Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
São Carlos, v.8 n. 30 2006 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Reitor: Profa. Titular SUELY VILELA SAMPAIO Vice-Reitor: Prof. Titular FRANCO MARIA LAJOLO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Diretor: Prof. Titular FRANCISCO ANTONIO ROCCO LAHR Vice-Diretor: Prof. Titular ARTHUR JOSÉ VIEIRA PORTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS Chefe do Departamento: Prof. Titular CARLITO CALIL JUNIOR Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Titular SÉRGIO PERSIVAL BARONCINI PROENÇA Coordenador de Pós-Graduação: Prof. Associado MARCIO ANTONIO RAMALHO Coordenadora de Publicações e Material Bibliográfico: MARIA NADIR MINATEL e-mail: minatel@sc.usp.br Editoração e Diagramação: FRANCISCO CARLOS GUETE DE BRITO MASAKI KAWABATA NETO MELINA BENATTI OSTINI TATIANE MALVESTIO SILVA São Carlos, v.8 n. 30 2006 Departamento de Engenharia de Estruturas Escola de Engenharia de São Carlos – USP Av. Trabalhador Sãocarlense, 400 – Centro CEP: 13566-590 – São Carlos – SP Fone: (16) 3373-9481 Fax: (16) 3373-9482 site: http://www.set.eesc.usp.br SSUUMMÁÁRRIIOO Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves 1 Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas-T Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias 27 Efeitos do confinamento em pilares de concreto armado encamisados com compósito de fibra de carbono Ricardo Carrazedo & João Bento de Hanai 59 Tabuleiro ortótropo treliçado protendido transversalmente para aplicação em pontes de madeira Andrés Batista Cheung & Carlito Calil Junior 79 Pilares de concreto de alta resistência confinados por estribos retangulares e com adição de fibras de aço Humberto Correia Lima Júnior & José Samuel Giongo 111 Análise não linear física de placas e cascas anisotrópicas laminadas acopladas ou não com meio contínuo tridimensional viscoelástico através da combinação entre o MEC e o MEF Rodrigo Ribeiro Paccola & Humberto Breves Coda 135 ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 ANÁLISE TEÓRICO-EXPERIMENTAL DE ELEMENTOS COMPRIMIDOS DE AÇO: ÊNFASE EM PERFIS SOLDADOS Geraldo Donizetti de Paula1 & Roberto Martins Gonçalves 2 Resumo Este trabalho apresenta resultados de uma análise teórico-experimental sobre a resistência à compressão de perfis I soldados de aço, formados por chapas cortadas a maçarico. A construção metálica no Brasil utiliza os perfis I soldados de aço formados por chapas cortadas a maçarico em virtude da pouca disponibilidade no mercado dos perfis laminados. Os perfis soldados brasileiros apresentam dimensões (altura, largura de mesa e espessura) diferentes das encontradas nos perfis laminados e soldados, fabricados em outros países. Apresentam-se os principais parâmetros envolvidos na formulação das curvas de resistência à compressão para perfis soldados de pequenas dimensões, tais como: tensões residuais, imperfeições geométricas iniciais e seus efeitos no cálculo da resistência à compressão dos perfis soldados compostos por chapas cortadas a maçarico. Os perfis ensaiados pertencem às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29, sendo que foram obtidos resultados experimentais da força normal crítica e das imperfeições geométricas iniciais para três modelos de cada série com quatro índices de esbeltez diferente. Palavras-chave: perfis soldados de aço; resistência à compressão; imperfeições iniciais. 1 INTRODUÇÃO Apresenta-se neste trabalho as formulações analíticas baseadas no modelo de 2ª espécie, os principais parâmetros que regem as curvas de resistência à compressão dos perfis de aço estrutural e os resultados de uma análise teórico- experimental sobre a resistência à compressão dos perfis I soldados de aço formados por chapas cortadas a maçarico (I – FC) das séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29. A análise experimental consta-se do ensaio de caracterização do aço, do ensaio para medir as imperfeições iniciais transversais medidas ao longo do 1 Mestre em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, geraldo@em.ufop.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 2 comprimento dos perfis e do ensaio à compressão dos perfis I – FC, com três modelos para cada série, sendo utilizados quatro índices de esbeltez λ diferente. Os resultados teóricos e experimentais se referem à força normal crítica dos modelos ensaiados à compressão. Utiliza-se a nomenclatura PS para representar as séries de perfis I soldados de aço duplamente simétricos, não relacionadas nas Tabelas do anexo B da norma NBR 5884: 2000, atendendo uma recomendação da própria norma. 2 ANÁLISE TEÓRICA Apresenta-se nesta seção uma análise baseada no denominado modelo de 2a espécie, admitindo o equilíbrio do elemento comprimido em sua posição deslocada e as curvas de resistência à compressão recomendadas pelas normas brasileira NBR 8800:1986 e européia Eurocode 3:1992. A partir da análise do modelo de 2a espécie pode-se definir os principais parâmetros envolvidos na formulação das curvas de resistência à compressão para as diversas famílias de perfis de aço estrutural. Os resultados da força normal crítica teórica de cada modelo analisado são determinados a partir das curvas b e c da norma Eurocode 3:1992, admitindo as imperfeições iniciais v0 medidas em laboratório. 2.1 Modelo de 2ª espécie O modelo de 2a espécie, considerado nesta análise, representa um elemento comprimido com articulações nas extremidades em sua posição deslocada, ou seja, um elemento com um deslocamento inicial v0 no meio do vão, conforme ilustra a Figura 1. v0 N N L L/2 L/2 posição deslocada x y (a) elemento comprimido (b) perspectiva Figura 1 - Modelo de 2a espécie. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 3 Admitindo o equilíbrio do elemento na posição deslocada, obtém-se a expressão para o momento de segunda ordem: ( )⎥⎥⎦ ⎤ ⎢⎢⎣ ⎡ −= N N 1 1 NvM e 0 (1) Para análise de um modelo de 2ª espécie, pode-se admitir a verificação da resistência na seção mais solicitada de um elemento comprimido na sua configuração deformada. Admitindo que a máxima tensão num elemento comprimido seja igual à tensão de escoamento do material fy, tem-se a expressão da flexão composta, definida como: y g f W M A N =+ (2) Substituindo a expressão (1) em (2) e introduzindo Ag, obtém-se: y e 0 g g g f N N1 1 v A A W N A N =⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −⎟⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜ ⎝ ⎛ + (3) Rearranjando a equação (3), tem-se: y egg f N N1 1 A N A N =⎟⎟⎠⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ − η+ (4) onde: W v A 0g=η (5) Reescrevendo a expressão (4), tem-se: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −⎟⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜ ⎝ ⎛ −=⎟⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜ ⎝ ⎛ η eg y g N N1 A Nf A N (6) Dividindo os dois termos da equação (6) por fy e reescrevendo, tem-se: ( )( )eN N1 N1 N −−=η (7) onde: yyg N N f A N N ==ρ= (força normal resistente) (8) Rearranjando a expressão (7), obtém-se: ( )( )2 N1 N1 N λ−−=η (9) onde: Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 4 e y e y e f f N N N N ρ=ρ= (10) 2 2 e E f λ π= (tensão crítica de Euler) (11) y 2 p f E π=λ (índice de esbeltez correspondente a plastificação) (12) pλ λ=λ (índice de esbeltez reduzido) (13) A expressão (9) é conhecida como fórmula adimensional de “Ayrton-Perry”. Rearranjando esta, obtém-se: ( ) ( ) 01 1 2 22 =+ρλ+η+−ρλ (14) O valor de ρ possibilita o cálculo da força normal crítica, cuja solução é: ( ) ( ) 2 2222 2 4 1 1 λ λ−+η+λ±+η+λ=ρ (15) Deve-se desprezar a maior raiz da equação (15) para obter-se a menor força normal crítica de compressão. O parâmetro η representa matematicamente a influência das imperfeições iniciais v0 e os efeitos de tensão residual. MAQUOI & RONDAL (1978) apresentaram sete (07) proposições para o parâmetro η. As proposições para η foram obtidas por meio de resultados de ensaios realizados na Europa, considerando tensões residuais e uma imperfeição inicial padrão v0 = L / 1000. Propuseram-se inicialmente quatro curvas de resistência à compressão para diversas “famílias” de perfis de perfis de aço estruturais, “famílias” estas definidas pela distribuição das tensões residuais. A partir do parâmetro η pode-se determinar um coeficiente γ, o qual associa a uma imperfeição geométrica fictícia que considera o tipo da seção transversal e os eixos considerados. Dividindo o segundo termo da expressão (5) por y / y, obtém-se: ( ) W y y v A 0g=η (16) Define-se y como a distância da fibra mais comprimida em relação ao eixo considerado, conforme o esquema da Figura 2. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 5 xx y Figura 2 - Representação da distância y ao eixo x – x. Considerando-se que W.y = I, tem-se da expressão (17): y I v A 0g=η (17) Substituindo gA I r = na expressão (17), obtém-se: y r v 2 0=η (18) O fator v0 representa as imperfeições geométricas iniciais, o qual pode ser expresso em função de uma imperfeição padrão. γ= Lv0 (19) onde γ é um número definido para cada tipo de seção e dos eixos considerados. Substituindo a expressão (19) na equação (18), tem-se: ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛γ =η y r L 2 (20) Admitindo por definição λ = L / r e rearranjando a expressão (20), tem-se: ( ) y r γ λ=η (21) Isolando γ na expressão (21), tem-se: ( ) y r η λ=γ (22) Substituindo (12) e (13) na expressão (22) e rearranjando, obtém-se: ( ) ( ) y r f E y η πλ=γ (23) Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 6 Considerando o índice de esbeltez reduzido λ a partir do patamar de escoamento, ρ = 1,0 para 0λ≤λ , a expressão (23) resulta em: ( ) ( )y r f E y0 η πλ−λ=γ (24) Substituindo η da expressão (24) por ( )0λ−λα=η , parâmetro utilizado pela normalização européia - Eurocode 3: 1992, tem-se: ( )y r f E y α π=γ (25) A Tabela 1 apresenta valores da relação r / y para os perfis I – FC ensaiados à compressão no Laboratório de Estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos. Tabela 1 - Valores da relação r / y para os perfis I – FC ensaiados Perfil Séries Eixo Valor de r / y CS 150 x 25 x – x 0,85 y – y 0,50 PS 200 x 25 x – x 0,83 y – y 0,46 PS 225 x 29 x – x 0,83 y – y 0,46 O parâmetro α considerado na expressão (25) representa as contribuições das tensões residuais α1 e da imperfeição geométrica α2, respectivamente, como: α = α1 + α2 (26) Admitindo na expressão (25) α = α2 e γ = 1000, tem-se que: ( ) y r 1000 f E y 2 π=α (27) A partir das expressões (25), (26) e (27) pode-se estabelecer um parâmetro α* para determinar o fator de redução da força normal crítica ρ de um perfil de aço estrutural contendo tensões residuais e uma imperfeição geométrica inicial igual a L / γ, como: ( ) ⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −γ π+α=α 1000 11 y r f E y* (28) x x y y Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 7 onde: α ⇒ coeficiente que representa a contribuição das tensões residuais; γ ⇒ número correspondente ao denominador da fração que representa uma imperfeição geométrica inicial (por exemplo: 500, 1000, 2000). Cabe salientar que o fator γ = 1000 foi adotado para o estabelecimento das curvas de resistência à compressão das diversas famílias de perfisde aço estrutural. MAQUOI & RONDAL (1979) recomendam considerar o valor de α da expressão (28) em função da curva de resistência à compressão correspondente ao perfil considerado. Por exemplo, utilizando a norma Eurocode 3: 1992 para a determinação da resistência à compressão dos perfis I – FC analisados neste trabalho, os valores de α para as curvas b e c são 0,339 e 0,489, conforme ilustra a Tabela 3. 2.2 Curvas de resistência à compressão A representação matemática das curvas de resistência à compressão adotada pela normalização européia teve sua origem a partir da formulação analítica proposta por Aryton-Perry, ou seja, a menor raiz da expressão (15), ou seja, expressão (29). MAQUOI & RONDAL (1978) adotou expressão (29) ajustando esta com o parâmetro 20 2 λ−λα=η , para diversas famílias de perfis de aço estrutural, de tal forma que os valores de α sejam os apresentados na Tabela 2. Esta formulação foi adotada pela norma Eurocode 3: 1978 (DRAFT). ( ) ( ) 2 2222 2 4 1 1 λ λ−+η+λ−+η+λ=ρ (29) Tabela 2 - Valores de α curva α a 0,158 b 0,281 c 0,384 d 0,587 A norma brasileira NBR 8800: 1986 baseou-se nas recomendações do Eurocode 3: 1978 (DRAFT) para estabelecer suas curvas de resistência à compressão das diversas famílias de perfis de aço estrutural. MAQUOI & RONDAL (1979) admitiu o parâmetro ( ) 0λ−λα=η na expressão (29) ajustando esta para diversas famílias de perfis de aço estrutural, propondo novas curvas de resistência à compressão, com os valores de α ilustrados na Tabela 3. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 8 Tabela 3 - Valores de α curva α a 0,206 b 0,339 c 0,489 d 0,756 Em 1983 a norma Eurocode 3 corrigiu suas curvas de resistência à compressão e recomendou-se a formulação proposta por MAQUOI & RONDAL (1979). Cabe salientar que a nova formulação é representada pela expressão (29) com o parâmetro ( ) 0λ−λα=η e os valores de α da Tabela 3. 2.3 Seção transversal dos perfis analisados Os perfis formados por chapas cortadas a maçarico (I – FC) analisados neste trabalho, pertencem às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29, cujas dimensões nominais e médias encontram-se ilustradas na Tabela 4 e suas respectivas propriedades geométricas na Tabela 5. Cabe salientar que as dimensões médias da seção transversal dos perfis foram medidas no Laboratório de Estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC - USP, com um paquímetro de sensibilidade igual a 0,01 mm. Tabela 4 - Seções transversais analisadas (dimensões nominais e médias) Dimensões nominais (mm) Dimensões médias (mm) Seção Transversal Perfil d h bf tf tw d h bf tf tw CS 150 x 25 150 134 150 8,0 6,3 152 135,8 152 8,1 6,7 PS 200 x 25 200 184 130 8,0 6,3 202 185,8 132 8,1 6,7 PS 225 x 29 225 209 150 8,0 6,3 227 210,8 152 8,1 6,7 Tabela 5 - Propriedades geométricas dos perfis Perfil Ag (cm2) Ix (cm4) Iy (cm4) It (cm4) Wx (cm3) Wy (cm3) rx (cm) ry (cm) r02 (cm2) Cw (cm6) CS 150 33,72 1415,91 474,43 6,75 186,30 62,43 6,48 3,75 56,06 24542,91 PS 200 33,83 2369,24 310,96 6,54 234,58 47,12 8,37 3,03 79,23 29184,43 PS 225 38,75 3474,13 474,62 7,50 306,09 62,45 9,47 3,50 101,90 56793,16 t tf h b tf xx y y d Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 9 As propriedades geométricas apresentadas na Tabela 5 foram determinadas admitindo-se as dimensões médias dos perfis ilustradas na Tabela 4. 2.4 Resultados da análise teórica Os resultados apresentados nesta seção correspondem aos valores da força normal crítica teórica, obtida por meio das curvas b e c norma Eurocode 3: 1992, de para cada modelo ensaiado com suas respectivas imperfeições iniciais v0. Salientando que v0 corresponde às imperfeições transversais medidas ao longo do comprimento do perfil. Determina-se a força normal crítica teórica NT, para os modelos ensaiados à compressão, por meio da expressão (30). ygT f A N ρ= (30) Sendo Ag a área bruta da seção transversal e fy a tensão de escoamento do aço. Os valores de Ag para os modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200x25 e PS 225x29 estão apresentados na Tabela 5. Determina-se o fator de redução da resistência ρ da expressão (30) por meio da expressão (29), apresentada na seção 2.2, admitindo nesta equação os seguintes parâmetros: ( )0* λ−λα=η (31) 2,00 =λ (32) E f r kL 1 y y ⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ π=λ (33) ( ) ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −γ π+α=α 1000 11 y r f E y* (34) Para o cálculo da força normal crítica teórica por meio das curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992, considerando as imperfeições iniciais v0, utiliza-se o parâmetro α* da expressão (34) com os valores de α apresentados na Tabela 3. Admitiu-se para a determinação da força normal crítica teórica, o módulo de elasticidade E = 20500 kN / cm2 e a tensão de escoamento do aço fy = 30 kN / cm2. Os valores de E e de fy correspondem aos valores médios, aproximados, obtidos a partir da caracterização do aço, por meio do ensaio à tração de corpos-de-prova retirados das mesas dos perfis soldados. A força normal crítica NT é obtida para uma imperfeição inicial v0 / L = 1 / γ (medida no Laboratório para cada modelo) e a força normal crítica NT* é determinada para uma imperfeição inicial padrão v0* / L = 1 / 1000. As Tabelas 6, 7 e 8 apresentam os valores da força normal crítica teórica para os modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29. Nas Tabelas 6, 7 e 8 as forças críticas (NT)Eb e (NT)Ec são determinadas por meio das curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992, com a imperfeição inicial v0 / L = 1 / γ para cada modelo, enquanto que as forças (NT*)Eb e (NT*)Ec são obtidas com a imperfeição inicial padrão v0* / L = 1 / 1000. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 10 Adotou-se para a determinação de λ e λ um fator comprimento efetivo k = 0,85, como sendo uma aproximação do valor médio obtido a partir da deformada dos os modelos ensaiados à compressão e a flambagem por flexão em torno do eixo de menor inércia (y-y). Tabela 6 - Valores da força normal crítica teórica para o perfil CS 150 x 25 Modelo L (cm) λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT*)Eb (kN) (NT)Ec (kN) (NT*)Ec (kN) (NT)Eb / (NT*)Eb (NT)Ec / (NT*)Ec 1 180 0,50 1/1593 915 893 871 851 1,025 1,024 2 180 0,50 1/1895 920 893 876 851 1,030 1,029 3 180 0,50 1/1698 916 893 873 851 1,026 1,026 1 220 0,61 1/1264 858 840 803 786 1,021 1,022 2 220 0,61 1/928* 839 840 786 786 0,999 1,000 3 220 0,61 1/1196 854 840 799 786 1,017 1,017 1 290 0,80 1/1534 762 727 692 664 1,048 1,042 2 290 0,80 1/2266 782 727 707 664 1,076 1,065 3 290 0,80 1/1629 766 727 695 664 1,054 1,0471 360 1,00 1/1698 642 600 574 543 1,070 1,057 2 360 1,00 1/1818 645 600 577 543 1,075 1,063 3 360 1,00 1/1423 632 600 567 543 1,053 1,044 * Deslocamento inicial v0 superior ao valor permitido pela norma NBR 5884, ou seja, L / 1000. O modelo 2, de comprimento L = 220 cm, do perfil CS 150 x 25 apresenta um deslocamento inicial v0 superior a L / 1000, porém a força NT iguala-se à força NT*. Tabela 7 - Valores da força normal crítica teórica para o perfil PS 200 x 25 Modelo L (cm) λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT*)Eb (kN) (NT)Ec (kN) (NT*)Ec (kN) (NT)Eb / (NT*)Eb (NT)Ec / (NT*)Ec 1 150 0,51 1/1389 908 889 863 845 1,021 1,021 2 150 0,51 1/1420 909 889 863 845 1,023 1,021 3 150 0,51 1/1304 905 889 860 845 1,018 1,018 1 200 0,68 1/1087 812 800 751 741 1,015 1,008 2 200 0,68 1/1242 821 800 759 741 1,026 1,024 3 200 0,68 1/1136 815 800 754 741 1,019 1,018 1 240 0,82 1/1290 744 716 675 653 1,039 1,034 2 240 0,82 1/938* 718 716 655 653 1,003 1,003 3 240 0,82 1/1212 739 716 672 653 1,032 1,029 1 300 1,02 1/787* 570 582 519 526 0,979 0,987 2 300 1,02 1/1685 625 582 559 526 1,074 1,063 3 300 1,02 1/1240 606 582 545 526 1,041 1,036 * Deslocamento inicial v0 superior ao valor permitido pela norma NBR 5884, ou seja, L / 1000. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 11 Tabela 8 - Valores da força normal crítica teórica para o perfil PS 225 x 29 Modelo L (cm) λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT*)Eb (kN) (NT)Ec (kN) (NT*)Ec (kN) (NT)Eb / (NT*)Eb (NT)Ec / (NT*)Ec 1 160 0,47 1/1282 1054 1039 1009 994 1,014 1,015 2 160 0,47 1/1695 1065 1039 1019 994 1,025 1,025 3 160 0,47 1/1356 1057 1039 1011 994 1,017 1,017 1 200 0,59 1/1980 1018 974 953 914 1,045 1,043 2 200 0,59 1/1220 993 974 931 914 1,020 1,019 3 200 0,59 1/1328 998 974 936 914 1,025 1,024 1 250 0,74 1/1289 907 879 832 808 1,032 1,030 2 250 0,74 1/1572 922 879 843 808 1,049 1,043 3 250 0,74 1/1269 906 879 831 808 1,031 1,029 1 350 1,04 1/1944 717 659 639 596 1,088 1,072 2 350 1,04 1/1563 704 659 630 596 1,068 1,057 3 350 1,04 1/1584 704 659 631 596 1,068 1,059 O modelo 1, de L = 300 cm, do perfil PS 200 x 25 apresenta um deslocamento inicial v0 / L = 1 / 717 superior ao deslocamento inicial v0* / L = 1 / 1000, permitido pela norma NBR 5884. Neste caso, como a resistência do modelo é inferior à permitida pela normalização, conforme ilustra a Tabela 7, o mesmo deve ser desprezado. O modelo 2, de L = 240 cm, do perfil PS 200 x 25 com uma imperfeição inicial v0 / L = 1 / 938 superior à imperfeição inicial padrão v0* / L = 1 / 1000, porém da mesma ordem de grandeza, poderá ser utilizado, pois conforme ilustra a Tabelas 7 sua resistência não é inferior à permitida pela normalização. A influência das imperfeições iniciais v0 na resistência à compressão dos modelos pertencentes às três séries em análise é clara e como já era previsto o maior efeito ocorre para os modelos mais esbeltos. 3 ANÁLISE EXPERMENTAL Apresenta-se nesta seção, a metodologia adotada para realização dos ensaios de laboratório, bem como os principais resultados experimentais obtidos, os quais são utilizados para a determinação da força normal crítica à compressão dos modelos formados por perfis I – FC das séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29. Durante a fase experimental foram executados os ensaios de caracterização do material, medição das imperfeições iniciais transversais medidas ao longo do comprimento do perfil e o ensaio à compressão dos modelos. 3.1 Ensaio de caracterização do aço As propriedades mecânicas de interesse do aço ASTM – A36, empregado na fabricação dos perfis, foram determinadas por meio do ensaio à tração de oito (08) corpos-de-prova, na máquina de ensaio servo-hidráulica INSTRON. A partir destes ensaios determinou-se as resistências ao escoamento fy e à ruptura fu e o modulo de elasticidade E, estabelecendo-se os seguintes valores médios: fy = 300 MPa, fu = 400 MPa e E = 205000 MPa. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 12 Os corpos-de-prova foram retirados de três (03) perfis I - FC, pertencentes ao lote de perfis destinados ao ensaio à compressão. Retirou-se destes perfis quatro (04) corpos-de-prova das mesas e quatro (04) da alma, totalizando-se oito (08). As dimensões foram admitidas segundo as recomendações da norma ASTM A370 – 96, as quais encontram-se ilustradas na figura 3. Onde t corresponde a espessura da chapa constituinte do perfil. 50 230 Rmin = 25 w = 40 ± 2,0 800 mm t Figura 3 - Dimensões nominais do corpo-de-prova para o ensaio à tração. A figura 4 ilustra um diagrama tensão-deformação (σ x ε) padrão para os corpos-de-prova retirados das mesas dos perfis. Salientar-se que os corpos-de-prova apresentaram propriedades mecânicas diferentes, caracterizando que os perfis foram fabricados de chapas de aço de corrida diferente durante o processo de laminação. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0,000 0,003 0,005 0,008 0,010 0,013 σ ( M Pa ) ε Figura 4 - Diagrama tensão-deformação. 3.2 Medição das imperfeições iniciais As imperfeições geométricas iniciais dos perfis foram determinadas por meio da utilização de uma bancada, composta por um mancal devidamente ajustado sobre um perfil U laminado de 200 mm de altura construída para esta finalidade no Laboratório de Estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. A Figura 5 mostra um dispositivo utilizando a bancada, citada anteriormente, para a leitura das imperfeições geométricas transversais, as quais são medidas ao longo do comprimento longitudinal dos perfis. As imperfeições geométricas dos perfis foram obtidas por meio de um transdutor de deslocamento linear, que se desloca com o mancal, a fim de se obter as leituras nos pontos desejados. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 13 Figura 5 - Dispositivo para leitura das imperfeições geométricas transversais. As imperfeições geométricas foram medidas na alma e nas mesas dos perfis, em três linhas, conforme ilustra a Figura 6. As medidas foram realizadas a cada 200 mm, com o transdutor de deslocamento posicionado manualmente ao longo de cada ponto. A B C FED G H I Figura 6 - Posições para medidas das deslocadas transversais. A figura 7 apresenta um ajuste das imperfeições transversais, medidas ao longo da linha média da alma, linha H. O ajuste foi realizado por meio da função senoidal, proposta por Young (1807), representada pela expressão (35): )Lx(senv)x(v 00 π= (35) onde v0 é o valor da imperfeição inicial no meio do vão do modelo. A figura 7 ilustra a posição deslocada inicial do modelo 3 pertencente ao perfil PS 225 x 29, de comprimento L = 1600 mm. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 14 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 L (mm) v 0 (m m ) Figura 7 - Ajuste da imperfeição transversal na linha H do perfil. Os resultados experimentais dos deslocamentos iniciais v0 ajustados no meio do vão dos modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS200 x 25 e PS 225 x 29 encontram-se ilustrados nas Tabelas 12, 13 e 14, sob a forma de v0 / L = 1 / γ. 3.3 Ensaio dos modelos à compressão Os elementos comprimidos foram ensaiados em modelos que se aproximam de pilares com articulações nas extremidades e a instabilidade prevista para o eixo de menor inércia y – y. Os ensaios de 36 modelos pertencentes às séries em estudo foram realizados na máquina de ensaio servo-hidráulica INSTRON, com capacidade de 3000 kN e altura de 4000 mm, do Laboratório de Estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. A figura 8 mostra uma foto da Máquina INSTRON, com o modelo na posição do ensaio. Figura 8 - Máquina INSTRON, com o modelo na posição do ensaio. A Tabela 9 apresenta o número de modelos, com seus respectivos comprimentos, para as séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29 ensaiadas. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 15 Tabela 9 - Relação dos modelos ensaiados Perfil Série Comprimento (mm) Nº de Modelos 1800 3 CS 150 x 25 2200 3 2900 3 3600 3 1500 3 PS 200 x 25 2000 3 2400 3 3000 3 1600 3 PS 225 x 29 2000 3 2500 3 3500 3 Os modelos foram instrumentados com transdutores de deslocamento, posicionados nas linhas médias da alma e de uma das mesas do perfil, para se obter os deslocamentos laterais nas posições indicadas, conforme ilustra a figura 9. A figura 9.a ilustra a posição dos transdutores 1 a 7 na alma e 8 a 10 na mesa do modelo, numerados a partir da extremidade superior do perfil, enquanto que, a figura 9.b mostra uma foto ilustrativa de um modelo instrumentado. y z x (a) (b) Figura 9 - Modelo instrumentado com transdutores de deslocamento. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 16 As Tabelas 10 e 11 apresentam as cotas dos transdutores de deslocamento posicionados na alma e na mesa dos modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29. Tabela 10 - Cotas dos transdutores posicionados na alma dos modelos Perfil L (mm) Cotas dos Transdutores (mm) T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 CS 1800 1700 1300 900 500 367 233 100 150 X 25 2200 2100 1600 1100 600 433 267 100 2900 2800 2125 1450 775 550 325 100 3600 3500 2650 1800 950 667 383 100 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 PS 1500 1400 1075 750 425 317 208 100 200 x 25 2000 1900 1450 1000 550 400 250 100 2400 2300 1750 1200 650 467 283 100 3000 2900 2200 1500 800 567 333 100 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 PS 1600 1500 1150 800 450 333 217 100 225 x 29 2000 1900 1450 1000 550 400 250 100 2500 2400 1825 1250 675 483 292 100 3500 3400 2575 1750 925 650 375 100 T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 T 6 T 7 O z y Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 17 Tabela 11 - Cotas dos transdutores posicionados na mesa dos modelos Perfil L (mm) Cotas dos Transdutores (mm) T8 T9 T10 CS 1800 1700 900 100 150 X 26 2200 2100 1100 100 2900 2800 1450 100 3600 3500 1800 100 T8 T9 T10 CVS 1500 1400 750 100 200 x 26 2000 1900 1000 100 2400 2300 1200 100 3000 2900 1500 100 T8 T9 T10 CVS 1600 1500 800 100 225 x 30 2000 1900 1000 100 2500 2400 1250 100 3500 3400 1750 100 3.4 Resultados da análise experimental Apresentam-se nas tabelas 12, 13 e 14 os valores experimentais da imperfeição inicial v0, dos deslocamentos laterais v, do fator comprimento efetivo de flambagem k e da força normal crítica experimental NE para os modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29. Os deslocamentos laterais v apresentados nas Tabelas 12, 13 e 14 referem-se aos deslocamentos medidos durante o ensaio à compressão dos modelos nos transdutores T3 e T9, posicionados na altura média da alma e da mesa dos perfis. O fator comprimento efetivo de flambagem k encontra-se apresentado nas Tabelas 12, 13 e 14 em função de ky (obtido a partir da deformada do modelo na direção do eixo de menor inércia) e kx (determinado a partir da deformada do modelo na direção do eixo de maior inércia). T 8 T 9 T 10 O z x Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 18 Tabela 12 - Valores experimentais para os modelos da série CS 150 x 25 Modelo L (mm) v0 / L NE (kN) v (mm) T3 v (mm) T9 ky kx 1 1800 1/1593 951 11 1 0,85 0,64 2 1800 1/1895 1044 2 3 0,61 0,90 3 1800 1/1698 959 8 1 0,78 0,47 1 2200 1/1264 916 7 5 0,92 0,53 2 2200 1/928 849 8 1 0,83 0,74 3 2200 1/1196 924 4 0 0,81 0,74 1 2900 1/1534 788 10 2 0,93 0,73 2 2900 1/2266 894 3 2 0,77 0,62 3 2900 1/1629 783 10 3 1,00 0,59 1 3600 1/1698 699 11 3 0,83 0,67 2 3600 1/1818 708 10 4 0,83 0,76 3 3600 1/1423 676 11 3 0,78 0,62 Tabela 13 - Valores experimentais para os modelos da série PS 200 x 25 Modelo L (mm) v0 / L NE (kN) v (mm) T3 v (mm) T9 ky kx 1 1500 1/1389 1029 2 1 0,50 0,17 2 1500 1/1420 985 5 3 0,70 0,70 3 1500 1/1304 964 4 1 0,58 0,34 1 2000 1/1087 836 11 0 0,66 0,49 2 2000 1/1242 1011 4 0 0,66 0,59 3 2000 1/1136 859 7 0 0,68 0,71 1 2400 1/1290 936 2 1 0,81 0,37 2 2400 1/938 769 9 1 0,79 0,77 3 2400 1/1212 850 3 3 0,75 0,70 1 3000 1/787 573 18 14 1,00 0,88 2 3000 1/1685 813 6 5 0,61 0,69 3 3000 1/1240 785 8 0 0,77 0,44 Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 19 Tabela 14 - Valores experimentais para os modelos da série PS 225 x 29 Modelo L (mm) v0 / L NE (kN) v (mm) T3 v (mm) T9 ky kx 1 1600 1/1282 1135 9 1 0,86 0,47 2 1600 1/1695 1162 7 * 0,88 * 3 1600 1/1356 1144 4 0 0,72 0,30 1 2000 1/1980 1155 4 1 0,80 0,75 2 2000 1/1220 978 13 0 1,00 0,69 3 2000 1/1328 1055 10 0 0,85 0,69 1 2500 1/1289 953 11 2 0,88 0,50 2 2500 1/1572 917 13 0 0,94 0,60 3 2500 1/1269 845 15 1 0,91 0,53 1 3500 1/1944 850 0 1 0,77 0,82 2 3500 1/1563 752 14 0 0,90 0,38 3 3500 1/1584 763 15 2 0,87 0,87 * As leituras foram desprezadas, devido a problemas no transdutor T9. Os resultados das imperfeições iniciais v0 apresentados nas Tabelas 12, 13 e 14 foram utilizados na seção 2.4, para a determinação da força normal crítica teórica. Os valores da força normal crítica experimental NE serão utilizados no item 4, seções 4.1 e 4.2, para comparações com a força normal crítica teórica NT e com as curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992. Os deslocamentos laterais v no meio do vão, medidos pelos transdutores T3 e T9 localizados na alma e na mesa dos perfis, mostram a influência das imperfeições iniciais na resistência à compressão dos elementos comprimidos e indicam que a flambagem ocorre em torno do menor eixo de inércia para a maioria dos modelos ensaiados. As séries CS 150x25, PS 200x25 e PS 225x29, apresentaram um fator comprimento efetivo de flambagem (ky)médio, na direção do eixo de menor inércia, iguais a 0,83, 071 e 0,87, respectivamente. Considerando que a série PS 200x25 apresentou um fatorcomprimento efetivo (ky)médio = 0,71 muito baixo, em virtude da grande influência das imperfeições iniciais, esta série foi desprezada para a determinação do fator k médio a ser utilizado na análise teórica. O fator comprimento efetivo (k)médio foi admitido como sendo a média aritmética entre (ky)médio da série CS 150x25 e o (ky)médio da série PS 225x29, ou seja, (k)médio = (0,83 + 0,87) / 2 = 0,85. O fator (k)médio = 0,85 foi utilizado para o cáculo da força normal crítica teórica NT apresentada na seção 2.4 e na determinação do índice de esbeltez λ e do índice de esbeltez reduzido λ utilizados nos gráficos apresentados na seção 4.4. Admitiu-se o fator k = 0,85 para as três séries ensaiadas, numa tentativa de se ajustar as posições dos modelos em relação às curvas de resistência à compressão adotadas pelas normas de cálculo. Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 20 4 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS Discute-se neste item, por meio de uma análise comparativa, os resultados da força normal crítica obtidos teoricamente e experimentalmente. Compara-se também, em forma de gráficos, os valores da força normal crítica experimental NE com as curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992. 4.1 Comparação entre a força crítica experimental e teórica Apresenta-se nesta seção uma comparação entre a força normal crítica experimental NE e a força normal crítica teórica NT, determinada a partir das curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992, admitindo imperfeições iniciais v0 / L = 1 / γ, conforme ilustram as tabela 15, 16 e 17. Tabela 15 - Valores da força crítica NE e NT – perfil CS 150 x 25 Modelo L (cm) k λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT)Ec (kN) NE (kN) NE / (NT)Eb NE / (NT)Ec 1 180 0,85 0,50 1/1593 915 871 951 1,039 1,092 2 180 0,85 0,50 1/1895 920 876 1044 1,135 1,192 3 180 0,85 0,50 1/1698 916 873 959 1,047 1,099 1 220 0,85 0,61 1/1264 858 803 916 1,068 1,141 2 220 0,85 0,61 1/928 839 786 849 1,012 1,080 3 220 0,85 0,61 1/1196 854 799 924 1,082 1,156 1 290 0,85 0,81 1/1534 762 692 788 1,034 1,139 2 290 0,85 0,81 1/2266 782 707 894 1,143 1,265 3 290 0,85 0,81 1/1629 766 695 783 1,022 1,127 1 360 0,85 1,01 1/1698 642 574 699 1,088 1,218 2 360 0,85 1,01 1/1818 645 577 708 1,098 1,227 3 360 0,85 1,01 1/1423 632 567 676 1,069 1,192 Tabela 16 - Valores da força crítica NE e NT – perfil PS 200 x 25 Modelo L (cm) k λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT)Ec (kN) NE (kN) NE / (NT)Eb NE / (NT)Ec 1 150 0,85 0,52 1/1389 908 863 1029 1,133 1,192 2 150 0,85 0,52 1/1420 909 863 985 1,084 1,141 3 150 0,85 0,52 1/1304 905 860 964 1,065 1,121 1 200 0,85 0,69 1/1087 812 751 836 1,030 1,113 2 200 0,85 0,69 1/1242 821 759 900 1,096 1,186 3 200 0,85 0,69 1/1136 815 754 859 1,054 1,139 1 240 0,85 0,83 1/1290 744 675 850 1,143 1,259 2 240 0,85 0,83 1/938 718 655 769 1,071 1,174 3 240 0,85 0,83 1/1212 739 672 850 1,150 1,265 1 300 0,85 1,04 1/787 570 519 573 1,005 1,104 2 300 0,85 1,04 1/1685 625 559 813 1,301 1,454 3 300 0,85 1,04 1/1240 606 545 785 1,295 1,440 Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 21 Tabela 17 - Valores da força crítica NE e NT – perfil PS 225 x 29 Nas Tabelas 15, 16 e 17, NE corresponde a força normal crítica experimental, (NT)Eb a força normal crítica teórica para v0 / L = 1 / γ - curva b do Eurocode 3 e (NT)Ec a força normal crítica teórica para v0 / L = 1 / γ - curva c do Eurocode 3. O modelo 2, de comprimento L = 180 cm, do perfil CS 150 x 25 apresenta na Tabela 15 uma força normal crítica experimental NE da ordem de grandeza da força normal crítica de escoamento Ny, caracterizando o escoamento da seção transversal. Os deslocamentos laterais nos transdutores T3 e T9 e os próprios valores de ky e kx, ilustrados na Tabela 12, indicam que não ocorre predominância de flambagem em torno do eixo de menor inércia. O modelo 1, de comprimento L = 150 cm, do perfil PS 200 x 25 apresenta na Tabela 16 uma força normal crítica experimental NE da ordem de grandeza da força normal crítica de escoamento Ny, caracterizando o escoamento da seção transversal. Os deslocamentos laterais nos transdutores T3 e T9, ilustrados na Tabela 13, indicam que não ocorre predominância de flambagem em torno do eixo de menor inércia. O modelo 2, de comprimento L = 160 cm, do perfil PS 225 x 29 apresenta na Tabela 17 uma força normal crítica experimental NE da ordem de grandeza da força normal crítica de escoamento Ny, caracterizando o escoamento da seção transversal. 4.2 Força normal reduzida para os modelos ensaiados Apresenta-se nesta seção uma comparação entre os resultados de ensaio e as curvas b e c do Eurocode 3: 1992. Os resultados de ensaios são representados pela força normal reduzida ρ. A força normal reduzida ρ é definida pela a razão entre a força normal crítica experimental NE e a força normal teórica de escoamento Ny = Ag . fy, conforme a expressão (36). y E N N=ρ (36) Modelo L (cm) k λ v0 / L (NT)Eb (kN) (NT)Ec (kN) NE (kN) NE / (NT)Eb NE / (NT)Ec 1 160 0,85 0,48 1/1282 1054 1009 1135 1,077 1,125 2 160 0,85 0,48 1/1695 1065 1019 1162 1,091 1,140 3 160 0,85 0,48 1/1356 1057 1011 1144 1,082 1,132 1 200 0,85 0,60 1/1980 1018 953 1155 1,135 1,212 2 200 0,85 0,60 1/1220 993 931 978 0,985 1,051 3 200 0,85 0,60 1/1328 998 936 1055 1,057 1,127 1 250 0,85 0,75 1/1289 907 832 953 1,051 1,145 2 250 0,85 0,75 1/1572 922 843 917 0,995 1,088 3 250 0,85 0,75 1/1269 906 831 845 0,933 1,017 1 350 0,85 1,05 1/1944 717 639 850 1,186 1,330 2 350 0,85 1,05 1/1563 704 630 752 1,068 1,194 3 350 0,85 1,05 1/1584 704 631 763 1,084 1,209 Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 22 Admite-se na expressão (36) a tensão de escoamento fy = 30 kN/cm2 e os valores da área bruta Ag iguais aos apresentados, anteriormente, na Tabela 5. Os gráficos apresentados nas figuras 10, 11 e 12 ilustram os valores da força normal reduzida ρ para os modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29, admitindo o fator comprimento efetivo de flambagem k = 0,85 e a flambagem por flexão em torno do eixo de menor inércia y – y. 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 curva b curva c modelos média ρ λ λ = 41 λ = 50 λ = 66 λ = 82 Figura 10 - Força normal reduzida, perfil CS 150 x 25.Curvas b e c - Eurocode 3. ρ λ λ = 42 λ = 56 λ = 67 λ = 84 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 curva b curva c modelos média Figura 11 - Força normal reduzidal, perfil PS 200 x 25. Curvas b e c – Eurocode 3. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 23 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 curva b curva c modelos média ρ λ λ = 39 λ = 49 λ = 61 λ = 85 Figura 12 - Força normal reduzida, perfil PS 225 x 29. Curvas b e c – Eurocode 3. Analisando o gráfico da figura 10, observa-se que a média dos resultados da força normal crítica experimental NE dos modelos da série CS 150 x 25 situa-se acima da curvab da norma Eurocode 3: 1992, permitindo concluir que a curva b representa melhor a resistência à compressão dos modelos ensaiados. Percebe-se ainda, do gráfico da figura 10 que ocorre uma grande dispersão entre os resultados experimentais da força normal crítica, para o índice de esbeltez λ = 84, isto ocorre em virtude da grande influência das imperfeições geométricas iniciais e de alguma provável perturbação ocorrida na direção do eixo de maior inércia. O gráfico da figura 11 mostra que a média dos resultados da força normal crítica experimental NE dos modelos da série PS 200 x 25 situa-se acima da curva b da norma Eurocode 3: 1992, entretanto, verifica-se que os resultados desta série encontram-se mais dispersos, em virtude de uma maior influência das imperfeições iniciais. Este maior efeito ocorre porque os modelos da série PS 200 x 25 apresentam maiores valores dos deslocamentos iniciais v0, quando comparados com as outras duas séries. Verifica-se a partir do gráfico da figura 12, que a média dos resultados da força normal crítica experimental NE dos modelos da série PS 225 x 29 aproxima-se mais da curva b da norma Eurocode 3: 1992, permitindo concluir que a curva b representa melhor a resistência à compressão dos modelos ensaiados. Percebe-se ainda que os modelos de esbeltez λ = 39 apresentaram a força normal crítica experimental NE próxima da força normal de escoamento Ny e que o modelo 1, de comprimento L = 350 cm e esbeltez λ = 85, com uma imperfeição v0 pequena e uma força crítica NE bem superior ao valor estimado pela análise teórica deverá ser desprezado. 5 CONCLUSÕES Os resultados da análise teórica, baseada no modelo de 2a espécie, fundamentam a verificação da resistência na seção mais solicitada do elemento Geraldo Donizetti de Paula & Roberto Martins Gonçalves Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 1-25, 2006 24 comprimido na sua configuração deformada e indica resultados com boa correlação quando comparados com os obtidos experimentalmente. Verifica-se a partir de uma comparação entre a força normal crítica experimental NE e a força normal crítica teórica NT, que os resultados obtidos experimentalmente são coerentes e satisfatórios. Comparando a força normal crítica experimental NE com a força normal crítica determinada pela norma Eurocode 3: 1992, admitindo as imperfeições geométricas iniciais v0 / L = 1 / γ, apresentada nas Tabelas 15, 16 e 17, pode-se perceber a grande influência das imperfeições iniciais na resistência à compressão dos elementos comprimidos de aço formados pelos perfis I – FC de pequenas dimensões. Verifica-se a partir de uma comparação entre a força normal crítica experimental NE e a força normal crítica NT apresentada nas Tabelas 15, 16 e 17, que a maior influência das imperfeições iniciais v0 ocorre para os modelos com maiores índices de esbeltez λ, pois os modelos mais esbeltos situam na faixa de esbeltez com maior efeito das imperfeições geométricas iniciais na resistência à compressão. Levando em consideração a posição da média dos resultados da força normal crítica de compressão dos modelos ensaiados, em relação às curvas b e c, conclui-se que a curva b é a mais adequada, quando a flambagem ocorre por flexão em torno do eixo de menor inércia y – y, para o cálculo da resistência à compressão dos perfis I – FC de pequenas dimensões. Analisando as três séries ensaiadas, considerando a posição da média dos valores da força normal crítica experimental NE em relação às curvas do Eurocode 3, percebe-se que a série CS 150 x 25 apresenta melhores resultados em relação às demais séries. Dentre as séries PS, perfis que não constam nas Tabelas apresentadas no anexo B da norma NBR 5884: 2000, a série PS 225 x 29 é a que se comporta melhor. É importante ressaltar que há necessidade de ampliar o número de modelos a serem ensaiados e avaliar as condições e resultados quando a flambagem não ocorre em torno do eixo de menor inércia e que seja realizado um trabalho efetivo de caracterização de tensões residuais, para permitir uma conclusão definitiva sobre os procedimentos adotados quanto ao dimensionamento de perfis I soldados de aço, formados por chapas cortadas a maçarico, comprimidos. 6 AGRADECIMENTOS Agradecemos a CAPES pela concessão da bolsa de estudos e a empresa USIMINAS pelo apoio financeiro na compra dos perfis estruturais de aço, sem o qual esta pesquisa poderia não ter sido realizada. 7 REFERÊNCIAS ALPSTEN, G. A.; TALL, L. (1970). Residual stresses in heavy welded shapes. Welding Journal, v.49, n.3, Research Suppl., p. 93s-105s, Mar. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. (1986). NBR 8800/86 - Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios. Rio de Janeiro. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. (2000). Texto base para revisão da NBR 5884 – Elementos estruturais de aço soldados por arco elétrico – Parte I – Perfil I. Rio de Janeiro. Análise teórico-experimental de elementos comprimidos de aço: ênfase em perfis soldados Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.1-25, 2006 25 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. (1996). A-370 – Standart test methods and definitions for mechanical testing of steel products. Philadelphia. BALLIO, G.; MAZZOLANI, F. M. (1983). Theory and design of steel structures. London: Chapman and Hall. CHERNENKO, D. E.; KENNEDY, D. J. L. (1991). Analysis of the performance of welded wide flange columns. Canadian Journal of Civil Engineering, v.18, n.4, p.537-555, Aug. COMITÉ EUROPEO DE NORNALIZACIÓN. (1992). Eurocódigo 3 - Projecto de estructuras de acervo. Parte 1-1: Reglas generales y reglas para edificación. Bruxelles, CEN. (ENV 1993-1-1). GALAMBOS, T. V. (Ed.). (1988). Guide to stability design criteria for metal structures. 4.ed. New York: John Wiley & Sons. McFALLS, R. K.; TALL, L. (1969). A study of welded columns manufactured from flame-cut plates. Welding Journal, v.48, n.4, Research Suppl, p.141s-153s, Apr. MAQUOI, R.; RONDAL, J. (1978). Analytical formulation of the new European buckling curves. Acier Stahl Steel, n.1, p.23-28. MAQUOI, R.; RONDAL, J. (1978). Mise en équation des novelles courbes européennes de flambament. Construction Métallique, n.1. MAQUOI, R.; RONDAL, J. (1979). Formulations d’ Airton - Perry pour flambement de barres métalliques. Construction Métallique, n.4, Paris. PAULA, G. D. (2002). Estudo teórico-experimental de elementos comprimidos de aço. São Carlos. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Carlos. PAULA, G. D. (1994). Alguns aspectos da fundamentação teórica e dimensionamento de elementos comprimidos de aço. São Carlos. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Carlos. PIMENTA, R. J. (1997). Proposição de uma curva de flambagem para perfis I soldados formados por chapas cortadas a maçarico. Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais. SALMON, C. G.; JOHNSON, J. E. (1996). Steel Structures: design and behavior. 4.ed. New York: HarperCollins. 26 ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 ANÁLISE DE PONTES DE MADEIRA PROTENDIDAS TRANSVERSALMENTE FORMADAS POR VIGAS-T Nívea Mara Pereira Alves1 & Antonio Alves Dias2 Resumo Neste trabalho é estudada uma variação do sistema estrutural de ponte de madeira com tabuleiro laminado protendido, em que a seção transversal é formada por vigas-T. As nervuras destas vigas são de madeira laminada colada e o tabuleiro de madeira serrada. São analisadas pontes da classe 30, com uma ou duas faixas de tráfego, dimensionando-se os elementos estruturaispara diversas situações de projeto, e avaliando-se as influências das espécies e classes de resistência das madeiras e dos fatores geométricos (largura da nervura, altura do tabuleiro e espaçamento entre nervuras) na altura das nervuras. O procedimento de cálculo utilizado no dimensionamento das pontes de madeira formadas por vigas-T baseia-se no método WVU. Para o desenvolvimento deste trabalho, o método foi adaptado aos critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 7188/84 - Cargas Móveis em Pontes Rodoviárias e Passarelas de Pedestres” e “NBR 7190/97 - Projeto de Estruturas de Madeira”, e programado em software MATHCAD©. Os resultados obtidos indicam que não existe influência significativa na altura da nervura, ao se utilizar madeira da classe C 30 ou C 40 no tabuleiro, ou ao se variar a altura do tabuleiro de 15 até 25 cm. O modelo teórico é avaliado experimentalmente, por meio de modelo reduzido na escala geométrica de 1:5, obtendo-se boa concordância entre os valores experimentais e os teóricos. Palavras-chave: pontes de madeira; protensão transversal; vigas-T. 1 INTRODUÇÃO O sistema estrutural de pontes de madeira com tabuleiro protendido se originou no Canadá, em 1976, como uma forma de recuperar tabuleiros pregados, que apresentavam problemas de delaminação. O bom desempenho estrutural dos tabuleiros recuperados com esta técnica incentivou a sua aplicação na construção de novas pontes. O sistema laminado protendido consiste em peças de madeira posicionadas ao longo do vão, umas adjacentes às outras, e protendidas transversalmente por barras ou cabos de aço de alta resistência. Esta protensão transversal permite que o esforço 1 Mestre em Engenharia de Estrutura – EESC-USP. 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC – USP, dias@sc.usp.br Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 28 cortante vertical seja transmitido lateralmente entre as lâminas, por meio do atrito. Com isto, o sistema comporta-se como uma placa ortotrópica capaz de distribuir lateralmente as cargas dos veículos e de resistir à flexão transversal. Os tabuleiros protendidos com seção transversal constituído por peças de mesma altura são os mais utilizados para vãos menores que 10 m. Devido à necessidade de se construir pontes para vencer vãos maiores, foram estudadas derivações deste sistema, utilizando formas estruturais mais eficientes para a seção transversal (sistema T, sistema sanduíche, seção caixão e outras). O sistema T, mostrado na figura 1, consiste na introdução de vigas intermediárias com maiores dimensões no tabuleiro. Figura 1 - Ponte de madeira com vigas-T (OKIMOTO, 1997). Neste trabalho são avaliadas as pontes formadas por vigas-T, utilizando nervuras de madeira laminada colada (MLC) e tabuleiro de madeira serrada. Inicialmente. Inicialmente, são efetuados os dimensionamentos destas pontes, para diversas situações de projeto, seguindo o procedimento de cálculo baseado no método WVU (Método desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Civil da West Virginia University e apresentado por DAVALOS & SALIM (1992)) para o sistema T das pontes de madeira protendidas transversalmente, e um estudo para verificar a influência das espécies e classes de resistência das madeiras e das variações dos fatores geométricos na altura das nervuras. Por último, é realizado o ensaio de um modelo reduzido de ponte formada por vigas-T, para se avaliar o modelo teórico utilizado no dimensionamento destas pontes. Para o desenvolvimento deste trabalho, o método WVU foi adaptado aos critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 7188/84 - Cargas Móveis em Pontes Rodoviárias e Passarelas de Pedestres” e “NBR 7190/97 - Projeto de Estruturas de Madeira”, e programado em software MATHCAD©. 2 ANÁLISE NUMÉRICA DO SISTEMA T O procedimento de cálculo utilizado para a análise numérica do sistema T das pontes de madeira baseia-se no método WVU para o dimensionamento da altura e largura das nervuras, da altura do tabuleiro e do espaçamento entre nervuras. Para o desenvolvimento deste trabalho, o método WVU foi adaptado aos critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 7188/84 - Cargas Móveis em Pontes Rodoviárias e Passarelas de Pedestres” e “NBR 7190/97 - Projeto de Estruturas de Madeira”, e programado em software MATHCAD©. Este estudo é conduzido a partir da definição preliminar do vão, da largura e classe da ponte, das espécies e classes de resistência das madeiras utilizadas para as nervuras e o tabuleiro. São analisadas diversas configurações de pontes, variando-se Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 29 a altura do tabuleiro, a largura das nervuras, o número de nervuras e determinando-se a altura das mesmas para cada configuração. 2.1 Características das pontes As pontes analisadas numericamente são da classe 30, por se tratar do emprego mais comum das pontes de madeira protendidas. Os vãos utilizados para a análise destas pontes foram iguais a 10, 15, 20 e 25 m. O limite inferior é escolhido porque para vãos menores que 10 m empregam-se pontes com seção transversal de altura constante e o limite superior é o vão máximo empregado para as pontes de madeira formadas por vigas-T. Estas pontes têm uma ou duas faixas de tráfego, de larguras iguais a 5,5 e 10,0 m respectivamente. As figuras 2 e 3 apresentam os desenhos esquemáticos de uma ponte com 5 nervuras e uma faixa de tráfego e de uma ponte com 9 nervuras e duas faixas de tráfego. t Unidade: cm bwS 550 100 350 100 D Figura 2 - Ponte com uma faixa de tráfego. 1000 S 150 t bw Unidade: cm D 700 150 Figura 3 - Ponte com duas faixas de tráfego. Com relação às dimensões dos elementos estruturais, foram adotadas larguras das nervuras e alturas dos tabuleiros iguais a 15, 20 e 25 cm. As dimensões menores que 15 cm tornam a seção transversal delgada em relação à altura da nervura, e as dimensões maiores que 25 cm dificultam a obtenção das peças de madeira serrada. O espaçamento mínimo entre duas nervuras deve ser maior ou igual a 70 cm, resultando em um número máximo de nervuras igual a 8 para pontes com uma faixa de tráfego e 14 para pontes com duas faixas de tráfego. O espaçamento máximo deve ser menor ou igual a 200 cm, resultando em um número mínimo de nervuras igual a 8 para ponte com uma faixa de tráfego e 14 para ponte com duas faixas de tráfego. Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 30 2.2 Procedimento de cálculo Neste tópico está descrito e exemplificado o procedimento de cálculo utilizado no dimensionamento das pontes de madeira formadas por vigas-T. Após a definição do vão, da largura e da classe da ponte, das espécies e das classes de resistência das madeiras utilizadas para as nervuras e o tabuleiro, é calculado o módulo de elasticidade na direção transversal do tabuleiro. O número mínimo de nervuras é determinado, segundo DAVALOS et al (1993), em função do deslocamento máximo da porção do tabuleiro entre duas nervuras adjacentes, sob a ação da carga de uma roda (Figura 4). Segundo GANGARAO & RAJU (1992), este deslocamento deve ser menor ou igual a 0,5 cm para que não ocorra fissuração do pavimento asfáltico, sendo este o limite utilizado no presente trabalho. Deste modo, o espaçamento máximo entre nervuras deve ser menor ou igual a 2,0 m para que apenas uma roda se posicione entre duas nervuras.Figura 4 - Número mínimo de nervuras. O número máximo de nervuras é determinado, de modo que o espaçamento mínimo entre nervuras seja maior ou igual a 0,7 m (Figura 5). Este valor foi definido como premissa do trabalho, pois os espaçamentos menores que 0,7 m conduzem ao tabuleiro com altura constante. Figura 5 - Número máximo de nervuras. Após a determinação do número de nervuras, são feitas as verificações dos efeitos localizados no tabuleiro e os cálculos da largura efetiva da mesa de uma viga-T interna e do fator de distribuição da carga, que determina a parcela da carga transmitida para a nervura mais solicitada. A partir de então, o projeto do sistema T resume-se ao dimensionamento de uma viga-T. Com as equações de flexão simples, são calculados os momentos fletores e os esforços cortantes máximos devidos às ações permanentes e variáveis, e verificados os estados limites últimos e de utilização Smín ≥ 0,7 m Smáx ≤ 2,0 m δ ≤ 0,5 cm Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 31 correspondentes. Por último, calcula-se o volume de madeira do tabuleiro e das nervuras, para efeito de comparação. 2.3 Descrição e resultados da análise numérica A seguir são descritos os métodos das análises efetuadas numericamente e apresentados os resultados correspondentes. Estas análises referem-se ao dimensionamento das pontes formadas com vigas-T; ao estudo das influências da altura do tabuleiro e da largura das nervuras, e da espécie de madeira do tabuleiro e das nervuras na altura D. As pontes formadas com vigas-T foram dimensionadas para vãos L iguais a 10, 15, 20 e 25 m, larguras b iguais a 5,5 (1 faixa de tráfego) e 10,0 m (2 faixas de tráfego), larguras das nervuras Bw e alturas dos tabuleiros t iguais a 15, 20 e 25 cm e número de nervuras n variando de 4 até 8 (1 faixa de tráfego) e de 7 até 14 (2 faixas de tráfego). O estudo das influências da altura do tabuleiro e da largura das nervuras, da espécie de madeira do tabuleiro e das nervuras na altura D foram realizados a partir dos resultados numéricos do dimensionamento de pontes com os mesmos parâmetros supracitados, porém fixando-se o vão L em 15 m. 2.3.1 Dimensionamento das pontes formadas por vigas-T Com o objetivo de se conhecer as dimensões das seções transversais das pontes formadas com vigas-T, as alturas D foram calculadas considerando-se a madeira Classe C 30 - Conífera para as nervuras e o tabuleiro, e as combinações das variações de L, b, Bw, t, e n, conforme descritos no item 3.3. Com os resultados obtidos, foi montada a tabela 1, que apresenta as alturas das nervuras para a ponte com 1 faixa de tráfego. Estes resultados também podem ser visualizados na figura 6. Os resultados referentes às pontes com 2 faixas de tráfego são apresentados na tabela 2 e na figura 7. Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 32 Tabela 1 - Alturas das nervuras D para pontes com 1 faixa de tráfego (Bw, t, D em cm) VÃOS DAS PONTES n L = 10 m L = 15 m L = 20 m L = 25 m Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 4 15 20 25 - 145 145 - 128 128 - 117 116 15 20 25 - 192 192 - 170 169 - 154 153 15 20 25 - 241 239 - 213 210 - 193 191 15 20 25 - 289 286 - 256 252 - 233 229 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 5 15 20 25 126 126 126 112 112 112 102 102 102 15 20 25 171 169 168 151 150 148 138 136 135 15 20 25 215 212 210 191 188 185 174 171 168 15 20 25 260 255 251 231 226 222 211 206 202 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 6 15 20 25 114 114 114 101 101 101 92 92 92 15 20 25 155 154 152 138 136 134 126 124 122 15 20 25 196 193 190 174 171 168 159 156 153 15 20 25 237 232 227 211 206 201 193 188 183 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 7 15 20 25 106 105 105 94 93 93 85 85 85 15 20 25 144 142 140 128 126 124 117 115 113 15 20 25 182 178 175 162 158 155 148 144 141 15 20 25 220 214 209 196 190 185 179 174 169 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 8 15 20 25 99 98 98 88 87 86 80 79 79 15 20 25 135 133 131 120 118 116 110 108 105 15 20 25 170 166 163 152 148 144 139 135 132 15 20 25 206 200 195 184 178 173 169 164 159 Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 33 n = 4 110 146 182 218 254 290 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 5 100 133 166 199 232 265 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 6 90 120 150 180 210 240 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 7 80 109 138 167 196 225 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 8 75 102 129 156 183 210 10 15 20 25 L (m) D (c m ) t = 15 cm, Bw = 15 cm t = 15 cm, Bw = 20 cm t = 15 cm, Bw = 25 cm t = 20 cm, Bw = 15 cm t = 20 cm, Bw = 20 cm t = 20 cm, Bw = 25 cm t = 25 cm, Bw = 15 cm t = 25 cm, Bw = 20 cm t = 25 cm, Bw = 25 cm Figura 6 - Gráficos D x L para pontes com 1 faixa de tráfego. Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 34 Tabela 2 - Alturas das nervuras D para pontes com 2 faixas de tráfego (Bw, t, D em cm) VÃOS DAS PONTES n L = 10 m L = 15 m L = 20 m L = 25 m Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 7 15 20 25 - 118 119 - 104 105 - 95 96 15 20 25 - 157 158 - 139 140 - 127 128 15 20 25 - 198 198 - 175 176 - 160 160 15 20 25 - 239 239 - 212 212 - 194 193 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 8 15 20 25 - 110 111 - 97 98 - 89 89 15 20 25 - 147 148 - 130 131 - 119 119 15 20 25 - 185 186 - 164 164 - 150 150 15 20 25 - 224 224 - 199 198 - 182 181 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 9 15 20 25 102 103 104 90 92 92 83 84 84 15 20 25 139 139 139 123 123 123 113 112 112 15 20 25 176 175 175 156 155 155 143 142 142 15 20 25 213 212 211 190 188 188 174 173 172 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 10 15 20 25 97 98 99 86 87 88 78 79 80 15 20 25 132 132 132 117 117 117 107 107 107 15 20 25 168 167 167 149 149 148 136 135 135 15 20 25 203 202 201 181 180 179 166 165 164 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 11 15 20 2593 93 94 82 83 84 75 76 76 15 20 25 127 126 127 112 112 112 103 102 102 15 20 25 160 159 159 143 142 141 131 130 129 15 20 25 195 193 192 174 172 171 160 158 157 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 12 15 20 25 89 89 90 79 80 80 72 73 73 15 20 25 122 121 121 108 108 108 99 99 98 15 20 25 154 153 153 138 136 136 126 125 124 15 20 25 188 186 185 168 166 165 154 152 151 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 13 15 20 25 86 86 87 76 77 77 70 70 70 15 20 25 117 117 117 104 104 104 96 95 95 15 20 25 149 148 147 133 132 131 122 121 120 15 20 25 181 179 178 162 160 159 149 147 146 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 14 15 20 25 83 83 84 74 74 74 67 68 68 15 20 25 114 113 113 101 101 100 93 92 92 15 20 25 144 143 142 129 128 127 118 117 116 15 20 25 176 174 172 157 155 154 145 143 141 Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 35 n = 7 90 120 150 180 210 240 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 8 85 113 141 169 197 225 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 9 80 107 134 161 188 215 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 10 75 102 129 156 183 210 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 11 70 96 122 148 174 200 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 12 70 94 118 142 166 190 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 13 65 89 113 137 161 185 10 15 20 25 L (m) D (c m ) n = 14 60 84 108 132 156 180 10 15 20 25 L (m) D (c m ) t = 15 cm, Bw = 15 cm t = 15 cm, Bw = 20 cm t = 15 cm, Bw = 25 cm t = 20 cm, Bw = 15 cm t = 20 cm, Bw = 20 cm t = 20 cm, Bw = 25 cm t = 25 cm, Bw = 15 cm t = 25 cm, Bw = 20 cm t = 25 cm, Bw = 25 cm Figura 7 - Gráficos D x L para pontes com 2 faixas de tráfego. Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 36 2.3.2 Influência da altura do tabuleiro e da largura das nervuras na altura D Com o objetivo de se verificar a influência da largura Bw e da altura t na altura D, estas alturas foram calculadas para pontes com as mesmas características (largura da ponte, número de nervuras e madeira Classe C 30 - Conífera para as nervuras e o tabuleiro), e então comparadas inicialmente fixando-se a largura Bw e variando-se a altura t e, posteriormente, fixando-se a altura t e variando-se a largura Bw. Com os resultados obtidos, foram montadas as tabelas 3 e 4, que apresentam, respectivamente, as alturas das nervuras para as pontes com 1 e 2 faixas de tráfego. Estes resultados também podem ser visualizados na figura 8. Tabela 3 - Alturas D para pontes com 1 faixa de tráfego (Bw, t, D em cm) n TABULEIRO E NERVURAS CLASSE C 30 (CONÍFERA) Bw t 15 20 25 4 15 20 25 - 192 192 - 170 169 - 154 153 Bw t 15 20 25 5 15 20 25 171 169 168 151 150 148 138 136 135 Bw t 15 20 25 6 15 20 25 155 154 152 138 136 134 126 124 122 Bw t 15 20 25 7 15 20 25 144 142 140 128 126 124 117 115 113 Bw t 15 20 25 8 15 20 25 135 133 131 120 118 116 110 108 105 Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 37 Tabela 4 - Alturas D para pontes com 2 faixas de tráfego (Bw, t, D em cm) n TABULEIRO E NERVURAS CLASSE C 30 (CONÍFERA) Bw t 15 20 25 7 15 20 25 - 157 158 - 139 140 - 127 128 Bw t 15 20 25 8 15 20 25 - 147 148 - 130 131 - 119 119 Bw t 15 20 25 9 15 20 25 139 139 139 123 123 123 113 112 112 Bw t 15 20 25 10 15 20 25 132 132 132 117 117 117 107 107 107 Bw t 15 20 25 11 15 20 25 127 126 127 112 112 112 103 102 102 Bw t 15 20 25 12 15 20 25 122 121 121 108 108 108 99 99 98 Bw t 15 20 25 13 15 20 25 117 117 117 104 104 104 96 95 95 Bw t 15 20 25 14 15 20 25 114 113 113 101 101 100 93 92 92 Nívea Mara Pereira Alves & Antonio Alves Dias Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p.27-57, 2006 38 Influência de Bw (1 faixa) 100 112 124 136 148 160 15 20 25 Bw (cm) D (c m ) t = 15 cm, n = 6 t = 15 cm, n = 7 t = 15 cm, n = 8 t = 20 cm, n = 6 t = 20 cm, n = 7 t = 20 cm, n = 8 t = 25 cm, n = 6 t = 25 cm, n = 7 t = 25 cm, n = 8 Influência de Bw (2 faixas) 90 101 112 123 134 145 15 20 25 Bw (cm) D (c m ) t = 15 cm, n = 9 t = 15 cm, n = 11 t = 15 cm, n = 14 t = 20 cm, n = 9 t = 20 cm, n = 11 t = 20 cm, n = 14 t = 25 cm, n = 9 t = 25 cm, n = 11 t = 25 cm, n = 14 Influência de t (1 faixa) 100 112 124 136 148 160 15 20 25 t (cm) D (c m ) t = 15 cm, n = 6 t = 15 cm, n = 7 t = 15 cm, n = 8 t = 20 cm, n = 6 t = 20 cm, n = 7 t = 20 cm, n = 8 t = 25 cm, n = 6 t = 25 cm, n = 7 t = 25 cm, n = 8 Influência de t (2 faixas) 90 101 112 123 134 145 15 20 25 t (cm) D (c m ) t = 15 cm, n = 9 t = 15 cm, n = 11 t = 15 cm, n = 14 t = 20 cm, n = 9 t = 20 cm, n = 11 t = 20 cm, n = 14 t = 25 cm, n = 9 t = 25 cm, n = 11 t = 25 cm, n = 14 Figura 8 - Gráficos D x Bw e D x t para pontes com 1 e 2 faixas de tráfego. Análise de pontes de madeira protendidas transversalmente formadas por vigas – T Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 30, p. 27-57, 2006 39 2.3.3 Influência da espécie de madeira do tabuleiro na altura D Com o objetivo de se verificar a influência da espécie de madeira do tabuleiro na altura D, estas alturas foram calculadas para pontes com as mesmas características (largura da ponte, largura das nervuras, altura do tabuleiro, número de nervuras e madeira Classe C 30 - Conífera para as nervuras), e então comparadas entre si, mudando-se apenas a madeira do tabuleiro (Classe C 30 - Conífera, Classe C 30 - Dicotiledônea e Classe C 40 - Dicotiledônea). Com os resultados obtidos, foi montada a tabela 5, que apresenta as alturas das nervuras para a ponte com 1 faixa de tráfego. Os resultados referentes às pontes com 2 faixas de tráfego são apresentados na tabela 6. Estes resultados também podem ser visualizados na figura 9. Tabela 5 - Alturas das nervuras D para pontes com 1 faixa de tráfego (Bw, t, D em cm) CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS MADEIRAS DO TABULEIRO n CLASSE C 30 (CONÍFERA) CLASSE C 30 (DICOTILEDÔNEA) CLASSE C 40 (DICOTILEDÔNEA) Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 Bw t 15 20 25 4 15 20 25 - 192 192 - 170 169 - 154 153 15 20 25 - 194 194 - 171 171 - 155 155 15 20 25 - 192 192 - 169 170
Compartilhar