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2- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Teoria Geral do Controle de Constitucionalidade
A Supremacia da Constituição é um pressuposto para o controle de constitucionalidade. Tal supremacia pode ser entendida sob dois sentidos:
a) Supremacia material: suas normas tratam de matérias típicas de uma Constituição (df’s, estrutura do Estado, organização dos poderes, etc.). Todas as Constituições possuem supremacia material;
b) Supremacia formal: é a mais relevante. Para que uma Constituição tenha supremacia formal é necessário que tenha um processo de elaboração mais solene que o ordinário.
Tem-se por parâmetro de controle de constitucionalidade (ou normas de referência) a norma constitucional ofendida. Diferentemente do objeto do controle que é o ato normativo infraconstitucional.
Toda a Constituição, com exceção do preâmbulo – que não possui caráter normativo, é considerada como parâmetro. 
Obs.: “Vale, assim, uma palavra, ainda que brevíssima, ao Preâmbulo da Constituição, no qual se contém a explicitação dos valores que dominam a obra constitucional de 1988 (...). Na esteira destes valores supremos explicitados no Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988 é que se afirma, nas normas constitucionais vigentes, o princípio jurídico da solidariedade.” (ADI 2.649, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-5-2008, Plenário, DJE de 17-10-2008.)
Princípios constitucionais implícitos também podem servir de parâmetro ao controle de constitucionalidade.
CFRB/88 – TIDH (3/5 em 2T – também servirão de parâmetro)
TIDH (status supralegal);
Leis e demais TI;
Controle de Convencionalidade – é o controle normativo que tem como parâmetro Convenções Internacionais [Valério Mazuoli];
2.1 Bloco de Constitucionalidade
Essa expressão tem origem no direito francês e é atribuída a Louis Favoreu. A expressão é utilizada para se referir às normas com status constitucional;
No Direito, Francês fazem parte da Constituição Francesa de 1958: a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, o Preâmbulo da Constituição Francesa de 1946, os Princípios originados das decisões do Conselho Constitucional francês; além de outras normas com status constitucional – para Favoeru todas essas normas, apesar de não estarem inseridas no texto constitucional, fazem parte dela, têm status constitucional.
No Brasil, não temos tantas normas fora da Constituição, mas a expressão é muitas vezes utilizada no STF, principalmente pelo Min. Celso de Melo (ADI 595/ES ADI 514/PI). O termo é utilizado em dois sentidos:
a) Bloco de Constitucionalidade em Sentido Estrito: é utilizado no sentido (sinônimo) de “parâmetro” (Min. Celso de Melo);
b) Bloco de Constitucionalidade em Sentido Amplo: abrange não só aquelas normas que servem como parâmetro para o controle (sentido estrito), mas também as normas que têm conteúdo constitucional (mas não forma) e, inclusive, as vocacionadas a conferir eficácia às normas constitucionais (ex: Pacto de São José da Costa Rica, que apesar de estar na segunda escala da pirâmide – norma supralegal – tem conteúdo constitucional);
Para as provas, é importante conhecer os dois sentidos, mas o primeiro é o mais utilizado;
3. Formas de Inconstitucionalidade
3.1 Quanto ao tipo de conduta praticada pelo Poder Público: aqui o critério é o objeto (que é a conduta praticada). Pode se dar de duas formas:
a) Inconstitucionalidade por Ação: ocorre quando o Poder Público pratica uma ação incompatível com a Constituição. Ex.: HC 82.959/SP – o Poder Público criou a Lei 8.072 que vedou em abstrato da progressão de regime nos crimes hediondos;
b) Inconstitucionalidade por Omissão: ocorre quando o Poder Público deixa de praticar uma ação exigida pela Constituição. Ex.: MI 712 – o Poder Público não elaborou a lei que regulamente o direito de greve do servidor público, garantido pelo CF/88 (a omissão inconstitucional pode ser combatida pelo MI ou por ADO);
3.2 Quanto à norma constitucional ofendida: aqui o critério é o parâmetro (que é a norma constitucional ofendida). Poder ser subdividida em:
a) Inconstitucionalidade Formal (ou Nomodinâmica): a inconstitucionalidade está em alguma parte do procedimento de elaboração da norma – relaciona-se à dinâmica de criação da norma. Costuma ser dividida em três espécie:
i. Inconstitucionalidade Formal Propriamente Dita:
a. Inconstitucionalidade Formal Subjetiva;
b. Inconstitucionalidade Formal Objetiva;
ii. Inconstitucionalidade Formal Orgânica
iii. Inconstitucionalidade Formal por Violação a Pressupostos Objetivos
i. Inconstitucionalidade Formal Propriamente Dita: ocorre nos casos de violação de norma constitucional referente ao processo legislativo. Divide-se em duas subespécies:
· Inconstitucionalidade Formal Subjetiva (ligada ao sujeito competente para a iniciativa do ato – ex.: art. 61, §1º e ADI 3739);
· Inconstitucionalidade Formal Objetiva (demais fase do processo legislativo – ex.: art. 69 – a aprovação de LC só pode ser feita por maioria absoluta);
Atenção: o vício de iniciativa é insanável e, portanto, não pode ser suprido pela posterior sanção do chefe do executivo, p. ex. (Atenção: Súmula 5 do STF que diz o contrário está ultrapassada).
ii. Inconstitucionalidade Formal Orgânica: ocorre quando há violação de norma constitucional que estabelece competência legislativa para tratar da matéria (exemplo: a competência para tratar do assunto é da União, mas que elabora a lei é um Estado – ex.: ADI 2220/SP);
iii. Inconstitucionalidade Formal por Violação a Pressupostos Objetivos: para que algumas normas possam ser elaboradas é preciso que existam algumas condições, circunstâncias, a serem observadas no mundo dos fatos (ex.: art. 62 – para que uma Medida Provisória seja elaborada é preciso que se esteja vivenciando uma situação de relevância e urgência para que a medida seja editada); 
b) Inconstitucionalidade Material (ou Nomoestática): ocorre quando há uma incompatibilidade entre o conteúdo do ato infraconstitucional e o conteúdo da Constituição (art. 5º); 
O Princípio da Unidade do Ordenamento Jurídico impede a incompatibilidade de conteúdos.
3.3 Quanto à extensão:
a) Inconstitucionalidade Total: ocorre quando o vício atinge toda a lei ou todos os dispositivos de uma determinada lei;
b) Inconstitucionalidade Parcial: apenas uma parte da lei ou dos seus dispositivos são declarados inconstitucionais. 
Atente para a distinção entre inconstitucionalidade parcial e veto parcial (art. 66, §§1º e 2º da CF – ver pag. 5). Na inconstitucionalidade parcial admite-se a declaração de inconstitucionalidade de apenas uma palavra ou expressão, desde que autônoma e não modifique o sentido do restante do dispositivo, enquanto que no veto presidencial isso não é possível.
Art. 66. [...] § 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
3.4 Quanto ao Momento em que o Controle é Exercido:
a) Inconstitucionalidade originária: ocorre quando o objeto é incompatível com a Constituição desde a sua origem, ou seja, quando o objeto surge depois do parâmetro constitucional violado;
b) Inconstitucionalidade superveniente: ocorre quando o objeto nasce constitucional, mas em razão de uma mudança no parâmetro torna-se incompatível com a norma constitucional.
Ex.: ADPF 130 – Lei 5.250/67 (Lei de Imprensa).
O STF trata a inconstitucionalidade superveniente como hipótese de não recepção, com fundamento na lógica kelseniana.
Na doutrina, existem autores que admitem algumas hipóteses em que a inconstitucionalidade superveniente é admitida: (1) mutação constitucional (2) inconstitucionalidade progressiva;
[Na inconstitucionalidade superveniente por mutação constitucional, norma anterior à norma parâmetro da Constituição, é tida como constitucional, mas em virtude de uma nova interpretação da Constituição, torna-se inconstitucional] [ver melhor esse conceito];
[A inconstitucionalidade progressiva ocorre quando norma editada antes da Constituição vigente é tida como contrária a esta, todavia, para atingir os objetivos traçados pela própria Constituição, faz-se necessário que se entenda tal normacomo vigente e constitucional, caminhando, todavia, rumo à inconstitucionalidade. Assim, com o passar do tempo, ela será tida como inconstitucional – exemplo: até que as Defensorias Públicas dos Estados estejam completamente estruturadas, elas receberam tratamentos processuais não extensíveis a outros órgãos como o MP – com isso aceita-se uma espécie de ofensa à isonomia, para concretizar melhor a CF];
3.5 Quanto ao Prisma de Apuração
a) Inconstitucionalidade Direta (ou antecedente): a norma impugnada viola diretamente a Constituição, não havendo nenhuma outra norma entre ambas. Ex.: uma lei que regulamenta diretamente uma norma da CF;
b) Inconstitucionalidade Indireta: ocorre quando a norma que ofende a Constituição o faz de forma indireta, pois não regulamenta diretamente a Constituição, mas sim outra norma. Subdivide-se em:
i. Inconstitucionalidade Indireta Consequente: ocorre quando a inconstitucionalidade do objeto (decreto, p. ex.) é uma consequência da inconstitucionalidade da norma interposta (lei que regula a CF, p. ex.). 
Exemplo: um decreto emitido pelo Governador que regulamenta uma lei (esta tida como inconstitucional). Tal decreto será considerado inconstitucional;
ii. Reflexa (ou obliqua ou mediata): Quando um ato viola diretamente uma lei e apenas indiretamente a Constituição. 
Exemplo: uma lei que regulamenta a CF é constitucional, mas o decreto que regulamenta a lei é incompatível com a própria lei. Este decreto será, por reflexo, incompatível com a Constituição. O decreto é primeiramente ilegal e reflexamente inconstitucional.
4. Formas de Controle de Constitucionalidade
4.1 Quanto a Natureza do Órgão:
A doutrina faz uma classificação em duas espécies:
a) Controle Jurisdicional: aquele exercido por órgãos do Poder Judiciário;
b) Controle Político: aquele exercido por órgãos sem poder jurisdicional.
Sistema Jurisdicional: é aquele adotado nos países em que a função principal de exercer o controle de constitucionalidade é atribuída ao judiciário. Ex: EUA e Brasil.
Sistema Político: é aquele adotado nos países em que o controle de constitucionalidade não é atribuído a órgão do Poder Judiciário. Ex: Na França, quem exerce o controle de constitucionalidade é o Conselho Constitucional.
Sistema Misto: é aquele em que determinados tipos de lei se submetem a um controle jurisdicional e outros tipos de lei se submetem a um controle político. Ex.: Na Suíça, as leis locais têm sua constitucionalidade averiguada pelo Poder Judiciário. Já as leis nacionais têm a sua constitucionalidade analisada pelo Parlamento.
4.2 Quanto ao Momento:
a) Controle Preventivo: é aquele exercido durante o processo legislativo com o intuito de evitar uma violação da Constituição. Pode ser exercido pelo:
a. Legislativo: por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) [o parecer desta comissão tem efeito terminativo, sendo cabível recurso] – mesmo que a CCJ entenda constitucional o projeto de lei a ela submetido, este pode ser rejeitado pelo Plenário das casas legislativas por entenderem-na inconstitucional;
b. Executivo: através do Presidente da República, que o faz através do chamado veto jurídico;
Atenção: o veto presidencial somente ocorre em caso de projetos de lei, não ocorre em projeto de emenda constitucional;
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
O Supremo Tribunal Federal cassou, no dia 27 de fevereiro de 2013, a liminar concedida pelo ministro Luiz Fux que obrigava o Congresso a votar em ordem cronológica os mais de 3 mil vetos. A maioria dos ministros acompanhou a divergência, aberta pelo ministro Teori Zavascki. O placar final foi de 6 votos a 4 pela cassação.
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
c. Judiciário: a única hipótese de controle prévio pelo Judiciário no Direito brasileiro é a impetração de mandado de segurança por parlamentar da respectiva Casa por inobservância do devido processo legislativo constitucional – trata-se de um controle concreto que tem como principal finalidade assegurar um direito líquido e certo do parlamentar [de ver o devido processo legislativo ser seguido] – ex.: vide medida cautelar concedida no mandado de segurança 31.816 (MS 31.816-MC);
b) Controle Repressivo: é aquele exercido após a publicação da lei (RE 346.084). Poderá ser exercido pelo:
a. Legislativo: em três situações diferentes:
i. Situação do art. 49, V, CF/88: É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [....] V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Assim, na primeira situação, são duas possibilidades de controle repressivo pelo Legislativo:
A primeira se refere ao poder regulamentar exercido pelo Poder Executivo, ou seja, quando atua editando decretos e regulamentos, que objetivam regulamentar as leis. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Quando tais atos regulamentares exorbitarem os limites impostos pelo conteúdo contido na lei que pretende regular, o Legislativo poderá sustá-los;
A segunda possibilidade nessa primeira situação ocorre quando da atuação do Poder Executivo por delegação legislativa:
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. [...] § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Se o Presidente da República ultrapassa o limite dos poderes que lhe foram delegados pelo Congresso para edição da lei delegada, o Congresso Nacional poderá sustar a parte que ultrapassou tais limites.
ATENÇÃO: Cespe/2016: Decreto legislativo editado pelo Poder Legislativo para sustar ato normativo do Poder Executivo por exorbitância do poder regulamentar pode ser apreciado em controle abstrato de normas, oportunidade em que o tribunal competente deverá analisar se tal ato normativo efetivamente extrapolou a lei objeto de regulamentação para, somente depois disso, decidir sobre a constitucionalidade do referido decreto legislativo. Correto.
"O exame de constitucionalidade do decreto legislativo que suspende a eficácia de ato do Poder Executivo impõe a análise, pelo Supremo Tribunal Federal, dos pressupostos legitimadores do exercício dessa excepcional competência deferida a instituição parlamentar. Cabe à Corte Suprema, em conseqüência, verificar se os atos normativos emanados do executivo ajustam-se, ou não, aos limites do poder regulamentar ou aos da delegação legislativa." (STF, ADI 784-MC, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno,julgado em 04/12/1992).
ii. Situação do art. 62, CF/88 (Medidas Provisórias): o CN pode realizar controle sob os aspectos:
1. Formal: inobservância dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência para a edição da MP; ou
2. Material: com relação ao conteúdo, que de acordo com a CF não poderia ser tratado por MP (p.ex. uma medida provisória tratando de matéria de Lei Complementar; ou tratando de Direito Penal);
iii. Situação da Súmula 347/STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Obs.: o Tribunal de Contas não faz parte nem do Poder Judiciário nem do Poder Legislativo, ele apenas auxilia o legislador na função de fiscalizar o Poder Executivo, entretanto a maioria da doutrina enquadra essa hipótese como de controle repressivo legislativo.
Atenção: como destacado, o controle de constitucionalidade que pode ser exercido pelo Tribunal de Contas é apenas no exercício de suas atribuições, ou seja, auxiliando o Legislativo a fiscalizar as contas do Poder Executivo. Fora dessa hipótese, não é possível que realize o controle de constitucionalidade.
Obs.: o Min. Gilmar Mendes critica a súmula que reconhece ao TCU a competência para declarar a inconstitucionalidade de normas, pois foi editada antes da CF/88, quando o controle de constitucionalidade brasileiro ainda não era tão desenvolvido.
Como não pertence ao Poder Judiciário, não se aplica ao Tribunal de Contas a cláusula de reserva de plenário;
b. (Controle Repressivo pelo) Executivo: O Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito) pode negar provimento a um ato normativo que entenda ser inconstitucional, desde que essa negativa seja motivada e seja dada publicidade;
Observe que não é qualquer membro do Poder Executivo que pode negar cumprimento a um ato normativo que entenda inconstitucional, mas somente os chefes do Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos). 
A fundamentação dessa possibilidade se dá, pois, assim, como os demais Poderes, o Poder Executivo, observado o princípio da legalidade, está primeiramente subordinado à Constituição Federal. Assim, ainda que esteja submetido ao princípio da legalidade, também está submetido à Supremacia da Constituição – dar cumprimento a uma norma inconstitucional seria negar cumprimento à própria Constituição, isso fundamentaria a possibilidade de descumprimento de ato normativo que entenda inconstitucional;
Atenção: O descumprimento só é admitido enquanto não houver uma decisão do STF com efeito vinculante.
Posicionamentos Doutrinários:
1ª Corrente: Mesmo após a Constituição de 1988, esta possibilidade continua existindo (majoritário também no STF, ADI 221-MC, e no STJ, REsp 23.121);
2ª Corrente: Há autores que sustentam que após a Constituição de 1988 esta hipótese não seria mais admitida pelo fato de a CF atribuir legitimidade ativa ao Presidente e ao Governador para propor ADI (art. 103);
3ª Corrente: Há autores que sustentam que a possibilidade de negativa permanece, mas que deve ser acompanhada da propositura da respectiva ADI (Gilmar Mendes);
c. (Controle Repressivo realizado pelo) Judiciário: será exercido pelos:
i. Controle Difuso; e/ou
ii. Controle Concentrado
O Brasil adota o Sistema Jurisdicional de Controle Combinado (ou Misto) [que não se confunde com as Modalidades de Controle], pois adota tanto o controle difuso quanto o controle concentrado de constitucionalidade;
4.3 Quanto à competência Jurisdicional:
a) Controle Difuso: é aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal.
O controle difuso de constitucionalidade também é denominado:
· Controle de Constitucionalidade Aberto: já que é aberto a qualquer juiz ou tribunal;
· Sistema Norte-americano: por ter surgido nos EUA no caso Marbury Vs. Madison, julgado pela Suprema Corte, pelo justice [espécie de Ministro] Marshall, que entendeu que a norma que atribuía a solução do impasse ao Poder Judiciário ofendia a Constituição.
Aprofundando: o caso Marbury Vs. Madison não foi o primeiro caso em que se realizou controle de constitucionalidade nos EUA, dois outros casos o antecederam:
· Hayburn’s Case (1792) e Hylton’s Case (1796);
· Marshall, em sua decisão, cita uma decisão de 1610, proferida pelo Sir Edward Coke, como espécie de precedente de controle (Commow Pleas – citado por Lenio Streck);
A primeira Constituição brasileira a consagrar o controle difuso foi a Constituição de 1891 (primeira constituição republicana – antes dela houve a Constituição de 1824, mas que não tratou do controle de constitucionalidade);
b) Controle Concentrado: é aquele atribuído a apenas um determinado órgão do Poder Judiciário. No Brasil, esse poder é reservado ao STF, quando o parâmetro de controle é a Constituição Federal, e ao TJ, quando o parâmetro de controle é a Constituição Estadual;
O Controle Concentrado também é chamado de:
· Controle de Constitucionalidade Reservado; ou
· Sistema Austríaco (ou Sistema Europeu): por ter surgido na Áustria, com Hans Kelsen, e introduzido na Constituição austríaca de 1920, pela qual o único órgão competente para a realização do controle de constitucionalidade seria o Tribunal Constitucional;
No Brasil, o controle concentrado foi introduzido por uma Emenda Constitucional (n. 16 de 1965) à Constituição Federal de 1946;
Atualmente dispomos dos seguintes instrumentos para o controle concentrado de constitucionalidade: Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), Ação de Descumprimento de Preceito Fundamentai (ADPF) e a ADI Interventiva;
4.4 Quanto à Finalidade do Controle Jurisdicional
Pode ser dividido em duas espécies:
a) Controle Concreto (ou Incidental ou Por Via de Exceção ou Por Via de Defesa): é aquele que, principalmente, visa assegurar a proteção de direitos subjetivos. 
É feito incidentalmente em qualquer processo judicial. Ex: Um sujeito postula um direito seu (direito subjetivo) [este é o objeto principal da ação] e de forma incidental o juiz analisa a constitucionalidade de uma norma relacionada ao pedido. 
O entendimento que prevalece é o de que o controle concreto pode ser exercido inclusive de ofício pelo juiz ou tribunal, ou seja, mesmo sem que a parte argua a inconstitucionalidade do ato normativo, pode o juiz ou tribunal manifestar-se, incidentalmente, sobre a constitucionalidade de tal ato normativo.
A pretensão é deduzida em juízo através de um processo constitucional subjetivo (ou seja, um processo em que há sujeitos, partes, envolvidas).
b) Controle Abstrato (ou Principal ou Por Via Direta ou Por via de Ação): é aquele cuja finalidade precípua consiste em assegurar a supremacia da Constituição, evitar que a Constituição seja violada.
No Controle Abstrato a pretensão é deduzida em juízo através de um processo constitucional objetivo (ou seja, processo constitucional da ordem constitucional – aqui não há sujeitos envolvidos, há apenas o controle de normas).
Como não protege diretamente o direito subjetivo de ninguém, não há que se falar em contraditório, ampla defesa, duplo grau de jurisdição [mas na ADI não há manifestação do AGU em defesa do ato normativo impugnado? – Novelino entende que essa manifestação não é expressão dessas garantias constitucionais]
Vale observar:
· No Brasil, em regra, o Controle Difuso é Concreto;
Mas há quem entenda que o controle exercido pelo Plenário (ou pelo órgão especial de um Tribunal – “Cláusula da Reserva de Plenário”, art. 97, da CF/88) seria uma espécie de controle difuso e ao mesmo tempo abstrato – pois o Pleno do Tribunal irá se manifestar apenas sobre a norma cuja constitucionalidade é questionada, ficando a aplicação, ou não, da norma questionada ao caso concreto a cargo da Câmara (ou Turma) competente;
· No Brasil, geralmente, o Controle Concentrado é Abstrato;
Mas existe a exceção: Controle Concentrado Concreto: no Brasil, três ações são apontadas como de controle por um único órgão (portanto, concentrado) e em casos concreto (portanto,concreto):
1- ADI interventiva (ou Representação Interventiva);
2- ADPF (art. 1º, §ú, da Lei 9.882/99);
3- Mandado de Segurança Impetrado por Parlamentar no caso de inobservância do devido processo legislativo constitucional.
CUIDADO: CESPE/2014: No julgamento de reclamação constitucional, é possível ao STF realizar a reinterpretação e, portanto, a redefinição do conteúdo e do alcance da decisão paradigma apontada pelo reclamante como violada. E, inclusive, poderá ir além, superando total ou parcialmente a decisão-parâmetro da reclamação, se entender que, em virtude de evolução hermenêutica, tal decisão não se coaduna mais com a interpretação atual da Constituição (Rcl 4374/PE).
CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO: AÇÕES ESPECÍFICAS
Estudar-se-á três ações: ADI, ADC (reguladas pela Lei 9.868/99) e ADPF (regulamentada pela Lei 9.882/99);
A ADO, apesar de também regulamentada pela Lei 9.868/99, será estuada mais adiante junto com o Mandado de Injunção (MI) [aula online];
1. Aspectos Introdutórios
A ADI e a ADC têm a mesma natureza, “são ações com sinal trocado”, ou seja, têm um caráter dúplice ou ambivalente.
Quem propõe uma ADI quer que uma lei seja declarada inconstitucional, mas se a ADI é julgada improcedente a lei será declarada constitucional.
Quando se propõe uma ADC, quer-se que o STF declare tal lei constitucional. Se a ADC é julgada improcedente a lei será declarada inconstitucional
Assim, é fácil perceber que se a Ação for julgada improcedente, haverá um efeito contrário ao desejado pelo autor da ação. Esse caráter está no art. 24 da Lei 9.868/99.
A ADC foi introduzida no texto constitucional apenas em 2003, por EC. Antes disso, havia vezes em que se propunha uma Ação Direta de Inconstitucionalidade já se sabendo, e objetivando, que o STF se manifestaria pela constitucionalidade da lei.
A introdução da ADC no ordenamento brasileiro foi bastante questionada, já que, no Brasil, as leis são presumidamente constitucionais (princípio da presunção de constitucionalidade das leis). Assim, qual seria o objetivo da ADC?
É de se observar que essa presunção de constitucionalidade é apenas relativa, podendo, como se sabe, ser afastada por qualquer juiz ou tribunal ou descumprida por um dos chefes do Executivo;
Dessa forma, a ADC tem como pressuposto a existência de controvérsia judicial relevante (art. 14, III, da Lei 9.868/99);
Art. 14. A petição inicial indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;
II - o pedido, com suas especificações;
III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.
Obs.: quando do ajuizamento da ADC referente à Medida Provisória do “Plano Color” [ou apagão?], uma das primeiras do tipo, o STF entendeu que 6 ou 7 decisões não caracterizariam o pressuposto da relevante controvérsia judicial;
Requisito de Admissibilidade da ADPF: inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesividade (configura um caráter subsidiário), ou seja, só cabe ADPF se for um caso em que não cabe outra ação com mesma eficácia (entendida pelo STF como quando possui a mesma imediaticidade, amplitude, e efetividade – em regra, outra ação de controle concentrado – ADPF 128). 
Cuidado: na ADPF, se a ofensa resultar de ato normativo, também exige a “controvérsia constitucional”, o que não é exigido se a ofensa resulta de ato do Poder Público.
O STF vem admitindo a fungibilidade entre as ações do controle concentrado.
Como consta do voto do Ministro Gilmar Mendes, proferido na ADI 875/DF (p. 243), "É preciso reconhecer que, em nosso sistema abstrato de controle de constitucionalidade, deve existir uma natural fungibilidade entre os diversos tipos de ação" e complementa o Ministro afirmando que “[...] Tem-se, portanto, o estabelecimento de uma nova posição do STF, no sentido da fungibilidade entre as diversas ações que compõem o controle abstrato de constitucionalidade".
ADI ADC e ADPF: Aspectos comuns
Como se trata de um processo constitucional objetivo, em que não há partes interessadas, essas três espécies de ações do controle concentrado não admitem desistência, nem assistência, nem a intervenção de terceiros (é admitida, todavia, a participação do amicus curiae);
A decisão de mérito é irrecorrível, salvo em caso de embargos declaratórios.
Apesar de não caber recurso da decisão de mérito; da decisão do relator que indefere monocraticamente a inicial cabe agravo.
Também não é possível o ajuizamento de ação rescisória.
A causa de pedir no controle concreto é o dispositivo constitucional violado, todavia, o dispositivo violado poderá ser outro que não aquele elencado na petição inicial, por isso, diz-se que sua causa de pedir é aberta, ou seja, não importa o dispositivo invocado na inicial, o STF pode fazer a análise em face de toda à Constituição.
Na ADPF 139, decidiu-se que “nos processos de controle objetivo de constitucionalidade a conexão ocorre apenas na hipótese de identidade de objetos entre as ações, visto que, no controle abstrato a causa de pedir é aberta”.
Como no controle abstrato a finalidade é a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma, o Supremo tem que ser provocado a se manifestar por algum legitimado.
A denominada regra da adstrição também se aplica ao controle abstrato. Assim, se o Tribunal é provocado para declarar a inconstitucionalidade de uma artigo “x” de uma lei, ele não poderá declarar a inconstitucionalidade de um artigo “y” da mesma lei. 
Exceção a essa regra da adstrição se dá no caso da inconstitucionalidade por arrastamento (por atração ou consequente), que ocorre quando há uma interdependência entre o dispositivo que se pediu a declaração de inconstitucionalidade e outro dispositivo.
Em razão da regra da adstrição, decidiu-se na ADI 2182 que nos casos em que o pedido versar apenas sobre a inconstitucionalidade formal de uma lei, o STF fica impossibilitado de analisar sua inconstitucionalidade material.
Legitimidade Ativa:
O rol dos legitimados ativos está tanto na CF quanto na Lei 9.868/99 e na Lei 9.882/99:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
O STF faz uma distinção (não prevista na lei) entre: 
a) Legitimados Ativos Universais; e
b) Legitimados Ativos Especiais.
Os legitimados universais são aqueles que não precisam demonstrar a existência de pertinência temática.
Os legitimados especiais só poderão propor estas ações se demonstrarem a existência de pertinência temática, ou seja, a relação causal entre o objeto impugnado e o interesse defendido pelo legitimado.
Ex: ADPF 154 (proposta por associação nacional de profissionais da saúde, que tinham interesse em saber como agir no caso de aborto de feto anencéfalo – não poderiater sido interposta pelo conselho federal de engenharia, p. ex., que não tem nenhum interesse direto);
	
	Poder Executivo
	Poder Legislativo
	Ministério Público
	Outros
	Legitimados Universais (União)
	Presidente da República
	Mesas do Senado Federal e Mesa da Câmara dos Deputados
	Procurador Geral da República
	Conselho Federal da OAB e Partido Político com representação no Congresso Nacional
	Legitimados Especiais (Estaduais)
	Governadores
	Mesa da Assembleia Legislativa (Estados) e Mesa da Câmara Legislativa (DF)
	X
	Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional
· A interpretação dos legitimados costuma ser feita de maneira restritiva. Ex: o Vice-Presidente da República pode ajuizar ADI? Não, se o vice estiver ocupando o cargo de Presidente, poderá ajuizar.
· A mesa do Congresso Nacional (que reúne membros das mesas do SF e da CD) não possui legitimidade;
· A Constituição fala em partido político com representação no Congresso Nacional (ao menos um Deputado ou um Senador). A legitimidade ativa do partido político deve ser aferida apenas no momento da propositura da ação. Assim, a perda da representação pelo partido no decorrer da ação não ocasiona sua extinção (antes da entrada do Min. Gilmar Mendes (2004) o STF entendia pela extinção da ação);
· A partir de 2004, o STF passou a admitir a legitimidade de associações compostas por pessoas jurídicas (conhecidas como “Associações de Associações”). Para que seja admitida, a entidade tem que ser representativa dos interesses de uma determinada categoria profissional, social ou econômica.
Obs.: CUT e CGT não são confederações sindicais e não representam os interesses de uma categoria, mas de várias categorias, por isso não têm legitimidade ativa (ADI 271 e ADI 1442).
O art. 7º da Lei 9.096/95, que trata do caráter nacional dos Partidos Políticos, serve de parâmetro para considerar o caráter nacional das entidades de classe: presença em, pelo menos, 1/3 dos entes estaduais (ao menos 9 Estados da Federação) (ADI 3850-AgR). Apesar de essa ser a regra, há uma exceção (CESPE) a ABERSAL foi admitida como legitimada mesmo sem estar presente em 1/3 dos Estados. O critério utilizado pelo STF foi a relevância nacional da atividade (ADI 2866);
· Os únicos que não têm capacidade postulatória são os Partidos Políticos, as Confederações Sindicais e as Entidades de Classe de Âmbito Nacional (os demais legitimados podem ajuizar as ações de controle sem o intermédio da Advocacia Geral da União ou das Procuradorias Estaduais).
CUIDADO: Lei 11.417/06: Art. 3º - São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
Parâmetros
Aqui é possível observar diferenciações entre ADI, ADC e ADPF.
Parâmetro é a norma constitucional ofendida (que não se confunde com o objeto, que é o ato impugnado).
Na ADI e na ADC o parâmetro é o mesmo: toda a CF/88 (incluindo princípios implícitos e excluindo o preâmbulo) + Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (desde que aprovados em cada casa do CN em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, conforme o art. 5º, §3º da CF/88);
Na ADPF o parâmetro é mais restrito, pois como objetiva a proteção de preceitos fundamentais da CF, nem toda norma constitucional servirá de parâmetro. 
O que se entende como Preceito Fundamental da CF? Na ADPF 1-QO, decidiu-se que cabe apenas ao STF, como guardião da Constituição, dizer quais são os preceitos fundamentais (Min. Néri da Silveira); Ou seja, não dá para se definir, a priori, quais são e quais não são os preceitos fundamentais, que dependerão da jurisprudência do STF.
José Afonso da Silva entende como preceitos fundamentais aqueles imprescindíveis à identidade e ao regime adotado pela Constituição, p. ex: o Título I – Dos Princípios Fundamentais (do art. 1º a 4º da CF), o Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º ao 17), os Princípios Constitucionais Sensíveis (art. 34, VII, “a-e”, da CF/88), Cláusulas Pétreas;
No STF, há decisões que entendem como preceitos fundamentais a saúde e o meio ambiente.
ADI/ADC: Objeto
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Natureza: 
Para que seja objeto da ADI/ADC deverá ser uma lei ou ato normativo.
O entendimento atual do STF (ADI 4049-MC) passou a ser o de que qualquer tipo de lei, seja ela de efeitos concretos ou não, pode ser objeto de ADI ou de ADC. 
Entende-se por lei de efeitos concretos aquela que tem destinatário certo e objeto determinado (leis orçamentárias, p. ex.);
Ato normativo é aquele que possui generalidade e abstração, ou seja, o ato normativo objeto de ADI ou ADC não pode ter efeitos concretos, como um ato materialmente administrativo.
A violação ocasionada pela lei ou ato normativo impugnados deve ser uma violação direta. Ex.: um decreto que exorbite os limites da regulamentação legal não pode ser admitido como objeto de ADI ou ADC, pois sua violação à Constituição é apenas uma violação indireta (primeiramente ofende apenas a lei busca regulamentar).
Não são admitidos como objeto de ADI e ADC (rol exemplificativo já analisado pelo STF):
a) Atos meramente regulamentares;
ADI 3664 – ao contrário, no caso de um decreto autônomo, por não se regulamentar uma lei (mas uma situação diretamente constitucional) pode ser impugnado em ADI/ADC;
O normal seria que uma lei regulamentasse a CF; um decreto regulamentasse a mencionada lei e uma portaria regulamentasse o mencionado decreto. Não cabendo, portanto, ADI ou ADC contra esta portaria. 
Houve caso, todavia, em que o Governador do Maranhão propôs ADPF contra portaria de Ministro de Estado, imaginando que esta estava regulamentando um decreto, uma lei e, por fim, a CF. Ocorre que, ao julgar a ação, o STF constatou que entre a portaria impugnada e a CF não havia nenhuma outra norma, havendo, portanto, ofensa direta à CF/88. Na hipótese, o STF converteu a ADPF em ADI.
b) Normas Constitucionais Originárias;
A tese da hierarquia entre normas originárias da Constituição (de Otto Bachof) foi afastada pelo princípio da unidade (ADI 4097).
c) Lei ou norma de efeitos concretos já exauridos (ADI 2980 – lei orçamentária cujos efeitos já se exauriram);
d) Leis revogadas e Medidas Provisórias revogadas ou rejeitadas – se a lei ou MP já foram revogados, não ameaçam mais a Constituição, com isso a ação é extinta por perda do objeto.
Se a MP for convertida em lei no ponto questionado, basta o aditamento da inicial, passando-se a impugnar a lei na qual a MP foi convertida, para o prosseguimento da ação.
Exceção: Fraude Processual (ADI 3306): a Câmara Legislativa (DF) tentou burlar a jurisdição constitucional ao elaborar lei, revogá-la e reelaborá-la, a fim de impedir sua análise em ADI proposta perante o STF. O Tribunal entendeu tratar-se de fraude processual e realizou o controle de constitucionalidade da lei mesmo estando revogada.
e) Leis Temporárias;
No caso de leis temporárias, o controle será possível, todavia, quando a impugnação ocorrer em tempo adequado e houver a inclusãoem pauta de julgamento antes do exaurimento de sua eficácia (ADI 4426).
ADPF: Objeto
O termo “descumprimento” é mais amplo do que “inconstitucionalidade” (assim, abrange hipóteses de inconstitucionalidade e outras situações não consideradas como inconstitucionais, mas em que há descumprimento da CF).
O objeto da ADPF está previsto no art. 1º da Lei 9.882/99:
Art. 1º A argüição prevista no §1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
Atenção: Em princípio, qualquer ato do poder publico poderá ser objeto de ADPF, como, p. ex., uma decisão judicial (ADPF101);
Não são admitidos como objeto de ADPF:
a) Atos tipicamente regulamentares (ADPF 169) – o STF entende, também no caso da ADPF, que a violação à CF deve ser de forma direta.
b) Súmulas comuns (ADPF 80-AgR);
c) Súmulas Vinculantes (ADPF 147-AgR) – pois existe um procedimento específico em lei própria para sua revisão, o que retira o caráter subsidiário da ADPF;
d) Proposta de Emenda à Constituição (PEC) (ADPF 43-AgR) – pois, assim como o projeto de lei, como a PEC está em fase de formação não pode ser objeto de ADPF;
e) Veto – também não pode ser objeto de ADPF (ADPF 73 e ADPF 1-QO – pois o veto do presidente é um ato de natureza política e, se for o caso, deve ser analisado pelo CN. Alguns autores sustentam que o veto jurídico poderia ser objeto de controle pelo STF – não prevalece);
f) Leis revogadas – na ADPF 33, o Min. Gilmar Mendes decidiu pela possibilidade de as leis revogadas serem objeto de ADPF. Porém na ADPF 49 o Min. Menezes Direito decidiu de forma contrária.
AGU/CESPE/2012: assim como ocorre na ADI e na ADC, ato normativo revogado não pode ser objeto de ADPF – posição do Min. Gilmar Mendes;
O gabarito preliminar da prova indicou que a questão está ERRADA. Em que pese a redação da questão ser dúbia e possuir múltiplas interpretações, existem algumas hipóteses nos quais o ato normativo, mesmo após sua revogação, pode ser impugnado no controle abstrato de constitucionalidade das normas, podendo-se citar dois exemplos:
em qualquer ação do controle de constitucionalidade, sempre que estiver caracterizada a eficácia repristinatória tácita indesejada, ocorrerá a necessidade de se impugnar os atos normativos já revogados por exteriorizarem os mesmos vícios de inconstitucionalidade que inquinam a legislação revogadora: FISCALIZAÇÃO NORMATIVA ABSTRATA - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM TESE E EFEITO REPRISTINATÓRIO. - A declaração de inconstitucionalidade "in abstracto", considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente (RTJ 120/64 - RTJ 194/504-505 - ADI 2.867/ES, v.g.), importa em restauração das normas estatais revogadas pelo diploma objeto do processo de controle normativo abstrato. É que a lei declarada inconstitucional, por incidir em absoluta desvalia jurídica (RTJ 146/461-462), não pode gerar quaisquer efeitos no plano do direito, nem mesmo o de provocar a própria revogação dos diplomas normativos a ela anteriores. Lei inconstitucional, porque inválida (RTJ 102/671), sequer possui eficácia derrogatória. A decisão do Supremo Tribunal Federal que declara, em sede de fiscalização abstrata, a inconstitucionalidade de determinado diploma normativo tem o condão de provocar a repristinação dos atos estatais anteriores que foram revogados pela lei proclamada inconstitucional. Doutrina. Precedentes (ADI 2.215-MC/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO, "Informativo/STF" nº 224, v.g.). - Considerações em torno da questão da eficácia repristinatória indesejada e da necessidade de impugnar os atos normativos, que, embora revogados, exteriorizem os mesmos vícios de inconstitucionalidade que inquinam a legislação revogadora. - Ação direta que impugna, não apenas a Lei estadual nº 1.123/2000, mas, também, os diplomas legislativos que, versando matéria idêntica (serviços lotéricos), foram por ela revogados. Necessidade, em tal hipótese, de impugnação de todo o complexo normativo. Correta formulação, na espécie, de pedidos sucessivos de declaração de inconstitucionalidade tanto do diploma ab-rogatório quanto das normas por ele revogadas, porque também eivadas do vício da ilegitimidade constitucional. Reconhecimento da inconstitucionalidade desses diplomas legislativos, não obstante já revogados.
Aspecto Temporal
Analisa-se o momento em que o ato surge. 
No caso da ADI e da ADC, para que o ato possa ser impugnado a inconstitucionalidade deve ser originária (nos casos em que o surgimento do objeto é posterior à criação do parâmetro [norma constitucional]). Ex: Lei elaborada em 1990. Uma Emenda Constitucional posterior a esse ano não poderá servir como parâmetro em ADI ou ADC com relação a essa Lei de 1990.
Na ADPF não há essa limitação temporal, podendo ser utilizada contra atos anteriores ou posteriores, pois não se fala em constitucionalidade ou inconstitucionalidade, mas em descumprimento/recepção;
Aspecto Espacial
1- ADC: apenas lei ou ato normativo da esfera federal (1 esfera);
2- ADI: lei ou ato normativo da esfera federal ou estadual (2 esferas);
3- ADPF: ato do poder público (engloba lei ou ato normativo), da esfera federal, estadual ou municipal (3 esferas).
Em relação ao Distrito Federal:
Em se tratando de ADPF, não há limitação, podendo o ato do DF tratar de conteúdo estadual ou municipal;
Em se tratando de ADI:
Súmula 642/STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa municipal.
Lei 9.882/99, Art.1º, Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000);
6. Efeitos da Decisão de Mérito
6.1 Quórum: Existem dois quóruns exigidos pelas leis 9.882/99 e 9.868/99:
a) Quórum de votação: é o número mínimo de ministros que devem estar presentes no plenário para poder iniciar a discussão e votação de um determinado processo, inclusive das ações de controle abstrato (ADI, ADC, ADPF). O quórum mínimo é de 2/3 dos ministros, ou seja, tem que estar presentes no plenário ao menos 8 ministros (art. 22 da Lei 9.868/99 e art. 8º da Lei 9.882/99)
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.
b) Quórum de julgamento: o quórum mínimo exigido para que sejam julgadas procedentes ou improcedentes e possam ter os efeitos erga omnes e vinculante a ADI, a ADC ou a ADPF é de maioria absoluta, ou seja, 6 ministros.
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade.
Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.
Quando o quórum mínimo de 6 ministros não é atingido, a decisão não produz os efeitos erga omnes e vinculante (ADI 4.167)
Exemplo: Se o tribunal estiver com nove ministros em plenário discutindo a constitucionalidade de uma lei (ADI ou ADC) obtiver-se o quórum de 5x4, a norma discutida continuará a gozar de presunção de constitucionalidade, não produzindo efeitoserga omnes nem vinculante;
6.2 Efeitos Subjetivos e Objetivos
Art. 102, §2º da CF/88: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Aspecto Subjetivo (efeitos em relação aos sujeitos atingidos): A primeira diferença entre o efeito vinculante e a eficácia erga omnes é a de a eficácia erga omnes atinge todos (particulares e poderes públicos), enquanto o efeito vinculante se dirige apenas a determinados órgãos do Poder Público;
O efeito vinculante foi introduzido no direito brasileiro com dois objetivos pela EC 03/93. Se o efeito vinculante tem amplitude menor que a eficácia erga omnes, sua introdução não teria sido desnecessária? O efeito vinculante foi introduzido no direito brasileiro com dois objetivos:
i. Vincular os poderes públicos quando a ADI for julgada improcedente
ii. Atingir não só o dispositivo, mas também os motivos determinantes da decisão (aspecto objetivo).
Quando a ADI era julgada improcedente pelo STF, a decisão não tinha efeito nenhum, pois ao julgar improcedente o STF dizia que a lei era constitucional. Por não estarem vinculados, os demais membros do judiciário poderiam continuar decidindo que a norma era inconstitucional, deixando de aplicar a lei. Da mesma forma, a Administração pública não ficava vinculada por esse tipo de decisão. Por isso foi introduzido o efeito vinculante.
O segundo aspecto será visto mais adiante.
Conforme disposto pela Constituição, o efeito vinculante só atingirá:
a) Demais Órgãos do Poder Judiciário (excluído o STF);
b) Administração Pública (Direta e Indireta, de todas as esferas da federação).
E o Poder Legislativo? E o Poder Executivo (a CF fala em Administração)?
Quando a CF diz que o STF não fica vinculado pela decisão, isso significa que futuramente existindo razões que justifiquem uma nova análise da tese jurídica ele poderá revê-la. No entanto, os ministros e as turmas ficam vinculados enquanto o tribunal não mudar o posicionamento. Portanto a não vinculação refere-se apenas ao Pleno do STF.
Se o STF declara uma lei inconstitucional esta é invalidada e, portanto, não poderá mais ser objeto de uma nova apreciação. Todavia, se uma nova lei for aprovada, nada impede que o STF mude sua tese jurídica anterior (caso contrário ocorreria o fenômeno da fossilização da Constituição).
Se a lei for declarada constitucional, nada impede que futuramente, havendo motivos razoáveis, que justifiquem uma nova apreciação pelo tribunal, o STF se manifeste sobre aquela mesma lei.
Em relação ao Poder Legislativo, a não vinculação se refere apenas à sua função legiferante. No entanto, em relação às funções fiscalizatórias (CPI, p.ex.), administrativas (nepotismo) e jurisdicionais o Poder Legislativo fica vinculado.
O Tribunal de Contas também estará vinculado.
O chefe do executivo não fica vinculado em relação às competências ligadas ao processo legislativo, pois, se ficasse vinculado, indiretamente a função legiferante (exercida pelo legislador) ficaria obstaculizada (ex.: Medidas Provisórias, Leis Delegadas, iniciativas de projeto de lei e celebração de tratados internacionais);
Eficácia Erga Omnes X Efeito Vinculante
Quando se faz referência ao aspecto objetivo quer-se fazer referências às partes da decisão atingidas por esses efeitos (até o presente momento havia-se feito referência ao aspecto subjetivo – ou seja, sujeitos atingidos pela decisão);
Uma decisão pode ser dividida em:
a) Relatório;
b) Fundamentação; e
c) Dispositivo.
É óbvio que o relatório não é atingido pela eficácia erga omnes nem pelo efeito vinculante. O dispositivo, todavia, claramente é atingido por tais efeitos.
E a fundamentação sofre esses efeitos?
Dentro da fundamentação temos aquilo que a doutrina chama de ratio decidendi (“razão da decisão”: são as razões que levaram o juiz a decidir, corresponde às passagens que realmente fundamentaram e determinaram a decisão) e aquilo denominado de obter dictum (questões acessórias, ditas somente de passagem).
De acordo com a Teoria Extensiva o efeito vinculante atinge não só o dispositivo da decisão, mas também os seus motivos determinantes (ratio decidendi). Este fenômeno é conhecido como Transcendência dos Motivos (ou Efeito Transcendente dos Motivos Determinantes).
O STF apesar de já ter adotado a transcendência dos motivos, nos últimos julgados vem rejeitando esta tese (Rcl 3.014/SP).
No caso da ADPF, existem dois aspectos um pouco diferentes:
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.
Além de comunicar as autoridades responsáveis, o STF fixa como o preceito violado deve ser interpretado – não há previsão semelhante para ADI e na ADC.
Art. 10 [...] §3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público.
Diferentemente da redação disposta pelo art. 102, §2º da CF/88, não há restrição a determinados órgãos.
Na doutrina, o entendimento majoritário é o de que os órgãos vinculados pela decisão na ADPF são os mesmos da ADI e da ADC. Ou seja, apesar da divergência na redação do dispositivo, tem prevalecido na doutrina que os órgãos vinculados são os mesmo da ADI e ADC (“Art. 102, §2º, da CF: [...] nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.”).
6.3 Eficácia Temporal
Natureza do ato inconstitucional: dois são os posicionamentos mais difundidos:
1ª Corrente: tem a natureza de um ato nulo, sendo invalida desde a origem (doutrina e jurisprudência norte-americana, desde o caso Marbury Vs. Madison);
2ª Corrente: Tem natureza de ato anulável, dependendo da decisão do tribunal para ser considerada, a partir de então, inconstitucional (Kelsen);
No Brasil, a teoria predominante, apesar da adoção da técnica da modulação dos efeitos da decisão, é a teoria da nulidade (o ato inconstitucional é um ato nulo) (ADI’s 875, 1987, 2727). Assim, a regra, é o efeito retroativo (ex tunc).
Como dito, no Brasil, é adotada a modulação temporal dos efeitos da decisão. Assim, como exceção, a atribuição de efeito ex nunc (ADI 231 e 837) ou do efeito prospectivo (ou pro futuro) – essas exceções estão no art. 27 da lei 9868/99 e no art. 11 da Lei 9.882/99
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Há, em verdade, uma ponderação entre o princípio da segurança jurídica ou do excepcional interesse social com o princípio da nulidade.
CUIDADO: isso é exclusivo do controle concentrado. No controle difuso não é possível, pois este gera efeitos inter partes tão-somente.
A jurisprudência do STF tem entendido que, ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei em controle concentrado, pode ser modulada a eficácia desta decisão a fim de preservar a segurança jurídica. Isso porque, quando as leis são submetidas ao controle de constitucionalidade, já estão em vigor por certo lapso temporal e a sua retirada do ordenamento jurídico sem qualquer ressalva pode trazer mais prejuízos.
Desta maneira, o STF pode declarar a inconstitucionalidade sem efeitos retroativos. Isto, na prática, leva à perpetuação dos efeitos já ocorridos pela lei inconstitucional,revogando as leis anteriormente existentes.
Assim, se o STF imprimir eficácia ex nunc a decisão do controle de constitucionalidade, não haverá efeito repristinatório, pois a lei revogadora, declarada inconstitucional, produziu efeitos, implicando na revogação da anterior a si.
Dessa forma, nem toda declaração de inconstitucionalidade implica efeitos repristinatórios. Porque eventualmente admite-se uma declaração de inconstitucionalidade sem efeitos retroativos, assim se mantendo a revogação da lei. [caderno sistematizado]
Extensão da Declaração
Algumas das técnicas de extensão da decisão estão previstas no art. 28, §ú da Lei 9.868/99: 
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal.
O STF utiliza, ainda, a técnica de declaração de nulidade com redução total ou parcial de texto.
a) Declaração de nulidade com redução total do texto: o tribunal declara toda a lei ou todo o dispositivo inconstitucional;
a. Declaração de nulidade com redução parcial de texto: declara apenas parte da lei ou parte do dispositivo, podendo incidir sobre uma determinada palavra ou expressão, desde que não altere o significado do dispositivo (técnica esta não possível no caso do veto jurídico do Presidente da República).
Nestes dois casos, o Tribunal atua como legislador negativo (quando o tribunal constitucional declara uma lei inconstitucional ele exerce uma função típica do legislativo, semelhante a uma revogação da lei).
b) Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto: o Tribunal exclui um determinado sentido atribuível ao dispositivo sem que haja qualquer alteração no seu texto.
Assim, é possível que um dispositivo possa ser interpretado de mais de uma maneira, sendo um dos sentidos interpretativos compatível e o outro incompatível com a Constituição (ADI 3685 – verticalização partidária – o STF excluiu a aplicação da EC56/06, que tentou burlar o princípio da anterioridade eleitoral, das eleições que ocorreram em 2006)
c) Interpretação conforme a Constituição: costuma ser utilizada como técnica de decisão judicial e como princípio interpretativo.
O STF tem considerado, no controle abstrato, que a declaração de nulidade sem redução de texto e a interpretação conforme são técnicas de decisão equivalentes.
A declaração de nulidade sem redução de texto é técnica de decisão judicial que só pode ser utilizada no controle abstrato.
A interpretação conforme pode ser utilizada como técnica de decisão no controle abstrato ou como princípio interpretativo, também no controle difuso.
d) Inconstitucionalidade Consequencial (ou por arrastamento ou por atração)
Quando há uma relação de interdependência (o art. 2º de uma lei não faz sentido se o art. 1º for declarado inconstitucional) entre a norma impugnada e outra, apesar desta última de não ter sido questionada, a parte dispositiva da decisão ficará redigido da seguinte forma “julgo procedente a ADI para declarar a inconstitucionalidade do art. 1º e, por arrastamento, a do art. 2º” (ADI 4.451-MC-Ref [o tribunal referendou a medida cautelar concedida pelo relator]);
Tutela de Urgência
Liminar: o quórum de votação é o mesmo da decisão de mérito (8 [2/3] ministros presentes – art. 22, da Lei 9868/99 e art. 5º, da Lei 9882/99);
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.
O quórum em relação à decisão na liminar, em regra, é o de maioria absoluta (6 ministros). Todavia, há exceções, em que a medida cautelar poderá ser decidida monocraticamente:
No caso da ADC, não há exceção (aplica-se a regra de declaração pelo Pleno – 6 min.);
No caso da ADI, a lei prevê a possibilidade de decisão monocrática no período de recesso do tribunal (art. 10, da Lei 9868/99)
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
Nos casos de extrema urgência, o regimento interno do STF autoriza a concessão de liminar pelo relator (ADI 4638 – Poder Normativo do CNJ – a decisão foi cassada, pois não havia urgência no caso);
No caso da ADPF, a Lei 9.882/99 estabelece 3 exceções nas quais o relator poderá conceder:
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.
§1º Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.
Além do caso de recesso (também admitido na ADI), nos casos de extrema urgência ou de perigo de lesão grave, pode o relator conceder a liminar em ADPF. Esta, todavia, deverá, posteriormente, ser referendada pelo Pleno.
Efeitos objetivos e subjetivos e Efeitos temporais da liminar e Controle Difuso
Efeito repristinatório tácito (art. 11, §2º, da Lei 9.868/99): A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
Percebe-se que, em regra, a concessão da medida cautelar na ADI provocará, automaticamente, a produção de efeitos da legislação anterior (que foi revogada pela lei que esta sendo objeto da ADI).
O efeito repristinatório tácito poderá ocorrer também com a decisão de mérito caso ela tenha efeitos retroativos (o que é a regra) (pois se a lei inconstitucional é um ato nulo, ela não poderia revogar uma outra lei válida);
Em relação à ADPF, não há previsão legal sobre seus efeitos. Alguns autores defendem aplicar-se, por analogia, os mesmos efeitos da ADI.
Controle Difuso de Constitucionalidade
Competência: pode exercer esta forma de controle qualquer juiz ou tribunal (inclusive, segundo entendimento majoritário, o STJ);
Finalidade: principal é a proteção de direitos subjetivos (processo constitucional subjetivo – em que há autor e réu, partes interessadas na solução da demanda). A inconstitucionalidade é apenas uma questão incidental. 
Obs¹: o controle concentrado é considerado processo constitucional objetivo, pois nele não se busca a proteção de direitos subjetivos, mas sim da supremacia da Constituição, não há partes interessadas, por isso também é denominado abstrato.
Obs²: Mesmo se o juiz ou tribunal não tenha sido provocado sobre a inconstitucionalidade da lei aplicada ao caso concreto, poderá afastar de oficio a incidência de tal lei ao caso concreto (STF AI 666.523-AgR);
Legitimidade: qualquer pessoa que tenha um direito subjetivo violado por uma norma inconstitucional.
Parâmetro: é qualquer norma formalmente constitucional; Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de emenda (3/5 [60%]) e em 2 turnos de votação;
Obs.: por ter como finalidade principal a proteção de direitos subjetivos, no controle difuso o que importa são as normas vigentes à época em que o fato ocorreu (tempus regit actum). Mesmo que o parâmetro já esteja revogado, ele pode ser evocado no controle difuso;
Objeto: Não existe nenhum requisito específico para que o objeto possa ser impugnado no controle difuso (qualquer norma que viole a constituição e acarrete violação de direito subjetivo);
Efeitos:
a) Aspecto Subjetivo: o efeito é inter partes, valendo a decisão apenas para as partes envolvidas no processo. Existem maneiras de estender os efeitos da decisão como no caso de suspensão da eficácia da lei pelo Senado Federal, a edição de uma Súmula Vinculante, etc;
b) Aspecto Objetivo: como a inconstitucionalidade é apenas uma questão incidental, no controle difuso, a inconstitucionalidadeda lei relativa ao caso será apreciada incidentalmente na fundamentação da decisão e não no dispositivo da decisão (como ocorre no controle concentrado);
c) Aspecto Temporal: a teoria da nulidade (adotada no Brasil) faz com que, em regra, a declaração de inconstitucionalidade tenha efeito ex tunc (retroativo).
Em relação ao STF, admite-se a manipulação dos efeitos da decisão para conferir o efeito ex nunc quanto para conferir efeito pro futuro (em relação ao juízes singulares a questão é bastante controversa – para Novelino poderia haver manipulação em qualquer instância); 
Quais os requisitos para que o STF faça essa manipulação no controle difuso, já que a lei não regulamenta? Tem prevalecido que aplica-se, por analogia, o art. 27 da Lei 9.868/99 (mínimo de 2/3 dos Ministros, por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social).
(quando voltei do intervalo estava comentando o caso dos vereadores do Município de Mira Estrela)
Cláusula da Reserva de Plenário (ou Cláusula do full bench – art. 97 da CF/88)
Significa que determinadas matérias são reservadas ao Plenário (ou órgão especial).
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
“maioria absoluta”: significa mais de 50% dos membros do órgão (a maioria relativa significa mais de 50% dos presentes na votação).
“Pleno”: reunião de todos os membros de um tribunal; “Órgão especial”: está previsto no art. 93, XI, da CF: nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
Observe que a cláusula do full bench se aplica somente no âmbito dos tribunais.
Pergunta: turmas recursais de juizados especiais precisa observar a reserva de plenário? Não! Pois, apesar de exercer juízo de revisão, não são tribunais.
Pergunta: esta cláusula deve ser observada pelo Supremo quando julga o Recurso Extraordinário? Segundo o entendimento do próprio STF, o tribunal não precisa observar a cláusula da reserva de plenário no julgamento de recurso extraordinário (RE 361.829-ED), pois é da própria natureza do Recurso Extraordinário ter que apreciar a inconstitucionalidade de uma lei.
“O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF.” (RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-3-2010, Segunda Turma, DJE de 19-3-2010.)”
Porém, se se tratar de outro tipo de ação, como um habeas corpus, p. ex., deverá ser submetido à cláusula.
A cláusula de reserva de plenário só é necessária em caso de declaração de inconstitucionalidade da lei (nesse caso, a câmara ou turma lavra um acórdão, remetendo a ação ao órgão especial ou pleno do tribunal – este, não vai analisar o caso concreto. O que o órgão especial ou o pleno irá analisar apenas a inconstitucionalidade em tese (em abstrato) do ato impugnado. Após essa decisão, o caso será remetido de volta à turma ou câmara, para que decidam sobre o caso concreto).
A decisão do pleno ou do órgão especial servirá de leading case (como precedente), para as decisões futuras a serem adotadas pelos demais órgãos fracionários do respectivo tribunal. CPC:
 Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tocar o conhecimento do processo.
 Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.
 Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 1998);
Com base nisso, o CPC determina duas exceções à exigência da reserva de plenário:
i) Quando a inconstitucionalidade já tiver sido reconhecida pelo Pleno ou pelo órgão especial;
ii) Quando a tese já tiver sido declarada inconstitucional pelo STF (em controle difuso).
E quando o tribunal aplica a interpretação conforme a constituição? Não há necessidade de observar a reserva de plenário quando se utiliza a interpretação conforme a constituição, pois neste caso o que se considera inconstitucional não é a lei em si, mas uma de suas possíveis interpretações (STF, RE 579.721). Esse entendimento continua valendo mesmo após a edição da Súmula Vinculante 10:
Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Quando da edição da súmula, houve certa confusão quanto ao objetivo da SV. Segundo o Min. Marco Aurélio, a referida sumula busca evitar as decisões escamoteadas – muitos tribunais, inclusive o STJ, não observavam a reserva de plenário: simplesmente afastavam a aplicação da lei e decidiam. “Fingia-se” que não se estava declarando a inconstitucionalidade e não se remetia a questão ao plenário dos tribunais.
A inobservância da cláusula do full bench gera a nulidade absoluta da decisão;
Suspensão da Execução da Lei pelo Senado (art. 52, X, da CF/88)
Só se aplica a decisões proferidas no controle difuso (Regimento Interno do STF, art. 178), pois no controle concentrado as decisões já possuem efeito erga omnes;
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
Para que essa decisão, que, em regra, tem efeito inter partes, o Senado pode suspender a execução da lei, a fim de que os efeitos valham para todos.
Observe que:
i) Essa suspensão só ocorre quando a declaração é de inconstitucionalidade;
Em caso de não recepção de norma pré-constitucional, não há que se falar em suspensão de execução pelo Senado (RE 387.271);
Obs.: apesar da jurisprudência do STF não exigir a observância da cláusula no caso de não recepção, a questão foi novamente suscitada e o tribunal reconheceu a existência de repercussão geral (AI 838.188);
ii) Trata-se de um ato discricionário do Senado (que suspende se e quando quiser – RE 150.764);
iii) Parece ser majoritário que o efeito é ex nunc (daquele momento em diante – José Afonso da Silva); Para Gilmar Mendes o efeito é ex tunc (para se evitar o ajuizamento de diversas ações buscando a extensão dos efeitos para momentos anteriores à suspensão);
iv) A suspensão da execução pelo Senado pode se dar sobre norma federal, estadual ou municipal. Não há ofensa à integridade do princípio federativo, pois no caso o Senado atua como órgão nacional, e não como órgão federal (já que é composto por representantes dos Estados);
v) A expressão “no todo ou em parte”: entende-se que a suspensão da execução tem que se ater aos exatos limites da decisão proferida pelo STF;
Abstrativização (ou objetivação) do Controle Difuso (ou verticalização, ou abstrativização do Recurso Extraordinário, etc. )
Consiste em conferir os efeitos típicos do controle abstrato ao processo constitucional subjetivo (do controle concreto);
Pode ser constatada em dois âmbitos diferentes:
a) No âmbito jurisprudencial, o tema teve origem no HC 82.959/SP e posteriormente na Rcl 4335/AC;
b) No âmbito legislativo, o tema ganhou relevo com duas alterações introduzidas pela EC 45/04: criação da súmula vinculante e a exigênciade demonstração de repercussão geral no recurso extraordinário;
O hc, em regra será feito no controle difuso. No caso mencionado, o hc tratava da progressão de regime nos crimes hediondos e vários ministros se manifestaram no sentido de estar decidindo sobre a constitucionalidade do art. 2º da Lei de Crimes Hediondos. Ocorre que, apesar da declaração de inconstitucionalidade, como a decisão foi no controle difuso, um juiz no Acre negou aplicar a decisão proferida pelo STF.
Foi ajuizada a referida Reclamação, tendo sido provida pelo Ministro Gilmar Mendes (relator), que entendeu que a decisão no habeas corpus, apesar de proferida no controle difuso, teve efeito erga omnes. Ainda há pendência sobre o caso (2x2). Para Novelino, a tese que deve prevalecer é a de que o efeito é somente inter partes;
As súmulas vinculantes resultam de reiteradas decisões em controle difuso pelo STF. Com a elaboração da súmula, o Supremo torna vinculante o sentido das decisões proferidas no controle difuso.
Repercussão Geral: há que se demonstrar que a decisão influenciará não apenas os envolvidos diretamente no caso, mas uma coletividade. Essa afetação de uma variedade de pessoas reflete o que ocorre no controle objetivo de constitucionalidade, em que não há partes diretamente envolvidas.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E MANDADO DE INJUNÇÃO
a) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO: está prevista no art. 103, §2º, da CF/88:
Art. 103, § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
i. Finalidade: seu objetivo principal é assegurar a supremacia da Constituição, tornando efetiva a norma constitucional, e não assegurar o exercício de direitos subjetivos. Faz parte, portanto do controle abstrato de constitucionalidade.
Viu-se que as ações do controle abstrato de constitucionalidade tem sua pretensão deduzida em juízo por meio de um processo constitucional objetivo, ou seja, 
ii. Quanto à Competência:
Relembrando: quanto à competência temos o controle jurisdicional difuso e o controle jurisdicional concentrado.
Percebe-se que o art. 103, está inserido dentre os dispositivos constitucionais que tratam da competência do STF. Assim, estando concentrada em um único órgão jurisdicional (ao menos na esfera federal), a ADO é classificada como um instrumento do controle concentrado de constitucionalidade.
iii. Legitimidade Ativa: a ADO é instrumento de controle abstrato, sendo sua finalidade principal assegurar o exercício de direitos constitucionalmente protegidos, e não direitos subjetivos. Portanto, como toda ação de controle concentrado abstrato a legitimidade para propor a ADO é a mesma legitimidade para propor a ADI, a ADC (art. 12-A da Lei 9.868/99) e a ADPF.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Vale aqui tudo o que já foi explicado anteriormente. 
Há apenas uma peculiaridade que merece ser destacada: A ADO tem por finalidade tornar efetiva uma norma constitucional; em regra, esta omissão decorre da atividade legislativa. Por esta razão, não terão legitimidade para ajuizar a ADO as autoridades responsáveis pela elaboração do ato. Assim, se se trata de uma omissão do Poder Legislativo, a mesa da Câmara ou a do Senado não teriam legitimidade. Teriam legitimidade, porém, em casos de iniciativa exclusiva do Presidente da República.
iv. Legitimidade Passiva: de acordo com a jurisprudência do STF a legitimidade passiva é a mesma para a ADO e para o MI. Assim, segundo o entendimento do STF, a legitimidade passiva será sempre dos órgãos ou autoridades responsáveis pela elaboração da norma regulamentadora ou da medida para torná-la efetiva ou viabilizar o exercício do direito.
Quando a iniciativa for exclusiva, do Presidente da República, por exemplo, o MI ou ADO será ajuizada contra o Presidente, não contra o Congresso Nacional.
Nestes casos, o STF não tem admitido nem o litisconsórcio passivo, devendo figurar no lado passivo unicamente o órgão responsável pela omissão.
v. Decisão de Mérito:
Os efeitos da decisão de mérito proferida na ADO estão no art. 103, § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
São, portanto, efeitos de ciências ao órgão competente para tomar as providências necessárias. Em se tratando de órgão administrativo, o prazo é de 30 dias.
O Min. Gilmar Mendes já questionava, do ponto de vista prático, esse prazo de 30 dias, por ser, em certos casos, bastante exíguo.
A questão foi suavizada pela Lei 9.868/99, em seu art. 12-H, §1º:
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
§1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
§2º Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Obs.: Para que possa ser julgada a ADO: Presença: 2/3 – Vontação: maioria absoluta;
Assim, o tribunal, ponderando o dispositivo constitucional, o interesse público envolvido e a complexidade do caso, poderá fixar prazo maior ou menor do que 30 dias.
Questão: em relação ao Legislador, poderá ser fixado prazo? Na ADI 3682, o STF fixou prazo de 18 meses para que o CN atuasse. O CN manifestou-se no sentido de que não iria cumprir tal prazo. O STF manifestou-se no sentido de que não se tratava de ordem, mas de sugestão.
vi. Decisão Liminar: 
A jurisprudência do STF, em regra, não admitia a concessão de liminar em ADO, sob o argumento de que se na decisão de mérito ele apenas daria ciência, não haveria lógica em conceder liminares.
Com o advento da Lei 12.063/09, que introduziu vários dispositivos na Lei 9.868/99, tornou-se possível a concessão de liminares em ADO:
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
§1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
§2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
§3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral

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