. 
(figura 1), e consegue fornecer uma vazão 
de dados de até 8 GB/s.
Em 2006 ocorreu um processo de 
evolução nestes processadores. Tanto o 
padrão como o socket mudaram para o 
padrão AM2. Destas mudanças, destacamos 
alguns pontos.
Controladora de Memória
A controladora de memória integrada 
passou a dar suporte apenas a memórias 
DDR2. As versões single-core deste proces-
sador suportam memórias até a frequência 
de 667 MHz, enquanto as versões dual-core 
aceitam frequências até DDR2 800 MHz. 
Uma característica destes processadores, a 
frequência de operação das memórias era 
obtida através de uma divisão da frequência 
do processador pela metade do seu multipli-
cador padrão, e não pela frequência base do 
HTT. Como o divisor para a memória era 
calculado somente com números inteiros, 
infelizmente, os processadores com o mul-
tiplicador internoímpar não conseguem 
aproveitar toda a banda oferecida por uma 
DDR2 800. Um Athlon 64 X2 6000+ tem 
um multiplicador interno de 15x, consequen-
temente suas memórias trabalham a 375 
MHz (3000 / 8) ou DDR2 750 MHz.
Cache
Internamente este processador tem 
dois níveis de cache, ambos exclusivos por 
núcleo. O nível um, ou L1, tem 128 KB, 64 
KB para instruções e 64 KB para dados. O 
segundo nível (L2) tem 512 KB ou 1 MB. 
Quando uma informação se faz necessária, 
o processador realiza uma busca de forma 
ordenada, começando pelo cache nível um. 
Se a informação desejada não estiver lá, a 
busca prossegue ao cache de nível dois e, 
por fim, à memória principal.
Virtualização
Todas as versões do Athlon 64 X2 na 
plataforma AM2 têm instruções para aumen-
tar o desempenho de máquinas virtuais. Na 
época não parecia fazer muito sentido incluir 
este recurso em todos os processadores, mas 
a longo prazo esta se mostrou uma ótima 
escolha da AMD. Todos os processadores 
AM2 já poderão executar o Windows Se-
ven, que requer este recurso para oferecer 
compatibilidade com softwares antigos (a 
compatibilidade com o Windows XP é feita 
através de uma máquina virtual).
Phenom II
Ao contrário do que aconteceu na 
geração passada, a primeira geração dos 
processadores Phenom e sua arquitetura 
K10 foi criticada pelo público e mídia em 
geral, devido a alguns erros de engenharia 
(Bug TLB), inadequação do processo de 
fabricação ao tamanho do chip, e falta de 
otimização do software, uma vez que o 
sistema operacional Windows não tem um 
agendador de processos capaz de trabalhar 
de forma eficiente com vários núcleos em 
modo power save.
Com a segunda geração de processadores 
Phenom, a AMD espera corrigir os erros e 
melhorar o desempenho (figura 2).
Vamos analisar as principais diferenças 
entre as arquiteturas.
Controladora de Memória
A controladora de memória da geração 
K10 passou por uma série de revisões. A 
primeira mudança foi a adição de um canal, 
oferecendo dois canais de 64 bits ao invés de 
apenas um de 128 bits. Como o número de 
núcleos por processador tende a aumentar, a 
adição de um canal garante um uso melhor 
da banda de memória total disponível.
O suporte a memórias DDR3 foi adi-
cionado através de uma nova controladora 
de memória, sem remover a controladora 
DDR2, o que torna os processadores AM3 
compatíveis com placas-mãe antigas.
Processador Athlon 
64 X2 6400+ no 
padrão AM2.
F1.
Processador AM3 Phenom II 
955 Black Edition com uma 
frequência de trabalho de 3,2 
GHz e compatibilidade com a 
plataforma AM2.
F2.
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Hardware
HyperTransport 3.0
Máquinas Gamers, às vezes com quatro 
placas de vídeo de alto desempenho, exigem 
um barramento de alta velocidade para 
comunicação entre o PCI-E e a CPU. Ser-
vidores multiprocessados também precisam 
deste barramento de alta velocidade para 
comunicação entre os seus núcleos.
Para satisfazer esta demanda, a AMD 
passou a utilizar na arquitetura K10 o 
HyperTransport 3.0 que fornece uma vazão 
de dados de 16 GB/s.
Cache
Nos processadores Phenom II existem 
três níveis de cache. Os dois primeiros são 
exclusivos de cada núcleo e o terceiro é 
compartilhado entre todos eles. A principal 
diferença entre a primeira geração de pro-
cessadores Phenom e esta é a quantidade de 
memória compartilhada entre os núcleos, 
que passou de 2 MB para 6 MB.
A diferença desta geração para os primei-
ros Athlons 64 é a maneira que os acessos ao 
cache são feitos. O Phenom sempre busca 
as informações no nível mais próximo ao 
núcleo, o cache L1 do processador, ao invés 
de ficar solicitando a informação desejada 
aos vários níveis de memória como era feito 
nos primeiros Athlons.
Apesar deste cache ser muito rápido e 
oferecer um vazão de dados grande, o L1 é 
limitado em 64 KB para dados. Por causa 
disto, o circuito responsável pelo pre-fetch 
(busca antecipada) foi totalmente revisado, 
e agora trabalha com o segundo e terceiro 
níveis de cache como grandes bancos de 
dados para o primeiro nível.
Como cada núcleo tem seu próprio 
cache e apenas o L3 é de acesso comum, o 
circuito de pre-fetching mantém nele apenas 
as informações que serão úteis a mais de 
um núcleo. Se este não for o caso, é melhor 
descartar do L3 e manter apenas no cache 
do núcleo que a está utilizando.
Este tipo de arquitetura tem suas vantagens 
e desvantagens. Como apenas as informa-
ções relevantes para mais de um núcleo são 
mantidas no L3, existe mais espaço livre no 
cache. Mas caso a informação que um núcleo 
precise esteja de posse de outro núcleo e não 
no cache L3, será preciso consultar todos os 
outros núcleos atrás desta informação, o que 
é chamado de “snoop traffic”.
Eficiência Energética
O recurso Cool’n’Quiet ganhou novos 
estágios para diminuir ainda mais o clock 
do processador. Além disso, quando não há 
instruções na fila de processamento, existe 
um modo de economia de energia mais 
profundo, chamado C1E, que permite que os 
núcleos dos processadores sejam desligados 
por alguns ciclos.
Na primeira geração de processadores 
Phenom este controle é mais apurado, sen-
do possível controlar a frequência de cada 
núcleo isoladamente e até colocar aqueles 
que não estiverem sendo utilizados em 
estado de dormência. Este recurso é muito 
interessante, entretanto, acabou sendo pre-
judicial ao Phenom porque não dependia 
apenas do processador mas também do 
sistema operacional.
O raciocínio por trás deste recurso diz 
que se houver, digamos, apenas um processo 
em execução, podemos baixar a frequência, 
e até desligar três núcleos, e manter apenas 
um funcionando em sua frequência má-
xima. O problema reside no fato de que o 
agendador de processos dos sistemas ope-
racionais Windows não consegue entender 
este conceito de power saving. Ao invés de 
manter o processo em um núcleo o tempo 
todo e permitir que os demais descansem, o 
Windows o mantém 25% do tempo em cada 
um dos quatro núcleos, dividindo a carga 
igualmente entre eles - mas infelizmente não 
permitindo que entrem em estado profundo 
de dormência.
Dessa forma, o processo fica um tempo 
em um núcleo e em seguida é transferido para 
outro, que provavelmente estará em modo 
de economia de energia, com a frequência 
reduzida. Alguns milissegundos vão se pas-
sar até que o núcleo volte à sua frequência 
original, para em seguida o processo ser 
movido novamente para outro núcleo, que 
também estará em modo de economia de 
energia. E assim sucessivamente. O resultado 
final é que o processo cai repetidamente em 
núcleos que estão com a frequência mais 
baixa, o que faz com que o processamento 
não seja tão rápido. E isto apareceu nos 
benchmarks, deixando o processador em 
desvantagem.
Sistemas GNU/Linux conseguem 
aproveitar muito bem este recurso. Mas 
como o Windows é maioria, a AMD optou 
por retirar esta capacidade do Phenom II, 
fazendo com que os quatro núcleos alterem 
suas frequências simultaneamente.
Alimentação do Processador
Além do circuito de alimentação dos 
núcleos de processamento, o Phenom II tem 
um exclusivo para o northbridge interno, onde 
se encontram a controladora de memória e 
o barramento HTT. Com isso, mesmo que 
os núcleos do processador estejam no modo 
desligado, é possível que a placa de vídeo 
e outros componentes continuem a trocar 
informações com a memória RAM.
Virtualização
As instruções para virtualização conti-
nuam presentes, e foram adicionadas algu-
mas novas funcionalidades que permitem 
ao Phenom II aliviar o processamento do 
hypervisor e melhorar o desempenho das 
máquinas virtuais.
Umas das tarefas mais complicadas para 
o hypervisor é a de ficar traduzindo a tabela 
de memória virtual de cada VM para a me-mória física do computador. A geração K10 
de processadores AMD consegue entender 
as duas tabelas e faz esta tradução de forma 
automática para o hypervisor, dispensando-o 
desta tarefa.
Verificando a compatibilidade
O Phenom II é um processador híbrido 
AM3 e AM2+. Dessa forma, ele foi feito 
para ser compatível com a maioria das pla-
cas AM2+ que já existem no mercado. Se 
a placa for recente, as chances são grandes 
de ela já suportá-lo, no entanto, se for um 
pouco mais antiga, provavelmente será 
apenas necessário atualizar o BIOS para 
uma versão mais nova.
Imagem do CPUID com detalhes da placa-mãe.F3.
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41
Hardware
Mas se este processador foi projetado 
para ser compatível com AM2+, que por sua 
vez foi projetado para ser compatível com o 
AM2, como fica o caso do Phenom em uma 
placa AM2? Será que ele funciona?
Infelizmente não são todas as placas 
AM2 que o suportarão. Existe uma série 
de pré-requisitos que devem ser satisfeitos 
para que o suporte ao processador seja 
homologado, principalmente no que diz 
respeito ao circuito de alimentação.
Além da placa oferecer recursos de ali-
mentação suficientes, também é necessário 
que o fabricante disponibilize um BIOS 
que reconheça o novo processador. Aqui 
surge outro problema: muitas vezes não é 
interessante para o fabricante disponibilizar 
o suporte para uma placa antiga demais. 
Ele perde a venda de um produto novo, e 
ainda por cima assume responsabilidade 
pelo funcionamento de um processador 
novo em uma placa que até já saiu de linha. 
Dor de cabeça certa, por isso não são todos 
que topam fazer isto.
Para conferirmos se um sistema suporta 
um novo processador, basta visitar o site do 
fabricante e verificar a lista de CPUs supor-
tadas pela placa. Se o fabricante constatou 
que a placa pode aceitar o Phenom II, ele 
terá adicionado este processador à lista.
Se o modelo da placa não for conheci-
do, pode-se usar software gratuito CPU-Z 
para fazer essa identificação (figura 3). O 
procedimento segue no Box 1.
Verificada a compatibilidade, feita a 
atualização de BIOS para que o processo 
de POST da placa-mãe reconheça o novo 
processador, o nosso sistema já está pronto 
para o upgrade. 
Testes
Para a comparação de desempenho 
entre um processador no padrão AM2 e 
o novo padrão AM3 foi usada a seguinte 
configuração:
Phenom II 955 Black Edition 3,2 
GHz;
Athlon 64 X2 6400+ 3,2 GHz;
Asus M4N82 Deluxe;
2 x 1 GB DDR2 800 Patriot;
VGA Geforce GTX 275 896 MB;
Seagate 1,5 TB SATA;
Fonte PC Power & Cooling 610 W 
com PFC;
Windows Vista Ultimate 64 bits 
SP2.








Compatibilidade entre sistemas
anotado para podemos verificar em 
seu site as informações sobre o modelo 
de nossa placa, que está marcado no 
campo Model.
Passo três – Procure no site do 
fabricante as especificações de sua 
placa-mãe. É comum existir um campo 
chamado CPU Supported List ou Pro-
cessadores Suportados. Procure nesta 
lista de processadores os Phenom II, 
e a partir de qual versão da BIOS há 
suporte para estes. Se estes processa-
dores não forem encontrados na lista 
de processadores, é improvável haver 
algum suporte na placa.
Passo quatro – Se existirem proces-
sadores Phenom II suportados por sua 
placa-mãe, anote os modelos e baixe 
na parte de downloads o último BIOS 
de sua placa, ou a versão indicada pelo 
fabricante que habilita o suporte a 
estas CPUs.
Passo cinco – Faça a atualização de 
BIOS com o software indicado pelo 
fabricante. Muitas placas-mãe já 
possuem em suas BIOS algum utilitá-
rio para esta atualização. Após esta 
atualização, sua placa-mãe já está 
pronta para receber os processadores 
Phenom II.
Um último comentário: se o leitor deste 
texto não conhece os procedimentos 
para realizar a atualização de BIOS de 
sua placa-mãe, recomendamos que 
este serviço seja prestado por um 
técnico experiente de sua confiança. 
Apesar de ser algo simples, esta 
atualização é crítica e caso ocorra 
algum evento ou erro não programado, 
a estabilidade do sistema pode ser 
afetada.
O CPU-Z é um software para Windows 
que faz a leitura das informações sobre 
processador, memória e placa- mãe 
de nosso sistema. Com ele é possível 
verificar de forma fácil o modelo de 
nosso processador, confirmar suas 
frequências de trabalho, quantidade de 
memória instalada, configurações de 
timmings feitas na BIOS entre outras 
opções.
O download deste software deve ser 
feito no site www.cpuid.com ou atra-
vés deste link www.cpuid.com/down-
load/cpuz/cpuz_151_setup.exe. A 
última versão disponível na data em 
que este artigo foi escrito é a 1.51, mas 
recomendamos que o leitor use sempre 
a última versão.
Caso o leitor já conheça o modelo de 
sua placa-mãe e o fabricante, pule os 
passos um e dois deste tutorial.
Passo um - Faça a instalação e execute 
o software. É natural demorar alguns 
segundos para este iniciar, visto que 
ele irá realizar uma leitura de todo o 
hardware suportado.
Na tela de entrada do sistema deve-
mos confirmar se as informações de 
nosso processador atual estão sendo 
lidas corretamente, incluindo o campo 
Package com as informações se nosso 
sistema é um AM2 ou AM2+ com 940 
pinos. Se o processador instalado for 
de gerações anteriores, não será possí-
vel fazer este upgrade.
Passo dois – Para verificar a modelo 
de sua placa-mãe. Existe uma aba 
chamada Mainboard, onde estão as 
informações que necessitamos. O 
campo Manufacturer apresenta o nome 
do fabricante, este nome deve ser 
A placa-mãe M4N82 obedece o padrão 
AM2+ e, portanto, tem suporte ao Hyper-
Transport 3.0 presente nos processadores 
AM3 e AM2+. Apesar da alta velocidade 
de comunicação, muitos argumentam que 
o HyperTransport 3.0 não traz um ganho 
de desempenho muito grande sobre a versão 
1.0 (2 GHz DDR). Para tirar esta dúvida, 
limitamos o barramento do Phenom II a 2 
GHz, igual ao HTT 1.0, e repetimos alguns 
testes para comparar os resultados com os 
obtidos com a frequência original. A diferença 
é desprezível, e provavelmente isto se deve às 
mudanças internas do Phenom, cujo cache 
L3 compartilhado entre os núcleos o torna 
menos dependente do HTT.
Usamos o software de benchmarking 
Sandra 2009 SP3 para avaliar as diferenças 
internas entre os processadores AM2 e AM3. 
A figura 4 nos apresenta os resultados 
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Hardware
das taxas de transferências entre núcleos 
dos processadores e de sua controladora 
de memória.
Uma comparação direta dos resultados 
chega a ser injusta. A arquitetura do pro-
cessador Athlon X2 6400+ tem pelo menos 
seis anos de idade, enquanto o Phenom II é 
um produto recém-nascido, com inúmeras 
melhorias no seu cache, que garantem uma 
taxa de transferência muito maior do que a 
geração antiga. A controladora de memória 
DDR2 também foi muito aprimorada e 
garante um desempenho maior.
O bechmark SuperPI foi utilizado para 
demonstrar a potência de cálculo das unidades 
aritméticas dos processadores. Apesar de ser 
um teste simples, existe uma característica 
nele que o torna interessante para nós: este 
teste é mononuclear, ou seja, utiliza apenas 
uma thread, independentemente se temos 
dois ou quatro núcleos, o resultado será 
dado apenas por um deles. A figura 5 nos 
apresenta o resultado deste teste.
Como esperado, o processador Phenom 
II tem o melhor resultado, mas a diferença é 
menos expressiva que nos outros testes. Sem 
a vantagem dos quatro núcleos, o Phenom 
II vence exclusivamente por causa da sua 
arquitetura revisada.
Utilizando softwares que fazem uso 
dos núcleos adicionais, o resultado é dife-
rente. O compactador 7zip é um exemplo 
de como vários núcleos podem ajudar em 
determinadastarefas (figura 6).
Os dois núcleos adicionais do Phenom 
II X4 garantem uma boa diferença sobre 
o Athlon X2. A alta paralelização do 7zip 
garante que todos os núcleos sejam utilizados 
e, como operam com a mesma frequência, 
quanto maior o número de núcleos, maior 
será o resultado final.
O último teste é o Cinebench R10, que é 
baseado no software profissional Cinema 4D, 
muito usado em produções para o cinema. 
Ele apresenta a possibilidade de executar o 
teste tanto no modo single-thread quando 
multi-threaded, utilizando todos os núcleos 
disponíveis em nosso(s) processador(es).
Além do teste de renderização, que é 
realizado exclusivamente pelo processador, 
há um último teste que consiste em uma 
cena acelerada pela placa de vídeo. Como 
utilizamos sempre a mesma placa de vídeo, 
conseguimos avaliar se a troca do processador 
poderia ajudar no desempenho 3D do sistema. 
Observe os resultados na figura 7.
Taxa de transferência 
interna e das contro-
ladoras de memória.
F4.
Taxa de transferência 
interna e das contro-
ladoras de memória.
F5.
Softwares otimi-
zados para utilizar 
vários núcleos serão 
beneficiados por um 
upgrade de CPU.
F6.
Resultados dos testes 
obtidos com o software 
Cinebench R10 64 bits.
F7.
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43
Hardware
Athlon 64 
X2 3.2GHz
Phenom II 9 
55 3.2GHz
Mínimo 0,8 A (9,6 W) 1,2 A (14,4 W)
Máximo 8,4A 7,5A
Mesmo no teste single-thread, que usa 
apenas um núcleo do processador, notamos 
que o tempo de renderização do Phenom II foi 
24% melhor que o do Athlon. Lembrando que 
ambos os processadores trabalham na mesma 
frequência e que o teste utiliza apenas um 
núcleo, teoricamente estariam em igualdade 
de condições. A vitória do Phenom II neste 
teste, assim como no SuperPI, deixa claro 
que seus núcleos são mais eficientes que os 
do Athlon, portanto mesmo aplicações que 
não se beneficiem de multiprocessamento 
vão se beneficiar de um Phenom II.
É claro que dividindo a imagem entre 
os núcleos o ganho de desempenho é maior, 
pois os dois núcleos do Athlon não fazem 
frente aos quatro do Phenom II.
Já no desempenho 3D, notamos que em 
algumas situações o processador pode ser 
um “gargalo” para a placa de vídeo de alto 
desempenho. A simples troca da CPU trouxe 
um ganho de aproximadamente 20%.
Consumo
Durante os testes de estresse, fizemos 
medições da corrente consumida pelo 
processador para averiguar se o ganho de 
desempenho também seria acompanhado 
por um gasto maior de energia. 
A tabela 1 apresenta os resultados das duas 
plataformas. O Cool’n’Quiet foi ativado em 
ambos os processadores, e as leituras foram 
feitas com os sistemas em carga máxima (com 
o auxílio do software CPU Stability Test) e 
mínima (sistema em repouso).
Apesar do Phenom II ter um processo de 
fabricação refinado (45 nm) se comparado 
com o antigo Athlon 64 X2 6400+ (90 
nm), ele consome mais energia quando em 
repouso, mesmo com os recursos de economia 
de energia habilitados. Isto provavelmente 
acontece devido aos núcleos extras. Em 
compensação, em situações de carga total, o 
consumo máximo deste processador é inferior 
ao do antigo 6400+, com um desempenho 
muito melhor se levarmos em consideração 
a adição de núcleos no processamento. Isto 
representa uma maior eficiência energética, 
ou seja, ele processa mais informações por 
watt consumido. Aqui cabe um pequeno 
comentário: a placa testada segue o padrão 
AM2+, portanto, já tem suporte ao geren-
ciamento de energia avançado presente nos 
Phenom II. Com este controle é possível 
desligar os núcleos de processamento quando 
estiverem ociosos, deixando ligados apenas o 
controlador de memória e northbridge interno. 
Se a placa-mãe seguir o padrão AM2, este 
recurso não estará presente e provavelmente 
o consumo do sistema será maior.
Conclusão
É excelente que os fabricantes continuem 
a oferecer produtos para padrões antigos.
Mesmo que não seja possível utilizar todos 
os recursos do Phenom II, como o HTT 
3.0 e a sua nova controladora de memória 
DDR3, o ganho de desempenho, frente ao 
agora antigo Athlons X2, é expressivo.
Várias placas montadas e vendidas em 
nosso mercado oferecem suporte para a 
nova geração de processadores. Entre as 
mais facilmente encontradas, podemos citar 
os modelos Gigabyte GA-MA69VM-S2 e 
Foxconn M61PMV, mas não desanime se 
você não tiver uma destas placas. Visite o 
site do fabricante do seu modelo e verifique 
sua compatibilidade. PC
Resultados das duas plataformas.T1.
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44
Testes
Alfredo Heiss
Formado em Eletrônica e Técnico em TI, com 
mais de 10 anos de experiência nas áreas 
de hardware, sistemas operacionais para 
servidores e redes. Atualmente é membro da 
equipe de redatores da revista.
Uma das principais características dos processadores AMD é a con-troladora de memória integrada. Este trunfo garante um acesso 
bem mais rápido às informações presentes 
na memória RAM frente aos processadores 
que utilizam o sistema de FSB.
Mas existe uma desvantagem da 
controladora de memória integrada: 
para adicionar suporte a um novo tipo 
de memória é necessário trocar tanto o 
processador quanto a placa-mãe.
Por exemplo, existem várias vantagens 
de se utilizar DDR3 frente a antiga DDR2, 
como sua tensão de alimentação mais baixa 
e suas frequências de operação mais eleva-
das. Por isso a AMD está evoluindo o seu 
padrão AM2+ para o AM3, que adiciona 
o suporte a memórias DDR3.
MSI para a 
plataforma AM3
As características do padrão AM3 já são conhecidas há bastante tempo, mas só agora 
ele chega ao nosso mercado, trazendo vida nova para a plataforma da AMD.
A MSI já oferece todos estes benefícios no seu modelo 790FX-GD70. Saiba tudo sobre 
esta placa nas próximas páginas.
Os processadores Phenom II mais 
recentes já têm esta controladora de me-
mória com suporte a DDR3. Mas para 
usufruirmos de todos os recursos ofereci-
dos por esta CPU, necessitamos de uma 
placa que esteja no padrão AM3.
Felizmente, recebemos da MSI uma 
placa-mãe 790FX-GD70, que oferece 
suporte completo a estes processadores 
e uma série de atributos voltados para 
um público high-end. Neste artigo co-
nheceremos todos os detalhes da placa e 
testaremos seu desempenho.
MSI 790FX-GD70
A MSI sempre teve uma grande 
preocupação em atender bem os seus 
clientes, que exigem alto desempenho e 
estabilidade. Esta placa está no topo da 
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45
Testes
pirâmide das placas na plataforma AM3 e 
é um exemplo desta preocupação. Voltado 
para gamers, um público exigente que 
pede o melhor desempenho nos produtos 
com um visual que destaque para serem 
apresentados em gabinetes com janelas de 
acrílico ou com casemods.
Foi escolhida para esta placa uma PCI 
envernizada com uma cor escura, para 
criar um belo contraste com os conectores 
e LEDs azuis presentes nela que, aliás, não 
são poucos. Há vários LEDs que indicam 
quantas fases do regulador de tensão estão 
ativas, uso dos HDs, um display para men-
sagens de POST mostradas em códigos 
hexadecimal. Além destes recursos, a MSI 
colocou alguns botões como Power On, 
Reset e um Clear CMOS, na borda inferior 
da placa que facilitam muito o overclock.
O conjunto que acompanha a placa é 
relativamente simples, com cabos SATA, 
IDE e FLOPPY na cor vermelha, alguns 
manuais e guias de instalação rápido, 
duas pontes para ligar placas de vídeo 
AMD em CrossFire, e um espelho traseiro 
com algumas portas USB extras. Mas o 
conjunto de softwares é interessante, prin-
cipalmente por um utilitário para criação 
de uma imagem do HD, o HDDBackup. 
O CD deste software é inicializável, nosdá a opção de criar uma nova imagem ou 
restaurar um sistema. O processo é muito 
simples, basta ter duas partições, escolher 
qual será a de origem e destino e pedir 
para ele realizar o backup.
Mas o grande destaque é a placa 
790FX-GD70 . Construída com o conjun-
to de chipset AMD 790FX e o southbridge 
SB750, este conjunto nos fornece 42 linhas 
PCI-E, sendo que, destas, trinta e duas são 
voltadas apenas para os conectores PCI-E 
16x, que nos permitem implementar um 
CrossFireX com até quatro placas de vídeo 
(figura 1). As demais linhas são usadas 
para conexão interna dos componentes 
da placa, sendo quatro exclusivas para a 
comunicação com a ponte sul.
A utilização deste conjunto também 
garante que todos os recursos disponíveis 
no Phenom II são suportados, incluindo 
o seu barramento HyperTransport 3.0 
até 2,6 GHz e os recursos para economia 
de energia do processador. Este chipset 
também garante compatibilidade com os 
futuros lançamentos da família AM3, ten-
do uma boa longevidade e possibilidade 
de upgrades futuros. 
A 790FX-GD70 foi construída pen-
sando no público entusiasta, que exige 
um excelente desempenho, com opções 
de overclock e muitos recursos. A tabela 
1 detalha todos os recursos encontrados 
nesta placa.
Dissipadores de calor foram instala-
dos em cima do circuito de alimentação 
do processador, do northbridge e do sou-
thbridge. Todos estes dissipadores estão 
interligados com um heatpipe, que ajuda 
na distribuição homogênea do calor. Estes 
dissipadores estão posicionados de forma 
a aproveitar a refrigeração do processador 
e do gabinete.
A ponte sul oferece seis portas SATA, 
com suporte a RAID 0, 1, 0+1 e 5. Uma 
novidade nos southbridges da AMD é 
o suporte a RAID 5, nenhum modelo 
anterior tinha este recurso. Além destas, 
foi adicionado um chip Jmicron® modelo 
JMB322 que fornece duas portas SATA 
adicionais, além de uma porta E-SATA 
no painel traseiro. Estes conectores estão 
organizados de forma muito prática, com 
todos eles voltados para o lado de fora da 
placa-mãe. Como este produto é direcio-
nado para o público gamer, e placas de 
vídeo de alto desempenho costumam ser 
maiores, poderia haver certa dificuldade 
na instalação dos HDs se estes conectores 
estivessem voltados para cima.
Outra característica que vale ser citada 
é a utilização de capacitores sólidos em 
toda a placa, que ajudam na estabilidade e 
aumentam o tempo de vida deste produto. 
O cuidado com o regulador de tensão 
também deve ser mencionado, pois um 
processador de alto desempenho ou em 
overclock consome uma quantidade razo-
ável de corrente elétrica. Se estes circuitos 
forem mal dimensionados terão sua vida útil 
reduzida. Neste caso, o fabricante usou um 
regulador de tensão com cinco fases, mon-
tados no esquema 4+1, sendo um exclusivo 
para a ponte norte interna do Phenom II, e 
quatro para o restante do processador. Todas 
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Testes
F1. Vista superior da placa.
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Testes
Plataforma AM3
HyperTransport 3.0
NorthBridge 790FX
SouthBridge SB750
Slots para Memória 4x DDR3 DIMMs (240pinos / 1,5 V)
Frequências Suportadas 1066/1333/1600*/1800*/2133*
Quant. Máxima RAM 16 GB
Rede 2x Gigabit Realtek
Firewire Sim
USB 2.0 7 Traseiras / 4 Internas
Áudio 8 canais
SATA 8 Internas + 1 E-SATA
IDE 1
FLOPPY 1
RAID 0, 1, 0+1 e 5**
Conexões PCI-E 4x PCI-E 16x, 1 PCI-E 1x
Conexões PCI 2x PCI 32bits
*Frequências suportadas apenas em Overclock.
**Raid 5 é suportado apenas com a controladora AMD SB750,
Se a AMD mantivesse uma linha de 
produção para cada modelo de proces-
sador produzido, os custos de produção 
seriam enormes e o preço do produto 
seria proibitivo para todos. Para evitar 
tais custos, ela mantém apenas uma 
linha principal, e de acordo com as car-
acterísticas dos chips de silício feitos, 
remarca estes processadores como 
Phenom II X4, X3 ou X2.
Para nossa sorte, a ponte sul SB750 da 
AMD trouxe o recurso AAC, que além de 
aumentar a estabilidade no overclock, 
traz a possibilidade de destravar os 
núcleos desativados na fábrica da AMD. 
Uma pessoa que comprou um Phenom 
II X3 720 de 2,8GHz, poderia ativar o 
quarto núcleo e ganhar um Phenom II 
X4 920.
Mas existe um porém, os núcleos podem 
estar desativados devido a algum de-
feito encontrado na linha de produção 
e a AMD remarcou aquele processador 
para ser um Phenom II X2 ou X3. Neste 
caso, se habilitarmos os núcleos desati-
vados, teremos instabilidade no nosso 
sistema.
Desbloqueio de núcleos 
no Phenom II
as fases do regulador de tensão possuem 
indutores blindados, que também ajudam 
na estabilidade do sistema. A MSI garante 
suporte a CPUs até 140 W.
BIOS
Para entusiastas de overclock, a BIOS 
da Award presente nesta placa garante 
várias opções de ajustes finos de tensão e 
latências. Para pessoas que gostariam ter 
um overclock em suas máquinas mas não 
têm experiência, são fornecidos alguns 
utilitários e ferramentas para um overclock 
seguro. Destacamos a função OC Gear 
& OC Drive, onde através de dois botões 
(figura 2) presentes na parte inferior da 
placa, conseguimos realizar um overclock 
dinâmico, mesmo com o sistema ligado, 
independentemente de sistema operacional 
ou drivers instalados. Com o uso destas 
funções, aumentamos e diminuímos o 
FSB do processador girando apenas um 
botão no sentido horário ou anti-horário, 
de maneira simples e indolor. 
Outra opção presente nesta placa para 
overclocks é o ACC (Advanced Clock 
Calibration), um recurso que troca o 
gerador de clocks interno do processador 
por outro presente no chipset, que supos-
tamente oferece estabilidade e frequências 
maiores. Existe uma segunda função 
para este recurso: devido a um “bug“ dos 
processadores Phenom II é possível ativar, 
em alguns modelos, os núcleos que foram 
desabilitados na fábrica. Neste artigo não 
vamos explorar este recurso, mas o faremos 
em um momento apropriado. Para mais 
informações, leia o Box 1.
GreenPower
Mas esta placa não é limitada a apenas 
bons recursos para overclock. Para as pes-
de corrente, em stress, de aproximadamen-
te 8 A, ou 96 watts. De acordo com a MSI, 
a placa suporta processadores com até 140 
watts de potência, o que nos dá uma boa 
margem de segurança para overclock e um 
rendimento de aproximadamente 55% 
em cada fase do regulador de tensão. Já 
em repouso, este mesmo processador não 
ultrapassa 3 A de consumo, o que diminui 
o rendimento para 20%.
Quando o recurso GreenPower está 
habilitado, a placa-mãe desliga fases 
desnecessárias na alimentação do pro-
cessador, aumentando o rendimento 
das demais. No caso acima citado, com 
um consumo de 3 A, os leds da placa-
mãe indicam que apenas duas fases do 
regulador de tensão estão ativas com 
um rendimento de 51%. Neste exemplo, 
desconsideramos o consumo dos compo-
nentes do regulador de tensão.
É importante explicar que, aqui, 
consideramos que as cinco fases do 
regulador de tensão fornecem a mesma 
potência, uma vez que são construídas 
soas que gostam de 
comprar produtos 
que tenham um 
bom rendimento e 
qualidade, a MSI 
adicionou alguns 
recursos que au-
mentam sua efici-
ência elétrica, como 
o GreenPower.
O processador 
Phenom II X4 955 
trabalhando em sua 
frequência-padrão 
tem um consumo 
F2.
T1.
Detalhe s da placa com os botões de Power, Reset, 
ClearCMOS, OC Gear e OC Drive.
Especificações da 
790FX-GD70
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48
Testes
Consumo do Processador
Mínimo 12 W
Máximo 98,4 W
com os mesmos componentes e não existe 
esquema elétrico para identificarmos qual 
fase é a responsável pela alimentação do 
northbridgeinterno do processador.
Testes
Montamos um sistema AM3 para 
testes, para avaliar o desempenho da 
plataforma em geral e os recursos para 
overclock da placa-mãe, e ainda (por que 
não?) o potencial de overclock do Phenom 
II. Abaixo segue a descrição de todo o 
hardware utilizado nos testes.
Phenom II 955 Black Edition 3,2GHz
CoolerMaster Hyper 212 Plus
Placa Mãe MSI 790FX-GD70
2x 2 GB DDR3 1600 Corsair 
9-9-9-24
VGA Geforce GTX275 896 MB 
GDDR3
HD Seagate Barracuda 1,5 TB 
7200.11 
DVD SATA Samsung
Fonte PC Power & Cooling 610 
W com PFC
Windows Vista Ultimate SP1
Os softwares utilizados para os testes 
foram Sandra Lite 2009 SP3, Cinebench 
R10 64 bits e o 7Zip Benchmark e o 
CPU Stability para verificar a estabili-
dade do sistema e consumo máximo do 
processador. Na medição do consumo, 
uti l izamos um a licate-amperímetro 
modelo Yokogawa CL250.
Todos os testes foram realizados em 
suas configurações padrões, o clock da 
memória foi reduzido para 1333 MHz, 
o máximo suportado pelo processador 
Phenom II sem overclock e configurado 
em DualChannel no modo Unganged, 
que nos garante uma largura de banda 
maior, especialmente com softwares pa-
ralelizados, já que este modo nos fornece 
dois canais com 64 bits ao invés de um 
só, de 128 bits.
O primeiro teste realizado foi a ferra-
menta de benchmark incluída no software 
de compactação 7zip. Essa ferramenta 
pode ser usada em vários sistemas opera-
cionais, e seu resultado é dado em MIPS 
(Milhões de Instruções por Segundo), 
tornando muito simples a comparação 
entre vários sistemas. Este software tam-
bém faz muito bom uso de processadores 
multinucleares. A figura 3 apresenta os 
resultados obtidos.








Até o presente momento, esta é a 
pontuação mais a lta obtida por um 
processador em nossos testes. Estamos 
ansiosos para comparar estes resultados 
com a nova plataforma da Intel.
O segundo teste mostra a possibili-
dade deste conjunto ser usado como uma 
estação de trabalho profissional. Foi usada 
a ferramenta CineBench R10 64 bits, um 
pequeno benchmark baseado no Cinema 
4D, software de renderização de imagens 
em 3D. O resultado pode ser conferido 
na figura 4.
O ganho de desempenho quando o 
software utiliza todos os núcleos é enor-
me. Infelizmente jogos e aplicações de 
nosso dia-a-dia são mal otimizadas para 
processadores multinucleares, e não veem 
ganhos tão grandes.
Realizamos um último teste para 
verificar as larguras de banda disponíveis 
na comunicação interna do processador, 
seus núcleos e a banda disponível com as 
memórias DDR3. O software utilizado 
neste teste é o Sandra 2009 SP3 e os re-
sultados são mostrados na figura 5.
Os dados referentes a taxa de transfe-
rência no cache interno interno não sofrem 
alteração para um Phenom II se ele estiver 
sendo usado em uma plataforma AM2, 
mas há uma grande diferença na vazão de 
dados entre o processador e a memória na 
plataforma AM3, devido às frequências 
elevadas das memórias DDR3.
Durante todos os testes realizados, 
verif icamos através de um alicate-am-
perímetro a potência consumida pelo 
processador. Apresentamos na tabela 
2 o consumo dele em repouso e em 
carga total.
Apesar do alto consumo em carga 
máxima, este processador tem um bom 
rendimento, visto que temos quatro 
núcleos trabalhando paralelamente. Até 
poucos anos atrás, tínhamos processa-
dores Pentium IV que apresentavam um 
consumo tão alto quanto este, mas nem 
de perto o seu desempenho.
Overclock
Realizamos um overclock no proces-
sador Phenom II para verificar os recursos 
da placa nesta situação. O overclock foi 
feito utilizando-se a opção Cell Menu 
dentro do BIOS da placa-mãe, onde 
configuramos manualmente as opções 
disponíveis.
Elevamos a frequência do proces-
sador até atingirmos o ponto de insta-
F3.
F4.
T2.
Resultado do benchmark 7zip dado em MIPS (Milhões 
de Instruções Processadas por Segundo)
Pontuação do Cinebench nos modos 
mono e multi processado
Comsumo medido no conector ATX - 12V
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49
Testes
aproximado em cada núcleo do processa-
dor. Os resultados podem ser conferidos 
na figura 6.
Obtivemos um ganho de aproxima-
damente 25% com o overclock. Con-
siderando que não foi usada nenhum 
técnica de refrigeração extrema, como 
um watercooler, ou tensões abusivas, este 
é um bom resultado.
Conclusão
O novo padrão AM3 corrige muitos 
dos erros cometidos anteriormentes e im-
plementa uma série de melhorias, trazendo 
novo fôlego para os processadores AMD.
A MSI também está de parabéns pelo 
produto ofertado para o padrão AM3. A 
placa 790FX-GD70 tem muitos recursos, 
da qual destacamos os quatro slots PCI-E 
16x que permitiriam montar um com-
putador de altíssimo desempenho para 
jogos, as oito portas SATA internas que 
combinadas com HDs de alta capacida-
de, como os Seagate de 2TB, possibilita 
montar ótimos sistemas mesmo para os 
mais exigentes, sem esquecer o sua preo-
cupação com qualidade e eficiência.
bilidade a 4,0 GHz, quando recuamos 
até aproximadamente 3,9 GHz, onde 
obtivemos total estabilidade. Realizamos 
um teste mononuclear já conhecido por 
overclockers no mundo, o SuperPI, para 
visualizarmos o ganho de desempenho PC
F5.
F6. Resultado do SuperPI na frequência 
padrão e overclock.
Vazão de dados aferida com o 
Sandra 2009 SP3
Quando tratamos de assuntos como 
Segurança, Firewall e Traffic Control, a 
busca por materiais de estudo no nosso 
idioma e com bom conteúdo é algo difícil 
de se fazer. Sempre há a necessidade de 
peneirar as informações encontradas na 
Internet durante horas e horas, o que 
dificulta muito o aprendizado.
O entusiasta André Stato também já 
passou por esta dificuldade, desde 
quando iniciava sua pesquisa com Ipta-
bles até assuntos mais complexos como 
Controle de Banda, uso de QOS, traffic 
control e roteamento.
Juntando sua experiência em redes 
com certificações Cisco e LPI, Stato 
escreveu o livro “LINUX - Controle de 
Redes” que aborda o tema Firewall no 
sistema operacional GNU, junto com a 
ferramenta Iptables e mais de quinze 
módulos adicionais, incluindo controle 
de software na camada 7 de rede.
Linux - Controle de Redes
Nos primeiros capítulos do livro é feita 
uma introdução aos tipos de Firewall 
e suas aplicações e uma pequena 
introdução ao Iptables e seus módulos. 
A seguir, o autor nos inunda com muita 
informação e experiência prática sobre 
o uso destas ferramentas para aprimo-
rar a segurança de sua rede. Também 
é abordado o tema de roteamento 
dinâmico com vários protocolos através 
da ferramenta livre Quagga.
O material encontrado neste livro será 
muito bem usado por administradores 
de redes em ambientes mistos/Linux, 
estudantes de segurança e/ou pessoas 
que pensem em se aprimorar com uma 
certificação SANS Módulo Security ou 
LPI 303 Security.
O livro pode ser encontrado na loja vir-
tual da Saber Marketing (http://www.
sabermarketing.com.br) por R$ 59,90.
Li
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on
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ol
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de
 R
ed
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Nos primeiros capítulos do livro é feita 
uma introdução aos tipos de Firewall 
introdução ao Iptables e seus módulos. 
A seguir, o autor nos inunda com muita 
informação e experiência prática sobre 
o uso destas ferramentas para aprimo-
rar a segurança de sua rede. Também 
dinâmico com vários protocolos através 
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Resenha por:
Alfredo Heiss
PC&CIA # 88 # 2009
50
Redes
PBX-IP, do que se trata?
Um PBX-IP é uma plataforma com-
putadorizada de telefonia, ou seja, um 
equipamento constituído normalmente de 
um computador do tipo PC que, utilizando 
um software, proporciona um sistema de 
telefonia com todas as funcionalidades 
de um PABX convencional e muito mais. 
Pode oferecer desde sistemas de telefonia 
simples até sistemas mais complexos, 
aliando recursos como: atendimento 
automático de chamadas, correio de voz, 
salas de conferência, filas de atendimento 
(utilizadas por exemplo em Call Centers), 
redirecionamento de chamadas, fácil inte-
gração as operadoras de telefonia pública 
e IP (Telefonia IP), o que poderá oferecer 
uma redução significativa de custos nas 
ligações pelo uso da internet.
Outro motivo para utilizarmos um 
PBX-IP, e o fato deste sistema ter se tor-
nado tão popular, é que o leitor não estará 
PBX-IPde Baixo Consumo
Quando procuramos soluções de alto 
desempenho e baixo consumo de energia, 
temos nas mãos um grande problema. Mas, 
neste artigo, mostramos uma solução para 
PBX-IP que alia estes dois requisitos.
Utilizando placas de voz para telefo-
nia da DigiVoice e uma placa-mãe Mini-
ITX com processador Core2Duo Mobile, 
podemos construir um PBX-IP para 
atender a muitos tipos de empresas - sem 
pesar na conta de energia.
preso aos grandes fabricantes de PABX do 
mercado, o que o torna muito mais fácil 
de instalar e configurar do que um sistema 
de telefonia proprietário.
Podemos obter configurações desde 
pequeno porte como um PBX-IP de 4 ou 
8 troncos analógicos, utilizando placas 
VB0408 para 4 ou 8 canais FXO da Di-
giVoice, até um PBX-IP de maior porte, 
contendo um link E1 (R2/MFC ou ISDN) 
utilizando uma placa VB3030, e em torno 
de 50 ramais IP, empregando softphones, 
ATAs ou IpPhones (telefones IP).
Para iniciarmos este projeto iremos usar 
uma plataforma baseada em GNU/Linux, 
utilizando o Asterisk como software de 
PBX-IP. Escolhemos a distribuição Meuc-
ciBE, desenvolvida pela Digivoice, por 
conter todos os aplicativos necessários para 
criarmos um PBX-IP em uma única dis-
tribuição e também por já estar preparada 
para suas placas, além de estar traduzida 
Wagner Barth
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51
Redes
para o nosso idioma, Português Brasil. Esta 
distribuição ativa automaticamente as pla-
cas da DigiVoice, desta forma o leitor não 
precisará se preocupar em instalar drivers 
para as placas de voz. 
Para obter gratuitamente a distribuição 
MeucciBE e obter maiores detalhes sobre a 
distribuição, acesse o site www.meucci.org. 
Lá o leitor encontrará também um fórum 
de dúvidas, de acesso gratuito.
Como detalhes para o hardware utili-
zado vale lembrar que no desenvolvimento 
deste tipo de solução o que menos impacta 
no custo final do projeto são o HD (disco 
rígido) e a memória RAM. Como estes 
componentes têm baixo custo, a escolha 
de HD e memória com boa performance 
e capacidade é bastante recomendável, se 
possível instalando o máximo suportado 
pela placa-mãe (a grande maioria aceita 
pelo menos 4 GB). 
Esta recomendação tem como base a 
longevidade da solução, mas a capacidade 
mínima de HD e memória dependem do 
projeto final do PBX-IP, variando confor-
me os recursos que serão utilizados. Para o 
nosso projeto não serão necessários muito 
espaço de armazenamento nem grande 
capacidade de memória RAM, portanto o 
leitor poderá utilizar, por exemplo um HD 
de 160 GB e 1GB de memória RAM.
Neste artigo estamos propondo a cria-
ção de um sistema dedicado para a função 
de PBX-IP baseado na placa-mãe J9F2-
EXTREMER3-LF, fabricada pela Jetway, 
que o leitor já teve a chance de conhecer 
na edição anterior. O principal motivo da 
escolha dessa placa é a economia de energia 
que ela proporciona, pois utiliza um pro-
cessador Core2Duo Mobile, o mesmo tipo 
usado em notebooks. É muito importante 
utilizar hardware econômico pois este tipo 
de sistema permanece ativo 24 horas por 
dia, sendo seu impacto na conta de energia 
bastante visível.
Instalação
Para instalarmos a distribuição basta 
inserir o CD no drive e “bootar” o siste-
ma. Será iniciada a instalação, devemos 
apenas nos ater às informações que serão 
apresentação na tela de boot (figura 1), e 
selecionarmos o tipo de HD disponível em 
nossa plataforma (o processo de instalação 
irá apagar todo o conteúdo da HD onde 
será instalado). Após selecionarmos o tipo 
de HD basta teclarmos “enter” e aguar-
darmos pelo término da instalação. Não 
podemos nos esquecer de já termos inserido 
a placa da DigiVoice no slot PCI da placa-
mãe antes de iniciarmos a instalação, pois 
durante o processo a placa será detectada e 
terá seus drivers instalados automaticamen-
te. Caso isso não seja feito, a placa poderá 
ser instalada posteriormente, porém não 
iremos abordar este processo.
É bom lembrar ao leitor que estamos 
desenvolvendo um servidor de telefonia, e 
portanto este computador estará dedicado 
a esses serviços apenas, não devendo ser 
utilizado para outros como servidor de 
e-mail, firewall, etc, pois estes serviços con-
somem recursos e poderiam comprometer 
os serviços de telefonia.
Quando a instalação terminar o com-
putador reiniciará automaticamente, e 
neste momento é recomendável retirar o 
CD de instalação do drive.
Como todas as configurações deste 
PBX-IP serão feitas por meio de um brow-
ser, a partir de outro computador, o PBX-IP 
deve estar conectado à rede para permitir 
este acesso. O MeucciBE esta preparado 
para receber um IP automaticamente 
quando conectado a uma rede com um 
serviço DHCP disponível, o IP atribuído 
será mostrado na tela de console (figura 2) 
após efetuarmos o logon, utilizando como 
usuário “root” e senha “digi”. Sugerimos 
que o IP do PBX-IP seja fixo, pois trata-se 
de um servidor de telefonia e portanto terá 
clientes (ramais) logados, não devendo ter 
seu IP trocado durante sua operação.
Definir o IP manualmente é fácil. 
Como a distribuição MeucciBE é baseada 
no sistema operacional openSuSE 10.2, 
a sua configuração pode ser facilmente 
realizada utilizando a ferramente Yast, 
que pode ser acessada com o comando 
yast no console. Selecione então “Network 
Devices”, seguido da interface desejada e 
configure seus parâmetros de rede. Um 
exemplo da tela de configuração do Yast 
pode ser visto na figura 3.
F1.
F2.
Menu de boot do CD 
do MeucciBE.
IP atribuído por 
DHCP pode ser 
visto na tela de 
console
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52
Redes
Configurando o seu PBX-IP.
Antes de iniciarmos as configurações a 
DigiVoice solicita que seja feito um cadas-
tro gratuito da distribuição para que seja 
fornecida uma licença de uso. É interes-
sante observar que a DigiVoice utiliza este 
cadastro para ter um controle estatístico 
de quantos sistemas MeucciBE existem, e 
dessa forma é mais fácil desenvolver me-
lhorias para o sistema e manter os usuários 
informados sobre novas versões. 
Utilizando o browser de sua preferência 
podemos acessar o sistema digitando o IP 
do servidor, a solicitação de cadastro será 
feita apenas na primeira vez que o sistema 
for acessado (ver figura 4). 
 Após realizar o cadastro será enviado um 
código de registro por e-mail que irá habilitar o 
seu PBX-IP. Copie e cole este código no campo 
“Chave de Licenciamento” para habilitar o seu 
sistema, como mostra a figura 5.
Depois de feito o registro, será apresen-
tada ao leitor a tela do MeucciBE. Clicando 
no logo ou no link “entrar” serão solicitados 
usuário e senha, que por padrão são “ad-min” e “digi”, respectivamente.
Vários recursos estão disponíveis nesta 
distribuição, como relatórios de chamadas, 
salas de conferência, filas, correio de voz 
para os ramais, URA etc. Vamos passo a 
passo criar um PBX-IP que irá permitir 
ao leitor receber e fazer ligações, servindo 
como base para dar prosseguimento a 
configurações mais específicas como con-
ferências entre outras.
Ramais IP
Podemos criar ramais IP utilizando 
protocolos SIP ou IAX2. Qual a vantagem 
de utilizarmos ramais IP? Como principal 
vantagem temos que o leitor não necessitará 
de uma fiação separada para a telefonia, 
pois a conexão com os ramais IP são feitas 
usando a própria rede de dados (Intranet ou 
Internet) além de permitir que estes ramais 
possam ser conectados, em qualquer lugar 
dentro da empresa, casa, etc, pois basta que 
o ramal seja conectado a uma porta ethernet 
que tenha acesso ao PBX-IP.
Para o protocolo SIP temos disponíveis 
desde softwares que funcionam como tele-
fones (chamados softphones), alguns deles 
gratuitos e outros pagos, até telefones IP 
digitais, passando pelos ATAs, que forne-
cem saídas para conexão com aparelhos de 
telefones convencionais.
F3.
F4.
F5.
Tela do Yast para 
configurar opções de 
IP, entre outras.
Tela de cadastro
Tela de registro
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53
Redes
Existem vários softphones disponíveis 
para download, podemos citar o X-Lite 
como um dos mais utilizados por suportar 
o protocolo SIP e ser gratuito. Suporta 
vários codecs, porém não suporta o codec 
G-729 que é o mais utilizado pelas opera-
doras VoIP (Voice over Internet Protocol), na 
figura 6 vemos a interface do X-Lite, que 
pode ser encontrado no site do fabricante 
(www.counterpath.com).
Como exemplo de ATA e IpPhone 
podemos citar o modelo IPA-210, um ATA 
com duas portas FXS (ramais analógicos) 
que suporta o protocolo SIP e o codec 
G-729, e o telefone IP IPM-400, também 
com suporte ao protocolo SIP a ao codec 
G-729 (figura 7). Tanto a ATA IPA-210, 
quanto o telefone IP IPM-400 suportam 
uma variedade de codecs além do G-729, 
tais como o GSM, G-711a e G-711u, entre 
outros. Maiores informações podem ser 
obtidas no site do fabricante (www.stracta.
com.br).
Criando o ramal IP com protocolo SIP
Para criar um ramal utilizando pro-
tocolo SIP devemos selecionar a opção 
“Ramais“ do menu “Configurações“ (figura 
8), selecionar o dispositivo SIP na caixa de 
rolagem e clicar na opção “Aplicar“.
Na tela que será apresentada (figura 9), 
deverão ser colocados os parâmetros para 
o ramal, caso desejemos ter uma ramal de 
número 1000, por exemplo, deveremos pre-
F6.
F7.
F8.
F9.
Softphone X-Lite
Telefone IP IPM-400 
da Stracta
Selecionar ramal do tipo SIP
Configurando um ramal do tipo SIP
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Barra de Aplicar 
Alterações 
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54
Redes
encher os campos que irão criar esta conta, 
estes parâmetros deverão posteriormente 
ser adicionados ao terminal SIP (ramal) 
que será utilizado pelo usuário. Os campos 
de preenchimento necessário são:
Ramal: Onde deve ser colocado 
o número do terminal, no nosso 
caso 1000
Secret: Deve ser colocada a se-
nha que será utilizada para que o 
terminal SIP faça o registro nesta 
conta.
Os demais campos adicionam outras 
funcionalidades ao ramal, para saber mais 
sobre elas o leitor pode posicionar a seta do 
mouse no campo para receber uma caixa de 
ajuda, que irá aparecer em seu browser.
Gravando um ramal
Podemos gravar as ligações deste ramal, 
tanto as entrantes quanto as que saem, ou 
ambas. Existem três opções disponíveis, 
que podem ser encontradas na tela de 
criação de um ramal, são elas:
Sempre
Nunca
Por demanda (gravação acionada 
pelo usuário)
A opção “por demanda” significa que o 
ramal iniciará a gravação somente quando 
o usuário do ramal assim desejar, para isso 
basta que seja digitado durante a conversa-
ção o código “*1”, e a gravação começará. 
Para que a gravação termine, basta colocar 
o telefone no gancho novamente.
Devemos lembrar que o processo de 
gravar ramais consome recursos de má-
quina, devendo portanto ser utilizado com 
cautela para não comprometer o sistema. 
Habilitando Correio de Voz
Outro recurso muito utilizado é o de 
correio de voz para os ramais, recurso este 
que não está disponível na maioria dos 
PABX de mercado, porém em PBX-IP 
baseados em plataformas Asterisk como o 
MeucciBE encontra-se disponível para to-
dos os ramais que forem criados. Para adi-
cionar este recurso ao ramal que estamos 
criando, basta mudar o campo “Estado” da 
seção Correio de Voz para “Habilitado”, fi-
gura 10, e já temos uma caixa postal criada 
para o ramal, os demais campos definem 
as características da caixa postal.
O principal campo a ser preenchido é 
o “Senha do Correio de Voz”, pois quando 





o leitor for consultar uma mensagem de 
caixa postal o sistema irá solicitar que seja 
digitada esta senha. A consulta a caixa 
postal pode ser feita de qualquer ramal do 
PBX-IP utilizando o código “*98”, o leitor 
ouvirá um menu de navegação aos recursos 
da caixa postal, semelhante aos utilizados 
em telefonia celular.
Finalizando a criação do ramal
Para terminarmos a criação deste ramal 
devemos clicar na opção “Aplicar”. Todas as 
configurações feitas até o momento estão 
sendo preparadas para serem salvas, será apre-
sentada uma barra vermelha na parte superior 
da tela (figura 11), com os dizeres “Aplicar 
Alterações”, deve-se clicar com o mouse nesta 
barra, após este clique o leitor receberá uma 
janela que irá solicitar a confirmação das 
alterações ou cancelamento das alterações. 
Clicando em “Continuar”, o ramal será salvo 
e estará disponível para ser registrado por um 
aparelho de telefone IP ou softphone.
O leitor poderá adicionar ao PBX-IP 
mais ramais, que já estarão prontos para 
que possam falar entre si pois a distribuição 
MeucciBE automaticamente adiciona as 
regras de ligações entre ramais.
Criando troncos com 
operadoras de telefonia
Agora que já temos ramais em nosso 
PBX-IP, o próximo passo será criar troncos 
com as operadoras de telefonia, públicas 
F10.
F11.
Configurando uma caixa postal para o ramal
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Placa VB0408 FXO da 
DigiVoice para linhas 
analógicas
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55
Redes
e VoIP. O que é um tronco? Tronco é o 
termo utilizado para o grupo de linhas 
de telefone com a operadora de telefonia 
pública ou VoIP.
Para nos conectarmos às operadoras 
de telefonia pública podemos usar troncos 
analógicos, também conhecidos como 
POTS (Plain Old Telephone Service), que 
consistem nas linhas de telefone tradi-
cionais que utilizam um par de fios. Para 
nos conectarmos a uma operadora VoIP 
necessitaremos que o sistema de PBX-IP 
tenha acesso à internet.
Criando um tronco PSTN (Rede de 
telefonia Pública Comutada)
Neste exemplo utilizaremos uma placa 
VB0408 de 8 canais analógicos (FXO) da 
DigiVoice (figura 12). Os canais do tipo 
FXO (Foreign eXchange Office) servem para 
receber as linhas de telefone convencionais 
de uma operadora de telefonia pública. 
Quando usamos mais de uma linha te-
lefônica em um PBX-IP é comum criarmos 
um grupo contendo todas estas linhas, esse 
método é utilizado pois quando o PBX-IP 
necessita encontrar uma linha disponível 
(livre) para que uma ligação seja feita, é 
muito mais fácil que o sistema procure por 
estas linhas em um grupo do que tentar 
localizá-las uma a uma. Quando utiliza-
mos plataformas baseadas em Asterisk este 
grupo de linhas de telefone é comumente 
chamado de grupos de canais.
A plataforma MeucciBE automatica-
mente cria um grupo de canais, “g1”, que 
será utilizado para ligaçõesde saída, desta 
forma o leitor não terá que se preocupar 
com maiores detalhes sobre como criar 
um tronco PSTN, podemos visualizar 
este tronco pela opção “Canais” do menu 
“Configurações”.
Para configurarmos a placa VB0408, 
caso necessário, devemos editar um arqui-
vo-texto pelo console do Linux. O arquivo 
chama-se digivoice.conf e encontra-se no 
diretório /etc/asterisk, este arquivo está 
ricamente comentado com todos os pa-
râmetros disponíveis de configuração da 
placa, e para facilitar a vida do leitor a 
distribuição MeucciBE já cria um arquivo 
padrão com configurações default que aten-
dem à maioria das operadoras de telefonia 
pública no Brasil. 
Criando um tronco com 
uma operadora VoIP
Normalmente, as operadoras VoIP dis-
ponibilizam seus troncos utilizando o proto-
colo SIP. Para adicionarmos uma operadora 
VoIP devemos utilizar a opção “Canais” do 
menu “Configurações” e selecionar “Adicio-
nar um canal SIP”, figura 13.
Os parâmetros de criação deste tronco 
VoIP devem ser adicionados na área de texto 
do box “detalhes de peer”, estes parâmetros 
devem ser fornecidos pela operadora VoIP de 
sua escolha. Na figura 14 temos um exemplo 
dos parâmetros necessários usados pela maio-
ria das operadoras VoIP, devemos observar 
que é importante que o campo “Campo de 
Registro” seja preenchido corretamente, pois 
é a partir dele que a operadora VoIP irá identi-
ficar o usuário e permitir o seu registro (temos 
um exemplo da sintaxe utilizada no Box 1). 
Existem muitas operadoras VoIP no mercado, 
e como exemplo podemos citar duas grandes 
operadoras como a VONO (www.falevono.
com.br) e TellFree (www.tellfree.com.br). 
Criando Rotas de Saída
Chegamos ao ponto esperado pelo leitor, 
utilizar os ramais que foram criados no 
PBX-IP e começar a fazer ligações a partir 
deles. Mas o que são rotas de saída? Elas são 
os caminhos por onde as ligações saem, ou 
seja, quando uma ligação é feita a partir de 
um ramal o número de telefone digitado 
é analisado pelo sistema por um conjunto 
de rotas criadas, quando uma destas rotas 
atender a solicitação entregará a ligação para 
o tronco que estiver associado a esta rota. 
Na maioria dos PABX convencionais, para 
que seja possível fazermos uma ligação é 
necessário que seja discado “0” (zero) antes 
do número, de modo que seja feita a captura 
de uma rota de saída, já no PBX-IP isso não 
é mais necessário pois ele trata as rotas ana-
lisando o número discado pelo ramal.
As operadoras VoIP necessitam que o 
usuário se registre antes de realizar 
uma chamada.
Sintaxe de registro:
conta:senha@hostdaoperadora/id
Ex: 1121213232:12345@operadora-
voip.com.br
O parâmetro “id” pode ser opcional em 
algumas operadoras.
Box 1: Registro para conta SIP
F12.
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PC&CIA # 88 # 2009
56
Redes
Com a placa da DigiVoice conectada 
a PSTN poderemos criar uma rota para 
que as ligações locais saiam por ela para 
completar as ligações locais, e para fazermos 
ligações DDD (Ligações de longa distância) 
criaremos uma rota com destino a uma 
operadora VoIP.
Rota para a PSTN (placa DigiVoice)
Para termos acesso às rotas de saída da 
plataforma MeucciBE utilizamos a opção 
“Rotas Saintes” do menu “Configurações”, o 
MeucciBE já possui uma rota padrão, a rota 
“0 exemplo”, que permite a saída de ligações 
pelo grupo de canais “g1”, este grupo de 
canais é criado como padrão na distribuição 
MeucciBE e está associado aos canais da 
placa de voz Digivoice. Podemos excluir ou 
editar esta rota, e também adicionar outras. 
Iremos editar a rota-exemplo para, a 
partir do dígito “0”(zero), obter esta rota 
e sair com ligações para o grupo de canais 
“g1”. Permitiremos apenas ligações locais, 
incluindo celulares.
Clique na rota padrão “0 Exemplo” e 
altere o modelo de discagem que esta como 
“0|.” para NXXXXXXX (este valor é uma 
máscara, veja mais no Box 2), conforme 
o exemplo da figura 15. Esta máscara de 
discagem irá permitir que apenas números 
de telefones que iniciem pelos dígitos 2 a 9 
(máscara N) e que sejam completados com 
outros 7 dígitos de 0 a 9 (máscara X) sejam 
encaminhados para o grupo de canais “g1”, 
que está associado à placa de voz da DigiVoi-
ce e conectada a linhas de telefone de uma 
operadora de telefonia pública. Podemos 
inserir mais máscaras em uma mesma rota 
como, por exemplo, a regra para permitir 
Existem máscaras que nos permitem 
criar estas regras:
Z: Aceita somente um dígito de 1 a 9
N: Aceita somente um dígito de 2 a 9
X: Aceita somente um dígito de 0 a 9
. (ponto): Aceita um ou mais dígitos 
de 0 a 9 
|: Exclui os dígitos a sua esquerda
[25-9]: É válido como sendo um único 
dígito, utilizado para definir dígitos 
específicos e/ou range de dígitos, no 
exemplo é aceito o dígito 2 e o intervalo 
de dígitos de 5 a 9.
Box 2: Máscaras de 
plano de discagem
F13.
F14.
F15.
---figura01.png---
F1: 
---figura02.png---
F2: 
---figura03.png---
F3: 
---figura04.png---
F4: 
---figura05.png---
F5: 
---figura06.png---
F6: 
---figura07.jpg---
F7: 
---figura08.png---
F8: 
---figura09.png---
F9: 
---figura10.png---
F10: 
---figura11.png---
F11: 
---figura12.png---
F12: 
---figura13.png---
F13: 
---figura14.png---
F14: 
---figura15.png---
F15: 
---figura16.png---
F16: 
---figura17.png---
F17: 
Adicionar um canal SIP para operadoras VoIP
Detalhes de cadastramento de uma conta para uma operadora VoIP
Rota de saída para a PSTN
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Redes
ligações para números de emergência 19X 
- esta máscara permite que sejam discados 
números como 190, 192, 196, etc.
Os campos obrigatórios para esta rota 
de saída são:
Nome da Rota: Já esta preenchido 
como “exemplo”, e pode ser renome-
ado caso necessário.
Modelo de Discagem : E s-
tão sendo utilizadas as máscaras 
NXXXXXXX e 19X
Sequência de Canais: Utilize o 
canal do tipo DGV com o grupo 
g1 (DGV/g1)
Há vários outros campos, mas os impor-
tantes para o nosso caso são estes três. Para 
finalizar não devemos esquecer de clicar na 
opção “Aplicar Alterações”.
Rota para operadora VoIP
Adicionaremos uma nova rota de saída, 
que será utilizada para fazer ligações usando 
a operadora VoIP, quando o leitor discar 
para números DDD.
Clique na opção “Adicionar Rota” e 
complete os campos:
Nome da Rota: VoIP
Modelo de Discagem: 0ZZN-
XXXXXXX
Sequência de Canais: Selecione a 
operadora VoIP que foi cadastrada
Na figura 16 temos um exemplo de 
uma rota de saída utilizando uma opera-
dora VoIP.
Para fazer ligações DDD usando a maio-
ria das operadoras VoIP não é necessário 
discar o código de uma operadora, e sim 
somente o código de área e o número de 
telefone, por exemplo, 011, 021, 051, dentre 
outros códigos DDD.
Recebendo ligações
Há várias maneiras de um PBX-IP 
receber uma ligação em um tronco PSTN, 
VoIP ou interface celular, a mais comum 
é encaminhar a ligação recebida para uma 
URA (Unidade de Resposta Audível), 
aquela mensagem que recebemos nos 
instruindo para qual departamento ligar; 
outra maneira é encaminhar a ligação para 
uma telefonista. 
Para recebermos ligações devemos uti-
lizar a opção “Rotas Entrantes” do menu 
“Configurações”. Nesta opção já existe uma 
rota de entrada padrão, any DID / any CID, 
que funciona como um “catch all”, ou seja, 






um “pega-tudo” dos troncos, caso chegue 
uma ligação, seja no tronco PSTN ou VoIP, 
esta rota irá atender a esta ligação. A rota any 
DID / any CID encaminha a ligação rece-
bida para uma URA padrão do sistema que 
reproduz uma mensagem de teste indicando 
que a plataforma MeucciBE foi instalada 
corretamente, como não iremos abordar a 
criação de URA neste artigo, iremos mos-
trar como direcionar uma ligaçãode entrada 
para um ramal, funcionando como se fosse 
o ramal da telefonista da empresa.
Clique na rota padrão any DID / any 
CID e com a barra de rolagem caminhe até 
o final da tela, onde temos a opção “Con-
figurar Destino”, nesta opção podemos 
selecionar o destino da ligação entrante, 
podemos observar que está selecionada a 
opção “URA” exemplo, para direcionarmos 
a ligação para um ramal basta selecionarmos 
a opção “Ramais” e escolhermos o ramal de 
destino para a ligação, figura 17.
Conclusão
Agora é só o leitor colocar a “mão na 
massa”, ou no telefone, e começar a fazer 
ligações, receber, usufruir da caixa postal 
dos ramais e das demais facilidades que um 
PBX-IP pode proporcionar. Caso o leitor 
esteja interessado em conhecer mais sobre a 
plataforma MeucciBE, a DigiVoice oferece 
cursos gratuitos em seu Centro de Trei-
namentos para os clientes que adquirirem 
um de seus modelos de placas de voz para 
telefonia. Maiores informações podem ser 
obtidas no site www.digivoice.com.br. PC
F16.
F17.
Rota de saída para operadora VoIP
Indicando o destino de uma ligação entrante
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58
Sistemas Operacionais
Anibal B. Nascimento Jr.
Atualmente faz parte da equipe do laboratório 
da Revista. Entusiasta das áreas de
hardware e programação.
Esta situação é mais comum do que se imagina: você está fazendo o download de um arquivo grande, a transferência está acontecendo 
com boa velocidade, mas já na casa dos 
90% surge na tela a mensagem fatal “Es-
paço em disco insuficiente”.
Normalmente ,o próximo pensamento 
é “Onde foi parar o espaço do meu HD?” 
seguido de uma grande frustração. Pois 
é, você não tem idéia do que possa estar 
ocupando todo o espaço do disco, e não 
sabe nem por onde começar.
Mas, felizmente, isso acabou, pois 
com o SpaceMonger você pode descobrir 
facilmente e limpar os diretórios e arquivos 
responsáveis pelo sumiço do espaço livre 
que havia antes.
Download
Este utilitário pode ser obtido no site do 
fabricante: http://www.sixty-five.cc/. Até 
a data de conclusão deste artigo a versão 
mais recente era a 2.1, que é comercial, 
portanto, paga.
Entretanto, na própria seção de 
downloads do site há a versão 1.4 dispo-
SpaceMonger
Encontre facilmente o espaço perdido 
no seu HD. Para isto basta um software que 
mostre quanto cada diretório (ou pasta) e 
arquivos estão usando do seu HD. Estes 
softwares são muito úteis, pois se você 
precisa de espaço de imediato, é suficiente 
abrir o software e procurar por arquivos 
desnecessários e apagá-los.
nível gratuitamente. Esta antiga versão 
contém apenas funcionalidades básicas, 
mas que são mais do que suf icientes 
para a tarefa que precisamos executar. 
Ainda por cima, trata-se de um execu-
tável autocontido, que sequer precisa 
ser instalado, ou seja, você pode levá-lo 
para qualquer lugar em um pendrive e 
executá-lo diretamente no PC de clien-
tes ou amigos.
Utilização
Como não precisa ser instalado, basta 
executar o arquivo SpaceMonger.exe para 
iniciar o programa.
Em seguida, clique no botão “Open”, 
que está localizado no canto superior es-
querdo da janela do programa. Surgirá a 
janela “Select Drive to View”, que solicita 
qual unidade (drive) você deseja explorar. 
O que você verá deve se assemelhar 
à figura 1. O programa lê os diretórios e 
arquivos da sua partição e os organiza grafi-
camente na forma de blocos aninhados. Ar-
quivos maiores são representados por blocos 
maiores, todos são desenhados dentro dos 
blocos dos diretórios aos quais pertencem. PC
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59
Sistemas Operacionais
Para navegar nos 
diretórios, basta clicar 
duas vezes sobre eles.
Ainda na figura 1, 
há um diretório cheio 
de arquivos que não 
queremos mais. Ele 
pode ser eliminado 
facilmente, basta cli-
car sobre ele para que 
seja selecionado e a 
seguir clicar no botão 
“Delete” na barra de 
ferramentas. Após a 
deleção, o SpaceMon-
ger recalcula o espaço 
do disco e atualiza a 
tela, conforme é visto 
na figura 2.
Conclusão
O SpaceMonger é 
bem eficaz e seu mapa 
gráfico é claro, o que 
facilita a busca por 
arquivos e diretórios 
grandes, que eventual-
mente estejam ocupan-
do mais espaço do que 
deveriam. É uma boa 
ferramenta para aquela 
avaliação periódica que 
sempre adiamos por 
falta de tempo, ou até 
por preguiça.
 Para o técnico em 
informática ele pode 
ser bem útil pois, além 
de ser freeware, pode 
ser executado a partir 
de um pendrive ou 
qualquer outro dis-
positivo móvel como 
um CD. Isto permite 
executa r uma l im-
peza nas máquinas 
de clientes de forma 
transparente, sem ter 
de instalar nada.
 De forma geral, o 
SpaceMonger se saiu 
muito bem e cumpriu 
o que prometeu sem 
qualquer tipo de erro, 
portanto, é recomen-
dado.
F1.
F2.
HD com pouco espaço livre.
Agora temos 2 GB de espaço livre.PC
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60
Sistemas Operacionais
Os novos chips da Intel
Da mesma forma que durante nossa vida nos acostumamos a juntar muitas coisas, na vida digital não é diferente. Fotos, documentos, 
vídeos, jogos, muitas vezes itens que nem 
têm mais serventia, tudo vai se acumu-
lando nos discos rígidos. É sempre aquele 
pensamento: e se eu precisar algum dia? 
Não é raro buscar por um determinado 
arquivo e descobrir ter três ou quatro cópias 
espalhadas pelo disco. Conforme o disco é 
ocupado, tem-se a impressão de que ele está 
mais lento, e nessa hora a primeira ação que 
vem à cabeça é desfragmentá-lo.
Desfragmentar oferece alguns benefí-
cios, dos quais o mais conhecido é o ganho 
em desempenho pelos arquivos estarem 
armazenados sequencialmente. Um efeito 
indireto é a redução do desgaste do disco, 
pois a agulha precisa mover-se menos para 
acessar os dados. Em conjunto com a des-
fragmentação, é possível adotar políticas 
de posicionamento dos dados, situando 
arquivos acessados frequentemente na parte 
mais rápida do disco, ou agrupando os 
arquivos utilizados durante a inicialização 
do sistema.
Desfragmentação 
otimizada 
de disco
Antes de desfragmentar
Algumas medidas simples podem auxiliar 
no processo de desfragmentação. Uma delas 
é fazer uma limpeza no disco, livrando-se de 
arquivos temporários e restos deixados por 
programas. O próprio Windows tem um 
utilitário para esse tipo de limpeza, além das 
várias alternativas gratuitas disponíveis.
Softwares antivírus podem causar pro-
blemas se estiverem configurados para varrer 
cada dado lido do disco. Certifique-se que 
não é essa a situação, caso contrário desative 
a proteção temporariamente.
Partições muito ocupadas oferecem 
péssimos resultados ao serem desfragmen-
tadas, o tempo total da operação aumenta 
consideravelmente e vários arquivos conti-
nuarão fragmentados no final do processo. 
Uma opção é tentar compactar os arquivos 
pouco usados (recomendamos o 7-Zip, cujo 
formato .7z tipicamente comprime melhor 
que os tradicionais .zip e .rar), liberando 
espaço para que o desfragmentador possa 
atuar em melhores condições. Uma sugestão 
no momento da aquisição é comprar um 
disco maior do que o necessário. Ter bastante 
espaço livre diminui a taxa de fragmentação, 
A desfragmentação de disco é uma solução normalmente adotada 
quando o computador já não é tão rápido como nos primeiros dias 
de uso. Apesar de trazer benefícios em muitos casos, saber a hora 
certa e ter ferramentas adequadas é essencial.
Diego Pagliarini Vivencio
Diego Pagliarini Vivencio
Bacharel em Ciência da Computação e 
mestrando na área de virtualização e 
sistemas multi-core pela UFSCar. É Analista 
de Informática e trabalha com virtualizaçãode servidores no Instituto de Química 
da Unesp Araraquara.
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Sistemas Operacionais
Quarenta e sete milhões 
de transistores empilhados 
em uma área de 22 mm²: 
este é Atom, o menor 
processador da Intel.
Tela inicial do JkDefrag Portable.F1.
além de facilitar o trabalho da ferramenta 
empregada. Atualmente a diferença para 
comprar um disco um pouco maior é muito 
pequena, compensando o investimento.
O JkDefrag
O JkDefrag (www.kessels.com/Jk-
Defrag) é um desfragmentador gratuito 
desenvolvido por Jeroen Kessels e licenciado 
sob a LGPL. Ele utiliza a API (conjunto de 
bibliotecas) de desfragmentação do Windows, 
presente em todas as versões partir do 2000. 
Essa API é empregada na maioria das ferra-
mentas de desfragmentação, inclusive na que 
vem inclusa no Sistema Operacional.
Ele apresenta várias vantagens em relação 
ao desfragmentador embutido no Windows. 
Sua velocidade de operação é sensivelmente 
superior. Muitos podem se perguntar como 
isso é possível, se são baseados na mesma 
API? A biblioteca oferece apenas os meca-
nismos para garantir a movimentação segura 
dos dados dentro do disco rígido, mas a 
implementação do software influencia no 
resultado final ao tomar melhores decisões 
ao definir quais e como os dados devem 
ser movidos.
Seu principal diferencial é a organiza-
ção dos dados nas partições. O JkDefrag 
classifica os dados em três grupos:
Grupo 1: esse grupo é composto por 
diretórios. Diretórios estão entre os 
itens mais acessados no disco, e com 
essa informação espalhada podem 
ocorrer momentos de lentidão ao 
abrir uma pasta;
Grupo 2: nesse grupo estão os 
arquivos em geral. Aqui se incluem 
arquivos menores e aqueles acessados/
modificados frequentemente;
Grupo 3: nesse grupo ficam os ar-
quivos classificados pelo criador do 
programa como space hogs (devora-
dores de espaço). São arquivos pouco 
acessados ou que são muito grandes. 
Nessa categoria se inclui o conteúdo 
da lixeira, dados de restauração de 
sistema, arquivos compactados (.zip, 
.rar, .7z, etc) e arquivos que não são 
acessados há mais de 30 dias ou 
maiores que 50 MB.
Como otimização, ele organiza os dados 
nas partições da seguinte forma: primeiro 
ficam os diretórios, seguidos pelos arquivos 
comuns, deixando os space hogs no final da 
partição. O segredo do JkDefrag é deixar 



um pequeno espaço vazio (por padrão 1% 
do tamanho total da partição) entre cada 
um dos grupos. Apesar de parecer simples, 
esse detalhe é primordial. Sem isso, todos 
os dados ficariam agrupados no início da 
partição, e ao salvar arquivos temporários e 
novos arquivos eles acabariam sendo salvos 
após os space hogs, forçando a agulha do 
disco a se deslocar mais.
Além dessa técnica, ele oferece várias 
otimizações acessíveis através de linha de 
comando. É possível aumentar o espaço entre 
os grupos, ou adotar estratégias especiais na 
ordenação dos arquivos, dentre elas:
Nome completo: arquivos de um 
mesmo programa ficam agrupados, 
minimizando o tempo de abertura 
dos aplicativos;
Último acesso: os arquivos acessados 
frequentemente ficam no início do 
disco, otimizando sua abertura;
Data de criação: arquivos mais anti-
gos tem grande chance de fazer parte 
do sistema operacional, de drivers ou 
programas utilizados diariamente, 
sendo interessante posicioná-los no 
começo do disco.
É importante pensar muito bem na 
técnica que será utilizada, pois há fatores 
secundárias a observar. Por exemplo, a 
técnica de ordenar pelo último acesso con-
flita com a varredura automática de alguns 
antivírus, que ao escanear o disco atualizam 
a informação de último acesso de todos os 
arquivos. Neste caso, apesar de inteligente, 
esta técnica pode ser inviável.
O funcionamento padrão do progra-
ma analisa todas as partições no sistema, 
desfragmenta e realiza a otimização rápida 
(separação dos dados em grupos). Para outras 
opções que apresentamos, é necessário recor-
rer à linha de comando. Felizmente, várias 
pessoas desenvolveram interfaces gráficas 
que permitem escolher as partições a serem 


 processadas ou acesso às opções avançadas. 
Iremos analisar uma versão desenvolvida 
para rodar diretamente de um pendrive 
ou CD, perfeita para que faz manutenção.
Versão Portátil
O JkDefrag Portable (http://portablea-
pps.com/apps/utilities/jkdefrag_portable) 
é um peso pena de apenas 1 MB mantido 
pelo PortableApps.com, um grupo focado 
em desenvolver versões portáteis de softwa-
res convencionais. Softwares portáteis são 
aqueles que podem rodar diretamente de um 
dispositivo removível, sem a necessidade de 
instalá-los no sistema. Há versões portáteis 
de vários aplicativos conhecidos, como o 
Firefox, ClamWin, VLC e até mesmo o 
OpenOffice.org, permitindo manter um 
ambiente de trabalho completo no bolso 
da camisa. Vale a pena visitar o site, pois 
há ferramentas para as mais diversas áreas, 
desde utilitários de manutenção até jogos 
simples para passar o tempo.
Devo desfragmentar 
o pendrive?
Dispositivos baseados em memória 
flash, como pendrives, cartões de 
memórias e SSDs não precisam nem 
devem ser desfragmentados. Como 
não são dispositivos mecânicos, 
acessar qualquer região da memória 
leva o mesmo tempo. Além disso, 
esse tipo de memória tem um número 
limite de gravações por célula e por 
esse motivo os dispositivos empregam 
uma técnica conhecida como wear-
leveling, na qual os dados gravados 
são distribuídos pela memória a fim 
de evitar que uma certa região se 
degrade antes do restante. Ainda 
que os arquivos apareçam de forma 
contígua no sistema de arquivos, eles 
estarão fragmentados internamente.
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62
Sistemas Operacionais
Samsung Q1U-XP, 
um produto que irá 
se beneficiar de um 
Atom Z500.
PC
A interface padrão pode ser vista na 
figura 1. Através dela é possível selecionar 
qual partição será processada pelo JkDefrag, 
além de permitir escolher se será realizada 
apenas uma análise, uma desfragmentação 
simples ou otimizada. É útil analisar antes 
de fazer qualquer tipo de operação, pois é 
possível ter uma idéia do tempo necessário 
baseado no grau de fragmentação. Uma 
desfragmentação otimizada pode ser demo-
rada na primeira vez que for realizada, mas 
nas execuções subsequentes, com os dados 
antigos já otimizados, a operação será bem 
mais rápida.
O processo de desfragmentação é ilustrado 
na figura 2. As áreas em amarelo são arqui-
vos fragmentados, as áreas em verde-claro 
são arquivos desfragmentados e aquelas em 
verde-escuro são os space hogs. Regiões pretas 
correspondem ao espaço vazio. Arquivos que 
não podem ser movidos aparecem em verme-
lho. A região rosa quase no meio da partição 
corresponde à MFT (Master File Table) do 
NTFS, que armazena a estrutura do sistema 
de arquivos. Ela ocupa 12,5% do tamanho 
total da partição, mas essa reserva não é fixa, 
podendo ser utilizada por arquivos comuns 
se não houver espaço disponível.
O resultado é mostrado na figura 3. As 
informações dos diretórios ficaram logo no 
início da partição (uma faixa fina na parte 
inferior da representação gráfica), seguido 
pelos arquivos comuns e no final os space 
hogs, intercalados pela MFT. É possível 
observar os intervalos entre as regiões, bem 
como alguns espaços vazios no meio das 
regiões. Isso é normal, o JkDefrag procura 
conciliar eficácia com desempenho, e tentar 
eliminar todos os espaços vazios aumentaria 
o tempo dispendido sem trazer benefícios. 
O importante é ter espaço livre contíguo, 
evitando que novos arquivos acabem frag-
mentados.
Conclusão
Apresentamos ao leitor uma ferramenta 
simples, mas que permite trazer benefícios 
no desempenhogeral do equipamento. É 
um excelente diferencial em um serviço de 
manutenção, saindo do lugar comum de 
usar o utilitário embutido no sistema sem 
precisar recorrer à compra de licenças.
Uma possibilidade é configurar o Jk-
Defrag para atuar a cada boot, através das 
tarefas agendadas do Windows. Como o 
disco estará sempre com baixa fragmentação, 
o tempo para desfragmentar será reduzido. 
Para isso é necessário algum conhecimento 
da linha de comando, cuja documentação 
está disponível no site oficial do utilitário.
No início de julho o criador do JkDe-
frag liberou a versão 4.0, sob o nome de 
MyDefrag (www.mydefrag.com). Junto 
com a alteração, ele passou a ser fornecido 
sob uma nova licença de uso, que exige que 
o software seja utilizado na forma como é 
distribuído (atualmente só está disponível no 
formato de instalador). Não se sabe ainda se 
o novo licenciamento pode afetar a criação 
de versões portáteis, mas até o encerramento 
desta edição a variante portable ainda era 
baseada na versão 3.36 do JkDefrag. Isso não 
chega a ser um problema, pois essa versão 
é muito sólida e confiável, e as principais 
melhorias da versão 4.0 foram na interface 
gráfica e no suporte a scripts para operações 
complexas.
Pra quem quiser utilizar os recursos 
avançados, recomendamos explorar o site 
oficial, onde está disponível toda a docu-
mentação, além de outras interface gráficas 
de terceiros que facilitam o acesso a outras 
funcionalidades desse pequeno notável.
Até a próxima!
Processo de desfragmentaçãoF2.
Sistema de arquivos otimizadoF3.
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Na última semana de maio, o professor Fernando S. Meirelles apresentou à imprensa os re-sultados da 20ª pesquisa anual 
e tendências de software, realizada entre 
agosto de 2008 e abril de 2009 pelo Centro 
de Tecnologia de Informação Aplicada da 
Escola de Administração de Empresas de 
São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. 
O prof. Meirelles e sua equipe fazem um 
trabalho muito bom para quantificar o 
mercado brasileiro desta área e facilitar 
as informações a todos os que necessitam 
delas, desde 1989. 
Índices
Entre os índices utilizados na moderna 
administração da informática, destaca-se 
o gasto total medido como percentagem 
da receita líquida da empresa. Este índice 
é reconhecido como um dos principais 
indicadores, permitindo o planejamento, o 
monitoramento e a comparação com outras 
empresas. O percentual da receita líquida 
aplicado em informática aparece cada vez 
mais como um fator-chave estratégico de-
terminante no sucesso da empresa. 
Outro indicador para complementar 
o anterior é o custo anual por teclado. 
Uma evidência da sua relevância é o uso 
crescente de uma variação conhecida como 
Total Cost of Ownership ( TCO ) ou Custo 
Total de Propriedade, termo muito popular 
na área e um conceito que aparece no vo-
20ª Pesquisa 
da FGV
Os investimentos em TI continuarão a crescer a taxas vigorosas! Isto é o 
que mostra a 20ª pesquisa anual da Administração de Recursos da Informática, 
conduzida pela FGV.
Ter consciência da realidade do mercado é uma necessidade para quem tra-
balha em qualquer ramo, e no da informática não poderia ser diferente. Conheça 
as tendências e use esta informação a favor do seu negócio.
cabulário utilizado em artigos orientados 
para a gestão de TI pelos fabricantes de 
equipamentos, produtos de informática e 
pelas consultorias. Empresas como IBM, 
HP, Microsoft e Dell, entre outras, ofere-
cem sua receita e metodologia de cálculo 
e redução do TCO.
A pesquisa dá continuidade ao Fórum 
de Informações sobre a Administração de 
Recursos de Informática nas Empresas, 
atualizando as anteriores, bem como as 
publicadas no livro do prof. Meirelles, No-
vas Aplicações com Microcomputadores, 
editado pela Pearson/McGraw-Hill na sua 
34ª reimpressão em 2008.
A amostra teve duas mil respostas váli-
das, dentro de mais de cinco mil empresas 
pesquisadas por alunos de graduação e 
pós-graduação da FGV (Fundação Getúlio 
Vargas). Esta amostra é bastante repre-
sentativa das médias e grandes empresas 
nacionais de capital privado, sendo que 
mais de 60% das empresas pertencentes 
ao grupo das quinhentas maiores do Brasil 
estão entre as pesquisadas.
Pesquisa reconhecida
As grandes empresas nacionais, multi-
nacionais da indústria e comércio na área 
de TI e órgãos do governo, reconhecem o 
valor e a qualidade deste trabalho desenvol-
vido pela FGV em estabelecer parâmetros, 
visto a dificuldade, principalmente em 
anos passados quando o mercado ilegal 
destes equipamentos era muito significati-
vo e o professor Meirelles com sua equipe 
conseguiu, de maneira criativa e utilizan-
do outros marcadores (como exemplo, a 
F1.Evolução histórica 
do valor médio do 
índice G.
Hélio Fittipaldi
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Tendências
Tendências
64
Mercado Brasileiro e Uso Corporativo Evolução anual
Índices e Valores 1988 2002 2008/9 20 anos 6 anos 2008
Venda no ano (milhões de micros) 0,4 4,4 12 19,00% 19,00% 16,00%
Base Instalada (micros em uso, milhões) 1 18 56 21,00% 21,00% 22,00%
Preço do micro padrão (US$ 1.000) 5,4 0,5 0,4 -12,00% -5,00% -4,00%
Custo Anual por Teclado (US$ 1.000) 16 10 10 -2,00% 0,00% -1,00%
Custo Anual por Usuário (US$ 1.000) 9 10 10 1,00% 0,00% 1,00%
Custo Anual por Funcionário (US$ 1.000) 2 7 8 6,00% 3,00% 3,00%
Gastos Informática / Faturamento Líquido 1,30% 4,70% 6,00% 8,00% 4,00% 5,00%
Micros em uso nas empresas (média) 20,00% 6,00% 8,00%
Usuários Ativos nas empresas (média) 14,00% 4,00% 6,00%
Relação Usuário / Micro nas empresas 3 1,2 1,1 -5,00% -1,00% -2,00%
Micros em redes nas empresas 5,00% 94,00% 98,00% 16,00% 1,00% 8,00%
% de usuário (usuários/funcionários) 7,00% 64,00% 78,00% 13,00% 3,00% 1,00%
Relação funcionários / teclado 20 0,2 1,7 -12,00% -3,00% -1,00%
produção de monitores de vídeo nacionais 
que não sofriam a concorrência da impor-
tação ilegal), estabelecer os números deste 
mercado. A quantidade e a qualidade das 
informações obtidas na pesquisa permi-
tem muitas análises e a quantificação de 
diversos índices para monitorar e planejar 
o uso da Tecnologia de Informação nas 
empresas.
Gastos e Investimentos em 
Informática
No diagrama da figura 1, podemos 
notar a evolução histórica do valor médio 
do índice G que é igual a gastos (despesas 
e investimentos) sobre o faturamento 
líquido anual. 
O Índice G é composto pelo gasto total 
destinado à informática compreendendo: 
investimentos, despesas e todas as verbas 
alocadas em informática como instalações, 
equipamentos, suprimentos, softwares, te-
leprocessamento, treinamento, custos com 
o pessoal direto e indireto, entre outros. 
Telecomunicações também entra na conta, 
pelo menos a parte referente a dados, se 
estendendo a todo o custo de telecom nas 
empresas onde informática já cuida da 
telefonia com voz e dados.
O gasto total das empresas nacionais 
costuma estar entre 1% e 20% do fatu-
ramento líquido. O mais frequente é um 
valor entre 1% e 10%. Encontra-se, com 
certa frequência, empresas de determinados 
setores que alocam, por vários anos, valores 
crescentes acima de 6% do faturamento em 
sua informatização e automação.
Este índice depende de vários fatores: 
os dois principais são o estágio ou nível de 
informatização e o setor no qual a empresa 
opera. Mas, infelizmente, não existe ainda 
uma forma simples e direta de estabelecer o 
estágio ou nível de informatização de uma 
empresa com precisão.
Quando a empresa progride no proces-
so de uso da informática o Índice de Gastos 
cresce, um conceito que não costuma ser 
facilmente aceito pelos executivos. Nos 
últimos 20 anoso Índice de Gastos tem 
crescido em média 8% ao ano, passando de 
1,3% em 1988 para 6% em 2008/9, exis-
tindo ainda muito espaço para alcançarmos 
os níveis dos países mais desenvolvidos.
Setores da economia
No diagrama da figura 2, temos o Ín-
dice de Gastos por setor da economia, no 
qual se vê diferenças significantes entre os 
setores clássicos onde temos a indústria, o 
comércio e os serviços.
Os valores mostram que, em média, 
o setor de Serviços é o que mais gasta e 
investe em TI. Neste setor, os bancos lide-
ram e apresentam valores 50% superiores 
aos outros participantes do mesmo setor, 
conforme mostra o diagrama da figura 3. 
F2. F3.
T1.
Índice de gastos por setor da economia. Liderança dos bancos em gastos e investimentos
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O valor do Índice de Gastos para os bancos 
é maior devido a dois fatores estruturais: 
o segmento é o mais informatizado e o 
denominador do índice é medido de outro 
modo.
A evolução do Índice de Gastos para as 
empresas do Comércio começou com um 
pequeno crescimento até 1993, quando 
passa a ter uma aceleração devido ao fenô-
meno da automação comercial. O compor-
tamento do varejo foi diferente do restante 
do comércio, seus gastos com informática 
eram superiores aos outros e oscilaram de 
forma levemente decrescente em torno de 
1,1% até 1995, quando retomaram um 
crescimento e comportamento semelhantes 
ao do setor. Os valores para o comércio 
comprovam a evidência empírica de que 
o índice de gastos é em função do setor 
e do estágio de informatização. Até 1995 
o varejo era pouco informatizado, com 
índice próximo de 1,1%, mas quando as 
empresas começaram a usar mais recursos 
da informática, com automação, o índice 
passou a crescer 9% ao ano, passando de 
1% entre 1991 e 1995 para 2,7% em 2008, 
como mostra o diagrama da figura 4.
Os diagramas mostram que o comércio 
cresceu um pouco menos que a média das 
empresas, e o varejo ainda menos que o 
comércio. A curva de tendências aponta 
para um crescimento na direção dos valores 
do setor comercial.
Custo Anual Por Teclado
Outro indicador proposto para analisar 
o uso de TI é o CAPT (Custo Anual Por 
Teclado). O CAPT é uma variável que foi 
calculada para cada empresa da amostra a 
partir da seguinte fórmula: 
Onde:
F0x = Faturamento anual líquido 
em US$ milhões (F08 = valor em 
2008);
G0x = Gastos totais com informáti-
ca no ano (despesas + investimen-
tos) / F0x;
TEC0x = Número de teclados 
instalados (TEC08 = teclados em 
uso pela empresa no final de 2008). 
Esta variável representa o total de 
estações de trabalho instaladas, 
levando em consideração tanto mi-
crocomputadores quanto eventuais 
terminais leves.
O valor médio em 2008 é de US$ 
10.200 por ano por teclado, ou R$ 
18.800,00. Veja na figura 5 que em 1999, o 



valor do CAPT caiu 15%, de US$ 14.200 
para US$ 12.100 (próximo do valor inter-
nacional para grandes empresas dos países 
mais desenvolvidos). O principal motivo 
foi a desvalorização cambial. Em moeda 
nacional o custo por teclado subiu 10%, 
passando para cerca de R$ 22.000,00. 
Ficou estável em dólares até 2002, quando 
caiu quase 20% para US$ 10.000, mas 
subiu próximo de 15% em reais, para um 
valor de R$ 29.000,00. De 2003 a 2006 
permaneceu em torno de US$ 9.000, 
crescendo 14% em 2007 para um valor 
de US$10.300.
Números do mercado
Os investimentos em TI deverão conti-
nuar crescendo a taxas vigorosas, à medida 
que mais empresas percebam os benefícios 
associados, assim como as empresas que já 
empregam TI continuem ampliando sua 
utilização. Isso ocorre devido à evolução 
tecnológica reduzindo o custo por usuário, 
o que tende a aumentar a atratividade dos 
investimentos. Tal ciclo, potencialmente 
CAPT =
(Gastos+investimentos em TI)
Teclados
CAPT =
(F0x) x (G0x)
TEC0x
F4. F5.
F6.
Crescimento do índice de gastos para as empresas 
do comércio
Variação do valor médio do CAPT
Evolução dos PCs em 
uso nas empresas 
brasileiras.
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Tendências
Tendências
66
Evolução de Pcs em USO
Base Nacional Ativa por Tipo nas Empresas
ANO XT 286 386 486 Pentium I P II PIII P4 + Outros
1988 97,00% 3,00%
1990 82,00% 14,00% 4,00%
1992 57,00% 22,00% 19,00% 2,00%
1994 21,00% 10,00% 36,00% 31,00% 2,00%
1996 1,00% 4,00% 22,00% 52,00% 21,00%
1998 1,00% 7,00% 30,00% 53,00% 8,00%
2000 1,00% 7,00% 49,00% 38,00% 4,00%
2002 2,00% 21,00% 31,00% 38,00% 10,00%
2004 1,00% 8,00% 17,00% 27,00% 46,00% 1,00%
2005 5,00% 13,00% 22,00% 58,00% 2,00%
2006 2,00% 10,00% 17,00% 69,00% 2,00%
2007 1,00% 6,00% 13,00% 78,00% 2,00%
2008 4,00% 10,00% 84,00% 2,00%
Tendências 1,00% 49,00% 50,00%
virtuoso para as organizações, impõe aos 
gestores um importante desafio: gerenciar 
a informatização da organização de for-
ma consistente e coerente, garantindo o 
alinhamento com a estratégia empresarial 
e a evolução conjunta dos modelos de 
organização e gestão. 
Segundo a pesquisa, existem, em maio 
de 2009, 60 milhões de computadores em 
uso no Brasil, corporativo e doméstico 
(figura 6). Em 2008 foram vendidos 12,2 
milhões de PCs, mais de 30.000 unidades 
por dia, com crescimento de 16 % sobre 
2007 quando pela primeira vez superaram 
as vendas de televisores. A base instalada 
ativa de computadores no Brasil atingiu 56 
milhões em 2008. O preço de um compu-
tador padrão tem caído em reais, e devido 
ao câmbio valorizado nos últimos anos 
ficou em dólares, por volta de US$ 400. 
Temos hoje no Brasil um computador 
para cada três habitantes. A previsão para 
2012 é de 100 milhões de máquinas, ou 
seja, um computador para cada 2 habi-
tantes, afirma o professor Fernando S. 
Meirelles.
Evolução do hardware
Quando observamos o número de 
computadores nas empresas em nosso país, 
organizados pelo modelo do processador 
(no diagrama da f igura 7), podemos 
extrair informações importantes sobre o 
comportamento do mercado em relação à 
atualização de hardware. 
Em 2008, modelos baseados em 
processadores Pentium I, II, III e IV (ou 
equivalentes de outros fabricantes como 
a AMD) e modelos posteriores (Core), 
representaram 98% da base ativa de mi-
crocomputadores nas empresas nacionais. 
A categoria “Outros” representa proces-
sadores que não se encaixam nas demais 
categorias, como os Atom e outros que 
ainda vão ser lançados.
Este gráfico não representa as vendas, 
mas sim o número de computadores exis-
tentes e funcionais. A tendência mostra 
que em 2012 estes outros processadores 
poderão dominar 50% do mercado, o 
que significa que começam a ser vendidos 
agora.
Se acrescentarmos a esta estatística 
as pequenas empresas, o valor deve ser 
semelhante incluindo o mercado SOHO 
(microempresas, pequenos escritórios, 
profissionais liberais e principalmente os 
de uso doméstico), uma vez que também 
têm sua base ativa formada por modelos 
mais recentes.
Conclusão
A pesquisa da Fundação Getúlio 
Vargas é um instrumento útil para o 
administrador, pois é uma ferramenta de 
planejamento poderosa entre as áreas de TI 
e permite aos executivos compararem nú-
meros da sua empresa com os do mercado 
e as projeções para o futuro. 
Mostramos nesta breve matéria apenas 
alguns aspectos desta pesquisa, pois ela é 
extensa e detalhada demais para ser publi-
cada aqui na íntegra. Se o leitor se interes-
sar, poderá adquirir a pesquisa completa 
diretamente na livraria da FGV.
T2.
F7.Evolução de 
PCs em Uso
PC
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	PC88_Capa01web.pdf
	PC88_Capa02web.pdf
	03web.pdf04web.pdf
	05web.pdf
	06web.pdf
	07web.pdf
	08web.pdf
	09web.pdf
	10web.pdf
	11web.pdf
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