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ESCOLAS DA CRIMINOLOGIA

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CRIMINOLOGIA
 
Professor: Maurilho Alves
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INTRODUÇÃO
A conduta do homem caminhando rumo ao bem ou ao mal
É inerente à homogênese, portanto, a desigualdade do comportamento social dos indivíduos. 
A Criminologia tem por objeto o estudo do fenômeno criminal, suas causas geradoras, a pessoa do criminoso e a própria vítima. 
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INTRODUÇÃO
A Criminologia interessa-se especificamente em pôr a claro tudo o que contribui ou concorre para a existência da criminalidade. 
O estudo do comportamento humano deve ser basilar da Criminologia.
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CONCEITO E DEFINIÇÃO
A palavra Criminologia deriva do latim “crimen” (delito) e do grego “logos” (tratado) – “Tratado do Crime”.
O italiano Rafael Garófalo, foi o primeiro a utilizar esta expressão em 1885.
A criminologia não tem uma definição uniforme. Vejam a definição de alguns autores:
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CONCEITO E DEFINIÇÃO
Nelson Hungria: “Criminologia é o estudo experimental do fenômeno crime, para pesquisar-lhe a etiologia e tentar a sua debelação por meios preventivos ou curativos”.
Jean Merquiset: “Criminologia é o estudo do crime como fenômenos social e individual e de suas causas e prevenção”. 
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CONCEITO E DEFINIÇÃO
Kinberg: “Criminologia é a ciência que tem por objeto não somente o fenômeno natural da práticado crime, como também o fenômeno da luta contra o crime”.
Edwin H. Sutherland: “Criminologia é um conjunto de conhecimentos que estudam o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente, sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo”. 
Em resumo: “Criminologia é o estudo do crime, do criminoso, da vítima e das causas e fatores da criminalidade”.
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OBJETO
 a) o estudo dos fatores individuais (personalidade) e sociais (ambiente) básicos da criminalidade; 
b) o estudo dos fatores básicos e do fenômeno natural da luta contra o crime (tratamento e profilaxia), objetivando a ressocialização do delinquente e a prevenção da criminalidade.
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OBJETO
 DIFERENÇA EM RELAÇÃO AO DIREITO PENAL:
Embora o Direito Penal e a Criminologia estudem ambos o crime, são duas ciências autônomas.
O enfoque dado por uma e por outra, relativamente ao delito, é diferente.
O Direito Penal é uma ciência normativa, de repressão social contra o delito, através de regras jurídicas coibitórias cuja transgressão implica em sanções.
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OBJETO
 DIFERENÇA EM RELAÇÃO AO DIREITO PENAL:
a Criminologia é uma ciência causal-explicativa, essencialmente profilática, visando o oferecimento de estratégicas voltadas para minimizar os fatores estimulantes da criminalidade.
O Direito Penal e a Criminologia são ciências que se completam.
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MÉTODO
Os métodos de análise utilizados pela Criminologia são:
 
a) relativamente aos fatores sociais, os da Sociologia; 
b) relativamente aos fatores individuais, os da Biologia, Psicologia, Psiquiatria.
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CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA
Uma disciplina de conhecimento é considerada uma ciência quando tem um objeto específico, adota um método determinado e tem uma aplicação universal.
Ciência que aborda o acontecimento delitivo em seus aspectos individual e antissocial e na sua causação, inclusive destacando seus provocativos no intento de atenuar a incidência delituosa.
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Nota
A Sociedade e a Natureza do Delito como Fenômeno Individual e Coletivo:
Toda pessoa é um “criminoso potencial”, mas são imprescindíveis contatos e direção de tendências para torná-la criminosa ou desrespeitadora da lei. 
No campo da atuação do meio sobre as tendências hereditárias, devem ser consideradas, principalmente, a alimentação, a educação no lar e na escola, a influência de parentes e outras pessoas, a convivência comunitária, a condição econômica, etc.
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DIVISÃO E HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA
DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA:
CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
1o - Escola Clássica
2o - Escola Positiva
3o - Escola Sociológica.
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DIVISÃO E HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA
DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA:
CRIMINOLOGIA NOVA (CRÍTICA):
1o - Microcriminalidade e Macrocriminalidade:
2o - Teoria do Labelling Approach;
3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory).
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA:
1o - ESCOLA CLÁSSICA: Vigora o Direito Natural (Jusnaturalismo), pautado na fé e na crença nos deuses. 
O homem tem o livre arbítrio, ou seja, somente comete o crime se quiser. 
O crime atenta a ira dos deuses e, portanto, a pena é uma espécie de castigo, de punição.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
A Escola Clássica apresenta 2 Fases:
1ª) FASE EMPÍRICA OU MITOLÓGICA (ATÉ O SÉCULO XV):
Não pretendemos localizar a gênese da Criminologia na época pré-histórica, porque até 1875, o seu estudo não tem importância maior.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Este período pode subdividir-se em:
 
Antiguidade remota;
Antiguidade grega (Hipócrates, Platão e Aristóteles);
Idade Média. Teólogos e sacerdotes (especialmente S. Tomás de Aquino). Ciências Ocultas. 
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
a) Antiguidade remota: Nesta época não se encontra nada de concreto sobre Criminologia, nem entre hindus, sírios, fenícios, hebreus, etc. 
Código de Hamurabi (Babilônia), do Imperador Hamurabi (1728-1686 a.C).
Pontos principais do código de Hamurabi:
Não cumprimento de contrato.
lei de talião (olho por olho, dente por dente)
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
falso testemunho
roubo e receptação
estupro
família
escravos
ajuda de fugitivos
Exemplo de uma disposição contida no código:
Art. 25 § 227 - "Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto".
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Legislação de Moisés (séc. XVI a.C), parte integrante dos livros da Bíblia (aspectos punitivos). 
Segundo as escrituras hebraicas, a Lei foi dada por Deus através do Patriarca Moisés, tendo sido os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
b) Antiguidade grega (Hipócrates, Platão e Aristóteles):
Entre os gregos citam-se muitos pensadores que emitiram opiniões ou conceitos de inegável fundamento ou inspiração criminológica.
Hipócrates (460-355 a.C): conhecido como o “Pai da Medicina”. Obra Aforismos: “O delito é um desvio anormal da conduta humana”.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Platão (427-347 a.C) – filósofo e matemático: obra A República. Fundamentava a criminalidade em causas econômicas e que o criminoso é um produto do ambiente. Foi o 1º a enfatizar o aspecto intimidativo da pena.
Aristóteles (384-322 a.C) - filósofo: obra Política. Como Platão, fundamentava a criminalidade em causas econômicas. Obra Retórica, tendência dos delinquentes à reincidência.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
C) Idade Média: início: queda do império romano do ocidente (476 d.C) até 1453.
São Tomás de Aquino (1226-1274): criador da chamada “Justiça Distributiva” (que manda dar a cada um aquilo que é seu, segundo uma certa igualdade) e afirmara que “a pobreza geralmente é uma incentivadora do roubo” e defendeu o chamado “furto famélico”. 
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Ciências Ocultas: influência nas concepções que originaram a Criminologia.
- Astrologia (movimentação das constelações), a Oftalmoscopia (estuda o caráter do homem pela íris), a Metoposcopia (rugas da fronte), a Quiromancia (“leitura” das linhas das mãos), a Fisiognomia (traços fisionômicos - rosto), a Frenologia (conformação craneana) e a Demonologia (indivíduos pretensamente possuídos pelo demônio).
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
A Escola Clássica apresenta 2 Fases:
2ª) FASE DOS PRECURSORES DE LOMBROSO (RENASCIMENTO ATÉ 1875):
Antes
do aparecimento de Lombroso, que dá início ao período da Antropologia Criminal, houve uma enorme gama de autores que podem ser considerados precursores da Criminologia. 
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
2ª) FASE DOS PRECURSORES DE LOMBROSO (RENASCIMENTO ATÉ 1875):
Entre estes autores precursores da Criminologia destacaremos como grande baluarte desta fase da Escola Clássica o italiano de Milão, César Bonesana, o “Marques de Beccaria” (1738-1794).
Obra Dos Delitos e das penas (Dei Delliti, Delle Pene): leitura obrigatória nos dias atuais a todos aqueles que se interessam por criminologia.
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Sua obra é um protesto contra o injusto, cruel e arbitrário procedimento da Justiça Criminal.
Seus principais postulados são: 
A atrocidade das penas opõe-se ao bem público (Princípio da humanização das penas); 
- As acusações não podem ser secretas (Princípio da Publicidade); 
- As penas devem ser proporcionais aos delitos (Princípio da Proporcionalidade das Penas); 
- As penas devem ser moderadas; 
- As penas devem ser previstas em lei (Princípio da Legalidade, da Anterioridade ou da Reserva Legal); 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Seus principais postulados são: 
Somente os magistrados é que podem julgar os acusados (Princípio da Jurisdicionalidade); 
- Não se pode admitir a tortura do acusado por ocasião do processo (Princípio da Proibição de tortura, da Humanidade e da Dignidade); 
- O réu jamais poderá ser considerado culpado antes da sentença condenatória (Princípio da Presunção de Inocência); 
- Mais útil que a repressão penal é a prevenção dos delitos; 
- Não tem a sociedade o direito de aplicar a pena de morte nem de banimento.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
A Escola Clássica se fixou nas seguintes diretrizes:
a) Pena: é retributiva, aflitiva, intimidativa, um mal tem que ser pago com outro mal.
b) Preocupação: a legalidade e a justiça, principalmente a penal.
c) Medida da pena: proporcional ao crime.
d) O Juiz: pronuciador da lei.
e) Método: dedutivo (diretrizes não científicas).
f) Delito: deve está contido na norma legal abstrata, para o conhecimento e temeridade de todos.
g) Delinquente: ser igual a todos (mesmo caráter).
 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
A Escola Clássica se fixou nas seguintes diretrizes:
h) Fatores criminógenos: não admite. Crença no livre arbítrio, o criminoso não sofre influência interna ou externa. 
 2o - ESCOLA POSITIVA: O homem delinque não porque quer e sim porque é doente.
Afirma que o crime é o resultado de deformações e malformações congênitas, biológicas, físicas e psicológicas.
A pena não é castigo, mas é tratamento. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Período da Antropologia Criminal: 
a) Cesare Lombroso (1835-1909): criador da chamada Antropologia Criminal.
Criou a “teoria do criminoso nato”, ou seja, um indivíduo que já nasce criminoso segundo seu aspecto físico, suas mal formações congênitas.
Características do homem delinquente para Lombroso:
1-Taras (estigmas) Anatômicas: São estas:
- Fosseta occipital mediana (um pequeno crânio); 
- Maxilar inferior procidente (mandíbula grande); 
- Molares muitos grandes (dentuço); 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
Características do homem delinquente para Lombroso:
1-Taras (estigmas) Anatômicas: São estas:
Orelhas de abano; 
Fartas sobrancelhas; 
Dessimetria corporal; 
Grande envergadura dos braços e dos pés.
2-Taras Degenerativas Fisiológicas (funcionais): 
Daltonismo; 
Mancinismo (surdez); 
- Insensibilidade à dor (tatuagens); - precocidade sexual, etc.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Características do homem delinquente para Lombroso:
3-Taras Psicológicas: 
Vaidade; - Ações impulsivas; - Tendências alcoólicas; - Negligência; - Superstições; - Uso de gírias; - Imprevidência; - Crueldade; - Instabilidade; - Indolência, etc.
Críticas a Teoria de Lombroso baseadas na demonstração de delinquentes que não possuíam as chamadas “taras” destacadas pelo médico.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal.
Inúmeras críticas foram feitas a Lombroso. Em socorro do mestre, surgiu o pensamento sociológico de Ferri. Genro e discípulo de Lombroso, foi o criador da Sociologia Criminal.
Classificou as causas dos delitos em três grupos: biológicas - constituição genética (endógenas); físicas - o meio ambiente e sociais - o ambiente social (ambas exógenas).
Fatores endógenos são os prevalecentes na conduta do criminoso. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal.
Negou o livre-arbítrio como base da imputabilidade.
A responsabilidade moral deveria ser trocada pela social.
A razão de punir é a defesa social. 
A prevenção geral é mais eficaz do que repressão. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal.
CLASSIFICAÇÃO DE ENRICO FERRI:
Criminoso nato: degenerado, com os estigmas de Lombroso, atrofia do senso moral aliás, a expressão "criminoso nato" seria de autoria de Ferri e não de Lombroso. (O nato é o tipo instintivo de criminoso descrito por Lombroso com estigmas de degeneração. Tal tipo apresenta a completa atrofia do senso moral)
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
b) ENRICO FERRI (1856-1929): obra Sociologia Criminal.
CLASSIFICAÇÃO DE ENRICO FERRI:
Criminoso louco: além dos alienados, também os semiloucos ou fronteiriços
Criminoso ocasional: eventualmente comete crimes; "o delito procura o indivíduo".
Criminoso habitual: reincidente na ação criminosa, faz do crime sua profissão; seria a grande maioria, a transição entre os demais tipos; começaria ocasionalmente até degenerar-se.
Criminoso passional: age pelo ímpeto, comete o crime na mocidade; próximo do louco, tempestade psíquica.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
C) RAFAEL GARÓFALO (1851–1934): obra Criminologia.
Criador do termo Criminologia.
A  sua obra ficou assinalada pela tentativa de definição de um conceito sociológico de crime, capaz de satisfazer as exigências de universalidade que a criminologia deveria respeitar para justificar o qualificativo de crime.
Conceito da Temibilidade ou periculosidade: Fixou a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
C) RAFAEL GARÓFALO (1851–1934): obra Criminologia.
Construiu a tríplice preocupação pois para ele a Criminologia é a ciência da criminalidade, do delito e da pena.
Elaborou sua concepção de delito natural partindo da ideia Lombrosiana do criminoso nato.
Vê a pena como forma de eliminar o criminoso grave, defendendo até a pena de morte. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
A partir da concepção positivista do delito e do criminoso, a pena passa a ser entendida como um meio de defesa social e, além de meio repressivo, manifesta-se como forma de ingerência na pessoa do delinquente, a fim de promover sua cura e reeducação
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
A Escola Positiva se fixou nas seguintes diretrizes:
O criminoso passa a ser estudado sob outro foco, e passa a ser admitida a influência interna e/ou externa, dependendo do caso concreto.
O crime é um fenômeno social.
A pena tem uma finalidade ressocializadora.
Método científico/experimental.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 
3o - ESCOLA SOCIOLÓGICA: O crime é produto do meio social, sobretudo de fatores econômicos.
Fatores exógenos eram efetivamente os mais importantes ocasionadores do delito (combate a teoria lombrosiana).
- A Sociologia Criminal surgiu em meados do século XIX e teve a
influência de Augusto Comte e Adolphe Quetelet.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Augusto Comte (1798-1857): o fundador da Sociologia Moderna.
Adolphe Quetelet (1796-1874): criador da Estatística Científica, dando origem ao aparecimento da Estatística Criminal.
Escreveu Física Social, em 1835, no qual formula 3 princípios: 
o delito é um fenômeno social; 
- os delitos se cometem ano após ano com total precisão; 
- vários fatores influenciam no cometimento do crime, como a miséria, o analfabetismo, o clima, etc. 	
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Fulcrado nesses 3 princípios, ele estabeleceu as chamadas “Leis Térmicas de Quetelet: 
I- no inverno se cometem mais delitos contra a propriedade, donde se deduz que nesta época do ano são maiores as necessidades para a sobrevivência do homem; 
II- no verão se cometem mais crimes contra a pessoa, devido à efervescência maior das paixões humanas, provocada pelo aquecimento pelo sol; 
III- os delitos sexuais são mais frequentes na primavera, considerando a exacerbação da atividade sexual nessa época.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período:
1º) Teorias Antropo-Sociais: pretendem relacionar, de certo modo, os princípios de Lombroso com os sociais.
o criminoso pode nascer com certa predisposição ao crime, porém, sem chegar a aceitar o delinquente nato. O meio social influi sobre o delinquente antropologicamente nato.
Alexandre Lacassagne (1843-1924): os fatos sociais atuam sobre o sujeito “predisposto”; substituiu o conceito de nato pelo de predisposto.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período:
2ª) Teorias Sociais Propriamente Ditas: é eliminado todo o fator endógeno e se dá importância exclusiva aos fatores exógenos (meio social).
Gabriel Tarde (1843-1904) publicou 3 obras importantíssimas: “A Criminalidade Comparada”, publicada em 1886, “As Leis da Imitação”, publicada em 1890 e “A Filosofia Penal”, publicada em 1890. 
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
 Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período:
3ª) Teorias Socialistas: O século XIX caracteriza-se pelo aparecimento da mecanização (Revolução Industrial) e começa-se a estudar a influência das máquinas e da economia na delinquência. 
Karl Marx (1818-1883): “cada sistema de produção tem os delinquentes que merece”.
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CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
Doutrinas sociais que prevaleceram nesse período:
4ª) Período da Política Criminal (1905 até o dias atuais): trégua na discussão inflamada entre as escolas italiana (positivista – baseada em fatores endógenos) e francesa (socialista - baseada em fatores exógenos) sobre a teoria lombrosiana.
Criação do 1º Instituto de Criminologia em 1906, em Buenos Aires, pelo médico argentino José Ingenieros e pelo Diretor da Penitenciária de Buenos Aires, Antônio Ballvé. 
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
1º.1 – Microcriminalidade: criminalidade em pequena escala.
Delitos correntios, violentos ou não, que, isoladamente, em todas as camadas sociais, acontecem de dia e de noite, durante todas as horas (latrocínio, homicídio, furto, roubo, estupro, lesão corporal, ameaça, estelionato, calúnia, etc.).
O microcriminoso é encarado como um marginal da vida societária.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
1º.2 – Macrocriminalidade: incluída no contexto social de modo pouco transparente ou sob a rotulagem econômica ilícita.
São dois os fatores da Macrocriminalidade: o lucro e a impunidade.
Exemplo:
Crime de Colarinho Branco: : É a violação da lei penal por pessoas de elevado padrão socioeconômico, no exercício abusivo e ilícito de uma profissão (delinquência econômica).
O criminoso de colarinho branco desfruta de ampla impunidade, de respeitabilidade social e até de intangibilidade. 
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
Delitos do Colarinho Branco classificados pela ONU: formação de cartéis; abuso de poder econômico das multinacionais; obtenção fraudulenta de fundo do Estado; criação de sociedades fictícias; fraudes em prejuízo dos credores; falsificação de balanços; fraudes sobre o capital de sociedades; concorrência desleal e publicidade enganosa; infrações alfandegárias; infrações cambiárias; infrações da bolsa (rol exemplificativo).
Leis brasileiras de combate a este tipo de delito: Lei 7.492/86 e Lei 8.884/94.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento):
Surgida na década de 1960, nos Estados Unidos da América.
 
Representou importante marco para a teoria da criminalidade, em momento de transição entre a criminologia tradicional e a criminologia crítica.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento):
É uma teoria criminológica marcada pela ideia de que as noções de crime e criminoso são construídas socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social a respeito do comportamento de determinados indivíduos.
A criminalidade não é uma propriedade inerente a um sujeito, mas uma “etiqueta” atribuída a certos indivíduos que a sociedade entende como delinquentes. 
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
2o - Teoria do Labelling Approach (A Teoria do Etiquetamento):
O comportamento desviante é aquele rotulado como tal.
Altera a própria percepção individual daqueles rotulados.
George Herbert Mead e Hebert Blumer destacam-se nessa teoria.
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory):
Criada na Universidade de Stanford (EUA) pelos criminologistas James Wilson e George Kelling.
Esta Teoria foi publicada em 1982 por uma revista norte-americana.
Dois carros colocados em locais diferentes (um deles com o vidro quebrado e o outro intacto).
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory):
O carro com o vidro quebrado foi totalmente deteriorado pela ação da sociedade e o outro foi preservado totalmente.
Isso ocorreu em ambos os bairros (popular e de classe média).
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CRIMINOLOGIA CRÍTICA:
3o - Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory):
Associaram este experiência a criminalidade quando não há repressão, combate, controle ao crime, até mesmo aos de pequena potencialidade, haverá atração a outros crimes.
Repressão de todos os delitos - pequeno ou grande potencial ofensivo (Política Criminal de Tolerância Zero).
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Vitimologia
Desde a Escola Clássica, impulsionada por Beccaria, passando pela Escola Positiva de Lombroso, Ferri e Garófalo, o Direito Penal praticamente teve como meta a tríade delito-delinquente pena.
O outro componente do contexto criminal, a vítima, jamais foi levado em consideração.
Benjamin Mendelsohn, em 1956, trouxe com seus estudos o termo Vitimologia.
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Vitimologia
Vitimologia é a ciência que procura estudar a personalidade da vítima sob os pontos de vista psicológico e sociológico na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime e da proteção individual e geral da vítima.
Tipos de Vítimas e sua Classificação por Mendelsohn:
a) vítima inocente, que não concorreu a qualquer título para o evento criminoso;
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Vitimologia
b) vítima provocadora que, voluntária ou imprudentemente, colabora com os fins pretendidos pelo delinquente;
c) vítima agressora, simuladora ou imaginária, que não passa de suposta vítima (ou pseudovítima) e, por isso, propicia a justificativa de legítima defesa de seu “atacante”.
NOTA:
- art. 65, III, c “parte final”, do CP.
- art. 201 e §§ do
CPP.
- art. 387, IV, CPP.

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