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CARTOGRAFIA-APOSTILA

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Complementação Pedagógica 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
CARTOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
 
 
 
1 CARTOGRAFIA ............................................................................................ 05 
 
1.1 Conceitos básicos ...................................................................................... 06 
 
1.2 Divisão da Cartografia ................................................................................ 08 
 
1.3 Os grandes componentes da Cartografia................................................... 11 
 
1.4 História da Cartografia................................................................................ 17 
 
 
 
2 GEOMORFOLOGIA...................................................................................... 21 
 
2.1 Geotecnologias .......................................................................................... 24 
 
 
 
3 BIOGEOGRAFIA .......................................................................................... 30 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 33 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material coerente procurando 
referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são 
indispensáveis ao curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são 
neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos 
diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção 
de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos 
pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e 
específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois 
temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas 
e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. 
 
Ao estudar a Geografia, o aluno tem oportunidade de compreender 
e intervir na realidade social. Para tanto, ele precisa adquirir 
conhecimentos, dominar categorias, conceitos e procedimentos básicos 
operados por este campo do saber. 
 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para esta área, a 
Geografia trabalha com imagens, recorrendo a diferentes linguagens na 
busca de informações e como forma de expressar suas interpretações, 
hipóteses e conceitos. 
O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem cada vez 
mais reafirmado sua importância, desde o início da escolaridade. Contribui 
não apenas para que os alunos venham a compreender e utilizar uma 
ferramenta básica da 
 
 
"
4 
 
 
 
 
Geografia, os mapas, como também para desenvolver capacidades 
relativas à representação do espaço. 
 
A cartografia é um conhecimento que vem se desenvolvendo desde 
a pré-história até os dias de hoje. Por intermédio dessa linguagem é 
possível sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar 
situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a ideia da produção 
do espaço: sua organização e distribuição. 
 
Completando os estudos sobre a Cartografia, passaremos pela 
geomorfologia, geotecnologia e biogeografia. 
 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que 
entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas 
regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser 
científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas 
lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e 
utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
5 
 
 
 
 
1 CARTOGRAFIA 
 
 
 
 
Para introduzirmos as subáreas e os conceitos geográficos necessários ao 
estudante desse século XXI, vamos tomar por base a fala de Rosa (1999, p. 52) a qual 
nos diz que ensinar os alunos a ler e obter informações em diferentes tipos de mapas 
é uma forma de promover a construção de procedimentos que lhes permitem localizar 
objetos e lugares para se deslocarem com sucesso. 
 
Esses procedimentos também lhes possibilitam utilizar os mapas enquanto 
fontes de pesquisa que sintetizam informações sobre lugares, regiões e territórios e 
diferentes partes do Brasil e do mundo. 
 
Aprender a ler mapas, bem como saber utilizá-los como uma representação 
do espaço que segue as regras dos vários sistemas de projeção e tem uma linguagem 
específica, é essencial para a formação do cidadão autônomo. 
 
Portanto, para contribuir com o desenvolvimento da cidadania, torna-se 
importante que os professores possam auxiliar as crianças desde as séries iniciais a 
desenvolver habilidades com destaque para o estudo do lugar, espaço próximo e vivido 
dos alunos. 
 
A compreensão da experiência dos indivíduos em relação à leitura da 
realidade espacial, para Francischett (2002) dá-se pelo entendimento das 
representações existentes entre os elementos do espaço e a simbologia representativa 
da cartografia. Essa constatação, porém, é muito importante para que o conteúdo das 
aulas de Geografia e Cartografia seja trabalhado de forma que os alunos construam 
sua própria cidadania e percebam seu cotidiano de forma crítica. O processo de 
alfabetização cartográfica possibilitará as crianças conhecer o espaço vivido (local). 
 
Frente a isso, alfabetizar no conteúdo do mundo é, do ponto de vista da 
Geografia, identificar na natureza tecnicamente produzida as contradições, em que 
estamos inseridos, procurando desvendar as ações necessárias a construção de um 
novo mundo, de uma nova natureza, na qual o ato humano tenha identidade de sua 
humanidade (PEREZ, 2001, p.107). 
 
 
 
 
"
6 
 
 
 
 
Esse espaço deve ser conhecido através da compreensão e da experiência 
dos indivíduos, extrapolando para espaços mais distantes, através da percepção visual 
que pode fornecer importantes elementos cartográficos para entender a construção da 
realidade. 
 
Nessa ótica, o processo de ensino-aprendizagem com participação da 
cartografia, assume uma importância singular, pois prepara o professor e o aluno para 
reconhecer a história do meio em que vivem garantindo uma relação direta com a 
realidade local e as explicações gerais de um espaço mais distante. 
 
As constantes transformações na esfera política, cultural, econômica e social 
fazem com que os estudos de cunho geográfico e cartográfico tornem-se cada vez 
mais relevantes e próximos das múltiplas realidades produzidas na dinâmica 
contemporânea. A Geografia e a Cartografia contribuem de maneira significativa 
para a interpretação das diferentes formas de organização na sociedade, 
possibilitando a integração entre as escolas. Diante dessa dinâmica, a escola torna- 
se, cada vez mais, uma instituição voltada para atender as características que a 
sociedade moderna lhe impõe, precisando acrescentar novos padrões de ensino. A 
necessidade de estudos relacionados à alfabetização cartográfica e de sua 
compreensão são inquestionáveis, pois o professor necessita desenvolver um trabalho 
com a criança em relação ao espaço perceptivo, espaço cognitivo e espaço do 
desenho que varia de acordo com cada indivíduo (SANTOS E ROSA, 2009). 
 
 
 
1.1 Conceitos básicos 
 
 
 
 
Anderson, Ribeiro e Monmonier (1982) num primeiro contato ou momento 
 
definem Cartografia em duas palavras: ―comunicação‖ e ―análise‖. 
 
Cartografia como ―análise‖ é mais ligada a Cartografia Geográfica, que 
concentra no estudo espacial dos fenômenos a serem mapeados. Assim, antecede o 
mapa, ou utiliza cartas para determinar o conteúdo de outras cartas novas. 
Cartografia como ―comunicação‖ concentra mais na carta existente: como foi 
feita ecomo pode ser lida e interpretada. Não é a única forma de comunicação. É uma 
forma especializada que dá ênfase ao visual (Existem também outras formas 
 
"
7 
 
 
 
 
de comunicação visual, tais como através de fotografia, diagramas e gráficos, filmes 
ou mesmo gesticulação com as mãos tal como na linguagem de sinais usadas pelas 
pessoas mudas). 
 
Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa e carta. É, 
portanto, difícil estabelecer uma separação definitiva entre os significados dessas 
designações. 
 
A palavra mapa teve origem na Idade Média, quando era empregada 
exclusivamente para designar as representações terrestres. Depois do século XIV, 
os mapas marítimos passaram a ser denominadas cartas, como, por exemplo, as 
chamadas ―cartas de marear‖ dos Portugueses. 
 
Posteriormente, o uso da palavra carta generalizou-se e passou a designar 
não só as cartas marítimas, mas também, uma série de outras modalidades de 
representação da superfície da Terra, causando uma certa confusão. 
 
Didaticamente há certa preferência pelo uso da palavra mapa, mas na 
realidade, o mapa é apenas uma representação ilustrativa e pode perfeitamente incluir 
o caso particular da carta, dentre os povos de língua inglesa. Entretanto, entre os 
engenheiros cartógrafos brasileiros observa-se o contrário, isto é, o predomínio do 
emprego da palavra carta. Apesar dessas diferenças, quase todos concordam com 
as definições formais existentes: 
 
MAPA (pela definição simples) é a representação dos aspetos geográficos - 
naturais ou artificiais da Terra destinada a fins culturais, ilustrativos ou científicos. 
 
No Dicionário Cartográfico, mapa é a representação gráfica, em geral uma 
superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos 
e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite. As posições dos 
acidentes devem ser precisas, de acordo, geralmente, com um sistema de 
coordenadas. Serve igualmente para denominar parte ou toda a superfície da esfera 
celeste. 
 
O mapa, portanto, pode ou não ter caráter científico especializado e é 
frequentemente, construído em escala pequena, cobrindo um território mais ou 
menos extenso. 
 
 
 
 
"
8 
 
 
 
 
CARTA (pela definição simples) é a representação precisa da Terra, 
permitindo a medição de distâncias, direções e a localização de pontos. 
 
No Dicionário Cartográfico Carta é a representação dos aspetos naturais e 
artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, principalmente a 
avaliação precisa das distâncias, direções e a localização geográfica de pontos, 
áreas e detalhes; representação plana, geralmente em média ou grande escala, de 
uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecendo um 
plano nacional ou internacional (OLIVEIRA, 1980). 
 
De todo modo a carta é comumente considerada como uma representação 
similar ao mapa, mas de caráter especializado construído com uma finalidade 
específica e geralmente em escala média ou grande; de 1:1.000.000 ou maior. 
 
Com relação a outros gráficos, três atributos são imprescindíveis para 
distinguir o mapa: 
 
1. Escala; 
 
2. Projeção e, 
 
3. Simbolização. 
 
Todas as vantagens e limitações dos mapas derivam do grau pelo qual os 
mapas (1) reduzem e generalizam a realidade, (2) comprimem ou expandem formas 
e distâncias por projeção e (3) apresentam fenômenos selecionados através de 
sinais que, sem necessariamente possuírem semelhanças com a realidade, 
comunicam as características visíveis ou invisíveis da paisagem (ANDERSON, 
RIBEIRO E MONMONIER, 1982). 
 
 
 
1.2 Divisão da Cartografia 
 
 
 
 
Existem muitas classificações e subdivisões dos produtos cartográficos, sejam 
eles cartas ou mapas. Uma delas é a que os divide em especiais e sistemáticos. Os 
especiais são mapas avulsos ou de uma pequena série, como os 
de um atlas, e, geralmente, de escalas pequenas. Os sistemáticos são os que, de 
 
 
 
"
9 
 
 
 
 
forma séria e organizada, cobrem um país ou uma região através de dezenas ou até 
milhares de cartas produzidas. 
 
As cartas sistemáticas podem ser subdivididas em topográficas (as mais 
conhecidas e usadas) e temáticas. Os mapas temáticos apresentam temas como a 
geologia, as rotas de navegação, a vegetação, etc., de uma forma sistematizada, 
frequentemente através do uso das cartas topográficas como a base cartográfica. 
 
Contudo, essa classificação não é aceita por todos, daí, existe muita confusão. 
Por exemplo, nos países aonde se fala a língua inglesa, a palavra 
―temática‖ é usada no lugar de ―especial‖. Para os povos desses países, as cartas 
estão divididas em topográficas, sistemáticas, e temáticas. No Brasil, a divisão mais 
comum é em cartas topográficas, temáticas e especiais; porém, a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou a seguinte listagem que utiliza um 
outro critério de classificação. 
 
1. Cartas Geográficas: (topográficas e planimétricas) 
 
2. Topográficas: 
 
São aquelas confeccionadas mediante um levantamento topográfico regular 
ou compiladas de cartas topográficas existentes e que incluem os acidentes naturais 
e artificiais, permitindo facilmente a determinação de altitudes. 
 
3. Planimétricas (temática em produção sistemática) 
 
a. É o mesmo que cartas topográficas, entretanto não faz parte das suas 
características fundamentais a representação das altitudes, podendo até omiti-las. 
 
b. Cadastrais: (temática) 
 
São aquelas, geralmente de escala grande, usadas para mostrar limites 
verdadeiros e usos das propriedades, podendo omitir elevações e detalhes naturais 
ou artificiais desnecessários. 
 
c. Aeronáuticas: (temática) 
 
São aquelas que representam a superfície da Terra em seus aspetos culturais 
de relevo, de maneira a satisfazer, especificamente as necessidades da navegação 
aérea. 
 
d. Cartas náuticas: (temática) 
 
"
10 
 
 
 
 
São aquelas que resultam dos levantamentos dos mares, rios, canais e lagoas 
navegáveis e que se destinam à segurança da navegação. 
 
e. Cartas especiais: (temática) 
 
São as cartas, os mapas ou as plantas que em qualquer escala são geralmente 
preparadas para fins específicos: 
 
4. Cartas geológicas: (temática) 
 
São aquelas que representam as características e a distribuição geográfica 
dos componentes e da estrutura da crosta terrestre. 
 
5. Cartas geomorfológicas: (temática) 
 
São aquelas que representam as formas do relevo terrestre. 
 
6. Cartas Meteorológicas: (temática) 
 
São aquelas que mostram: (a) as classificações climáticas, (b) os dados 
meteorológicos observados através de medições contínuas, diárias e sistemáticas, e 
(c) as alterações progressivas nas condições de tempo. 
 
7. Cartas de solo: (temática) 
 
São aquelas que identificam e classificam os diversos tipos de solo e a sua 
distribuição geográfica. 
 
8. Cartas de vegetação: (temática) 
 
São aquelas que representam as características e a distribuição da 
cobertura vegetal. 
 
9. Cartas de uso da Terra: (temática) 
 
São aquelas que representam a classificação e distribuição geográfica dos 
diversos usos a que está sujeita a superfície da Terra. 
 
10. Cartas Geofísicas (temática) 
 
São aquelas que representam a classificação e distribuição geográfica dos 
fenômenos geofísicos que ocorrem na Terra. 
 
11. Globos (especial) 
 
É a representação da superfície da Terra numa esfera de tamanho reduzido. 
 
"
11 
 
 
 
 
12. Mapa - Mundi 
 
A carta geográfica quando representa todas as superfícies da Terra é 
denominada mapa mundi ou planisfério. 
 
 
 
A cartografia é, ao mesmo tempo, ciência e arte. A arte é evidente nos 
mapas de alta qualidade, especialmente em velhos mapas históricos, nos quais o 
desenhista preenchia os oceanos com Figuras de dragões, velhos barcos a vela, e 
outros tipos de desenhos. A arte na cartografiainclui o ―lay-out‖ ou esquema de 
desenho, que influi na aparência estética do mapa como um todo. Também inclui o 
desenho técnico de cada linha e cada ponto que, em conjunto formarão a 
mensagem para o leitor. 
 
A cartografia como ciência vem do conhecimento de como comunicar, com 
quais instrumentos e técnicas, para que a realidade representada fique bem mais 
exata. É o conhecimento de quais símbolos no mapa e quais itens omitir. É o 
conhecimento da projeção usada no mapa e de como os mapas são produzidos. 
 
Também, a ciência na cartografia permite o uso de técnicas avançadas que 
proporcionam a produção de mapas através de computadores, de imagens de 
satélites, ou fotografias aéreas. Esta cartografia avançada é um ramo bem 
complexo, o qual às vezes envolve muita matemática. 
 
 
 
1.3 Os grandes componentes da Cartografia 
 
 
 
A cartografia pode ser subdividida de muitas maneiras. Existe uma lista dos 
 
17 principais componentes da cartografia como pode ser visto na figura abaixo e que 
inclui todos seus aspectos. 
 
Esses componentes são também os mais importantes aspectos que o 
cartógrafo precisa entender e aprender. Não são mutuamente exclusivos, isto é, eles 
se sobrepõem de muitas maneiras. Por exemplo, a sobreposição é muito comum onde 
técnicas, tal como desenho técnico, são usados em conjunto com aspetos 
mais teóricos, como a simbolização e conteúdo de mapas. 
 
 
 
"
12 
 
 
 
 
 
 
17 principais componentes da cartografia 
 
 
 
O iniciante na cartografia, deve familiarizar-se com esses componentes 
principais num sentido bem geral, pois isto permite ao aluno de cartografia um 
melhor entendimento na totalidade do processo cartográfico. 
 
1. Visão Integrada e O Ensino de Cartografia - Este elemento é o primeiro 
passo do estudo do processo cartográfico completo, sem o qual ninguém 
pode considerar-se um cartógrafo. Visa o entendimento da cartografia como 
disciplina unificada, porém com subdivisões. A visão integrada está intimamente 
ligada ao ensino da cartografia, que deve ser amplamente variado para 
servir os diversos fins de vários cursos e níveis de ensino. 
2. História da Cartografia - A história da cartografia é um aspeto que nos ajuda 
a entender como ciência e a arte se desenvolveram na cartografia e porque 
 
"
13 
 
 
 
 
ela existe com a atual estrutura. A história também nos ajuda a entender que 
direção poderá tomar a cartografia. Ligada a história cartografia está a 
cartografia histórica, no qual os velhos mapas e as cartas são estudados para 
que se possa entender melhor o passado. 
 
3. Escala - A representação de uma área em um mapa é feita num tamanho 
reduzido. Esta redução de escala para um tamanho adequado, de acordo 
com as finalidades do mapa, é a base de muitos usos qualitativos das cartas. 
Assim, a escala é tão fundamental que é considerada um dos três atributos 
imprescindíveis de um mapa ou carta juntamente com a projeção e 
simbolização. 
 
4. Projeção - Um aspeto fundamental da cartografia é de entender e tentar 
corrigir os problemas relacionados com a transformação da superfície esférica 
(a Terra) uma superfície plana (o papel). Isto é chamado de projeção. Existe 
uma variedade de maneiras diferentes de representar uma esfera num 
pedaço de papel, porém deve-se ter conhecimento desde o início do que uma 
esfera pode somente ser produzida sem deformações numa outra esfera. 
Sendo assim, todas as projeções têm deformações, imperfeições e 
problemas. Acomodar estes problemas é um dos afazeres do cartógrafo e 
uma das melhores maneiras de distinguir um cartógrafo de um desenhista 
técnico. 
 
5. Simbolização e Conteúdo de Mapas - O cartógrafo está constantemente 
preocupado com o conteúdo dos seus mapas. Um mapa não pode mostrar tudo 
que existe numa qualquer realidade. Tampouco pode conter todos os detalhes 
que existem numa fotografia aérea. Mas o mapa difere de uma fotografia no 
sentido que ele pode ser seletivo e fazer sobressair dois ou três temas, os quais 
sejam o seu objetivo. Um mapa pode ainda mostrar coisas que não são 
visíveis em fotografias, tais como divisões políticas, densidade demográficas, 
ou formações geológicas subterrâneas. Por entender o que deve aparecer no 
mapa, isto é, o conteúdo do mapa, o cartógrafo se dispõe a selecionar os 
símbolos necessários para fazer a sua mensagem tão comunicativa quanto for 
possível. Existem quatro tipos principais de símbolos e quatro diferentes níveis 
de símbolos que podem ser aplicados a cada tipo 
de trabalho cartográfico. 
"
14 
 
 
 
 
6. A Terceira Dimensão - O tipo de mapa mais comum é aquele chamado 
topográfico. Esse mostra a terceira dimensão no contexto espacial, isto é, 
mostra o relevo e a altitude bem como as direções leste-oeste e norte-sul. A 
técnica mais em uso é a de representação de curvas de nível, mas há uma 
variedade de outros métodos para representar a terceira dimensão. A terceira 
dimensão é também usada em algumas outras formas de representação de 
mapas especializados, como diagramas em bloco, mapas de tendência de 
superfície (trend surface), e mapas de pressão barométrica. 
 
7. Topografia, Geodésica e Trabalho de Campo - A topografia é, 
frequentemente ensinada separadamente das matérias de cartografia básica. É 
sobre uma base topográfica que muitos dos mapas básicos são feitos. A 
topografia é um elemento muito importante, porque é uma medida de campo, 
isto é, uma medida da realidade física que é representada na carta. Quando 
são incluídos tópicos como curvatura do planeta, o magnetismo terrestre, etc., 
trata-se de geodésica. 
 
8. Fotogrametria e Imagens de Fotointerpretação - O uso das fotografias 
aéreas de satélites tem contribuído imensamente com a cartografia. Com 
instrumentos apropriados, é possível desenhar mapas com uma qualidade 
excepcional baseados em fotografias tiradas de aviões voando a vários 
milhares de metros acima da superfície da terra. Fotogrametria e 
fotointerpretação são também frequentemente ensinadas separadamente. 
 
9. Técnicas de desenho - O produto final do trabalho cartográfico (o mapa) é 
uma obra de arte, feita num certo padrão de desenho. O cartógrafo deve 
saber trabalhar com computadores, com caneta e tinta sobre o papel vegetal, 
plástico ou noutro material, e usar outras técnicas como a gravação, letras e 
tonalidades autocolantes. Assim, o cartógrafo pode produzir mapas ou 
supervisionar um desenho técnico. 
 
10.Composição de Mapas - O plano e esboço de composição de um mapa é mais 
do que simplesmente desenho técnico. Envolve balanço de cores e tonalidades, 
atração estética visual, e o conhecimento dos padrões estabelecidos num 
certo sentido. A escolha adequada de cores, tons e 
sombreamento é uma chave para a comunicação efetiva através dos mapas. 
 
"
15 
 
 
 
 
A cartografia é verdadeiramente uma ciência com arte que segue certas 
escolas de pensamento. O estudo detalhado do planejamento de mapas 
exige certa compreensão de psicologia e também um entendimento da 
percepção daqueles que irão ler e usar estes mapas. 
 
11.Reprodução e Impressão - Uma vez que um mapa original tenha sido feito, 
é frequentemente necessário produzir várias ou, às vezes, milhares de cópias 
através de técnicas fotográficas ou impressão. O cartógrafo precisa entender 
estes métodos, suas possibilidades e limitações, para estar apto a fazer uso 
ou provar erros. 
 
12.Aspetos Financeiros e Administrativos - Um tópico muito poucas vezes 
discutido em livros – textos é o do aspeto econômico-financeiro da 
cartografia. Isto é importante, dado que a cartografia como negócio é 
financeiramente viável através de lucro auferido com a venda ou concessão 
de mapas, ou ainda através dos subsídios governamentais. Este aspecto 
está, naturalmente, a nível muito avançado e de interessesomente de minoria 
selecionada de indivíduos. 
 
13.Cartografia Automática - A cartografia esta avançando rapidamente usando 
computadores para produzir mapas, isto elimina muita perda de tempo e 
muito trabalho monótono. Um dos grandes futuros da cartografia é 
automatização. Contudo, isto não quer dizer que o estudante de cartografia não 
precisa entender os vários tópicos e estágios da produção cartográfica. Ele 
precisa entender de tópicos de composição, símbolos, mapas temáticos, 
maneiras de representar relevo, projeções, etc. Todos estes tópicos são 
importantes e a cartografia automatizada não elimina a necessidade que o 
cartógrafo tem de entendê-los. A cartografia automatizada é especialmente 
aplicável a trabalhos cartográficos muito repetitivos, incluindo quando os mapas
 são de série. A cartografia automatizada está associada à 
computação. O cartógrafo que leva seu trabalho a sério deve considerar um 
treinamento em uso de computadores. 
 
14.Mapas temáticos 
 
15.Mapas especiais – A variedade de mapas especiais e temáticos é virtualmente 
ilimitada. Um mapa pode ser feito para representar quase 
 
"
16 
 
 
 
 
qualquer tipo de fenômeno que tenha um elemento especial ou de 
distribuição. Estes tipos de cartografia envolvem todos os grandes 
componentes apresentados e mais especialmente as técnicas de desenho, 
composição de mapas, símbolos, e conteúdos dos mapas. A elaboração de 
mapas temáticos e especiais é uma das principais áreas de crescimento da 
cartografia. 
 
16.Leitura e Interpretação de Mapas - O objetivo fundamental da cartografia é 
comunicar através dos mapas. Para ajudar o leitor a entender o que 
apresenta o mapa, alguns padrões cartográficos têm sido estabelecidos por 
vários séculos. A leitura dos mapas é uma habilidade básica da comunicação 
e é utilizada por pessoas de muitas disciplinas, não somente da cartografia. Por 
isso, é importante que o cartógrafo entenda da leitura dos mapas, para com isto 
estar capacitado a mostrar e comunicar as informações que ele deseja ter nos 
mapas por ele produzidos, os quais poderão ter leitores de outras disciplinas. 
 
17.Assunto Especiais - Como todas as disciplinas, a cartografia continua 
crescendo, e alguns assuntos especiais podem se transformar em novos 
grandes componentes da cartografia. Também existem pequenos itens, tais 
como: coleção de mapas, métodos de preservação de mapas, bibliografias 
concernente a cartografia, comentários referentes à cobertura de mapas em 
várias partes do mundo, e quaisquer outros tópicos que sejam dignos de 
menção, pelo menos em um parágrafo curto. 
 
Também incluem os apêndices que são essencialmente constituídos de 
tabelas e itens menores os quais são de grande uso pelo cartógrafo. 
 
Obviamente, os principais aspectos da cartografia acima mencionados se 
sobrepõem. Por exemplo, precisamos entender algumas coisas sobre projeções 
para ler os mapas. Precisamos saber ler os mapas topográficos antes de tentar 
produzi-los. 
 
 
 
 
 
1.4 História da Cartografia 
 
 
"
17 
 
 
 
 
 
 
O desenvolvimento da Cartografia, desde épocas remotas até os dias atuais 
tem acompanhado o próprio progresso da civilização. A cartografia apareceu no seu 
estágio mais elementar sob a forma de mapas itinerários feitos pelas populações 
nômades da antiguidade. 
 
Posteriormente, com o advento do comércio entre os países (há mais de 
 
4000 anos atrás) e com o consequente aparecimento dos primeiros exploradores e 
navegadores que descobriram novas terras e novas riquezas e ampliaram o 
horizonte geográfico conhecido, o homem sentiu necessidade de se localizar sobre a 
superfície da Terra. Estabeleceu-se, portanto, o marco inicial da cartografia como 
ciência. 
 
A evolução da cartografia foi incrementada pelas guerras, pelas descobertas 
científicas, pelo desenvolvimento das artes e ciências, e pelos movimentos históricos 
que possibilitaram e exigiram maior precisão na representação gráfica da superfície 
da Terra. 
 
Na Grécia Antiga os primeiros fundamentos da ciência cartográfica foram 
lançados quando Hiparco (160-120 A.C.) utilizou, pela primeira vez, métodos 
astronômicos para a determinação de posições na superfície da Terra e deu a primeira 
solução ao problema relativo ao desenvolvimento da superfície da Terra sobre um 
plano, idealizando a projeção cônica. 
 
Os gregos legaram também as concepções da esfericidade da Terra, dos 
polos, equador e trópicos, que foram as primeiras medidas geométricas, a 
idealização do primeiros sistemas de projeção, e a introdução das noções de longitude 
e latitude. 
 
Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia Antiga está 
idealizado na obra ―Geografia‖ do astrônomo, geógrafo e cartógrafo grego Cláudio 
Ptolomeu de Alexandria (90-168 D.C.). Sua extraordinária obra, em oito volumes, 
ensina os princípios da Cartografia Matemática, das projeções e os métodos de 
observação astronômica. Essa monumental contribuição da Grécia Antiga a ciência 
cartográfica foi, no entanto, ignorada durante toda a Idade Média, somente aparecendo 
no século XV, quando então exerceu grande influência sobre o pensamento geográfico 
da época, com o chamado Renascimento de Ptolomeu. 
"
18 
 
 
 
 
Durante o longo período entre a contribuição original de Ptolomeu e o 
surgimento de sua obra e aproveitamento do seu saber, a cartografia atravessou fases 
de estagnação e, às vezes, de retrocesso. 
 
A cartografia romana não aproveitou os conhecimentos matemáticos dos 
gregos, mas eles foram absorvidos pelos árabes. Estes aperfeiçoaram tais 
conhecimentos, calcularam o valor do comprimento do grau, construíram esferas 
celestes, estudaram os sistemas de projeção e organizaram tábuas de latitudes, e 
longitudes. 
 
Enquanto os árabes conservavam estes antecedentes científicos, a civilização 
latino - germânica cultuava na Idade Média um misticismo religioso que causou o 
desaparecimento dos conhecimentos geográficos gregos. 
 
Por essa época, os contatos verificados entre as civilizações cristã e árabe 
ocorrem através das cruzadas, da expansão árabe na península Ibérica e 
principalmente, do comércio entre os povos mediterrâneos. Houve um intercâmbio 
de conhecimentos, o que de certa forma, resultou em progresso para a cartografia. 
Mas este progresso não se realizou no campo matemático teórico propriamente dito, 
porém em instrumentos. 
 
Para atender as exigências náuticas, motivadas pelo desenvolvimento da 
navegação com a introdução da agulha magnética, a cartografia assumiu um aspeto 
funcional (RIBEIRO E ANDERSON, 1982). 
 
Os astecas eram hábeis na confecção de representações geográficas, como 
 
o ―Mapa de Tecciztlán‖ que contêm dados como a fauna da região retratada, e o 
 
―Códice Tepetlaoztoc‖, todo colorido e que traz rotas terrestres e fluviais. 
 
Os egípcios e chineses também dominaram a técnica da cartografia há 
muito tempo. Estima-se que os chineses usam a representação gráfica de regiões 
desde o século IV a.C. Para eles, os mapas serviam não só para se orientar, mas 
também, para fins bélicos e para demarcar regiões garantindo, assim, que os impostos 
fossem pagos. 
Os egípcios também os usavam como ferramenta administrativa, para cobrar 
impostos e demarcar a terra. Mas, mais do que isso, foram eles que desenvolveram 
o método da Triangulação para determinar distâncias baseados na matemática, e o 
 
 
"
19 
 
 
 
 
―nível‖, instrumento em forma de ―A‖ com um pêndulo no meio usado para medir 
áreas. Os egípcios faziam, ainda, registros cadastrais das terras em documentos 
considerados cartas geográficas. Seus túmulos e alguns papiros representavam o 
mundo dos mortos. Como se fossem um mapa do outro mundo eles serviam para guiar 
as almas e, frequentemente, representavam o rio Nilo e planícies férteis. 
 
Mas, bons mesmona cartografia foram os gregos. O sistema cartográfico 
contemporâneo nasceu nas escolas de Alexandria e Atenas. 
 
A primeira tentativa de representar o mundo foi babilônica, mas sua concepção 
de mundo era limitada à região entre os rios Eufrates e Tigre, o que não diminui a 
importância do feito. Entretanto, os gregos se destacam porque foram os primeiros a 
usar uma base científica e a observação. 
 
Usando-se da trigonometria, Erastótenes (276-194 a.C.) mediu a 
circunferência da terra chegando bem perto dos 40.076 km reais (segundo ele eram 
45.000 km). Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.) representava o mundo como um 
círculo achatado onde estavam Europa, Ásia e África circundadas por um oceano. 
Foi ele quem primeiro sugeriu que a terra, por estar à igual distância dos demais astros, 
flutuava no espaço sem nenhum tipo de suporte ou apoio. 
 
Mais tarde, Pitágoras defendeu que a terra era esférica de acordo com suas 
observações práticas e filosóficas (para ele a forma esférica era a mais perfeita) que 
só seriam aceitas no meio científico, anos depois, pela influência de Aristóteles. 
 
Findo o período clássico, como dissemos anteriormente, a cartografia 
passou por um período de pouco desenvolvimento durante o início da Idade Média 
quando a Igreja teve forte influência sobre a confecção dos mapas que eram feitos 
de tal forma a perderem a exatidão. Nessa época, os árabes foram os principais 
responsáveis por qualquer desenvolvimento na área e foram, inclusive, responsáveis 
por trazer a bússola para o ocidente propiciando os mecanismos para o 
desenvolvimento de mais um tipo de carta pelos genoveses, as Cartas Portulanas, 
utilizadas para navegação. 
 
Logo em seguida a esse período, no final da Idade Média, todo o 
conhecimento em torno da cartografia que estava esquecido no ocidente, mas que 
vinha sendo preservado pelos árabes, voltou à tona atingindo seu apogeu na época 
das Grandes Navegações quando se inicia a Idade Moderna. 
"
20 
 
 
 
 
Com a descoberta do continente americano a cartografia toma mais um fôlego 
e iniciam os trabalhos para mapear o novo continente. Juan De La Cosa faz então, o 
primeiro mapa-múndi a conter o novo mundo em 1500. Foi nessa época (Séc. XVI), 
após o descobrimento da América, que o holandês Gerard Mercator, utilizando-se de 
todo o conhecimento produzido até a época, produziu o mapa- múndi que levaria 
seu nome e que representava grandes rotas em linhas retas. 
 
Mas foi só a partir do século XVII que os países começam a se preocupar mais 
com o rigor científico dos mapas. É realizado então, o primeiro levantamento 
topográfico oficial na França, em 1744, chefiado por César – François Cassini (1744 
– 1784) que seriam os precursores dos mapas modernos. 
 
Do século em diante, com o desenvolvimento das técnicas cartográficas, o 
aperfeiçoamento da fotografia a aviação e a informática, a cartografia dá um salto. 
 
Atualmente são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização de 
mapas e cartas que cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a 
necessidade de impressão e tornando-os interativos (FARIA, 2008). 
 
 
 
2 GEOMORFOLOGIA 
 
 
 
 
A geomorfologia é uma das ciências que compõe o amplo campo de estudos 
da Geografia, estando, seus conteúdos presentes no cotidiano de todas as 
sociedades. 
 
Antes de atentar para o desenvolvimento de estudos que abordem 
diretamente a questão do ensino de geomorfologia, é preciso que se conheça qual é 
a sua finalidade e em especial o seu objeto de estudo, visto que o desconhecimento 
de tal objeto pode acabar por estender os conteúdos desta disciplina a outras áreas 
de estudo da geografia, tornando complexo o entendimento por parte daqueles que se 
propõem a dedicar-se a esta área. 
A geomorfologia é a ciência que se ocupa em estudar as formas do relevo 
presentes em nosso planeta, e pode ser datada ainda do século XVIII, com os estudos 
de profissionais de outras áreas que passaram a analisar a natureza de uma 
maneira mais focada (CASETTI, 2001) 
 
"
21 
 
 
 
 
Sendo assim a geomorfologia surge enquanto ciência no século XIX. Porém 
sabe-se que este processo foi longo e passou por várias transformações de acordo 
com os estudos realizados por diversos pesquisadores, entre os quais podemos citar 
James Hutton ainda no século XVIII e William Morris Davis, sendo este último 
responsável pela consolidação da geomorfologia como ciência no início do século XIX, 
dentro de princípios anglo-americanos. 
 
A partir do relevo como objeto de estudo, a Geomorfologia se ocupa de 
entender os vários enfoques que podem ser dados a este, como por exemplo, o que 
é este relevo, qual a origem deste, o seu tempo geológico, como este se formou e os 
diversos processos envolvidos nesta formação, estando diretamente relacionada à 
morfoestrutura e morfoescultura das paisagens descrevendo-as, classificando-as e 
explicando-as (CASETTI, 2001, p.12) 
 
Cabe então a geomorfologia, caracterizar-se de uma maneira mais clara, ou 
seja, antes de se considerar como uma ciência autônoma é preciso que se esclareçam 
todos os tipos de relações que ela pode apresentar com os vários outros ramos da 
ciência geográfica, que assim como a geomorfologia necessitam de um intercambio 
de informações entre as várias áreas para que se realize um trabalho mais completo 
não deixando de contemplar fatos importantes simplesmente por estes não serem 
do domínio de tal área. 
 
Os estudos geomorfológicos segundo Ab’ Saber (apud CASETTI, 2001, 
 
p.12) devem ser divididos em três níveis de abordagem: 
 
 O primeiro seria a compartimentação morfológica que oferece 
informações sobre áreas separando os tipos de paisagens; 
 
 O segundo, a estrutura superficial que são os materiais acumulados 
em determinadas condições climáticas dando origem às formas e, 
 
 O terceiro, a fisiologia da paisagem, quando o homem passa a modificar 
o relevo e onde é possível notar a composição do mesmo. 
A geomorfologia apresenta uma inter-relação grande com as demais áreas 
da geografia. Surge no berço da geologia, entretanto não está presa somente a fatos 
geológicos, abordando a esfera antrópica, climatológica, hidrológica, etc (TORRES, 
SANTANA, 2009). 
 
"
22 
 
 
 
 
Essas relações com outras áreas da geografia e as quais se refletem 
diretamente no nosso meio através dos vários elementos que compõem uma 
paisagem podem ser explicadas e entendidas quando se coloca que: 
 
As formas de relevo podem transmitir a falsa ideia de que são componentes 
independentes na paisagem. Na verdade, elas e os demais componentes do ambiente 
estão interligados, promovendo ações, muitas vezes induzidas por influências mútuas, 
que, em maior ou menor intensidade, agem no sentido de criar uma fisionomia que, 
reflete, no todo ambiental ou em suas partes, um ou mais ajuste alcançados. Assim, a 
criação e evolução das formas de relevo não são dissociadas da presença e 
participação dos demais componentes do ambiente e sobre eles exercem sua 
influência (MARQUES, 2001, p.27). 
 
Sendo assim, é preciso que se analise o ambiente de uma forma mais ampla 
para que se percebam todos os componentes que estão envolvidos nesta dinâmica de 
produção de paisagens e os quais compõem o meio por nós percebidos dando a ele 
este modelado que encontramos no nosso dia-a-dia, e que, muitas vezes, se 
desconhece qual a verdadeira origem do mesmo (TORRES, SANTANA, 2009). 
 
Para realização de estudos geomorfológicos que dizem respeito ao relevo, o 
estabelecimento de relações entre fatos ocorridos, são percebidos mediante 
métodos que se interligam até que se chegue aos objetos desejados. Existem, 
porém, uma série de métodos, a começar pela abordagem teórica do problema 
direcionando-se para a observação de campo, experimentos, método empírico 
quantitativo, métodos geométricos que dizem respeito agráficos, mapas e tabelas; 
métodos sedimentológicos, análise granulométrica e geocronologia, a qual pode ser 
relativa com análises em métodos estratigráficos que são base de todas as ciências 
geológicas; análise polínica como método de datação indireta que relaciona 
cobertura vegetal com oscilações climáticas; e dados da pré-história que são 
apropriados ao estudo do Quaternário. 
 
Por fim, temos a geocronologia absoluta que fornece dados mais precisos do 
tempo a partir do estudo dos varvos glaciais que são depósitos folhados de 
sedimentação rítmica formados em lagos de fronte de geleiras, e métodos 
radioativos que permitem remontar até o período Pré-Cambriano, com a utilização 
do C14 (carbono quatorze), por exemplo (PENTADO, 1983, p.3-5). 
 
"
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A geomorfologia ao estabelecer relações com várias outras disciplinas como 
a geologia, sedimentologia, pedologia, paleontologia, biogeografia, etc., abrange seu 
campo de estudos, sendo considerada uma ciência ponte, a qual é analítica e 
sintética e disso resulta uma consequência importante: seus conceitos de base são, 
às vezes, modificados fundamentalmente, em função dos progressos das disciplinas 
estritamente analíticas, que têm por objetivos fatos que se passam nos dois 
extremos da ponte (PENTEADO, 1983, p.6) 
 
Os fatos geomorfológicos foram ainda divididos segundo uma escala de 
grandeza: grandezas de escala macro que dizem respeito a acontecimentos de escala 
global, as meso de escala continental e de país, e as micro relacionadas a cidades ou 
mesmo sendo pontuais. Estas mesmas são ainda divididas de acordo com sua 
ordem em oito grandezas, sendo a 1ª global, 2ª continental, 3ª dezenas de milhares 
de quilômetros, 4ª centena de quilômetros, 5ª alguns quilômetros quadrados, 6ª 
centenas de metros quadrados, 7ª microformas/decímetro ao metro e 
8ª milímetro ao micro (PENTEADO, 1983, p.8-9). 
 
Considerar a geomorfologia de forma isolada para explicação dos 
fenômenos do globo é algo ousado, pois de uma forma ou de outra ela sempre acabará 
se apropriando de conceitos advindos de outras disciplinas e ainda podemos 
considerar que essa posição de independência é, entretanto, insuficiente para encobrir 
os profundos laços de origem que ligam à Geografia e à Geologia. Dentro delas, a 
Geomorfologia constituiu uma especialização, inserida em campo de trabalho comum 
a ambas. As abordagens utilizadas na produção geomorfológica, quase sempre de 
modo claro, mostram seus vínculos com as perspectivas e propósitos inerentes à 
Geografia ou à Geologia (MARQUES, 2001, p.23). 
 
A relação da geomorfologia com a geografia vai mais longe do que se pode 
imaginar, o ser humano com o passar do tempo conseguiu perceber estas relações de 
maneira discreta em produtos resultantes da ação das forças que modificam 
nosso relevo, dando grande importância a estas observações e conseguindo 
estabelecer uma relação entre as causas geradoras de certos tipos de relevo e os 
produtos finais que encontramos hoje em nossa superfície. Esta relação, entretanto, 
é quase impossível de ser estabelecida se estudada somente a partir de 
perspectivas geomorfológicas, pois quase sempre estão envolvidos nestes 
processos fatores relacionados ao clima do local, a hidrologia, a geologia, a 
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paleontologia, etc. e, ainda, à ação antrópica como fatores sociais e culturais, todos 
ligados a áreas pertencentes ao campo da geografia e, as quais, só se realizam e 
mostram resultados mais completos, estabelecendo um intercâmbio de informações 
entre todos os campos que se direcionam ao estudo de fatos geográficos. 
 
Se analisarmos a geomorfologia de uma maneira mais próxima de nossa 
realidade podemos perceber que os estudos geomorfológicos no Brasil tiveram grande 
expansão nos últimos 50 anos, a partir de sua aplicação a questões ambientais que 
têm sido trabalhadas com grande afinco. A história da geomorfologia no Brasil deve-
se a pesquisadores como Christofoletti e Ab’Saber e mais atualmente, Margarida 
Penteado (TORRES E SANTANA, 2009). 
 
 
 
2.1 Geotecnologias 
 
Segundo Freire e Valente (2001), o uso da tecnologia com finalidade 
pedagógica visa principalmente à integração dos alunos e professores, buscando 
compreender e interpretar fenômenos socioculturais bem como o envolvimento em 
atividades sociais relevantes. 
 
Importante ressaltar que o uso tecnológico no processo de ensino e 
aprendizagem já vem sendo discutido nos Parâmetros Nacionais Curriculares, de 
forma a acrescentar e esclarecer algumas dúvidas quanto à sua utilização. 
 
Nesse sentido os processos tecnológicos aqui referidos diferem de produtos 
da ciência aplicada, prontos e acabados, como é o caso do conjunto de máquinas e 
aparelhos elétricos e eletroeletrônicos da atualidade. Portanto, são considerados no 
sentido de apreender a interferência que exercem em tais processos. De tal forma que 
as tecnologias na área das Ciências Humanas e suas Tecnologias são compreendidas 
para além de resultados das ciências, como também dinamizadoras dos campos 
científicos à medida em que geram novas questões a serem desvendadas por 
pesquisas científicas de produção do conhecimento (BRASIL, 
2007, p. 4). 
 
É baseada nesse contexto que a tecnologia deve ser inserida nas escolas, não 
sendo vista como um fim, acabado, imposto e inalterável, mas como um meio, que 
visa desvendar, incrementar, analisar e vivenciar a prática do professor em sala 
 
 
"
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de aula, com um único objetivo, o de fornecer e despertar o interesse do aluno pelo 
conhecimento científico. 
 
A inserção da tecnologia na sociedade é algo diagnosticado por muitos 
estudiosos, porém sabemos que essa inserção não se dá de forma homogênea, 
inclusive os Parâmetros Nacionais Curriculares já discutem essa temática. 
 
As tecnologias encontram-se tão incorporadas aos atuais modos de vida que 
quando nos defrontamos com menções à sociedade tecnológica quase que 
imediatamente somos remetidos ao computador, à Internet, aos robôs. Este mundo, 
entretanto, ainda é compartilhado por poucos e específicos segmentos da população 
(BRASIL, 2007, p. 3). 
 
Para se tratar da Geotecnologia, faz-se necessário apresentar o seu 
significado em função dos avanços tecnológicos nos últimos anos. A literatura assinala 
que a Geotecnologia é a utilização da informação para a análise do espaço geográfico, 
realizada por meio da tecnologia. 
 
[...] geotecnologias, estas entendidas como sendo as novas tecnologias 
ligadas às geociências e às outras correlatas. As geotecnologias trazem, no seu 
bojo, avanços significativos no desenvolvimento de pesquisas, em ações de 
planejamento, em processos de gestão e em tantos outros aspectos à questão 
espacial (FITZ, 2005, p. 3). 
 
Faalr em geotecnologias automaticamente nos leva a pensar em dados 
geográficos, sistema de informações geográficas, análise espacial, 
geoprocessamento. 
 
Geoprocessamento é o tratamento das informações geográficas, ou de 
dados georreferenciados, por meio de softwares específicos e cálculos. Ou, ainda, o 
conjunto de técnicas relacionadas ao tratamento da informação espacial. 
 
Durante toda a história as civilizações se ocuparam em estudar e registrar 
através de mapas ou cartas dados sobre o relevo, fauna, flora, rotas comerciais, limites 
políticos, e etc. Mas, com o avanço da informática surgiu a possibilidade de se 
integrar vários dados e mapas e analisá-los em conjunto, possibilitando, através de 
análises complexas e a criação de bancos de dados georreferenciados, o 
desenvolvimento de diversas áreas como a cartografia, principalmente, o 
 
 
"
26 
 
 
 
 
planejamento urbano, comunicações, transportes e até a análise de recursos 
naturais. 
 
A históriado geoprocessamento se iniciou com os EUA e a Inglaterra na 
década de 1950 com o intuito de otimizar a produção e manutenção de mapas. 
Entretanto, devido ao fato da informática estar ainda pouco desenvolvida, a atividade 
era muito cara e restrita e ainda nem existia o conceito de GIS (Geographic Information 
System, ou Sistemas de Informações Geográficas - SIG, em português) que só viria a 
ser empregado na década de 1970. 
 
Contudo, a partir da década de 1980, concomitantemente ao desenvolvimento 
da tecnologia dos computadores e softwares, o geoprocessamento deu um salto, 
principalmente após a fundação da NCGIA (National Centre for Geographical 
Information and Analysis), em 1989, quando o geoprocessamento passou a ser 
reconhecido oficialmente como uma disciplina científica. 
 
Nos últimos anos temos presenciado a massificação do geoprocessamento. 
Com o lançamento de ferramentas como o Google Earth, qualquer pessoa mesmo que 
não entenda nada de geoprocessamento pode ter acesso a mapas de qualquer região 
do mundo que aliam imagens de satélite, GPS e modelos em 3D. 
 
Atualmente, o geoprocessamento consiste nas seguintes etapas: coleta, 
armazenamento, tratamento e análise de dados e uso integrado das informações. 
Algumas ferramentas de geoprocessamento são: 
 
 O GPS (Global Position System) que é uma ferramenta básica muito utilizada 
para coleta de dados georreferenciados; 
 
 O Oracle que é um sistema gerenciador de banco de dados usado para 
armazenar as informações; 
 
 O SPRING que é um sistema de informações geográficas (ferramenta que 
possibilita o uso integrado) com funções de processamento de imagens, análise 
espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bando de 
dados espaciais (FARIA, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No contexto do Geoprocessamento, a criação e desenvolvimentos dos 
chamados Banco de Dados Geográficos (BDG) tem sido cada vez mais explorada, em 
vista de sua ampla potencialidade de aplicação. 
 
Em certo sentido, todo local, físico ou virtual onde são armazenados dados 
pode ser considerado um banco de dados. O próprio site que você está acessando 
pode ser considerado, sob este ângulo, um banco de dados. 
 
Já nos casos onde dados são armazenados (em meio digital) na forma de 
tabelas relacionáveis entre si através de campos chaves, temos o que é chamado de 
banco ou base de dados relacional. Este tipo de banco de dados convencional é 
hoje utilizado pelos mais diversos ramos de atividade. 
 
Para gerenciar banco de dados convencionais faz-se uso de softwares 
chamados Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD). São exemplos de 
programas desse tipo: PostgreSQL, MySQL, Access e Oracle (MEDEIROS, 2010). 
 
Hoje é comum se ouvir falar em Sistemas de Informação (SI) em diversas 
áreas do conhecimento. No campo das Geotecnologias a utilização dos Sistemas de 
Informações Geográficas (SIG) ampliou o leque de ferramentas para compreensão e 
análise do mundo em nossa volta. 
 
Uma das características marcantes que diferenciam os SIG dos SI 
 
convencionais é a capacidade de realizar análise espacial. 
 
Estas funções com base nos atributos espaciais e não espaciais da base de 
dados, procuram gerar simulações sobre os fenômenos do mundo real. Assim, a 
análise espacial permite compreensão da distribuição dos dados advindos de 
fenômenos ocorridos em certa região geográfica, o que é de grande utilidade para a 
solução de importantes questões nas mais diversas áreas. 
 
Um caso simples que ilustra isso e que é amplamente comentado na literatura 
da área esta relacionado com um fato ocorrido em Londres, Inglaterra, em 
1854. Onde o médico John Snow, de forma intuitiva realizou uma verdadeira análise 
espacial. Na época a cidade estava sofrendo com uma epidemia de cólera. Ele indicou 
em um mapa da cidade a localização dos casos de óbitos por cólera e os 
poços de água que abasteciam a cidade (uma das formas de transmissão da cólera 
 
 
 
 
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é por meio da ingestão de água contaminada). A figura abaixo ilustra o resultado do 
trabalho do médico (MEDEIROS, 2009). 
 
 
 
 
 
 
A partir da espacialização destas informações notou-se que a maiorias dos 
casos de morte registradas se situavam em torno de um determinado poço 
localizado na Broad Street, o qual foi interditado. Exames realizados posteriormente 
confirmaram a hipótese de Snow. 
 
Há diversos tipos de funções ou operações espaciais relacionadas com esse 
tipo de atividade dos softwares de SIG. A seguir, detalhamos apenas algumas 
destas técnicas. 
 
Funções de Medida 
 
As funções de medida têm aplicações no cálculo dos parâmetros mensuráveis 
dos objetos espaciais, o que faz com esta operação de análise espacial seja de grande 
importância em um SIG. 
Dentre as principais funções de medida podem ser citadas as medidas de 
comprimento, área e volume. 
 
 
"
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Funções de Sobreposição 
 
As funções de sobreposição também são conhecidas como operações de 
overlay, sendo uma das técnicas mais utilizadas para análise espacial. Nestas 
operações são utilizados, por exemplo, operadores lógicos e aritméticos. 
Em termos simples o uso de overlay consiste no cruzamento de diversas 
camadas de informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
30 
 
 
 
 
3 BIOGEOGRAFIA 
 
 
 
 
Biogeografia é a ciência dedicada ao estudo da distribuição geográfica dos 
seres vivos no espaço através do tempo buscando entender os padrões de 
organização espacial e os processos que levaram a tais disposições biológicas. Esta 
ciência tem um aspecto multifacetado, englobando conhecimentos de diversas 
outras ciências como biologia, climatologia, geografia, geologia, ecologia e ciência 
da evolução. 
 
O tema central de estudos da biogeografia gira em torno do estudo da 
evolução das espécies e o modo como as diversas condições ambientais possíveis 
influem no desenvolvimento da vida. Combinar as diferentes variáveis responsáveis 
pela ocorrência de vida e traçar uma receita para a existência da mesma em um 
determinado ambiente são os objetivos principais dos estudiosos dedicados à 
biogeografia. 
 
As origens desta ciência encontram-se nos estudos de Alfred Russel 
Wallace no arquipélago malaio. Ele descreveu inúmeras espécies desse arquipélago 
e notou que a norte, em determinada área, as espécies eram relacionadas com 
espécies do continente asiático enquanto que, nas ilhas mais ao sul, as espécies 
tinham ligação com as espécies do continente australiano. Esta conclusão levou a uma 
posterior delimitação e mapeamento das áreas estudadas por Wallace, sendo 
que tais áreas receberam mais tarde a denominação de ―Linha de Wallace‖. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
31 
 
 
 
 
 
 
Seguindo o espírito deste estudo inicial, as diversas regiões do planeta 
foram sendo gradualmente mapeadas, pesquisadas e catalogadas. As principais 
divisões receberam o nome de ―divisões biogeográficas―, a saber: 
Região Paleártica: Compreende todo o continente europeu, norte da África até 
o deserto do Saara, o norte da Península Arábica e toda Ásia ao norte do Himalaia, 
incluindo China e Japão. 
 
 
México. 
Região Neoártica: Toda a América do Norte, indo até a fronteira sul do
 
Região Neotropical: Estende-se do centro do México até o extremo sul da 
 
América do Sul. 
 
Região afro-tropical ou etiópica: compreende a África sub-saariana e os dois 
terços mais ao sul da península arábica. 
 
Região indo-malaia: composta pelo subcontinente indiano, sul da China, 
Indochina, Filipinas e a metade Ocidental da Indonésia. 
 
Região australiana: o restante mais a leste da Indonésia, ilha de Nova 
 
Guiné, Austrália e Nova Zelândia. 
 
Região oceânica: as demais ilhas do oceano Pacífico. 
 
 
nome 
Regiãoantártica: correspondente ao continente e ao oceano com o mesmo 
 
 
 
 "
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Chamamos de região holártica (ou holártico) o conjunto resultante das regiões 
paleártica e neoártica. 
A classificação acima aplica-se a seres viventes em terra firme ou seca. Em 
relação aos oceanos temos as ―regiões biogeográficas marinhas―, que são definidas 
por meio das correntes oceânicas ou ainda pelas zonas climáticas, limites mais ou 
menos exatos para os seres vivos marinhos. Modernamente temos a definição de 
ecossistema marinho como a unidade de estudo dessas grandes regiões 
biogeográficas (SANTIAGO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
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REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS 
 
 
 
ANDERSON, Paul S.; RIBEIRO, Antonio Jorge; MONMONIER, Mark S. A natureza 
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