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Formas de Investigação Criminal no Brasil Tradicionalmente, a investigação criminal no Brasil tem início a partir de um fato aparentemente criminoso, cuja apuração é essencial para garantir a correta aplicação da justiça. O Código de Processo Penal (CPP), em seu artigo 4º, estabelece que a investigação é presidida pela polícia judiciária, representada pelo Delegado de Polícia, que conduz os atos do inquérito policial, instrumento formal e pré-processual de apuração dos fatos e da autoria do crime. Contudo, o inquérito policial não é o único mecanismo investigatório previsto em nossa legislação. O parágrafo único do artigo 4º do CPP dispõe que outras autoridades administrativas também podem realizar investigações, como é o caso do Ministério Público, que pode instaurar procedimentos investigatórios criminais (PICs), assim como as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instituídas pelo Poder Legislativo, que têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, dentro dos limites constitucionais. Além disso, autoridades fiscais e administrativas podem realizar apurações em suas respectivas áreas de competência, como a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. Em todos os casos, as formalidades devem respeitar os princípios constitucionais, como o devido processo legal, a ampla defesa, o contraditório e a legalidade, de forma a evitar abusos e assegurar que a persecução penal seja legítima. A inobservância desses requisitos pode resultar na nulidade dos atos investigatórios e até na responsabilização do Estado. No que diz respeito à eficiência, é inegável que o Brasil enfrenta desafios significativos, como a morosidade processual e a falta de recursos estruturais para órgãos de investigação. Entretanto, iniciativas como o fortalecimento da cooperação entre instituições e a utilização de novas tecnologias podem tornar os procedimentos mais céleres e eficazes. Pessoalmente, considero que a diversidade de formas de investigação, quando bem aplicada e supervisionada, contribui para maior transparência e efetividade na busca pela justiça. Referências BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de Processo Penal Interpretado. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2016.