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Resumo Direito Constitucional Aula 06

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Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
� Controle de Constitucionalidade / Revogação ou Modificação Superveniente do 
Objeto ou do Parâmetro / Revogação ou Modificação Superveniente do Objeto 
/ Revogação ou Modificação Superveniente do Parâmetro / Questões 
Relevantes com Relação ao Objeto da ADI / Questões de Controle Abstrato / 
Cautelar na ADI / Finalidade / Concessão / Pressupostos / Procedimento da 
Concessão / Eficácia Pessoal ou Subjetiva da Cautelar / Eficácia Temporal / 
Efeito Repristinatório / Art. 12, da Lei 9.868/99 / Decisão Final da ADI / Quorum 
/ Caráter Dúplice ou Ambivalente da Ação / Cabimento Recursal / Início da 
Produção de Efeitos da Decisão Final / Efeitos da Decisão / Efeito Temporal 
2º Horário. 
� Efeito Subjetivo / Eficácia Transcendente dos Fundamentos Determinantes / 
Efeito Repristinatório / Técnicas de Decisão 
 
1º Horário 
 
1. Controle de Constitucionalidade 
 
1.1. Revogação ou Modificação Superveniente do Objeto ou do Parâmetro 
 
1.1.1. Revogação ou Modificação Superveniente do Objeto 
Havendo lei impugnada através de ADI e surgindo lei nova revogando a lei 
anterior (revogação superveniente do objeto) no curso da ação, a ADI ficará 
prejudicada, em regra. 
No entanto, caso lei nova modifique a lei anterior (modificação superveniente 
do objeto), a modificação pode ser substancial (altera conteúdo) ou não substancial 
(não altera o sentido original da norma). Sendo a modificação substancial, há 
prejudicialidade, caso contrário, o autor deverá aditar a inicial. 
Isto posto, conclui-se que a prejudicialidade só existirá caso haja revogação ou 
modificação substancial do objeto. 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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Importante mencionar os efeitos residuais concretos da lei, que ocorrem 
quando esta foi revogada e não gera novos efeitos, mas já teve seus efeitos gerados. 
Estes efeitos podem ser impugnados no caso concreto em controle difuso. 
 Exemplo: surge lei tributária em 2000 e sujeito paga tributo entre 2000 e 2001, 
quando proposta uma ADI contra a norma. Sendo a lei revogada em 2002, seus efeitos 
residuais concretos poderão ser impugnados no controle concreto. 
A revogação/modificação substancial do objeto prejudica a ADI, mas não 
prejudica o controle concreto, caso em que é feita a análise de uma situação concreta. 
Uma crítica feita é a de que a ADI deveria seguir contra a lei revogada ou 
modificada substancialmente, a fim de que o julgamento definitivo desse efeito erga 
omnes à decisão, evitando situações de insegurança jurídica. 
No entanto, a regra de prejudicialidade da ADI em caso de revogação ou 
substancial modificação do objeto é excepcionada em alguns casos. 
No caso de fraude processual, como ocorre quando é proposta ADI e no curso 
da ação a lei é revogada, sendo substituída por outra lei idêntica, o STF julgará a ação, 
por entender que se trata de forma de manipular a jurisdição constitucional, não 
admitida. 
Outra exceção ocorre quando é proposta ADI e, logo no início, surge nova lei 
revogando a lei objeto do controle e o autor da ADI requer o aditamento da inicial. 
Para o STF, havendo relevância da matéria e não tendo nenhum dos participantes se 
manifestado, é aceitável o aditamento da inicial, prosseguindo-se a ADI com relação à 
lei nova. 
Importante ressaltar outro caso em que a ação de controle ficará prejudicada, 
quando no curso da ADI a lei expira (lei temporária), pois é como se a lei tivesse sido 
revogada. 
O mesmo ocorre no caso de medida provisória que é apreciada pelo Congresso 
Nacional (CN) no curso da ADI. Caso o CN rejeite a medida provisória, a ADI ficará 
prejudicada. No entanto, se for convertida em lei sem alterações, deve-se fazer o 
aditamento da inicial, para que a ADI prossiga. Se o CN converter a medida provisória 
em lei com alteração, sendo esta substancial, haverá prejudicialidade da ação, caso 
contrário, será feito apenas o aditamento da inicial. 
 
1.1.2. Revogação ou Modificação Superveniente do Parâmetro 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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No controle abstrato, deve-se observar o princípio da contemporaneidade do 
parâmetro da ação, segundo o qual a norma constitucional deve ser contemporânea 
ao julgamento da ação. 
Desta forma, havendo revogação superveniente do parâmetro, a ADI fica 
prejudicada. 
O mesmo acontece no caso de modificação substancial superveniente do 
parâmetro, em que a ADI fica prejudicada. No entanto, se a modificação não for 
substancial, a ADI não restará prejudicada. 
Havendo lei que nasça inconstitucional e sendo proposta ADI contra ela, caso 
surja uma EC no curso da ADI, que faça com que o que a lei dispunha passe a ser 
constitucional, a lei não será convalidada pela EC, pois lei que nasce inconstitucional 
padece de nulidade original insanável. Neste caso, a ADI estará prejudicada, o que não 
significa dizer que a lei foi convalidada. 
Atenção! Não há constitucionalidade superveniente. 
Com isto, a lei continua passível de impugnação por controle concreto, onde é 
discutido um direito subjetivo. O parâmetro a ser utilizado pelo juiz no controle 
concreto será o vigente no momento em que a lei foi elaborada, pois não se aplica o 
princípio da contemporaneidade do parâmetro da ação em controle concreto. 
 No controle concreto, o parâmetro é a norma constitucional vigente no 
momento do surgimento da lei questionada, enquanto no controle abstrato, o 
parâmetro deve estar em vigor quando do julgamento da ação (se não estiver, a ADI 
restará prejudicada). 
• Situações específicas 
 Emenda constitucional diferida e ADI: Havendo ADI em face de uma lei e 
advindo uma EC diferida – que só entrará em vigor após certo tempo –, no período de 
vacatio, o parâmetro ainda está em vigor, não estando prejudicada a ADI. A EC com 
vigência diferida ou postergada não prejudica imediatamente a ADI. 
 Concessão de cautelar e modificação do parâmetro: O STF, recentemente, 
enfrentou a hipótese emque uma lei estadual estabeleceu a contribuição 
previdenciária dos aposentados e pensionistas no momento em que esta era vedada 
pela CRFB, tendo nascido inconstitucional. O STF concedeu cautelar em ADI 
suspendendo a aplicação da lei. Antes do julgamento da ADI, surgiu a EC viabilizando a 
contribuição de aposentados e pensionistas. A EC não convalida a lei, pois esta nasceu 
nula. 
 Direito Constitucional 
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No entanto, a ADI teve seu parâmetro modificado, mas o STF não aplicou o 
entendimento geral de prejudicialidade da ADI, tendo em vista a concessão de 
cautelar, evitando que a lei produzisse efeitos. Se a ADI fosse considerada prejudicada, 
a cautelar também ficaria prejudicada, o que levaria a lei a produzir efeitos mesmo 
tendo nascido inconstitucional. Essa situação, para o STF, confere uma aparência de 
constitucionalidade à lei, sendo, desta forma, necessário o prosseguimento da ADI 
com base no parâmetro antigo. 
 
1.2. Questões Relevantes com Relação ao Objeto da ADI 
Para o STF, não cabe impugnação genérica da lei ou ato normativo, devendo o 
autor especificar a impugnação. 
Caso o autor decida impugnar toda uma norma, não precisa ser feito o cotejo 
analítico de todos os itens, desde que a impugnação seja feita de forma específica, 
pelo menos, com relação aos artigos centrais. 
O autor deve, ainda, fundamentar o pedido, ou seja, apresentar o parâmetro. 
No entanto, o STF não está vinculado ao parâmetro apresentado, tendo em vista a 
causa de pedir aberta, segundo a qual o julgador não está adstrito aos fundamentos 
apresentados pelo autor. 
 
1.3. Questões de Controle Abstrato 
UnB/Cespe – AGU – Advogado da União – 2006 – Acerca do controle de 
constitucionalidade no sistema brasileiro, julgue os itens a seguir. 
40. No sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, os órgãos 
competentes aferem a compatibilidade de uma lei ou ato normativo com as 
normas explícitas e implícitas presentes no texto constitucional, avaliando a 
adequação tanto sob o ponto de vista formal quanto no que se refere ao aspecto 
material, circunstâncias que determinam um caráter eminentemente jurídico às 
suas decisões. 
R: A assertiva está errada, pois o controle de constitucionalidade tem aspecto 
político e não jurídico. 
 
AGU – Advogado da União -2008/2009 
50 Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato 
normativo, compete ao Advogado-Geral da União exercer a função de curador 
especial do princípio da presunção de constitucionalidade da norma, razão pela 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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qual não poderá, em hipótese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade 
do ato impugnado. 
R: O gabarito oficial foi alterado de certo para errado. À luz da própria 
jurisprudência do STF e da doutrina, tem-se que, diferentemente do que decorre 
da literalidade do art. 103, § 3º, CRFB —citação para defesa do ato impugnado —, 
o Advogado-Geral da União não está obrigado a defender o ato questionado se 
sobre ele a Corte já fixou entendimento pela inconstitucionalidade. Portanto, o 
item está errado. 
 
Procurador Federal - 2010 
Julgue os itens subsequentes, relativos ao poder constituinte e ao controle de 
constitucionalidade no Brasil. 
36. A doutrina destaca a possibilidade de apuração de questões fáticas no 
controle abstrato de constitucionalidade, já que, após as manifestações do 
advogado-geral da União e do procurador-geral da República, pode o relator da 
ADI ou da ação declaratória de constitucionalidade requisitar informações 
adicionais ou mesmo designar perito para o esclarecimento de matéria ou 
circunstância de fato. 
R: Certo. O STF não analisa questões subjetivas, mas pode analisar situações 
concretas, fáticas. 
 
UnB / CESPE – Juiz Federal Substituto da 5ª Região - 2005 
66. Conforme assentado pelo STF, havendo confronto entre normas 
constitucionais originárias, a solução do caso concreto não pode ser encontrada 
no âmbito do controle de constitucionalidade, mas pode ser dada por critérios 
hermenêuticos, inclusive pela ponderação de valores. 
R: Correto, pois não há controle de uma norma constitucional com base em outra, 
utilizando-se a ponderação de valores. 
 
AGU- Advogado da União - 2009 
27 É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma constitucional 
originária incompatível com os princípios constitucionais não escritos e os 
postulados da justiça, considerando-se a adoção, pelo sistema constitucional 
brasileiro, da teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais. 
R: Errado, pois a referida teoria alemã não foi adotado pelo Brasil. 
 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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TRF 2° Região – Juiz Federal Substituto – V Concurso 
44ª Questão: É admissível o controle concentrado de constitucionalidade de lei 
municipal em face de Constituição Estadual quando se tratar de norma de 
reprodução de preceito constitucional federal de observância obrigatória pelos 
Estados? Justifique a resposta de acordo com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal em vigor. 
R: É possível, mas da decisão do Tribunal de Justiça que julgar a Representação de 
Inconstitucionalidade caberá RE ao STF, o qual terá natureza abstrata. 
 
CESPE - MPE/ES – 2010 
QUESTÃO 56 - Assinale a opção correta com relação ao controle de 
constitucionalidade em âmbito estadual e municipal. 
A. Não se admite controle de constitucionalidade de direito estadual 
mediante a propositura de arguição de descumprimento de preceito 
fundamental, mesmo porque existe procedimento diverso para o exercício 
do seu controle de constitucionalidade. 
R: assertiva incorreta. 
B. Segundo jurisprudência pacífica do STF, na hipótese de propositura 
simultânea de ação direta de inconstitucionalidade contra lei estadual 
perante o STF e o TJ, o processo no âmbito do STF deverá ser suspenso até a 
deliberação final do TJ estadual. 
R:A assertiva está incorreta, porque o processo do TJ é que fica suspenso 
aguardando a decisão do STF. 
C De acordo com a CF, o monopólio do exercício do controle abstrato de 
normas estaduais e municipais perante as cortes estaduais é do chefe do MP 
estadual. 
R: Afirmativa errada, visto que não pode ser dada atribuição a um único órgão 
para a propositura da ação em controle abstrato. 
D. A jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que os TJs estaduais 
poderão exercer o controle de constitucionalidade de leis e demais atos 
normativos municipais em face da CF. 
R: Afirmativa errada, pois o controle concentrado estadual usa a CE como 
parâmetro e não a CRFB. 
E. Segundo jurisprudência majoritária do STF, a decisão proferida em sede de 
recurso extraordinário interposto contra decisão de mérito proferida em 
controle abstrato de norma estadual de reprodução obrigatória da CF possui 
eficácia erga omnes. 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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R: correta 
 
PFN - 2004 
95- Assinale qual dos instrumentos abaixo não pode ser meio de controle de 
constitucionalidade em abstrato no Supremo Tribunal Federal: 
a) Recurso extraordinário 
b) Ação declaratória de constitucionalidade 
c) Argüição de descumprimento de preceito fundamental 
d) Ação rescisória 
e) Ação direta de inconstitucionalidade proposta por Confederação Sindical 
R: letra “d”. 
 
UnB/CESPE – TRF 5.ª Região / Cargo: Juiz Federal Substituto da 5.ª Região 
No controle difuso de constitucionalidade, o Poder Judiciário, ao solucionar um 
litígio, incidentalmente, deve analisar a constitucionalidade da lei no caso 
concreto. Nesse tipo de controle, por via de exceção ou defesa, não se faz 
necessária a indicação do dispositivo constitucional violado pela norma 
considerada incompatível, porque toda e qualquer declaração de 
inconstitucionalidade possui causa de pedir aberta, que permite examinar a 
questão por fundamento diverso daquele alegado por qualquer dos litigantes. 
R: Questão incorreta, pois é necessária a indicação do dispositivo constitucional 
violado: o parâmetro do controle tem que ser apresentado, o que não exclui a 
causa de pedir aberta. 
 
TRF 2° Região – Juiz Federal Substituto – IX Concurso 
33ª QUESTÃO: Lei federal instituidora de tributo cobrado ao longo de dois anos 
tem sua constitucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal, 
por meio de ação direta. Aponte, de forma objetiva, as consequências jurídicas 
das duas hipóteses a seguir: (i) revogação da lei tributária antes do julgamento da 
ação (ii) reconhecimento, pelo STF, da inconstitucionalidade da lei. 
R: Se a lei foi revogada antes do julgamento da ação, esta restará prejudicada. Se 
o STF declara a lei inconstitucional, ela será nula desde a origem, devendo-se 
devolver o que foi paga o título de tributo ao contribuinte. 
 
1.3. Cautelar na ADI 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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Tem por fundamento o art. 102, I, “p”, CRFB e está disciplinada do art. 10 ao 
12, Lei 9.868/99. 
CRFB, Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda 
da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; 
 
Lei 9.868/99, Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação 
direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, 
observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos 
quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no 
prazo de cinco dias. 
§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o 
Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. 
§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação 
oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos 
responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do 
Tribunal. 
§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar 
sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato 
normativo impugnado. 
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar 
em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a 
parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as 
informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que 
couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. 
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com 
efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia 
retroativa. 
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso 
existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. 
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da 
matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, 
poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação 
do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, 
no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a 
faculdade de julgar definitivamente a ação. 
 
1.3.1. Finalidade da Cautelar 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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A cautelar tem por finalidade suspender a eficácia da norma. Alguns autores 
questionam a natureza jurídica desta decisão, entendendo-a como tutela antecipada. 
No entanto, tanto a CRFB, como a lei e o STF utilizam o termo cautelar. 
 
1.3.2. Concessão da Cautelar 
Ocorre por maioria absoluta, desde que presentes, no mínimo, 8 ministros. 
Excepcionalmente, em caso de férias coletivas, ou recesso, a cautelar poderia 
ser concedida pelo presidente do STF e, após, referendada pelo Congresso Nacional. 
 
1.3.3. Pressupostos da Cautelar 
1) Urgência;e 
2) Plausibilidade jurídica. 
 
1.3.4. Procedimento da Concessão de Cautelar 
1º. Audiência do legitimado passivo (órgão que elaborou a norma) no prazo de 
5 dias, salvo excepcional urgência. 
2º. Manifestação do AGU e do PGR no prazo de 3 dias, se o relator considerar 
indispensável. 
3º. O efeito da decisão se dá com a publicação da ata da sessão de julgamento. 
Não é necessário esperar a publicação de acórdão. 
 
1.3.5. Eficácia Pessoal ou Subjetiva da Cautelar 
O efeito é erga omnes e vinculante, assim como na decisão final da ADI. 
Desta forma, da decisão judicial ou do ato administrativo que aplicar a norma 
indevidamente, caberá reclamação ao STF. Nesta reclamação, o STF poderá cassar a 
decisão ou anular o ato administrativo, pois a reclamação não tem natureza recursal (a 
decisão não será reformada). O STF determinará ao juiz/autoridade administrativa que 
não aplique a referida norma. 
Na decisão final da ADI, se o STF julgar a ação improcedente, diz que a norma é 
constitucional, mas caso a julgue procedente, diz que a norma é inconstitucional. 
Ambas as decisões têm efeito erga omnes e vinculante. 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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No entanto, com relação à cautelar, se o STF não a conceder, não está dizendo 
nada, mas apenas que os pressupostos da cautelar não foram preenchidos. Desta 
forma, a decisão negativa de cautelar não gera qualquer efeito erga omnes ou 
vinculante, não cabendo reclamação ao STF caso algum juiz ou a Administração 
aplique a norma. 
 
1.3.6. Eficácia Temporal da Cautelar 
Em regra, a cautelar tem efeito ex nunc (da decisão em diante), porém é 
possível a modulação temporal. 
 
1.3.7. Efeito Repristinatório 
Tanto a cautelar, quanto a declaração de inconstitucionalidade geram efeito 
repristinatório. 
Exemplo: Havendo uma lei A revogada por uma lei B e cautelar em ADI para 
suspender a lei B, a lei A será restaurada, pelo menos, durante a cautelar. 
 
1.3.8 .Art. 12, da Lei 9.868/99 
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da 
matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, 
poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação 
do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, 
no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a 
faculdade de julgar definitivamente a ação. 
O art. 12, Lei 9.868/99 estabelece um procedimento célere. Se o relator 
verificar pedido de cautelar em ADI e a relevância da matéria e seu especial significado 
para a ordem social e a segurança jurídica, poderá instaurar tal procedimento, a fim de 
que se analise diretamente o mérito final. 
Neste procedimento, o legitimado passivo terá 10 dias para prestar informação, 
o AGU e o PGR terão prazo sucessivo de 5 dias e, após, a ação será apresentada ao 
plenário, que terá a faculdade de decidir definitivamente a ação. 
 
1.4. Decisão Final na ADI 
 
1.4.1. Quórum 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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O quórum de presença é o de 8 ministros, no mínimo. Já a declaração de 
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade deve ser feita por 6 ministros, 
passando a decisão a ter efeito erga omnes e vinculante. 
 Não havendo a maioria de 6 ministros para declarar a norma 
constitucional/inconstitucional, esta deve ser considerada constitucional, pois toda 
norma goza de presunção de constitucionalidade. No entanto, tal presunção não terá 
efeito erga omnes e vinculante, conforme decidido recentemente pelo STF. 
 
 1.4.2. Caráter Dúplice ou Ambivalente da Ação 
Lei 9.868/99, Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente 
a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a 
inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente 
eventual ação declaratória. 
A procedência da ADI é uma declaração de inconstitucionalidade, enquanto a 
improcedência é a declaração de constitucionalidade. A mesma lógica vale para a ADC, 
motivo pelo qual a ADI e a ADC são ações dúplices, pois a procedência de uma equivale 
à improcedência da outra. 
 
 1.4.3. Cabimento Recursal 
Da decisão final em ADI não cabe recurso, à exceção dos embargos 
declaratórios. 
Igualmente, não é cabível ação rescisória da decisão final. 
 
1.4.4. Início da Produção de Efeitos da Decisão Final 
O efeito da decisão final se dá com a publicação da ata de julgamento. 
 
1.4.5. Efeitos da Decisão 
 
1.4.5.1. Efeito Temporal 
Trata-se de efeito ex tunc, pois a norma inconstitucional é nula desde a origem. 
Este efeito decorre do princípio da nulidade, mas este princípio pode entrar em 
conflito com o da segurança jurídica e do excepcional interesse social em alguns casos. 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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Nestas hipóteses, deve-se fazer a ponderação entre os princípios, a fim de se verificar 
qual deles deve prevalecer no caso concreto. 
Se o STF entender que o princípio da segurança jurídica ou do excepcional 
interesse social deve prevalecer sobre o princípio da nulidade, pode dar efeitos ex 
nunc ou pro futuro à decisão. Trata-se do fenômeno da modulação temporal, previsto 
no art. 27, Lei 9.868/99. O quórum necessário para que haja a modulação temporal 
dos efeitos da decisão é de 2/3. 
Lei 9.868/99, Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, 
e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, 
poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, 
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a 
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
A declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex nunc, por vezes, é 
chamada de declaração de inconstitucionalidade com efeito ablativo diferido ou 
datado ou com ablação diferida ou datada.Ablação significa retirar, amputar, partir. Quando a norma é declarada 
inconstitucional, é retirada do ordenamento jurídico e, quando se posterga este efeito, 
será diferido ou datado. 
 
2º Horário 
 
1.4.5.2. Efeito Subjetivo 
A decisão final gera efeito erga omnes e vinculante, ou seja, deve ser respeitada 
por todos e vincula outros órgãos. 
Em suma, o efeito vinculante: 
• afeta demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Direta e Indireta. 
• não afeta o próprio STF e o Legislativo no exercício da função legislativa. 
A coisa julgada abrange as partes no processo. O efeito vinculante é a 
ampliação do limite subjetivo da coisa julgada, pois extrapola os participantes do 
processo de ADI. 
Se o juiz ou a Administração Pública praticar um ato contrário à decisão do STF 
em ADI, caberá reclamação ao Supremo. O legitimado para propor a reclamação é 
qualquer pessoa que demonstre prejuízo decorrente da decisão ou do ato reclamado. 
 
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A reclamação para o STF não tem efeito ou finalidade recursal, motivo pelo 
qual a decisão judicial/ato administrativo reclamado será cassado ao invés de ser 
reformado, determinando-se que seja proferida outra decisão no lugar da anterior. 
O juiz pode violar a autoridade da decisão do STF de 2 formas: 
• não aplica a decisão que deveria ter aplicado: STF cassa a decisão e 
determina que a sua seja aplicada. 
• aplica a decisão do STF de forma indevida: o STF cassa a decisão e determina 
que a decisão aplicada de forma incorreta não volte a ser aplicada desta maneira. 
 
1.4.5.2.1. Eficácia Transcendente dos Fundamentos Determinantes 
A coisa julgada possui, ainda, limite objetivo, que é a parte objetiva da decisão. 
A coisa julgada não atinge a fundamentação. 
Há uma tese doutrinária polêmica entendendo que o efeito vinculante da 
decisão na ADI também extrapola o limite objetivo da coisa julgada, afetando a 
fundamentação. 
Exemplo: O STF, ao julgar uma ADI e declarar uma lei do RJ inconstitucional, na 
parte dispositiva julga procedente a ADI. Através dos fundamentos determinantes1, 
são determinados os motivos da decisão dada no dispositivo. Caso uma lei de MG seja 
igual à do RJ, os fundamentos determinantes da ADI com relação à lei do RJ atingem a 
lei mineira por serem idênticas ou substancialmente semelhantes. A lei de MG será 
inconstitucional não por ela ter sido objeto de ADI, mas porque os fundamentos 
determinantes transcendem para atingir as demais leis iguais. 
Se um juiz aplicar a lei inconstitucional abrangida pela declaração de 
inconstitucionalidade, sua decisão viola a decisão do STF em ADI, cabendo reclamação 
ao STF cujo objeto será a decisão do juiz. 
A eficácia transcendente dos fundamentos determinantes significa que os 
fundamentos atingem todas as leis idênticas ou semelhantes àquela que foi objeto de 
decisão de inconstitucionalidade em ADI. Decorre do efeito vinculante em controle 
abstrato. 
Caso a eficácia transcendente não seja admitida, não caberá reclamação com 
relação à decisão que aplique a lei semelhante à declarada inconstitucional. No 
entanto, o ministro Gilmar Mendes entende ser cabível reclamação ainda assim, pois 
o efeito erga omnes e vinculante não é da decisão do STF, mas da interpretação 
 
1
 Também chamados de razões determinantes ou ratio decidendi. 
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constitucional do Supremo, tendo em vista ser este órgão o último intérprete da CRFB. 
Desta feita, entende que violar a interpretação do STF é violar a ordem constitucional, 
porque a interpretação da constituição integra a ordem constitucional global. Para o 
ministro, a interpretação do STF tem efeito erga omnes e vinculante. 
Desta forma, de acordo com o entendimento do ministro Gilmar Mendes, seja a 
interpretação do STF oriunda de controle abstrato ou de controle concreto tem efeito 
erga omnes e vinculante, cabendo sempre reclamação quando a decisão for violada. 
No entanto, a tese do ministro é minoritária e não é utilizada. A eficácia 
transcendente não é tema pacífico no STF, mas há casos admitindo-a e questões da 
banca CESPE reconhecendo a tese. 
 Cumpre destacar que não há efeito vinculante do obiter dictum (dito morto), 
entendido este como o argumento, exemplo ou tese que é apresentado na decisão, 
mas que em nada se relaciona com ela, aparecendo meramente como tese de reforço 
ou exemplificativa da tese principal, sendo, pois acessória. 
 
1.4.5.3. Efeito Repristinatório 
Havendo uma lei que revogue a anterior e que seja declarada inconstitucional 
após, a lei revogada voltará à vigência. 
Repristinação é a revivescência do ato, que volta a ser válido. 
Tanto o efeito repristinatório, quanto a repristinação podem ser igualmente 
chamados de repristinação2, mas a causa é que pode ser a declaração de 
inconstitucionalidade da lei revogadora ou a revogação da lei revogadora, ocorrendo, 
esta última, apenas de forma expressa. 
Exemplo: Caso a lei B que revogou a lei A seja declarada inconstitucional, a lei A 
será repristinada. 
Deve-se atentar para a possibilidade de ocorrer efeito repristinatório 
indesejado, quando a lei A repristinar padece da mesma inconstitucionalidade, sendo 
a declaração de inconstitucionalidade inócua. 
O STF entendia que, neste caso, a ADI deveria ser proposta em face da lei 
revogadora e da revogada, com pedido sucessivo, a fim de se evitar o efeito 
repristinatório indesejado. Caso contrário, a ação não seria conhecida. 
 
2
 Esta expressão já foi usada pela banca CESPE para designar o efeito repristinatório na declaração de 
inconstitucionalidade, não devendo o concursando ficar adstrito à nomenclatura. 
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Mas, atualmente, o STF entende que a ADI poderá ser conhecida mesmo sem o 
pedido sucessivo, mas, incidentalmente,deve-se conhecer a inconstitucionalidade da 
lei anterior (revogada), evitando-se a repristinação indesejada, o que deve ser feito de 
forma expressa na decisão. 
Tal situação não viola o princípio da adstrição ao pedido na visão do STF, pois 
visa à segurança jurídica e ao interesse social, além do fato de o controle incidental 
pode ser feito de ofício. Para tanto, exige-se o quórum de 2/3. 
No exemplo acima, se a lei A também padecer de inconstitucionalidade, haverá 
efeito repristinatório indesejado. 
 
1.4.6. Técnicas de Decisão 
1ª técnica de decisão - modulação dos efeitos. 
2ª técnica de decisão – declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de 
nulidade ou sem caráter restritivo ou com efeitos restritos ou com limitação de 
efeitos ou sem efeito ablativo: neste hipótese, há o reconhecimento de que a norma é 
inconstitucional, porém observa-se que sua ausência é pior do que a própria norma. 
Exemplo fictício: ADI impugnando o valor do salário mínimo, em virtude de o 
valor fixado ser inconstitucional por não atender as necessidades básicas. Sendo 
declarado inconstitucional, sua retirada acarretará em ausência de valor, sendo 
situação mais gravosa que a existência da norma com valor inconstitucional. 
Exemplo real: ADI 2240 - Discutiu-se a criação de certo município. Pelo art. 18, 
parágrafo 4º, CRFB, a criação do município deve ser por lei estadual, após a edição de 
lei complementar federal sobre o assunto. O STF entendeu que a lei que cria município 
sem haver lei federal anterior é inconstitucional. No entanto, no caso concreto, o 
município já existia há 6 anos e a sua extinção geraria caos jurídico. Com isto, o STF 
declarou a inconstitucionalidade do município, mas não pronunciou a sua nulidade. 
CRFB, Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade 
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 15, de 1996) 
 
ADI 2240 / BA - BAHIA 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. EROS GRAU 
Julgamento: 09/05/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 Direito Constitucional 
Data: 21/09/2011 
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Publicação DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-
00029 EMENT VOL-02283-02 PP-00279 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.619/00, DO 
ESTADO DA BAHIA, QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL POSTERIOR À EC 15/96. AUSÊNCIA DE 
LEI COMPLEMENTAR FEDERAL PREVISTA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. AFRONTA 
AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. OMISSÃO DO 
PODER LEGISLATIVO. EXISTÊNCIA DE FATO. SITUAÇÃO CONSOLIDADA. PRINCÍPIO 
DA SEGURANÇA DA JURÍDICA. SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO, ESTADO DE EXCEÇÃO. A 
EXCEÇÃO NÃO SE SUBTRAI À NORMA, MAS ESTA, SUSPENDENDO-SE, DÁ LUGAR À 
EXCEÇÃO --- APENAS ASSIM ELA SE CONSTITUI COMO REGRA, MANTENDO-SE EM 
RELAÇÃO COM A EXCEÇÃO. 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu 
existência de fato, há mais de seis anos, como ente federativo. 2. Existência de 
fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação 
como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de 
caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e 
acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-se à 
prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação 
consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada. 4. A 
exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de 
criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a 
promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1.996, 
deve-se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do Congresso 
Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A 
não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia 
autêntica violação da ordem constitucional. 6. A criação do Município de Luís 
Eduardo Magalhães importa, tal como se deu, uma situação excepcional não 
prevista pelo direito positivo. 7. O estado de exceção é uma zona de indiferença 
entre o caos e o estado da normalidade. Não é a exceção que se subtrai à norma, 
mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar à exceção --- apenas desse modo ela 
se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção. 8. Ao Supremo 
Tribunal Federal incumbe decidir regulando também essas situações de exceção. 
Não se afasta do ordenamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção 
desaplicando-a, isto é, retirando-a da exceção. 9. Cumpre verificar o que menos 
compromete a força normativa futura da Constituição e sua função de 
estabilização. No aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o 
reconhecimento da existência válida do Município, a fim de que se afaste a 
agressão à federação. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em 
benefício da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 
12. Julgamento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, 
quando determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao 
editar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição do 
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Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município de Luís 
Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem 
pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, 
da Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da Bahia. 
3ª técnica de decisão – declaração de inconstitucionalidade parcial com 
redução de texto
3
: o STF, ao analisar o texto normativo e identificar que certa palavra 
ou expressão é inconstitucional, pode declarar a inconstitucionalidade apenas da 
palavra ou expressão, com base no princípio da parcelaridade. 
Essa declaração só pode ocorrer se a parte restante do texto se mantiver 
hígida, não podendo implicar a inversão do texto ou do seu sentido, sob pena de o STF 
estar agindo como legislador positivo. 
4ª técnica de decisão – Declaração de inconstitucionalidade parcial sem 
redução detexto: a norma, por vezes, não apresenta qualquer problema em seu texto. 
Mas, ao se analisar as hipóteses de interpretação do texto, uma ou mais delas é 
inconstitucional. 
A declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto incide 
sobre as hipóteses de aplicação do texto ou sobre alguma interpretação do texto. 
Interpretação conforme a constituição consiste na definição dentre os vários 
raios de possibilidades hermenêuticas, do sentido harmônico com a constituição 
(Ministro Sepúlveda Pertence). 
Raios de possibilidade hermenêuticas são as várias interpretações que a norma 
comporta. 
O pressuposto para a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução 
de texto é que haja uma norma polissêmica ou plurissignificativa. 
Exemplo fictício: Uma norma A apresenta 3 interpretações. Pela interpretação 
1 é constitucional, mas pelas interpretações 2 e 3, ela é inconstitucional. Há polissemia 
da norma, pois tem vários raios de possibilidade hermenêutica, apresentando uma 
incerteza em sua interpretação. Neste caso, a norma será constitucional, desde que 
interpretada da maneira que o STF estabelecer. 
Uma norma B tem 3 significados, sendo a interpretação 1 inconstitucional e a 2 
e 3 constitucionais. Neste caso, a norma é inconstitucional de acordo com a 
interpretação 1, extraindo-se da norma a interpretação incompatível, sem determinar 
a interpretação da norma. 
 
3
 Não deve ser confundida com o veto do Presidente do art. 66, parágrafo 2º, CRFB, que assim dispõe: 
“O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.”. 
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Exemplo concreto 1: O art. 114, CRFB trata da justiça trabalhista, alterado pela 
EC 45/04. Este artigo não dispõe ser competência da justiça do trabalho questões 
criminais, mas por ela poder julgar HC e todas as matérias decorrentes de relação de 
trabalho, poder-se-ia entender que ela teria competência para julgar crimes 
relacionados a relações de trabalho. Esta interpretação é inconstitucional, apesar de 
não haver inconstitucionalidade do dispositivo. Vide ADI 3684. 
CRFB, Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
ADI 3684 MC / DF - DISTRITO FEDERAL 
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 Relator(a): Min. CEZAR PELUSO 
Julgamento: 01/02/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-
00030 EMENT VOL-02283-03 PP-00495 RTJ VOL-00202-02 PP-00609 LEXSTF v. 29, 
n. 344, 2007, p. 69-86 RMP n. 33, 2009, p. 173-184 
EMENTA: COMPETÊNCIA CRIMINAL. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e 
julgamento. Jurisdição penal genérica. Inexistência. Interpretação conforme dada 
ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC nº 45/2004. Ação direta de 
inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito ex tunc. O disposto no art. 114, 
incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela Emenda 
Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência para 
processar e julgar ações penais. 
Exemplo concreto 2: O art. 90, Lei 9.099/95 no que se refere às normas penais 
é inconstitucional, por violar o princípio da retroatividade da norma mais benéfica ao 
réu, mas no que tange às normas processuais é constitucional. 
Lei 9.099/95, Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais 
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9) 
Com base no exposto, a partir da interpretação conforme a constituição, pode-
se extrair a declaração de constitucionalidade, fixando-se um sentido à lei, ou a 
declaração de inconstitucionalidade de certa interpretação, caso em que será parcial 
sem a redução de texto. 
O intérprete sempre deve buscar salvar a norma, somente declarando-a 
inconstitucional quando não tiver opção, quando a norma tiver sentido unívoco. Se a 
norma tiver um sentido “multívoco” ou polissêmico é possível declaração de 
inconstitucionalidade parcial sem redução do texto.

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