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D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Teoria Do Estado / Conceito de Estado / Elementos do Estado / Elemento Formal / Elemento Humano / Elemento Espacial ou Geográfico ou Territorial / Formas de Estado / Estado Unitário ou Simples / Estado Composto / Classificações da Federação / Quanto à Origem / Quanto à Concentração de Poder ou à Repartição de Competências / Quanto ao Modelo ou à Organização / Formas de Governo / Sistemas de Governo / Democracia / Federação Brasileira / Federação Quadripartida / Documento-Base / Criação de Estados e Municípios / Formas / Criação de Estados 2º Horário. Criação de Municípios / Características da Federação Brasileira / Características de Constituição / Autonomia / Bicameralismo / Repartição de Competências / Precedentes do STF / Características de Conservação / Limites ao Poder Constituinte Reformador / Limites ao Poder Constituinte Decorrente / Controle de Constitucionalidade 1º Horário TEORIA DO ESTADO 1. Conceito de Estado Estado é a corporificação de um determinado grupo social em certo território sob um poder de comando, o que quer dizer que Estado é uma sociedade politicamente organizada em determinado território. 2. Elementos do Estado 2.1. Elemento Formal O elemento formal consiste no poder político, sendo que para alguns autores se trata da soberania. O poder político é o poder de comando do Estado; e a soberania pode ser traduzida de duas formas: autodeterminação interna e independência internacional. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 2.2. Elemento Humano O elemento humano é o povo. Nesse contexto, mostra-se relevante a distinção entre povo, população e nação: a. Povo: é o conceito político-jurídico, que significa o conjunto de pessoas que forma o Estado. b. População: é um conceito demográfico, pois leva em consideração todos aqueles que habitam o território. A população é inclusive composta por quem não é do povo, como no caso dos estrangeiros. c. Nação: é um conceito sociológico, consistindo no conjunto de pessoas que apresentam uma mesma identidade, a qual pode ser manifestada através de uma mesma língua, religião ou etnia. Vale observar que, tradicionalmente, o termo nação é confundido com Estado, pois se entende que para cada Estado ter-se-ia uma nação. Hoje, esse conceito ainda não foi totalmente abandonado, ainda sendo comum a utilização da palavra nação nesse sentido político. Desse entendimento advém o termo nacionalidade, pelo que se definem as pessoas que integram determinado Estado; trata-se do conceito político-jurídico, pois os nacionais formam o povo. Porém, o conceito mais atual de nação é o sociológico já abordado, sendo possível que, dentro de um mesmo Estado, encontre-se mais de uma nação. É o caso do Estado brasileiro, que apresenta várias nações, como grupos indígenas, os quilombolas, etc. Tais grupos têm características próprias e uma identidade própria distinta da maioria. Assim, pode-se falar em Estados pluriétnicos, aquele que apresenta diversos grupos étnicos internos. Essa abordagem se mostra relevante, pois a CRFB/88 respeita as diversas culturas minoritárias em referência, que se diferem da maioria. Sabe-se que a tendência é a absorção das culturas minoritárias pela dominante, com sua diluição e posterior extinção. Nesse contexto, a sociedade de um modo geral tem direito de ver salvaguardadas as diversas culturas que se mostram presentes na realidade do país, dada a contribuição histórica desses grupos para o Estado atual. 2.3. Elemento Espacial ou Geográfico ou Territorial D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br É o território, que compreende não apenas o solo, mas também o mar territorial, o espaço aéreo – coluna atmosférica sobre a porção de terra e sobre o mar territorial – e as águas interiores. 3. Formas de Estado 3.1. Estado Unitário ou Simples Ele compreende uma única pessoa jurídica de direito público e um único centro de comando político, do qual emanam todas as decisões políticas daquele Estado. a. Estado Unitário (ou Simples) Centralizado não é dividido em regiões com competências administrativas. São, em regra, os microestados. b. Estado Unitário (ou Simples) Descentralizado dividido em regiões com competências administrativas, as quais não tem poder político, exercendo apenas função administrativa. 3.2. Estado Composto Tanto na federação como na confederação há mais de uma pessoa jurídica de direito público, daí serem chamados de Estado Composto. Federação Confederação Cada Estado-membro detém autonomia. Cada Estado-membro detém soberania. Constituição. (documento básico) Tratado Internacional. Indissolubilidade do pacto federativo. Direito de secessão (de segregar, sair). Como a República Federativa do Brasil se trata de uma federação, o art. 1º caput da CRFB prevê sua indissolubilidade. CRFB Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 4. Classificações da Federação 4.1. Quanto à Origem a. Federação por Agregação ou Centrípeta1: Estados soberanos se unem e formam uma federação. b. Federaçãopor Segregação ou por Desagregação ou Centrífuga2: Estado unitário se subdivide e forma uma federação. 4.2. Quanto à Concentração de Poder ou à Repartição de Competências a. Federação Centrípeta: a concentração de poder se dá mais na União (poder central), sendo mais centralizada. b. Federação Centrífuga: a concentração do poder se dá nos Estados, na parte de fora, portanto. A federação brasileira, quanto à origem, é centrífuga; e, quanto à concentração de Poder, é centrípeta. Observação: Os EUA são federação centrípeta na origem e centrífuga na concentração de Poder. 4.3. Quanto ao Modelo ou à Organização a. Federação Simétrica: é aquela em que a organização dos estados segue o modelo de organização da União. No Brasil, por adotar-se a federação simétrica, os estados não podem adotar outro modelo que não o republicano presidencialista. b. Federação Assimétrica: não há reprodução obrigatória do modelo. Observação: Normalmente, os termos federação simétrica e assimétrica são utilizados na classificação quanto ao modelo. Porém, há autores que os usam quanto ao equilíbrio entre a União e os Estados. Nesse sentido, a federação seria equilibrada quando os poderes dados aos Estados e à União não prevaleçam uns em face dos outros. A federação simétrica seria a equilibrada, por isso considerada ideal; a assimétrica é aquela em que prevalece o desequilíbrio, caso em que ou os Estados ou a União têm mais poder em detrimento dos outros. 1 Força de fora para dentro. 2 Força de dentro para fora. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Quanto ao equilíbrio, a federação brasileira é assimétrica, por concentrar mais poderes na União. Já, quanto à organização, nossa federação é simétrica. 5. Formas de Governo República Monarquia Eletividade. Hereditariedade. Periodicidade nas eleições. Vitaliciedade (governante permanece até sua morte) Há responsabilidade do governante. Irresponsabilidade do governante (the king can do no wrong) Obviamente, o Brasil é uma república. 6. Sistemas de Governo Presidencialismo Parlamentarismo Unidade do Poder Executivo. Dualidade do Poder Executivo. Separação de Poderes. Colaboração entre os Poderes3 Irresponsabilidade Política. Responsabilidade Política. No presidencialismo, fala-se em unidade do Poder Executivo, pois o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são a mesma autoridade: o Presidente da República. Já, no parlamentarismo, fala-se em dualidade, porque essa representação não se dá pela mesma autoridade: o Chefe de Estado será o monarca (monarquia parlamentarista) ou o Presidente (república parlamentarista); e o Chefe de Governo é o Primeiro-Ministro. No parlamentarismo, há responsabilidade política, que significa que o parlamento pode determinar a destituição do Primeiro-Ministro sem que isso represente uma sanção decorrente de infração, mas tão somente em razão da perda da confiança. Da mesma forma, o Primeiro-Ministro pode determinar a dissolução do 3 Afinal o Primeiro-Ministro depende da confiança do parlamento. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br parlamento e convocação de novas eleições em função da confiança, o que representa jogo político. Já, no presidencialismo, fala-se em irresponsabilidade política, porque o Presidente da República só sofre o processo de impeachment se tiver cometido uma infração. O processo de impeachment não tem natureza apenas política, exigindo o cometimento de infração para a instauração. Fala-se em conteúdo político- administrativo, que não se restringe ao meramente político. 7. Democracia a. Democracia Direta: o próprio povo toma as decisões políticas. b. Democracia Indireta: o povo escolhe seus representantes, que tomam as decisões em nome do povo, tratando-se da democracia representativa. c. Semidireta: tem-se a escolha de representantes pelo povo, mas há também formas de participação direta do povo. Trata-se de democracia representativa com possibilidade de participação direta, sendo chamada de democracia participativa. Esse é o caso brasileiro, consoante art. 1º, parágrafo único e art. 14 da CRFB. CRFB, Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Observação: O plebiscito e referendo são formas de consulta popular, sendo que o primeiro é prévio e o segundo posterior. De relevo analisar as formas de participação direta do povo: a. Direito de receber informações perante órgão público. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) b. Direito de petição e de certidão. Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; c. Ação popular. Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovadamá-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; d. Iniciativa popular de leis em âmbito estadual. Art. 27, § 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. e. Cooperação das associações representativas e iniciativa popular de leis no âmbito municipal. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) f. Princípio do concurso público, como forma de assegurar a participação profissional do indivíduo na administração pública. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) g. Participação do usuário na administração pública direta e indireta. Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) h. Comissões parlamentares. Art. 58, § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; i. Iniciativa popular de leis em âmbito federal. Art. 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. j. Denúncia popular perante o Tribunal de Contas. Art. 74, § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. k. O STF aceita a denúncia popular contra o Presidente da República dirigida à Camarada dos Deputados para juízo de cabimento, seja em caso de crime comum ou nos de responsabilidade. Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. l. Participação no Conselho da República. Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. m. Seguridade social. Art. 194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) n. Sistema Único de Saúde. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: III - participação da comunidade. o. Na definição das ações governamentais relacionadas à assistência social. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. p. No ensino público. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; Todas essas hipóteses são reconhecidas pelo STF como mecanismos de participação do indivíduo no Estado, que, como visto, não se restringem ao art. 14 da CRFB. FEDERAÇÃO BRASILEIRA O tema é abordado no art. 18 e seguintes da CRFB. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrináriose na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 1. Federação Quadripartida A federação brasileira é quadripartida porque composta com quatro entes (União, Estados, Municípios e DF), todos autônomos. Como se vê, com o advento da CRFB, findou-se a controvérsia sobre se o município seria ente da federação ou não. O DF não pode ser enquadrado como estado, tampouco pode ser dividido em municípios, tendo a natureza de ente autônomo da federação. Por isso, o DF cumula as competências estaduais e municipais. Destaca-se, por fim, que, para o STF, comparativamente, o DF se aproxima mais do modelo estadual que do municipal. 2. Documento-Base a. União Constituição da República. b. Estados Constituição Estadual. c. Municípios Lei Orgânica. d. DF Lei Orgânica. A lei orgânica do DF é peculiar, na medida em que disciplina tanto matéria de Constituição Estadual como de lei orgânica municipal. Como já abordado em sala, a lei orgânica do DF pode ser parâmetro do controle de constitucionalidade, mas apenas quanto à matéria própria de Constituição Estadual. 3. Criação de Estados e Municípios 3.1. Formas a. Fusão Dois entes da federação de unem para formar um único. A + B = C b. Incorporação Dois entes se unem, sendo que um deles deixa de existir, porque se incorpora a outro. A + B = A c. Cisão O ente originário deixa de existir e dele nascem novos entes. A = B e C D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br d. Desmembramento surgimento de um novo ente de outro pré- existente, sendo que este continua a existir. A = A e B Observação: O termo “subdivisão” pode ser usado tanto no sentido de cisão quanto como uma quinta situação, qual seja, subdivisão para incorporação, caso em que não ocorre nem criação nem extinção de um ente, mas apenas uma mudança geográfica. Exemplo: alteração do tamanho dos municípios. 3.2. Criação de Estados A CRFB/88 determina que haja plebiscito, acerca do qual o STF entendeu que toda a população do estado deve participar do plebiscito, não apenas aquela afetada pela mudança. Vale observar que o Ministro Marco Aurélio, voto vencido no julgamento acerca da matéria, defendia que toda a população nacional deveria participar do plebiscito, pois a criação de novo ente importa grande dispêndio por parte da União. O argumento contrário ao dele sustenta que sujeitar a criação de estados à apreciação nacional inviabilizaria qualquer tipo de mudança, afinal a população nacional dificilmente concordaria com a alteração pretendida. 3.3. Criação de Municípios Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT Como se vê, o art. 18, parágrafo 4º, sofreu alteração em seu texto original com a EC 15/96. A consulta prévia por plebiscito já era exigida pela redação originária do dispositivo, porém foi suprimida a exigência de preservação da continuidade e da unidade histórico-cultural do ambiente urbano. Por outro lado, a redação atual acrescentou a exigência do estudo de viabilidade. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Adicionalmente, a redação dada pela EC 15/96 exige lei complementar federal, sendo que a redação originária não fazia menção a tal exigência, mas apenas à lei complementar estadual. Diante disso, o STF passou a entender que o art. 18, parágrafo 4º da CRFB como norma de eficácia limitada, dependendo de complementação para produzir efeitos. Assim, a lei complementar federal deveria ser elaborada, para que só então estados criassem os municípios. Como essa norma não foi elaborada, as leis complementares que criaram municípios foram tidas como inconstitucionais, consoante a ADI 2.240. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.619/00, DO ESTADO DA BAHIA, QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL POSTERIOR À EC 15/96. AUSÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR FEDERAL PREVISTA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. OMISSÃO DO PODER LEGISLATIVO. EXISTÊNCIA DE FATO. SITUAÇÃO CONSOLIDADA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DA JURÍDICA. SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO, ESTADO DE EXCEÇÃO. A EXCEÇÃO NÃO SE SUBTRAI À NORMA, MAS ESTA, SUSPENDENDO-SE, DÁ LUGAR À EXCEÇÃO --- APENAS ASSIM ELA SE CONSTITUI COMO REGRA, MANTENDO-SE EM RELAÇÃO COM A EXCEÇÃO. 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, há mais de seis anos, como ente federativo. 2. Existência de fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-se à prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada. 4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1.996, deve- se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia autêntica violação da ordem constitucional. 6. A criação do Município de Luís Eduardo Magalhães importa, tal como se deu, uma situação excepcional não prevista pelo direito positivo. 7. O estado de exceção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não é a exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção. 8. AoSupremo Tribunal Federal incumbe decidir regulando também essas situações de exceção. Não se afasta do ordenamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção desaplicando-a, isto é, retirando-a da exceção. 9. Cumpre verificar o que menos compromete a força normativa futura da Constituição e sua função de estabilização. No aparente D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento da existência válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à federação. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício da preservação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 12. Julgamento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao editar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, da Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da Bahia. 2º Horário No julgado em referência, o STF percebeu que ao declarar-se a inconstitucionalidade com efeitos ex tunc, ou até mesmo ex nunc, poderia causar um caos na ordem jurídica, afinal muitos municípios já existiam por um longo período. Por isso, o STF fez a declaração da inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade do art. 18, §4º, tendo fixado um prazo que se sanasse o problema. Porém, o Congresso Nacional, ao invés de simplesmente elaborar a lei complementar federal, editou a EC 57/08, pelo que se inseriu o art. 96 ao ADCT, por meio do qual se convalidaram os atos de criação fusão, incorporação e desmembramento de municípios. ADCT, Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008). Com isso, vê-se que o Congresso Nacional convalidou leis que nasceram inconstitucionais, embora o nosso ordenamento jurídico vede a constitucionalidade superveniente, pelo que se proíbe que lei inconstitucional seja convalidada. Porém, o cenário não é tão simplório. Não se pode esquecer que a redação original do art. 18, § 4º exigia apenas lei estadual. Foi o Congresso Nacional que editou a EC 15 e passou a exigir a lei complementar federal para tanto, porém o Legislativo manteve-se inerte na sua elaboração. Desse modo, a omissão do Congresso Nacional em elaborar a lei gerou uma limitação ao poder dos estados, pois é ele quem pode criar ou não municípios. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Como se vê, a situação mostra-se incongruente, pois o próprio Congresso Nacional instituiu a exigência, mas ele próprio impossibilita seu cumprimento. Nesse contexto, veem-se duas inconstitucionalidades, uma por parte dos estados que criam os municípios sem a lei complementar federal, e outra por parte do Congresso Nacional, que se manteve omisso em elaborar a lei. Justamente pelo exposto, o Congresso Nacional entendeu por bem convalidar os atos a princípio inconstitucionais por meio da EC 57/08. Deve-se aguardar a posição do STF sobre a constitucionalidade ou não da alteração providenciada pela EC 15/96. 4. Características da Federação Brasileira 4.1. Características de Constituição 4.1.1. Autonomia A autonomia abrange: a. Auto-organização: capacidade de um ente elaborar sua Constituição (no caso dos estados), suas leis orgânicas (no caso dos municípios) e a legislação comum. b. Autogoverno: capacidade de definir seus próprios agentes políticos. A União, assim como os Estados, possui Poder Executivo, Poder Judiciário e Poder Legislativo. Os municípios só possuem Poder Executivo e Poder Legislativo, não tendo Poder Judiciário, razão pela qual atuam, em regra, perante a Justiça Estadual e, excepcionalmente, perante a Justiça Federal. O DF tem Poder Judiciário, mas este, bem como seu Ministério Público e sua Defensoria Pública são organizados e mantidos pela União. Destaca-se que tal circunstância também se aplica aos territórios. Vale observar que a Defensoria Pública do DF ainda não foi criada, sendo que o GDF (governo do DF) apenas instituiu uma defensoria de assistência judiciária. Observação: O Ministério Público divide-se em MPU e MPE, sendo que o MPU divide-se em MPF, MPT, MPM e MPDF. c. Autoadministração: capacidade para a realização de toda a atividade administrativa. Exemplos: prestação de serviços públicos, o poder de polícia, a atividade de fomento, etc. d. Autolegislação: capacidade para elaborar leis próprias. e. Autofinanciamento: capacidade para se financiar e gerir seus próprios recursos, o que se relaciona com a arrecadação de tributos. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Observação: A autolegislação e o autofinanciamento, por vezes, são tidos como características autônomas, e, por vezes, como inerentes à própria autoadministração. 4.1.2. Bicameralismo Primeiramente, frisa-se que o Poder Legislativo Federal não é exercido por duas casas legislativas, mas pelo Congresso Nacional, o qual é composto por duas casas, consoante art. 44 caput da CRFB. Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo e o Senado Federal por representantes dos estados. Cada estado da federação elege 3 senadores, o que significa a possibilidade de o estado participar da formação da vontade nacional. A isso se chama de bicameralismofederativo. Em oposição, tem-se o bicameralismo aristocrático, presente na Inglaterra, em que se tem a casa do povo (câmara baixa) e a câmara dos Lords (câmara alta). 4.1.3. Repartição de Competências Trata-se de tema de grande incidência em provas, principalmente sobre o tema de competência legislativa. Por isso, devem ser lidos exaustivamente os arts. 21 a 24 da CRFB. Acerca da repartição de competência tem-se: a. Competência Exclusiva (art. 21) Competência administrativa (ou material) da União, a qual se caracteriza por ser indelegável. Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 17 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. b. Competência Privativa (art. 22) Competência legislativa da União. Esta é delegável, de modo que a União poderá delegar aos estados a possibilidade de legislar sobre matéria específica, por meio de lei complementar. Os estados, por sua vez, para disciplinar a matéria, devem elaborar lei ordinária. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 18 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII - seguridade social; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; XXV - registros públicos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX - propaganda comercial. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 19 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Exemplo: A União não pode autorizar os estados a legislar sobre Direito Civil, mas apenas sobre ponto específico do tema. c. Competência Comum (art. 23) competência administrativa da União, dos Estados, do Município e do DF. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) d. Competência Concorrente (art. 24) competência legislativa, cabendo à União elaborar normas gerais e aos Estados normas suplementares que visem atender as especificidades dos estados. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 20 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Exemplo: Tem-se o CDC (norma geral), sendo que os estados podem elaborar normas suplementares necessárias ao atendimento das peculiaridades daquele estado. Se não houver a lei da União, os estados passam a exercer a competência legislativa plena. Porém, se sobrevier norma da União, haverá suspensão da eficácia D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-132721 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br da norma estadual na parte que lhe for contrária. Não há revogação, pois as normas são emanadas por entes federais diversos. Observação1: A competência pode ser administrativa ou legislativa, sendo que a primeira é exclusiva ou comum (arts. 21 e 23), enquanto a segunda é privativa ou concorrente (arts. 22 e 24). Exclusiva Administrativa Competência Comum Privativa Legislativa Concorrente Observação2: O STF chama as competências comum e concorrente de competência vertical, pois se tem entes diversos da federação atuando na mesma matéria. Por outro lado, as competências exclusiva e privativa são chamadas de competência no plano horizontal. Observação3: O STF também chama a competência concorrente (legislativa) de condomínio Legislativo. Há uma série de julgados do Supremo a respeito da repartição de competências, os quais serão abordados de modo mais profundo no próximo tópico. Por ora, passa-se à análise de alguns exemplos: Exemplo1: Lei estadual que dispõe sobre ponto de internet é inconstitucional, pois a matéria “telecomunicações” é de competência privativa da União. Exemplo2: Lei estadual que confere anistia em matéria penal é inconstitucional, pois trata de matéria penal, matéria privativa da União. Lei estadual que confere anistia em matéria administrativa é constitucional. Exemplo3: Lei estadual vedando a cobrança de estacionamento em shopping center é inconstitucional, pois o direito de propriedade pertence ao ramo do Direito Civil, matéria de competência privativa da União. e. Competência Residual ou Remanescente (art. 25, §1º) Trata-se de competência dos estados. Assim, se a competência não for da União ou dos municípios, a competência será dos estados. Art. 25, § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 22 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Observação: A competência residual, em âmbito tributário, é da União. f. Competência Municipal (art. 30 da CRFB) O inciso II do art. 30 estabelece que é competência dos municípios suplementar a legislação estadual e federal no que completar, no atendimento dos interesses da localidade. No caso, aplica-se a preponderância de interesses, pelo que o interesse nacional é da União, regional dos estados e local dos municípios. Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Como o município apenas suplementa as matérias, o faz de modo concorrente. Assim, pode-se falar que o município exerce um tipo de competência concorrente, não com base no art. 24, mas com base no art. 30, II. Aqui, tem-se um terceiro grau, pois o município não suplementa apenas a lei federal, mas também a lei estadual. 4.1.3.1. Precedentes do STF Para fins de prova, mostra-se relevante a leitura da seguinte coletânea de precedentes do STF acerca da repartição de competências: a. Por entender usurpada a competência da União para legislar sobre trânsito e transportes (CF, art. 22, XI), o Plenário julgou procedente pedido formulado D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 23 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br em ação direta, proposta pelo Governador do Distrito Federal, para declarar a inconstitucionalidade da Lei distrital 2.903/2002, que estabelece penalidades aos condutores flagrados, em estado de embriaguez, na direção de veículos automotores. ADI 3269/DF, rel. Min. Cezar Peluso, 1º.8.2011. b. O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, ajuizada pelo Governador do Estado de Santa Catarina, para declarar a inconstitucionalidade da Lei 12.775/2003, daquela unidade federativa, que dispõe sobre o uso obrigatório de equipamento que ateste a autenticidade de cédulas de dinheiro por estabelecimentos bancários e dá outras providências. Reputou-se que a norma adversada teria invadido a competência privativa da União para legislar sobre o sistema financeiro nacional (CF, artigos 21, VIII; 22, VII; e 192, caput). ADI 3515/SC, rel. Min. Cezar Peluso, 1º.8.2011. c. O Plenário, por maioria, deferiu pedido de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado - Abrafix para suspender os efeitos da Lei 9.640/2011, do Estado do Rio Grande do Norte. A norma impugnada dispõe sobre vedação de cobrança, naquela unidade federativa, das tarifas de assinatura básica e dá outras providências. Consoante reiterada jurisprudência desta Corte, reputou-se caracterizada, à primeira vista, ofensa aos artigos 21, XI, e 22, IV, da CF. Vencidos os Ministros Ayres Britto e Joaquim Barbosa, que indeferiam o pleito acautelatório. (Informativo 628) ADI 4603 MC/RN, rel. Min. Dias Toffoli, 26.5.2011 d. O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pela Confederação Nacional do Transporte - CNT para declarar a inconstitucionalidade da Lei 6.457/93, do Estado da Bahia, que determina a instalação de cinto de segurança em veículos de transporte coletivo de passageiros. Reputou-se, conforme precedentes da Corte, violado o disposto no art. 22, XI, da CF (“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: ... XI - trânsito e transporte”). Vencido o Min. Marco Aurélioque, por considerar a particularidade da norma discutida — voltada à segurança do cidadão — entendia ser concorrente, entre Estado-membro e União, a competência legislativa atinente à matéria e julgava improcedente o pleito. ADI 874/BA, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.2.2011. e. O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucionalidade da Lei 2.050/92, que alterou a Lei 1.748/90, ambas do Estado do Rio de Janeiro, referente a medidas de segurança nos estacionamentos destinados a veículos automotores. O dispositivo impugnado proíbe a cobrança de qualquer quantia pela utilização de estacionamento em locais particulares. Aduziu-se a inconstitucionalidade material da D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 24 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br norma, considerada a afronta ao exercício normal do direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII), e a inconstitucionalidade formal, uma vez que teria sido invadida a competência privativa da União para legislar sobre direito civil (CF, art. 22, I). ADI 1623/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.3.2011. f. ADI e usurpação de competência - Por reputar caracterizada a usurpação da competência privativa da União para legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I), o Plenário, em votação majoritária, julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para declarar a inconstitucionalidade do art. 114 da Lei Complementar paulista 734/93 (Lei Orgânica do Ministério Público estadual). O dispositivo adversado determina que mais de um órgão do Ministério Público não oficiará simultaneamente no mesmo processo ou procedimento. De início, rejeitou- se, por maioria, a preliminar de perda parcial do objeto da ação em virtude da derrogação tácita do preceito originalmente contestado pelo citado art. 114. Na situação dos autos, o requerente impugnava os artigos 6º, I; 16; 17, parágrafo único, e 18, caput, da Lei Complementar 667/91, daquela mesma unidade federativa. Ocorre que, posteriormente, fora instituída a referida LC 734/93, a qual reproduzira, na literalidade, o conteúdo normativo deste último preceito, sem que houvesse interrupção de vigência. Entendeu-se que, embora o requerente não tivesse aditado a inicial da forma mais adequada, sua manifestação no sentido de que o art. 18 da LC 667/91 estaria em vigor por força do art. 114 da LC 734/93 poderia ser aceita como tal. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio que assentavam a prejudicialidade da ação. No mérito, por maioria, asseverou-se que o tema concernente a eventuais incompatibilidades à atuação simultânea de um mesmo órgão do Ministério Público no feito envolveria matéria processual e não de organização local da instituição. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso, Presidente, ao fundamento de que não se teria uma disciplina processual propriamente dita, mas norma que versaria sobre organização, competência daquele ente. Quanto aos demais dispositivos questionados, o Plenário rejeitou o pleito de inconstitucionalidade. No tocante ao art. 6º, I, da LC 667/91, aduziu-se ter ocorrido mera mudança de nomenclatura, ao ser alterada a denominação do cargo de “Promotor de Justiça Curador Judicial de Ausentes e Incapazes” para “Promotor de Justiça Cível”. No mesmo sentido concluiu-se em relação ao art. 16, pois apenas revogara atribuição indevidamente conferida ao parquet como a curadoria, no processo civil, de réu revel ou preso, função da Defensoria Pública. Por fim, relativamente ao art. 17 — que conferiu prazo de 30 dias, a contar da vigência da lei, para apresentação de proposta de distribuição dos serviços, facultada a preservação de funções exercidas antes desse diploma legal, sem prejuízo das novas atribuições cometidas —, considerou-se que a D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 25 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br norma cuidaria da reorganização interna da carreira, sem mácula à Constituição. ADI 932/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 17.12.2010. g. Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Nomeação de Chefe de Polícia. Exigência de que o indicado seja não só delegado de carreira – como determinado pela Constituição Federal – como também que esteja na classe mais elevada. 3. Inexistência de vício de iniciativa. 4. Revisão jurisprudencial, em prol do princípio federativo, conforme ao art. 24, XVI, da Constituição Federal. 5. Possibilidade de os Estados disciplinarem os critérios de acesso ao cargo de confiança, desde que respeitado o mínimo constitucional. 6. Critério que não só se coaduna com a exigência constitucional como também a reforça, por subsidiar o adequado exercício da função e valorizar os quadros da carreira. 7. Ação julgada improcedente. ADI N. 3.062-GO RELATOR: MIN. GILMAR MENDES. h. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou entendimento no sentido de que invade a competência da União para legislar sobre direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança de qualquer quantia ao usuário pela utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar Galvão). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. ADI N. 1.623-RJ RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA. i. “O caput do art. 195 da Constituição do Estado do Amapá estabelece que ‘o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e social e de expansão urbana, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para os municípios com mais de cinco mil habitantes’. Essa norma constitucional estadual estendeu, aos municípios com número de habitantes superior a cinco mil, a imposição que a Constituição Federal só fez àqueles com mais de vinte mil (art. 182, § 1º). Desse modo, violou o princípio da autonomia dos municípios com mais de cinco mil e até vinte mil habitantes (...).” (ADI 826, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 12/03/99) j. "Lei estadual que estabelece número de vereadores. Autonomia municipal. Inconstitucionalidade. Precedentes. Argüição de inconstitucionalidade do § 1º, I a X, e do §2º, todos do art. 67 da Constituição do Estado de Goiás. Viola a autonomia dos municípios (art. 29, IV, da CF/1988) lei estadual que fixa número de vereadores ou a forma como essa fixação deve ser feita." (ADI 692, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ01/10/04) D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 26 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br k. - Por entender usurpada a competência privativa da União para legislar sobre trânsito (CF, art. 22, XI), o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Governador do Estado do Espírito Santo para declarar a inconstitucionalidade da Lei estadual 7.738/2004, que cria a possibilidade de parcelamento, em até 5 vezes, de débitos decorrentes de multas por infrações ao Código de Trânsito Brasileiro - CTB. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski que salientaram a necessidade de se adotar ótica que fortalecesse a Federação e levaram em conta o argumento de que a verbas provenientes do parcelamento ingressaram nos próprios cofres estaduais para julgar improcedente o pleito. ADI 3196/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, 21.8.2008. Informativo 515. l. - O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta proposta pelo Governador do Estado do Amapá para declarar a inconstitucionalidade da expressão “municipais e”, constante do art. 224 da Constituição estadual, que estabelece a gratuidade de metade da passagem nos transportes coletivos urbanos, rodoviários e aquaviários, municipais e intermunicipais, ao estudante de qualquer grau. Entendeu-se que a norma impugnada invadiu a competência municipal para legislar sobre transporte coletivo local (CF, art. 30, V). Considerou-se, não obstante, que os Estados-membros possuem competência residual para legislar sobre transporte intermunicipal de passageiros (CF, art. 25, § 1º). Vencido, em parte, o Min. Marco Aurélio que julgava o pleito improcedente. Precedentes citados: ADI 1191 MC/PI (DJU de 26.5.95); ADI 2349/ES (DJU de 14.10.2005). ADI 845/AP, rel. Min. Eros Grau, 22.11.2007. Informativo 489. m. Não há usurpação de competência da União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque o ato normativo impugnado buscou, tão- somente, assegurar a proteção ao consumidor. II - Precedente deste Tribunal (ADI 1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais, lei paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre produtos combustíveis. (ADI N. 2.832-PR). n. ADI N. 2.875-DF - I - Dispositivo de lei distrital que obriga os médicos públicos e particulares do Distrito Federal a notificarem a Secretaria de Saúde sobre os casos de câncer de pele não é inconstitucional. II - Matéria inserida no âmbito da competência da União, Estados e Distrito Federal, nos termos do art. 23, I, da Constituição Federal. III - Exigência que encontra abrigo também no art. 24, XII, da Carta Magna, que atribui competência concorrente aos referidos entes federativos para legislar sobre a defesa da saúde. IV - Dispositivo da lei distrital que imputa responsabilidade civil ao médico por falta de notificação caracteriza ofensa ao art. D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 27 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 22, I, da CF, que consigna ser competência exclusiva da União legislar acerca dessa matéria. V - Ação direta parcialmente procedente. o. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ART. 75, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO DE GOIÁS - DUPLA VACÂNCIA DOS CARGOS DE PREFEITO E VICE- PREFEITO - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL - DOMÍNIO NORMATIVO DA LEI ORGÂNICA - AFRONTA AOS ARTS. 1º E 29 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O poder constituinte dos Estados-membros está limitado pelos princípios da Constituição da República, que lhes assegura autonomia com condicionantes, entre as quais se tem o respeito à organização autônoma dos Municípios, também assegurada constitucionalmente. 2. O art. 30, inc. I, da Constituição da República outorga aos Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos de interesse local. A vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põem-se no âmbito da autonomia política local, em caso de dupla vacância. 3. Ao disciplinar matéria, cuja competência é exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da Constituição de Goiás fere a autonomia desses entes, mitigando-lhes a capacidade de auto-organização e de autogoverno e limitando a sua autonomia política assegurada pela Constituição brasileira. 4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente. (ADI 3549, Relatora Min. CÁRMEN LÚCIA). p. "Por outro lado, interferindo no orçamento dos Municípios, não deixa de lhes afetar a autonomia (art. 18 da CF), inclusive no que concerne à aplicação de suas rendas (art. 30, III), sendo certo, ademais, que os artigos 25 da parte permanente e 11 do ADCT exigem que os Estados se organizem, com observância de seus princípios, inclusive os relativos à autonomia orçamentária dos Municípios." (ADI 1.689, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 12-3-03, DJ de 2-5-03) q. (...) O artigo 30 da Constituição cearense impõe aos Municípios o encargo de transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais próximo, alunos carentes matriculados a partir da 5ª série do ensino fundamental. Indevida ingerência na prestação de serviço público municipal. O preceito afronta a autonomia municipal. Inconstitucionalidade do § 3º do artigo 35 da Constituição estadual em razão de afronta à autonomia municipal. (ADI N. 307-CE RELATOR: MIN. EROS GRAU). r. I. Poder Constituinte Estadual: autonomia (ADCT, art. 11): restrições jurisprudenciais inaplicáveis ao caso. 1. É da jurisprudência assente do Supremo Tribunal que afronta o princípio fundamental da separação a independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem caráter essencialmente constitucional - assim, por exemplo, a relativa à fixação de vencimentos ou a concessão de vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize fraude à D. Constitucional Data: 04/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 28 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias a respeito: precedentes. 2. A jurisprudência restritiva
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