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Cartilha do Jurado 2014

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2º Edição
2014
Cartilha do Jurado
Idealização:
Centro de Apoio Operacional Criminal 
CAOP-CRI
Coordenação Teórica:
 
Francisco Esmone Teixeira
Diretor CAOP-CRI
Fabiane Regert Kjaer
Assessora Jurídica CAOP-CRI
Elaboração Teórica:
Ademir José de Sá
Alexandre Jésus Santiago
Enio Salvador Vaz
Eriberto Gomes Barroso
José Francisco Cândido
Juliana de Miranda Monteiro
Maira de Castro Coura Campanha
Marcelo Lincoln Guidio
Rosângela Marsaro
Projeto Gráfico e Ilustração:
SEGRAF – Ministério Público do Estado de Rondônia
2ª Edição
Abril de 2014
CARTILHA DO JURADO
2014
PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Héverton Alves de Aguiar
SUBPROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Cláudio José de Barros Silveira
CHEFE DE GABINETE
Éverson Antônio Pini
CARTILHA DO JURADO
2014
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA
Centro de Apoio Operacional Criminal - CAOP-CRI
Sumário
APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................7
NOTA À EDIÇÃO ...........................................................................................................................9
QUEM É O JURADO? ..............................................................................................................11
O QUE É O TRIBUNAL DO JÚRI? ......................................................................................12
QUAIS OS VALORES DO JÚRI? ..........................................................................................13
VIDA E INTERPRETAÇÃO DA LEI .....................................................................................13
QUAL O SENTIDO DO JÚRI? .............................................................................................13
QUAL A RESPONSABILIDADE DO JÚRI?......................................................................14
QUAL O SENTIDO PEDAGÓGICO DO JÚRI? .............................................................14
QUAL A FINALIDADE DO TRIBUNAL DO JÚRI? .......................................................14
QUAL A COMPETÊNCIA DO JÚRI? .................................................................................14
QUAIS OS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA? ....................................................15
QUAL O CONCEITO DE HOMICÍDIO? ...........................................................................15
HOMICÍDIO DOLOSO OU CULPOSO ............................................................................15
O QUE É HOMICÍDIO DOLOSO? ......................................................................................16
O QUE É HOMICÍDIO CULPOSO?....................................................................................17
O QUE É HOMICÍDIO TENTADO OU CONSUMADO? ..........................................17
RITO ESPECIAL DO JÚRI ........................................................................................................17
 QUAL O RITO PROCESSUAL PARA O JULGAMENTO
 DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA? ........................................................17
 O QUE É A SENTENÇA DE PRONÚNCIA? ...........................................................18
 O QUE É A DECISÃO DE IMPRONÚNCIA? ..........................................................18
 O QUE É A SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA? ...................................18
 O QUE É A DESCLASSIFICAÇÃO? ............................................................................19
 QUANDO SE INICIA A 2ª FASE DO RITO ESPECIAL DO JÚRI? .................19
DA ORGANIZAÇÃO DO JÚRI .............................................................................................19
 QUAL A COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI? ..........................................19
 O QUE FAZ O JUIZ-PRESIDENTE? ............................................................................20
 POR QUE O JURADO É CHAMADO DE “JUIZ LEIGO”?.................................20
 QUEM PODE SER JURADO? .......................................................................................20
 QUEM ESTÁ ISENTO DO SERVIÇO DO JÚRI? ....................................................21
 EXISTEM PESSOAS QUE ESTÃO IMPEDIDAS DE
 ATUAR NO SERVIÇO DO JÚRI? ..................................................................................21
 COMO ALGUÉM É EFETIVAMENTE CHAMADO
 PARA SERVIR COMO JURADO? .................................................................................22
 É ADMISSÍVEL A RECUSA AO SERVIÇO DO JÚRI? ..........................................22
 O QUE SE ENTENDE POR SERVIÇO ALTERNATIVO? ......................................22
 O QUE ACONTECE SE O JURADO RECUSAR A FUNÇÃO
 SEM MOTIVO OU FALTAR INJUSTIFICADAMENTE
 À CONVOCAÇÃO? ...........................................................................................................23
 QUAIS SÃO OS DIREITOS DOS JURADOS? ........................................................23
 QUAIS SÃO OS DEVERES DOS JURADOS? .........................................................24
 QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA? .........................24
 COMO SE DÁ O CONSELHO DE SENTENÇA NO PLENÁRIO? .................25
 ALÉM DO JURADO, QUEM MAIS TRABALHA
 NA SESSÃO DE JULGAMENTO? ...............................................................................25
 QUAL O PAPEL DO PROMOTOR? ............................................................................26
 QUAL O PAPEL DO ADVOGADO/DEFENSOR PÚBLICO? .........................27
 QUEM É O RÉU? ................................................................................................................27
 QUAIS SÃO OS PODERES DOS JURADOS? ........................................................27
 QUAIS SÃO OS CUIDADOS QUE O JURADO DEVE
 TOMAR DURANTE OS TRABALHOS? .....................................................................28
 COMO SE DÁ A SESSÃO DE JULGAMENTO? ....................................................28
 O QUE SÃO OS QUESITOS? ........................................................................................29
 COMO O JURADO VOTA? ............................................................................................29
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................31
7Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
APRESENTAÇÃO
Na ordem constitucional brasileira o Tribunal do Júri é 
um órgão da cidadania, motivo pelo qual, no título dos Direitos e 
Garantias Fundamentais, foi ele reconhecido dentre os direitos e deveres 
individuais e coletivos (art. 5º, inciso XXXVIII).
Esta cartilha foi elaborada com o propósito de fornecer 
informações essenciais sobre o Tribunal do Júri ao cidadão que foi 
escolhido para exercer a função de jurado junto ao Poder Judiciário.
O objetivo central é ampliar a noção geral sobre o papel 
fundamental – e constitucional – que o jurado desempenha na sessão 
de julgamento, permitindo-lhe maior segurança na fixação de seu 
convencimento, quais os limites de sua atuação e responsabilidade, o 
que lhe é facultado fazer ou não no curso da sessão em plenário, bem 
como outras informações de caráter técnico e jurídico que lhe darão 
maior firmeza e consciência na análise do caso concreto.
De igual forma, essa cartilha mostra, de forma resumida, 
qual a função de cada instituição envolvida nas causas submetidas ao 
Tribunal do Júri, para que o cidadão convocado a exercer a função de 
jurado saiba identificar corretamente qual o papel do Poder Judiciário, do 
Ministério Público, da Defensoria Pública e dos advogados constituídos 
nos julgamentos ali realizados.
Este é, em essência, um simples manual informativo que 
leva ao cidadão leigo informações mínimas de conteúdo jurídico e 
institucional, paraque possa exercer sua cidadania com zelo e eficiência, 
cumprindo com seu dever constitucional, e atuando com lisura e 
independência em nome da sociedade que representa, e que nestes 
casos é chamada a dar seu contributo na distribuição da Justiça Penal. 
Airton Pedro Marin Filho
Procurador de Justiça do MPRO
9Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
NOTA À EDIÇÃO
A Cartilha do jurado teve tiragem inicial de 3.000 (três 
mil) exemplares, e em pouco tempo fez-se necessária a impressão 
de mais 3.000 (três mil), os quais, ao longo de 2012/2013 foram todos 
distribuídos no Estado de Rondônia, interior e capital, tendo, inclusive, 
sido disponibilizada virtualmente no endereço eletrônico do Ministério 
Público Estadual (www.mpro.mp.br)
Para o Centro de Apoio Operacional Criminal, Segurança 
Pública e Controle Externo da Atividade Policial, restou evidenciado, 
através das inúmeras mensagens recebidas, vindas de operadores do 
Direito e da sociedade, que a Cartilha do Jurado cumpriu seu mister, 
transmitindo àqueles que servem ao Tribunal do Júri, conhecimento 
suficiente para bem desempenharem suas funções.
Constituindo-se como um importante auxílio nos 
trabalhos da Justiça, e devido ao término de todos os exemplares, surgiu 
a necessidade de distribuição de nova edição, a qual, após revisão e 
algumas alterações, todas de ordem técnica, está, mais uma vez, à 
disposição da sociedade rondoniense.
Héverton Alves de Aguiar
Procurador-Geral de Justiça MPRO
11Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUEM É O JURADO?
Jurados são cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos, 
possuidores de notória idoneidade, que não estejam isentos (art. 437 do 
Código de Processo Penal) ou impedidos (arts. 448 e 449 do Código de 
Processo Penal).
O exercício efetivo da função de Jurado é tão importante 
que:
•	 constitui serviço público relevante; 
•	 estabelece presunção de idoneidade moral;
Assegura preferência, em igualdade de condições: 
•	 nas licitações públicas;
•	 no provimento, mediante concurso, de cargo ou 
função pública;
•	 nos casos de promoção funcional ou remoção 
voluntária;
•	 nenhum desconto poderá ser feito dos seus 
vencimentos ou salário, pelo comparecimento à sessão 
do Júri.
 
Para bem exercitar a sua missão constitucional, os Jurados:
•	 ficam incomunicáveis enquanto durar o julgamento;
•	 precisam ficar atentos aos trabalhos realizados em 
Plenário;
•	 podem formular perguntas, por intermédio do 
Juiz-Presidente, para a vítima sobrevivente e as 
testemunhas;
•	 podem requerer acareações;
•	 podem requerer reconhecimento de pessoas e coisas;
•	 podem requerer esclarecimento dos peritos;
12 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
•	 podem requerer leitura de peças; 
•	 podem pedir a quem estiver falando, por intermédio 
do Juiz-Presidente, que indique a folha dos autos em 
que se encontra a peça lida ou citada;
•	 podem pedir a quem estiver falando, por intermédio 
do Juiz-Presidente, que preste esclarecimento de fato 
que tiver alegado;
•	 devem dizer ao Juiz-Presidente, no final dos debates, 
se estão prontos para julgar ou se precisam de outros 
esclarecimentos;
•	 podem solicitar ao Juiz-Presidente o exame de todo o 
processo e seus anexos, bem como dos instrumentos 
do crime;
•	 podem solicitar ao Juiz-Presidente a dissolvição do 
Conselho de Sentença, se a verificação de algum fato 
essencial não puder ser imediatamente realizada;
•	 precisam votar com imparcialidade, de acordo com a 
própria consciência e com os ditames da justiça;
•	 precisam lembrar que foram sorteados para representar 
a sociedade no julgamento.
O QUE É O TRIBUNAL DO JÚRI?
A Constituição Federal (art. 5º, inciso XXXVIII) elenca o 
Tribunal do Júri dentre os direitos e garantias fundamentais.
Por meio do Tribunal do Júri são julgados os crimes dolosos 
contra a vida, ou seja, aqueles crimes em que o agente (infrator) tem 
a intenção de praticar o crime, a vontade livre e consciente de obter 
como resultado a morte de outra pessoa ou assume o risco de produzir 
o resultado morte.
13Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUAIS OS VALORES DO JÚRI? 1
O Júri trata dos três maiores valores da humanidade, 
quais sejam: a vida (da vítima), a liberdade (do acusado) e a justiça (da 
sociedade). Daí a importância da participação de membros da sociedade 
nos julgamentos realizados.
VIDA E INTERPRETAÇÃO DA LEI 1
O direito à vida é garantido pelas normas de nosso País, 
que a considera inviolável. Dessa forma, a vida, como o bem mais caro 
do ser humano, merece a máxima proteção do Estado e da sociedade, 
bem como merece ser respeitada por qualquer ser humano. A nenhum 
membro da nossa sociedade é dado o direito de matar, seja a vítima 
quem for, até o pior dos criminosos.
Assim, o jurado, como um dos responsáveis pela ordem 
social, deve atuar no sentido de defender a vida humana, atentando 
para os casos em que estejam preenchidos (comprovados) os requisitos 
que afastam a incidência de pena ou do próprio crime para aquele que 
tirou a vida de um semelhante (ex.: legítima defesa).
QUAL O SENTIDO DO JÚRI? 1
Os sete jurados sorteados representam toda a sociedade. É 
a democratização da justiça criminal, que oportuniza aos membros da 
comunidade local a decisão quanto à condenação ou não daqueles que 
cometem crimes dolosos contra a vida. Obviamente, atentando-se para 
as provas constantes nos autos, das quais as decisões não poderão ser 
manifestamente contrárias, e também para os casos não contemplados 
por alguma excludente de ilicitude.
1 Novais, Cesar Danilo de. jus.com.br/revista/texto/14636/cartilha-do-jurado
14 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUAL A RESPONSABILIDADE DO JÚRI?
Os jurados têm uma responsabilidade muito grande 
quando exercem a função de julgar. O Promotor de Justiça César Danilo 
Ribeiro de Novais, do Ministério Público do Mato Grosso, menciona 
que “os jurados têm responsabilidade moral para com o destino e os 
problemas da sociedade. Têm a responsabilidade de escolherem em que 
tipo de sociedade querem conviver. Ou seja, optam por duas espécies 
de vida social: a que reverencia a vida e a paz ou a que é complacente 
com a morte e o crime.”1 
QUAL O SENTIDO PEDAGÓGICO DO JÚRI?
O jurado desenvolve um papel pedagógico, pois, por meio 
de seu veredicto, ensina aos demais membros da sociedade qual o 
modelo de conduta a ser seguido. 
QUAL A FINALIDADE DO TRIBUNAL DO JÚRI?
O Tribunal do Júri tem como finalidade principal atender 
aos imperativos da Justiça, sendo um direito fundamental do cidadão 
brasileiro. É a garantia para todos os membros da sociedade de que não 
haverá em nosso País nenhum tribunal de exceção, ou seja, ninguém 
será julgado fora dos termos estabelecidos na Constituição Federal e nas 
leis penais em vigor.
QUAL A COMPETÊNCIA DO JÚRI?
A competência do Tribunal do Júri é definida pelo 
Código de Processo Penal no artigo 74, § 1º, sendo competente para 
julgamento de pessoas que praticaram crimes dolosos contra a vida, 
seja na modalidade consumada ou tentada, ou qualquer outro crime 
que tenha conexão ou continência com um crime doloso contra a vida 
(art. 78, I, do CPP).
1 NOVAIS, César Danilo Ribeiro de. Cartilha do Jurado. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2471, 7 abril 
2010. Disponível em http://jus2uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=14636. Acesso em 15 junho de 2010.
15Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUAIS OS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA?
São os seguintes:
•	 Homicídio:
•	 Simples, art. 121 do Código Penal;
•	 Privilegiado, art. 121, § 1º, do Código Penal;
•	 Qualificado, art. 121, § 2º, do Código Penal;
•	 Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, art. 122 
do Código Penal;
•	 Infanticídio, art. 123 do Código Penal;
•	 Abortoprovocado pela gestante ou com seu 
consentimento, art. 124 do Código Penal;
•	 Aborto provocado por terceiro sem consentimento da 
gestante, art. 125 do Código Penal;
•	 Aborto provocado por terceiro com consentimento da 
gestante, art. 126 do Código Penal.
QUAL O CONCEITO DE HOMICÍDIO?
Homicídio é a eliminação da vida de uma pessoa praticada 
por outra.
HOMICÍDIO DOLOSO OU CULPOSO
No Ordenamento Jurídico Brasileiro há duas figuras 
de homicídio: o doloso e o culposo. Entretanto, o Tribunal do Júri é 
competente apenas para julgar o Homicídio DOLOSO.
Doloso:
•	 Simples;
16 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
•	 Privilegiado;
•	 Qualificado.
Culposo:
•	 Simples;
•	 Qualificado.
O QUE É HOMICÍDIO DOLOSO?
Diz-se que o homicídio é doloso quando uma pessoa, 
intencionalmente, tira a vida de outra ou assume o risco de assim agir.
Pode ser:
1. Simples: Matar Alguém;
2. Privilegiado: Matar alguém impelido por motivo de 
relevante valor social OU impelido por motivo de 
relevante valor moral OU AINDA sob o domínio de 
violenta emoção, logo após injusta provocação da 
vítima.
3. Qualificado:
•	 Quando o homicídio é cometido mediante paga ou 
promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
•	 Por motivo fútil;
•	 Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum;
•	 À traição; de emboscada; ou mediante dissimulação 
ou outro recurso que dificulte ou torne impossível 
a defesa do ofendido para assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
17Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
O QUE É HOMICÍDIO CULPOSO?
Ocorre homicídio culposo quando o agente não queria 
causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la, mas deu causa a 
ela por imprudência (comportamento de precipitação, ação afoita), 
negligência (inobservância de conduta esperada, falta de cuidado) ou 
imperícia (incapacidade, falta de habilidade específica para a realização 
de uma atividade técnica ou científica, não levando o agente em 
consideração o que sabe ou deveria saber). O agente não acreditava 
que o resultado morte poderia ocorrer.
Desta forma, por não haver o dolo na prática dessa 
infração penal, a competência para julgamento é do Juízo Singular, ou 
seja, aquele em que a decisão é proferida apenas pelo Juiz. Tal decisão 
também é conhecida como monocrática. 
O QUE É HOMICÍDIO TENTADO OU CONSUMADO?
O homicídio é tentado quando a vítima sobrevive.
Nesse caso, a conduta do acusado era apta a causar a 
morte, mas, por circunstâncias alheias à vontade do agente, a vítima não 
morre.
Quando a conduta do acusado causa a morte da vítima, 
dizemos que o homicídio está consumado. 
RITO ESPECIAL DO JÚRI
QUAL O RITO PROCESSUAL PARA O JULGAMENTO DOS 
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA?
Bifásico, com duas etapas distintas, chamadas de:
18 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
1ª fase - Juízo de acusação: é a fase compreendida entre 
a denúncia e a sentença de pronúncia (sentença em que o Juiz decide 
submeter o acusado ao Júri Popular), quando são verificados os 
elementos que ensejam o encaminhamento para o Tribunal do Júri ou 
não. 
É necessária a presença de indícios suficientes de autoria 
e prova da materialidade do fato, ou seja, de sua ocorrência. Essa fase 
também é conhecida como Sumário da Culpa, podendo ao seu final 
o acusado ser absolvido ou o crime ser desclassificado, ou seja, não ser 
considerado homicídio doloso consumado ou tentado.
2ª fase – Juízo de Mérito: nessa fase, os fatos serão 
apreciados pelos jurados, sob a coordenação do Juiz-Presidente 
do Tribunal do Júri. Também é conhecida como judicium causae, 
compreendida entre a sentença de pronúncia e a sentença final 
proferida pelo Conselho de Sentença (jurados).
O QUE É A SENTENÇA DE PRONÚNCIA?
Chama-se “Sentença de Pronúncia” a decisão do Juiz que 
encaminha o acusado ao julgamento pelo Tribunal do Júri.
O QUE É A DECISÃO DE IMPRONÚNCIA?
É a sentença pela qual se encerra o processo. Ocorre 
quando o Juiz não verificar a existência da prova da materialidade ou 
indícios suficientes de autoria. A impronúncia encerra a 1ª fase – Juízo 
de acusação, não inaugurando a 2ª fase – Juízo de Mérito.
O QUE É A SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA?
É a constatação pelo Juiz de que:
•	 O fato não ocorreu;
19Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
•	 O reú é inocente;
•	 O fato não constitui crime;
•	 Está presente uma causa de isenção de pena ou 
exclusão do crime.
Nesses casos, o réu deverá ser absolvido sumariamente, 
pelo próprio Juiz de Direito, que nem mandará o caso para júri.
O QUE É A DESCLASSIFICAÇÃO?
É a constação pelo Juiz de que há um crime, mas esse 
crime não é da competência do tribunal do júri. Exemplo: lesão corporal 
seguida de morte, latrocínio.
Nestes casos, o Juiz remete os autos do processo ao Juiz 
competente para apreciação e julgamento.
QUANDO SE INICIA A 2ª FASE DO RITO ESPECIAL DO JÚRI?
A segunda fase do rito do Júri, Juízo de Mérito, só será 
iniciada se houver pronúncia do acusado em crime doloso contra a vida.
DA ORGANIZAÇÃO DO JÚRI
QUAL A COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI?
O Tribunal do Júri compõe-se de um Juiz, que é seu 
presidente, e vinte e cinco jurados, que serão sorteados dentre os 
alistados, sete dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada 
sessão de julgamento, por reunião periódica.
20 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
O QUE FAZ O JUIZ-PRESIDENTE?
O Juiz-Presidente é o responsável por conduzir a sessão 
de julgamento, decidindo todas as questões estritamente técnicas e 
práticas, bem como redigindo a sentença ao final e aplicando a pena ao 
condenado, mantendo a ordem dos trabalhos durante o jugalmento e 
garantindo a isenção dos jurados e o respeito à urbanidade pelas partes.
POR QUE O JURADO É CHAMADO DE “JUIZ LEIGO”?
O jurado é chamado de “juiz leigo” porque dele não se 
exigem conhecimentos jurídicos, ou seja, não é pré-requisito que seja 
bacharel em Direito para desempenho das funções perante o Tribunal 
do Júri.
QUEM PODE SER JURADO?
Pode ser jurado quem preencher os seguintes requisitos:
•	 Ser cidadão brasileiro nato ou naturalizado (que esteja 
no gozo dos direitos políticos);
•	 Maior de 18 anos;
•	 O surdo com aparelho auditivo. 
O jurado é o representante da sociedade. Quando investido 
na função, decide em nome dos demais. 
Normalmente, o Juiz solicita às entidades de classe e de 
ensino, repartições públicas e associações que forneçam listas de 
pessoas a elas vinculadas, afim de que possam ser credenciadas como 
jurados.
Ao final de cada ano, o Juiz-Presidente elabora uma lista 
geral de pessoas que poderão servir como jurados no ano seguinte.
O jurado deve ser alguém, que conheça o contexto da sua 
cidade e região, sendo sua decisão de grande relevância sociojurídica, 
produzindo efeitos imediatos na sociedade.
21Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUEM ESTÁ ISENTO DO SERVIÇO DO JÚRI?
De acordo com o artigo 437 do Código de Processo Penal, 
são isentas do serviço do júri as seguintes pessoas:
•	 Presidente da República e os Ministros de Estado;
•	 Governadores e seus respectivos Secretários;
•	 Membros do Congresso Nacional, das Assembleias 
Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais;
•	 Prefeitos Municipais, Magistrados e membros do 
Ministério Público e da Defensoria Pública, servidores 
do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública;
•	 Autoridades e os servidores da polícia e da segurança 
pública, militares em serviço ativo;
•	 Pessoas maiores de 70 (setenta) anos que requeiram 
sua dispensa;
•	 Aqueles que o requererem, demonstrando justo 
impedimento.
EXISTEM PESSOAS QUE ESTÃO IMPEDIDASDE ATUAR NO 
SERVIÇO DO JÚRI?
São impedidos de atuar no mesmo Conselho de Sentença 
as seguintes pessoas:
•	 Marido e mulher;
•	 Ascendente e descendente;
•	 Sogro e genro ou nora;
•	 Irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
•	 Tio e sobrinho;
•	 Padrasto, madrasta ou enteado;
22 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
•	 Pessoas que mantenham união estável reconhecida 
como entidade familiar.
As regras de impedimento estão dispostas nos artigos 448 
e 449 do Código de Processo Penal, e consistem em evitar que pessoas 
vinculadas umas às outras por relações de parentesco ou convivência 
atuem perante o Tribunal do Júri, a fim de garantir a imparcialidade no 
julgamento.
COMO ALGUÉM É EFETIVAMENTE CHAMADO PARA SERVIR 
COMO JURADO?
Primeiramente, a pessoa deve constar na lista geral 
elaborada pelo Poder Judiciário. Em seguida, o Juiz sorteará 25 pessoas 
que vão efetivamente ser convocadas para a reunião periódica do 
Tribunal do Júri.
Atualmente, a pessoa pode ser convocada por qualquer 
meio idôneo, como carta, telefonema, oficial de justiça e até por e-mail. 
Uma vez incluído na lista geral, é dever do cidadão acatar o chamamento 
judicial, comparecendo ao julgamento a que for sorteado, pois o serviço 
do júri é obrigatório, assim como o voto nas eleições.
É ADMISSÍVEL A RECUSA AO SERVIÇO DO JÚRI?
Sim. Quando a recusa se fundar em convicção religiosa, 
filosófica ou política, importando assim no dever de prestar serviço 
alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não 
prestar o serviço imposto.
O QUE SE ENTENDE POR SERVIÇO ALTERNATIVO?
É o exercício de atividades de caráter administrativo, 
assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na 
Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade convencionada 
para esses fins.
23Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
O QUE ACONTECE SE O JURADO RECUSAR A FUNÇÃO SEM 
MOTIVO OU FALTAR INJUSTIFICADAMENTE À CONVOCAÇÃO?
Ao jurado que, sem motivo justificado, recusar a função, 
faltar injustificadamente à convocação ou retirar-se antes de ser 
dispensado pelo Presidente, será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) 
salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição 
econômica.
QUAIS SÃO OS DIREITOS DOS JURADOS?
•	 Nenhum desconto será feito nos vencimentos dos 
jurados sorteados que comparecerem às sessões do 
Júri. Para tanto, terá direito a certidão que comprove 
seu comparecimento;
•	 O exercício efetivo da função de jurado constituirá 
serviço público relevante, estabelecerá a presunção de 
idoneidade moral;
•	 Preferência, em igualdade de condições, nas licitações 
públicas e no provimento, mediante concurso, de 
cargo ou função pública, bem como nos casos de 
promoção funcional ou remoção voluntária;
•	 O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença 
nos 12 (doze) meses que antecederem a publicação da 
lista geral fica dela excluído;
•	 Além desses direitos, o cidadão dispõe de garantia 
subjetiva de não ser excluído da lista de jurados em 
virtude de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, 
classe social ou econômica, origem ou grau de 
instrução.
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MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUAIS SÃO OS DEVERES DOS JURADOS?
O serviço do Júri é obrigatório. O jurado deve:
•	 Obedecer às intimações, só apresentando escusas por 
motivos justos;
•	 Comparecer às sessões para as quais foi intimado, 
não se retirando antes da formação do Conselho de 
Sentença;
•	 Declarar-se impedido, nos casos legais;
•	 Conservar-se incomunicável desde o momento em 
que se constitui o Conselho de Sentença, seja com 
os assistentes, seja com os funcionários do Tribunal, 
podendo somente dirigir-se ao Presidente por ofício 
ou em voz alta perante o público;
•	 Prestar o compromisso legal, com sinceridade e firmeza, 
mostrando compreender a alta responsabilidade que 
assume;
•	 Assistir atentamente aos trabalhos do plenário e 
requerer o que for conveniente para a elucidação do 
processo;
•	 Responder, mediante as formalidades legais, os 
quesitos propostos;
•	 Proceder, enfim, com precaução e critério; não deixar 
transparecer as impressões que sua consciência for 
sofrendo, nem revelar o sigilo do veredicto.
QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA?
O Conselho de Sentença é formado por um grupo de sete 
jurados sorteados para cada sessão de julgamento. Os sete integrantes 
do Conselho de Sentença são Juízes de fato.
O jurado pode, a qualquer momento, durante os 
25Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
debates ou depois deles, por intermédio do Juiz, pedir ao orador, ao 
Promotor de Justiça ou ao advogado, que indique a folha dos autos 
onde se encontra a peça (laudo, depoimentos, etc.) por ele lida ou 
citada. 
Pode ainda fazer perguntas às testemunhas, por meio 
do Juiz, requerer que o Juiz interrogue novamente o réu, que realize 
acareações, solicitar diligências, valendo-se de quaisquer recursos que o 
conduza a um juízo preciso a respeito da decisão a ser tomada.
O Jurado decide com própria convicção pela inocência ou 
pela culpa do réu, depositando em uma pequena urna a cédula com a 
resposta SIM ou NÃO para as questões que lhe são propostas.
O Juiz que ali está vela pela ordem e pela normalidade dos 
atos, mas quando ao final proferir a sentença, estará condicionado ao 
que tiver sido decidido pelos jurados.
COMO SE DÁ O CONSELHO DE SENTENÇA NO PLENÁRIO?
Após ser composto o Conselho de Sentença, os sete 
jurados ficam incomunicáveis, ou seja, não podem mais conversar com 
pessoas de sua família ou estranhas até o término do julgamento.
Também não podem conversar entre si sobre o processo 
em julgamento, tampouco falar de casos similares, porque em nosso 
País, cada jurado julga individualmente, sem consulta ou troca de ideias 
com os demais colegas jurados.
O julgamento em plenário se inicia após os sete jurados 
prestarem o compromisso de julgar o caso, com imparcialidade, dentro 
dos ditames da Justiça.
ALÉM DO JURADO, QUEM MAIS TRABALHA NA SESSÃO DE 
JULGAMENTO?
Várias pessoas. Haverá o Juiz-Presidente, o Promotor de 
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MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
Justiça, o Advogado ou Defensor Público, assistente de acusação, 
testemunhas, vítima sobrevivente, oficiais de justiça, funcionários do 
Poder Judiciário e policiais. 
Cada uma dessas pessoas tem uma função específica.
É possível dizer que o objetivo de cada um é fazer com 
que o jurado possa trabalhar com serenidade e segurança, até o fim da 
sessão de julgamento.
QUAL O PAPEL DO PROMOTOR?
O Promotor de Justiça que atua no Júri é o membro 
do Ministério Público, defensor dos interesses da sociedade. De 
acordo com a Constituição Federal, o Ministério Público é Instituição 
permanente, cujas funções são, por excelência, essenciais à Justiça.
O Promotor de Justiça, como fiscal da aplicação da Lei e 
da prestação jurisdicional, não serve apenas para acusar, apesar de ser o 
Ministério Público o titular da ação penal pública. 
O Promotor empenha esforço visando a condenação do 
réu, nos casos de provas suficientes para a condenação. Desta forma, 
sua ação é em prol da sociedade, que é a maior beneficiada pela ação do 
Ministério Público, tendo em vista que interesses coletivos como ordem 
pública, segurança e justiça estão sendo preservados.
Por outro lado, o interesse individual também é alvo 
da ação do Ministério Público. Ainda que seu papel originário seja de 
acusação, o Promotor de Justiça deverá pleitear a absolvição do réu, caso 
entenda cabível por falta de provas ou qualquer outra circunstância de 
fato ou de direito relevante para tal medida. 
Assim, direitos fundamentais como liberdade, integridade 
física e justa prestação jurisdicional que assistem ao réu devem ser 
tutelados pela açãodo Promotor de Justiça que atua perante o Tribunal 
do Júri.
27Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
QUAL O PAPEL DO ADVOGADO/DEFENSOR PÚBLICO? 2
O advogado é o profissional do direito regularmente 
inscrito na OAB. Já o Defensor Público é o membro da Defensoria 
Pública do Estado responsável pela defesa das pessoas que não 
possuem condição financeira para contratar um advogado ou que 
deixaram de fazê-lo. Esses profissionais são responsáveis pela exposição 
das teses defensivas e pela contraposição aos argumentos da acusação. 
 
Em resumo, o Advogado e o Defensor Público devem atuar de 
modo a garantir à pessoa processada o respeito às suas garantias 
individuais, a defesa plena e o processo justo, buscando conferir aos 
cidadãos a melhor posição possível, conforme as provas do processo. 
QUEM É O RÉU?
O réu é a parte interessada no deslinde da causa, a quem 
supostamente é atribuída a prática de fato criminoso descrito pela 
norma penal como crime doloso contra a vida. Embora representado 
por seu defensor, tem ele, no processo criminal, a possibilidade de 
atuação pessoal.
Assim, o Juiz-Presidente não deve descuidar, em 
momento algum, da autodefesa durante as sessões do Tribunal do Júri. 
QUAIS SÃO OS PODERES DOS JURADOS?
Enquanto Juiz de Fato que é, o jurado pode e deve ter 
participação ativa nos trabalhos. Ele deve analisar o conjunto de fatos 
relatados no processo e decidir, através da reflexão íntima, se esses 
fatos aconteceram ou não desta ou daquela maneira, e se a pessoa sob 
julgamento é ou não responsável de alguma forma por esses fatos. 
Por conta disso é que a lei autoriza os jurados a fazerem 
perguntas à vítima, testemunhas, peritos, acusado, embora por 
intermédio do magistrado presidente. O jurado poderá ainda solicitar 
2 Trecho elaborado pelo Dr. José Francisco Cândido - Defensor Público-Geral do Estado de 
Rondônia. 
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MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
que sejam feitas acareações e reconhecimento de pessoas e coisas; 
solicitar vistas dos autos; pedir que lhe sejam mostrados documentos, 
laudos, papéis e peças processuais; inspecionar instrumentos do crime; 
sanar dúvidas acerca de algum ponto da exposição do promotor e do 
advogado; perguntar o significado e consequências das respostas aos 
quesitos. 
O ponto crucial é sanar todas as dúvidas antes de votar.
QUAIS SÃO OS CUIDADOS QUE O JURADO DEVE TOMAR 
DURANTE OS TRABALHOS?
O jurado deve ser isento e imparcial. Ele não pode declarar, 
direta ou indiretamente, a forma como pretende votar. 
Assim, em toda intervenção que fizer, deverá dirigir-se 
unicamente ao Juiz-Presidente, solicitando que ele atenda seu pedido, 
sem adiantar a sua tendência de julgamento. 
Deve informar ao Juiz toda e qualquer influência que 
perceba ou sofra no Conselho de Sentença por parte de espectadores 
da plateia, do réu, ou de qualquer outra pessoa.
COMO SE DÁ A SESSÃO DE JULGAMENTO?
A lei prevê que os julgamentos pelo Tribunal do Júri se 
realizem em audiência pública. Após o compromisso dos jurados, 
inicia-se a entrega da cópia da sentença de pronúncia ou decisões 
posteriores e o relatório do processo. Em seguida, tomam-se, se possível, 
as declarações do ofendido e inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação.
O compromisso feito pelo jurado na sessão de julgamento 
deve obedecer ao disposto no artigo 472 do Código de Processo Penal. 
Deverá ser tomado pelo Juiz-Presidente do Tribunal do Júri da seguinte 
forma:
“Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com 
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa 
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consciência e os ditames da justiça.”
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, 
responderão:
“Assim o prometo.”
Os jurados e as partes podem pedir acareações, 
esclarecimentos de peritos e a leitura de peças antecipadas ou não 
repetíveis. A seguir será o réu interrogado. Depois, iniciam-se os debates, 
falando primeiro o Promotor de Justiça até por uma hora e meia. Na 
sequência, em igual tempo, fala o Advogado de defesa.
Após a fala do Defensor, se o Promotor quiser fazer uso 
da palavra novamente, terá uma hora para fazer a réplica, e depois o 
Advogado faz tréplica em tempo igual. Encerrados os debates, os jurados 
são perguntados pelo Juiz-Presidente se estão habilitados a julgar. Se a 
resposta for sim, o Juiz-Presidente lê os quesitos e convida os jurados a 
se dirigirem à sala secreta para julgarem. 
Se houver mais de um acusado, o tempo para acusação e 
defesa será aumentado em uma hora, elevado ao dobro o da réplica e 
da tréplica.
O QUE SÃO OS QUESITOS?
Os quesitos são as perguntas escritas sobre o fato criminoso 
em debate e outras circunstâncias essenciais ao julgamento, pelas quais 
os jurados podem decidir a causa, através de respostas monossilábicas 
- SIM ou NÃO.
COMO O JURADO VOTA?
A votação é feita através de pequenas cédulas de cartolina 
dobráveis. Cada jurado recebe duas, uma contendo a palavra “SIM” 
e outra, a palavra “NÃO”. Imediatamente após as perguntas, o jurado 
depositará a cédula representativa do seu voto numa espécie de sacola, 
passada pelo oficial de justiça, descartando a outra cédula numa outra 
30 Cartilha do Jurado
MINISTÉRIO PÚBLICO - RO 
sacola passada em seguida.
O voto válido será colocado sempre na primeira 
sacola.
Contabilizando os votos, chega-se à resposta do Conselho 
de Sentença e, por fim, ao veredicto final. É importante ressaltar que 
a contabilização dos votos é interrompida quando se atinge a maioria, 
salvo quando há empate de 3x3, sendo imprescindível verificar a sétima 
cédula.
Esse procedimento visa garantir o sigilo da convicção do 
jurado, expressa no voto.
Assim, diante das informações expostas nesta cartilha, 
espera-se que o cidadão jurado tenha mais tranquilidade, segurança 
e consciência, despertando na sociedade o senso de justiça e 
desmistificando alguns conceitos existentes em torno dessa nobre 
função, indispensável à democracia e à aplicação irrepreensível da 
Justiça.
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REFERÊNCIAS
NOVAIS, César Danilo Ribeiro de. Cartilha do Jurado. Jus 
Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2471, 7 abril 2010. Disponível em http://
jus2uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=14636. Acesso em 15 junho de 
2010.
Site do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Cartilha do 
Jurado. Disponível em http://portal.tjpr.jus.br/web/juri/cartilha_jurado. 
Acesso em 15 junho de 2010.
Site do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. 
Disponível em http://tjsc5.tj.sc.gov.br/juradovoluntario/docs/cartilha.
htm. Acesso em 15 de Junho de 2010.
Contribuição do Dr. José Francisco Cândido - Defensor 
Público-Geral do Estado de Rondônia.
 
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