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Resumo Direito Constitucional Aula 13 (30.01.2012)

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Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 
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Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Intervenção / Conceito / Características / Modo de Realização / Pressupostos 
da Intervenção Federal / Materiais / Formais / Intervenção Espontânea / 
Intervenção Provocada / Discricionariedade do Presidente da República / 
Representação Interventiva (Lei nº 12.562/11) / Legitimidade Ativa / 
Competência / Objeto / Parâmetro / Petição Inicial / Decreto Interventivo / Fim 
da Intervenção / Intervenção Estadual / Poder Legislativo / Congresso Nacional 
/ Composição / Sistema Eleitoral / Legislatura e Mandato 
2º Horário. 
 Funções do Legislativo / Funções Típicas / Investigação / Comissão Parlamentar 
de Inquérito / Tribunal de Contas 
 
1º Horário 
 
1. Intervenção 
O tema está previsto do art. 34 ao 36, CRFB e é medida que visa à conservação 
da Federação Brasileira. 
 
1.1. Conceito 
Intervenção federal é uma medida excepcional e temporária, destinada à 
restauração da normalidade institucional, gerando uma limitação ou supressão da 
autonomia do ente da federação. 
 
1.2. Características 
a) Excepcionalidade: em todas as hipóteses de intervenção federal, esta 
sempre será entendida como o último recurso necessário, ou seja, se não for 
absolutamente necessária será desproporcional. 
b) Temporariedade: no decreto de intervenção deve constar o período em que 
ela irá se realizar. 
c) Proporcionalidade: relaciona-se à excepcionalidade. 
 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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1.3. Modo de Realização 
A União intervém nos Estados/DF (art. 34, CRFB) e estes nos Municípios (art. 
35, CRFB). 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, 
salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento 
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios 
localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a 
dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção 
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
Em regra, não cabe intervenção da União nos Municípios, mas, 
excepcionalmente, se o Município for de território federal caberá a intervenção da 
União, tendo em vista que os territórios têm natureza de autarquia federal. Nestes 
casos, as hipóteses autorizativas de intervenção da União nos Municípios serão as 
previstas no art. 35, CRFB. 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
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1.4. Pressupostos da Intervenção Federal1 
 
1.4.1. Materiais 
São as causas ensejadoras da intervenção federal e estão previstas no art. 34, 
CRFB, em rol taxativo, que não é passível de alteração mediante Emenda 
Constitucional, ou haveria nova forma de limitação/supressão da autonomia dos 
Estados, violando a cláusula pétrea da autonomia federativa. 
 
1.4.2. Formais 
Tratam-se dos procedimentos ou tipos de intervenção, estando previstos no 
art. 36, CRFB. Repare-se que, independentemente do tipo de intervenção, é necessário 
decreto do Presidente da República para o seu estabelecimento. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo 
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação 
for exercida contra o Poder Judiciário; 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do 
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior 
Eleitoral; 
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à 
execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as 
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à 
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no 
prazo de vinte e quatro horas. 
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia 
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro 
horas. 
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo 
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a 
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar aorestabelecimento da normalidade. 
 
1
 O foco da aula será a intervenção federal, tendo em vista que a dos Estados nos Municípios é bastante 
assemelhada à da União nos Estados/DF. 
 Direito Constitucional 
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§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus 
cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 
1.4.2.1. Intervenção Espontânea 
É decretada por meio de decreto do Presidente da República que, verificando 
alguma das causas ensejadoras de intervenção previstas no art. 34, I, II, III e V, CRFB, 
poderá estabelecê-la independente de qualquer provocação. 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, 
salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
 
1.4.2.2. Intervenção Provocada 
A intervenção provocada pode se dar mediante: 
a) solicitação: neste caso, o Poder Executivo ou o Poder Legislativo Estadual 
(poder coacto) está sofrendo alguma coação e solicita a intervenção federal (art. 36, I, 
1ª parte c/c 34, IV, CRFB). 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a 
coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
A solicitação, diferentemente da requisição, trata-se de ato discricionário. 
 
b) requisição: nesta hipótese, há duas situações possíveis: 
• Poder Judiciário está sofrendo a coação: o STF faz a requisição ao Presidente 
da República ao avaliar que está presente alguma causa de intervenção (art. 36, I, 2ª 
parte c/c 34, IV, CRFB). 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 Direito Constitucional 
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I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo 
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação 
for exercida contra o Poder Judiciário; 
 
• Desobediência à ordem ou decisão judicial: art. 36, II c/c 34, VI, CRFB. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do 
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior 
Eleitoral; 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
Neste caso, a requisição poderá ser feita pelo TSE, quando do descumprimento 
de decisão da Justiça Eleitoral, ou pelo STF, quando do descumprimento das decisões 
das Justiças do Trabalho e Militar, bem como das Justiças Estadual ou Federal (no caso 
de matéria constitucional), ou, ainda, pelo STJ, quando o descumprimento for da 
Justiça Federal ou Estadual (matéria infraconstitucional). Observe-se que este 
detalhamento é advindo da jurisprudência e da doutrina, pois não está expresso no 
texto constitucional. 
Note-se que a requisição se trata de ato vinculado. 
 
c) representação do PGR ao STF: é chamada de representação interventiva, 
que se desdobra em dois casos: 
• Recusa à execução de lei federal: é chamada de ação de executoriedade de 
lei federal e está prevista no art. 36, III c/c 34, VI, CRFB. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à 
execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
 
• Violação a princípio constitucional sensível: é a ADI Interventiva e encontra 
previsão no art. 36, III c/c 34, VII, CRFB. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
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III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à 
execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento 
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
Nestes casos, há 4 etapas, quais sejam, Estado viola princípios sensíveis ou se 
recusa a executar lei federal, atuação do PGR, STF julgando a ação e atuação do 
Presidente da República. 
Observação: A representação interventiva foi regulada pela Lei nº 12.562/2011. 
 
1.4.3. Discricionariedade do Presidente da República 
Nos casos de desobediência à ordem ou decisão judicial, de recusa à execução 
de lei federal ou de violação a princípio constitucional sensível (art. 34, VI e VII,CRFB), 
o Presidente da República será obrigado a agir, mas a CRFB confere certa 
discricionariedade a sua atuação (art. 36, parágrafo 3º, CRFB). 
Art. 36, § 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a 
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto 
limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao 
restabelecimento da normalidade. 
Com isto, o Presidente poderá: 
a) expedir decreto de suspensão do ato que está gerando a causa de 
intervenção, caso a mera suspensão seja suficiente, não necessitando de aprovação 
pelo Congresso Nacional. 
b) expedir decreto de intervenção se verificar que a suspensão do ato não é 
suficiente. 
 
1.5. Representação Interventiva (Lei nº 12.562/11) 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
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1.5.1. Legitimidade Ativa 
Cabe ao PGR ingressar com a representação interventiva. 
 
1.5.2. Competência 
A competência para julgamento da representação interventiva é do STF. 
 
1.5.3. Objeto 
O objeto da representação interventiva é a recusa à execução de lei federal ou 
violação de princípio constitucional sensível, que podem se manifestar por meio de um 
ato normativo ou administrativo, assim como por omissão. 
 
1.5.4. Parâmetro 
O parâmetro é o art. 34, VI e VII, CRFB. 
 
1.5.5. Petição Inicial 
Segue a mesma lógica que qualquer inicial no controle de constitucionalidade, 
devendo ser apresentados o objeto e o parâmetro. 
Caso o relator entenda que a petição é inepta, poderá indeferi-la liminarmente, 
decisão da qual cabe agravo. Todavia, preenchidos os requisitos corretamente, o 
relator deferirá a inicial e, se houver pedido de cautelar: 
a) o relator poderá ouvir o legitimado passivo, o AGU e o PGR, no prazo comum 
de 5 dias. 
b) conceder a cautelar e: 
• suspender processos judiciais ou administrativos; 
• suspender decisão judicial ou administrativa; 
• determinar outra medida pertinente à matéria. 
Nas hipóteses de não haver pedido de cautelar ou depois de apreciada a 
cautelar ocorrerão as seguintes etapas: 
1ª. prestação das informações pelo legitimado passivo (prazo de 10 dias); 
2ª. manifestação do AGU (prazo de 10 dias); 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
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3ª. manifestação do PGR (prazo de 10 dias); 
4ª. Se necessário: designação de perito/audiência pública/requisição de 
informações adicionais; 
5ª. possibilidade de amicus curiae; 
6ª. Decisão final: o quórum de presença é de 8 ministros, enquanto o quórum 
de decisão é de 6 ministros. Haverá comunicação às autoridades ou órgãos 
responsáveis, bem como ao Presidente da República (se procedente o pedido), que 
terá 15 dias para agir (fazer o decreto de suspensão ou de intervenção). 
 
1.5.6. Decreto Interventivo 
No decreto interventivo, expedido pelo Presidente da República, deverá 
constar o prazo da intervenção, as condições, a amplitude e o interventor (se houver). 
Com relação à amplitude, poderá abranger toda a Administração Pública ou 
apenas parte dela. 
No tocante ao Poder Judiciário, a intervenção que venha a afetá-lo em sua 
função típica é ainda mais excepcional, sendo que parcela significativa da doutrina 
entende pela impossibilidade desse tipo de intervenção federal, sustentando que 
deveria haver o deslocamento da função a outro órgão jurisdicional. 
Note-se que, caso a intervenção se dê no Poder Legislativo, a função legiferante 
passará ao Governador do Estado, se este não for afastado. 
O decreto de intervenção passa pela aprovação do CN e, caso este esteja em 
recesso, será realizada convocação extraordinária. 
 
1.5.7. Fim da Intervenção 
Cessada a intervenção, as autoridades afastadas retornam aos seus cargos, se 
não houver impedimento legal. 
 
1.6. Intervenção Estadual 
Está prevista no art. 35, CRFB, com procedimento bastante assemelhado ao da 
intervenção federal. 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios 
localizados em Território Federal, exceto quando: 
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I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a 
dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção 
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
Registre-se que, em respeito ao princípio da simetria, o PGJ possui legitimidade 
para propor representação ao TJ (art. 35, IV, CRFB). 
Importante destacar que o STF entende não ser cabível RE da decisão do TJ que 
decide sobre a intervenção estadual, tendo em vista que a natureza da intervenção é 
de procedimento político-administrativo, não havendo decisão jurisdicional 
propriamente dita no caso. 
 
2. Poder Legislativo 
 
2.1. Congresso Nacional 
 
2.1.1. Composição 
É composto da Câmara dos Deputados (representantes do povo) e pelo Senado 
Federal (representantes dos Estados). 
Note-se que o Poder Legislativo é exercido pelo CN, que é composto de duas 
casas. 
 
2.1.2. Sistema Eleitoral 
Na Câmara, o sistema eleitoral é o proporcional, em que há um número 
mínimo de 8 deputados e máximo de 70, ou seja, nem todos os Estados elegem o 
mesmo número de deputados. 
Os votos são computados para a legenda ou partido, fazendo-se cálculo para se 
verificar o número de votos necessário para que se obtenham vagas, que serão 
ocupadas pelos candidatos mais votados. 
 Direito Constitucional 
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Isto gera algumas discrepâncias, pois deputados com pouquíssimos votos 
ocupam vagas e outros com um número muito superior de votos não são eleitos. 
Desta forma, o estabelecimento de número mínimo e máximo de deputados pode 
gerar quebra do Princípio da Isonomia, pois os votos de Estados menores passam a 
valer mais que os de Estados maiores. 
Com base nisto, foi proposta ADI no STF alegando-se que a CRFB originária teria 
violado as cláusulas pétreas, mas o Supremo entendeu que estas são limites apenas ao 
Constituinte Derivado Reformador, não conhecendo da ADI por impossibilidade 
jurídica do pedido, por não admitir a tese das normas constitucionais inconstitucionais. 
No Senado, o sistema eleitoral é o majoritário e são eleitos 3 senadores por 
Estado. Como é sabido, o sistema majoritário pode ser simples – basta o candidato 
obter a maioria dos votos, ainda que não seja superior a 50% –, ou absoluto – o 
candidato deve obter mais da metade dos votos válidos para ser eleito e caso isso não 
ocorra, vai-se a 2º turno. 
O sistema majoritário simples é aplicável aos Senadores e aos Prefeitos de 
Municípios com menos de 200 mil eleitores, como manda o art. 29, II, CRFB. 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da 
Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de 
outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, 
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil 
eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) 
Já o sistema majoritário absoluto é utilizado nas eleições para Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos de Municípios com mais de 200 mil eleitores. 
 
2.1.3. Legislatura e Mandato 
A legislatura possui 4 anos e não se confunde com o mandato que é de 4 anos 
para os deputados e de 8 anos para os senadores. Com isto, em uma eleição elege-se 
apenas 1 senador e na segunda elegem-se 2, renovando-se a casa de 4 em 4 anos. 
Desta forma, a renovação dos deputados é total, pois todas as vagas ficam à disposição 
do povo para renovação, enquanto a renovação dos senadores é parcial, pois ora 
elege-se 1/3, ora elege-se 2/3. 
 
2º Horário 
 Direito Constitucional 
Data: 30.01.2012 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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2.2. Funções do Legislativo 
 
2.2.1. Funções Típicas 
A função típica do Poder Legislativo é de legislar, assim como as funções de 
investigar e fiscalizar, visto que aqueles que representam o povo para a elaboração de 
normas têm o poder de fiscalizar o cumprimento dessas leis. 
 
2.2.1.1. Investigação 
a) Político-Administrativa: é exercida através das CPIs, que são órgãos do 
próprio Poder Legislativo. 
b) Financeiro-Orçamentária: exercida com auxílio dos Tribunais de Contas, que 
são órgãos autônomos ligados ao Poder Legislativo. 
Desta forma, o órgão que faz o controle financeiro-orçamentário da União é o 
Congresso Nacional, com o auxílio do TCU, e no âmbito dos Estados o controle é feito 
pela Assembléia Legislativa, com auxílio do TCE. Já no âmbito municipal, é a Câmara 
dos Vereadores que realiza o controle financeiro, com auxílio do TCE ou do TCM, onde 
houver este último. 
Importante destacar que a possibilidade de existência de TCM, para alguns, se 
dá por conta da manutenção dos criados antes de 1988, pois após a CRFB não é mais 
possível a sua criação. O STF, todavia, entende que o Município não pode criar um 
Tribunal de Contas para si, mas o Estado pode criar para um ou para um conjunto de 
Municípios um Tribunal de Contas Municipais, que será órgão estadual cuja função é 
prestar auxílio à Câmara dos Vereadores. Com isto, a jurisprudência concilia as 
disposições dos parágrafos 1º e 4º, art. 31, CRFB. 
Art. 31, § 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio 
dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. 
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. 
 
2.2.1.1.1. Comissão Parlamentar de Inquérito 
a) Previsão: a CPI encontra previsão no art. 58, parágrafo 3º, CRFB. 
Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
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regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e 
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 
um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo 
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, 
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
 
b) Natureza Jurídica: a CRFB/88 prevê a CPI expressamente, mas o STF entende 
que, como o poder de investigação é função típica do Legislativo, ainda que não 
houvesse previsão expressa no texto constitucional2, a CPI poderia ser criada. Isto 
porque, a sua criação nada mais é que conferir maior funcionalidade ao próprio poder. 
Desta forma, a natureza da CPI é de órgão fracionário da respectiva casa, ou 
seja, é uma projeção orgânica da casa. 
 
c) Requisitos de Constituição da CPI: estão previstos no art. 58, parágrafo 3º, 
CRFB, quais sejam: 
• requerimento subscrito por 1/3 dos membros da casa: pelo direito das 
minorias parlamentares, o STF entende que ainda que a parte que não deseja a CPI 
seja numericamente maior, a minoria pode tê-la instalada e cabe MS para assegurar 
esse direito. 
• fato determinado: a CPI é instalada para apuração de situação singular. A 
jurisprudência entende que é possível a investigação de fato diverso, desde que seja 
fato conexo com odeterminado. 
• prazo certo: trata-se da delimitação temporal da atuação da CPI. É cabível a 
prorrogação, entendendo o STF que é possível, inclusive, mais de uma prorrogação, 
desde que não ultrapasse a mesma legislatura (4 anos), ou seja, ao findar uma 
legislatura, finda-se também a CPI no estado em que se encontra. A legislatura é o 
limite intransponível da atuação da CPI. 
 
d) Atuação da CPI: 
• Poder de Convocação: pode convocar pessoas para depor na condição de 
investigado ou de testemunha, poder que inclui a condução coercitiva. 
 
2
 As constituições de 1934 e 1937 não previam a possibilidade de criação de CPIs, mas estas foram 
criadas. 
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No caso de o indivíduo ser convocado e não ter recursos suficientes para 
comparecer, não estará sujeito à condução coercitiva, devendo o Legislativo arcar com 
os custos do seu comparecimento. 
Frise-se que magistrados podem ser convocados para depor em CPI por aquilo 
que não seja a sua atividade fim. Exemplo: Um juiz não pode ser convocado para depor 
sobre as razões pelas quais concedeu uma cautelar. 
Com relação à convocação de índio para depor, o art. 231, parágrafo 5º, CRFB 
impõe que o grupo indígena não pode ser removido de suas terras, a não ser em 
situações específicas. Com isto, o STF entende que a proteção dada ao grupo é 
estendida aos índios, não podendo estes ser convocados a depor fora de suas terras 
(depoimento deve ocorrer dentro das terras do indígena). 
Art. 231, § 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad 
referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que 
ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após 
deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno 
imediato logo que cesse o risco. 
• Poder Investigativo: a CPI tem o poder de investigação próprio das 
autoridades judiciais, o que não significa dizer que tem os mesmos poderes de juiz. 
Desta forma, CPI não possui o poder de cautela, que é exclusivo de magistrados. 
Exemplo: A CPI não pode decretar a indisponibilidade dos bens. 
Desta forma, a CPI não pode invadir o Princípio da Reserva de Jurisdição, que 
significa que certas medidas só podem ser determinadas pelo juiz propriamente dito, 
como a busca domiciliar, a interceptação telefônica e a prisão, salvo em flagrante. 
Importante destacar que não se deve confundir interceptação telefônica, que é 
a captação do conteúdo da conversa, com a quebra do sigilo de dados, entendida 
como o acesso às informações (dados fiscais, bancário e telefônico). 
A CPI, desta feita, pode decretar a quebra do sigilo de dados, pois não está 
afeta à reserva de jurisdição. Para isso, é necessária fundamentação, demonstração da 
necessidade absoluta da medida, delimitação pessoal (quem e quais pessoas vão 
sofrer a quebra, fundamentando com relação a cada uma delas) e a delimitação 
temporal da medida. 
Em relação à prisão, a CPI não tem legitimidade para a sua decretação, salvo no 
caso de flagrante e desde que haja o cometimento de um crime em flagrante (fato que 
se diz crime ser efetivamente um delito). Como o indivíduo tem o direito ao silêncio 
perante a CPI, decorrente do Princípio da Não Autoincriminação (Nemo Denetur Se 
Detegere), não pode ser preso quando se recusar a falar, por a hipótese não ser 
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configurada como crime. Com isto, diversos HCs preventivos são impetrados no STF 
para a concessão de salvo conduto quando da prestação de depoimento em CPI. 
Note-se que as regras do processo penal são aplicáveis ao indivíduo que for 
ouvido na condição de investigado, não tendo este o compromisso de dizer a verdade. 
Observação: o convocado tem o direito à assistência de advogado e/ou 
familiar. 
• A CPI não tem poder decisório no sentido de condenação: terminado o 
trabalho, a CPI elabora um relatório que é encaminhado ao MP. Havendo a 
configuração de competência da Justiça Federal, o relatório é encaminhado ao MPF, 
caso contrário irá ao MPE. 
• Medidas determinadas devem respeitar o Princípio da Colegialidade: 
qualquer medida de investigação deve ser aprovada pela maioria, tendo o Supremo 
afirmado por diversas vezes que a CPI tem que atuar com base na legalidade. 
 
2.2.1.1.2. Tribunal de Contas 
a) Natureza Jurídica: o Tribunal de Contas trata-se de órgão autônomo ligado 
ao Poder Legislativo. 
 
b) Composição: o TCU é composto de 9 ministros, sendo 6 indicados pelo Poder 
Legislativo e 3 indicados pelo Presidente da República, caso em que 1 tem que ser 
escolhido dentre os auditores dos Tribunais de Contas, outro dos MPs Especiais e um 
terceiro de livre escolha, observados os requisitos constitucionais. 
O TCE é composto por 7 conselheiros, sendo 4 advindos do Legislativo estadual 
e 3 indicados pelo Governador, seguindo-se a mesma lógica prevista para o Presidente 
da República (simetria), como entende o STF. 
Note-se que a carreira de auditor é interna (própria) do Tribunal de Contas. 
O Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas não está na estrutura 
do MP tradicional, não sendo possível que membros do MP tradicional atuem naquele. 
O membro do MP Especial é chamado de Procurador do Tribunal de Contas. 
Importante destacar que a lei que rege o MP Especial é de iniciativa do Tribunal de 
Contas. 
c) Atuação: a CRFB afirma que o controle das contas é feito pelo Poder 
Legislativo, sendo a prestação de contas feita perante este. O dever de prestar contas 
inclui tanto as pessoas naturais, como as pessoas jurídicas, sejam de direito público ou 
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de direito privado, desde que manuseiem recursos públicos de alguma forma (bens, 
verbas etc). Com isto, se a pessoa integrar a Administração Pública e não receberrecursos públicos, ou seja, seus recursos forem privados, não terá que prestar contas. 
Observação: O dever de prestar contas foi alçado como princípio sensível (art. 
70, parágrafo único c/c 34, VII, “d”, CRFB). 
Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, 
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, 
assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
 
d) Competência: o art. 71, CRFB prevê a competência do Tribunal de Contas, 
merecendo alguns comentários. 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de 
seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens 
e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e 
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles 
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo 
ao erário público; 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo 
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, 
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório; 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas 
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no 
inciso II; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital 
social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado 
constitutivo; 
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VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante 
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito 
Federal ou a Município; 
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de 
suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados 
de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão 
à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. 
O art. 71, I, CRFB deve ser combinado com o art. 49, IX, CRFB, pois o Tribunal de 
Contas apenas aprecia as contas do Presidente e é o Congresso que as julga. Frise-se 
que o art. 51, II, CRFB prevê que, se o Presidente não prestar contas, caberá à Câmara 
proceder à tomada. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar 
os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 
 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não 
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da 
sessão legislativa; 
O inciso II, art. 71, CRFB, ao mencionar a palavra “julgar” não se refere a uma 
função jurisdicional, significando “decidir a respeito”, garantindo-se que a decisão do 
Tribunal de Contas seja impugnável judicialmente. 
No tocante ao art. 71, III, CRFB, sua redação traz regra, exceção, regra e 
exceção respectivamente, devendo-se ter cautela na sua leitura. Deve ser combinado 
com a súmula vinculante nº 3, que prevê o direito à ampla defesa e ao contraditório 
nos processos do TCU, salvo quando apreciada a legalidade para fins de registro do ato 
concessório de aposentadoria, pensão e reforma. Isto porque se tratam de atos 
complexos, ou seja, se o indivíduo quiser defender o seu direito deverá fazê-lo diante 
do órgão administrativo a que está vinculado ou do Poder Judiciário. 
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Súmula Vinculante nº 3. Nos processos perante o tribunal de contas da união 
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar 
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, 
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma e pensão. 
O inciso VIII, art. 71, CRFB denota que o Tribunal de Contas tem poder de 
coercibilidade, sendo que as multas fazem título executivo, como disposto no 
parágrafo 3º, art. 71, CRFB. Note-se que a competência para executar o título em 
comento é da AGU. 
Art. 71, § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa 
terão eficácia de título executivo. 
Pelo art. 71, IX, CRFB, o Tribunal de Contas pode assinar prazos para a correção 
de irregularidades por ele constatadas em certo ato ou contrato. Caso estes prazos não 
sejam atendidos, poderá sustar apenas o ato (art. 71, X, CRFB), pois no caso de 
contrato administrativo a sustação terá que ser feita pelo Congresso (parágrafo 1º, art. 
71, CRFB).

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