Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Estudo de caso:
Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus
no contexto da internação hospitalar
Enfs. Residentes: Gislaine Sheile, Marcus Vinícius,
Nathália Fonseca e Paula Faria
Rio de Janeiro, 2025
Hipertensão Arterial Sistêmica
Elevação persistente da pressão arterial (PA) sistólica (PAS) maior ou igual a 140
mmHg e/ou da PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a
técnica correta, em pelo menos duas ocasiões e na ausência de medicação anti-
hipertensiva;
Condição multifatorial, dependente de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais
e psicossociais.
Fonte: Raciocínio Clínico, 2020
Classificação da HAS
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2025
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2025
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2025
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2025
Acidente Vascular Encefálico: A hipertensão crônica provoca lesão endotelial e
espessamento das arteríolas cerebrais, levando à aterosclerose e à redução da
complacência vascular. Isso favorece tanto a trombose ou oclusão arterial
(causando AVE isquêmico) quanto a ruptura de pequenos vasos cerebrais
enfraquecidos (causando AVE hemorrágico). Em ambos os casos, há prejuízo da
perfusão cerebral e risco de sequelas neurológicas graves.
Complicações da HAS
Insuficiência Cardíaca Aguda/Edema Agudo de Pulmão: O aumento crônico da
pós-carga imposto pela hipertensão faz o ventrículo esquerdo trabalhar contra
maior resistência, levando inicialmente à hipertrofia ventricular esquerda e, com o
tempo, à disfunção diastólica e sistólica. Quando ocorre descompensação, há
aumento da pressão retrógrada no átrio esquerdo e nos capilares pulmonares,
resultando em congestão e edema pulmonar agudo.
Complicações da HAS
Síndromes Coronarianas Agudas (Angina Instável e Infarto Agudo do
Miocárdio): A hipertensão favorece o desenvolvimento de placas ateroscleróticas
nas artérias coronárias devido ao dano endotelial e à infiltração lipídica. Além
disso, eleva a demanda miocárdica de oxigênio. Em situações de aumento súbito
da pressão, pode ocorrer ruptura de placa aterosclerótica, com formação de
trombo e obstrução coronariana, resultando em angina instável ou infarto.
Complicações da HAS
Insuficiência Renal Aguda/Crônica Descompensada: A hipertensão causa
espessamento das arteríolas renais (nefroesclerose) e redução progressiva da
perfusão glomerular, levando à isquemia e fibrose renal. Em crises hipertensivas, a
perfusão renal pode cair abruptamente, provocando insuficiência renal aguda.
Com o tempo, o dano cumulativo leva à doença renal crônica, muitas vezes
irreversível.
Complicações da HAS
Urgência/Emergência Hipertensiva: Caracteriza-se por elevação abrupta da
pressão arterial (> 180x120), podendo estar associada à lesão aguda de órgãos-alvo.
A rápida elevação da PA excede a capacidade de autorregulação vascular,
resultando em lesão endotelial, extravasamento de plasma e ativação
inflamatória. Isso pode se manifestar em diversos órgãos (cérebro, coração, rins,
retina), exigindo tratamento intravenoso e monitorização intensiva.
Complicações da HAS
DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2)
O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo usa
a glicose (açúcar) no sangue. Ele é o tipo mais comum de diabetes e está geralmente
associado a fatores como sobrepeso, sedentarismo, má alimentação e histórico
familiar.
Quando você come, o corpo transforma os alimentos em glicose, que é usada como
energia.
Para a glicose entrar nas células, o corpo usa um hormônio chamado insulina,
produzido pelo pâncreas.
No diabetes tipo 2, o corpo:
1.Não usa bem a insulina (resistência à insulina), e/ou
2.Não produz insulina suficiente.
Por exemplo:
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=vAUbt17h6Co
DIABETES MELLITUS TIPO 2 
A hiperglicemia crônica, danifica vasos sanguíneos, nervos, tecidos e órgãos ao
longo do tempo. Em idosos, o DM2 pode ser ainda mais grave, pois se associa
frequentemente a outras doenças crônicas
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS E AGUDASEm relação ao caso:
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
Doença Arterial Coronariana (IAM prévio): o diabetes acelera a aterosclerose.
AVE isquêmico: o risco de AVC é maior em diabéticos, devido à lesão dos
grandes vasos.
Doença Renal Crônica (DRC) estágio IIIb: resultado típico de nefropatia
diabética.
Insuficiência venosa crônica + lipodermatodistrofia: agrava o risco de úlceras de
membros inferiores.
Pode se desenvolver por vários fatores: 
De forma adquirida; congênita ou por
insulina (lipodistrofia). 
lipodermatodistrofia:
A lipodermatodistrofia, mais conhecida como lipodistrofia, é uma condição rara
que provoca uma distribuição anormal da gordura corporal. Pode se manifestar
como perda de tecido adiposo (lipoatrofia) ou acúmulo excessivo
(lipohipertrofia) em áreas específicas, ou de forma generalizada.
Link do vídeo: https://youtu.be/7vr3loQKSH0?si=MTh-Hq3gu5GF9bIP 
Complicações crônicas: 
Neuropatia Diabética: 
A paciente tem lesão ulcerada em hálux com necrose e dor, o que pode ser
agravado por neuropatia periférica diabética, que reduz a sensibilidade e retarda
a cicatrização das lesões.
Alterações na cicatrização e imunidade
O DM prejudica a cicatrização de feridas, reduz a imunidade celular e
humoral, favorecendo infecções recorrentes e feridas crônicas (úlcera,
erisipela, lesões por pressão).
Isso explica a evolução para choque séptico e necessidade de antibioticoterapia
de amplo espectro.
Internada inicialmente por erisipela/celulite, uma infecção de pele comum
em diabéticos.
Evolução para úlceras infectadas, com infecção secundária por Serratia
marcescens.
Evoluiu com choque séptico, necessidade de aminas vasoativas e risco de
falência orgânica.
Complicações Agudas:
 Lesões por Pressão
A hiperglicemia crônica, associada à imobilidade, má perfusão tecidual e
nutrição deficiente, contribuiu para o surgimento de úlceras por pressão
(sacrococcígea, calcâneos).
Algumas lesões com necrose e odor fétido indicam infecção local grave, risco de
osteomielite e sepse secundária.
Infecção grave e sepse
Complicações Agudas:
Comprometimento da cicatrização e integridade cutânea
Lesões tratadas com papaína, AGE e sulfa. revelam a complexidade do
manejo de feridas em diabéticos.
A MARSI (lesão associada a adesivo) no flanco é outro indicativo de pele
frágil e susceptível a lesões.
O caso clínico evidencia como o diabetes tipo 2 mal controlado pode levar a
múltiplas complicações graves, tanto crônicas quanto agudas, afetando diversos
sistemas do corpo. A progressão para infecções graves, lesões de difícil cicatrização
e falência orgânica destaca a importância do controle rigoroso da glicemia e do
manejo multidisciplinar para prevenir desfechos graves. A abordagem precoce e
integrada é essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade em
pacientes com DM2.
Caso Clínico
Paciente: JFB, 80 anos
Natural de Natal, RN
Mãe de 6 filhos (tendo um falecido), avó e católica. 
Reside em uma casa térrea com a sua neta Michele. 
Relata que por conta dos filhos, não conseguiu trabalhar e por isso se dedicou a cuidar da
casa e dos filhos. 
Elenca como atividades significativas, assistir novelas.
Histórico importante
04/09 - Interna no HCFF - Erisipela em MIE
25/09 - Realizada punção de acesso venoso periférico longo guiado por USG em veia cefálica do
MSE em primeira tentativa pelo enfermeiro Fábio Gonçalves
 30/09 - Choque séptico: ICS por Serratia (infecções causadas por bactérias do gênero Serratia, que
podem afetar diversas partes do corpo e são frequentemente associadas a ambientes hospitalares)
Rápida melhora após retirada de periférico longo MSE
Punção Venosa Periférica em VJID .
Doença cardiovascular importante;
Já teve 2 infartos (o último há mais de 15 anos)
Tem insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada
Acidente vascular encefálico (AVE) há 10 anos
Obesidade mórbida (IMC > 30)
Doença renal crônica (DRC) estágio IIIb
 Comprometimento moderadoa grave da função dos rins
Diabetes tipo 2 (insulinodependente)
Hipertensão
Situação atual (últimas 24h)
Estável hemodinamicamente, porém mantendo discurso confuso;
Dieta via oral com boa aceitação;
Diurese presente em CVD → Pouco volume, mas ainda está urinando;
UFI: 06/10
Apresenta edema nas pernas;
Múltiplas lesões no corpo, com curativos sendo realizados segundo orientações da COMEIP;
Exames: 
 Ureia = 86 e Creatinina = 4,0 → função dos rins bastante prejudicada em comparação com o basal;
 Sódio, potássio e cloro dentro da normalidade.
Plano de Cuidados de Enfermagem – Processo de Enfermagem

Mais conteúdos dessa disciplina