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ÁCAROS DE SARNA Filo Arthropoda – Classe Arachnida – Ordem Acari – Sub ordem Astigmata ou Sarcoptiformes Simetria bilateral Exoesqueleto de quitina Apêndices locomotores e alimentares aos pares Corpo dividido em cefalotórax e abdome (sem divisão nítida) Quelíceras em forma de pinças e palpos pouco desenvolvidos Gnatossoma e Idiossoma Respiração tegumentar Pouco dismorfismo sexual Ventosas tarsais presentes Família Sarcoptidae Gênero Sarcoptes Sarcoptes scabiei – Ácaro da sarna/Ácaro da escabiose Transmite a Sarna Sarcóptica ou escabiose Hospedeiros: Humanos, cães, ruminantes, equídeos, suínos e coelhos Tegumento estriado Face dorsal com áreas triangulares e espinhos Presença de ventosas (primeiros 2 pares de patas nas fêmeas e no quarto par nos machos) Habitat: pele do hospedeiro, e em tuneis e galerias escavados Nutrição: linfas e células da camada córnea Ovo > Larva > Ninfa (3 mudas) > Adulto (2 a 3 meses de vida) O ciclo completo acontece de 2 a 3 semanas A cópula ocorre sobre a pele Os machos morrem, e as fêmeas após depositarem os ovos nas galerias morrem também. PATOGENIA Agressão espoliativa: ingestão de pele e linfa do hospedeiro Agressão irritativa: dermatite + substancias alergênicas (prurido intenso) Agressão traumática: movimentos e passagem do parasito As lesões (dermatite com alopecia, crostas, eritemas, hiperqueratose, hiperpigmentação e escoriações) acontecem com maior frequência nas áreas de menos pelos Linfadenomegalia periférica, perda de peso e infecção secundária bacteriana nas escoriações. Letal para raposas e pruriginosa em bovinos. EPIDEMIOLOGIA Altamente contagiosa : animal, ambiente (2 a 3 meses) e fômites. É comum em cães e suínos e rara em gatos e bovinos. Aumentam o potencial de contágio: Aglomeração de animais, estresse (gestação e desmame), animais jovens (principalmente machos), climas quentes e úmidos. DIAGNÓSTICO Raspagem profunda (ácaros fazem tuneis e galerias) Fita adesiva (não tão eficiente) Gênero Notoedres Notoedres cati – Sarna notoedrica Hospedeiros: Gatos, coelhos, cães, alguns selvagens e humanos. Localizado na pele da orelha e cabeça Estrias concêntricas (impressões digitais) Escamas arredondadas e finos espinhos PATOGENIA – semelhante a sarcóptica Lesões (alopecia, descamação e hiperqueratose) se iniciam no pescoço e no pavilhão auricular, em especial na borda medial, se propagando a cabeça, face, garras e pelo resto do corpo. EPIDEMIOLOGIA Altamente contagiosa (larvas e ninfas) Ciclo evolutivo dura +/- 20 dias Sobrevive dias no ambiente DIAGNÓSTICO Raspagem e fita adesiva Psoroptes equi – ácaro da sarna de equídeos/sarna psoróptica Hospedeiros: coelhos, ovinos, caprinos, suínos, equídeos e bovinos Não escavam Parasitos grandes com peças bucais avantajadas Mesmas fases do Sarcoptes scabiei: O ciclo completo acontece em 20 dias. Perfuram a pele com o intuito de obter linfa PATOGENIA Prurido, que resulta na formação de vesículas com exsudato ressecando a pele e formando crostas. EPIDEMIOLOGIA Sobrevive até 30 dias no ambiente Altamente contagiosa e patogênica Sinais clínicos: perda de peso acentuada, lesões no conduto auditivo e infecções secundárias. Prejuízo financeiro (lã). DIAGNÓSTICO Raspado de pele Gênero Otodectes Otodectes cynotis – Ácaro da sarna da orelha/sarna otodécica Hospedeiros: cães e gatos (principalmente filhotes); mamíferos selvagens como furões e raposas. Localização: superfície cutânea da orelha. Fêmeas ovaladas, peças bucais avantajadas 3º par de patas com longas setas e 4º par de patas curtas. Parasitos grandes. Ciclo semelhante ao de Psoroptes equi PATOGENIA Alimentam-se de fluidos teciduais na profundidade do canal auditivo (pode ser observado em outras partes do corpo) Irritação no conduto auditivo de cães e gatos Cerume escuro e/o secreção purulenta devido a infecção secundária nas lesões Costuma atingir ambos os ouvidos As infestações e o prurido intenso costumam gerar danos auto-infringidos (otohematomas) Podem comprometer a audição e o equilíbrio. EPIDEMIOLOGIA Pode haver transferência por contato direto ou fêmeas hospedeiras para seus filhotes durante a amamentação. Não sobrevive fora do hospedeiro DIAGNÓSTICO Baseia-se no comportamento do animal e na presença de depósitos ceruminosos escuros e de exsudato no canal auditivo. A confirmação pode ser feita através de exame com otoscópio, ou observação com lupa do material sobre uma superfície escura. Gênero Chorioptes Chorioptes bovis – parasita bovinos, ovinos, caprinos, equinos e coelhos Chorioptes texanus – parasita bovinos e caprinos Sarna corióptica/Sarna dos pés Localização: pele da orelha e restante do corpo (bovinos e coelhos), só na pele do corpo (caprinos e ovinos) e principalmente na pele das pernas, do saco escrotal e ao redor dos olhos (equinos) Gnatossoma longo e levemente cônico. O macho apresenta dois lobos na extremidade posterior. Ciclo semelhante ao Psoroptes e se completa em 2 dias. PATOGENIA Infecções subclínicas são comuns. Em casos mais graves há exsudação e formação de crostas EPIDEMIOLOGIA Sua população é maior no inverno Sobrevivem fora do hospedeiro por até 3 semanas. É rara em caprinos, variavelmente frequente em equinos e coelhos, e comum em bovinos e ovinos confinados. DIAGNÓSTICO Prurido brando e alopecia Raspagem de pele Gênero Demodex Localização: glândulas sebáceas e folículos pilosos. São comensais de pele em locais específicos. Morfologia: corpo alongado, 4 pares de pernas robustas (terminam em pequenas garras rombas nos adultos) localizadas na parte anterior, não possuem cerdas. Ciclo: Ovos > Protoninfa > Tritoninfa > Adultos PATOGENIA Fatores imunológicos responsáveis pela evolução da demodicose (imunossupressão) Demodicose escamativa: Menos grave. Reação seca, pouco eritema, alopecia disseminada, descamação e espessamento da pele. Demodicose pustular: Mais grave, acompanhada de infecção bacteriana secundária, gerando pústulas. A pele torna-se enrugada e espessada, com muitas pústulas pequenas exsudando soro, pus e sangue (sarna vermelha) EPIDEMIOLOGIA Distribuída mundialmente Difícil transmissão devido à localização. Transmissão transmamária ou contato prolongado. Rara em suínos Não sobrevive fora do hospedeiro DIAGNÓSTICO Raspado profundo
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