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Drenagem Urbana 
 
 A drenagem do escoamento superficial, é também chamada de chuva efetiva ou 
excedente. Suas falhas atingem 80% da população mundial, causando danos sociais, 
econômicos e ambientais. O crescimento urbano cresce 4 vezes mais que o rural, motivo este 
para modificar-se radicalmente a gestão das áreas urbanas. Um exemplo claro, é a RMSP 
(região metropolitana de São Paulo) que possuía no início do século XX, 200 mil habitantes 
e em menos de 100 anos superou os 17 milhões. 
 
 
A crise ambiental e o meio urbano 
 O crescimento populacional é um dos fatores básicos da crise ambiental. Nas 
grandes cidades brasileiras ocorre principalmente nas áreas periféricas, onde geralmente 
faltam os serviços urbanos básicos (coleta de lixo, redes de água para abastecimento, redes 
de coleta de esgoto, redes pluviais). 
 As inundações urbanas são provocadas fundamentalmente pelo excesso de 
escoamento superficial, chamado de chuva excedente ou de chuva efetiva, decorrente do 
aumento dos índices de impermeabilização e de retenção da água (talvegue, cheia, 
 
inundação). Outra causa exponencial é o grande número de favelas em áreas de risco, 
próximas de córregos e rios, encostas de morros. 
 Dessa maneira, a questão da drenagem não diz respeito somente a parte técnica de 
projetos, obras, etc., mas também está relacionada com uma série de outros problemas que 
as grandes cidades enfrentam, como o problema habitacional. 
 
 Principais Fatores Responsáveis pela produção de Inundações Urbanas 
 Aumento do escoamento superficial (urbanização descontrolada); 
 Planos diretores que não consideram os aspectos de drenagem da bacia; 
 Lançamento de resíduos sólidos e lixo nos córregos; 
 Falta de conscientização; 
 Falta de investimentos para controlar as cheias urbanas; 
 Sistemas de drenagem obsoletos devido ao aumento da vazão; 
 Falta de legislação adequada; 
 Falta de controle e fiscalização da legislação existente; 
 Definição imprópria da área de abrangência de projetos de drenagem; 
 Falta de informações hidrológicas e meteorológicas confiáveis para execução de 
projetos de drenagem urbana. 
 Falta de cadastramento das obras existentes; 
 Inexistência de órgão gestor e coordenador específico; 
 Inexistência de norma técnica para projetos numa mesma bacia hidrográfica; 
 Ocorrência de eventos hidro meteorológicos extraordinários; 
 
SISTEMA DE DRENAGEM URBANA 
 O sistema deve-se estruturar considerando todos os aspectos legais, institucionais e 
técnicos envolvidos. Medidas Estruturais e Medidas Não –Estruturais são conceitos 
utilizados em drenagem urbana. 
Observando-se durante longo tempo os fenômenos hidro meteorológicos, é possível 
extrair os dados e elaborar uma série de estatísticas que auxiliam os engenheiros 
hidráulicos a dimensionar o sistema de drenagem. O risco de um projeto está associado 
a adoção do período de retorno. O benefício é medido pelo dano evitado pelo sistema, 
envolvendo aspectos sociais, econômicos e ambientais. 
 As medidas estruturais correspondem as obras hidráulicas necessárias para 
proporcionar a boa drenagem do escoamento superficial. 
 As medidas não estruturais correspondem a uma série de propostas, voltadas a 
minimização dos efeitos das chuvas intensas na área urbana, que não implicam em 
grandes obras de engenharia. 
 Principais medidas estruturais: 
a) Sistema de coleta da água da chuva no lote e lançamento na rede; 
b) Sistema de micro drenagem (bocas de lobo e bueiros); 
c) Sistema de macro drenagem (canais e rios que recebem a água coletada pela 
micro drenagem); 
d) Reservatórios para controle de cheias (barramentos construídos em rios); 
e) Reservatórios urbanos de detenção ou bacias de detenção (são reservatórios 
pequenos construídos em áreas específicas da cidade a fim de conter o 
excesso de chuva e proteger áreas à jusante); 
f) Drenagem forçada em áreas baixas (regiões abaixo do nível d’agua de 
cheias); 
g) Manutenção do sistema de drenagem; 
Principais medidas não estruturais:- 
a. Outorga para controle de cheias; 
b. Leis de uso e ocupação do solo; 
c. Fixação de critérios para projetos de drenagem; 
d. Fixação de critérios para obras de infraestrutura; 
e. Medidas de controle de cheias no próprio lote ou medidas individuais e de 
conveniência. 
f. Restabelecimento parcial da capacidade de retenção de água do lote; 
g. Outras medidas para prevenção da capacidade de infiltração do solo; 
h. Seguro enchente; 
i. Sistemas de alerta; 
j. Programas de educação ambiental; 
k. Campanhas publicitárias voltadas à participação pública no controle de 
cheias; 
 
Agencia de Drenagem 
A proposta para a estruturação da Agência de Drenagem, em tese seria um 
órgão executivo da gestão da água urbana, que atuaria basicamente no 
planejamento, execução e operação do sistema e nas relações entre planos diretores 
de drenagem e a infraestrutura da cidade. 
 
Plano Diretor de Drenagem 
 A ferramenta básica para planejar o sistema de drenagem de uma cidade é o 
plano diretor de drenagem, o qual deve ser elaborado com base no plano diretor 
urbano (documento que estabelece todos os critérios de ocupação da área urbana), 
portanto, tem relação direta com a drenagem. 
Estrutura básica de um plano diretor: 
 Fase 1: Definições básicas, coleta de informações e diagnóstico preliminar 
da situação do sistema de drenagem. 
 Fase 2: Proposição de medidas de curto prazo, incluindo monitoramento e 
outros levantamentos de campo. 
 Fase 3: Elaboração de cenários e definição de medidas de médio e longo 
prazo e análise econômica. 
 Fase 4: Hierarquização das propostas, proposição de medidas de caráter 
legal e institucional e outros programas.