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OAB PROCESSO PENAL 1ª FASE

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PROCESSO PENAL – 1ª FASE 
PROFESSOR – ANDRE QUEIROZ 
 
 
 
RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
CONCEITO: 
É um ramo do direito público que regula os atos de aplicação da lei penal em conformidade 
com às infrações e delitos praticadas. Em síntese é a sequência de atos devidamente 
codificados com o fim de garantir a plena aplicação da lei penal vigente. 
 
Lei Penal no Espaço (art.1º) - O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, com 
observação das seguintes ressalvas de não aplicação, perante: os tratados, as convenções e 
regras de direito internacional; as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos 
ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros 
do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; os processos da competência 
da Justiça Militar; os processos da competência do tribunal especial; os processos por crimes 
de imprensa. 
 
Lei Processual no Tempo (art. 2º) – Dispõe que a lei processual penal aplicar-se-á desde 
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. E ainda que, a 
lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Do Inquérito Policial (arts. 4º a 23) – ato administrativo de execução antecipada, que visa 
apurar a ocorrência de infrações tipificados no Código Penal Brasileiro para formação da 
denúncia ou queixa (peça não obrigatória de caráter inquisitivo e investigatório). 
 
Informações preliminaries – A competência de instauração pertence a polícia judiciária; 
inicia-se por portaria baixada por autoridade policial ou por prisão em flagrante. Tem prazo de 
conclusão em 30 (trinta) dias (no caso de indiciado solto) e de 10 (dias) no caso de indiciado 
preso, podendo ser dilatado por autorização de juízo competente; Nos crimes da competência 
da justiça Federal o prazo é de 15 dias para indiciado preso. Nos crimes de ação pública o 
inquérito policial será iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do 
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo; nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. A autoridade policial não poderá 
mandar arquivar autos de inquérito. 
 
Características: 
a) antecede a ação penal 
b) dispensável – art. 4 parágrafo único, 12, 27, 39 §5o, 40, 46, 513, 524 todos do CPP. 
 
1. Sigiloso - Garantir a eficácia das investigações. Não atinge o advogado S. V. 14 para os 
atos que já foram instrumentalizados (direito relativo) em razão do princípio da ampla defesa. 
Ampla defesa – defesa técnica por advogado, exceto: HC, ação popular, reclamação 
trabalhista, JEC até 20 salários-mínimos; auto-defesa: recursal, interrogatório, direito de 
presença para todos os atos processuais. 
Réu incomunicável até três dias é inconstitucional em razão do art. 21 CPP c/c 136 § 3o, IV CR. 
 
2. Inquisitivo 
Presidencialista (quem conduz as investigações é o Delegado de Polícia) 
Indiciado como objeto de investigação 
Não há presença de contraditório 
Colheita de elementos informativos 
 
OBS: qualquer irregularidade no inquérito policial, em regra, não contamina a ação penal. Além 
disso, todos os elementos informativos no inquérito policial tem de ser repetidos na ação penal. 
Se as provas forem irrepetíveis em razão da urgência ou natureza haverá contraditório diferido 
ou postergado. 
 
3. Formal – Tem que preencher requisitos extrínsecos art. 9o CPP e intrínsecos (conteúdo). 
 
4. Unidirecional – O destinatário do IP é o órgão do MP (opinio delicti) opinião sobre o crime 
que formaliza através da denúncia (peça acusatória), imputando (atribuindo) um fato criminoso 
a alguém. 
 
MP atua como custus legis ou titular da ação penal. 
 
5. Discricionário – Delegado conduz as investigações para agir art. 6o CPP dentro do 
parâmetro da legalidade, se contrário é arbitrário caracteriza abuso de poder. 
 
Perícia que o delegado determina que se faça – exame de corpo de delito nas infrações que 
deixam vestígios; corpo de delito são os elementos sensíveis (aspectos exteriores que podem 
ser analisados pelos sentidos) do crime, exame de corpo de delito é a analise do que o perito 
faz desses exams e o laudo é a instrumentalização dessa analise (interna corporis). 
 
6. Sistemático – Tem que se pautar por uma lógica conclusiva. 
 
Indícios de autoria + prova da existência do fato (justa causa) lastro probatório mínimo para a 
denúncia ou queixa. 
 
Prazo para a conclusão do inquérito do indiciado: preso 10 dias, solto 30 dias. 
 
Atos relacionados ao Inquérito Policial 
 
1) Instauração do IP 
Ato privativo da autoridade policial (delegado). 
Formas de instauração do IP: ofício através de portaria do delegado 
Requisição (ordem) do MP ou Juiz 
Requerimento (pedido) do ofendido ou representante legal 
 
2) Arquivamento do IP 
Autoridade Judiciária – ato administrativo praticado pelo juiz (judicialiforme), art. 17, 18 CPP. 
 
3) Desarquivamento do IP – Procurador Geral de Justiça (PGJ) 
 
4) Indiciamento – Autoridade Policial aponta um principal suspeito no curso das investigações. 
 
5) Desindiciamento – Autoridade Policial (auto-tutela). Exemplo: Tício é o principal suspeito de 
ter matado Mévio, porque este lhe devia dez Reais em jogo e aquele prometeu que ia acertar 
as contas. A autoridade policial aponta tício como o principal suspeito só que ele estava dando 
aula no dia e hora do homicídio. 
 
6) Verificação da procedência das informações VPI 
Autoridade Policial recebe comunicação de crime. Deve instaurar inquérito? Não, verifica-se se 
aquelas informações prestadas são verdadeiras art. 5 §3o CPP. 
 
7) Reprodução simulada dos fatos 
Está previsto no art 7o CPP, desde que não contrarie a ordem pública ou a moralidade. 
Exemplo: O crime ocorreu na ponte rio-niterói às 18:00 hs, se houver reprodução irá contrariar 
a ordem pública. 
 
Diferença de queixa-crime para notícia criminis 
Queixa-crime – peça formal inicial acusatória da ação penal privada. 
Notícia criminis – comunicação de crime feita, em regra, na delegacia. 
 
Formas de comunicação: 
 
a) Cognição imediata – delegado toma conhecimento do fato. 
b) Cognição mediata – terceiro comunica ao delegado. 
c) Delatio criminis – a vítima comunica o fato. 
d) Coercitiva – auto de prisão em flagrante (ato complexo). 
e) Apócrifa – denúncia anonima. Natureza jurídica: VPI. Pode indicar? Não. 
 
Art. 28. Decisões do PGJ acerca do arquivamento do IP – Novas diligências. Decide arquivar – 
ordem determinando o arquivamento; decide que é crime: a) oferece denúncia, b) designa 
outro promotor a oferecê-la, isso fere a independência funcional? STF, não MP é um longa 
manus do PGJ. 
 
Quem pode desarquivar o inquérito policial – PGJ. 
Art. 18 CPP diferente da Súmula 524 STF (desarquivar no caso de provas substancialmente 
novas – muda o conteúdo probatório). 
 
Conceitos relativos ao Inquérito – Flagrante – prisão provisória que ocorre durante ou após 
a ocorrência de infração penal; Nota de culpa – comunicado formal feito ao preso de sua 
prisão com especificação de motivos; Interrogatório – fase em que são colhidos os relatos 
do(s) preso(s); Indiciamento – Imputação de crime a alguém junto ao inquérito policial; 
Relatório – Relato feito pela autoridade policial no final de apurações pertinentes ao Inquérito 
Policial. 
 
Ação Penal – Ato pelo qual o Estado através do Poder Judiciário aplica as regras de direitopenal. 
 
Ação Penal Pública – É da competência do Ministério Público e se manifesta através da 
denuncia que é a peça de início da ação penal. 
 
Ação Penal Incondicionada – Não depende de manifestação de vontade. 
 
Ação Penal Condicionada – depende de manifestação de vontade, vinda do ofendido ou do 
Ministro da Justiça (previsão em lei). 
 
Ação Penal Privada – Opera-se através da queixa-crime e é promovida pelo ofendido 
(particular) diretamente ao juízo competente para ação penal. 
 
Ação Penal Privada Exclusiva – A iniciativa é do ofendido ou de seu representante legal 
(queixa-crime). 
 
Ação Penal Privada Personalíssima – A iniciativa é do ofendido, não existindo possibilidade 
de substituição. 
 
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública – Toda vez que houver inércia do representante 
do Ministério Público, pode o ofendido exercer o seu direito de queixa. 
 
Condições da Ação Penal – Legitimidade da Parte – direito do ofendido (queixa) ou do 
Ministério Público (denúncia) de propor a ação penal; Interesse de Agir – regras para admissão 
da ação, ou seja, respeito aos prazos de extinção de punibilidade, e, aos indícios de autoria e 
materialidade; Possibilidade Jurídica do Pedido – o fato tido como ilegal deve possuir previsão 
em legislação própria, para que haja oportunidade de aplicação de pena pelo Estado. 
 
Princípios da Ação Penal 
 
Obrigatoriedade – vigora antes do início da ação penal pública. 
Indisponibilidade – vigora depois do início da ação penal pública. 
 
Facultatividade – vigora antes do início da ação penal privada. 
Disponibilidade – vigora depois do início da ação penal privada. 
 
Indivisibilidade – Tanto a queixa ou denúncia tem que ser oferecida em face de todos os 
autores do fato delituoso descritos no inquérito policial ou procedimento administrativo 
investigatório. 
 
Princípio do Contraditório – A partes devem ser tratadas de forma isonômica (igual) durante 
o desenrolar da ação penal, possuindo as mesmas oportunidades. 
 
Princípio da Verdade Real – Não se aceita no processo penal a ocorrência de presunção, 
devendo os fatos serem devidamente provados. 
 
Princípio da Ampla Defesa – Deve ser assegurado quando da ação penal todos os meios de 
ampla e irrestrita defesa. 
 
Princípio da Presunção de Inocência – respeitada a prisão processual (prisão em flagrante), 
ninguém será considerado culpado antes de sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Princípio do Devido Processo Legal – Obrigação de aplicação de processo legal previsto em 
lei, para a decretação de privação de liberdade. 
 
Princípio da Vedação da Prova Ilícita – As provas obtidas de forma ilícitas são proibidas no 
processo penal. 
 
Princípio do “In dúbio pro reo” – Na dúvida deve-se absolver o réu. 
 
Princípio da Iniciativa das Partes – Só as partes delimitadas na lei processual podem dar 
início à ação penal. 
 
Princípio da Vedação do julgamento “Extra Petita” – Quando do julgamento o juiz deve se 
ater as provas dos autos. 
 
Princípio da Publicidade – As audiências e atos judiciais devem ser públicos. 
 
Da Ação Civil ex delicti (arts. 63 a 68) - Transitada em julgado a sentença condenatória, 
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o 
ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil 
poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela. 
 
Da Competência (arts. 69 a 94) – Limitação legal de atuação do poder jurisdicional, conforme 
circunstâncias definidas em lei. O artigo 69 do CPP, define as competências da seguinte forma: 
 
1. Competência pelo Lugar da Infração (art. 70) - A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução. 
 
2. Competência pelo Domicílio ou Residência do Réu (art. 72) - Não sendo conhecido o 
lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Nos casos de 
exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, 
ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
3. Competência pela Natureza da Infração (art. 74) - A competência pela natureza da 
infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do 
Tribunal do Júri. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, 
§§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou 
tentados. 
 
4. Competência por Distribuição (art. 75) - A precedência da distribuição fixará a 
competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente 
competente. 
 
5. Competência por Conexão ou Continência (art. 76) - A competência será determinada 
pela conexão: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo 
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o 
tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; se, no mesmo caso, houverem 
sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou 
vantagem em relação a qualquer delas; quando a prova de uma infração ou de qualquer de 
suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
A competência será determinada pela continência (Art. 77) quando: duas ou mais pessoas 
forem acusadas pela mesma infração; 
 
6. Competência por Prevenção (art.83) - Verificar-se-á a competência por prevenção toda 
vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição 
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de 
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. 
 
7. Competência por Prerrogativa de Função (art. 84) - A competência pela prerrogativa de 
função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às 
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Das Questões e Processos Incidentes 
 
Das Questões Prejudiciais (art. 92) - Se a decisão sobre a existência da infração depender 
da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, 
o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por 
sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de 
outras provas de natureza urgente. 
 
Das Exceções (processos incidentes) 
Poderão ser opostas as exceções de: suspeição (arguição de imparcialidade do juiz feita pelas 
partes); incompetência de juízo (falta do poder de jurisdição, a qual deve ser arguida ou 
declinada de ofício pelo próprio juiz); litispendência (ocorrência de duas ações idênticas, as 
quais devem ser juntadas); ilegitimidade de parte (falta da capacidade processual para figurar 
na ação penal); coisa julgada (existência de ação julgada sobre oi mesmo fato). 
 
Incompatibilidades e Impedimentos (art. 112) - O juiz, o órgão do Ministério Público, os 
serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no 
processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. 
Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas 
partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição. 
 
Conflito de Jurisdição (art. 114) - Ocorrerá quando duasou mais autoridades judiciárias se 
considerarem competentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso ou 
quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de 
processos. 
 
Das Medidas Assecuratórias (arts. 125 a 144) – Sequestro - caberá o seqüestro dos bens 
imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido 
transferidos a terceiro. Hipoteca Legal (art. 134) - recai sobre os imóveis do indiciado, podendo 
ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração 
e indícios suficientes da autoria. Arresto (art. 137) - Se o responsável não possuir bens imóveis 
ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de 
penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. 
 
Incidente de Falsidade (art. 145 a 148) - Argüida, por escrito, a falsidade de documento 
constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: mandará autuar em apartado a 
impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas, oferecerá resposta; assinará o prazo de 3 (três) dias, sucessivamente, a cada uma das 
partes, para prova de suas alegações; conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que 
entender necessárias; se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará 
desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério 
Público. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. 
 
Insanidade Mental do Acusado (art. 149) - Quando houver dúvida sobre a integridade mental 
do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do 
curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a 
exame médico-legal. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, 
irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença 
do curador. Pode o juiz ordenar a suspensão do processo até o restabelecimento do acusado 
ou determinar sua internação em presídio especializado em cada contrário. 
 
Da Prova (arts. 155 a 157) – Prova é ato pelo qual se demonstra e existência ou inexistência 
de um fato ou a verdade ou inverdade de uma alegação. A prova da alegação incumbirá a 
quem a fizer (ônus da proa); mas o juiz poderá, no curso da instrução, ou antes de proferir 
sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. O juiz 
formará sua convicção pela livre apreciação da prova. 
 
Princípios: 
1. Publicidade – art. 93, IX e X CR 
2. Oralidade – reduzida à termo 
3. Concentração - AIJ 
4. Ausência de hierarquia - exceções 
5. Comunhão – provas pertencem ao processo 
 
Fases da prova: 
1. Propositura – partes 
2. Admissão – juiz 
3. Produção – meios de prova 
4. Valorização – Peso dado pelo juiz. 
 
Sistemas de aferição das provas 
1. Ordálias 
2. Tarifada ou legal 
3. Íntima convicção ou certeza moral do juiz 
4. Íntima convicção motivada ou livre convencimento ou livre persuasão racional 
5. Argumentação jurídica 
 
Provas Ilegais: 
1. Ilícita – Ofensa a direito material; vício na colheita; inadmissibilidade; ofensa à CR. 
2. Ilegítima – Ofensa a direito processual; vício na produção; desentranhamento; não há 
ofensa à CR. 
 
Do Exame de Corpo de Delito (arts. 158 a 184) – è um tipo de prova técnica efetivado por 
peritos especializados da polícia judiciária ou na sua falta nomeados pelo juiz. Quando a 
infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Do Interrogatório (arts. 185 a 200) – É um meio de prova mista, mas essencialmente meio de 
autodefesa, porém pode ser usado tanto pela defesa quanto pela acusação. É o ato pelo qual o 
juiz ouve o acusado sobre o ilícito a ele imputado. O acusado que comparecer perante a 
autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença 
de seu defensor, constituído ou nomeado. Antes da realização do interrogatório, o juiz 
assegurará o direito de entrevista reservada do acusado com seu defensor. 
Atualmente, o interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no 
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança 
do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do 
defensor e a publicidade do ato. 
Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das 
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou 
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que 
a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
1. Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o 
preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o 
deslocamento; 
2. Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante 
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância 
pessoal; 
3. Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não 
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 
deste Código; 
4. Responder à gravíssima questão de ordem pública. 
 
Da confissão (arts. 197 a 200) – Ato pelo qual o réu aceita o conteúdo da acusação que lhe é 
imputada, não pode ser aceita de forma isolada, devendo ser verificado o conjunto probatório 
antes da prolação de uma sentença. O silêncio do acusado não importará confissão, mas 
poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
 
Das Testemunhas (arts. 202 a 225) – Podem ser considerados testemunhas todos aqueles 
que podem oferecer declarações sobre o fato ilícito em apuração. A testemunha fará, sob 
palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo 
declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce 
sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com 
qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as 
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. O depoimento será prestado 
oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. 
A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a 
fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o 
irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. São proibidas de depor 
as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, 
salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
Da Acareação (art. 229) - A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e 
testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as 
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou 
circunstâncias relevantes. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos 
de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. Hoje, com posteriors alterações do 
CPP, não é mais possível a acareação do acusado, haja vista ser o interrogatório o ultimo ato 
da instrução penal. 
 
Dos Documentos (art. 231 a 238) - Salvo os casos expressos em lei, as partes poderãoapresentar documentos em qualquer fase do processo. Consideram-se documentos quaisquer 
escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. As cartas particulares, interceptadas 
ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. 
 
Dos Indícios (art. 239) - Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo 
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras 
circunstâncias. 
 
Da Busca e Apreensão (art. 240 a 250) - A busca será domiciliar ou pessoal. Proceder-se-á à 
busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: a) prender criminosos; b) 
apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de 
falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e 
munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) 
descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; Proceder-se-á à busca 
pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou 
objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. 
 
Da Prisão (arts. 282 a 300) - À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se 
senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da 
autoridade competente. A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, 
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. Não será permitido o emprego 
de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. 
 
Princípio da presunção de inocência 
Art. 5o, LVII CR – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória; 
Dimensões: 
Regra de tratamento – exposição pública e limitação das prisões cautelares 
Regra de julgamento – favor rei (ne reformatio in pejus e irretroatividade), in dubio pro reu, 
recursos exclusivos da defesa e revisão criminal 
Regra de garantia – inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito 
 
Espécies de prisões cautelares: 
1. Em flagrante 
2. Preventiva 
3. Temporária – Lei 7960/89 
4. Por pronúncia 
5. Por sentença penal condenatória recorrível. Estas prisões não mais existem em razão 
da nova ordem constitucional. 
Princípios: 
1. Preventividade – deve durar um certo lapso temporal. 
2. Provisoriedade – será substituída posteriormente. 
3. Acessoriedade – no contexto de IP ou AP. 
4. Instrumentalidade – garantir a eficácia do processo. 
5. Homogeneidade – só cabível em crimes que haja previsão de pena privativa de 
liberdade. 
6. Jurisdicionariedade – manutenção por decisão judicial. 
7. Subsidiariedade – só cabível quando outra medida cautelar for insuficiente. 
 
Pressupostos: 
1. Fumus boni iuris comissi delicti 
2. Periculum in mora libertatis 
 
Súmula 716 STF - Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação 
imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
 
Prisão Especial (art. 295) - Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da 
autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os 
ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito 
do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os 
chefes de Polícia; III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia 
Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no "Livro de 
Mérito"; V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios; VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores 
da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando 
excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os 
delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 
 
Da prisão em flagrante (art. 300 a 310) - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e 
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Considera-
se em flagrante delito quem: está cometendo a infração penal; acaba de cometê-la; é 
perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que 
faça presumir ser autor da infração; é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, 
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. A prisão de qualquer pessoa e 
o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do 
preso ou a pessoa por ele indicada. 
 
Espécies de prisão em flagrante: 
1. Compulsório 
2. Facultativo 
3. Próprio ou real 
4. Impróprio ou quase-flagrante 
5. Presumido, ficto ou assimilado 
6. Esperado 
7. Preparado – crime impossível por obra do agente provocador 
8. Prorrogado, postergado, diferido ou retardado 
 
Da Liberdade Provisória (art. 310) - Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante 
que o agente praticou o fato e este é de pequeno poder ofensivo, com pena mínima de 02 
(dois) anos, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, 
mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação. Igual 
procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a 
inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva e os mesmos 
benefícios previstos na Lei 9.0099/95 (Lei de criação dos Juizados Especiais). 
 
Da Prisão Preventiva (art. 311) - Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução 
criminal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério 
Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial. A prisão 
preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver 
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
 
Das Citações (art. 351 a 369) – Ato pelo qual o Juiz Chama o Réu para se defender em juízo. 
A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do 
juiz que a houver ordenado. As Citações podem ser feitas por mandado (cumprido por oficial de 
justiça), por edital (no caso de incerteza de localização ou ocultação do Réu). O processo 
seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, 
deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não 
comunicar o novo endereço ao juízo. 
 
Das Intimações (art. 370) – Chamada dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que 
devam tomar conhecimento de qualquer ato, praticado no curso da ação penal. 
 
Direitos e Medidas de segurança (art. 373 a 380) - A aplicação provisória de interdições de 
direitos poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do 
querelante, do assistente, do ofendido, ou de seu representante legal, ainda que este não se 
tenha constituído como assistente. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença 
que decretar ou denegar a aplicação provisória de interdições de direitos, mas estas poderão 
ser substituídas ou revogadas: 
 
Da sentença (art. 381 a 393) – Ato pelo qual o Estado presta jurisdição através do Juiz/Estado, 
com fim depacificar um litígio existente. Obrigatoriamente a sentença conterá: os nomes das 
partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; a exposição 
sucinta da acusação e da defesa; a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar 
a decisão; a indicação dos artigos de lei aplicados; o dispositivo; a data e a assinatura do juiz. 
 
Da Absolvição (art. 386) - O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: estar provada a inexistência do fato; não haver prova da existência do 
fato; não constituir o fato infração penal; não existir prova de ter o réu concorrido para a 
infração penal; existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena; não existir 
prova suficiente para a condenação. 
 
Dos Processos em Espécie (art. 394 a 405) 
Direito de ação – é a possibilidade jurídica de se invocar a prestação jurisdicional do estado; 
Processo – é o meio pelo qual a jurisdição é prestada, através de uma instrumentalidade 
definida para a aplicação da lei penal. 
 
Instrução Criminal - O juiz, ao receber a queixa ou denúncia, designará dia e hora para o 
interrogatório, ordenando a citação do réu e a notificação do Ministério Público e, se for caso, 
do querelante ou do assistente. O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no 
prazo de 3 (três) dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas. Apresentada ou não 
a defesa, proceder-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as da acusação ser ouvidas 
em primeiro lugar. Na instrução do processo serão inquiridas no máximo oito testemunhas de 
acusação e até oito de defesa. As partes poderão oferecer documentos em qualquer fase do 
processo. As partes poderão desistir do depoimento de qualquer das testemunhas arroladas, 
ou deixar de arrolá-las, se considerarem suficientes as provas que possam ser ou tenham sido 
produzidas. 
 
Dos Crimes da Competência do Júri (arts. 406 a 497) – Tem competência para julgar 
através de um juiz mais um conselho de sentença formado por 07 (sete) jurados ou juízes 
leigos, crimes contra a vida, tentados, consumados e/ou conexos. 
Introdução 
O Tribunal do Júri é composto de um Juiz de direito (presidente), que sorteará vinte e cinco 
jurados para a reunião periódica e extraordinária (art. 433 do Código de Processo Penal), e é 
regido por princípios previstos especialmente no art. 5º, XXXVIII da Constituição Federal, 
dentre os quais podemos citar: 
a) plenitude da defesa: no procedimento do júri, a autodefesa e a defesa técnica, são exercidas 
de forma plena. 
b) sigilo das votações: os votos dos jurados são secretos. 
c) soberania dos veredictos: cabe apenas aos jurados decidirem pela condenação ou 
absolvição do acusado; decisão essa que, em regra, não pode ser modificada pelos Tribunais, 
salvo nas hipóteses do art. 593, inciso III, alíneas "a", "b", "c" e "d" do Código de Processo 
Penal (apelação); ou dos arts. 621 a 631 do mesmo diploma (revisão criminal). 
d) competência para julgar crimes dolosos contra a vida: o tribunal do júri é competente para 
julgar homicídio doloso, infanticídio, aborto, auxílio, induzimento ou instigação ao suicídio, em 
suas formas tentadas ou consumadas. Esse rol de crimes pode ser ampliado por meio de leis 
infraconstitucionais. Cabe também ao júri julgar os crimes comuns que são conexos aos crimes 
dolosos contra a vida (art. 78, I do CPP). 
e) oralidade: prevalecem os atos orais no dia do julgamento pelo júri. 
Organização e composição do júri 
O sorteio do júri será realizado de portas abertas entre o décimo quinto e décimo dia útil 
antecedente à reunião, sendo que os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por 
qualquer outro meio hábil para que compareçam no dia e hora designados para a reunião. 
Feito isso, serão fixados na porta do Tribunal as referências sobre o processo (nome dos 
jurados, nome do acusado, dos procuradores, assim como dia, hora e local das sessões de 
instrução e julgamento - art. 435 do CPP). 
A notória idoneidade e a idade mínima de dezoito anos são os requisitos para os jurados, 
sendo que o serviço é obrigatório, incorrendo em multa aquele que se recusar a prestar tal 
função injustificadamente. Porém, "estão isentos do serviço do júri: 
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; 
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital 
e Municipais; 
IV – os Prefeitos Municipais; 
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 
VIII – os militares em serviço ativo; 
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; 
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento" (art. 437 do CPP). 
Os jurados convocados que comparecerem à sessão do júri não terão desconto de seus 
salários nem de seus vencimentos, ao passo que aqueles que deixarem de comparecer à 
sessão incorrerão em multa de um a dez salários mínimos, fixada a critério do juiz (art. 442 do 
CPP). Os jurados convocados responderão criminalmente nos mesmo termos em que os juízes 
- art. 445 da referida Lei. 
Estão impedidos de servir como jurados marido e mulher (inclusive os que mantiverem união 
estável reconhecida), ascendente e descendente, sogro e genro ou nora, irmãos e cunhados, 
durante o cunhadio; tio e sobrinho; padrasto, madrasta ou enteado (art. 448 do diploma legal 
em questão). As demais regras de impedimento e suspeição relativas aos juízes também serão 
aplicadas aos jurados. 
Também não poderá exercer a função de jurado aquele que tenha funcionado no julgamento 
anterior do mesmo processo, que tenha participado do conselho de Sentença como acusado 
da prática de mesmo crime ou que tenha manifestado prévia disposição de absolver ou 
condenar o réu. No entanto, mesmo que excluídos do júri, tais jurados serão considerados para 
a composição do número legal necessário à sessão. Quando o Conselho conhecer mais de um 
processo no mesmo dia seus componentes deverão prestar compromisso (art. 452 do CPP). 
Sendo assim o jurado, além da idoneidade e idade mínima de dezoito anos, deve ser capaz 
(perfeita faculdade mental) e ser cidadão, ou seja, estar em gozo de seus direitos políticos, ter 
residência na comarca e ser alfabetizado. 
Procedimento 
O rito do júri é o mesmo para todos os crimes de sua competência, independente de serem 
apenados com detenção ou reclusão, sendo que seu procedimento é chamado de escalonado 
ou bifásico, por ser dividido em duas fases, quais sejam: 
1ª fase: Sumário de culpa ou judicium accusationis: é realizada pelo juiz singular e segue o 
mesmo procedimento dos crimes apenados com reclusão (segue o rito ordinário até o art. 405 
CPP - instrução criminal). Tem a finalidade de formar o juízo de admissibilidade da acusação 
(juízo de prelibação). Inicia-se com o recebimento da denúncia ou queixa e termina com a 
decisão de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição. 
2ª fase: Juízo da causa ou judicium causae: é realizada pelo Juiz presidente e pelo conselho 
de sentença (7 jurados que irão julgar o acusado). Tem a finalidade de julgar o mérito do 
pedido (juízo de delibação). Inicia-se com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, 
quando o Juiz determina a intimação do Minsitério Público e do defensor para apresentarem, 
respectivamente, o rol de testemunhas. Termina com o trânsito em julgado da decisão do 
Tribunal do Júri. 
1. Sumário de culpa - 1ª faseNesta fase, a primeira etapa, que vai do arts. 394 a 405 do CPP, é idêntica ao procedimento 
ordinário de competência do Juiz singular. Na audiência de instrução será tomada por primeiro 
a declaração do ofendido, depois a inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, assim como os pareceres dos peritos, as acareações e o reconhecimento 
de pessoas ou coisas. Feito isso, o acusado será interrogado e haverá debate. 
Frisa-se que as provas serão produzidas em uma só audiência e que as alegações serão orais, 
concedendo-se primeiro a palavra à acusação e depois à defesa, pelo prazo igual de vinte 
minutos, prorrogáveis por mais dez. Depois disso, será ouvido o assistente do Ministério 
Público pelo prazo de dez minutos, prorrogáveis pelo mesmo tempo. Terminados os debates o 
juiz proferirá a sentença na própria audiência ou no prazo de dez dias (art. 411 e §§ do CPP). 
 
A - Pronúncia 
Se o Juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes de que o réu seja o 
autor, deverá pronunciá-lo. A pronúncia consiste em decisão interlocutória mista não 
terminativa, ou seja, não julga o mérito, nem põe fim ao processo e deverá conter o dispositivo 
legal em que julgar ser o réu incurso, bem como especificar as circunstâncias qualificadoras e 
as causas de aumento da pena. 
Proferida a sentença de pronúncia, e preclusa a via impugnativa, não poderá mais ser alterada, 
salvo se ocorrerem circunstâncias supervenientes que modifiquem a classificação do delito (art. 
421 c.c. art. 384, parágrafo único do CPP), caso em que deverá remeter os autos ao Ministério 
Público. 
 
- Intimação da pronúncia 
A intimação da pronúncia será feita pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado, ao 
Ministério Público e, na forma do art. 370, §1º do CPP, para o assistente do Ministério Público, 
ao defensor constituído e ao querelante. Se o réu estiver solto e não for encontrado será 
intimado por edital. Com isso, acabou por extinta a possibilidade da crise de instância. 
- Recurso 
Contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, previsto no art. 581, IV do CPP. 
 
- Despronúncia 
A despronúncia pode ocorrer em razão da interposição do recurso em sentido estrito, em que o 
juiz se retrata e impronúncia o réu, ou quando o juiz mantém a sentença de pronúncia e o 
Tribunal dá provimento ao recurso em sentido estrito, impronunciando o réu. 
B - Impronúncia 
Se o juiz não se convencer da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria, será 
proferida decisão de impronúncia, que também é uma decisão interlocutória mista terminativa, 
sendo que os crimes conexos serão remetidos ao juízo competente. Lembra-se que, "enquanto 
não ocorrer a extinção da punibilidade poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se 
houver prova nova" (art. 414, parágrafo único do CPP). Contra a decisão de impronúncia cabe 
apelação. 
Dispõe ainda o art. 417 da Lei em pauta que "se houver indícios de autoria ou de participação 
de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, 
determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que 
couber, o art. 80 deste Código". 
 
C - Desclassificação 
O juiz, com base nas provas produzidas nos autos, convencendo-se de que não se trata de 
crime de competência do júri, deverá proferir a sentença de desclassificação e remeterá os 
autos ao juízo competente para julgá-lo. Da decisão de desclassificação cabe recurso em 
sentido estrito. 
De acordo com o art. 492, §§ 1º e 2º do CPP "se houver desclassificação da infração para 
outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir 
sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for 
considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e 
seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será 
julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o 
deste artigo". 
D - Absolvição sumária 
A absolvição sumária ocorre quando for comprovada a existência de excludente de ilicitude ou 
de culpabilidade. Ela faz coisa julgada material. Prevê o art. 415 do CPP que: "O juiz, 
fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime". 
A inimputabilidade, via de regra, não será aplicada neste caso, salvo quando for a única tese 
defensiva. Da decisão de absolvição sumária cabe apelação. Na existência de crimes conexos 
deve o juiz apenas remeter os autos ao juízo competente. 
2. Juízo da causa - 2ª fase 
Determina o art. 422 do CPP que "ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri 
determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e 
do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor 
em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e 
requerer diligência". 
Depois de decidido sobre as provas a serem produzidas o Juiz ordenará as "diligências 
necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da 
causa e fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do 
Tribunal do Júri" (art. 423, I e II do CPP). 
Desaforamento 
Segundo estabelece o art. 427 do CPP: "Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver 
dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a 
requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante 
representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para 
outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais 
próximas". 
O desaforamento somente terá efeito suspensivo se os motivos forem consideravelmente 
relevantes, devendo o relator fundamentar sua decisão. Cumpre ressaltar que ele poderá 
também ser requerido em caso de comprovado excesso de serviço, quando o julgamento não 
puder ser realizado dentro de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de 
pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz presidente e a parte contrária deverão ser ouvidos 
(art. 428 da lei em questão). 
Também não será admitido o desaforamento quando houver pendência de recurso contra a 
decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, porém, neste última hipótese, haverá 
admissão se o fato tiver ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. 
Sorteio e convocação dos jurados 
Depois da organização de pautas, em que terão preferência os presos e dentre eles os que 
tiverem maior tempo de prisão, o juiz presidirá o sorteio dos jurados a ser realizado de portas 
abertas até que se complete o número de vinte e cinco jurados. Tal sorteio será realizado entre 
o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião (art. 433, 
§1º do CPP), e será acompanhado pelo Ministério Público, pela OAB e pela Defensoria Pública. 
Vale lembrar que o jurado que não for sorteado pode ter seu nome incluído em reuniões 
futuras. Ademais, os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro 
meio hábil para comparecer no dia e hora desginados para a reunião, sob pena de multa. 
Sessões do Tribunal do Júri 
O julgamento só será adiado pelo não comparecimentodo Ministério Público ou do advogado 
do acusado. Não haverá adiamento do julgamento se não comparecerem o assistente e 
advogado do querelante, e o acusado solto, se devidamente intimados. Quando a testemunha 
intimada falta na sessão o juiz suspenderá os trabalho até que a mesma seja conduzida, ou 
adiará o julgamento. 
O juiz declarará instalados os trabalhos com a presença de, pelos menos, quinze jurados. Caso 
contrário realizar-se-á o sorteio dos suplentes necessários e designar-se-á data pata nova 
sessão (art. 464 do CPP). Durante a sessão os jurados não poderão se comunicar entre si e 
com outras pessoas, nem dar opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do conselho e 
multa (art. 466 do CPP). 
Serão sorteados sete jurados para compor o Conselho de Sentença, sendo que pode a defesa 
e depois o Ministério Público recusarem três dos jurados, cada um, sem motivar a recusa. 
Depois de formado o Conselho de Sentença o juiz entregará aos jurados cópias da pronúncia 
ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório 
do processo (art. 472, parágrafo único do CPP). 
Instrução em plenário 
Dispõe o art. 473 do CPP que "prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução 
plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor 
do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e 
inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação". Tanto as partes como os jurados poderão 
inquirir as testemunhas (este último por intermédio do juiz), e requerer acareações, 
reconhecimento de pessoas e coisas. Feito isto, o acusado será interrogado, sendo que o 
Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, 
diretamente, perguntas a ele, conforme disposição do art. 474, §1º do CPP. Já as perguntas 
formuladas pelos jurados se darão por intermédio do juiz. 
Os depoimentos e o interrogatório serão registrados pelos meios ou recursos de gravação 
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, devendo ser transcritos e juntado aos 
autos. 
Debates 
Encerrada a instrução será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação nos 
limites da pronúncia (art. 476 do CPP). O assistente falará em seguida, sendo que se se tratar 
de ação penal privada falará primeiro o querelante e depois o Ministério Público. Logo depois, a 
defesa se pronunciará, e a acusação terá direito a réplica e a defesa a tréplica, admitindo-se a 
reinquirição de testemunhas (art. 476, §4º da mesma lei). 
O tempo concedido às partes é de uma hora e meia para cada, e uma hora para réplica e outro 
tanto para a tréplica. Quando houver mais de um acusador o tempo será dividido entre eles de 
comum acordo, ou pelo juiz. No caso de haver mais de um acusado, o tempo para a defesa 
será acrescido de uma hora e elevado em dobro para a réplica e tréplica. 
Não é permitido que as partes façam menção "à decisão de pronúncia, às decisões posteriores 
que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento 
de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do acusado ou à 
ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo" (art. 478 do diploma 
legal em questão); assim como não será permitida a leitura de documento ou exibição de 
objeto que não tenham sido juntados aos autos com antecedência de pelo menos três dias. 
Concluídos os debates o juiz indagará aos jurados se já estão habilitados para o julgamento ou 
se ainda necessitam de outros esclarecimentos, caso em que serão prestados à vista dos 
autos, os quais poderão ser fornecidos aos jurados. Se houver necessidade de verificação de 
algum fato imprescindível ao julgamento, que não puder ser realizada na hora, o juiz designará 
as diligências cabíveis para o caso. 
Votação 
O Conselho de Sentença deverá responder alguns quesitos sobre a matéria de fato e sobre a 
possibilidade de absolvição do acusado. "Os quesitos serão redigidos em proposições 
afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com 
suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os 
termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do 
interrogatório e das alegações das partes" - art. 482, parágrafo único, do CPP. 
Se houver mais de três respostas negativas para os quesitos que indagaram sobre a 
materialidade do fato e da autoria e participação, o acusado será absolvido. Já se as resposta 
forem afirmativas, os jurados deverão responder se absolvem ou não o acusado. Se os jurados 
optarem pela condenação, deverão responder quesitos formulados sobre as causas de 
diminuição da pena alegada pela defesa, e circunstância qualificadora ou causa de aumento de 
pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a 
acusação (art. 483, §3º). 
Serão formulados quesitos sobre a desclassificação do crime, quando sustentada, e sobre a 
possível ocorrência do crime na forma tentada. Quando houver mais de um acusado os 
quesitos serão formulados de forma distinta. Feito isto, o juiz perguntará às partes se têm 
algum requerimento ou reclamação para fazer. "Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz 
presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, 
o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação" - 
art. 485 da lei. Posteriormente, o juiz distribuirá cédulas aos jurados que serão utilizadas para a 
votação, sendo que a decisão será tomada por maioria de votos. 
Sentença 
Depois da votação, o juiz proferirá a sentença. "I - No caso de condenação: 
a) fixará a pena-base; 
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; 
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; 
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva; 
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; 
II – no caso de absolvição: 
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; 
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível" (art. 492 do CPP). 
 
Dos crimes de Competência do Juiz Singular (arts. 498 a 500) - No processo dos crimes da 
competência do juiz singular, observar-se-á, na instrução, contida no procedimento de 
competência do tribunal do júri até a inquirição das testemunhas. Terminada a inquirição das 
testemunhas, as partes - primeiramente o Ministério Público ou o querelante, dentro de 24 
(vinte e quatro) horas, e depois, sem interrupção, dentro de igual prazo, o réu ou réus - poderão 
requerer as diligências, cuja necessidade ou conveniência se origine de circunstâncias ou de 
fatos apurados na instrução, subindo logo os autos conclusos, para o juiz tomar conhecimento 
do que tiver sido requerido pelas partes. 
 
Alegações Finais (art. 500) - Esgotados os prazos para pedido de diligências, sem 
requerimento de qualquer das partes, ou concluídas as diligências requeridas e ordenadas, 
será aberta vista dos autos, para alegações, sucessivamente, por 3 (três) dias; primeiro ao 
Ministério Público ou ao querelante (ofendido); depois ao assistente, se tiver sido constituído; 
após ao defensor do réu(s). 
 
Sentença (art. 502) - Findos aqueles prazos, serão os autos imediatamente conclusos, para 
sentença, aojuiz, que, dentro em 5 (cinco) dias, poderá ordenar diligências para sanar 
qualquer nulidade ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade. O juiz poderá 
determinar que se proceda, novamente, a interrogatório do réu ou a inquirição de testemunhas 
e do ofendido, se não houver presidido a esses atos na instrução criminal. 
 
 
Dos Processos e do Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários 
Públicos (art. 513 a 518) - Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo 
processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída 
com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração 
fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. O juiz rejeitará 
a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado 
ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. Recebida a 
denúncia ou a queixa, os atos serão praticados na forma e modo de competência do juiz 
singular. 
 
Do Julgamento dos Crimes de Calúnia e Injúria de competência do Juiz Singular (arts. 
519 a 523) - No processo por crime de calúnia ou injúria, antes de receber a queixa, o juiz 
oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e 
ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo. Se 
depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promoverá 
entendimento entre eles, na sua presença. Com a reconciliação a queixa será arquivada. 
Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante 
poderá contestar a exceção no prazo de 2 (dois) dias, podendo ser inquiridas as testemunhas 
arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para 
completar o máximo legal. Após, profere-se julgamento na forma da síntese exposta, nos atos 
do juiz singular. 
 
Do Processo e do Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (art. 524 a 530) 
- No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, no caso de haver o 
crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o 
exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. Sem a prova de direito à ação, 
não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo 
ofendido. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo 
juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer 
não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da 
diligência. Após, profere-se julgamento na forma da síntese exposta, nos atos do juiz singular. 
 
 
 
 
Do Processo Sumário (art. 531 a 540) – Igual ao procedimento ordinário, com as seguintes 
diferenças: 
1. Prazo para AIJ – 30 dias (ordinário 60 dias). 
2. Oitiva de até 5 testemunhas (ordinário até 8 testemunhas). 
3. Alegações finais sempre orais (ordinário pode ser por memoriais). 
4. Não há pedido de diligências (ordinário pode haver tal pedido). 
 
Do Processo de Aplicação de Medida de Segurança por Fato não Criminoso (Arts. 549 a 
555) – Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato que, embora não constituindo 
infração penal, possa determinar a aplicação de medida de segurança, deverá proceder a 
inquérito, a fim de apurá-lo e averiguar todos os elementos que possam interessar à verificação 
da periculosidade do agente. Quando, instaurado processo por infração penal, o juiz, 
absolvendo ou impronunciando o réu, reconhecer a existência de qualquer dos fatos previstos 
no Código Penal que causam a inimputabilidade, aplicar-lhe-á, se for caso, medida de 
segurança. 
 
Das nulidades (arts. 563 a 573) - Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não 
resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS VÍCIOS 
1. Inexistência 
2. Nulidade absoluta 
3. Nulidade relativa 
4. Anulabilidade 
5. Irregularidade 
 
PRINCÍPIOS INFORMADORES: 
1. Prejuízo – art. 563. 
2. Interesse – art. 565, 2ª parte. 
3. Convalidação – art. 572, I. 
4. Causalidade, contaminação, seqüencialidade ou extensão – art. 573 §1º. 
 
Súmula 523 do STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a 
sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. 
Súmula 162 STF - É absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da 
defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes. 
Súmula 352 STF - Não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu 
menor que teve a assistência de defensor dativo. 
Súmula 366 STF - Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora 
não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. 
Súmula Nº 707 STF - Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer 
contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de 
defensor dativo. 
Súmula Nº 708 STF - É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da 
renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro. 
 
Dos Recursos em Geral (arts. 574 a 580) - Os recursos serão voluntários, excetuando-se os 
seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que 
conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência 
de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena. O recurso poderá ser interposto 
pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. 
 
ESPÉCIES DE DECISÕES: 
1. Despacho de mero expediente – Manifestação jurisdicional sem carga decisória. NÃO 
CABE RECURSO. 
2. Sentença definitiva – Manifestação jurisdicional que condena ou absolve o réu. 
APELAÇÃO 
3. Decisão interlocutória simples – RSE se houver previsão legal. Não havendo é 
irrecorrível. 
4. Decisão interlocutória mista – RSE se houver previsão legal. Não havendo cabe 
apelação residual. 
 
Recurso em Sentido Estrito (arts. 581 a 592) – Cabível nos casos do artigo 581, deve ser 
manejado sobre os despachos, decisões ou sentenças interlocutórias, no prazo de 05 (cinco) 
dias. 
 
Recurso de Apelação (arts. 593 a 603) - Caberá no prazo de 5 (cinco) dias no caso de 
sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular e das decisões 
do Tribunal do Júri. 
 
Dos Embargos de Declaração (arts. 619 a 620) - Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de 
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de 2 
(dois) dias contado da sua publicação, quando houver na sentença ambigüidade, obscuridade, 
contradição ou omissão. 
 
Da Revisão Criminal (arts. 621 a 631) – Apesar de ser um recurso propriamente dito te 
aplicabilidade quando sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à 
evidência dos autos; quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos; quando, após a sentença, se descobrirem novas provas 
de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial 
da pena. Pode ser requeri da a qualquer tempo. 
 
Recurso Extraordinário (arts. 637 a 638) – Regulamentados pela lei 8038/90. 
 
Carta Testemunhal (art. 639 a 646) – Deve ser requerida no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas e não terá efeito suspensivo. Sua aplicabilidade está fixada sempre que houver sentença 
que denegar recurso,ou no caso de admissão, não promove a sua subida para a instância 
superior. 
 
“Habeas corpus” (arts. 647 a 677) - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou 
se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
 
Da Execução (Arts. 668 a 673) - A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz 
da sentença, ou, se a decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente. Só depois de passar 
em julgado, será exeqüível a sentença e os incidentes da execução serão resolvidos pelo 
respectivo juiz. 
 
Das Penas Privativas de Liberdade (arts. 674 a 685) – São medidas de cunho punitivo 
aplicadas pela pratica de ilícitos criminais praticados pelo agente delituoso. As Penas privativas 
de liberdade se dividem em reclusão (regimes de cumprimento de penas fechado, semi-aberto 
e aberto) e detenção (apenas para os regimes de cumprimento de pena semi-aberto e aberto). 
O cumprimento de pena de reclusão se efetiva nas penitenciárias, as quais tem por objetivo a 
tutela de presos condenados no regime fechado. O regime semi-aberto pode ser cumprido nas 
penitenciárias comuns, agrícolas ou similares, sendo o regime aberto cumprido em albergues e 
as delegacias para a aguarda de presos em caráter temporário. Hospitais de Custódia – A 
condenado que durante o cumprimento da pena manifestar doença mental deve ser recolhido 
em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, ou estabelecimento adequado. 
 
Regime Fechado – O condenado fica sujeito ao trabalho no período diurno, conforme 
habilidades aferidas em exame criminológico, ficando em isolamento durante o período 
noturno. 
 
Regime Semi-aberto – O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período 
diurno, podendo trabalhar externamente e estudar durante o período de cumprimento da pena. 
 
Regime Aberto – O condenado tem direito ao trabalho e estudo fora do estabelecimento de 
cumprimento de pena. Durante o período noturno o condenado deve permanecer recolhido, 
podendo ser transferido para regime mais severo de cumprimento de pena no caso de pratica 
de crime doloso ou atentado direto contra a execução da pena e multa acumulada. 
 
Regime Especial - Reserva legal que beneficia as mulheres no cumprimento de pena, sendo 
que as mesmas cumprem pena em estabelecimento penitenciário especial. 
 
Direitos do Preso – São mantidos todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, 
dentre os quais podemos citar: direito a vida, manutenção da integridade física e moral, 
trabalho remunerado, direito de petição aos órgãos públicos, propriedade, intimidade, vida 
privada, assistência jurídica, médica e odontológica, educação e cultura, receber visitas mais 
outros direitos contidos LEP – Lei de Execuções Penais, art. 3º. 
 
Trabalho do Preso – O trabalho do preso será sempre remunerado, ma s garantias 
pertinentes a Previdência Social. 
 
Detração – É obrigatória a computação junto às penas privativas de liberdade e medidas de 
segurança do tempo de prisão provisória ou administrativa cumprida no Brasil ou no Exterior. 
 
Das Penas Restritivas de Direito – Dentre as penas restritivas de direito se encontram: 
prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou 
entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana. Todas estas 
penas são autônomas e substituem a privativas de liberdade dentre outras previsões quando a 
pena máxima aplicada não for superior a 04 anos ou igual ou inferior a 01 ano. A função social 
das penas restritivas de direito é a da substituição das penas privativas de liberdade nos casos 
de crimes com pequeno poder ofensivo. 
 
Prestação Pecuniária – Pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes, ou a entidade 
pública ou privada, no valor mínimo de 01 salário mínimo vigente e valor máximo de 3060 
salários, os quais poderão ser abatidos de eventual condenação a reparação na área cível. 
 
Perda de bens e Valores - É a perda de bens e valores dos condenados em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, fixado no montante do prejuízo causado ou do provento obtido na 
prática delituosa. 
 
Prestação de Serviços a Comunidade ou a Entidades Públicas - Aplicável em toda 
condenação superior a 06 meses de privação da liberdade. É a atribuição de tarefas a serem 
executadas de forma gratuita a comunidade ou a entidades públicas de acordo com as 
aptidões do condenado, no valor máximo de 01 hora por dia, sem prejuízo da jornada laboral 
do condenado. 
 
Interdição Temporária de Direitos – Proibição do exercício de cargo, função ou atividade 
pública bem como do exercício de mandato eletivo, além da possibilidade da suspensão da 
autorização para dirigir e proibição de frequência a determinados lugares. 
 
Limitações de finais de Semana – Obrigação de permanecer, aos sábados e domingos por 
05 horas diárias em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, onde poderão ser 
oferecidos ao condenado cursos, palestras ou atividades educativas 
 
Dos Incidentes da Execução – Suspensão Condicional da Pena (arts. 696 a 709) - O juiz 
poderá suspender, por tempo não inferior a 2 (dois) nem superior a 6 (seis) anos, a execução 
das penas de reclusão e de detenção que não excedam a 2 (dois) anos, ou, por tempo não 
inferior a 1 (um) nem superior a 3 (três) anos, a execução da pena de prisão simples. 
 
Do Livramento Condicional (arts. 710 a 733) - O livramento condicional poderá ser concedido 
ao condenado a pena privativa da liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que se 
verifiquem as condições seguintes: cumprimento de mais da metade da pena, ou mais de três 
quartos, se reincidente o sentenciado; ausência ou cessação de periculosidade; bom 
comportamento durante a vida carcerária; aptidão para prover à própria subsistência mediante 
trabalho honesto; reparação do dano causado pela infração, salvo impossibilidade de fazê-lo. 
 
Da Graça (art. 734 a 742) - A graça poderá ser provocada por petição do condenado, de 
qualquer pessoa do povo, do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada, 
entretanto, ao Presidente da Republica, a faculdade de concedê-la espontaneamente. 
 
Da Reabilitação (arts. 743 a 750) - A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após 
o decurso de 04 (quatro) ou 08 (oito) anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou 
reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena principal ou da 
medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar as comarcas em que haja 
residido durante aquele tempo. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
QUESTÃO 01 
Tendo em vista o enunciado da súmula vinculante n. 14 do Supremo Tribunal Federal, quanto 
ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar que a autoridade policial poderá negar ao 
advogado 
(A) a vista dos autos, sempre que entender pertinente. 
(B) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido 
 indiciado formalmente. 
(C) do indiciado que esteja atuando com procuração o 
 acesso aos depoimentos prestados 
pelas vítimas, se 
 entender pertinente. 
(D) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no 
procedimento investigatório. 
GABARITO D 
 
STF Súmula Vinculante nº 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa. 
 
QUESTÃO 02 
Quando se tratar de acusação relativa à prática de infração penal de menor potencial ofensivo,cometida por estudante de direito, a competência jurisdicional será determinada pelo(a) 
(A) natureza da infração praticada e pelo local em que tiver se consumado o delito. 
(B) local em que tiver se consumado o delito. 
(C) natureza da infração praticada. 
(D) natureza da infração praticada e pela prevenção. 
GABARITO A 
 
Art. 60 Lei 9099/95 – O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e 
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de 
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta 
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não com multa. 
Art. 63 - A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração 
penal. 
 
QUESTÃO 03 
Aristóteles, juiz de uma vara criminal da justiça comum, profere sentença em processo-crime 
cuja competência era da justiça militar.
 Com base em tal afirmativa, pode-se dizer que a não 
observância de Aristóteles à matriz legal gerará a 
(A) inexistência do ato. 
(B) nulidade relativa do ato. 
(C) nulidade absoluta do ato. 
(D) irregularidade do ato. 
GABARITO C 
 
Art. 564 CPP - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; 
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, 
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente. 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
 
QUESTÃO 04 
A respeito da prova no processo penal, assinale a alternativa correta. 
(A) A prova objetiva demonstra a existência/inexistência 
 de um determinado fato ou a 
veracidade/falsidade de uma determinada alegação. Todos os fatos, em sede de processo 
penal, devem ser provados. 
(B) São consideradas provas ilícitas aquelas obtidas com a violação do direito processual. Por 
outro lado, são consideradas provas ilegítimas as obtidas com a violação das regras de direito 
material. 
(C) As leis em geral e os costumes não precisam ser comprovados. 
(D) A lei processual pátria prevê expressamente a inadmissibilidade da prova ilícita por 
derivação, perfilhando-se à “teoria dos frutos da árvore envenenada” (“fruits of poisonous tree”). 
GABARITO D 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado 
o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por 
uma fonte independente das primeiras. 
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de 
praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da 
prova. 
 
1. Objeto de prova - Fato 
2. Objetivo da prova – Obter decisão favorável 
3. Meio de prova – Forma para esclarecimento 
FATOS: 
1. Irrelevantes – Não influenciam a decisão jurisdicional 
2. Impertinentes – não se relacionam com o processo 
3. Protelatórios – Visam obstaculizar o regular andamento do processo 
4. Notórios – Conhecimento geral 
5. Axiomáticos – Lógicos ou conclusivos 
 
QUESTÃO 05 
Da sentença que absolver sumariamente o réu caberá(ão) 
(A) recurso em sentido estrito. 
(B) embargos. 
(C) revisão criminal. 
(D) apelação. 
GABARITO D 
 
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. 
 
QUESTÃO 06 
Tício está sendo investigado pela prática do delito de roubo simples, tipificado no artigo 157, 
caput, do Código Penal. Concluída a investigação, o Delegado Titular da 41a Delegacia Policial 
envia os autos ao Ministério Público, a fim de que este tome as providências que entender 
cabíveis. O Parquet, após a análise dos autos, decide pelo arquivamento do feito, por faltas de 
provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma ação penal privada subsidiária da 
pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu 
(A) erroneamente, tendo em vista a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação 
pública quando esta não for intentada. 
(B) corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada 
subsidiária da pública. 
(C) corretamente, já que a Lei Processual não admite a 
 ação penal privada subsidiária da 
pública nos casos em 
 que o Ministério Público não se mantém inerte. 
(D) erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal privada 
subsidiária da 
 pública. 
GABARITO C 
 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte 
principal. 
 
QUESTÃO 07 
Caio, Mévio e Tício estão sendo acusados pela prática do crime de roubo majorado. No curso 
da instrução criminal, ficou comprovado que os três acusados agiram em concurso para a 
prática do crime. Os três acabaram condenados, e somente um deles recorreu da decisão. A 
decisão do recurso interposto por Caio 
(A) aproveitará aos demais, sempre. 
(B) se fundado em motivos que não sejam de caráter 
 exclusivamente pessoal, aproveitará 
aos outros. 
(C) sempre aproveitará apenas ao recorrente. 
(D) aproveitará aos demais, desde que eles tenham 
 expressamente consentido nos autos 
com os termos do recurso interposto. 
GABARITO B 
 
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso 
interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente 
pessoal, aproveitará aos outros. 
 
QUESTÃO 08 
A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função aos prefeitos de todos 
os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça”. 
José, Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de 
corrupção ativa em face de um policial rodoviário federal. 
Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de José é 
(A) a Justiça Estadual de 1a Instância. 
(B) o Tribunal de Justiça. 
(C) o Tribunal Regional Federal. 
(D) a Justiça Federal de 1a Instância. 
GABARITO C 
 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do 
Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes 
comuns e de responsabilidade. 
Art. 29, X CR - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; 
Art. 109, IV CR - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, 
excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça 
Eleitoral; 
STF Súmula nº 702 -A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se 
aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência 
originária caberá

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