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Princípios de Cristaloquímica Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. Conceito de Mineral Gases e líquidos são obviamente excluídos. Ex: Gelo nas calotas polares = mineral, mas água líquida não. Algumas exceções – Ex: Mercúrio líquido = mineralóide. Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • Substância homogênea = não pode ser fisicamente sub-dividida em componentes químicos mais simples. • Depende da escala de observação. Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • exclui substâncias geradas em laboratório ou por ação consciente do homem. • substância artificial idêntica em composição e propriedades a um mineral conhecido = mineral “sintético” (por exemplo, diamante sintético). • gelo produzido nas calotas polares = mineral • gelo produzido no congelador = gelo sintético Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • pode ser expresso por uma fórmula química • exemplos: Ouro = Au Quartzo = SiO2 Calcita = CaCO3 Dolomita = CaMg(CO3)2 Perovskita = CaTiO3 Magnetita = Fe3O4 Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • minerais admitem substituições de seus íons por outros, dentro de certos limites • exemplos: Dolomita CaMg(CO3)2 admite substituição de Mg por quantidades variáveis de Fe e Mn. Esfalerita ZnS admite substituição de Zn por quantidades variáveis de Fe e um pouco de Cd Fluorapatita Ca5(PO4)3F admite diversas substituições tanto dos cátions quanto dos ânions Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • Sólidos com arranjo ordenado = substâncias cristalinas • Gases, líquidos, sólidos sem arranjo ordenado = substâncias amorfas (p. ex. mineralóides) Na Cl • Estrutura cristalina da Halita (NaCl) Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. • minerais idênticos, mas formados com a ajuda ou intervenção de organismos recebem a designação ”biogênico”. • exemplos: Carbonatos (calcita, dolomita, aragonita, vaterita) em conchas de moluscos. Outros: sulfetos, sulfatos, fosfatos, fluoretos, óxidos, enxofre nativo, formas amorfas de SiO2. • calcita biogênica, apatita biogênica, pirita biogênica, etc. Conceito de Mineral Detalhes Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos. Cristaloquímica Estuda a composição química dos minerais em relação ao seu arranjo cristalográfico e suas propriedades físicas. Propriedades do mineral são uma função de: Quais elementos químicos compõem o mineral Como os elementos estão ligados entre si Como os elementos estão dispostos na estrutura cristalina Cristaloquímica Estuda a composição química dos minerais em relação ao seu arranjo cristalográfico e suas propriedades físicas. Propriedades do mineral são uma função de: Quais elementos químicos compõem o mineral Como os elementos estão ligados entre si Como os elementos estão dispostos na estrutura cristalina Átomo de Carbono Nuvem eletrônica Núcleo Elétron (-) Próton (+) Nêutron Iônica Covalente Metálica Van der Waals Pontes de Hidrogênio Átomos em um cristal são unidos por forças elétricas, de intensidade variável. Quanto maior a força de ligação, mais difícil romper a estrutura cristalina. Conseqüências diretas para propriedades como dureza, solubilidade, ponto de fusão. Cristaloquímica Tipos de ligações químicas Ligação que ocorre entre cátions e ânions, como o Na+ e o Cl- na halita (NaCl) Grande diferença de eletronegatividade Tipicamente não direcional: como a carga eletrostática que constitui a ligação é uniformemente distribuída sobre o íon, o cátion tende a cercar-se de tantos ânions quantos possam caber ao seu redor Força da ligação é inversamente proporcional ao seu comprimento: à medida que a distância interatômica aumenta (devido ao tamanho do ânion), a força da ligação diminui Cristaloquímica Ligação Iônica Cristaloquímica Ligação Iônica Átomo de Sódio (1 elétron na camada externa) Átomo de Cloro (7 elétrons na camada externa) Atração Elétrica Cátion (+) Ânion (-) Cristaloquímica Ligação Iônica Íon Sódio Íon Cloreto Halita Íons como esferas Propriedades semelhantes em todas as direções Alto grau de simetria cristalina (sistema isométrico comum) Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Halita Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Número de coordenação = número de íons vizinhos de carga oposta Para o Sódio: número de coordenação = 6 Para o Cloro: número de coordenação = 6 Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Força da ligação = valência eletrostática v.e. = carga número de coordenação v.e. = 1 6 1 6 de carga em cada ligação Cristaloquímica Ligação Iônica v.e. = 4 3 (CO3) 2- = 1 3 1 v.e. = 6 4 (SO4) 2- = 1 2 1 v.e. = 5 4 (PO4) 3- = 1 4 1 v.e. = 4 4 (SiO4) 4- = 1 POLIMERIZAÇÃO! Cristaloquímica Valência Eletrostática • Facilidade de dissolução em solventes polares • Sólidos relativamente frágeis ao impacto • Dureza e densidade moderadas • Ponto de fusão e de ebulição altos • Má condução de eletricidade (baixa mobilidade de elétrons) • Simetria elevada (caráter não direcional). Cristaloquímica Ligação Iônica • Considere dois átomos de Cl (1s2 2s2 2p6 3s2 3p5) eletronegatividade alta: tendência de ‘roubar’ elétrons ligação iônica impossível (# de eletroneg. = 0) interpenetração de um orbital externo 2 e- preenchem o restante da camada 3p (50% do tempo para cada átomo) Resultado: Molécula de Cl2. Cristaloquímica Ligação Covalente Carbono: | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp3) Ângulo C-C-C = 109o 28’ Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA orbitais híbridos Estrutura cristalina do diamante Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Mais forte das ligações químicas em minerais – Força depende do grau de interpenetração dos orbitais. Estrutura cristalina do diamante – mineral de máxima dureza conhecido (d=10) Cristaloquímica Ligação Covalente • Fortemente direcional = simetria geralmente baixa • Durezaalta • Densidade baixa a moderada • Ponto de fusão e de ebulição altos • Má condução de eletricidade (muito baixa mobilidade de elétrons) • Solubilidade baixa. Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Outra alternativa de hibridização Carbono: | | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp2) 2p Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Outra alternativa de hibridização Carbono: | | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp2) 2p Dureza = 1-2 (muito mais baixa que o diamante) Estrutura cristalina do grafite. Por quê? Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Ligações por forças eletrostáticas residuais Ligações covalentes (fortes) Ligações de Van der Waals Cristaloquímica Ligação de Van der Waals Mais fraca das ligações químicas em minerais Tipicamente em cristais moleculares, unindo moléculas eletricamente neutras Resulta em dureza baixa e clivagem excelente dos minerais Cristaloquímica Ligação de Van der Waals • Considere átomos de um mesmo elemento com eletroneg. baixa (p. ex. um metal) ligação iônica impossível (# de eletroneg. = 0) eletrons da camada de valência relativamente ´soltos´ tendência de ‘doar’ elétrons sólidos cristalinos equivalem a um denso empacotamento de núcleos, mantidos unidos por uma nuvem de elétrons compartihados Cristaloquímica Ligação Metálica • confere aos cristais as seguintes propriedades: altas plasticidade, tenacidade, ductilidade alta condutividade elétrica e térmica baixa dureza baixos pontos de fusão e ebulição alta simetria (geralmente sistema isométrico) alto número de coordenação (até 12) Cristaloquímica Ligação Metálica ocorrem quando hidrogênio se liga a um elemento de alta eletronegatividade (O, N, F, Cl) o único orbital do átomo de hidrogênio é em grande parte confinado na zona de sobreposição Resultado: o outro lado do átomo de hidrogênio se comporta como um próton exposto, atraindo íons negativos Rara em minerais (micas, hidróxidos) Ligação fraca, porém mais forte que Van der Waals Cristaloquímica Pontes de Hidrogênio Covalente Iônica Metálica Pontes de hidrogênio Van der Waals M ai s fo rt e Cristaloquímica Ligações Químicas Cristaloquímica Ligações Químicas Em muitos materiais naturais existem ligações híbridas (ou mistas) Cada vértice representa um tipo de ligação puro, e o sombreamento representa esquematicamente a natureza mista dos mecanismos de ligação. Não pode ser determinado absolutamente Distância interatômica = Soma dos raios iônicos Em elementos puros, raio = distância/2 - Ex: Cu-Cu Por comparação obtém-se os demais Ex: O-cátions Cristaloquímica Raio Iônico Depende: do elemento do tipo de ligação (% de ligação iônica) do número de coordenação Cristaloquímica Raio Iônico Cristaloquímica Raio Iônico A relação entre o raio do cátion e o raio do ânion (Rc/Ra) pode ser usada para prever o número de coordenação Rc/Ra < 0,155 Rc/Ra = 0,225 a 0,414 Rc/Ra = 0,414 a 0,732 Rc/Ra = 0,732 a < 1 Rc/Ra = 0,155 – 0,225 Rc/Ra = 1 Coordenação Dodecaédrica NC=12 NC = 2 NC = 3 NC = 4 NC = 6 NC = 8 Coord. octaédrica Coord. tetraédrica Coord. triangular Coord. linear Coord. cúbica Cristaloquímica Raio Iônico ... composição química definida (mas geralmente não fixa)... minerais estritamente puros são exceção ao invés de regra Solução sólida = estrutura cristalina onde um ou mais sítios atômicos específicos são ocupados em proporções variáveis por dois ou mais elementos (ou grupos) químicos ou mistura homogênea no estado sólido, dotada de arranjo cristalino Minerais com a mesma estrutura cristalina mas composição química diferente Variações Químicas e Estruturais Isomorfismo ou Solução Sólida Soluções sólidas são facilitadas por: • íons de raio semelhante diferença de 0-15% - SS fácil e extensa diferença de 15-30% - possível, mas limitada diferença > 30% - improvável • íons de carga semelhante (caso contrário necessita substituição acoplada) • temperaturas mais altas (estrutura cristalina mais tolerante a diferenças de tamanho) Variações Químicas e Estruturais Isomorfismo ou Solução Sólida Ex: Série dos Plagioclásios CaAl2Si2O8 ----------------------------------------------------- NaAlSi3O8 Anortita PlagioclásioSS Albita (Ca,Na)(Al,Si)2,Si2O8 Variações Químicas e Estruturais Isomorfismo ou Solução Sólida Carbonatos de Ca-Mg-Fe Efeito da Temperatura Variações Químicas e Estruturais Isomorfismo ou Solução Sólida Desmistura de uma solução sólida, geralmente causada por diminuição de temperatura Variações Químicas e Estruturais Exsolução Minerais com a mesma composição química mas estruturas cristalinas diferentes (função das condições de cristalização, principalmente de P e T) Ex: Polimorfos de C nativo Grafite = hexagonal Diamante = isométrico Variações Químicas e Estruturais Polimorfismo Transformação ou substituição de um mineral por outro, com preservação da forma externa (mas não da estrutura cristalina) Pirita (FeS2) para Goethita (FeO(OH)) Magnetita (Fe3O4) para hematita (Fe2O3) Variações Químicas e Estruturais Pseudomorfismo Referências: • Capítulos 3, 4, 5 e 12 do livro “Manual de Ciência dos Minerais”: KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de ciência dos minerais. Tradução e revisão técnica: Rualdo Menegat. 23. ed. -. Bookman, Porto Alegre, 2012. 716 p. • Vejam mais sobre simetria externa no site webgeology: http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/portuguese/cr yst_sym_1_pt.html
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