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3 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ..................................................................... 4 
1.1 SUPREMACIA FORMAL E MATERIAL DA CONSTITUIÇÃO .................................................................. 4 
1.2 PARÂMETRO (“NORMA DE REFERÊNCIA”) ....................................................................................... 5 
2 FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE .................................................................................................. 8 
2.1 QUANTO AO TIPO DE CONDUTA PRATICADA PELO PODER PÚBLICO ................................................ 8 
2.2 QUANTO À NORMA OFENDIDA ...................................................................................................... 8 
2.3 QUANTO À EXTENSÃO ................................................................................................................... 11 
2.4 QUANTO AO MOMENTO ............................................................................................................... 11 
2.5 QUANTO AO PRISMA DA APURAÇÃO ............................................................................................. 13 
3 FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .............................................................................. 14 
3.1 QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO ................................................................................................ 14 
3.2 QUANTO AO MOMENTO DE REALIZAÇÃO DO CONTROLE ............................................................... 15 
3.3 QUANTO À COMPETÊNCIA JURISDICIONAL .................................................................................... 19 
3.4 QUANTO À FINALIDADE ................................................................................................................ 20 
4 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO (ADC/ADI/ADPF) LEI 9.869 ............................... 21 
4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 22 
4.2 ASPECTOS COMUNS ...................................................................................................................... 24 
4.3 LEGITIMIDADE ATIVA .................................................................................................................... 30 
4.4 PARÂMETRO ................................................................................................................................. 33 
4.5 OBJETO ......................................................................................................................................... 34 
4.6 DECISÃO DE MÉRITO ..................................................................................................................... 41 
4.6.1 Quórum ................................................................................................................................. 41 
4.6.2 Efeitos ................................................................................................................................... 41 
4.6.3 Eficácia temporal ................................................................................................................... 47 
4.6.4 Extensão da decisão (art. 28, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99) .......................................... 48 
5 TUTELA DE URGÊNCIA........................................................................................................................... 50 
5.1 QUÓRUM ...................................................................................................................................... 50 
5.2 EFEITOS OBJETIVOS/SUBJETIVOS ................................................................................................... 51 
5.3 EFEITOS TEMPORAIS ..................................................................................................................... 52 
6 CONTROLE DIFUSO ............................................................................................................................... 52 
6.1 COMPETÊNCIA .............................................................................................................................. 53 
6.2 FINALIDADE .................................................................................................................................. 53 
6.3 INICIATIVA .................................................................................................................................... 53 
6.4 PARÂMETRO ................................................................................................................................. 53 
3 
6.5 EFEITOS DA DECISÃO ..................................................................................................................... 53 
6.6 CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (“FULLBENCH”) .................................................................... 54 
6.7 SUSPENSÃO DA EXEUÇÃO DA LEI PELO SENADO ............................................................................ 58 
6.8 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ..................................................................................................................... 60 
6.9 TENDÊNCIA DE ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO ........................................................ 60 
7 AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ................................................................. 63 
8 MANDADO DE INJUNÇÃO ..................................................................................................................... 63 
9 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL ........................................................................ 68 
10 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ...................................................................................... 71 
11 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .................................................................................................................. 71 
 
 
4 
ATUALIZADO EM 17/07/20191 
CONTROLE DE CONSTITUCINALIDADE 
 
1 TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1.1 SUPREMACIA FORMAL E MATERIAL DA CONSTITUIÇÃO 
 
A) Material: por estabelecer os direitos e garantias fundamentais, a organização e estrutura do Estado 
e dos poderes, a Constituição possui o conteúdo superior ao das demais leis. Toda Constituição é 
dotada de supremacia material, independentemente do tipo de Constituição, rígida ou flexível. No 
entanto, não é essa a supremacia considerada relevante para o tema do controle de 
constitucionalidade, e sim a supremacia formal. 
 
B) Formal: atributo exclusivo das Constituições rígidas, ao contrário da supremacia material. 
Constituição rígida é aquela que prevê um processo mais solene para alteração de suas normas. Não 
são as cláusulas pétreas que caracterizam a rigidez constitucional. Quando a Constituição não é 
rígida ela tem o mesmo processo de alteração que as demais leis. Se o processo é o mesmo, 
qualquer lei pode alterar a Constituição. Na Inglaterra sempre foi flexível até 2000 quando foi 
aprovado o Human Right Act que se tornou uma norma superior e parâmetro do controle de 
constitucionalidade. 
 
#OUSESABER #DEOLHONOCONCEITO: O que é norma hipotética fundamental? 
A norma hipotética fundamental é um conceito propugnado por Hans Kelsen, importante jurista e filósofo e 
positivista do século XX da Escola de Viena, em sua obra "Teoria Pura do Direito”. Tal termo consiste no 
fundamento último de validade de um ordenamento jurídico, destituída de conteúdo material - até porque é 
hipotética - sendo somente forma, pois se propõe à universalidade e não a caracterizar uma ordem jurídica em 
específico. Assim, a norma hipotética fundamental, segundo Kelsen, é o fundamento máximo do seu conceito 
escalonado e hierárquico de ordem jurídica, a fonte de validade de todas asoutras normas. 
 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
5 
1.2 PARÂMETRO (“NORMA DE REFERÊNCIA”) 
 
Parâmetro é a norma constitucional supostamente violada. Não confundir com objeto, que é a norma 
que está sendo questionada. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está 
em curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu 
claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). #IMPORTANTE 
 
A) CRFB/88: 
 
É uma Constituição formal e rígida. Tem supremacia formal necessária para servir como parâmetro. 
 
#OBS: A CF é dividida em três partes: preâmbulo, normas permanentes e ADCT. O preâmbulo é a única parte da 
CF que não serve como parâmetro para o controle de constitucionalidade, já que, segundo entendimento do 
STF, ele não tem caráter normativo. 
 
#OUSESABER: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para 
instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, 
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”. Não raro, as bancas de concursos tocam neste tema. 
Para que você não perca esta questão, segue uma breve revisão, em tópicos, a respeito do “Preâmbulo” da CF. 
Assim, conclui-se que o preâmbulo: 
1. Serve para certificar a legitimidade e a origem do novo texto; 
2. Trata de proclamação de princípios; 
3. Não tem força normativa, embora provenha do mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a 
constituição; 
4. É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF); 
5. Não integra o bloco de constitucionalidade; 
6. Não cria direitos nem estabelece deveres; 
7. Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição; 
8. Está sujeito à incidência de EC; 
6 
9. Natureza jurídica: Três são as teses existentes: a) TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA: o preâmbulo está no 
âmbito da política, portanto, não possui relevância jurídica; b) TESE DA PLENA EFICÁCIA: o preâmbulo tem a 
mesma eficácia jurídica das normas constitucionais; c) TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA: o preâmbulo 
faz parte das características jurídicas da CF, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas 
jurídicas desta. O STF adotou a tese da irrelevância jurídica. Ao invocar a proteção de Deus, revela a face teísta 
do nosso país. O Brasil não é um país ateu ou agnóstico. É sim um Estado laico ou não-confessional. O Deus 
referido no preâmbulo não pertence à esta ou àquela religião. Juridicamente não é obrigatória a menção a Deus 
nos preâmbulos das constituições estaduais. 
 
#OBS: E os princípios implícitos da CF podem servir como parâmetro: SIM! Canotilho se utiliza de uma 
expressão: “ordem constitucional global” que abrange tanto as normas expressas quanto os princípios 
implícitos. Ex: razoabilidade e proporcionalidade. 
 
#OBS: com a EC 45/2004 passamos a ter um novo parâmetro para o controle de constitucionalidade, que são os 
tratados e convenções internacionais de direitos humanos. 
 
Qualquer tratado ou convenção? NÃO. A CF exige um requisito material (ser de direitos humanos) e um 
requisito formal (ser aprovados por 3/5 dos votos dos membros da Câmara e do Senado e em dois turnos). 
*Hoje temos tratados que foram aprovados nestes moldes: Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo − Convenção de Nova Iorque e Tratado de 
Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras 
dificuldades para aceder ao texto impresso2. 
 
#OBS: Tripla hierarquia dos Tratados Internacionais. O STF a partir do RE 466.343/SP determinou que os 
Tratados Internacionais possuem tripla hierarquia. Os de maior hierarquia são os de direitos humanos 
aprovados na forma do §3º art. 5º da CF, que possuem o mesmo patamar da CF. Abaixo deles estão os Tratados 
de DH que não foram aprovados na forma citada, tendo status supralegal, como o Pacto de São José da Costa 
Rica. Eles estão abaixo da CF e acima das leis. Há ainda os tratados internacionais que não são de direitos 
humanos, que tem status de leis ordinárias. 
 
 
2
 CAIU DPEPR/2016: De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a hierarquia dos tratados 
internacionais de direitos humanos, consideram-se como tratados de hierarquia constitucional: I. Regras Mínimas das 
Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e Juventude − Regras de Beijing. II. Convenção Internacional 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo − Convenção de Nova Iorque. 
Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de San José da Costa Rica. IV. Tratado de Marraqueche para facilitar 
o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto 
impresso. Está correto o que se afirma em “II e IV, apenas”. 
7 
#ATENÇÃO!!! 
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um tratado internacional. 
Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como parâmetro em sede de controle 
concentrado de constitucionalidade. 
Exceção: será cabível ADI contra lei ou ato normativo que violou tratado ou convenção internacional que trate 
sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado segundo a regra do § 3º do art. 5º, da CF/88. Isso porque 
neste caso esse tratado será incorporado ao ordenamento brasileiro como se fosse uma emenda constitucional. 
STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872). 
 
B) Bloco de Constitucionalidade3 – Celso de Mello 
 
Este termo foi criado pelo autor francês Louis Favorreu para designar as normas com status 
constitucional. A ideia era abranger outras normas que não a CF, especialmente porque na França há outras 
normas com status constitucional: Constituição Francesa 1958, preâmbulo da Constituição Francesa de 1946, a 
Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa de 1789, princípios 
formulados pela jurisprudência do Conselho Constitucional (órgão de cúpula francês no âmbito administrativo). 
 
O bloco de constitucionalidade costuma ser referido em dois sentidos, o sentido amplo e o sentido 
estrito. Em sentido amplo abrange não apenas as normas constitucionais, mas também normas 
infraconstitucionais vocacionadas a desenvolver a eficácia de preceitos da Constituição, isto é, normas 
necessárias a desenvolver direitos garantidos na CF, a exemplo do art. 7º, IV da CF que trata do salário mínimo 
que deve ser fixado em lei. Dessa forma, a lei que determina o salário mínimo faria parte do bloco de 
constitucionalidade. Nos direitos sociais isso é muito comum. Há também o sentidoestrito, que é mais utilizada 
pelo STF, mais precisamente pelo Min. Celso de Mello, onde bloco de constitucionalidade é utilizado como 
parâmetro, restringindo-se à CF, os princípios implícitos e os Tratados de DH aprovados a forma do art. 5 §3º. 
(ADI 595/ES e ADI 514/PI) 
 
#OBS: Controle de Convencionalidade. Mazzuoli. Em síntese, é aquele que tem como parâmetro uma convenção 
internacional. Para Mazzuoli quando o parâmetro é um tratado, seja com status constitucional ou não, haveria 
controle de convencionalidade. Interno (objeto de controle são as normas infraconstitucinais) - STF - e externo 
(o objeto é todo ordenamento jurídico interno, inclusive as normas constitucionais originárias) - Cortes 
Internacionais. 
 
 
3
 CAIU NA DPEMT/2016: questão interessante trazida pela banca no que diz respeito aos tratados internacionais de direitos 
humanos: 
1) As normas dos tratados de direitos humanos recepcionados pela Constituição de 1988 são materialmente constitucionais 
e servem de parâmetro hermenêutico para imprimir vigor à força normativa da Constituição (CORRETA). 
8 
2 FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
2.1 QUANTO AO TIPO DE CONDUTA PRATICADA PELO PODER PÚBLICO 
 
A) Inconstitucionalidade por ação: 
 
O Poder Público pratica uma conduta comissiva incompatível com o texto constitucional. No HC 
82959/SP o STF discutiu a constitucionalidade do dispositivo da Lei dos Crimes Hediondos que 
vedava a progressão do regime em abstrato (sem analisar o caso concreto) dos crimes hediondos, 
violando o princípio da individualização da pena, presente no art. 5º. 
 
B) Inconstitucionalidade por omissão: 
 
Ocorre quando o poder público deixa de praticar uma conduta exigida por uma norma 
constitucional não autoaplicável. Um exemplo é o MI 712, que tratou do art. 37, VII, relacionado ao 
direito de greve dos servidores público. É esse um tipo de norma não autoaplicável. No entanto, até 
hoje a lei que regulamentaria o direito de greve dos servidores público não foi editada. Para sanar 
essas omissões há dois instrumentos, o MI e a ADO. 
 
#OBS: Fenômeno da erosão da consciência constitucional (KARL LOEWENSTEIN.) ADI 484 Celso De Melo. 
Processo de desvalorização funcional da CF escrita. Se a CF estabelece algo que depende do legislador e ele se 
omite a CF não tem como ser aplicada, o que acaba a desvalorizando. 
 
2.2 QUANTO À NORMA OFENDIDA 
 
A) Formal ou nomodinâmica: 
Significa que a norma constitucional atingida estabelece uma formalidade ou algum procedimento a ser 
observado. 
 
- Propriamente dita: ocorre nos casos de violação de norma constitucional referente ao processo 
legislativo 
 
 Subjetiva: está relacionada ao sujeito competente para praticar o ato. São os casos de vício de 
iniciativa. ADI 3739. De acordo com o SFT, o vício de iniciativa não pode ser suprido pela sanção posterior do 
9 
Presidente da República. Trata-se de vício insanável, de forma que a súmula nº 5 do STF foi superada após a 
CF/88. 
 Objetiva: está relacionada às demais fases do processo legislativo. Ex: art. 69 da CF que trata do 
quórum de maioria absoluta exigido para a aprovação de lei complementar. 
 
- Orgânica: é aquela que ocorre nos casos de violação de norma que estabelece o órgão (Congresso 
Nacional, Assembleia ou Câmara de Vereadores) com competência legislativa para tratar da matéria. ADI 
2220/SP – não é competência do estado tratar de crime de responsabilidade, e sim da União. 
 
- Por violação dos pressupostos objetivos: é aquela que ocorre nos casos de violação de norma 
constitucional que estabelece algum tipo de pressuposto objetivo para a elaboração do ato. Ex: art. 62 – 
relevância e urgência para a adoção de Medida Provisória. 
 
#OBS: O STF admite o controle judicial dos pressupostos constitucionais para a edição de Medida Provisória, 
mas apenas em hipóteses excepcionais, quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva. 
 
#STF #DIZERODIREITO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 
Se é proposta uma ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é convertida em lei 
com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser conhecida e julgada. Como o 
texto da MP foi mantido, não cabe falar em prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a convalidação 
("correção") de eventuais vícios existentes na norma, razão pela qual permanece a possibilidade de o STF 
realizar o juízo de constitucionalidade. Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo 
provisório (MP) e a lei que resulta de sua conversão. Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de 
a ação ser julgada, houve a conversão na Lei nº 8.866/94. Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá 
peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o aditamento da ação. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). 
 
#STF #DIZERODIREITO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em caso de 
relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias 
consiste, em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da 
República, controlado pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder 
Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação 
tipicamente financeira e tributária, deve prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o 
STF declarar a norma inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). 
10 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF #IMPORTANTE 
Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade. Foi editada medida 
provisória revogando essa lei. Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar 
esta ADI. Assim, se chegar o dia de julgamento da ADI, e a MP ainda não tiver sido votada, o STF 
poderá apreciar livremente a ação, não tendo havido perda do interesse de agir (perda do objeto). 
Isso, porque a edição de medida provisória não tem eficácia normativa imediata de revogação da 
legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de suspensão, paralisação, das leis 
antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão. Embora seja espécie 
normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser confirmada. A medida provisória é lei sob 
condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão resultará na revogação da norma. Dessa 
maneira, enquanto não aprovada a MP, não se pode falar em perda de interesse (perda do 
objeto).STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
 
B) Material ou nomoestática: 
 
Ocorre quando o conteúdo da lei impugnada é incompatível com uma “norma constitucional de fundo”, 
ou seja, que estabelecem direitos e deveres. Esse termo é utilizado para diferenciar das normas que 
estabelecem procedimentos (competência, processo legislativo). No HC 82959/SP – crimes hediondos. O 
princípio que fundamenta esse tipo de inconstitucionalidade é o Princípio da Unidade do Ordenamento Jurídico, 
que impede a coexistência de normas contraditórias. Quando há esse quadro uma delas deve ser afastada, a 
partir dos critérios cronológicos, da especialidade e o hierárquico, que é o caso ora tratado. 
 
#OBS: Uma coisa é Supremacia formal, que é pressuposto para o controle de constitucionalidade. Só há controle 
se houver essa supremacia formal, isto é, a rigidez da Constituição. A partir disso, pode haver lei com 
inconstitucionalidade formal ou material. 
 
#OUSESABER: O que é vício de decoro parlamentar? Segundoentendimento de Pedro Lenza, o vício de decoro 
parlamentar é uma das espécies de vício de inconstitucionalidade, ao lado da formal e da material. 
Consubstancia-se quando, na votação de determinada matéria, ocorre a situação descrita no art. 55, parágrafo 
primeiro, da CF/88. Assim, por exemplo, quando se comprova que no processo legislativo de uma emenda 
constitucional ocorreu a compra de votos (mensalão), deveria tal lei ser tida por inconstitucional pelo vício no 
decoro. Foram ajuizadas ADIs, pendentes, hoje, de julgamento no STF, alegando a inconstitucionalidade da 
11 
Reforma da Previdência, ocorrida com a EC 43, justamente por esse tipo de vício. Até o momento, o STF não 
decidiu sobre o assunto. 
 
#OUSESABER: O que se entende por inconstitucionalidade chapada/enlouquecida/desvairada? Trata-se de 
expressão utilizada pelo ex-ministro Sepúlveda Pertence para se referir a situações em que a 
inconstitucionalidade é evidente, clara, flagrante, não restando qualquer dúvida sobre o vício, seja formal ou 
material. Destaca-se alguns julgados em que a expressão foi utilizada: ADI 2.527, ADI 3.715, ADI 1.923. 
 
2.3 QUANTO À EXTENSÃO 
 
A) Total: 
 
Ocorre quando toda a lei ou todo o dispositivo são incompatíveis com a norma constitucional. A lei pode 
ser parcialmente inconstitucional, mas o dispositivo ter inconstitucionalidade total. Tem q se analisar a 
referência, se em relação à lei ou ao dispositivo. ADI 2808/RS – inconstitucionalidade total da lei. HC 81134/RS: 
inconstitucionalidade total do dispositivo. A inconstitucionalidade total da lei ocorre, geralmente, quando há 
inconstitucionalidade formal. 
 
B) Parcial: 
 
Ocorre quando parte de uma lei ou de um dispositivo é incompatível com a Constituição. O STF pode 
declarar a inconstitucionalidade de apenas uma palavra ou expressão, desde que sejam autônomas e não 
alterem o sentido da norma (ADI 2645-Medida Cautelar), diferentemente do que ocorre no veto parcial do 
Presidente da República (art. 66, §2º), onde só há a possibilidade de se vetar o texto integral de artigo, 
parágrafo, inciso e alínea. ADI 347/SP- art. 125, §2º - controle de constitucionalidade estadual tem por objeto lei 
ou ato normativo estadual ou municipal, em face da Constituição Estadual. A Constituição do Estado de São 
Paulo estabeleceu como parâmetro a CE e a Constituição Federal, o que viola o art. 125, §2º. Manteve-se o 
artigo, declarando a inconstitucionalidade apenas da sua parte final que se referia à CF. 
 
2.4 QUANTO AO MOMENTO 
 
A) Originária: 
 
12 
É aquela que ocorre quando o objeto impugnado surge após a existência do parâmetro. O objeto já 
nasce inconstitucional, pois o parâmetro já existia. ADEI 4451 –MC- lei 12034/09. 
 
|-------------------- NC/88 ------------------- NL ------------------| 
 
B) Superveniente: 
 
É aquela que ocorre quando a norma nasce constitucional, mas em razão de uma mudança do 
parâmetro ela acaba se tornando inconstitucional. Existem três situações que devem ser diferenciadas 
 
Não recepção: ADPF 130 – Lei de Imprensa – no Brasil quando há a incompatibilidade entre uma lei 
anterior à CF e algum dos seus dispositivos, fala-se em não recepção e não em inconstitucionalidade. Para isso, 
o STF se utiliza da Teoria de Kelsen. Para Kelsen, toda lei necessita de um fundamento de validade para ser 
elaborada, isto é, a CF da época de sua elaboração. Quando a norma perde esse fundamento e não se adequado 
ao novo fundamento há o fenômeno da não recepção. O fundamento de validade da norma editada 
anteriormente foi observado à época de sua elaboração, não podendo se falar em inconstitucionalidade. Se eu 
quero declarar uma norma inconstitucional em relação ao seu fundamento de validade que não existe mais (CF 
anterior) isso só pode ser feito pelo controle difuso. 
 
|-------------------- NL ------------------- NC/88 ------------------| 
 
Mutação Constitucional4: neste caso a lei originariamente é considerada constitucional por ser 
compatível com a interpretação dada ao dispositivo no momento em que foi elaborada. No entanto em virtude 
de uma mutação constitucional (nova interpretação), aquela lei originariamente constitucional passa a ser 
incompatível com o novo sentido atribuído à norma constitucional. Neste caso, poder-se-ia falar em 
inconstitucionalidade superveniente. O sentido da norma muda, mas o texto constitucional permanece intacto. 
HC 82959 – a Lei 8072/90 foi questionada em dois momentos diferentes, em relação ao princípio da 
individualização da pena, no primeiro tendo sido considerada constitucional (em 90). No entanto, diante do 
 
4Tema cobrado no TJRS: “No ano de 2017, o Ministro Relator Luís Roberto Barroso suscitou, no âmbito do 
Supremo Tribunal Federal, uma questão de ordem na Ação Penal (AP) 937, defendendo a tese de que o foro de 
prerrogativa de função deve ser aplicado somente aos delitos cometidos por um deputado federal no exercício 
do cargo público ou em razão dele. Em 03/05/2018 (Info 900), o Plenário do STF, assentou: “O foro por 
prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às 
funções desempenhadas”. Houve, portanto, mudança no posicionamento do Supremo Tribunal Federal em 
relação ao instituto do foro de prerrogativa de função, alterando a interpretação do dispositivo constitucional, 
sem alteração de seu texto por Emenda Constitucional. A hermenêutica constitucional denomina esse 
fenômeno de: mutação informal da Constituição”. 
13 
fenômeno da mutação constitucional ocorrida com o princípio da individualização da pena, a norma foi 
declarada inconstitucional. Aqui sim se admite falar em inconstitucionalidade superveniente. 
 
Inconstitucionalidade progressiva5: são situações intermediárias entre a constitucionalidade plena e a 
inconstitucionalidade absoluta, nas quais as situações fáticas do momento justificam a manutenção da norma, 
que progressivamente irá se tornar inconstitucional. Ex: art. 5º, §5º (incluído em 89) da Lei 1.060/50 – Lei de 
Assistência Judiciária Gratuita - estabelece o prazo em dobro para a Defensoria Pública. O STF, analisando a 
situação fática entre as estruturas da Defensoria e do Ministério Público, declarou que a norma ainda seria 
constitucional. Na medida em que a Defensoria adequasse o seu quadro de pessoal e sua estrutura funcional, a 
norma irá se tornar inconstitucional. 
 
#OBS: Desconstitucionalização: não é adotada no Brasil. Não se admite a recepção de normas constitucionais da 
CF anterior. Há a revogação total da CF anterior. 
 
#OUSESABER: O que é desconstitucionalização? A desconstitucionalização é fenômeno inserido no contexto do 
advento de uma nova ordem constitucional. Para os adeptos dessa teoria, as normas constantes da Constituição 
anterior, se compatíveis com a nova Constituição, seriam por ela recepcionadas, PORÉM NA QUALIDADE DE 
NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. Seguindo essa linha, conforme asseveram Vicente Paulo e Marcelo 
Alexandrino: “a promulgação de uma Constituição não acarretaria, obrigatoriamente a revogação global da 
Constituição passada. Seria necessário examinar cada dispositivo da Constituição antiga, a fim de verificar quais 
conflitariam com a nova Constituição, e quais seriam compatíveis com ela. Com base nessa análise, os 
dispositivos incompatíveis seriam considerados revogados pela nova Constituição, e os dispositivos compatíveis 
seriam considerados por ela recepcionados. Porém, o seriam na condição de leis comuns, como se fossem 
normas infraconstitucionais”. Daí advém a terminologia ‘desconstitucionalização’. Ressalte-se que, para a 
doutrina majoritária, tal fenômeno não é adotado, como regra, no ordenamento brasileiro. No entanto, nada 
impede que o poder constituinte originário preveja a sua ocorrência, desde que o faça de forma EXPRESSA no 
texto da nova constituição, tendo em vistase tratar de poder autônomo e ilimitado. 
 
#OBS: corrente de Celso de Melo (minoritária) – tratados internacionais de DH independentemente do quórum 
teria status constitucional, em razão do art. 5, §2º. Gilmar Mendes – se aprovados teriam tal status, sob pena de 
serem considerados supralegais. 
 
2.5 QUANTO AO PRISMA DA APURAÇÃO 
 
 
55
 Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017). 
14 
A) Direita ou antecedente: 
 
É aquela que ocorre quando o objeto impugnado está ligado diretamente à CF. Viola diretamente uma 
norma constitucional. Não há nenhum ato interposto entre o ato impugnado e a CF. o STF só admite essa 
espécie. 
 
B) Indireta: 
 
É aquela que ocorre quando há um ato interposto entre a CF e o objeto impugnado. Ex. dos decretos. 
Pode-se ter aqui uma inconstitucionalidade consequente ou reflexa: 
 
 Inconstitucionalidade consequente: é aquela que ocorre quando a inconstitucionalidade do ato 
é decorrente da inconstitucionalidade de um a outra norma. Lei estadual que trata de matéria de 
competência da união e decreto que regulamenta essa lei. Nesse caso, o decreto por consequência é 
inconstitucional. Se for proposta uma ADI ela terá como objeto a lei e o decreto que a regulamenta. 
 
Inconstitucionalidade reflexa ou oblíqua: é aquela que ocorre quando o objeto impugnado é 
diretamente ilegal e indiretamente inconstitucional, ou seja, entre ele e a CF existe outro ato normativo 
interposto. Quando um decreto viola ou exacerba o conteúdo de uma lei. Esse decreto não pode ser impugnado 
numa ADI. 
 
3 FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
3.1 QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO 
 
A) Jurisdicional: 
 
É o controle feito por órgão do Judiciário. 
 
B) Político: 
 
Por exclusão, é aquele feito por órgãos sem natureza jurisdicional. 
 
Os países podem adotar três tipos de sistema: 
 
15 
 Sistema jurisdicional: o controle é feito preponderantemente pelo Judiciário. Como ocorre no 
Brasil e nos Estados Unidos. 
 
 Sistema político: na França o controle é feito pelo Conselho Constitucional. Na França existe a 
jurisdição comum e a administrativa. Acima dessas duas jurisdições há o Conselho Constitucional. Ele 
não pertence ao Poder Judiciário. 
 
 Sistema misto: conjuga o controle jurisdicional com o político. É o caso da Suíça, dependendo da 
natureza da lei o controle será feito pelo Poder Judiciário (leis locais) ou pelo Parlamento (leis 
nacionais). 
 
#OBS: como no Brasil se adota o controle difuso e concentrado, muitos confundem e dizem que temos um 
sistema misto. Mas o sistema brasileiro é jurisdicional. 
 
3.2 QUANTO AO MOMENTO DE REALIZAÇÃO DO CONTROLE 
 
A) Controle preventivo: 
 
Evitar a violação da CF. 
 
 Poder Legislativo: as comissões de constituição e cidadania exercem o controle preventivo de 
constitucionalidade dos projetos de lei. CCJC (câmara) e CCJ. Podem arquivar determinados projetos. 
Além da comissão, o plenário também pode fazer o controle. 
 
 Poder Executivo: através do veto jurídico do Presidente. Art. 66, §1º § 1º Se o Presidente da 
República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao 
interesse público (veto político), vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados 
da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado 
Federal os motivos do veto. 
 
 Poder Judiciário: o único meio em que o controle preventivo é admitido é através de mandado 
de segurança impetrado por parlamentar, em caso de inobservância do devido processo legislativo 
constitucional. Só o parlamentar tem legitimidade para impetrar o mandado de segurança, e tem de ser 
o parlamentar da casa na qual o projeto tramita. Esse controle seria concreto ou abstrato? É um 
controle concreto ou incidental. O que se protege é um direito subjetivo do parlamentar, e para isso, 
incidentalmente, tem-se que realizar o controle de constitucionalidade. Esse controle preventivo não 
16 
impede que depois seja realizado um controle repressivo. MS 24667- AgR CONSTITUCIONAL. PODER 
LEGISLATIVO: ATOS: CONTROLE JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PARLAMENTARES. I. - O Supremo 
Tribunal Federal admite a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar 
mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou 
emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo 
legislativo. A hipótese mais comum é quando o projeto de lei viola uma cláusula pétrea. Quando uma 
PEC viola uma cláusula pétrea, essa PEC não pode nem ser discutida, pois violaria o art. 60, §4º. 
 
#OBS: MS 31816-MC, mas o plenário entendeu que não caberia ao STF fazer essa análise sobre a ordem 
cronológica dos vetos. Fux. 
 
#OBS: MS 33032. Gilmar, mas plenário não referendou. O plenário entendeu que o MS não seria possível. O que 
o Gilmar fez foi o controle abstrato. Era um projeto sobre restrição à criação de Partido Político. Seria um 
controle preventivo abstrato, o que não é tutelado pelo nosso ordenamento jurídico. 
 
B) Controle repressivo: 
 
Como o nosso sistema é o jurisdicional, aqui o poder judiciário vai ser o principal. 
 
 Poder Legislativo: 
 
(1) Art. 49, V.É da competência exclusiva do Congresso Nacional. V – sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. O 
congresso edita um decreto legislativo. É um controle de legalidade, mas indiretamente, reflexamente é 
um controle de inconstitucionalidade. Art. 68 As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da 
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação 
os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - 
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - 
nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes 
orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do 
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução 
determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada 
qualquer emenda. Aqui haverá a edição de resolução para estabelecer os limites da delegação. Não é 
mais utilizada, em razão da existência das Medidas Provisórias. 
 
17 
(2) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, 
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; (Incluídopela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
III - reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto 
do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se 
não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por 
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas 
delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se 
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas 
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos 
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, 
entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, 
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em 
que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
18 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de 
sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do 
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas 
emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do 
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada 
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda 
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados 
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, 
de 2001) 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-
se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
 
(3) Súmula 347, STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a 
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Diz-se que é do Poder Legislativo, embora seja 
órgão auxiliar. Ele aprecia um ato e diz que apesar do ato ter sido elaborado em consonância com a 
norma legal, essa norma legal violaria a CF. É um controle incidental. 
 
#OBS: MS 29123 – MC. Quando a súmula foi elaborada se vivia outro momento de controle de 
constitucionalidade. Só havia representação de constitucionalidade. Não se justificaria mais a manutenção dessa 
súmula. Ainda não houve uma posição do plenário. 
*No mesmo sentido foi a decisão monocrática proferida no MS 35.410/DF, pelo Ministro Alexandre de 
Moraes, com parecer favorável da Procuradoria da República pela superação da Súmula 347 do STF. 
Todavia, a jurisprudência do STF ainda não é firme quanto à insubsistência da Súmula diante do sistema de 
controle de constitucionalidade vigente na Constituição. Não obstante a existência de decisões monocráticas em 
sentido contrário, a Súmula ainda encontra-se vigente e não foi formalmente revogada pelo STF. 
 
 Poder Executivo. O chefe do Poder Executivo (PR, Gov, Pref) pode negar cumprimento a uma lei, 
desde que motive e dê publicidade ao seu ato. Esta negativa pode perdurar apenas até o momento em que o 
STF dê uma decisão com efeito vinculante. 
 
19 
(1) Alguns autores (minoritário) dizem que após a CF 88 não se justificaria mais esse pensamento. O 
correto seria o questionamento da lei perante o Judiciário, através da ADI. Como o Prefeito não tem 
essa legitimidade, uma parte entende que para ele permanece a possibilidade de negar cumprimento. 
 
(2) Há um segundo entendimento (Gilmar e Novelino) que afirma que embora ainda seja possível a 
negativa de cumprimento, quando o Chefe do Executivo tiver legitimidade para propor ADI, ele deverá 
fazê-lo simultaneamente, nega e propõe a ação, por uma questão de coerência. AO 1415/SE. 
 
(3) Há um terceiro posicionamento, é de que seria possível a negativa de cumprimento após a 
CF/88, que já foi ventilado em decisões do STJ e do STF. ADI 221-MC, REsp 23.121. Os poderes não tem 
hierarquia, mas em razão do princípio da legalidade, os poderes judiciário e legislativo devem obedecer 
às leis, mas a presunção de constitucionalidade é relativa. No momento em que o STF afirma que a lei é 
constitucional essa presunção passa a ser absoluta (para Flávia não, pois o STF poderia analisar 
posteriormente e declarar inconstitucional). Em razão da presunção relativa, é que ainda se admite o 
descumprimento. 
 
 Poder Judiciário: é a regra, por termos adotado o sistema jurisdicional. O controle adotado pelo 
Brasil, dentro do sistema jurisdicional, é misto (controle difuso e concentrado). 
 
3.3 QUANTO À COMPETÊNCIA JURISDICIONAL 
 
A) Controle difuso: 
 
É aquele cuja competência é atribuída a qualquer juiz ou Tribunal. Não existe limitação. É um controle 
aberto. A CF de 1891 trouxe pela primeira vez o controle difuso. É conhecido também como sistema norte-
americano de controle. Marbury x Madison 1803(Sec. de Estado). Marshall disse que a lei que atribuía ao poder 
judiciário essa questão, era inconstitucional, pois era uma questão eminentemente política. Foi a primeira vez 
que a corte declarou a inconstitucionalidade. A base teórica para o controle surge nesse caso. Marshall cita o 
caso de 1610 do juiz Edward Coke na Inglaterra, mas lá não se tratava de uma CF rígida. Segundo o relator, toda 
lei contrária à Constituição seria NULA. 
 
Casos anteriores: 
 
- Hayburns case (1792): foi a primeira lei que declarou uma lei inconstitucional, mas não foi pela 
Suprema Corte. 
 
20 
- Hilton´s case (1796). 
 
B) Controle concentrado: 
 
É aquele cuja competência é atribuída com exclusividade a um determinado órgão jurisdicional. É um 
controle reservado a um determinado órgão. Atualmente no Brasil há dois órgãos, dependendo do parâmetro 
escolhido. Quando o parâmetro/norma de referência é a Constituição Estadual, o controle é exercido pelo TJ. 
Quando é a CF, será exercido com exclusividade pelo STF. É conhecido como sistema austríaco ou europeu, pois 
surgiu na Áustria em 1920 e é adotado pela maioria dos países europeus. Quem criou esse sistema na Áustria foi 
Hans Kelsen. Esse sistema surge no Brasil em 1934, através da previsão da Representação Interventiva, que hoje 
é a ADI interventiva. E a primeira vez que foi criado o controle concentrado abstratofoi com a EC 16/65, que 
trouxe a representação de inconstitucionalidade, tendo como único legitimado o PGR, que poderia ser 
destituído a qualquer momento pelo Presidente, que, então, acabava controlando as suas ações. 
 
3.4 QUANTO À FINALIDADE 
 
A) Concreto/incidental de exceção/via de defesa: 
 
É aquele que tem por finalidade principal (pois todo controle, difuso ou coletivo, tem por finalidade a 
proteção da CF) a proteção de direitos subjetivos. Nesse tipo de controle a pretensão é deduzida em juízo, 
através de um processo constitucional subjetivo. Um indivíduo tem o seu direito violado e para que ocorra a 
proteção, será necessário afastar a lei, declarando a sua inconstitucionalidade. Via de defesa e via de exceção 
são denominações que não expressam bem esse tipo de controle, pois nem sempre essa inconstitucionalidade é 
alegada por meio de uma via de defesa, pois a pessoa já pode ajuíza a ação e pedir incidentalmente o 
afastamento da lei. A inconstitucionalidade pode ser reconhecida, inclusive de ofício. 
 
B) Abstrato/por via de ação/por via direta/principal: 
 
É aquele que tem por finalidade principal a proteção da supremacia constitucional, ou seja, da ordem 
constitucional objetiva. Nesse tipo de controle, a pretensão é deduzida em juízo, através de um processo 
constitucional objetivo, em razão da ausência de partes formais. Não há a defesa de interesses próprios. Ao 
proteger a supremacia da cf, claro, também acaba protegendo direitos subjetivos. Alguns princípios do processo 
subjetivo não se aplicam ao processo objetivo, como contraditório, por exemplo. 
 
#OBS: 
Regra: controle difuso concreto e controle concentrado abstrato. Há, no entanto, exceções: 
21 
 
(1) Controle concentrado concreto 
 Representação Interventiva 
 ADPF incidental 
 Mandado de segurança impetrado por parlamentar (Lenza) 
 
(2) Controle difuso abstrato 
Exercido pelo Plenário ou Órgão Especial, no caso previsto no art. 97 da CF. Somente pelo voto da maioria 
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 
#OUSESABER: Decisão manipulativa (manipuladora, normativa) é aquela mediante a qual o órgão jurisdição 
constitucional modifica ou adita normas submetidas à sua apreciação, a fim de que saiam do juízo 
constitucional com incidência normativa ou conteúdo distinto do original, mas concordante com a constituição. 
Pode ser de duas espécies: 
 
a) decisão manipulativa aditiva: verifica-se quando o Tribunal declara inconstitucional certo dispositivo legal 
não pelo que expressa, mas pelo que se omite, alargando o texto de lei ou seu âmbito de incidência; 
 
b) decisão manipulativa substitutiva: "assim se consideram aquelas decisões em que a Corte declara a 
inconstitucionalidade de um preceito na parte em que expressa certa norma em lugar de outra, 
substancialmente distinta, que dele deveria constar para que fosse compatível com a Constituição. Atuando 
dessa forma, a Corte não apenas anula a norma impugnada, como também a substitui por outra, 
essencialmente diferente, criada pelo próprio tribunal, o que implica a produção heterônoma de atos 
legislativos" (Gilmar Mendes, Curso de Direito Constitucional, 2008). 
 
4 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCENTRADO (ADC/ADI/ADPF) LEI 9.869 
 
Embora seja um controle abstrato, é possível a análise de questões fáticas. Essa divisão é meramente 
didática. As questões fáticas e de direito se confundem. 
Art.9º,§1º. Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória 
insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar 
perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, 
ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 
 
22 
4.1 INTRODUÇÃO 
 
A) ADI/ADC 
 
A ADI foi a primeira ação do controle abstrato a surgir, com a EC 16/65 que introduziu a representação 
de inconstitucionalidade. A CF/88 só trazia a ADI e a previsão de que a lei regulamentasse a ADPF. A ADC veio 
com a EC 03/93. 
 
A ADI e a ADC são ações de mesma natureza, que possuem caráter dúplice ou ambivalente. Não há 
diferença de essência. 
 
Art. 24 da Lei 9868 - Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente 
eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou 
improcedente eventual ação declaratória. 
 
Proclama exatamente esse caráter. Quando uma mesma lei é objeto de uma ADI e de uma ADC elas são 
reunidas e julgadas em conjunto, julgando uma procedente e outra improcedente. O que as diferencia é o 
objetivo de quem as propõe. 
 
Quando a ADC foi criada se criou uma polêmica acerca de sua constitucionalidade, sob o argumento de 
que ela não teria utilidade, com base no princípio da presunção da constitucionalidade das leis. Em verdade, a 
ADC tinha o objetivo de abreviar o tempo de pronúncia pelo STF. A ADC foi criada, após o Plano Collor, por ter o 
STF demorado demasiadamente a declarar a inconstitucionalidade da medida abusiva do Presidente. 
 
A ADC tem um requisito de admissibilidade, presente no art. 14, III, da Lei 9868: 
 
Art. 14. A petição inicial indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos 
jurídicos do pedido; II - o pedido, com suas especificações; III - a existência de controvérsia judicial relevante 
sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. 
 
Esse requisito de controvérsia judicial relevante é importante. O STF não é um órgão de consulta. A 
controvérsia tem que ser judicial, não podendo ser meramente doutrinária. O STF já se pronunciou dizendo que 
seis ou sete julgados questionando a constitucionalidade da lei não seriam suficientes. Vale lembrar que a 
controvérsia precisa ser efetiva, não bastando ser potencial6. 
 
 
6
 Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017) 
23 
#OBS: A Lei 9.868/99, ao tratar sobre o procedimento da ADC, prevê, em seu art. 14, os requisitos da petição 
inicial. Um desses requisitos exigidos é se demonstre que existe controvérsia judicial relevante sobre a lei objeto 
da ação. Em outras palavras, só cabe ADC se houver uma divergência na jurisprudência sobre a 
constitucionalidade daquela lei, ou seja, é necessário que existam juízes ou Tribunais decidindo que aquela lei é 
inconstitucional. Se não existirem decisões contrárias à lei, não há razão para se propor a ADC. É possível que 
uma lei, dias após ser editada, já seja objeto de ADC? É possível preencher o requisito da “controvérsia judicial 
relevante” com poucos dias de vigência do ato normativo? SIM. Mesmo a lei ou ato normativo possuindo 
pouco tempo de vigência, já é possível preencher o requisito da controvérsia judicial relevante se houver 
decisões julgando essa lei ou ato normativo inconstitucional. O STF decidiu que o requisito relativo à 
existência de controvérsia judicial relevante é qualitativo e não quantitativo. Em outras palavras, para verificar 
se existe a controvérsia não se examina apenas o número de decisões judiciais. Não é necessário que haja 
muitas decisões em sentido contrário à lei. Mesmo havendo ainda poucas decisões julgando inconstitucional a 
lei já pode ser possível o ajuizamento da ADC se o ato normativo impugnado for uma emenda constitucional 
(expressão mais elevada da vontade do parlamento brasileiro) ou mesmo em se tratando de lei se a matéria 
nela versada for relevante e houver risco de decisões contrárias à sua constitucionalidade se multiplicarem. STF. 
Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786). 
 
B) ADPF 
 
Há um requisito essencial: caráter subsidiário. Esse caráter subsidiárioestá previsto no art. 4º, §1º da Lei 
9882. 
 
Art. 4º, §1º. Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer 
outro meio eficaz de sanar a lesividade. 
 
Quando a lei fala em outro meio eficaz ela se restringe aos meios do controle abstrato? O STF interpreta 
no sentido de que o meio não precisa ser o instrumento de controle abstrato, mas deve ter a mesma 
imediaticidade, amplitude e efetividade da ADPF, ou seja, que ele substitua aquilo que a ADPF poderia fazer. Um 
exemplo disso foi o da decisão da ADPF 128/DF, que tinha como objeto uma súmula vinculante. O STF decidiu 
que existia o pedido de cancelamento ou revisão de súmula vinculante. É um mecanismo que tem a mesma 
imediaticidade, amplitude e efetividade, de forma a não se observar o caráter subsidiário da ADPF. 
 
A subsidiariedade da ADPF engloba a análise da inexistência de instrumentos do controle de constitucionalidade 
nos Estados-Membros. É possível propor ADPF quando o ato normativo puder ser impugnado em controle 
concentrado de constitucionalidade em âmbito estadual? NÃO. Vejamos como decidiu o STF: “A possibilidade de 
instauração, no âmbito do Estado-membro, de processo objetivo de fiscalização normativa abstrata de leis 
24 
municipais contestadas em face da Constituição Estadual (CF, art. 125, § 2º) torna inadmissível, por efeito da 
incidência do princípio da subsidiariedade (Lei nº 9.882/99, art. 4º, § 1º), o acesso imediato à arguição de 
descumprimento de preceito fundamental”. 
 
#IMPORTANTE: A subsidiariedade não se dá apenas entre ações do controle concentrado. 
 
#ATENÇÃO: Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra decisão judicial 
transitada em julgado. Este instituto de controle concentrado de constitucionalidade não tem como função 
desconstituir a coisa julgada. STF. Decisão monocrática. ADPF 81 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 
27/10/2015 (Info 810). 
 
#OBS: As ADI/ADC/ADO/ADPF são fungíveis entre si, não somente como já existia entre a ADI e a ADO. 
Privilegiando a instrumentalidade das formas e a economicidade do processo, além de não se perder de vista 
que nos processo se objetiva um valor maior, a supremacia da CF e a unicidade do ordenamento jurídico. 
Atente-se para o fato de que em alguns casos não será possível pela ausência de algum requisito essencial, 
como o de controvérsia judicial relevante da ADC. 
 
*#IMPORTANTE7: É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de 
preceito fundamental (ADPF)? SIM. É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a 
ADPF, desde que fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que 
comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste acordo, o STF não irá 
chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes no processo. O STF irá apenas 
homologar as disposições patrimoniais que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito da 
disponibilidade das partes. A homologação estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a 
conferir maior efetividade à prestação jurisdicional. STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 1º/3/2018 (Info 892). 
4.2 ASPECTOS COMUNS 
 
A) Não admitem desistência, assistência (Regimento Interno do STF), intervenção de terceiros. 
 
Lei nº 9.868/99: 
 
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. 
 
 
7
 Não tem nos livros!!!! 
25 
Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 
 
Isso porque não se está protegendo direito subjetivo e sim a supremacia da Constituição. Essas regras 
por analogia se aplicam à ADPF. 
 
#OBS: Amicus curiae: 
 
Figura comum nos países do commomlaw. Firmou-se no Brasil com a previsão na Lei 9869. Para alguns autores e 
para a maior parte dos ministros do STF, o amicus curiae seria uma espécie de intervenção de terceiro e, 
portanto, uma exceção à regra de que não caberia intervenção de terceiros nessas ações. Fredie e Gilmar não 
concordam. 
 
Art. 7, §2º: § 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, 
por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros 
órgãos ou entidades. 
 
O STF já decidiu que o pedido de admissão do amicus curiae deve ser assinado por advogado 
constituído, sob pena de não ser conhecido (ADPF 180/SP). 
 
Natureza Jurídica: existe muita polêmica sobre esse ponto, mas prevalece, entre os Ministros do STF, 
que o amicus curiae é uma forma de intervenção anômala de terceiros. 
 
Recursos cabíveis contra decisão do Relator sobre a participação do amicus: 
 
 Contra a decisão (“despacho”) que admite a participação do amicus: não há recurso cabível. 
 Contra a decisão que inadmite a participação do amicus: cabe agravo regimental. 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF #MUDANÇADEENTENDIMENTO: A decisão do Relator que ADMITE ou 
INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR, Rel. para acórdão Min. Luiz 
Fux, julgado em 17/10/2018. 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus 
curiae. Assim, tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é 
irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 
em 17/10/2018 (repercussão geral) (Info 920). 
 
26 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF. 
É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de mandado de segurança? 
Trata-se de tema polêmico. 
1ª corrente: NÃO. No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de terceiros nem 
mesmo no caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do amicus curiae, isso poderia 
comprometer a celeridade do mandado de segurança (STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 19/8/2014. Info 755). 
2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus curiae em 
processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do Fórum Permanente de Processualistas Civis). No 
mesmo sentido: STF. Decisão monocrática. MS 32451, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/06/2017. 
 
No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de terceiros nem mesmo no caso 
de assistência simples. 
 
Além dessas hipóteses, é possível a intervenção de amicus curiae em outros processos? 
 
SIM. Em regra, admite-se a intervenção do amicus curiae em qualquer tipo de processo, desde que: 
 
i) A causa tenha relevância; e 
 
ii) A pessoa tenha capacidade de dar contribuição ao processo. 
 
Vale ressaltar, no entanto, que, se a causa não representar potencial para gerar efeito multiplicador e se 
envolver apenas direitos individuais, será possível negar a intervenção do amicus curiae. 
 
#ATENÇÃO 
 
É POSSÍVEL A INTERVENÇÃO DE AMICUS CURIAE NO PROCESSO PENAL? NÃO, POR AUSÊNCIA DE PREVISÃO 
LEGAL. 
 
Determinado Deputado Federal estava respondendo a ação penal no STF pela suposta prática do crime de 
peculato. O partido político que ele integra requereu a sua intervenção no feito como amicus curiae. O STF 
indeferiu o pedido afirmando que a agremiação partidária, autoqualificando-se como amicus curiae, pretendia, 
na verdade, ingressar numa posição que a relação processual penal não admite, considerados os estritos termos 
do CPP. STF. 1ª Turma. AP 504/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
9/8/2016 (Info 834). 
27 
 
Amicus curiae e o momento limite para a sua intervenção: 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
O amicus curiae não poderá intervir se o processo já foi liberado pelo Relatorpara que seja incluído na pauta 
de julgamentos. 
STF. Plenário. ADI 5104 MC/DF. Relator Min. Roberto Barroso. Julgado em 21/05/2014. 
 
Poderes do amicus curiae: 
 
O amicus curiae pode apresentar memoriais? 
SIM. O amicus curiae tem a prerrogativa de apresentar memoriais, pareceres, documentos, etc. com o 
objetivo de subsidiar os julgadores com dados técnicos sobre a causa. 
 
O amicus pode aditar o pedido contido na inicial? 
NÃO. O amicus curiae, uma vez admitido seu ingresso no processo objetivo, tem o direito a ter seus 
argumentos apreciados pelo Tribunal, inclusive com direito a sustentação oral, mas NÃO TEM direito a formular 
pedido ou de aditar o pedido já delimitado pelo autor da ação (AC 1362/MG). 
 
O amicus curiae tem direito de fazer sustentação oral? 
Nos processos perante o STF: SIM. Para o STF, o amicus curiae, uma vez formalmente admitido no 
processo tem o direito de fazer sustentação oral (ADI 277/SP). 
 
Nos processos perante o STJ: NÃO. A Corte Especial do STJ definiu, em Questão de Ordem examinada no 
REsp 1.205.946/SP (Rel. Min. Benedito Gonçalves, sessão de 17.8.2011), que o amicus curiae NÃO TEM direito à 
sustentação oral. Excepcionalmente, o STJ poderá convoca-lo para sustentação oral se assim entender 
necessário. 
 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus 
curiae. Assim, tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é 
irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 
em 17/10/2018(repercussão geral) (Info 920). 
 
#ATENÇÃO #NOVIDADE #NCPC. 
Antes do advento do NCPC, era firme a posição dos Tribunais Superiores que o amicus curae não tinha poderes 
para recorrer, já que não ostentava a posição de parte no processo (STF, ADI 3615). No entanto, o NCPC trouxe 
modificações em relação à atuação e aos poderes amicus curae no processo. 
28 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda 
ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes 
ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de 
recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus 
curiae. 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. 
 
B) A causa de pedir é aberta. 
 
O pedido é a declaração de inconstitucionalidade, por exemplo. O pedido é fechado, mas a causa de 
pedir é aberta. A causa de pedir seria a violação de determinado dispositivo constitucional. Na ADI é a violação 
de um dispositivo constitucional e na ADPF a violação de um preceito constitucional. Na peça o legitimado 
indica o dispositivo violado. O STF, no entanto, não fica vinculado ao dispositivo alegado, podendo declarar a 
inconstitucionalidade com base na violação a outro dispositivo. O STF não fica vinculado ao parâmetro invocado. 
ADPF 139. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA. 
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos 
jurídicos invocados pelo autor. Assim, pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é 
aberta. Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de 
constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato 
normativo inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 
856). 
 
C) Objeto. 
 
Tem que haver provocação para que o objeto seja declarado inconstitucional ou constitucional. O STF só 
pode se manifestar sobre os dispositivos apontados como inconstitucionais. Se ele pudesse analisar a lei como 
um todo, ele poderia agir de ofício. Aplica-se a regra da adstrição ao pedido. 
 
#OBS: Exceção: inconstitucionalidade por arrastamento ou atração – quando uma norma é considerada 
inconstitucional por ser dependente de outra que foi declarada inconstitucional. Nos casos em que há uma 
relação de interdependência entre os dispositivos, o Tribunal, mesmo que não tenha sido provocado, poderá 
declarar a inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração. Ex. a institucionalidade de um decreto que 
29 
depende de uma lei ou outro dispositivo da lei que dependa do declarado inconstitucional. A 
inconstitucionalidade consequente é uma forma de inconstitucionalidade e a declaração de 
inconstitucionalidade por arrastamento é uma técnica de decisão judicial, utilizada na primeira. 
 
#OUSESABER #SELIGANOSINÔNIMO 
 
A inconstitucionalidade por reverberação normativa, apesar do pomposo nome, é um mero sinônimo 
da inconstitucionalidade por arrastamento, que ainda possui como sinônimos: 
inconstitucionalidade por atração, consequencial, consequente ou derivada. 
 
A inconstitucionalidade por reverberação normativa ocorre quando o STF declara uma determinada norma 
inconstitucional, retirando-a do ordenamento jurídico, tendo que, por desdobramento lógico, declarar 
inconstitucionais outras normas que derivem ou tenham relação direta com a norma inicialmente tida como 
inconstitucional. O exemplo clássico de inconstitucionalidade por arrastamento é quando o STF declara dada lei 
inconstitucional e por atração declara inconstitucional também o decreto que regulamenta aquela lei. O 
termo inconstitucionalidade por reverberação normativa foi utilizado pelo STF, na ADI 1.923, quando o STF 
declarou dado dispositivo legal inconstitucional e teve de declarar outros dispositivos que em si não tinham 
inconstitucionalidade, mas que perderam o sentido por fazerem referência ao enunciado tido 
por inconstitucional. 
 
#OBS: para haver a reunião de ações o objeto tem que ser o mesmo, independentemente do parâmetro. Ex. de 
ADI questionando art. 1º da lei x em face do art. Z e ADC questionando o mesmo artigo em face do art. Y. Pode 
haver a identidade de ações por terem o mesmo objeto. 
 
#ATENÇÃO #IMPORTANTE 
O legitimado poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) requerendo a inconstitucionalidade 
do art. XX da Lei ZZZ e, na mesma ação, pedir que o art. YY seja declarado constitucional? É possível, em uma 
mesma ação, cumular pedido típico de ADI com pedido típico de ADC? SIM. O STF entendeu que é possível a 
cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única demanda de controle concentrado. A cumulação de 
ações, neste caso, além de ser possível, é recomendável para a promoção dos fins a que destinado o processo 
objetivo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, destinado à defesa, em tese, da harmonia do sistema 
constitucional. A cumulação objetiva permite o enfrentamento judicial coerente, célere e eficiente de questões 
minimamente relacionadas entre si. Rejeitar a possibilidade de cumulação de ações, além de carecer de 
fundamento expresso na Lei 9.868/1999, traria como consequência apenas o fato de que o autor iria propor 
novamente a demanda, com pedido e fundamentação idênticos, ação que seria distribuída por prevenção. STF. 
Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786). 
30 
 
#OBS: Quando o pedido é de inconstitucionalidade formal, o STF não pode declarar a inconstitucionalidade 
material e vice-versa8. 
 
#IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
A Lei “X” foi questionada no STF por meio de ADI. Na ação, o autor afirmou que a lei seria formalmente 
inconstitucional. OSTF julgou a ADI improcedente, declarando a lei constitucional. Quatro anos mais tarde, 
outro legitimado ajuíza nova ADI contra a Lei “X”, mas desta vez alega que ela é materialmente inconstitucional. 
Essa ação poderia ter sido proposta? O STF poderá, nesta segunda ação, declarar a lei materialmente 
inconstitucional? SIM. Na primeira ação, o STF não discutiu a inconstitucionalidade material da Lei “X” (não disse 
que ela era constitucional, ou mesmo inconstitucional, do ponto de vista material). 
 
Logo, nada impede que uma segunda ADI seja proposta questionando, agora, a inconstitucionalidade material 
da lei e nada impede que o STF decida declará-la inconstitucional sob o aspecto material. O fato de o STF ter 
declarado a validade formal de uma norma não interfere nem impede que ele reconheça posteriormente que 
ela é materialmente inconstitucional. STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
27/5/2015 (Info 787). 
 
D) A decisão de mérito é irrecorrível, salvo embargos declaratórios. 
 
O art. 26 da Lei nº 9.868/99, assim como o art. 12 da Lei nº 9.882/99, estabelecem que as decisões de 
mérito em ação direita, ação declaratório e em arguição de descumprimento, são irrecorríveis, com exceção dos 
embargos de declaração, bem como não podem ser objeto de ação rescisória. 
 
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em 
ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não 
podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. 
 
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de 
preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória. 
 
4.3 LEGITIMIDADE ATIVA 
 
 
8
 Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2017). 
31 
Antes da CF/88 a legitimidade era só do PGR. Antes de 88 o MP era MP e AGU. O PGR era nomeado pelo 
Presidente e era demissível ad nutum, o que prejudicava a sua imparcialidade. Só ajuizada ações que fossem do 
interesse do Presidente. Hoje o rol de legitimados está no art. 103 da CF9: 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I – o Presidente da República; 
II – a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI – o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
Esse rol é numerus clausus. O STF criou uma classificação que não tem previsão nem na CF nem na lei 
infraconstitucional. Dividiu os legitimados em legitimados universais, que podem questionar qualquer lei ou ato 
normativo e em legitimados especiais, que teriam que comprovar a pertinência temática, ou seja, teria que 
provar que aquele objeto impugnado viola algum interesse do grupo ou classe que representam. 
 
#OBS: o STF entende que a legitimidade do Partido Político deve ser analisada no momento da propositura da 
ação. A perda superveniente de representação no Congresso Nacional não obsta a continuidade da ação. 
 
*#JURIS #STF: Ilegitimidade ativa ad causam de diretório regional ou executiva regional. Firmou a 
jurisprudência desta Corte o entendimento de que o partido político, para ajuizar ação direta de 
inconstitucionalidade perante o STF, deve estar representado por seu diretório nacional, ainda que o ato 
impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do qual se originou". (ADI 1.528 
QO, rel. min. Ellen Gracie, j. 24/5/2000, Plenário) #CAIUNADPE/AM 2018. 
 
#OBS: o rol é de numerus clausus, de forma que o vice não poderia ser legitimado. O Vice só tem legitimidade 
para ajuizar essas ações quando estiver no exercício da Presidência. 
 
 
9
A banca FCC, ao cobrar essa temática, na prova da DPE-BA, em 2016, solicitou do candidato quem NÃO era legitimado 
para a propositura da ADI, devendo ser marcada o “Defensor Público-Geral da União”. 
32 
#OBS: Entidade de classe: 
 
 O entendimento o STF tem admitido a legitimidade de associações formadas por pessoas jurídicas 
(associações de associações). Até 2004 o STF não admitia a sua legitimidade. 
 
 Para ser considerada de âmbito nacional, a entidade deve estar presente em pelo menos um terço dos 
estados (nove estados) da federação, tendo como base a lei dos partidos políticos que considera esse numerário 
para considerar o partido político como de âmbito nacional. AD1 385 – AgR. Exceção - ADI 2866-MC: pode 
ocorrer dependendo da relevância nacional da atividade exercida pela entidade. Foi o que ocorreu na ADI citada 
quando o STF admitiu a legitimidade dos produtores de sal mesmo sem estarem presentes em nove estados da 
federação. 
 
A entidade de classe tem que ser representativa de uma determinada categoria social, profissional ou 
econômica. CUT e CGT não podem ser legitimados, pois não representam interesses de apenas uma categoria. 
Não há homogeneidade de interesses. ADI 271. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) 
possui legitimidade para propor ADI contra ato normativo que previa que a competência para autorizar o 
pedido de trabalho de crianças e adolescentes em espetáculos artísticos seria da Justiça do Trabalho. A ABERT 
enquadra-se no conceito de entidade de classe de âmbito nacional (art. 103, IX, da CF/88) e possui pertinência 
temática para questionar ato normativo que versa sobre esse tema, considerando a participação de crianças e 
adolescentes nos programas de suas associadas. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 27/9/2018 (Info 917). 
 
#OUSESABER #2ªFASEAGU #CAIUEMPROVA 
O CFM (“Conselho Federal de Medicina”.) possui legitimidade para ajuizar ADC? 
NÃO!! Vejamos a resposta da banca na prova, extremamente didática: “O CFM, por não ser entidade de classe, 
mas uma entidade de fiscalização profissional, não é legitimado para propor ADC, pois, conforme previsto no 
art. 103 da CF, o rol dos legitimados para propor ADC é taxativo e não inclui esse tipo de entidade de 
fiscalização. A única exceção, entre os conselhos de classe, é o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil, em virtude de menção expressa na CF. Assim, não se mostra viável a ADC apresentada, por ilegitimidade 
ativa ad causam. Nesse sentido: ADI 641 MC, relator para Acordão min. Marco Aurélio, DJ 12/03/1993; ADI 
1997, relator ministro Marco Aurélio, DJ 8/6/1999.” 
 
#OBS: Os únicos legitimados que não têm capacidade postulatória são as entidades de classe, os sindicatos e 
os partidos políticas. 
33 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: O advogado que assina a petição inicial da ação direta de 
inconstitucionalidade precisa de procuração com poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato 
normativo que será impugnado na ação. Repetindo: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, 
devendo indicar, de forma específica, o ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a 
ADI não será conhecida. Vale ressaltar, contudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua 
regularização antes que seja reconhecida a carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). #IMPORTANTE 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF. 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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