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Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Intervenção / Conceito / Características / Modo de Realização / Pressupostos da Intervenção Federal / Materiais / Formais / Intervenção Espontânea / Intervenção Provocada / Discricionariedade do Presidente da República / Representação Interventiva (Lei nº 12.562/11) / Legitimidade Ativa / Competência / Objeto / Parâmetro / Petição Inicial / Decreto Interventivo / Fim da Intervenção / Intervenção Estadual / Poder Legislativo / Congresso Nacional / Composição / Sistema Eleitoral / Legislatura e Mandato 2º Horário. Funções do Legislativo / Funções Típicas / Investigação / Comissão Parlamentar de Inquérito / Tribunal de Contas 1º Horário 1. Intervenção O tema está previsto do art. 34 ao 36, CRFB e é medida que visa à conservação da Federação Brasileira. 1.1. Conceito Intervenção federal é uma medida excepcional e temporária, destinada à restauração da normalidade institucional, gerando uma limitação ou supressão da autonomia do ente da federação. 1.2. Características a) Excepcionalidade: em todas as hipóteses de intervenção federal, esta sempre será entendida como o último recurso necessário, ou seja, se não for absolutamente necessária será desproporcional. b) Temporariedade: no decreto de intervenção deve constar o período em que ela irá se realizar. c) Proporcionalidade: relaciona-se à excepcionalidade. Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br 1.3. Modo de Realização A União intervém nos Estados/DF (art. 34, CRFB) e estes nos Municípios (art. 35, CRFB). Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Em regra, não cabe intervenção da União nos Municípios, mas, excepcionalmente, se o Município for de território federal caberá a intervenção da União, tendo em vista que os territórios têm natureza de autarquia federal. Nestes casos, as hipóteses autorizativas de intervenção da União nos Municípios serão as previstas no art. 35, CRFB. Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br 1.4. Pressupostos da Intervenção Federal1 1.4.1. Materiais São as causas ensejadoras da intervenção federal e estão previstas no art. 34, CRFB, em rol taxativo, que não é passível de alteração mediante Emenda Constitucional, ou haveria nova forma de limitação/supressão da autonomia dos Estados, violando a cláusula pétrea da autonomia federativa. 1.4.2. Formais Tratam-se dos procedimentos ou tipos de intervenção, estando previstos no art. 36, CRFB. Repare-se que, independentemente do tipo de intervenção, é necessário decreto do Presidente da República para o seu estabelecimento. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. § 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar aorestabelecimento da normalidade. 1 O foco da aula será a intervenção federal, tendo em vista que a dos Estados nos Municípios é bastante assemelhada à da União nos Estados/DF. Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br § 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 1.4.2.1. Intervenção Espontânea É decretada por meio de decreto do Presidente da República que, verificando alguma das causas ensejadoras de intervenção previstas no art. 34, I, II, III e V, CRFB, poderá estabelecê-la independente de qualquer provocação. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 1.4.2.2. Intervenção Provocada A intervenção provocada pode se dar mediante: a) solicitação: neste caso, o Poder Executivo ou o Poder Legislativo Estadual (poder coacto) está sofrendo alguma coação e solicita a intervenção federal (art. 36, I, 1ª parte c/c 34, IV, CRFB). Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; A solicitação, diferentemente da requisição, trata-se de ato discricionário. b) requisição: nesta hipótese, há duas situações possíveis: • Poder Judiciário está sofrendo a coação: o STF faz a requisição ao Presidente da República ao avaliar que está presente alguma causa de intervenção (art. 36, I, 2ª parte c/c 34, IV, CRFB). Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; • Desobediência à ordem ou decisão judicial: art. 36, II c/c 34, VI, CRFB. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; Neste caso, a requisição poderá ser feita pelo TSE, quando do descumprimento de decisão da Justiça Eleitoral, ou pelo STF, quando do descumprimento das decisões das Justiças do Trabalho e Militar, bem como das Justiças Estadual ou Federal (no caso de matéria constitucional), ou, ainda, pelo STJ, quando o descumprimento for da Justiça Federal ou Estadual (matéria infraconstitucional). Observe-se que este detalhamento é advindo da jurisprudência e da doutrina, pois não está expresso no texto constitucional. Note-se que a requisição se trata de ato vinculado. c) representação do PGR ao STF: é chamada de representação interventiva, que se desdobra em dois casos: • Recusa à execução de lei federal: é chamada de ação de executoriedade de lei federal e está prevista no art. 36, III c/c 34, VI, CRFB. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; • Violação a princípio constitucional sensível: é a ADI Interventiva e encontra previsão no art. 36, III c/c 34, VII, CRFB. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Nestes casos, há 4 etapas, quais sejam, Estado viola princípios sensíveis ou se recusa a executar lei federal, atuação do PGR, STF julgando a ação e atuação do Presidente da República. Observação: A representação interventiva foi regulada pela Lei nº 12.562/2011. 1.4.3. Discricionariedade do Presidente da República Nos casos de desobediência à ordem ou decisão judicial, de recusa à execução de lei federal ou de violação a princípio constitucional sensível (art. 34, VI e VII,CRFB), o Presidente da República será obrigado a agir, mas a CRFB confere certa discricionariedade a sua atuação (art. 36, parágrafo 3º, CRFB). Art. 36, § 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Com isto, o Presidente poderá: a) expedir decreto de suspensão do ato que está gerando a causa de intervenção, caso a mera suspensão seja suficiente, não necessitando de aprovação pelo Congresso Nacional. b) expedir decreto de intervenção se verificar que a suspensão do ato não é suficiente. 1.5. Representação Interventiva (Lei nº 12.562/11) Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br 1.5.1. Legitimidade Ativa Cabe ao PGR ingressar com a representação interventiva. 1.5.2. Competência A competência para julgamento da representação interventiva é do STF. 1.5.3. Objeto O objeto da representação interventiva é a recusa à execução de lei federal ou violação de princípio constitucional sensível, que podem se manifestar por meio de um ato normativo ou administrativo, assim como por omissão. 1.5.4. Parâmetro O parâmetro é o art. 34, VI e VII, CRFB. 1.5.5. Petição Inicial Segue a mesma lógica que qualquer inicial no controle de constitucionalidade, devendo ser apresentados o objeto e o parâmetro. Caso o relator entenda que a petição é inepta, poderá indeferi-la liminarmente, decisão da qual cabe agravo. Todavia, preenchidos os requisitos corretamente, o relator deferirá a inicial e, se houver pedido de cautelar: a) o relator poderá ouvir o legitimado passivo, o AGU e o PGR, no prazo comum de 5 dias. b) conceder a cautelar e: • suspender processos judiciais ou administrativos; • suspender decisão judicial ou administrativa; • determinar outra medida pertinente à matéria. Nas hipóteses de não haver pedido de cautelar ou depois de apreciada a cautelar ocorrerão as seguintes etapas: 1ª. prestação das informações pelo legitimado passivo (prazo de 10 dias); 2ª. manifestação do AGU (prazo de 10 dias); Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br 3ª. manifestação do PGR (prazo de 10 dias); 4ª. Se necessário: designação de perito/audiência pública/requisição de informações adicionais; 5ª. possibilidade de amicus curiae; 6ª. Decisão final: o quórum de presença é de 8 ministros, enquanto o quórum de decisão é de 6 ministros. Haverá comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis, bem como ao Presidente da República (se procedente o pedido), que terá 15 dias para agir (fazer o decreto de suspensão ou de intervenção). 1.5.6. Decreto Interventivo No decreto interventivo, expedido pelo Presidente da República, deverá constar o prazo da intervenção, as condições, a amplitude e o interventor (se houver). Com relação à amplitude, poderá abranger toda a Administração Pública ou apenas parte dela. No tocante ao Poder Judiciário, a intervenção que venha a afetá-lo em sua função típica é ainda mais excepcional, sendo que parcela significativa da doutrina entende pela impossibilidade desse tipo de intervenção federal, sustentando que deveria haver o deslocamento da função a outro órgão jurisdicional. Note-se que, caso a intervenção se dê no Poder Legislativo, a função legiferante passará ao Governador do Estado, se este não for afastado. O decreto de intervenção passa pela aprovação do CN e, caso este esteja em recesso, será realizada convocação extraordinária. 1.5.7. Fim da Intervenção Cessada a intervenção, as autoridades afastadas retornam aos seus cargos, se não houver impedimento legal. 1.6. Intervenção Estadual Está prevista no art. 35, CRFB, com procedimento bastante assemelhado ao da intervenção federal. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Registre-se que, em respeito ao princípio da simetria, o PGJ possui legitimidade para propor representação ao TJ (art. 35, IV, CRFB). Importante destacar que o STF entende não ser cabível RE da decisão do TJ que decide sobre a intervenção estadual, tendo em vista que a natureza da intervenção é de procedimento político-administrativo, não havendo decisão jurisdicional propriamente dita no caso. 2. Poder Legislativo 2.1. Congresso Nacional 2.1.1. Composição É composto da Câmara dos Deputados (representantes do povo) e pelo Senado Federal (representantes dos Estados). Note-se que o Poder Legislativo é exercido pelo CN, que é composto de duas casas. 2.1.2. Sistema Eleitoral Na Câmara, o sistema eleitoral é o proporcional, em que há um número mínimo de 8 deputados e máximo de 70, ou seja, nem todos os Estados elegem o mesmo número de deputados. Os votos são computados para a legenda ou partido, fazendo-se cálculo para se verificar o número de votos necessário para que se obtenham vagas, que serão ocupadas pelos candidatos mais votados. Direito Constitucional Data: 30.01.2012O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br Isto gera algumas discrepâncias, pois deputados com pouquíssimos votos ocupam vagas e outros com um número muito superior de votos não são eleitos. Desta forma, o estabelecimento de número mínimo e máximo de deputados pode gerar quebra do Princípio da Isonomia, pois os votos de Estados menores passam a valer mais que os de Estados maiores. Com base nisto, foi proposta ADI no STF alegando-se que a CRFB originária teria violado as cláusulas pétreas, mas o Supremo entendeu que estas são limites apenas ao Constituinte Derivado Reformador, não conhecendo da ADI por impossibilidade jurídica do pedido, por não admitir a tese das normas constitucionais inconstitucionais. No Senado, o sistema eleitoral é o majoritário e são eleitos 3 senadores por Estado. Como é sabido, o sistema majoritário pode ser simples – basta o candidato obter a maioria dos votos, ainda que não seja superior a 50% –, ou absoluto – o candidato deve obter mais da metade dos votos válidos para ser eleito e caso isso não ocorra, vai-se a 2º turno. O sistema majoritário simples é aplicável aos Senadores e aos Prefeitos de Municípios com menos de 200 mil eleitores, como manda o art. 29, II, CRFB. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) Já o sistema majoritário absoluto é utilizado nas eleições para Presidente da República, Governadores e Prefeitos de Municípios com mais de 200 mil eleitores. 2.1.3. Legislatura e Mandato A legislatura possui 4 anos e não se confunde com o mandato que é de 4 anos para os deputados e de 8 anos para os senadores. Com isto, em uma eleição elege-se apenas 1 senador e na segunda elegem-se 2, renovando-se a casa de 4 em 4 anos. Desta forma, a renovação dos deputados é total, pois todas as vagas ficam à disposição do povo para renovação, enquanto a renovação dos senadores é parcial, pois ora elege-se 1/3, ora elege-se 2/3. 2º Horário Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br 2.2. Funções do Legislativo 2.2.1. Funções Típicas A função típica do Poder Legislativo é de legislar, assim como as funções de investigar e fiscalizar, visto que aqueles que representam o povo para a elaboração de normas têm o poder de fiscalizar o cumprimento dessas leis. 2.2.1.1. Investigação a) Político-Administrativa: é exercida através das CPIs, que são órgãos do próprio Poder Legislativo. b) Financeiro-Orçamentária: exercida com auxílio dos Tribunais de Contas, que são órgãos autônomos ligados ao Poder Legislativo. Desta forma, o órgão que faz o controle financeiro-orçamentário da União é o Congresso Nacional, com o auxílio do TCU, e no âmbito dos Estados o controle é feito pela Assembléia Legislativa, com auxílio do TCE. Já no âmbito municipal, é a Câmara dos Vereadores que realiza o controle financeiro, com auxílio do TCE ou do TCM, onde houver este último. Importante destacar que a possibilidade de existência de TCM, para alguns, se dá por conta da manutenção dos criados antes de 1988, pois após a CRFB não é mais possível a sua criação. O STF, todavia, entende que o Município não pode criar um Tribunal de Contas para si, mas o Estado pode criar para um ou para um conjunto de Municípios um Tribunal de Contas Municipais, que será órgão estadual cuja função é prestar auxílio à Câmara dos Vereadores. Com isto, a jurisprudência concilia as disposições dos parágrafos 1º e 4º, art. 31, CRFB. Art. 31, § 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. 2.2.1.1.1. Comissão Parlamentar de Inquérito a) Previsão: a CPI encontra previsão no art. 58, parágrafo 3º, CRFB. Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. b) Natureza Jurídica: a CRFB/88 prevê a CPI expressamente, mas o STF entende que, como o poder de investigação é função típica do Legislativo, ainda que não houvesse previsão expressa no texto constitucional2, a CPI poderia ser criada. Isto porque, a sua criação nada mais é que conferir maior funcionalidade ao próprio poder. Desta forma, a natureza da CPI é de órgão fracionário da respectiva casa, ou seja, é uma projeção orgânica da casa. c) Requisitos de Constituição da CPI: estão previstos no art. 58, parágrafo 3º, CRFB, quais sejam: • requerimento subscrito por 1/3 dos membros da casa: pelo direito das minorias parlamentares, o STF entende que ainda que a parte que não deseja a CPI seja numericamente maior, a minoria pode tê-la instalada e cabe MS para assegurar esse direito. • fato determinado: a CPI é instalada para apuração de situação singular. A jurisprudência entende que é possível a investigação de fato diverso, desde que seja fato conexo com odeterminado. • prazo certo: trata-se da delimitação temporal da atuação da CPI. É cabível a prorrogação, entendendo o STF que é possível, inclusive, mais de uma prorrogação, desde que não ultrapasse a mesma legislatura (4 anos), ou seja, ao findar uma legislatura, finda-se também a CPI no estado em que se encontra. A legislatura é o limite intransponível da atuação da CPI. d) Atuação da CPI: • Poder de Convocação: pode convocar pessoas para depor na condição de investigado ou de testemunha, poder que inclui a condução coercitiva. 2 As constituições de 1934 e 1937 não previam a possibilidade de criação de CPIs, mas estas foram criadas. Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br No caso de o indivíduo ser convocado e não ter recursos suficientes para comparecer, não estará sujeito à condução coercitiva, devendo o Legislativo arcar com os custos do seu comparecimento. Frise-se que magistrados podem ser convocados para depor em CPI por aquilo que não seja a sua atividade fim. Exemplo: Um juiz não pode ser convocado para depor sobre as razões pelas quais concedeu uma cautelar. Com relação à convocação de índio para depor, o art. 231, parágrafo 5º, CRFB impõe que o grupo indígena não pode ser removido de suas terras, a não ser em situações específicas. Com isto, o STF entende que a proteção dada ao grupo é estendida aos índios, não podendo estes ser convocados a depor fora de suas terras (depoimento deve ocorrer dentro das terras do indígena). Art. 231, § 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. • Poder Investigativo: a CPI tem o poder de investigação próprio das autoridades judiciais, o que não significa dizer que tem os mesmos poderes de juiz. Desta forma, CPI não possui o poder de cautela, que é exclusivo de magistrados. Exemplo: A CPI não pode decretar a indisponibilidade dos bens. Desta forma, a CPI não pode invadir o Princípio da Reserva de Jurisdição, que significa que certas medidas só podem ser determinadas pelo juiz propriamente dito, como a busca domiciliar, a interceptação telefônica e a prisão, salvo em flagrante. Importante destacar que não se deve confundir interceptação telefônica, que é a captação do conteúdo da conversa, com a quebra do sigilo de dados, entendida como o acesso às informações (dados fiscais, bancário e telefônico). A CPI, desta feita, pode decretar a quebra do sigilo de dados, pois não está afeta à reserva de jurisdição. Para isso, é necessária fundamentação, demonstração da necessidade absoluta da medida, delimitação pessoal (quem e quais pessoas vão sofrer a quebra, fundamentando com relação a cada uma delas) e a delimitação temporal da medida. Em relação à prisão, a CPI não tem legitimidade para a sua decretação, salvo no caso de flagrante e desde que haja o cometimento de um crime em flagrante (fato que se diz crime ser efetivamente um delito). Como o indivíduo tem o direito ao silêncio perante a CPI, decorrente do Princípio da Não Autoincriminação (Nemo Denetur Se Detegere), não pode ser preso quando se recusar a falar, por a hipótese não ser Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br configurada como crime. Com isto, diversos HCs preventivos são impetrados no STF para a concessão de salvo conduto quando da prestação de depoimento em CPI. Note-se que as regras do processo penal são aplicáveis ao indivíduo que for ouvido na condição de investigado, não tendo este o compromisso de dizer a verdade. Observação: o convocado tem o direito à assistência de advogado e/ou familiar. • A CPI não tem poder decisório no sentido de condenação: terminado o trabalho, a CPI elabora um relatório que é encaminhado ao MP. Havendo a configuração de competência da Justiça Federal, o relatório é encaminhado ao MPF, caso contrário irá ao MPE. • Medidas determinadas devem respeitar o Princípio da Colegialidade: qualquer medida de investigação deve ser aprovada pela maioria, tendo o Supremo afirmado por diversas vezes que a CPI tem que atuar com base na legalidade. 2.2.1.1.2. Tribunal de Contas a) Natureza Jurídica: o Tribunal de Contas trata-se de órgão autônomo ligado ao Poder Legislativo. b) Composição: o TCU é composto de 9 ministros, sendo 6 indicados pelo Poder Legislativo e 3 indicados pelo Presidente da República, caso em que 1 tem que ser escolhido dentre os auditores dos Tribunais de Contas, outro dos MPs Especiais e um terceiro de livre escolha, observados os requisitos constitucionais. O TCE é composto por 7 conselheiros, sendo 4 advindos do Legislativo estadual e 3 indicados pelo Governador, seguindo-se a mesma lógica prevista para o Presidente da República (simetria), como entende o STF. Note-se que a carreira de auditor é interna (própria) do Tribunal de Contas. O Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas não está na estrutura do MP tradicional, não sendo possível que membros do MP tradicional atuem naquele. O membro do MP Especial é chamado de Procurador do Tribunal de Contas. Importante destacar que a lei que rege o MP Especial é de iniciativa do Tribunal de Contas. c) Atuação: a CRFB afirma que o controle das contas é feito pelo Poder Legislativo, sendo a prestação de contas feita perante este. O dever de prestar contas inclui tanto as pessoas naturais, como as pessoas jurídicas, sejam de direito público ou Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br de direito privado, desde que manuseiem recursos públicos de alguma forma (bens, verbas etc). Com isto, se a pessoa integrar a Administração Pública e não receberrecursos públicos, ou seja, seus recursos forem privados, não terá que prestar contas. Observação: O dever de prestar contas foi alçado como princípio sensível (art. 70, parágrafo único c/c 34, VII, “d”, CRFB). Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. d) Competência: o art. 71, CRFB prevê a competência do Tribunal de Contas, merecendo alguns comentários. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. O art. 71, I, CRFB deve ser combinado com o art. 49, IX, CRFB, pois o Tribunal de Contas apenas aprecia as contas do Presidente e é o Congresso que as julga. Frise-se que o art. 51, II, CRFB prevê que, se o Presidente não prestar contas, caberá à Câmara proceder à tomada. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; O inciso II, art. 71, CRFB, ao mencionar a palavra “julgar” não se refere a uma função jurisdicional, significando “decidir a respeito”, garantindo-se que a decisão do Tribunal de Contas seja impugnável judicialmente. No tocante ao art. 71, III, CRFB, sua redação traz regra, exceção, regra e exceção respectivamente, devendo-se ter cautela na sua leitura. Deve ser combinado com a súmula vinculante nº 3, que prevê o direito à ampla defesa e ao contraditório nos processos do TCU, salvo quando apreciada a legalidade para fins de registro do ato concessório de aposentadoria, pensão e reforma. Isto porque se tratam de atos complexos, ou seja, se o indivíduo quiser defender o seu direito deverá fazê-lo diante do órgão administrativo a que está vinculado ou do Poder Judiciário. Direito Constitucional Data: 30.01.2012 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 17 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br Súmula Vinculante nº 3. Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. O inciso VIII, art. 71, CRFB denota que o Tribunal de Contas tem poder de coercibilidade, sendo que as multas fazem título executivo, como disposto no parágrafo 3º, art. 71, CRFB. Note-se que a competência para executar o título em comento é da AGU. Art. 71, § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. Pelo art. 71, IX, CRFB, o Tribunal de Contas pode assinar prazos para a correção de irregularidades por ele constatadas em certo ato ou contrato. Caso estes prazos não sejam atendidos, poderá sustar apenas o ato (art. 71, X, CRFB), pois no caso de contrato administrativo a sustação terá que ser feita pelo Congresso (parágrafo 1º, art. 71, CRFB).
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