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Resumo Direito Constitucional Aula 11 (04.11.2011)

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D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Teoria Do Estado / Conceito de Estado / Elementos do Estado / Elemento 
Formal / Elemento Humano / Elemento Espacial ou Geográfico ou Territorial / 
Formas de Estado / Estado Unitário ou Simples / Estado Composto / 
Classificações da Federação / Quanto à Origem / Quanto à Concentração de 
Poder ou à Repartição de Competências / Quanto ao Modelo ou à Organização 
/ Formas de Governo / Sistemas de Governo / Democracia / Federação 
Brasileira / Federação Quadripartida / Documento-Base / Criação de Estados e 
Municípios / Formas / Criação de Estados 
2º Horário. 
 Criação de Municípios / Características da Federação Brasileira / Características 
de Constituição / Autonomia / Bicameralismo / Repartição de Competências / 
Precedentes do STF / Características de Conservação / Limites ao Poder 
Constituinte Reformador / Limites ao Poder Constituinte Decorrente / Controle 
de Constitucionalidade 
 
1º Horário 
 
TEORIA DO ESTADO 
 
1. Conceito de Estado 
Estado é a corporificação de um determinado grupo social em certo território 
sob um poder de comando, o que quer dizer que Estado é uma sociedade 
politicamente organizada em determinado território. 
 
2. Elementos do Estado 
2.1. Elemento Formal 
O elemento formal consiste no poder político, sendo que para alguns autores 
se trata da soberania. O poder político é o poder de comando do Estado; e a soberania 
pode ser traduzida de duas formas: autodeterminação interna e independência 
internacional. 
 
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2.2. Elemento Humano 
O elemento humano é o povo. 
Nesse contexto, mostra-se relevante a distinção entre povo, população e 
nação: 
a. Povo: é o conceito político-jurídico, que significa o conjunto de pessoas 
que forma o Estado. 
b. População: é um conceito demográfico, pois leva em consideração 
todos aqueles que habitam o território. A população é inclusive composta por quem 
não é do povo, como no caso dos estrangeiros. 
c. Nação: é um conceito sociológico, consistindo no conjunto de pessoas 
que apresentam uma mesma identidade, a qual pode ser manifestada através de uma 
mesma língua, religião ou etnia. 
Vale observar que, tradicionalmente, o termo nação é confundido com Estado, 
pois se entende que para cada Estado ter-se-ia uma nação. Hoje, esse conceito ainda 
não foi totalmente abandonado, ainda sendo comum a utilização da palavra nação 
nesse sentido político. 
Desse entendimento advém o termo nacionalidade, pelo que se definem as 
pessoas que integram determinado Estado; trata-se do conceito político-jurídico, pois 
os nacionais formam o povo. 
Porém, o conceito mais atual de nação é o sociológico já abordado, sendo 
possível que, dentro de um mesmo Estado, encontre-se mais de uma nação. É o caso 
do Estado brasileiro, que apresenta várias nações, como grupos indígenas, os 
quilombolas, etc. Tais grupos têm características próprias e uma identidade própria 
distinta da maioria. Assim, pode-se falar em Estados pluriétnicos, aquele que 
apresenta diversos grupos étnicos internos. 
Essa abordagem se mostra relevante, pois a CRFB/88 respeita as diversas 
culturas minoritárias em referência, que se diferem da maioria. Sabe-se que a 
tendência é a absorção das culturas minoritárias pela dominante, com sua diluição e 
posterior extinção. Nesse contexto, a sociedade de um modo geral tem direito de ver 
salvaguardadas as diversas culturas que se mostram presentes na realidade do país, 
dada a contribuição histórica desses grupos para o Estado atual. 
 
2.3. Elemento Espacial ou Geográfico ou Territorial 
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É o território, que compreende não apenas o solo, mas também o mar 
territorial, o espaço aéreo – coluna atmosférica sobre a porção de terra e sobre o mar 
territorial – e as águas interiores. 
 
3. Formas de Estado 
3.1. Estado Unitário ou Simples 
Ele compreende uma única pessoa jurídica de direito público e um único centro 
de comando político, do qual emanam todas as decisões políticas daquele Estado. 
a. Estado Unitário (ou Simples) Centralizado  não é dividido em regiões 
com competências administrativas. São, em regra, os microestados. 
b. Estado Unitário (ou Simples) Descentralizado  dividido em regiões 
com competências administrativas, as quais não tem poder político, exercendo apenas 
função administrativa. 
 
3.2. Estado Composto 
Tanto na federação como na confederação há mais de uma pessoa jurídica de 
direito público, daí serem chamados de Estado Composto. 
Federação Confederação 
Cada Estado-membro detém 
autonomia. 
Cada Estado-membro detém 
soberania. 
Constituição. 
(documento básico) 
Tratado Internacional. 
Indissolubilidade do pacto 
federativo. 
Direito de secessão (de 
segregar, sair). 
Como a República Federativa do Brasil se trata de uma federação, o art. 1º 
caput da CRFB prevê sua indissolubilidade. 
CRFB Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
 
 
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4. Classificações da Federação 
4.1. Quanto à Origem 
a. Federação por Agregação ou Centrípeta1: Estados soberanos se unem e 
formam uma federação. 
b. Federaçãopor Segregação ou por Desagregação ou Centrífuga2: Estado 
unitário se subdivide e forma uma federação. 
 
4.2. Quanto à Concentração de Poder ou à Repartição de Competências 
a. Federação Centrípeta: a concentração de poder se dá mais na União 
(poder central), sendo mais centralizada. 
b. Federação Centrífuga: a concentração do poder se dá nos Estados, na 
parte de fora, portanto. 
A federação brasileira, quanto à origem, é centrífuga; e, quanto à concentração 
de Poder, é centrípeta. 
Observação: Os EUA são federação centrípeta na origem e centrífuga na 
concentração de Poder. 
 
4.3. Quanto ao Modelo ou à Organização 
a. Federação Simétrica: é aquela em que a organização dos estados segue 
o modelo de organização da União. 
No Brasil, por adotar-se a federação simétrica, os estados não podem adotar 
outro modelo que não o republicano presidencialista. 
b. Federação Assimétrica: não há reprodução obrigatória do modelo. 
Observação: Normalmente, os termos federação simétrica e assimétrica são 
utilizados na classificação quanto ao modelo. Porém, há autores que os usam quanto 
ao equilíbrio entre a União e os Estados. Nesse sentido, a federação seria equilibrada 
quando os poderes dados aos Estados e à União não prevaleçam uns em face dos 
outros. A federação simétrica seria a equilibrada, por isso considerada ideal; a 
assimétrica é aquela em que prevalece o desequilíbrio, caso em que ou os Estados ou a 
União têm mais poder em detrimento dos outros. 
 
1
 Força de fora para dentro. 
2
 Força de dentro para fora. 
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Quanto ao equilíbrio, a federação brasileira é assimétrica, por concentrar mais 
poderes na União. Já, quanto à organização, nossa federação é simétrica. 
 
5. Formas de Governo 
República Monarquia 
Eletividade. Hereditariedade. 
Periodicidade nas eleições. Vitaliciedade (governante 
permanece até sua morte) 
Há responsabilidade do 
governante. 
Irresponsabilidade do 
governante (the king can do no 
wrong) 
Obviamente, o Brasil é uma república. 
 
6. Sistemas de Governo 
Presidencialismo Parlamentarismo 
Unidade do Poder Executivo. Dualidade do Poder Executivo. 
Separação de Poderes. Colaboração entre os Poderes3 
Irresponsabilidade Política. Responsabilidade Política. 
No presidencialismo, fala-se em unidade do Poder Executivo, pois o Chefe de 
Estado e o Chefe de Governo são a mesma autoridade: o Presidente da República. Já, 
no parlamentarismo, fala-se em dualidade, porque essa representação não se dá pela 
mesma autoridade: o Chefe de Estado será o monarca (monarquia parlamentarista) ou 
o Presidente (república parlamentarista); e o Chefe de Governo é o Primeiro-Ministro. 
No parlamentarismo, há responsabilidade política, que significa que o 
parlamento pode determinar a destituição do Primeiro-Ministro sem que isso 
represente uma sanção decorrente de infração, mas tão somente em razão da perda 
da confiança. Da mesma forma, o Primeiro-Ministro pode determinar a dissolução do 
 
3
 Afinal o Primeiro-Ministro depende da confiança do parlamento. 
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parlamento e convocação de novas eleições em função da confiança, o que representa 
jogo político. 
Já, no presidencialismo, fala-se em irresponsabilidade política, porque o 
Presidente da República só sofre o processo de impeachment se tiver cometido uma 
infração. O processo de impeachment não tem natureza apenas política, exigindo o 
cometimento de infração para a instauração. Fala-se em conteúdo político-
administrativo, que não se restringe ao meramente político. 
 
7. Democracia 
a. Democracia Direta: o próprio povo toma as decisões políticas. 
b. Democracia Indireta: o povo escolhe seus representantes, que tomam 
as decisões em nome do povo, tratando-se da democracia representativa. 
c. Semidireta: tem-se a escolha de representantes pelo povo, mas há 
também formas de participação direta do povo. Trata-se de democracia representativa 
com possibilidade de participação direta, sendo chamada de democracia participativa. 
Esse é o caso brasileiro, consoante art. 1º, parágrafo único e art. 14 da CRFB. 
CRFB, Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Observação: O plebiscito e referendo são formas de consulta popular, sendo 
que o primeiro é prévio e o segundo posterior. 
De relevo analisar as formas de participação direta do povo: 
a. Direito de receber informações perante órgão público. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) 
b. Direito de petição e de certidão. 
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
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b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c. Ação popular. 
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovadamá-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
d. Iniciativa popular de leis em âmbito estadual. 
Art. 27, § 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo 
estadual. 
e. Cooperação das associações representativas e iniciativa popular de leis 
no âmbito municipal. 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da 
Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; 
(Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da 
cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do 
eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 
f. Princípio do concurso público, como forma de assegurar a participação 
profissional do indivíduo na administração pública. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em 
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
g. Participação do usuário na administração pública direta e indireta. 
Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
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I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, 
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação 
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de 
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de 
cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
h. Comissões parlamentares. 
Art. 58, § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa 
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
i. Iniciativa popular de leis em âmbito federal. 
Art. 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara 
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do 
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
j. Denúncia popular perante o Tribunal de Contas. 
Art. 74, § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte 
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o 
Tribunal de Contas da União. 
k. O STF aceita a denúncia popular contra o Presidente da República 
dirigida à Camarada dos Deputados para juízo de cabimento, seja em caso de crime 
comum ou nos de responsabilidade. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da 
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos 
crimes de responsabilidade. 
l. Participação no Conselho da República. 
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da 
República, e dele participam: 
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VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, 
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado 
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três 
anos, vedada a recondução. 
m. Seguridade social. 
Art. 194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar 
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
n. Sistema Único de Saúde. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
III - participação da comunidade. 
o. Na definição das ações governamentais relacionadas à assistência social. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas 
com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de 
outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
p. No ensino público. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
Todas essas hipóteses são reconhecidas pelo STF como mecanismos de 
participação do indivíduo no Estado, que, como visto, não se restringem ao art. 14 da 
CRFB. 
 
FEDERAÇÃO BRASILEIRA 
 
O tema é abordado no art. 18 e seguintes da CRFB. 
 
 
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1. Federação Quadripartida 
A federação brasileira é quadripartida porque composta com quatro entes 
(União, Estados, Municípios e DF), todos autônomos. 
Como se vê, com o advento da CRFB, findou-se a controvérsia sobre se o 
município seria ente da federação ou não. 
O DF não pode ser enquadrado como estado, tampouco pode ser dividido em 
municípios, tendo a natureza de ente autônomo da federação. Por isso, o DF cumula as 
competências estaduais e municipais. 
Destaca-se, por fim, que, para o STF, comparativamente, o DF se aproxima mais 
do modelo estadual que do municipal. 
 
2. Documento-Base 
a. União  Constituição da República. 
b. Estados  Constituição Estadual. 
c. Municípios  Lei Orgânica. 
d. DF  Lei Orgânica. 
A lei orgânica do DF é peculiar, na medida em que disciplina tanto matéria de 
Constituição Estadual como de lei orgânica municipal. 
Como já abordado em sala, a lei orgânica do DF pode ser parâmetro do 
controle de constitucionalidade, mas apenas quanto à matéria própria de Constituição 
Estadual. 
 
3. Criação de Estados e Municípios 
3.1. Formas 
a. Fusão  Dois entes da federação de unem para formar um único. 
A + B = C 
b. Incorporação  Dois entes se unem, sendo que um deles deixa de 
existir, porque se incorpora a outro. 
A + B = A 
c. Cisão  O ente originário deixa de existir e dele nascem novos entes. 
A = B e C 
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d. Desmembramento  surgimento de um novo ente de outro pré-
existente, sendo que este continua a existir. 
A = A e B 
Observação: O termo “subdivisão” pode ser usado tanto no sentido de cisão 
quanto como uma quinta situação, qual seja, subdivisão para incorporação, caso em 
que não ocorre nem criação nem extinção de um ente, mas apenas uma mudança 
geográfica. Exemplo: alteração do tamanho dos municípios. 
 
3.2. Criação de Estados 
A CRFB/88 determina que haja plebiscito, acerca do qual o STF entendeu que 
toda a população do estado deve participar do plebiscito, não apenas aquela afetada 
pela mudança. 
Vale observar que o Ministro Marco Aurélio, voto vencido no julgamento 
acerca da matéria, defendia que toda a população nacional deveria participar do 
plebiscito, pois a criação de novo ente importa grande dispêndio por parte da União. 
O argumento contrário ao dele sustenta que sujeitar a criação de estados à 
apreciação nacional inviabilizaria qualquer tipo de mudança, afinal a população 
nacional dificilmente concordaria com a alteração pretendida. 
 
3.3. Criação de Municípios 
Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade 
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT 
Como se vê, o art. 18, parágrafo 4º, sofreu alteração em seu texto original com 
a EC 15/96. 
A consulta prévia por plebiscito já era exigida pela redação originária do 
dispositivo, porém foi suprimida a exigência de preservação da continuidade e da 
unidade histórico-cultural do ambiente urbano. 
Por outro lado, a redação atual acrescentou a exigência do estudo de 
viabilidade. 
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Adicionalmente, a redação dada pela EC 15/96 exige lei complementar federal, 
sendo que a redação originária não fazia menção a tal exigência, mas apenas à lei 
complementar estadual. 
Diante disso, o STF passou a entender que o art. 18, parágrafo 4º da CRFB como 
norma de eficácia limitada, dependendo de complementação para produzir efeitos. 
Assim, a lei complementar federal deveria ser elaborada, para que só então estados 
criassem os municípios. Como essa norma não foi elaborada, as leis complementares 
que criaram municípios foram tidas como inconstitucionais, consoante a ADI 2.240. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.619/00, DO ESTADO DA 
BAHIA, QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL POSTERIOR À EC 15/96. AUSÊNCIA DE 
LEI COMPLEMENTAR FEDERAL PREVISTA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. AFRONTA 
AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. OMISSÃO DO 
PODER LEGISLATIVO. EXISTÊNCIA DE FATO. SITUAÇÃO CONSOLIDADA. PRINCÍPIO 
DA SEGURANÇA DA JURÍDICA. SITUAÇÃO DE EXCEÇÃO, ESTADO DE EXCEÇÃO. A 
EXCEÇÃO NÃO SE SUBTRAI À NORMA, MAS ESTA, SUSPENDENDO-SE, DÁ LUGAR À 
EXCEÇÃO --- APENAS ASSIM ELA SE CONSTITUI COMO REGRA, MANTENDO-SE EM 
RELAÇÃO COM A EXCEÇÃO. 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu 
existência de fato, há mais de seis anos, como ente federativo. 2. Existência de 
fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação 
como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de 
caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e 
acolhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-se à 
prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação 
consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada. 4. A 
exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de 
criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a 
promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1.996, deve-
se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do Congresso Nacional que 
inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A não edição da 
lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia autêntica violação 
da ordem constitucional. 6. A criação do Município de Luís Eduardo Magalhães 
importa, tal como se deu, uma situação excepcional não prevista pelo direito 
positivo. 7. O estado de exceção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado 
da normalidade. Não é a exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, 
suspendendo-se, dá lugar à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como 
regra, mantendo-se em relação com a exceção. 8. AoSupremo Tribunal Federal 
incumbe decidir regulando também essas situações de exceção. Não se afasta do 
ordenamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção desaplicando-a, isto é, 
retirando-a da exceção. 9. Cumpre verificar o que menos compromete a força 
normativa futura da Constituição e sua função de estabilização. No aparente 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento da existência 
válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à federação. 10. O princípio 
da segurança jurídica prospera em benefício da preservação do Município. 11. 
Princípio da continuidade do Estado. 12. Julgamento no qual foi considerada a 
decisão desta Corte no MI n. 725, quando determinado que o Congresso Nacional, 
no prazo de dezoito meses, ao editar a lei complementar federal referida no § 4º 
do artigo 18 da Constituição do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência 
consolidada do Município de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de 
inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação 
direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade, mas não 
pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, da Lei n. 7.619, de 30 de março de 
2000, do Estado da Bahia. 
 
2º Horário 
 
No julgado em referência, o STF percebeu que ao declarar-se a 
inconstitucionalidade com efeitos ex tunc, ou até mesmo ex nunc, poderia causar um 
caos na ordem jurídica, afinal muitos municípios já existiam por um longo período. Por 
isso, o STF fez a declaração da inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade do 
art. 18, §4º, tendo fixado um prazo que se sanasse o problema. 
Porém, o Congresso Nacional, ao invés de simplesmente elaborar a lei 
complementar federal, editou a EC 57/08, pelo que se inseriu o art. 96 ao ADCT, por 
meio do qual se convalidaram os atos de criação fusão, incorporação e 
desmembramento de municípios. 
ADCT, Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e 
desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de 
dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do 
respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
57, de 2008). 
Com isso, vê-se que o Congresso Nacional convalidou leis que nasceram 
inconstitucionais, embora o nosso ordenamento jurídico vede a constitucionalidade 
superveniente, pelo que se proíbe que lei inconstitucional seja convalidada. 
Porém, o cenário não é tão simplório. Não se pode esquecer que a redação 
original do art. 18, § 4º exigia apenas lei estadual. Foi o Congresso Nacional que editou 
a EC 15 e passou a exigir a lei complementar federal para tanto, porém o Legislativo 
manteve-se inerte na sua elaboração. Desse modo, a omissão do Congresso Nacional 
em elaborar a lei gerou uma limitação ao poder dos estados, pois é ele quem pode 
criar ou não municípios. 
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Como se vê, a situação mostra-se incongruente, pois o próprio Congresso 
Nacional instituiu a exigência, mas ele próprio impossibilita seu cumprimento. Nesse 
contexto, veem-se duas inconstitucionalidades, uma por parte dos estados que criam 
os municípios sem a lei complementar federal, e outra por parte do Congresso 
Nacional, que se manteve omisso em elaborar a lei. Justamente pelo exposto, o 
Congresso Nacional entendeu por bem convalidar os atos a princípio inconstitucionais 
por meio da EC 57/08. 
Deve-se aguardar a posição do STF sobre a constitucionalidade ou não da 
alteração providenciada pela EC 15/96. 
 
4. Características da Federação Brasileira 
4.1. Características de Constituição 
4.1.1. Autonomia 
A autonomia abrange: 
a. Auto-organização: capacidade de um ente elaborar sua Constituição (no 
caso dos estados), suas leis orgânicas (no caso dos municípios) e a legislação comum. 
b. Autogoverno: capacidade de definir seus próprios agentes políticos. 
A União, assim como os Estados, possui Poder Executivo, Poder Judiciário e 
Poder Legislativo. Os municípios só possuem Poder Executivo e Poder Legislativo, não 
tendo Poder Judiciário, razão pela qual atuam, em regra, perante a Justiça Estadual e, 
excepcionalmente, perante a Justiça Federal. 
O DF tem Poder Judiciário, mas este, bem como seu Ministério Público e sua 
Defensoria Pública são organizados e mantidos pela União. Destaca-se que tal 
circunstância também se aplica aos territórios. 
Vale observar que a Defensoria Pública do DF ainda não foi criada, sendo que o 
GDF (governo do DF) apenas instituiu uma defensoria de assistência judiciária. 
Observação: O Ministério Público divide-se em MPU e MPE, sendo que o MPU 
divide-se em MPF, MPT, MPM e MPDF. 
c. Autoadministração: capacidade para a realização de toda a atividade 
administrativa. Exemplos: prestação de serviços públicos, o poder de polícia, a 
atividade de fomento, etc. 
d. Autolegislação: capacidade para elaborar leis próprias. 
e. Autofinanciamento: capacidade para se financiar e gerir seus próprios 
recursos, o que se relaciona com a arrecadação de tributos. 
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Observação: A autolegislação e o autofinanciamento, por vezes, são tidos como 
características autônomas, e, por vezes, como inerentes à própria autoadministração. 
 
4.1.2. Bicameralismo 
Primeiramente, frisa-se que o Poder Legislativo Federal não é exercido por duas 
casas legislativas, mas pelo Congresso Nacional, o qual é composto por duas casas, 
consoante art. 44 caput da CRFB. 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo e o Senado 
Federal por representantes dos estados. Cada estado da federação elege 3 senadores, 
o que significa a possibilidade de o estado participar da formação da vontade nacional. 
A isso se chama de bicameralismofederativo. 
Em oposição, tem-se o bicameralismo aristocrático, presente na Inglaterra, em 
que se tem a casa do povo (câmara baixa) e a câmara dos Lords (câmara alta). 
 
4.1.3. Repartição de Competências 
Trata-se de tema de grande incidência em provas, principalmente sobre o tema 
de competência legislativa. Por isso, devem ser lidos exaustivamente os arts. 21 a 24 
da CRFB. 
Acerca da repartição de competência tem-se: 
a. Competência Exclusiva (art. 21)  Competência administrativa (ou 
material) da União, a qual se caracteriza por ser indelegável. 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras 
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
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VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de 
natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem 
como as de seguros e de previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e 
de desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os 
serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização 
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e 
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria 
Pública do Distrito Federal e dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros 
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito 
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;(Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e 
cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de 
programas de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
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XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir 
critérios de outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico e transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, 
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos 
os seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins 
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e 
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de 
garimpagem, em forma associativa. 
b. Competência Privativa (art. 22)  Competência legislativa da União. 
Esta é delegável, de modo que a União poderá delegar aos estados a 
possibilidade de legislar sobre matéria específica, por meio de lei complementar. Os 
estados, por sua vez, para disciplinar a matéria, devem elaborar lei ordinária. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de 
guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
 D. Constitucional 
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VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do 
Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, 
convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária 
federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para 
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, 
III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Exemplo: A União não pode autorizar os estados a legislar sobre Direito Civil, 
mas apenas sobre ponto específico do tema. 
c. Competência Comum (art. 23)  competência administrativa da União, 
dos Estados, do Município e do DF. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de 
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a 
integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio 
do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
d. Competência Concorrente (art. 24)  competência legislativa, cabendo 
à União elaborar normas gerais e aos Estados normas suplementares que visem 
atender as especificidades dos estados. 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino e desporto; 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
Exemplo: Tem-se o CDC (norma geral), sendo que os estados podem elaborar 
normas suplementares necessárias ao atendimento das peculiaridades daquele 
estado. 
Se não houver a lei da União, os estados passam a exercer a competência 
legislativa plena. Porém, se sobrevier norma da União, haverá suspensão da eficácia 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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da norma estadual na parte que lhe for contrária. Não há revogação, pois as normas 
são emanadas por entes federais diversos. 
Observação1: A competência pode ser administrativa ou legislativa, sendo que 
a primeira é exclusiva ou comum (arts. 21 e 23), enquanto a segunda é privativa ou 
concorrente (arts. 22 e 24). 
 Exclusiva 
 Administrativa 
Competência Comum 
 Privativa 
 Legislativa 
 Concorrente 
Observação2: O STF chama as competências comum e concorrente de 
competência vertical, pois se tem entes diversos da federação atuando na mesma 
matéria. Por outro lado, as competências exclusiva e privativa são chamadas de 
competência no plano horizontal. 
Observação3: O STF também chama a competência concorrente (legislativa) de 
condomínio Legislativo. 
Há uma série de julgados do Supremo a respeito da repartição de 
competências, os quais serão abordados de modo mais profundo no próximo tópico. 
Por ora, passa-se à análise de alguns exemplos: 
Exemplo1: Lei estadual que dispõe sobre ponto de internet é inconstitucional, 
pois a matéria “telecomunicações” é de competência privativa da União. 
Exemplo2: Lei estadual que confere anistia em matéria penal é inconstitucional, 
pois trata de matéria penal, matéria privativa da União. Lei estadual que confere 
anistia em matéria administrativa é constitucional. 
Exemplo3: Lei estadual vedando a cobrança de estacionamento em shopping 
center é inconstitucional, pois o direito de propriedade pertence ao ramo do Direito 
Civil, matéria de competência privativa da União. 
e. Competência Residual ou Remanescente (art. 25, §1º)  Trata-se de 
competência dos estados. Assim, se a competência não for da União ou dos 
municípios, a competência será dos estados. 
Art. 25, § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição. 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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Observação: A competência residual, em âmbito tributário, é da União. 
f. Competência Municipal (art. 30 da CRFB)  O inciso II do art. 30 
estabelece que é competência dos municípios suplementar a legislação estadual e 
federal no que completar, no atendimento dos interesses da localidade. No caso, 
aplica-se a preponderância de interesses, pelo que o interesse nacional é da União, 
regional dos estados e local dos municípios. 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas 
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes 
nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem 
caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços 
de atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
Como o município apenas suplementa as matérias, o faz de modo concorrente. 
Assim, pode-se falar que o município exerce um tipo de competência concorrente, não 
com base no art. 24, mas com base no art. 30, II. Aqui, tem-se um terceiro grau, pois o 
município não suplementa apenas a lei federal, mas também a lei estadual. 
 
4.1.3.1. Precedentes do STF 
Para fins de prova, mostra-se relevante a leitura da seguinte coletânea de 
precedentes do STF acerca da repartição de competências: 
a. Por entender usurpada a competência da União para legislar sobre 
trânsito e transportes (CF, art. 22, XI), o Plenário julgou procedente pedido formulado 
 D. Constitucional 
Data: 04/11/2011 
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em ação direta, proposta pelo Governador do Distrito Federal, para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei distrital 2.903/2002, que estabelece penalidades aos 
condutores flagrados, em estado de embriaguez, na direção de veículos 
automotores. ADI 3269/DF, rel. Min. Cezar Peluso, 1º.8.2011. 
b. O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, 
ajuizada pelo Governador do Estado de Santa Catarina, para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 12.775/2003, daquela unidade federativa, que dispõe 
sobre o uso obrigatório de equipamento que ateste a autenticidade de cédulas de 
dinheiro por estabelecimentos bancários e dá outras providências. Reputou-se que a 
norma adversada teria invadido a competência privativa da União para legislar sobre o 
sistema financeiro nacional (CF, artigos 21, VIII; 22, VII; e 192, caput). 
ADI 3515/SC, rel. Min. Cezar Peluso, 1º.8.2011. 
c. O Plenário, por maioria, deferiu pedido de medida cautelar em ação 
direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação Brasileira de Concessionárias 
de Serviço Telefônico Fixo Comutado - Abrafix para suspender os efeitos da Lei 
9.640/2011, do Estado do Rio Grande do Norte. A norma impugnada dispõe sobre 
vedação de cobrança, naquela unidade federativa, das tarifas de assinatura básica e 
dá outras providências. Consoante reiterada jurisprudência desta Corte, reputou-se 
caracterizada, à primeira vista, ofensa aos artigos 21, XI, e 22, IV, da CF. Vencidos os 
Ministros Ayres Britto e Joaquim Barbosa, que indeferiam o pleito acautelatório. 
(Informativo 628) ADI 4603 MC/RN, rel. Min. Dias Toffoli, 26.5.2011 
d. O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação 
direta ajuizada pela Confederação Nacional do Transporte - CNT para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 6.457/93, do Estado da Bahia, que determina a 
instalação de cinto de segurança em veículos de transporte coletivo de passageiros. 
Reputou-se, conforme precedentes da Corte, violado o disposto no art. 22, XI, da CF 
(“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: ... XI - trânsito e 
transporte”). Vencido o Min. Marco Aurélioque, por considerar a particularidade da 
norma discutida — voltada à segurança do cidadão — entendia ser concorrente, entre 
Estado-membro e União, a competência legislativa atinente à matéria e julgava 
improcedente o pleito. ADI 874/BA, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.2.2011. 
e. O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada 
pelo Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucionalidade da Lei 
2.050/92, que alterou a Lei 1.748/90, ambas do Estado do Rio de Janeiro, referente a 
medidas de segurança nos estacionamentos destinados a veículos automotores. O 
dispositivo impugnado proíbe a cobrança de qualquer quantia pela utilização de 
estacionamento em locais particulares. Aduziu-se a inconstitucionalidade material da 
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norma, considerada a afronta ao exercício normal do direito de propriedade (CF, art. 
5º, XXII), e a inconstitucionalidade formal, uma vez que teria sido invadida a 
competência privativa da União para legislar sobre direito civil (CF, art. 22, I). ADI 
1623/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.3.2011. 
f. ADI e usurpação de competência - Por reputar caracterizada a 
usurpação da competência privativa da União para legislar sobre direito processual 
(CF, art. 22, I), o Plenário, em votação majoritária, julgou parcialmente procedente 
pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil para declarar a inconstitucionalidade do art. 114 da Lei 
Complementar paulista 734/93 (Lei Orgânica do Ministério Público estadual). O 
dispositivo adversado determina que mais de um órgão do Ministério Público não 
oficiará simultaneamente no mesmo processo ou procedimento. De início, rejeitou-
se, por maioria, a preliminar de perda parcial do objeto da ação em virtude da 
derrogação tácita do preceito originalmente contestado pelo citado art. 114. Na 
situação dos autos, o requerente impugnava os artigos 6º, I; 16; 17, parágrafo único, e 
18, caput, da Lei Complementar 667/91, daquela mesma unidade federativa. Ocorre 
que, posteriormente, fora instituída a referida LC 734/93, a qual reproduzira, na 
literalidade, o conteúdo normativo deste último preceito, sem que houvesse 
interrupção de vigência. Entendeu-se que, embora o requerente não tivesse aditado 
a inicial da forma mais adequada, sua manifestação no sentido de que o art. 18 da LC 
667/91 estaria em vigor por força do art. 114 da LC 734/93 poderia ser aceita como 
tal. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio que assentavam a 
prejudicialidade da ação. No mérito, por maioria, asseverou-se que o tema 
concernente a eventuais incompatibilidades à atuação simultânea de um mesmo órgão 
do Ministério Público no feito envolveria matéria processual e não de organização local 
da instituição. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Cezar Peluso, Presidente, ao 
fundamento de que não se teria uma disciplina processual propriamente dita, mas 
norma que versaria sobre organização, competência daquele ente. Quanto aos demais 
dispositivos questionados, o Plenário rejeitou o pleito de inconstitucionalidade. No 
tocante ao art. 6º, I, da LC 667/91, aduziu-se ter ocorrido mera mudança de 
nomenclatura, ao ser alterada a denominação do cargo de “Promotor de Justiça 
Curador Judicial de Ausentes e Incapazes” para “Promotor de Justiça Cível”. No mesmo 
sentido concluiu-se em relação ao art. 16, pois apenas revogara atribuição 
indevidamente conferida ao parquet como a curadoria, no processo civil, de réu revel 
ou preso, função da Defensoria Pública. Por fim, relativamente ao art. 17 — que 
conferiu prazo de 30 dias, a contar da vigência da lei, para apresentação de proposta 
de distribuição dos serviços, facultada a preservação de funções exercidas antes desse 
diploma legal, sem prejuízo das novas atribuições cometidas —, considerou-se que a 
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norma cuidaria da reorganização interna da carreira, sem mácula à Constituição. ADI 
932/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 17.12.2010. 
g. Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Nomeação de Chefe de Polícia. 
Exigência de que o indicado seja não só delegado de carreira – como determinado pela 
Constituição Federal – como também que esteja na classe mais elevada. 3. Inexistência 
de vício de iniciativa. 4. Revisão jurisprudencial, em prol do princípio federativo, 
conforme ao art. 24, XVI, da Constituição Federal. 5. Possibilidade de os Estados 
disciplinarem os critérios de acesso ao cargo de confiança, desde que respeitado o 
mínimo constitucional. 6. Critério que não só se coaduna com a exigência 
constitucional como também a reforça, por subsidiar o adequado exercício da função e 
valorizar os quadros da carreira. 7. Ação julgada improcedente. ADI N. 3.062-GO 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES. 
h. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL. 
ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO 
ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou entendimento 
no sentido de que invade a competência da União para legislar sobre direito civil (art. 
22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança de qualquer quantia ao 
usuário pela utilização de estabelecimento em local privado (ADI 1.918, rel. min. 
Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar 
Galvão). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. ADI N. 1.623-RJ 
RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA. 
i. “O caput do art. 195 da Constituição do Estado do Amapá estabelece 
que ‘o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e 
social e de expansão urbana, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para os 
municípios com mais de cinco mil habitantes’. Essa norma constitucional estadual 
estendeu, aos municípios com número de habitantes superior a cinco mil, a 
imposição que a Constituição Federal só fez àqueles com mais de vinte mil (art. 182, 
§ 1º). Desse modo, violou o princípio da autonomia dos municípios com mais de 
cinco mil e até vinte mil habitantes (...).” (ADI 826, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 
12/03/99) 
j. "Lei estadual que estabelece número de vereadores. Autonomia 
municipal. Inconstitucionalidade. Precedentes. Argüição de inconstitucionalidade do § 
1º, I a X, e do §2º, todos do art. 67 da Constituição do Estado de Goiás. Viola a 
autonomia dos municípios (art. 29, IV, da CF/1988) lei estadual que fixa número de 
vereadores ou a forma como essa fixação deve ser feita." (ADI 692, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa, DJ01/10/04) 
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k. - Por entender usurpada a competência privativa da União para legislar 
sobre trânsito (CF, art. 22, XI), o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido 
formulado em ação direta ajuizada pelo Governador do Estado do Espírito Santo para 
declarar a inconstitucionalidade da Lei estadual 7.738/2004, que cria a possibilidade 
de parcelamento, em até 5 vezes, de débitos decorrentes de multas por infrações ao 
Código de Trânsito Brasileiro - CTB. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Ricardo 
Lewandowski que salientaram a necessidade de se adotar ótica que fortalecesse a 
Federação e levaram em conta o argumento de que a verbas provenientes do 
parcelamento ingressaram nos próprios cofres estaduais para julgar improcedente o 
pleito. ADI 3196/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, 21.8.2008. Informativo 515. 
l. - O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente pedido 
formulado em ação direta proposta pelo Governador do Estado do Amapá para 
declarar a inconstitucionalidade da expressão “municipais e”, constante do art. 224 da 
Constituição estadual, que estabelece a gratuidade de metade da passagem nos 
transportes coletivos urbanos, rodoviários e aquaviários, municipais e 
intermunicipais, ao estudante de qualquer grau. Entendeu-se que a norma impugnada 
invadiu a competência municipal para legislar sobre transporte coletivo local (CF, art. 
30, V). Considerou-se, não obstante, que os Estados-membros possuem competência 
residual para legislar sobre transporte intermunicipal de passageiros (CF, art. 25, § 1º). 
Vencido, em parte, o Min. Marco Aurélio que julgava o pleito improcedente. 
Precedentes citados: ADI 1191 MC/PI (DJU de 26.5.95); ADI 2349/ES (DJU de 
14.10.2005). ADI 845/AP, rel. Min. Eros Grau, 22.11.2007. Informativo 489. 
m. Não há usurpação de competência da União para legislar sobre direito 
comercial e comércio interestadual porque o ato normativo impugnado buscou, tão-
somente, assegurar a proteção ao consumidor. II - Precedente deste Tribunal (ADI 
1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de que não invade esfera de competência 
da União, para legislar sobre normas gerais, lei paranaense que assegura ao 
consumidor o direito de obter informações sobre produtos combustíveis. (ADI N. 
2.832-PR). 
n. ADI N. 2.875-DF - I - Dispositivo de lei distrital que obriga os médicos 
públicos e particulares do Distrito Federal a notificarem a Secretaria de Saúde sobre 
os casos de câncer de pele não é inconstitucional. II - Matéria inserida no âmbito da 
competência da União, Estados e Distrito Federal, nos termos do art. 23, I, da 
Constituição Federal. III - Exigência que encontra abrigo também no art. 24, XII, da 
Carta Magna, que atribui competência concorrente aos referidos entes federativos 
para legislar sobre a defesa da saúde. IV - Dispositivo da lei distrital que imputa 
responsabilidade civil ao médico por falta de notificação caracteriza ofensa ao art. 
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22, I, da CF, que consigna ser competência exclusiva da União legislar acerca dessa 
matéria. V - Ação direta parcialmente procedente. 
o. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ART. 75, § 2º, DA 
CONSTITUIÇÃO DE GOIÁS - DUPLA VACÂNCIA DOS CARGOS DE PREFEITO E VICE-
PREFEITO - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL - DOMÍNIO NORMATIVO DA LEI 
ORGÂNICA - AFRONTA AOS ARTS. 1º E 29 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. O 
poder constituinte dos Estados-membros está limitado pelos princípios da Constituição 
da República, que lhes assegura autonomia com condicionantes, entre as quais se tem 
o respeito à organização autônoma dos Municípios, também assegurada 
constitucionalmente. 2. O art. 30, inc. I, da Constituição da República outorga aos 
Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos de interesse local. A vocação 
sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põem-se no âmbito da autonomia 
política local, em caso de dupla vacância. 3. Ao disciplinar matéria, cuja competência 
é exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da Constituição de Goiás fere a autonomia 
desses entes, mitigando-lhes a capacidade de auto-organização e de autogoverno e 
limitando a sua autonomia política assegurada pela Constituição brasileira. 4. Ação 
Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente. (ADI 3549, Relatora Min. CÁRMEN 
LÚCIA). 
p. "Por outro lado, interferindo no orçamento dos Municípios, não deixa 
de lhes afetar a autonomia (art. 18 da CF), inclusive no que concerne à aplicação de 
suas rendas (art. 30, III), sendo certo, ademais, que os artigos 25 da parte permanente 
e 11 do ADCT exigem que os Estados se organizem, com observância de seus 
princípios, inclusive os relativos à autonomia orçamentária dos Municípios." (ADI 
1.689, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 12-3-03, DJ de 2-5-03) 
q. (...) O artigo 30 da Constituição cearense impõe aos Municípios o 
encargo de transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais 
próximo, alunos carentes matriculados a partir da 5ª série do ensino fundamental. 
Indevida ingerência na prestação de serviço público municipal. O preceito afronta a 
autonomia municipal. Inconstitucionalidade do § 3º do artigo 35 da Constituição 
estadual em razão de afronta à autonomia municipal. (ADI N. 307-CE RELATOR: MIN. 
EROS GRAU). 
r. I. Poder Constituinte Estadual: autonomia (ADCT, art. 11): restrições 
jurisprudenciais inaplicáveis ao caso. 1. É da jurisprudência assente do Supremo 
Tribunal que afronta o princípio fundamental da separação a independência dos 
Poderes o trato em constituições estaduais de matéria, sem caráter essencialmente 
constitucional - assim, por exemplo, a relativa à fixação de vencimentos ou a 
concessão de vantagens específicas a servidores públicos -, que caracterize fraude à 
 D. Constitucional 
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iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias a respeito: precedentes. 2. 
A jurisprudência restritiva

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