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* CRIMINOLOGIA Professor: Maurilho Alves * INTRODUÇÃO A conduta do homem caminhando rumo ao bem ou ao mal É inerente à homogênese, portanto, a desigualdade do comportamento social dos indivíduos. A Criminologia tem por objeto o estudo do fenômeno criminal, suas causas geradoras, a pessoa do criminoso e a própria vítima. * INTRODUÇÃO A Criminologia interessa-se especificamente em pôr a claro tudo o que contribui ou concorre para a existência da criminalidade. O estudo do comportamento humano deve ser basilar da Criminologia. * CONCEITO E DEFINIÇÃO A palavra Criminologia deriva do latim “crimen” (delito) e do grego “logos” (tratado) – “Tratado do Crime”. O italiano Rafael Garófalo, foi o primeiro a utilizar esta expressão em 1885. A criminologia não tem uma definição uniforme. Vejam a definição de alguns autores: * CONCEITO E DEFINIÇÃO Nelson Hungria: “Criminologia é o estudo experimental do fenômeno crime, para pesquisar-lhe a etiologia e tentar a sua debelação por meios preventivos ou curativos”. Jean Merquiset: “Criminologia é o estudo do crime como fenômenos social e individual e de suas causas e prevenção”. * CONCEITO E DEFINIÇÃO Kinberg: “Criminologia é a ciência que tem por objeto não somente o fenômeno natural da práticado crime, como também o fenômeno da luta contra o crime”. Edwin H. Sutherland: “Criminologia é um conjunto de conhecimentos que estudam o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente, sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo”. Em resumo: “Criminologia é o estudo do crime, do criminoso, da vítima e das causas e fatores da criminalidade”. * OBJETO a) o estudo dos fatores individuais (personalidade) e sociais (ambiente) básicos da criminalidade; b) o estudo dos fatores básicos e do fenômeno natural da luta contra o crime (tratamento e profilaxia), objetivando a ressocialização do delinquente e a prevenção da criminalidade. * OBJETO DIFERENÇA EM RELAÇÃO AO DIREITO PENAL: Embora o Direito Penal e a Criminologia estudem ambos o crime, são duas ciências autônomas. O enfoque dado por uma e por outra, relativamente ao delito, é diferente. O Direito Penal é uma ciência normativa, de repressão social contra o delito, através de regras jurídicas coibitórias cuja transgressão implica em sanções. * OBJETO DIFERENÇA EM RELAÇÃO AO DIREITO PENAL: a Criminologia é uma ciência causal-explicativa, essencialmente profilática, visando o oferecimento de estratégicas voltadas para minimizar os fatores estimulantes da criminalidade. O Direito Penal e a Criminologia são ciências que se completam. * MÉTODO Os métodos de análise utilizados pela Criminologia são: a) relativamente aos fatores sociais, os da Sociologia; b) relativamente aos fatores individuais, os da Biologia, Psicologia, Psiquiatria. * CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA Uma disciplina de conhecimento é considerada uma ciência quando tem um objeto específico, adota um método determinado e tem uma aplicação universal. Ciência que aborda o acontecimento delitivo em seus aspectos individual e antissocial e na sua causação, inclusive destacando seus provocativos no intento de atenuar a incidência delituosa. * Nota A Sociedade e a Natureza do Delito como Fenômeno Individual e Coletivo: Toda pessoa é um “criminoso potencial”, mas são imprescindíveis contatos e direção de tendências para torná-la criminosa ou desrespeitadora da lei. No campo da atuação do meio sobre as tendências hereditárias, devem ser consideradas, principalmente, a alimentação, a educação no lar e na escola, a influência de parentes e outras pessoas, a convivência comunitária, a condição econômica, etc. * DIVISÃO E HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA: CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: 1o - Escola Clássica 2o - Escola Positiva 3o - Escola Sociológica. * DIVISÃO E HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA: CRIMINOLOGIA NOVA (CRÍTICA): 1o - Microcriminalidade e Macrocriminalidade: 2o - Teoria do Labelling Approach; 3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory). * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA: 1o - ESCOLA CLÁSSICA: Vigora o Direito Natural (Jusnaturalismo), pautado na fé e na crença nos deuses. O homem tem o livre arbítrio, ou seja, somente comete o crime se quiser. O crime atenta a ira dos deuses e, portanto, a pena é uma espécie de castigo, de punição. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A Escola Clássica apresenta 2 Fases: 1ª) FASE EMPÍRICA OU MITOLÓGICA (ATÉ O SÉCULO XV): Não pretendemos localizar a gênese da Criminologia na época pré-histórica, porque até 1875, o seu estudo não tem importância maior. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Este período pode subdividir-se em: Antiguidade remota; Antiguidade grega (Hipócrates, Platão e Aristóteles); Idade Média. Teólogos e sacerdotes (especialmente S. Tomás de Aquino). Ciências Ocultas. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: a) Antiguidade remota: Nesta época não se encontra nada de concreto sobre Criminologia, nem entre hindus, sírios, fenícios, hebreus, etc. Código de Hamurabi (Babilônia), do Imperador Hamurabi (1728-1686 a.C). Pontos principais do código de Hamurabi: Não cumprimento de contrato. lei de talião (olho por olho, dente por dente) * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: falso testemunho roubo e receptação estupro família escravos ajuda de fugitivos Exemplo de uma disposição contida no código: Art. 25 § 227 - "Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto". * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Legislação de Moisés (séc. XVI a.C), parte integrante dos livros da Bíblia (aspectos punitivos). Segundo as escrituras hebraicas, a Lei foi dada por Deus através do Patriarca Moisés, tendo sido os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: b) Antiguidade grega (Hipócrates, Platão e Aristóteles): Entre os gregos citam-se muitos pensadores que emitiram opiniões ou conceitos de inegável fundamento ou inspiração criminológica. Hipócrates (460-355 a.C): conhecido como o “Pai da Medicina”. Obra Aforismos: “O delito é um desvio anormal da conduta humana”. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Platão (427-347 a.C) – filósofo e matemático: obra A República. Fundamentava a criminalidade em causas econômicas e que o criminoso é um produto do ambiente. Foi o 1º a enfatizar o aspecto intimidativo da pena. Aristóteles (384-322 a.C) - filósofo: obra Política. Como Platão, fundamentava a criminalidade em causas econômicas. Obra Retórica, tendência dos delinquentes à reincidência. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: C) Idade Média: início: queda do império romano do ocidente (476 d.C) até 1453. São Tomás de Aquino (1226-1274): criador da chamada “Justiça Distributiva” (que manda dar a cada um aquilo que é seu, segundo uma certa igualdade) e afirmara que “a pobreza geralmente é uma incentivadora do roubo” e defendeu o chamado “furto famélico”. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Ciências Ocultas: influência nas concepções que originaram a Criminologia. - Astrologia (movimentação das constelações), a Oftalmoscopia (estuda o caráter do homem pela íris), a Metoposcopia (rugas da fronte), a Quiromancia (“leitura” das linhas das mãos), a Fisiognomia (traços fisionômicos - rosto), a Frenologia (conformação craneana) e a Demonologia (indivíduos pretensamente possuídos pelo demônio). * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A Escola Clássica apresenta 2 Fases: 2ª) FASE DOS PRECURSORES DE LOMBROSO (RENASCIMENTO ATÉ 1875): Antes do aparecimento de Lombroso, que dá início ao período da Antropologia Criminal, houve uma enorme gama de autores que podem ser considerados precursores da Criminologia. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: 2ª) FASE DOS PRECURSORES DE LOMBROSO (RENASCIMENTO ATÉ 1875): Entre estes autores precursores da Criminologia destacaremos como grande baluarte desta fase da Escola Clássica o italiano de Milão, César Bonesana, o “Marques de Beccaria” (1738-1794). Obra Dos Delitos e das penas (Dei Delliti, Delle Pene): leitura obrigatória nos dias atuais a todos aqueles que se interessam por criminologia. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Sua obra é um protesto contra o injusto, cruel e arbitrário procedimento da Justiça Criminal. Seus principais postulados são: A atrocidade das penas opõe-se ao bem público (Princípio da humanização das penas); - As acusações não podem ser secretas (Princípio da Publicidade); - As penas devem ser proporcionais aos delitos (Princípio da Proporcionalidade das Penas); - As penas devem ser moderadas; - As penas devem ser previstas em lei (Princípio da Legalidade, da Anterioridade ou da Reserva Legal); * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Seus principais postulados são: Somente os magistrados é que podem julgar os acusados (Princípio da Jurisdicionalidade); - Não se pode admitir a tortura do acusado por ocasião do processo (Princípio da Proibição de tortura, da Humanidade e da Dignidade); - O réu jamais poderá ser considerado culpado antes da sentença condenatória (Princípio da Presunção de Inocência); - Mais útil que a repressão penal é a prevenção dos delitos; - Não tem a sociedade o direito de aplicar a pena de morte nem de banimento. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A Escola Clássica se fixou nas seguintes diretrizes: a) Pena: é retributiva, aflitiva, intimidativa, um mal tem que ser pago com outro mal. b) Preocupação: a legalidade e a justiça, principalmente a penal. c) Medida da pena: proporcional ao crime. d) O Juiz: pronuciador da lei. e) Método: dedutivo (diretrizes não científicas). f) Delito: deve está contido na norma legal abstrata, para o conhecimento e temeridade de todos. g) Delinquente: ser igual a todos (mesmo caráter). * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A Escola Clássica se fixou nas seguintes diretrizes: h) Fatores criminógenos: não admite. Crença no livre arbítrio, o criminoso não sofre influência interna ou externa. 2o - ESCOLA POSITIVA: O homem delinque não porque quer e sim porque é doente. Afirma que o crime é o resultado de deformações e malformações congênitas, biológicas, físicas e psicológicas. A pena não é castigo, mas é tratamento. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Período da Antropologia Criminal: a) Cesare Lombroso (1835-1909): criador da chamada Antropologia Criminal. Criou a “teoria do criminoso nato”, ou seja, um indivíduo que já nasce criminoso segundo seu aspecto físico, suas mal formações congênitas. Características do homem delinquente para Lombroso: 1-Taras (estigmas) Anatômicas: São estas: - Fosseta occipital mediana (um pequeno crânio); - Maxilar inferior procidente (mandíbula grande); - Molares muitos grandes (dentuço); * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Características do homem delinquente para Lombroso: 1-Taras (estigmas) Anatômicas: São estas: Orelhas de abano; Fartas sobrancelhas; Dessimetria corporal; Grande envergadura dos braços e dos pés. 2-Taras Degenerativas Fisiológicas (funcionais): Daltonismo; Mancinismo (surdez); - Insensibilidade à dor (tatuagens); - precocidade sexual, etc. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Características do homem delinquente para Lombroso: 3-Taras Psicológicas: Vaidade; - Ações impulsivas; - Tendências alcoólicas; - Negligência; - Superstições; - Uso de gírias; - Imprevidência; - Crueldade; - Instabilidade; - Indolência, etc. Críticas a Teoria de Lombroso baseadas na demonstração de delinquentes que não possuíam as chamadas “taras” destacadas pelo médico. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal. Inúmeras críticas foram feitas a Lombroso. Em socorro do mestre, surgiu o pensamento sociológico de Ferri. Genro e discípulo de Lombroso, foi o criador da Sociologia Criminal. Classificou as causas dos delitos em três grupos: biológicas - constituição genética (endógenas); físicas - o meio ambiente e sociais - o ambiente social (ambas exógenas). Fatores endógenos são os prevalecentes na conduta do criminoso. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal. Negou o livre-arbítrio como base da imputabilidade. A responsabilidade moral deveria ser trocada pela social. A razão de punir é a defesa social. A prevenção geral é mais eficaz do que repressão. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal. CLASSIFICAÇÃO DE ENRICO FERRI: Criminoso nato: degenerado, com os estigmas de Lombroso, atrofia do senso moral aliás, a expressão "criminoso nato" seria de autoria de Ferri e não de Lombroso. (O nato é o tipo instintivo de criminoso descrito por Lombroso com estigmas de degeneração. Tal tipo apresenta a completa atrofia do senso moral) * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal. CLASSIFICAÇÃO DE ENRICO FERRI: Criminoso louco: além dos alienados, também os semiloucos ou fronteiriços Criminoso ocasional: eventualmente comete crimes; "o delito procura o indivíduo". Criminoso habitual: reincidente na ação criminosa, faz do crime sua profissão; seria a grande maioria, a transição entre os demais tipos; começaria ocasionalmente até degenerar-se. Criminoso passional: age pelo ímpeto, comete o crime na mocidade; próximo do louco, tempestade psíquica. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: C) RAFAEL GARÓFALO (1851–1934): obra Criminologia. Criador do termo Criminologia. A sua obra ficou assinalada pela tentativa de definição de um conceito sociológico de crime, capaz de satisfazer as exigências de universalidade que a criminologia deveria respeitar para justificar o qualificativo de crime. Conceito da Temibilidade ou periculosidade: Fixou a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: C) RAFAEL GARÓFALO (1851–1934): obra Criminologia. Construiu a tríplice preocupação pois para ele a Criminologia é a ciência da criminalidade, do delito e da pena. Elaborou sua concepção de delito natural partindo da ideia Lombrosiana do criminoso nato. Vê a pena como forma de eliminar o criminoso grave, defendendo até a pena de morte. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A partir da concepção positivista do delito e do criminoso, a pena passa a ser entendida como um meio de defesa social e, além de meio repressivo, manifesta-se como forma de ingerência na pessoa do delinquente, a fim de promover sua cura e reeducação * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: A Escola Positiva se fixou nas seguintes diretrizes: O criminoso passa a ser estudado sob outro foco, e passa a ser admitida a influência interna e/ou externa, dependendo do caso concreto. O crime é um fenômeno social. A pena tem uma finalidade ressocializadora. Método científico/experimental. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: 3o - ESCOLA SOCIOLÓGICA: O crime é produto do meio social, sobretudo de fatores econômicos. Fatores exógenos eram efetivamente os mais importantes ocasionadores do delito (combate a teoria lombrosiana). - A Sociologia Criminal surgiu em meados do século XIX e teve a influência de Augusto Comte e Adolphe Quetelet. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Augusto Comte (1798-1857): o fundador da Sociologia Moderna. Adolphe Quetelet (1796-1874): criador da Estatística Científica, dando origem ao aparecimento da Estatística Criminal. Escreveu Física Social, em 1835, no qual formula 3 princípios: o delito é um fenômeno social; - os delitos se cometem ano após ano com total precisão; - vários fatores influenciam no cometimento do crime, como a miséria, o analfabetismo, o clima, etc. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Fulcrado nesses 3 princípios, ele estabeleceu as chamadas “Leis Térmicas de Quetelet: I- no inverno se cometem mais delitos contra a propriedade, donde se deduz que nesta época do ano são maiores as necessidades para a sobrevivência do homem; II- no verão se cometem mais crimes contra a pessoa, devido à efervescência maior das paixões humanas, provocada pelo aquecimento pelo sol; III- os delitos sexuais são mais frequentes na primavera, considerando a exacerbação da atividade sexual nessa época. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período: 1º) Teorias Antropo-Sociais: pretendem relacionar, de certo modo, os princípios de Lombroso com os sociais. o criminoso pode nascer com certa predisposição ao crime, porém, sem chegar a aceitar o delinquente nato. O meio social influi sobre o delinquente antropologicamente nato. Alexandre Lacassagne (1843-1924): os fatos sociais atuam sobre o sujeito “predisposto”; substituiu o conceito de nato pelo de predisposto. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período: 2ª) Teorias Sociais Propriamente Ditas: é eliminado todo o fator endógeno e se dá importância exclusiva aos fatores exógenos (meio social). Gabriel Tarde (1843-1904) publicou 3 obras importantíssimas: “A Criminalidade Comparada”, publicada em 1886, “As Leis da Imitação”, publicada em 1890 e “A Filosofia Penal”, publicada em 1890. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período: 3ª) Teorias Socialistas: O século XIX caracteriza-se pelo aparecimento da mecanização (Revolução Industrial) e começa-se a estudar a influência das máquinas e da economia na delinquência. Karl Marx (1818-1883): “cada sistema de produção tem os delinquentes que merece”. * CRIMINOLOGIA TRADICIONAL: Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período: 4ª) Período da Política Criminal (1905 até o dias atuais): trégua na discussão inflamada entre as escolas italiana (positivista – baseada em fatores endógenos) e francesa (socialista - baseada em fatores exógenos) sobre a teoria lombrosiana. Criação do 1º Instituto de Criminologia em 1906, em Buenos Aires, pelo médico argentino José Ingenieros e pelo Diretor da Penitenciária de Buenos Aires, Antônio Ballvé. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 1º.1 – Microcriminalidade: criminalidade em pequena escala. Delitos correntios, violentos ou não, que, isoladamente, em todas as camadas sociais, acontecem de dia e de noite, durante todas as horas (latrocínio, homicídio, furto, roubo, estupro, lesão corporal, ameaça, estelionato, calúnia, etc.). O microcriminoso é encarado como um marginal da vida societária. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 1º.2 – Macrocriminalidade: incluída no contexto social de modo pouco transparente ou sob a rotulagem econômica ilícita. São dois os fatores da Macrocriminalidade: o lucro e a impunidade. Exemplo: Crime de Colarinho Branco: : É a violação da lei penal por pessoas de elevado padrão socioeconômico, no exercício abusivo e ilícito de uma profissão (delinquência econômica). O criminoso de colarinho branco desfruta de ampla impunidade, de respeitabilidade social e até de intangibilidade. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: Delitos do Colarinho Branco classificados pela ONU: formação de cartéis; abuso de poder econômico das multinacionais; obtenção fraudulenta de fundo do Estado; criação de sociedades fictícias; fraudes em prejuízo dos credores; falsificação de balanços; fraudes sobre o capital de sociedades; concorrência desleal e publicidade enganosa; infrações alfandegárias; infrações cambiárias; infrações da bolsa (rol exemplificativo). Leis brasileiras de combate a este tipo de delito: Lei 7.492/86 e Lei 8.884/94. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento): Surgida na década de 1960, nos Estados Unidos da América. Representou importante marco para a teoria da criminalidade, em momento de transição entre a criminologia tradicional e a criminologia crítica. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento): É uma teoria criminológica marcada pela ideia de que as noções de crime e criminoso são construídas socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social a respeito do comportamento de determinados indivíduos. A criminalidade não é uma propriedade inerente a um sujeito, mas uma “etiqueta” atribuída a certos indivíduos que a sociedade entende como delinquentes. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento): O comportamento desviante é aquele rotulado como tal. Altera a própria percepção individual daqueles rotulados. George Herbert Mead e Hebert Blumer destacam-se nessa teoria. * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory): Criada na Universidade de Stanford (EUA) pelos criminologistas James Wilson e George Kelling. Esta Teoria foi publicada em 1982 por uma revista norte-americana. Dois carros colocados em locais diferentes (um deles com o vidro quebrado e o outro intacto). * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory): O carro com o vidro quebrado foi totalmente deteriorado pela ação da sociedade e o outro foi preservado totalmente. Isso ocorreu em ambos os bairros (popular e de classe média). * CRIMINOLOGIA CRÍTICA: 3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory): Associaram este experiência a criminalidade quando não há repressão, combate, controle ao crime, até mesmo aos de pequena potencialidade, haverá atração a outros crimes. Repressão de todos os delitos - pequeno ou grande potencial ofensivo (Política Criminal de Tolerância Zero). * Vitimologia Desde a Escola Clássica, impulsionada por Beccaria, passando pela Escola Positiva de Lombroso, Ferri e Garófalo, o Direito Penal praticamente teve como meta a tríade delito-delinquente pena. O outro componente do contexto criminal, a vítima, jamais foi levado em consideração. Benjamin Mendelsohn, em 1956, trouxe com seus estudos o termo Vitimologia. * Vitimologia Vitimologia é a ciência que procura estudar a personalidade da vítima sob os pontos de vista psicológico e sociológico na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime e da proteção individual e geral da vítima. Tipos de Vítimas e sua Classificação por Mendelsohn: a) vítima inocente, que não concorreu a qualquer título para o evento criminoso; * Vitimologia b) vítima provocadora que, voluntária ou imprudentemente, colabora com os fins pretendidos pelo delinquente; c) vítima agressora, simuladora ou imaginária, que não passa de suposta vítima (ou pseudovítima) e, por isso, propicia a justificativa de legítima defesa de seu “atacante”. NOTA: - art. 65, III, c “parte final”, do CP. - art. 201 e §§ do CPP. - art. 387, IV, CPP.
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