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Cartografia - Modulo

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CARTOGRAFIA
Caderno de Estudos
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de 
 Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
UNIASSELVI
2013
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
 526
S729c Souza, Arildo João de
 Cartografia / Arildo João de Souza; Catarina Cristina 
Barbara de Siqueira Meurer; Débora Mabel Cristiano; Wanderlei 
Machado dos Santos. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 210 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830- 713-4
1.	 Cartografia.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
APRESENTAÇÃO
Um dos mais importantes instrumentos de trabalho de um geógrafo ou professor de 
Geografia é, sem dúvida, o mapa, uma vez que não há como estudar, interpretar e localizar-se 
no espaço geográfico sem o seu apoio. No entanto, não são todos os profissionais desta área 
que atribuem a devida importância a este instrumento cartográfico.
A disciplina que estamos iniciando, Cartografia, tem por objetivo levá-lo(a) a compreender, 
analisar, interpretar e fazer a correta interpretação dos mapas. Trata-se de um importante 
instrumento que auxilia na formação da cidadania, uma vez que permite ao educando entender 
a noção da dimensão de seu município, estado, país e até do planeta inteiro, bem como adquirir 
conhecimento sobre os mais variados temas, desde a localização de cidades, rodovias, ferrovias, 
sobre a economia, os aspectos físicos e humanos. Enfim, o mapa nos coloca em contato com o 
mundo e traz o mundo até nós, sem necessidade de nos movimentarmos. 
Além disso, o mapa estimula a aventura, a traçar novas rotas, a embrenhar-se por 
caminhos desconhecidos, conhecendo novos lugares. 
É com este espírito de aventura que convidamos você a estudar neste Caderno de 
Estudos e a aprender tudo o que ele tem a oferecer sobre a cartografia e o mundo dos mapas. 
Bom estudo!
Prof. Arildo João de Souza
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer 
Prof.ª Débora Mabel Cristiano
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
CARTOGRAFIA iii
CARTOGRAFIA iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
CARTOGRAFIA v
SUMÁRIO
UNIDADE 1: FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA ....................................................... 1
TÓPICO 1: A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS ATRAVÉS DA HISTÓRIA .......................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 O CONCEITO DE CARTOGRAFIA ............................................................................... 3
3 O QUE SIGNIFICA UM MAPA ....................................................................................... 4
4 A HISTÓRIA DOS MAPAS ............................................................................................. 4
4.1 QUEM FORAM OS SUMÉRIOS ................................................................................. 5
4.2 A CARTOGRAFIA ENTRE OS HABITANTES DAS ILHAS MARSHALL ..................... 6
4.3 CARTOGRAFIA CHINESA .......................................................................................... 7
4.4 A INFLUÊNCIA GREGA NA CARTOGRAFIA ............................................................. 8
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................ 10
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 13
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 14
TÓPICO 2: OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS .................................. 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 A CARTOGRAFIA NA IDADE MÉDIA ......................................................................... 15
3 A INFLUÊNCIA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES NA CARTOGRAFIA ..................... 16
4 GERHARDT MERCATOR – UM NOVO MARCO NA CARTOGRAFIA ...................... 17
5 CARTOGRAFIA PORTUGUESA E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL .......................... 19
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 21
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 22
TÓPICO 3: ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, COORDENADAS 
 GEOGRÁFICAS .......................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 23
2 ORIENTAÇÃO .............................................................................................................. 23
3 REDE GEOGRÁFICA ................................................................................................... 25
3.1 PARALELOS ............................................................................................................. 26
3.2 OS MERIDIANOS ...................................................................................................... 27
4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ............................................................................. 30
4.1 LATITUDE ................................................................................................................ 30
4.2 LONGITUDE .............................................................................................................. 31
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ......................................................................................... 32 
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ......................................................................................... 34
LEITURA COMPLEMENTAR 3 ........................................................................................ 41
CARTOGRAFIA vi
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................. 46
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................. 47
AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 49
UNIDADE 2: CARTOGRAFIA BÁSICA ............................................................................ 51
TÓPICO 1 - REPRESENTAÇÃO DA TERRA .................................................................. 53 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 53 
2 BREVE HISTÓRIA DA REPRESENTAÇÃO TERRESTRE .......................................... 53
3 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ................................................................................ 54
3.1 PROPRIEDADE DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS .......................................... 55
3.2 SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO .................................................................................56
3.3 PROJEÇÕES MAIS USADAS E SUAS CARACTERÍSTICAS .................................... 58
3.3.1 Projeção policônica .................................................................................................. 58
3.3.2 Projeção cônica normal de Lambert ........................................................................ 59
3.3.3 Projeção cilíndrica transversa de Mercator ............................................................. 60
3.3.4 Projeção cilíndrica equivalente de Peters ................................................................ 61
3.3.5 Projeção cônica ........................................................................................................ 62
3.3.6 Projeção de Mollwiede ............................................................................................. 63
3.3.7 Projeção azimutal ..................................................................................................... 64
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................. 66
TÓPICO 2 - CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA E TEMÁTICA ......................................... 67
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 67 
2 CARTOGRAFIA TOPOGRÁFICA .................................................................................. 68
2.1 SÉRIES CARTOGRÁFICAS ....................................................................................... 70 
2.1.1 Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo - CIM .............................................. 70 
3 CARTOGRAFIA TEMÁTICA ......................................................................................... 72
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................. 75
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................. 76
TÓPICO 3 - PLANTAS, CARTAS E MAPAS; ESCALAS; A CONSTRUÇÃO DE 
 SÍMBOLOS E LEGENDAS; FUSOS HORÁRIOS ........................................ 77
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 77 
2 MAPA, CARTA, PLANTA ............................................................................................... 77 
2.1 MAPA .......................................................................................................................... 78
2.2 CARTA ........................................................................................................................ 80
2.3 PLANTA ...................................................................................................................... 80
3 ESCALAS ..................................................................................................................... 81
3.1 ESCALA NUMÉRICA .................................................................................................. 82 
3.2 ESCALA GRÁFICA ..................................................................................................... 83
CARTOGRAFIA vii
4 A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOS E LEGENDAS ........................................................ 85
4.1 ELEMENTOS DE REPRESENTAÇÃO ....................................................................... 86
4.1.1 Planimetria ............................................................................................................... 87
4.1.2 Hidrografia ................................................................................................................ 88 
4.1.3 Vegetação ................................................................................................................ 88
4.1.4 Unidades político-administrativas ............................................................................ 89
4.1.5 Sistema viário .......................................................................................................... 91
4.1.6 Linhas de limite ........................................................................................................ 91
4.1.7 Aspectos do relevo .................................................................................................. 92
4.1.7.1 Principais características (IBGE) ........................................................................... 93
4.1.8 Curvas de nível ........................................................................................................ 94
4.1.8.1 Formas topográficas ............................................................................................. 94
4.1.8.2 Cores hipsométricas ............................................................................................. 95
4.1.8.3 Relevo sombreado................................................................................................. 96
5 FUSOS HORÁRIOS ...................................................................................................... 96
5.1 LINHA INTERNACIONAL DE DATA ........................................................................... 98
5.2 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS .......................................................................... 99
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................ 101
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 102
TÓPICO 4 - ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA 
 CARTOGRAFIA NA GEOGRAFIA ............................................................ 105
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 105
2 ATIVIDADES DIDÁTICAS DE CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........... 106
2.1 CONSTRUÇÃO DE UMA MAQUETE DO QUARTO ................................................. 106
2.2 JOGO BATALHA NAVAL ........................................................................................... 107
2.3 A NOÇÃO DE ESCALA ............................................................................................ 108
2.4 NOÇÃO DE ESCALA: PLANTA BAIXA DA SALA DE AULA ..................................... 109
2.4.1 Distância entre os pontos ........................................................................................110
2.5 DA MAQUETE À PLANTA DA SALA DE AULA ..........................................................111
2.6 PLANTA DA SALA DE AULA ......................................................................................112
2.7 ATIVIDADES COM VARETAS ....................................................................................114
2.8 REPRESENTAÇÃO DE TRAJETOS ..........................................................................114
2.9 TRABALHO COM BÚSSOLA ....................................................................................115 
2.10 CONSTRUINDO UMA BÚSSOLA SIMPLES ...........................................................115
2.11 DETERMINAR OS PONTOS CARDEAIS OBSERVANDO AS ESTRELAS ............117
2.12 O JOGO DE FUTEBOL ...........................................................................................119
2.13 TRABALHO COM A POSIÇÃO DO SOL ................................................................ 120
2.14 ATIVIDADES COM GLOBOS ................................................................................. 120
2.15 ATIVIDADES COM FOTOS OU IMAGENS ........................................................... 121
2.16 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ........................................................................ 121
2.17 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ..........................................................................122
CARTOGRAFIA viii
2.17.1 Utilizando a laranja para a compreensão das projeções ..................................... 122
2.17.2 Projeções cilíndricas, cônicas e planas ............................................................... 122
2.18 BINGO DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................... 123
2.19 ATIVIDADES DE FUSO HORÁRIO ........................................................................ 125
2.20 ROSA DOS VENTOS OU ROSA NAÚTICA .......................................................... 128
3 CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO ........................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................ 136
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 137
AVALIAÇÃO ................................................................................................................... 138
UNIDADE 3: AS NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS .................................... 139
TÓPICO 1 - NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA ............................................. 141
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 141
2 NOÇÕES BÁSICAS DE FOTOGRAMETRIA .............................................................. 142
2.1 APLICABILIDADE DA FOTOGRAMETRIA .............................................................. 142
2.2 OBTENÇÃO DE UMA FOTOGRAFIA AÉREA ......................................................... 143
2.2.1 Fotografias aéreas ................................................................................................. 143
2.2.2 Interpretação de fotografia aérea .......................................................................... 145
2.2.3 Escala de uma fotografia aérea ............................................................................. 146
3 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS) ................................................. 148
3.1 PRINCÍPIO BÁSICO DE FUNCIONAMENTO ........................................................... 151
3.2 GPS Diferencial ou DGPS ......................................................................................... 153
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 154
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................ 159
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 160
TÓPICO 2 - SENSORIAMENTO REMOTO .................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 161
2 GEOPROCESSAMENTO ............................................................................................ 169
2.1 APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO EM IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT ....... 170
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 171
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................ 174
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 175
TÓPICO 3 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ................................. 177
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 177
2 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA SIG .............................................. 178
3 UTILIZAÇÃO DO SIG .................................................................................................. 180
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................... 182
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................ 186
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 187
TÓPICO 4 - O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA 
 CARTOGRAFIA E GEOGRAFIA ................................................................ 189
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 189
2 GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA ESCOLAR E GEOGRAFIA ........ 190
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................... 193
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................ 196
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 197
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 198
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 199
APÊNDICE A .................................................................................................................. 203
CARTOGRAFIA ix
CARTOGRAFIA x
C
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T
O
G
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A
F
I
A
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade você será capaz de:
	compreender a história da Cartografia; 
	conhecer os primeiros mapas e sua importância histórica; 
	saber como os diferentes povos representavam seus mapas; 
	compreender o que significa rede geográfica e coordenadas 
geográficas.
TÓPICO 1 – A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
ATRAVÉS DA HISTÓRIA
TÓPICO 2 – OS EUROPEUS E A CONSTRUÇÃO 
DOS MAPAS
TÓPICO 3 – ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Em cada um 
deles, você encontrará atividades para uma maior compreensão das 
informações apresentadas.
C
A
R
T
O
G
R
A
F
I
A
C
A
R
T
O
G
R
A
F
I
A
Desde os tempos pré-históricos, antes mesmo da invenção da escrita, o homem vem 
registrando e armazenando os conhecimentos sobre a superfície da Terra na forma de mapas, 
confeccionados com técnicas rudimentares e valendo-se dos materiais disponíveis, como placas 
de argilas (babilônios), papiros (egípcios), além dos maias, esquimós, chineses, astecas, entre 
outros, cada qual refletindo a cultura própria de sua sociedade, tendo como objetivo conhecer 
e administrar o uso do espaço geográfico que ocupavam. 
2 O CONCEITO DE CARTOGRAFIA
O conceito de CARTOGRAFIA foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica 
Internacional (ACI) e, posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano. 
Apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas 
e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da 
análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e 
outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenô-
menos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização. 
(UNESCO apud IBGE, 2007). 
 Este termo foi apresentado pela primeira vez pelo historiador português Manuel 
Francisco Carvalhosa, Visconde de Santarém, em carta datada de 8 de dezembro de 1839, 
de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, tornando-se 
internacionalmente consagrado pelo uso. 
A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS 
ATRAVÉS DA HISTÓRIA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE1
UNIDADE 1TÓPICO 14
C
A
R
T
O
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A
F
I
A
“CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das ferramentas básicas 
do desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras 
ferramentas possam ser postas em trabalho” (ONU apud IBGE, 2007). 
3 O QUE SIGNIFICA UM MAPA
O termo “mapa” e “mapeamento” também é comum a outras áreas da ciência, entre 
elas, economia, medicina etc. Contudo, enquanto produto é diferente do conceito utilizado 
pela Cartografia. 
Para Loch (2006, p. 33), “Os mapas da Cartografia têm características típicas que os 
classificam e representam elementos selecionados em um determinado espaço geográfico, 
de forma reduzida, utilizando simbologia e projeção cartográfica [...]”.
Para os cartógrafos, os mapas são veículos de transmissão do conhecimento. Eles são 
representações gráficas de determinado espaço geográfico, concebidos para transmitir a visão 
subjetiva ou o conhecimento de alguém ou de poucos para muitos.
Segundo MacEacheren (1994 apud LOCH, 2006, p. 33), “o mapa é principalmente um 
dispositivo de apresentação. Ele apresenta uma vista abstrata de uma porção do mundo com 
ênfase em algumas feições selecionadas”.
Desta forma, como adverte Loch (2006, p. 34), 
[...] se os mapas são modelos da realidade e a realidade é vista de maneira 
individual, então eles são subjetivos e não podem ser considerados como 
fotografias da realidade ou a própria realidade reduzida. Veja, um bichinho de 
pelúcia é um modelo de algum animal, mas não é o animal reduzido, por mais 
que lhe sejam dados atributos característicos daquilo que está representado. 
Um mapa, portanto, pode ajudar a conhecer e a interpretar uma parcela da realidade, 
seja esta física, política, econômica, populacional, entre outras, mas jamais este instrumento 
lhe dará uma visão total da realidade estudada. 
4 A HISTÓRIA DOS MAPAS
 
O mapa mais antigo registrado é o mapa de Ga-Sur (Figura 1 e 2) que foi confeccionado 
pelos sumérios, povo que habitou a Mesopotâmia, entre 3.800 a 2.500 anos a.C. Este mapa 
mostra o Rio Eufrates, os acidentes geográficos circunvizinhos e os pontos cardeais.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
C
A
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T
O
G
R
A
F
I
A
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/
museu/ his_topo.html>. Acesso em: 10 mar. 2007.
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/
museu/his_topo.html>. Disponível em: 10 mar. 2007.
4.1 QUEM FORAM OS SUMÉRIOS 
 A origem deste povo permanece desconhecida até os dias atuais, porém os primeiros 
registros desta civilização datam de mais de 2.300 anos antes de Cristo. 
FIGURA 1 – MAPA DE GA-SUR
FIGURA 2 – INTERPRETAÇÃO DO MAPA ANTERIOR 
UNIDADE 1TÓPICO 16
C
A
R
T
O
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I
A
A astronomia suméria, avançada para a época, permitia obter cálculos do ciclo 
lunar que diferiam somente 0.4 segundos dos cálculos atuais. Foi encontrado também, na 
colina de Kuyundjick (a antiga Nínive), um cálculo com 15 casas, com resultado final igual a 
195.955.200.000.000. Os gregos, no auge de sua civilização, não ultrapassaram o número 
10.000, considerando tudo o que passasse deste valor como infinito.
Na cidade de Nipur, a 150 quilômetros de Bagdá, foi encontrada uma biblioteca 
sumeriana inteira, contendo cerca de 60.000 placas de barro com inscrições cuneiformes 
como na figura a seguir. 
FONTE: ACASICOS. O mistério dos sumérios. Disponível em: <http://www.acasicos.com.br/ html/
sumer.htm>. Acesso em: 12 mar. 2007. 
FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Imagem:Cuneiform_script2.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2007.
4.2 A CARTOGRAFIA ENTRE OS 
 HABITANTES DAS ILHAS MARSHALL 
 
Um mapa confeccionado com tiras de palha e conchas na figura a seguir representando 
as ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, nordeste da Austrália, é atribuído aos nativos habitantes 
destas ilhas. 
FIGURA 3 – PLACA DE ARGILA COM ESCRITA CUNEIFORME
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
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T
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F
I
A
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
museudetopografia/museu/his_topo.html>. Acesso em: 16 mar. 
2007.
4.3 CARTOGRAFIA CHINESA
A Cartografia chinesa já era desenvolvida antes que os europeus começassem a 
apresentar os primeiros trabalhos de destaque neste campo de conhecimento. Em várias 
regiões da China foram encontrados documentos antigos bastante valiosos que comprovam 
o cuidado dos governantes em registrar em mapas as riquezas naturais daquele país.
Pei Hsiu (224-273 d. C.) é, possivelmente, um dos nomes mais respeitados da Cartografia 
chinesa antiga, cujos trabalhos cartográficos eram acompanhados por textos explicativos. 
Embora os mapas confeccionados por ele não tenham sido encontrados, os textos escritos 
foram reconstituídos por estudiosos que chegaram à conclusão de que muitos princípios 
cartográficos conhecidos atualmente já eram empregados por este cartógrafo. 
Outro trabalho cartográfico chinês conhecido é o do Almirante Zheng He (1371-1433), 
XV da era atual, tratando-se de um mapa náutico, na figura a seguir, manuscrito, com 5,60m 
de comprimento e 20,5 cm de largura, mostra o itinerário desde o porto de Nanquim, na China, 
passando pelo estreito de Ortnuz e os portos da costa oriental da África, num percurso de 
aproximadamente 12 mil km. O mapa mostra as rotas marítimas através de linhas pontilhadas 
com diversas instruções de navegação, mostrando ainda outras informações através de 
símbolos que representam os acidentes geográficos. (DUARTE, 2002).
FIGURA 4 – MAPA DAS ILHAS MARSHALL
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C
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FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/
museu/ his_topo.htm>. Acesso em: 11 mar. 2007.
4.4 A INFLUÊNCIA GREGA NA CARTOGRAFIA 
Eratóstones (276-196 a.C.), na figura a seguir, calculou as medidas para a determinação 
do círculo máximo do Globo terrestre, chegando ao valor de 46.250 km. Este pesquisador foi 
o primeiro a tentar medir o raio da Terra.
Eratóstenes comprovou, pela trigonometria, a esfericidade da Terra e mediu com 
engenhosidade e relativa precisão o perímetro de sua circunferência.
Num dos rolos de papiro da Biblioteca de Alexandria, encontrou a informação de 
que na cidade de Siena (hoje Assuã), ao meio-dia do solstício de verão (o dia mais longo 
do ano, 21 de junho, no Hemisfério Norte), o Sol se situava a prumo, pois iluminava as 
águas profundas de um poço. Entretanto, o geômetra observou que, no mesmo horário e 
dia, as colunas verticais da cidade de Alexandria projetavam uma sombra perfeitamente 
mensurável. Conforme concluiu, este fato só poderia ser possível se a Terra fosse esférica.
Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou que se instalasse uma 
grande estaca em Alexandria. Ao meio-dia, enquanto o Sol iluminava as profundezas do 
poço em Siena (fazia ângulo de 90º com a superfície da Terra), Eratóstenes mediu, em 
FIGURA 5 – MAPA DE ZHENG HE
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Alexandria, o ângulo de inclinação dos raios solares, 7º12’, ou seja, aproximadamente 1/50 
dos 360º de uma circunferência. Portanto, o comprimento do meridiano terrestre deveria 
ser 50 vezes a distância entre Alexandria e Siena.
Alexandria e Siena situavam-se a uma distância desconhecida. Para medi-la, 
Eratóstenes determinou que uma equipe de instrutores com seus camelos e escravos a pé 
seguissem em linha reta, percorrendo desertos, aclives, declives e tendo que, inclusive, 
atravessar o rio Nilo. A distância mensurada foi de 5.000 estádios ou cerca de 925 km. 
Assim, multiplicando925 km por 50, conjecturou que o perímetro da Terra seria de 46.250 
km, razoavelmente próximo do valor correto (40.076 km). 
FONTE: WIKIPEDIA. Esfericidade da Terra. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/ _
Esfericidade_da_Terra>. Acesso em: 16 fev. 2007.
FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Imagem: Portrait_of_Eratosthenes.png>. Acesso em: 10 fev. 
2007.
No século II a. C., Hiparco de Nicea (160-120 a. C.) leva para a Grécia os conhecimentos 
dos babilônios a respeito da graduação sexagesimal do círculo e, a partir disto, define a rede 
de paralelos e meridianos do globo terrestre. 
 Marino de Tiro (século I) define os princípios da Geografia Matemática e estabelece, 
pela primeira vez, a posição astronômica de numerosos lugares e cidades, especialmente na 
zona mediterrânea. 
Claudio Ptolomeu (90-168 d.C.) nasceu no início do século II da era cristã em 
Ptololemaida, Hérmia. Realiza observações astronômicas na cidade de Alexandria e escreve 
sua principal obra denominada Megalé Sintaxis ou Grande Construção que trata da Terra, do 
Sol, da Lua, do Astrolábio e de seus cálculos, das Elipses, um catálogo de estrelas e, finalmente, 
os cinco planetas e suas diversas teorias. Esta obra recebeu o título de El Almagesto na língua 
árabe (UFRGS, 2007).
FIGURA 6 – ERATÓSTENES
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Nesta obra, Ptolomeu aceita as medidas do grau e estabelece, através de cálculos, o 
comprimento do círculo máximo, para o qual obteve o valor de 30.000 km. O erro associado a 
esta medida cria a falsa impressão de que a Europa e a Ásia se estendiam por mais da metade 
de toda a longitude terrestre, quando realmente cobre apenas 130°.
Não se conhece nenhum exemplar do mapa de Ptolomeu, entretanto, foram realizadas 
numerosas cartas com esta denominação até a entrada do século XVII. Entre estas, as mais 
conhecidas são os Atlas publicados em 1477 em Bolonha, o de 1478 em Roma e o de 1482 
em Ulm. 
O resultado da pesquisa sobre astronomia, realizada por Claudio Ptolomeu no século II, 
sustentando a tese de que a Terra ocupava o centro do universo, foi adotado pela Igreja durante 
toda a Idade Média, por 14 séculos, até ser derrubada pelas teorias de Copérnico e Galileu.
Segundo Ptolomeu, os planetas, o Sol e a Lua giravam em torno da Terra na seguinte 
ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Com a ajuda da trigonometria, 
Ptolomeu estudou o movimento desses astros propondo uma explicação bastante simplista para 
o problema do movimento aparente dos planetas, pois eles parecem deter-se em determinados 
pontos de suas órbitas, inverter seu movimento, deter-se novamente e, finalmente, mover-se 
na direção inicial. Esses fenômenos devem-se, na realidade, ao fato de a Terra e os planetas 
moverem-se com velocidades diferentes em órbitas aproximadamente concêntricas e circulares. 
Ptolomeu, porém, para procurar explicar esse fenômeno aparentemente tão estranho, elaborou 
um sistema bastante complicado, embora geometricamente plausível. Os planetas estariam 
fixados sobre esferas concêntricas de cristal, presididas pela esfera das estrelas. Todas essas 
esferas girariam com velocidades diferentes, o que, julgava Ptolomeu, explicava as diferentes 
velocidades médias com que se moviam os diversos planetas. 
Personalidade das mais célebres da época do imperador Marco Aurélio, Ptolomeu foi o 
último dos grandes sábios gregos e procurou sintetizar o trabalho de seus predecessores. Por 
meio de suas obras de Astronomia, Matemática, Geometria, Física e Geografia, a civilização 
medieval teve seu primeiro contato com a ciência grega. (GEOCITIES, 2007).
LEITURA COMPLEMENTAR 1 
 A ORIGEM DA CARTOGRAFIA
A cartografia surgiu por volta do ano de 2500 a.C., quando foi confeccionado pelos 
sumérios o que é considerado o primeiro mapa da história: uma placa de barro cozido com 
inscrições em caracteres cuneiformes (escrita suméria) onde foi representado o lado setentrional 
da região mesopotâmica.
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Mas bem antes disso, o homem já havia se utilizado de pinturas (inclusive pinturas 
rupestres feitas com a intenção de representar o caminho dos locais onde havia caça) e até 
mesmo de entalhes e verdadeiras maquetes de pedra confeccionadas por esquimós e pelos 
astecas, respectivamente, como uma tentativa de representar pequenas localidades.
A “Pedra de Saihuite”, por exemplo, representa, junto com os entalhes esquimós, um 
dos primeiros trabalhos realizados com a técnica do que é chamado de “cartografia em relevo”, 
e foi feita para representar um bairro de uma cidade asteca. De fato, os astecas eram hábeis 
na confecção de representações geográficas, como o “Mapa de Tecciztlán”, que contém dados 
como a fauna da região retratada, e o “Códice Tepetlaoztoc”, todo colorido e que traz rotas 
terrestres e fluviais.
Os egípcios e chineses também dominaram a técnica da cartografia há muito tempo. 
Estima-se que os chineses usam a representação gráfica de regiões desde o século IV a.C. 
Para eles, os mapas serviam não só para se orientar, mas também para fins bélicos e para 
demarcar regiões, garantindo, assim, que os impostos fossem pagos.
Os egípcios também os usavam como ferramenta administrativa, para cobrar impostos 
e demarcar a terra. Mas, mais do que isso, foram eles que desenvolveram o método da 
triangulação para determinar distâncias baseados na matemática, e o “nível”, instrumento 
em forma de “A” com um pêndulo no meio, usado para medir áreas. Os egípcios faziam, 
ainda, registros cadastrais das terras em documentos considerados cartas geográficas. Seus 
túmulos e alguns papiros representavam o mundo dos mortos. Como se fossem um mapa do 
outro mundo, eles serviam para guiar as almas e, frequentemente, representavam o rio Nilo 
e planícies férteis.
Mas, destacaram-se mesmo na cartografia os gregos. O sistema cartográfico 
contemporâneo nasceu nas escolas de Alexandria e Atenas. A primeira tentativa de representar 
o mundo foi babilônica, mas sua concepção de mundo era limitada à região entre os rios 
Eufrates e Tigre, o que não diminui a importância do feito. Entretanto, os gregos se destacam 
porque foram os primeiros a usar uma base científica e a observação.
Usando a trigonometria, Eratóstenes (276-194 a.C.) mediu a circunferência da Terra, 
chegando bem perto dos 40.076 km reais (segundo ele, eram 45.000 km). Anaximandro de 
Mileto (610-546 a.C.) representava o mundo como um círculo achatado, onde estavam Europa, 
Ásia e África circundadas por um oceano. Foi ele quem primeiro sugeriu que a Terra, por estar 
a igual distância dos demais astros, flutuava no espaço sem nenhum tipo de suporte ou apoio.
Mais tarde, Pitágoras defendeu que a Terra era esférica, de acordo com suas observações 
práticas e filosóficas (para ele, a forma esférica era a mais perfeita), que só seriam aceitas 
no meio científico anos depois, pela influência de Aristóteles. Hiparco (190 a.C. a 120 a.C.), 
astrônomo grego, foi quem criou o sistema de coordenadas geográficas de latitude e longitude, 
utilizando-se da matemática e da observação dos astros celestes.
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Mas o trabalho mais importante da cartografia na época clássica foi, sem dúvida, a obra 
em oito volumes escrita por Claudius Ptolomeu. Sua obra, “Geographia”, contém as coordenadas 
de oito mil lugares, a maioria calculada por ele próprio, e, no último volume, ele dá dicas para a 
elaboração de mapas-múndi e discute alguns pontos fundamentais da cartografia. Foi Ptolomeu 
também quem primeiro defendeua teoria geocêntrica, ao afirmar que a Terra era um corpo fixo 
em torno do qual giravam os outros planetas.
Os romanos também se utilizavam de mapas, embora se preocupassem mais com 
seu caráter prático e, por isso, preferiam mapas que representavam áreas menores, rotas 
comerciais e territórios, como, por exemplo, a “Tábua de Peutinger”, que em seus mais de seis 
metros de comprimento por 30 centímetros de largura, representava diversos itinerários do 
Império Romano. Para isso, eles usavam o astrolábio, ou dioptra – como era chamado pelos 
gregos – um instrumento usado para se determinar a localização de pontos na Terra por meio 
da observação dos fenômenos celestes.
Findo o período clássico, a cartografia passou por um período de pouco desenvolvimento 
durante o início da Idade Média, quando a Igreja teve forte influência sobre a confecção dos 
mapas, que eram feitos de tal forma a perderem a exatidão. Nessa época, os árabes foram os 
principais responsáveis por qualquer desenvolvimento na área e foram, inclusive, responsáveis 
por trazer a bússola para o Ocidente, propiciando os mecanismos para o desenvolvimento 
de mais um tipo de carta pelos genoveses, as Cartas Portulanas, utilizadas para navegação.
Logo em seguida a esse período, no final da Idade Média, todo o conhecimento em 
torno da cartografia que estava esquecido no Ocidente, mas que vinha sendo preservado 
pelos árabes, voltou à tona, atingindo seu apogeu na época das Grandes Navegações, quando 
se inicia a Idade Moderna. Com a descoberta do Continente Americano, a cartografia toma 
mais um fôlego e iniciam os trabalhos para mapear o novo continente. Juan de La Cosa faz, 
então, o primeiro mapa-múndi a conter o novo mundo, em 1500. Foi nessa época (século XVI), 
após o descobrimento da América, que o holandês Gerhard Mercator, utilizando-se de todo 
o conhecimento produzido até a época, confeccionou o mapa-múndi que levaria seu nome e 
que representava grandes rotas em linhas retas.
Mas foi só a partir do século XVII que os países começam a se preocupar mais com o rigor 
científico dos mapas. É realizado então o primeiro levantamento topográfico oficial na França, 
em 1744, chefiado por César-François Cassini (1744-1784), que seriam os precursores dos 
mapas modernos. Do século XX em diante, com o desenvolvimento das técnicas cartográficas 
e o aperfeiçoamento da fotografia, a aviação e a informática, a cartografia dá um salto.
Atualmente são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização de mapas e cartas, 
que cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a necessidade de impressão 
e tornando-os interativos.
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/Artigos/História_da_Cartografia.pdf>. 
Acesso em: 24 mar. 2013.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
	Dito de forma mais simples, podemos dizer que Cartografia é a arte de fazer mapas.
	O mapa com registro mais antigo é o mapa de Ga-Sur, confeccionado pelos sumérios, povo 
que habitou a Mesopotâmia entre 3.800 a 2.500 anos a.C. Este mapa mostra o Rio Eufrates 
e os acidentes geográficos circunvizinhos.
	Os habitantes das Ilhas Marshall confeccionaram um mapa usando tiras e conchas, para 
representar a localização das Ilhas. 
	A Cartografia chinesa já era desenvolvida antes que os europeus começassem a apresentar 
os primeiros trabalhos de destaque neste campo de conhecimento.
	Eratóstones (276-196 a.C.) calculou as medidas para a determinação do círculo máximo do 
Globo terrestre, chegando ao valor de 46.250 km. 
	Claudio Ptolomeu, no século II, sustentou a tese de que a Terra ocupava o centro do universo, 
tese adotada pela Igreja durante toda a Idade Média, por 14 séculos, até ser derrubada pelas 
teorias de Copérnico e Galileu.
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No decorrer do texto, abordamos a forma como os diferentes povos elaboravam 
seus mapas para representar o lugar onde viviam. Desenhe em uma cartolina 
um mapa, mesmo que seja rudimentar, representando o trajeto de sua casa até o 
local de reuniões para estudar esta disciplina. Procure representar não apenas o 
trajeto, mas a geografia da sua região, como relevo, rios, área agrícola, pastagem, 
mata nativa, reflorestamento, área urbana, localização de alguma indústria; enfim, 
referências que ajudem a registrar, de forma cartográfica, a paisagem relativa ao 
seu cotidiano. Guarde este mapa, pois você vai utilizá-lo em atividades futuras. 
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OS EUROPEUS E
A CONSTRUÇÃO DOS MAPAS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
Como vimos no tópico anterior, a Cartografia nasceu antes mesmo do aparecimento 
da escrita. Cada povo deu sua contribuição, que, acrescentada por outras civilizações, deram 
origem aos mapas como conhecemos. Porém, foi o geógrafo flamengo Gerardo Mercator, 
na Europa do século XVI, quem forneceu as bases para a cartografia atual, como a projeção 
cilíndrica e UTM (Universal Transversa de Mercator).
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A respeito de UTM – Universal Transversa de Mercator, você 
estudará na Unidade 3.
2 A CARTOGRAFIA NA IDADE MÉDIA 
A Idade Média foi marcada por um período de decadência também da Cartografia: 
A cultura dos começos da Idade Média representou, sem dúvida, em certos 
aspectos, uma volta ao barbarismo. O intelecto não só estagnou, mas até 
mergulhou em abismos profundos de ignorância e credulidade. (GURNS apud 
DUARTE, 2002, p. 256). 
Segundo Duarte (2002, p. 33), a Cartografia da baixa Idade Média foi das mais pobres, 
tendo-se um exemplo na obra denominada Topografia Cristã, de autoria do frade Cosmas 
Indiocopleustes, editada pelos idos do ano 535, em que este nega a existência de antípodas 
(lugar que seria diametralmente oposto a outro no globo terrestre); nega também a ideia da 
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esfericidade dos céus e da Terra. Para ele, a Bíblia não podia admitir um mundo de face para 
baixo. Como poderia haver tamanha insensatez, acreditando-se que houvesse homens com 
os pés para cima, lugares com tudo dependurado ao contrário, árvores crescendo às avessas, 
ou então a chuva caindo de baixo para cima? Tais ideias seriam contrárias aos ensinamentos 
cristãos, pois a Teologia era a rainha das ciências e tudo que houvesse para ser dito já estaria 
contemplado nas Sagradas Escrituras. 
3 A INFLUÊNCIA DAS GRANDES 
 NAVEGAÇÕES NA CARTOGRAFIA 
Dom Henrique, Infante de Portugal, funda em 1420 a Escola de Navegadores em Sagres, 
promovendo a partir daí uma autêntica revolução na produção de cartas e mapas motivada pela 
divulgação e ressurgimento das teorias de Ptolomeu e pela invenção da imprensa, possibilitando 
estampar os mapas sobre pranchas de bronze. 
A Cartografia passou a ter, portanto, grande impulso na Europa a partir das viagens de 
exploração de novas terras, o que fez com que os navegadores sentissem a necessidade de 
poder contar com mapas cada vez mais atualizados e perfeitos. Os relatos das viagens dos 
navegadores, por outro lado, foram fundamentais para atualizá-los. Gradativamente foram 
surgindo especialistas na arte de confeccionar mapas, bem como, fábricas de mapas, onde as 
cópias eram obtidas manualmente por meio de desenhista, isto até o surgimento da imprensa. 
 Juan de la Cosa participou, em 1492, da expedição de Cristóvão Colombo, sendo 
proprietário da “Santa Maria”, principal navio da expedição. 
 
As relações de Juan de la Cosa com o Almirante não foram boas. Este chega até a acusá-
lo de ser o responsável pelo naufrágio da “Santa Maria”, na noite de Natal de 1492.
Quando regressou, construiusua famosa “Carta mapa-múndi” (na figura a seguir) no qual 
reúne e representa todas as terras descobertas por portugueses e espanhóis, compreendidas 
as descobertas por Caboto. O mapa é desenhado no porto de Santa Maria em 1500, sendo 
depois solicitado por reis católicos. Atualmente, este mapa encontra-se no Museu Naval de Madri 
(UFRGS, 2007).
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FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ museudetopografia/museu/ his_topo.
html>. Acesso em: 11 mar. 2007.
Pedro e Jorge Reinel constroem, em Sevilha, em 1519, um planisfério com o equador 
graduado e destinado à expedição de Magalhães.
4 GERHARDT MERCATOR 
 – UM NOVO MARCO NA CARTOGRAFIA 
Gerhardt Kremer (1512-1594), geógrafo flamengo, que adota o nome de Mercator (Figura 
8), desenvolveu, matematicamente, a famosa projeção de Mercator(*), (Figura 9), também 
conhecida como projeção cilíndrica, cujos meridianos são retos e equidistantes e paralelos 
também retos. Esta projeção cartográfica(*) possibilita introduzir outro tipo de projeção(*) 
muito utilizada em cartografia; a UTM (Universal Transversa de Mercator(*) tratando-se de 
uma projeção cilíndrica transversa secante(*), ou seja, os paralelos(*) e meridianos(*) formam 
igualmente linhas retas, porém mais espaçados entre si na direção dos polos. (UFRGS, 2007).
 Mercator nasceu na Flandres em Rupelmonte, hoje uma cidade belga. Estudou 
primeiramente na Holanda, transferindo-se e fixando-se depois para Lovania, onde se dedicou 
à construção de globos e mapas. Apesar de não ter viajado muito, desenvolveu durante a 
juventude o interesse pela Geografia e matemática como forma de ganhar a vida.
Desenvolveu vários estudos, que fizeram com que muitos o comparassem a um 
Ptolomeu de sua época. Muitos de seus trabalhos reformularam concepções estabelecidas 
por Claudio Ptolomeu, como o mapa da Europa, feito em 1554, reduzindo o Mar Mediterrâneo 
para 53 graus de comprimento.
FIGURA 7 – CARTA DO MUNDO - 1500
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Caro(a) adacêmico(a), os termos assinalados com asterisco(*) 
como projeção cilíndrica ou de Mercator, paralelos e meridianos, 
serão tratados com detalhes na Unidade 2.
FONTE: UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/museudetopografia/
museu/ his_topo.html>. Acesso em: 11 mar. 2007.
FONTE: OBJETIVO. Disponível em: <www2.curso-objetivo.br/.../re_projecoes_1.gif>. 
Acesso em: 14 fev. 2007.
FIGURA 8 – GERARDUS MERCATOR
FIGURA 9 – PROJEÇÃO DE MERCATOR OU CILÍNDRICA EQUATORIAL
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A origem da palavra “atlas”, atualmente utilizada para designar publicações que reúnem 
um conjunto de mapas, foi igualmente um legado de Mercator, como consequência de seu 
trabalho de muitos anos, onde foram reunidos vários mapas que resultaram numa publicação 
que Mercator chamou de Atlas. Sua edição, entretanto, só ocorreu quatro meses após o 
falecimento de Mercator, em 1595, por iniciativa de seu filho Rumold. 
Para compreender a razão de Mercator ter utilizado esta palavra para designar uma 
publicação contendo os mapas que formam a Terra, temos que buscar sua origem na história.
Segundo Oliveira (1988, p. 37), Mercator criou este termo na segunda metade do 
século XVI, na extraordinária obra Atlas sive Cosmographicae Meditatione de Fabrica Mundi 
et Fabricati (Atlas ou medições cosmográficas sobre a construção do mundo e a figura do 
construído). Para Duarte (2002, p. 24):
 A palavra atlas, usada por Mercator para dar título à sua coletânea de mapas, 
ainda gera discussões. Para alguns, foi escolhida como uma homenagem 
ao rei Atlas (da Mauritânia), conhecido na Antiguidade por sua vocação hu-
manitária e seus conhecimentos da natureza, sendo esta a versão que pode 
ser deduzida da folha de rosto da primeira edição. Para outros, teria sido a 
referência à divindade grega filho de Jápeto e de Cimene, irmão de Prometeu, 
que tendo tomado o partido dos gigantes contra os deuses e pretendendo 
derrubar o céu, fora condenado por Zeus a sustentá-lo nos próprios ombros. 
Esta versão foi adotada na segunda edição, em 1602, sob a orientação de 
Johannes, neto de Mercator.
5 CARTOGRAFIA PORTUGUESA 
 E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL 
A cartografia portuguesa dos séculos XV e XVI revela um mundo até então desconhecido. 
Ao navegar ao longo do litoral de quase todos os continentes e ilhas da Terra, os portugueses 
compreenderam pela primeira vez na história da humanidade os contornos dos continentes 
de um modo muito correto. É na escola cartográfica catalã que podemos encontrar a origem 
da cartografia portuguesa.
Em 1443, cartógrafos portugueses iam completando as anteriores cartas de marear 
para sul do cabo Bojador, situado na costa do Saara Ocidental, perto da latitude 27º Norte. 
Um dos mais notáveis mapas da História da cartografia é o planisfério anônimo português 
(dito de Cantino, na figura a seguir), que consiste num pergaminho medindo 105 x 220 cm, e se 
encontra atualmente na Biblioteca Estense de Modena, na Itália. Ele foi concluído em outubro 
de 1502 e adquirido por Alberto Cantino para Hércules de Este, duque de Ferrara, que pagou 
por ele a elevada quantia de 12 ducados. Não se conhece o seu autor, porém, supõe-se que 
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foi realizado secretamente a partir da carta padrão que se encontrava no armazém real.
Este planisfério constitui a primeira visão moderna do Mundo, pois foi executado 
imediatamente após as grandes viagens dos descobrimentos, realizadas até ao fim do Século 
XV. Além de representar a Europa e o Mediterrâneo, já conhecidos, observa-se o perfil da 
África traçado com uma correção que até então nunca foi possível alcançar e que é a forma 
conhecida hoje. Representa também para oriente, o oceano Índico, a Índia, representada 
pela primeira vez de uma forma bastante correta, apesar de que outras terras asiáticas, que 
ainda não tinham sido conhecidas pelos portugueses, apresentem certas deformações, pois 
baseavam-se, ainda, em dados recolhidos por Ptolomeu ou fornecidos aos portugueses por 
muçulmanos. É possível ainda salientar a primeira representação cartográfica do Brasil e de 
outras terras americanas.
FONTE: ENCICLOPÉDIA GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA. São Paulo: Abril 
Cultural, 1969. 
Portanto, desde a época colonial, a Cartografia portuguesa influenciou de forma 
marcante o desenvolvimento desta atividade no Brasil. A vinda da família real para o Brasil foi 
responsável pelo surgimento de uma Cartografia nacional, embora com influência europeia. 
Com a implantação da Imprensa Régia, começam os trabalhos de edição de 
mapas nacionais, enquanto que o Real Arquivo Militar estaria responsável pela 
preservação de nosso acervo, com isso, apoiando a impressão de novos ma-
pas, como foi o caso da planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro 
em 1812 (DUARTE, 2002, p. 3). 
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Por enquanto, vamos ficar com estas informações. Na Unidade 2, 
aprofundaremos este estudo.
FIGURA 10 – MAPA DITO DE CANTINO
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
	A Idade Média foi marcada por um período de decadência também da Cartografia.
	Dom Henrique, Infante de Portugal, funda, em 1420, a Escola de Navegadores em Sagres, 
promovendo, a partir daí, uma autêntica revolução na produção de cartas e mapas.
	A Cartografia passou a ter grande impulso na Europa, a partir das viagens de exploração de 
novas terras, o que fez com que os navegadores sentissem a necessidadede poder contar 
com mapas cada vez mais atualizados e perfeitos.
	Juan de La Cosa participou, em 1492, da segunda expedição de Cristóvão Colombo. Quando 
regressou, construiu sua famosa “Carta mapa-múndi”, na qual reúne e representa todas as 
terras descobertas por portugueses e espanhóis, compreendidas através das descobertas 
de Caboto. 
	Gerhardt Mercator (1512-1594), geógrafo flamengo, desenvolveu, matematicamente, a famosa 
projeção de Mercator, também conhecida como projeção cilíndrica, cujos meridianos são 
retos e os paralelos também são retos. 
	Mercator desenvolveu vários estudos que fizeram com que muitos o comparassem a um 
Ptolomeu de sua época.
	A origem da palavra atlas, atualmente utilizada para designar publicações que reúnem um 
conjunto de mapas, foi igualmente um legado de Mercator. 
	Um dos mais notáveis mapas da história da Cartografia é o planisfério anônimo português 
(dito de Cantino), a mais antiga carta conhecida, no qual aparece o Brasil e a Linha do Tratado 
de Tordesilhas.
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Após estudar este tópico:
1 Relacione as principais contribuições de Gerhardt Mercator que influenciaram a 
Cartografia atual. 
2 De que forma os portugueses contribuíram para a expansão da Cartografia?
ORIENTAÇÃO, REDE GEOGRÁFICA, 
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
Para podermos fazer a correta interpretação de um mapa e dar a localização da área 
representada, é necessário compreender o que significa rede geográfica, que possibilitará 
fornecer as coordenadas geográficas do lugar ou da cidade que residimos.
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ÇÃO!
Caro(a) acadêmico(a), a partir de agora você verá as verdadeiras 
bases da Cartografia, pois para compreender mapas e saber 
localizar um ponto qualquer na superfície da Terra é necessário 
entender o significado do conteúdo deste tópico.
2 ORIENTAÇÃO
Durante muito tempo, as formas de orientação no espaço geográfico foram baseadas 
nas constelações, na Lua e, principalmente, no movimento aparente do Sol. 
Aos quatro pontos principais de orientação, ou seja, Norte, Sul, Leste e Oeste, 
convencionou-se chamar de Pontos Cardeais (a palavra cardeal significa principal). 
	Norte – Também conhecido como Setentrional ou boreal, corresponde à extremidade superior 
do eixo terrestre, cuja abreviatura é N.
	Sul – Também conhecido como Meridional ou austral, corresponde à extremidade inferior do 
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eixo da Terra. Sua abreviatura é S.
	Leste – Conhecido também como Oriente ou levante, corresponde ao local onde o Sol nasce. 
Tem como abreviaturas L ou E.
	Oeste – Conhecido também como Ocidente ou poente, corresponde ao local onde o Sol se 
põe. Tem como abreviaturas O ou W. 
Existem, entre os pontos cardeais, os chamados pontos colaterais, sendo eles:
	Nordeste – Localiza-se entre o Norte e o Leste, tem como abreviatura NE.
	Sudeste – Situa-se entre o Sul e o Leste, tem como abreviatura SE.
	Noroeste – Situa-se entre o Norte e o Oeste, tem como abreviatura NO.
	Sudoeste – Situa-se entre o Sul e o Oeste, tendo como abreviatura SO.
Entre os pontos cardeais e colaterais, localizam-se ainda os seguintes pontos 
subcolaterais:
	Norte-nordeste
	Leste-nordeste 
	Leste-sudeste 
	Sul-sudeste
	Sul-sudoeste 
	Oeste-sudoeste 
	Oeste-noroeste 
	Norte-noroeste
A representação gráfica dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais denomina-se 
Rosa Náutica ou ainda Rosa dos Ventos. Veja nas figuras a seguir:
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FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontos_
cardeais>. Acesso em: 16 fev. 2007. 
 FONTE: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontos_
cardeais>. Acesso em: 16 fev. 2007.
3 REDE GEOGRÁFICA
FIGURA 11 – ROSA DOS VENTOS COM PONTOS CARDEAIS E COLATERAIS 
FIGURA 12 – ROSA DOS VENTOS COM PONTOS CARDEAIS, COLATERAIS E 
SUBCOLATERAIS 
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O movimento de rotação da Terra ao redor de seu eixo proporciona dois pontos 
naturais - os polos geográficos - nos quais está baseada a chamada rede geográfica. A 
rede geográfica consta de um conjunto de linhas traçadas de norte a sul unindo os polos, 
constituindo estas os meridianos, e um conjunto de linhas traçadas de leste a oeste paralelas 
ao equador, os paralelos. Expressa dentro do conceito oficial, rede geográfica é o conjunto 
formado por paralelos e meridianos, ou seja, pelas linhas de referência que cobrem o globo 
terrestre com a finalidade de permitir a localização precisa de qualquer ponto sobre sua 
superfície, bem como orientar a confecção de mapas (FRIGOLETTO, 2007).
3.1 PARALELOS
Os paralelos são círculos menores completos que têm seus planos em toda a extensão 
do globo terrestre, paralelos ao plano do equador, sendo perpendiculares ao eixo da terra.
Alguns paralelos recebem nomes especiais, pois cumprem funções especiais, sendo 
definidos a partir de situações relacionadas com o movimento de rotação da Terra, que define 
a posição do eixo.
Equador é o círculo máximo, constituindo, portanto, o paralelo que está equidistante 
dos polos geográficos, e por esta razão divide a Terra em dois hemisférios, norte e sul. 
Outros paralelos que cumprem funções geograficamente estratégicas, e que por esta 
razão recebem nomes especiais, são: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Círculo 
Polar Ártico e Círculo Polar Antártico (Figuras 13 e 14).
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/cartografia/ 
index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 13 – DESENHO ESQUEMÁTICO DO GLOBO COM PARALELOS ESPECIAIS 
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FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/
cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
De acordo com Frigoletto (2007), os paralelos possuem as seguintes características:
	Os paralelos seguem sempre em direção leste-oeste.
	Os paralelos cortam os meridianos formando ângulos retos, sendo isto correto para qualquer 
lugar do globo, exceto para os polos, tendo em vista que neles a curvatura dos paralelos é 
muito acentuada.
	O Equador é o círculo máximo completo, os demais paralelos são círculos menores. 
	É infinito o número de paralelos possíveis de serem traçados sobre o globo. Consequentemente, 
qualquer ponto do globo, com exceção do polo norte e do polo sul, está situado sobre um 
paralelo.
3.2 OS MERIDIANOS
Os meridianos são semicírculos máximos, cujas extremidades estão nos polos norte e 
sul geográfico da Terra. É bom recordar que o conjunto de dois meridianos opostos constitui 
um círculo máximo completo; um meridiano é, portanto, só um semicírculo máximo, formando 
um arco de 180º (FRIGOLETTO, 2007).
FIGURA 14 – PARALELOS
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FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/cartografia/ index.
php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
Desta forma, podemos dividir os meridianos em:
	 Meridiano superior– refere-se à linha norte-sul da rede geográfica, que passa pelo local 
que estamos fazendo referência, ou aquele que contém o zênite de um lugar, tratando-se na 
realidade da linha que chamamos de meridiano. 
	Meridiano inferior – atualmente mais conhecido como antimeridiano, uma vez que se localiza 
no hemisfério contrário ao meridiano superior. É, portanto, o meridiano diametralmente oposto 
ao meridiano superior e aquele que contém o nadir.
	Meridiano inicial ou Meridiano de Greenwich – serve de base para a determinação dos hemisférios 
oriental e ocidental da Terra. A partir do Meridiano inicial, temos 180 graus para leste, igualmente 
180º para oeste. O seu antimeridiano serve de base para traçar a linha internacional de data.*
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Prezado(a) acadêmico(a), sobre a função da linha internacional 
de data, você estudará de forma mais aprofundada na Unidade 2.
FIGURA 15 – MERIDIANOS
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Zênite: significa o ponto da esfera celeste na vertical da nossa 
cabeça. 
Nadir: ponto da esfera terrestre diretamente abaixo do observador 
e diretamente oposto ao zênite. 
Os meridianos possuem ainda outras características, que são:
	Todos os meridianos estão traçados na direção norte-sul.
	Os meridianos têm sua máxima separação no Equador e convergem em direção aos dois 
pontos comuns nos polos.
	O número de meridianos a ser traçado sobre o globo é infinito. Sendo assim, existe um 
meridiano para qualquer ponto do globo. Para sua representação em mapas, os meridianos 
utilizados estão separados por distâncias iguais, no caso do mapa abaixo, a cada 20º (vinte 
graus) (FRIGOLETTO, 2007). Veja na figura a seguir: 
FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/cartografia/index.
php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 16 – PLANISFÉRIO COM AS LINHAS DA REDE GEOGRÁFICA SEPARADAS 
A CADA 20º
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FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.br/
cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
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Caro(a) acadêmico(a), ao estudar este tópico, tenha em mente 
que ao alfabetizar-se na linguagem cartográfica, você terá um 
instrumento visual poderoso para compreender o mundo em que 
vivemos: o mapa. Bons estudos!
4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
As coordenadas geográficas (na figura a seguir), ou seja, a latitude e a longitude de 
qualquer ponto da superfície terrestre, são determinadas com base na rede geográfica. Para 
determinar a latitude são considerados os paralelos, já para a determinação da longitude 
consideramos os meridianos.
4.1 LATITUDE 
Por convenção, a Terra foi dividida em dois hemisférios a partir da Linha do Equador: 
Norte ou Setentrional e Sul ou Meridional.
A latitude de um lugar é definida como o arco de meridiano, medido em graus, entre o 
lugar considerado e o Equador. Portanto, a latitude pode oscilar entre zero grau no Equador até 
90 graus nos polos geográficos norte ou sul. Por exemplo: a latitude de Florianópolis, capital 
do Estado de Santa Catarina, é 27º 35’49’’ S (Sul), onde se lê da seguinte forma: Latitude 27º 
Graus, 35 minutos e 49 segundos Sul (minutos e segundos aqui refere-se à fração de graus 
de uma circunferência) (FRIGOLETTO, 2007).
FIGURA 17 – MERIDIANO, ANTIMERIDIANO E OS HEMISFÉRIOS ORIENTAL E 
OCIDENTAL DO GLOBO TERRESTRE
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4.2 LONGITUDE
A Terra foi igualmente dividida em dois hemisférios a partir do Meridiano de Greenwich, 
ou seja, Hemisfério Leste ou Oriental e Hemisfério Oeste ou Ocidental.
O sistema empregado para localizar pontos sobre a superfície terrestre consiste em 
medir as longitudes de arco ao longo dos meridianos e paralelos. 
A longitude de um lugar pode definir-se como a medida angular, medido em 
graus, entre o meridiano principal ou Meridiano de Greenwich e qualquer ponto 
na superfície terrestre, no sentido leste ou oeste. É universalmente aceito 
como meridiano principal o que passa pelo Observatório de Greenwich, perto 
de Londres, a que frequentemente se designa como meridiano de Greenwich. 
A este meridiano corresponde a longitude 0º. A longitude de qualquer ponto 
dado sobre o globo é medida na direção leste ou oeste a partir deste meridiano, 
pelo caminho mais curto. Portanto, a longitude deve oscilar entre zero e 180º 
graus, tanto a leste quanto a oeste de Greenwich. Por exemplo, a longitude 
de Florianópolis é de 48º32’56’’ onde se lê da seguinte forma: Longitude 48 
graus, 32 minutos e 56 segundos (FRIGOLETTO, 2007).
 
Com o objetivo de facilitar a localização de qualquer longitude, os mapas e globos são 
confeccionados cujos meridianos possuem longitudes estabelecidas. Os principais meridianos 
são aqueles traçados a cada 15º, o que correspondem aos fusos horários*. Um grau de longitude 
na linha do Equador corresponde a 111 km aproximadamente.
 FONTE: JOHANSSON, Ary. Disponível em: <http://www.cartografia.eng.
br/cartografia/ index.php>. Acesso em: 18 fev. 2007.
FIGURA 18 – AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS: LATITUDE E 
LONGITUDE 
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A respeito de fusos horários, você estudará com maior 
profundidade na Unidade 2, o Tópico 3.
É muito importante que você não confunda rede geográfica com 
coordenadas geográficas. A rede geográfica é o conjunto das 
linhas paralelas e meridionais, já as coordenadas geográficas 
consistem na localização de um ponto qualquer na superfície 
da Terra, ou seja, a latitude e longitude, utilizando-se para isso 
rede geográfica.
LEITURA COMPLEMENTAR 1
USOS DA CARTOGRAFIA
Historicamente, o uso da Cartografia esteve restrito às questões de segurança e 
integração nacional. Todavia, com o reconhecimento da necessidade da componente geográfica 
do desenvolvimento, há uma demanda crescente de informações precisas e articuladas acerca 
dos diferentes territórios que compõem o espaço geográfico brasileiro, de modo que se tenha 
um diagnóstico permanente de suas necessidades e potencialidades. Esse conhecimento 
aprofundado acerca do território nacional é fundamental para nortear a atuação governamental. 
Revela-se aí, portanto, a importância da Cartografia como instrumento de planejamento e 
gestão pública.
A seguir são citados alguns exemplos de setores que utilizam a Cartografia para o 
desenvolvimento de suas diversas atividades. 
	Agronegócios 
Identificação de culturas, bacias hidrográficas, zoneamento rural e florestal, cadastro 
técnico rural, barreiras sanitárias e desenvolvimento rural. 
	Petróleo e gás 
Controle de exploração de bacias petrolíferas, oleodutos e análise de projetos. 
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	Energia elétrica 
Identificação de pontos estratégicos para geração de energia elétrica, projetos de usinas 
hidrelétricas, controle das linhas de transmissão e das redes de distribuição. Controle, 
fiscalização e projetos de subestação e linhas de transmissão. 
	Telecomunicações 
Identificação de posicionamento estratégico para instalação de antenas captadoras e/
ou repetidoras, estudos para cumprimento de metas reguladoras da concessão,para 
atendimento a novos clientes e áreas geográficas diversas. 
	Monitoramento e abastecimento de água 
Identificação e representação das bacias hidrográficas, propiciando estudos para seu 
gerenciamento (governamental e por comitês), bem como do potencial hídrico, da 
potabilidade das águas, de projetos que possam produzir poluição. Subsídio a ações 
reguladoras e de provimento de água. 
	Saneamento 
Estudos, identificação e representação das formas de esgotamento sanitário, objetivando 
sua detecção, avaliação de impactos ao meio ambiente e melhoria/adequações para 
preservar principalmente a saúde das comunidades. 
	Mineração 
Estudo, controle, fiscalização, licenciamento de áreas para exploração de minerais, de 
garimpos e monitoramento de resíduos. 
	Transporte 
Elaboração de projetos, fiscalização e manutenção de rodovias, ferrovias, pistas de 
aeroportos, portos e obras. 
	Área indígena 
Identificação, demarcação e controle das áreas indígenas. Monitoramento do uso e 
exploração de terras indígenas. 
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	Meio ambiente 
Controle e fiscalização de parques, reservas, recursos naturais e áreas degradadas. 
Identificação de fontes poluidoras. Zoneamento ecológico econômico. Planos de gestão 
ambiental. Controle e fiscalização de áreas com reflorestamento. Acompanhamento de 
desmatamentos e queimadas. 
	Administração pública 
Planejamento e desenvolvimento territorial, ambiental, social e econômico de regiões, 
estados e municípios. Elaboração de bases cartográficas plano-altimétricas estruturadas, 
mapas regionais, estaduais e municipais. 
	Reforma agrária 
Elaboração de Cadastro Técnico Rural, identificação de áreas não aproveitadas para 
manejo agrícola, avaliação e identificação de áreas propícias para reforma agrária e 
tributação e avaliação de imóveis rurais. 
	Base territorial (Geoestatística) 
Elaboração de mapas territoriais de unidades político-administrativas (municípios, 
distritos, cidades, bairros, vilas e povoados) e operacionais (setores censitários), que 
retratam a visão municipal e viabilizam o planejamento da logística e o controle das 
operações censitárias, como também a espacialização (referenciamento geográfico) 
de informações estatísticas (demográficas, econômicas, ambientais e outras de cunho 
social). 
	Outros 
Outros campos de utilização da Cartografia incluem: segurança institucional, setor 
náutico, aeronáutico, defesa militar. 
FONTE: IBGE. Usos da cartografia. Disponível em: <www.concar.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 fev. 
2007.
LEITURA COMPLEMENTAR 2 
ENSINO E APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: DILEMAS 
ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA
Deuzimar da Conceição Souza/UEB deuzimar8@hotmail.com
Ricardo Bahia Rios/UEB brios@uneb.br
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A
INTRODUÇÃO
O presente trabalho contempla uma discussão acerca da construção de saberes 
cartográficos no Ensino Fundamental. Trata-se de análises de uma pesquisa realizada com 
professores do 5° ano do Ensino Fundamental I, que exercem a docência no Centro Integrado 
de Educação Professor Joselito Amorim, escola da rede pública municipal de ensino, que está 
localizada na região central da cidade de Feira de Santana1, no semiárido baiano. O objetivo 
principal dessa pesquisa foi aferir como vem sendo construído o processo de alfabetização 
cartográfica destes estudantes da rede da referida instituição.
O desejo de investigar tal questão foi consequência das situações formativas vivenciadas 
durante o terceiro semestre nos componentes curriculares Cartografia Temática e Prática de 
Ensino em Geografia, do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado da 
Bahia – UNEB, Campus XI, situada no Território de Identidade do Sisal2, articuladas às minhas 
aprendizagens na educação básica. 
O CONCEITO:
A cartografia como meio de comunicação já aparece antes mesmo da invenção da 
escrita. Observa-se que as informações cartográficas constituem as bases sobre as quais se 
tomam decisões e encontram soluções para os problemas políticos, econômicos e sociais. A 
cartografia constitui-se numa das principais ferramentas usadas pela humanidade para ampliar 
os espaços territoriais e organizar sua ocupação, desta forma podemos afirmar que:
A cartografia é o conjunto de estudos e operações lógico-matemáticas, técnicas e 
artísticas que, a partir de observações diretas e da investigação de documentos e dados, 
intervém na construção de mapas, cartas, plantas e outras formas de representação, bem 
como no seu emprego pelo homem. Assim, a cartografia é uma ciência, uma arte e uma técnica 
(CASTROGIOVANNI, 2000, p. 39). 
Já no mundo contemporâneo, a importância da cartografia é fundamental para o ensino 
da geografia, sendo que a cartografia tornou-se relevante para a educação contemporânea, tanto 
para o aluno atender às necessidades do seu cotidiano, quanto para estudar o ambiente em que 
vive. Aprendendo as características físicas, econômicas, sociais e humanas do ambiente, ele 
pode entender as transformações causadas pela ação do homem e dos fenômenos naturais ao 
longo do tempo. Segundo Castrogiovanni (2000, p. 39), “A figura cartográfica (mapa, carta ou 
planta) é uma representação que, no uso cotidiano, é utilizada desde a localização de cursos 
d’ água, de caças, de grutas pelo homem das cavernas a turistas em viagens e compradores/
vendedores de imóveis”. 
A importância da cartografia, a cada dia, vem tendo uma contribuição, também em outras 
ciências, pois serve de domínio e controle do território. Os Parâmetros Curriculares Nacionais 
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A
de Geografia (1998) definem Cartografia como um conhecimento que vem se desenvolvendo 
desde a Pré-História até os dias de hoje e que, por intermédio da linguagem cartográfica, se 
torna possível sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar situações, entre outras 
coisas – sempre envolvendo a ideia de produção do espaço, sua organização e distribuição. 
São ainda os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia que reafirmam a importância 
da Cartografia, ao colocarem como um dos objetivos do estudo de Geografia no Ensino 
Fundamental a utilização da linguagem cartográfica para obter informações e representar 
a espacialidade dos fenômenos geográficos, sugerindo blocos temáticos, onde se elencam 
conteúdos, como a leitura e a compreensão das informações que são expressas em linguagem 
cartográfica. 
A cartografia sempre esteve ligada aos conhecimentos geográficos, pois desde o seu 
surgimento tem contribuído para descobertas e conquistas do espaço pelo homem, quanto 
para compreensão, representação do conhecimento do objeto de estudo da geografia, que é 
o espaço geográfico. Ainda a cartografia tem como papel integrar o conhecimento geográfico, 
pois a mesma contribui para a construção e a representação das relações sociais, com o 
espaço habitado pelo homem. Segundo Joly (2004, p. 9), “Dentro dos limites das restrições 
de um contexto, o mapa descreve uma porção do espaço geográfico com suas características 
qualitativas e/ou quantitativas”. 
 O ensino nos níveis de Ensino Fundamental e Médio é sumariamente importante para 
despertar a percepção espacial, proporcionando à criança o entendimento sobre o espaço físico 
que habita, sendo papel do professor de Geografia criar situações que estimulem a criança a 
compreender

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