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Conceitos e princípios de operações e de gerenciamento de processos Segundo Arnold (2012, p. 9): “Administração de Materiais é a área responsável pelo fluxo de materiais a partir do fornecedor, passando pela produção até o consumidor. É uma função coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo de materiais” Seus objetivos são: 1) Maximizar a utilização dos recursos da empresa; 2)Fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor. Administração de Materiais Logística Logística é a função responsável pela movimentação e armazenagem de materiais, desde os pontos de suprimentos, passando pela operação, até a disponibilização e entrega de bens e serviços aos clientes. (Ballou,1993). Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como, as informações a eles relativa, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender as exigências dos clientes. Para Ballou (2012, p.35), os componentes de gestão de um sistema logístico estão descritos e representados na figura abaixo. Todos estes itens estão inter-relacionados sob a ótica da gestão de logística integrada. A Logística Integrada “O grande motivador para tornar a administração de logística integrada está no potencial de racionalização dos custos das operações e/ou do potencial de melhoria do serviço, provocados por esta transformação” (BALLOU, 1993). Esta afirmação de Ballou (1993) é que promove a ascensão da logística para frequentar o ambiente das disciplinas estratégicas das organizações. A Logística Integrada Fleury (2000) também descreve como sendo uma mudança de conjuntura econômica e tecnológica o grande estopim para a mudança de posicionamento da logística nas organizações. Destacam-se no cenário econômico 4 fatores como chaves neste processo: 1.A Globalização como fator de acesso a novos mercados, em novos locais, com complexidades logísticas distintas; 2. Aumento das incertezas econômicas, pois dado a maior amplitude do comércio e transações entre as várias nações do globo, crises locais podem espalhar-se muito rapidamente; 3. Proliferação de produtos como resposta à demanda cada vez mais especializada que agrega complexidade na distribuição, nos suprimentos na gestão dos armazéns, potencializando a elevação dos custos; 4. Menores ciclos de vida dos produtos, pois dado o constante surgimento de novos produtos há uma tendência a abandonar o antigo. Assim, a indústria e a logística passam a ter de conviver com uma realidade de muita incerteza no momento de definir os A Logística Integrada Origem da Logística A logística sempre existiu, sendo que sua contribuição deu-se de forma lenta até os anos de 1940. A logística desenvolveu-se inicialmente na área militar. A primeira vez que se utilizou a palavra logística na história da guerra foi no tratado do Barão de Jomini, intitulado Precis del LÁrt de la Guerre de 1836, em que logística referia-se a ação responsável pela preparação e sustentação das campanhas militares. Jomini criou o termo “Logistique” , do inglês logistics. A palavra logística deriva da palavra francesa LOGER que significa habitar, alojar. LOGÍSTICA Ao final da I Guerra militar surgem as primeiras teorias sobre Logística Militar, não sendo reportada por este nome (administração, organização e economia de guerra) O Pai da logística é o Coronel de Infantaria da Marinha dos EUA, George Cyrus Thorpe, que escreveu em 1917, um livro intitulado: Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra. Segundo Thorpe, “a estratégia e a tática proporcionam o esquema da condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios". Seu aperfeiçoamento deu-se a partir de outros estudiosos, como o Almirante da Marinha dos EUA, Henry Eccles, em 1945, que assentou as bases conceituais da logística. É considerado o pai da logística moderna. Mas o que é logística? Muitas pessoas acreditam que logística está relacionada apenas a transporte. Outras que refere-se a lógica ou entrega de bens em algum local. Para entender logística é preciso recorrer a sua evolução histórica, pelas mudanças de ênfases. Evolução histórica da logística Período Visão organizacional Ênfase Foco Industrial Foco Logístico Até anos 40 Do campo ao mercado Economia agrária Volume de produção Transporte Anos 40 até anos 60 Especialização Desempenhos funcionais Custo Inventário Anos 60 até anos 70 Integração interna Integração das funções Serviço Distribuição Anos 70 até anos 80 Foco no cliente Busca por eficiência Lucratividade Produção Anos 80 até anos 90 Foco no mercado Integração da logística Qualidade Compra/ produção/ vendas Anos 90 até final século XX Supply Chain Management Logística como diferencial competitivo Tempo Processo gerencial Período atual Supply Chain Management Logística como diferencial competitivo Tempo e espaço Flexibilidade / agilidade A logística é uma área que está emergindo A logística está fazendo muitas empresas reestruturarem suas operações Sintomas de um sistema logístico ineficiente Tempo excessivo para completar um pedido Inconveniências geradas por pedidos incompletos Grande quantidade de erros nos processamentos de pedidos Alto nível de perda de materiais (avarias, obsolescência, sinistro) LOGÍSTICA Segundo Davenport (1994,p.6.): “Um processo é simplesmente um conjunto de atividades estruturadas e de medidas, destinadas a resultar num produto especificado, para um determinado cliente ou mercado”. Informação Informação Inputs (materiais, dados, pessoas, outros recursos. São modificados ou transformados no processo) Outputs Bens e ou serviços Recursos internos da firma (Mão-de-obra, estações de trabalho, máquinas, ferramentas, outros. Modificam/transformam recursos) Process Management Gestão de Processos Estoque Transporte O processo logístico integra: Armazenamento Informações Manuseio de Materiais Embalagem Fluxo Definição de operação através do Modelo do Sistema de Operações RECURSOS A SEREM TRANSFORMADOS o MATERIAIS o INFORMAÇÕES oCONSUMIDORES ENTRADAS o INSTALAÇÕES o MÃO DE OBRA RECURSOS DE TRANSFORMAÇÃO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO PRODUTOS E SERVIÇOS INFLUÊNCIAS E RESTRIÇÕES DO AMBIENTE ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS INFLUENCIAS E RESTRIÇÕES INTERNAS PLANEJAMENTOS E CONTROLES C L I E N T E F O R N E C E D O R E S PACOTE DE VALOR Gestão da cadeia de suprimentos engloba o planejamento e a gestão de todas as atividades envolvidas no fornecimento e aquisição e todas as atividades de gestão de logística. Importante, também inclui a coordenação e colaboração com parceiros de canal, que podem ser fornecedores, intermediários, terceiros prestadores de serviços e clientes. Em essência, o gerenciamento da cadeia de suprimentos integra a oferta e a gestão da demanda dentro e entre empresas. Gestão da cadeia de suprimentos Uma cadeia de suprimento englobatodos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um Cliente; Dentro de cada organização, como por exemplo, de uma fábrica, a cadeia de suprimento inclui : - Clientes - Varejistas - Atacadistas / distribuidores; - Fabricantes; - Fornecedores de peças ou de matéria prima O termo Cadeia de Suprimentos representa produtos ou suprimentos que se deslocam ao longo da seguinte cadeia: fornecedores, fabricantes, distribuidores, lojistas e clientes; A maioria das cadeias de suprimentos é composta por redes. Cadeia de Suprimentos Fornecedor Fabricante Distribuidor Varejista Cliente Fornecedor Fornecedor Fabricante Fabricante Distribuidor Distribuidor Varejista Varejista Cliente Cliente Obs: No caso da DELL, ela não possui varejistas, atacadistas ou distribuidores em sua Cadeia de suprimento Estágios da Cadeia de Suprimentos Produção de matéria prima Produção de componentes Produção de submontagens Produção de montagens Montagem do produto Distribuição Varejo Us uá rio Exemplo Cadeia de Suprimentos - Indústria Plano de saúde Hospital Médicos Serviço de laboratório Laboratório de análise Serviço de radiologia Serviço de limpeza Serviço de alimentação Locadora de equipamento Fornecedor de reagentes Fabricante de equipamento Cliente Fluxo de serviço Fluxo de pagamento Exemplo Cadeia de Suprimentos - Serviço O objetivo de toda cadeia de suprimento é maximizar o valor total gerado. O valor gerado pela cadeia de suprimento é a diferença entre : O valor do produto final para o Cliente (receita gerada pelo Cliente ) - O esforço realizado pela cadeia de suprimento para atender o seu pedido (Custo total no decorrer da Cadeia de Suprimentos) A lucratividade da cadeia de suprimento é o lucro total a ser dividido pelos estágios da cadeia de suprimentos; O gerenciamento da cadeia de suprimento envolve o controle dos fluxos entre os estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total. Objetivo da Cadeia de Suprimentos Estratégia ou Projeto Planejamento Operação As fases de decisão na cadeia de suprimento podem ser classificadas em projeto, planejamento e operação, dependendo do período de execução no qual as decisões serão aplicadas Fases de decisão na Cadeia de Suprimento A empresa decide como estruturar a cadeia de suprimento; Define qual será a configuração da cadeia, e que processos cada estagio deverá desempenhar São decisões estratégicas para a cadeia de abastecimento pensando-se a longo prazo (anos) Projeto da Cadeia de abastecimento Tais decisões incluem: ◦ Local ◦ Capacidade de produção e das instalações para armazenagem ◦ Produtos a serem fabricados ou estocados em diferentes locais ◦ Meios de transporte a serem disponibilizados ◦ Tipos de sistemas de informação Projeto da Cadeia de abastecimento Nesta fase, as empresas definem um conjunto de políticas operacionais que lideram as operações a curto prazo. A configuração da cadeia de suprimento determinada na fase estratégica é fixa, por tanto estabelece restrições dentro das quais cada planejamento deve ser realizado Na fase de planejamento a empresa estabelece parâmetros dentro dos quais a cadeia de abastecimento funcionará durante um período de tempo especificado Planejamento da cadeia de suprimento Atividades realizadas nesta fase: ◦ Previsão de demanda para o ano seguinte ◦ Decisões sobre quais mercados deveram ser supridos e de que locais ◦ Construção de estoques ◦ Terceirização de fabricação ◦ Políticas de reabastecimento e estocagem a serem seguidas ◦ Periodicidade e dimensão das campanhas de marketing Na fase de planejamento as empresas devem incluir a incerteza na demanda, nas taxas de cambio, na competição desse período de tempo Planejamento da cadeia de suprimento O objetivo é implementar as políticas operacionais da melhor maneira possível O período de tempo é semanal ou diário Decisões sobre pedidos individuais de clientes A configuração da cadeia de suprimento é considerada fixa, as políticas de planejamento foram definidas As decisões operacionais são tomadas a curto prazo (minutos, horas ou dias) Operação da cadeia de suprimento Atividades realizadas nesta fase: ◦ As empresas distribuem os pedidos para o estoque e produção ◦ Determinam a data em que o pedido deverá ser atendido ◦ Geram inventário nos depósitos ◦ Adaptam o pedido a um meio de transporte ◦ Organizam as entregas dos caminhões ◦ Encaminham os pedidos de reabastecimento Operação da cadeia de suprimento Visão Cíclica do processo da cadeia de suprimento Visão Cíclica - Os processos na Cadeia de Suprimentos são divididos numa sequência de ciclos, cada um realizado entre as interfaces de cada estágio sequencial. Cliente Ciclo de pedido do cliente Varejista Ciclo de Reabastecimento Distribuidor Ciclo de Fabricação Fabricante Ciclo de Suprimentos Fornecedor Visão Cíclica dos Processos da Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Distribuido r Fabricante Fornecedor Varejista Interface Interface Interface Interface Especifica claramente os papéis e as responsabilidades de cada componente da CS e maior clareza quando na criação de sistemas de informação que apóiem as operações da CS. Quais são os Processos presentes em cada Interface? Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Varejista Interface Ciclo: Chegada do Cliente Emissão do Pedido Recebimento do Pedido do Cliente Atendimento ao Pedido do Cliente Os Processos do Ciclo do Pedido de Cliente Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Distribuidor Varejista Interface Interface Ciclo: Os Processos Ciclo Reabastecimento Acionamento do Pedido do Varejista Emissão do Pedido do Varejista Recebimento do Pedido do Varejista Atendimento ao Pedido do Varejista Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Distribuidor Fabricante Varejista Interface Interface Interface Os Processos Ciclo de fabricação Chegada do Pedido Programação para a produção Recebimento Fabricação e Transporte Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Distribuidor Fabricante Fornecedor Varejista Interface Interface Interface Interface Ciclo: Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente Distribuidor Fabricante Fornecedor Varejista Interface Interface Interface Interface Pedido baseado na programação do fabricante ou nas necessidades de estocagem Programação de Produção do fornecedor Recebimento pelo fabricante Fabricação e Transporte dos componentes Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente da DELL Distribuidor DELL Fabricante Fornecedor Varejista Interface Interface InterfaceInterface Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica dos processos na CS Cliente da DELL DELL Fabricante Fornecedor Interface Interface Interface Visão do Processo de uma Cadeia de Suprimentos A Logística Reversa está relacionada às operações de reutilização de materiais e produtos. Inclui as atividades de coleta, desmontagem, processamento de materiais ou produtos usados a fim de recuperá-los sustentavelmente. Pode ser, também, o processo de retorno do produto à empresa, por algum motivo técnico ou por devolução. É o retorno de bens de pós-venda ou pós-consumo ao ciclo de negócio ou produtivo, por meio de canais reversos. (Leite, 2003) Inclui as atividades de manuseio, transporte e armazenagem do destino final ao ponto de origem, para reutilização, reciclagem, manutenção, entre outros. Logística Reversa Esse modelo é seguido também pela Philips. Sensibilizar as pessoas, economizar energia e dobrar, até 2015, a coleta de produtos para reciclagem são as três metas atualmente em vigor. Em 2011, a empresa coletou cerca de 300 toneladas de itens, entre eletroeletrônicos, produtos de consumo, monitores, aparelhos de raio-x e ultrassom, recolhidos em lojas de assistência técnica, no Carrefour e em estações do metrô. “Discutimos hoje com o governo um sistema coletivo para recolher também as lâmpadas”, acrescenta Marcio Quintino, diretor de sustentabilidade da Philips Brasil. LOGÍSTICA REVERSA “Os produtos passam por processos de manufatura reversa e retornam como matéria-prima para a reinserção em novos produtos ou em outros segmentos industriais”, diz Kami Saidi, diretor de operações e sustentabilidade ambiental da HP, que em 1987, reciclou seu primeiro computador. Dois anos depois, passou a utilizar a logística reversa inicialmente para recolher baterias, seguidas depois pelos toners e hardwares. Já os cartuchos são reciclados por uma central com capacidade para receber mais de 1,2 milhão de unidades ao ano. Atualmente, a HP soma 900 mil toneladas de produtos e suprimentos de impressão reutilizados. Na Hewlett-Packard, por exemplo, o cliente pode solicitar a retirada gratuita do aparelho pelo site da empresa, serviço disponível também para os itens de impressão, que contam ainda com ecobins espalhados pelas HP Stores, lojas da Kalunga, Saraiva e futuramente também no Carrefour. Indústria de pneus O braço sustentável da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), a Reciclanip, representa a logística reversa de 65% da produção de pneus novos no país. O restante do mercado, em sua maioria importadores, também é obrigado por lei a recolher os pneus colocados em circulação. Mas funcionam de forma independente, não possuem uma associação reguladora. Entre os nove associados da Anip estão os cinco maiores produtores mundiais de pneus: Pirelli, Michelin, Continental, Goodyear e Bridgestone. A Reciclanip nasceu em 2007, mas o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis da Anip funciona desde 1999, quando foi criada a regulamentação deste mercado. LOGÍSTICA REVERSA Fase de produção Materiais produtivos obsoletos e consumíveis: óleo lubrificante usado em processos, paletes e contêineres de transporte interno em fim de vida útil, entre outros; Refugo de produção - produção que não satisfaz aos padrões dimensionais ou de qualidade e, portanto, é refugado e vendido por um valor inferior ao do produto que atenda as especificações Produtos defeituosos - não atendem aos padrões de qualidade e é subseqüentemente reusinada e vendida através dos canais normais como mercadoria de primeira ou de segunda LOGÍSTICA REVERSA Fase de distribuição Devoluções ou retornos comerciais - produtos vendidos com uma opção de devolução ao cliente; Entregas erradas - clientes devolvendo produtos porque foram entregues muito cedo, muito tarde, com defeito ou fora das especificações do pedido; Recalls - com produtos devolvidos quando defeitos reais ou potenciais são identificados pelo próprio fabricante e os clientes são solicitados a devolverem os produtos defeituosos para reposição ou reparo; Produtos em final de leasing - devolvidos ao fabricante. Perda no valor do ativo = 46,50% 10% em boas condições (retoques) Valor recuperado $75 45% danificados (remanufatura) Valor recuperado $250 10% irrecuperáveis (recuperação de componentes) Valor recuperado $20 15% viram refugo Valor recuperado $0 Fluxo de devoluções Valor original $1.000 20% intactos (re-estocagem) Valor recuperado $190 Perda de valor em cadeias reversas – retornos comerciais (agregar os custos referentes aos fluxos reversos) (Correa, 2010)
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