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Princípios de Cristalografia: Simetria Externa Simetria • A simetria trata da repetição de objetos, por meio de rotação, reflexão, inversão e translação. • Mas, como podemos observar a simetria? Simetria • Uma parte, quando repetida em um desenho simétrico, e representa o desenho inteiro. Motivo • Menor parte de uma estrutura que pode ser repetida infinitamente para gerar a estrutura inteira. Cela unitária Simetria • Ato de repetir o motivo Operação de simetria • Menor parte de uma estrutura que pode ser repetida infinitamente para gerar a estrutura inteira. Cela unitária Elementos de Simetria • Uma operação localizada no espaço (do cristal e.g. eixo rotacional) Elemento de simetria Elementos de Simetria • A simetria externa pode ser observada: • com relação a um plano; • com relação a uma linha; • com relação a um ponto. Elementos de Simetria Simetria com relação a uma linha EIXO DE ROTAÇÃO • Uma linha imaginária, através de um cristal, em torno da qual se pode girar o cristal, que repete a si mesmo na aparência 2, 3 ou mais vezes durante uma rotação completa. • A2 - binários • A3 - ternários ou trigonais • A4 - quaternários ou tetragonais • A6 - senários ou hexagonais Eixos simples de rotação e as figuras resultantes Detalhe • Eixos de rotação quinários, de grau sete e de graus superiores não são possíveis em materiais cristalinos (dedução geométrica). Partes desemparelhadas ou lacunas tendem a não ocorrer nas estruturas cristalinas dos minerais (poderiam representar ligações químicas insatisfeitas ou supertensionadas). Simetria com relação a uma linha Elementos de Simetria Simetria com relação a um plano PLANO DE REFLEXÃO • Quando um plano imaginário pode ser passado através do centro do objeto, dividindo-o em duas metades idênticas. Como conseqüência, se uma dessas metades é removida, pode ser substituída por um espelho. Internacionalmente, o símbolo que representa o plano de simetria é a letra m (abreviação de espelho – mirror). m Elementos de Simetria Simetria com relação a um ponto CENTRO DE SIMETRIA • Somente existe quando: uma linha imaginária pode ser passada de 1 vértice da superfície de um cristal, através de seu centro, achando-se sobre essa linha e a uma distância igual além do centro, 1 vértice semelhante, mas invertido. • A operação é uma inversão (i). i Operações de Simetria • A operação geométrica necessária para trazer um determinado ponto a1 ao seu equivalente simétrico a2 é chamada operação de simetria. Combinações de Simetria • As combinações das operações geradas a partir desses três elementos de simetria geram 32 classes de simetria, conhecidos como os 32 grupos pontuais Combinações de Simetria • Os 32 grupos pontuais se dividem em 6 categorias: • Os 6 sistemas cristalinos (geometricamente possíveis) Sistemas cristalinos • São definidos em função do tipo de simetria presente no arranjo cristalino. O grau de simetria existente no arranjo cristalino de um dado mineral é sempre igual, embora as faces externas do cristal não necessitem ser sempre as mesmas. • Sistemas cristalinos: • isométrico (ou cúbico) • hexagonal / romboédrico (trigonal) • tetragonal • ortorrômbico • monoclínico • triclínico Sistema Isométrico Sistemas cristalinos Sistemas Hexagonal e Trigonal Sistemas cristalinos Sistemas Ortorrômbico e Tetragonal Sistemas cristalinos Sistemas Triclínico e Monoclínico Sistemas cristalinos a unidade mínima que, por translação, gera a figura inteira Cela unitária: constitui a menor subdivisão de uma rede cristalina que conserve as características gerais de todo o retículo, de modo que por simples multiplicação da mesma, se possa reconstruir o sólido cristalino completo. NaCl unit cell ball and stick model space filling model Cela Unitária Cristal – Arranjo tridimensional de átomos e íons. Retículos de Bravais – Retículos espaciais Retículos espaciais: - Resumem o esquema de repetição de átomos, grupos de átomos ou moléculas na formação da estrutura interna de um cristal. - São obtidos através do isolamento de qualquer conjunto único de identipontos no arranjo. Existem apenas 14 tipos diferentes de arranjos tridimensionais onde átomos, íons ou moléculas podem ser empacotados juntos durante a formação de um cristal a b c Simples Monoclínico a = g = 90o a b c a b c corpo a b Simples Triclínico a g a b c c c a simples Ortorrômbico a = = g = 90o a b c base faces corpo b a1 c simples Tetragonal a = = g = 90o a1 = a2 c corpo a2 a1 a3 P Isométrico - cúbico a = = g = 90o a1 = a2 = a3 a2 F I base simples simples faces corpo a1 c a2 Hexagonal Romboédrico a = = 90o g = 120o a1 = a2 c a = = g 90o a1 = a2 = a3 Retículo Espacial ou retículo de Bravais Retículos de Bravais – Retículos espaciais Consiste de um empilhamento de redes equidistantes paralelas, ou alternativamente, uma rede que é sucessivamente distribuída ao longo de um vetor – vetor de empilhamento. Notação de Faces Cristalinas • Os índices de Miller de uma face consistem em um série de números inteiros que foram derivados das interseções por meio de inversão. Formas Cristalinas • conjunto de faces do cristal, todas tendo a mesma relação para com os elementos de simetria • as faces da forma podem ter contornos e tamanhos diferentes por causa da má formação do cristal, mas suas propriedades físicas e químicas não são modificadas • Formas abertas - são grupos de faces que se relacionam por simetria e que não encerram um volume de espaço • Formas fechadas - são grupos de faces que se relacionam por simetria e que encerram um volume de espaço Formas Cristalinas Formas Abertas Pédio Pinacóide uma única face compreendendo uma forma forma constituída por duas faces paralelas Formas Cristalinas Formas Abertas Domo Esfenóide duas faces não paralelas, mas simétricas em relação a um plano de simetria duas faces não paralelas, mas simétricas em relação a um eixo de simetria binária ou quarternária Formas Cristalinas Formas Abertas Prisma forma aberta composta por 3, 4, 6, 8 ou 12 faces, todas paralelas ao mesmo eixo Formas Cristalinas Formas Abertas Pirâmide forma aberta composta por 3, 4, 6, 8 ou 12 faces não paralelas que se encontram em um único ponto Formas Cristalinas Formas Fechadas Bipirâmide Forma fechada apresentando 6, 8, 12, 16 ou 24 faces. Na verdade, são formas obtidas através da reflexão de pirâmides sobre um plano de simetria horizontal Formas Cristalinas Formas Fechadas Tetraedro Forma fechada apresentando 4 faces Formas Cristalinas Formas Fechadas Escalenoedro Forma fechada, 8 faces (tetragonal) ou 12 faces(hexagonal) Nos cristais perfeitamente desenvolvidos, cada face é um triângulo escaleno Formas Cristalinas Formas Fechadas Trapezoedro possui 6, 8 ou 12 faces, onde, 3, 4 ou 6 faces superiores estão giradas em relação a 3, 4 ou 6 faces inferiores. Além destas, existe um trapezoedro isométrico, uma forma de 24 faces. Nos trapezoedros bem desenvolvidos, cada face é um trapézio Formas Cristalinas Formas Fechadas Romboedro Forma fechada, composta por 6 faces, cujas arestas de interseção não formam ângulos retos entre si. São formas exclusivas da divisão romboédrica do sistema hexagonal Formas CristalinasFormas Fechadas FORMAS CÚBICAS 111 111 _ 111 __ 111 _ 110 101 011 011 _ 110 _ 101 _ Cubo Octaedro Dodecaedro 48 tipos diferentes de formas de cristais são distinguidos: • 32 correspondem às formas gerais das 32 classes de cristais • 10 são formas especiais fechadas do sistema isométrico (cúbico) • 06 são formas abertas especiais (prismas) dos sistemas hexagonal e tetragonal Formas Cristalinas Formas triclínicas, monoclínicas e ortorrômbicas abertas e fechadas Prismas abertos de 3, 4, 6 e 12 faces As 48 Formas Cristalinas Pédio Prisma rômbico Domo Esfenóide Pinacóide Pirâmide rômbica Bipirâmide rômbica fechada Biesfenóide rômbico Trigonal Ditrigonal Tetragonal Dihexagonal Ditetragonal Hexagonal Formas piramidais abertas com 3, 4, 6 e 12 faces Formas bipiramidais fechadas com 6, 8, 12 e 24 faces Trigonal Ditrigonal Tetragonal Ditetragonal Hexagonal Dihexagonal Trigonal Ditrigonal Ditetragonal Hexagonal Dihexagonal Tetragonal Formas fechadas escalenoedrais e trapezoedrais Formas fechadas isométricas Biesfenoide tetragonal Biesfenoide tetragonal Trapezoedro tetragonal Romboedro Trapezoedro trigonal Escalenoedro ditrigonal Trapezoedro hexagonal Piritoedro(dodeca- edro pentagonal) Diploedro Tetartoedra Giroedro Formas hexatetraedrais fechadas Formas hexaoctaedrais fechadas Tetraedro Ditetraedro trapezoedral Ditetraedro trigonal Hexatetraedro Cubo Octaedro Dodecaedro rômbico Trioctaedro trapezoedral Trioctaedro trigonal Tetrahexaedro Hexaoctaedro Quartzo (SiO2) 2 formas: prisma hexagonal bipirâmide hexagonal Formas Cristalinas Combinação de 2 formas Formas Cristalinas Combinação de 2 formas Quartzo Formas Cristalinas Combinação de 3 formas Quartzo (SiO2) 2 formas: prisma hexagonal bipirâmide hexagonal Referências: • Capítulos 6 e 7 do livro “Manual de Ciência dos Minerais”: KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de ciência dos minerais. Tradução e revisão técnica: Rualdo Menegat. 23. ed. -. Bookman, Porto Alegre, 2012. 716 p. • Vejam mais sobre simetria externa no site webgeology: http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/portuguese/cr yst_sym_1_pt.html Cristaloquímica Estuda a composição química dos minerais em relação ao seu arranjo cristalográfico e suas propriedades físicas. Propriedades do mineral são uma função de: Quais elementos químicos compõem o mineral Como os elementos estão ligados entre si Como os elementos estão dispostos na estrutura cristalina Cristaloquímica Estuda a composição química dos minerais em relação ao seu arranjo cristalográfico e suas propriedades físicas. Propriedades do mineral são uma função de: Quais elementos químicos compõem o mineral Como os elementos estão ligados entre si Como os elementos estão dispostos na estrutura cristalina Átomo de Carbono Nuvem eletrônica Núcleo Elétron (-) Próton (+) Nêutron Iônica Covalente Metálica Van der Waals Pontes de Hidrogênio Átomos em um cristal são unidos por forças elétricas, de intensidade variável. Quanto maior a força de ligação, mais difícil romper a estrutura cristalina. Conseqüências diretas para propriedades como dureza, solubilidade, ponto de fusão. Cristaloquímica Tipos de ligações químicas Ligação que ocorre entre cátions e ânions, como o Na+ e o Cl- na halita (NaCl) Grande diferença de eletronegatividade Tipicamente não direcional (íons se comportam como esferas) Força depende diretamente do produto das cargas iônicas e inversamente do quadrado da distância interatômica Cristaloquímica Ligação Iônica Cristaloquímica Ligação Iônica Átomo de Sódio (1 elétron na camada externa) Átomo de Cloro (7 elétrons na camada externa) Atração Elétrica Cátion (+) Ânion (-) Cristaloquímica Ligação Iônica Íon Sódio Íon Cloreto Halita Íons como esferas Propriedades semelhantes em todas as direções Alto grau de simetria cristalina (sistema isométrico comum) Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Halita Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Número de coordenação = número de íons vizinhos de carga oposta Para o Sódio: número de coordenação = 6 Para o Cloro: número de coordenação = 6 Cristaloquímica Ligação Iônica Na Na Na Na Cl Cl Cl Cl Cl Força da ligação = valência eletrostática v.e. = carga número de coordenação v.e. = 1 6 1 6 de carga em cada ligação Cristaloquímica Ligação Iônica v.e. = 4 3 (CO3) 2- = 1 3 1 v.e. = 6 4 (SO4) 2- = 1 2 1 v.e. = 5 4 (PO4) 3- = 1 4 1 v.e. = 4 4 (SiO4) 4- = 1 POLIMERIZAÇÃO! Cristaloquímica Valência Eletrostática • Facilidade de dissolução em solventes polares • Sólidos relativamente frágeis ao impacto • Dureza e densidade moderadas • Ponto de fusão e de ebulição altos • Má condução de eletricidade (baixa mobilidade de elétrons) • Simetria elevada (caráter não direcional). Cristaloquímica Ligação Iônica • Considere dois átomos de Cl (1s2 2s2 2p6 3s2 3p5) eletronegatividade alta: tendência de ‘roubar’ elétrons ligação iônica impossível (# de eletroneg. = 0) interpenetração de um orbital externo 2 e- preenchem o restante da camada 3p (50% do tempo para cada átomo) Resultado: Molécula de Cl2. Cristaloquímica Ligação Covalente Carbono: | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp3) Ângulo C-C-C = 109o 28’ Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA orbitais híbridos Estrutura cristalina do diamante Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Mais forte das ligações químicas em minerais – Força depende do grau de interpenetração dos orbitais. Estrutura cristalina do diamante – mineral de máxima dureza conhecido (d=10) Cristaloquímica Ligação Covalente • Fortemente direcional = simetria geralmente baixa • Dureza alta • Densidade baixa a moderada • Ponto de fusão e de ebulição altos • Má condução de eletricidade (muito baixa mobilidade de elétrons) • Solubilidade baixa. Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Outra alternativa de hibridização Carbono: | | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp2) 2p Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Outra alternativa de hibridização Carbono: | | | | 1s 2s 2p 1s 2(sp2) 2p Dureza = 1-2 (muito mais baixa que o diamante) Estrutura cristalina do grafite. Por quê? Cristaloquímica Ligação Covalente Fonte: Bloss, Crystallography and Crystal Chemistry. MSA Ligações por forças eletrostáticas residuais Ligações covalentes (fortes) Ligações de Van der Waals Cristaloquímica Ligação de Van der Waals Mais fraca das ligações químicas em minerais Tipicamente em cristais moleculares, unindo moléculas eletricamente neutras Resulta em dureza baixa e clivagem excelente dos minerais Cristaloquímica Ligação de Van der Waals • Considere átomos de um mesmo elemento com eletroneg. baixa (p. ex. um metal) ligação iônica impossível (# de eletroneg. = 0) eletrons da camada de valência relativamente ´soltos´ tendência de ‘doar’ elétrons sólidos cristalinos equivalem a um densoempacotamento de núcleos, mantidos unidos por uma nuvem de elétrons compartihados Cristaloquímica Ligação Metálica • confere aos cristais as seguintes propriedades: altas plasticidade, tenacidade, ductilidade alta condutividade elétrica e térmica baixa dureza baixos pontos de fusão e ebulição alta simetria (geralmente sistema isométrico) alto número de coordenação (até 12) Cristaloquímica Ligação Metálica ocorrem quando hidrogênio se liga a um elemento de alta eletronegatividade (O, N, F, Cl) o único orbital do átomo de hidrogênio é em grande parte confinado na zona de sobreposição Resultado: o outro lado do átomo de hidrogênio se comporta como um próton exposto, atraindo íons negativos Rara em minerais (micas, hidróxidos) Ligação fraca, porém mais forte que Van der Waals Cristaloquímica Pontes de Hidrogênio Covalente Iônica Metálica Pontes de hidrogênio Van der Waals M ai s fo rt e Cristaloquímica Ligações Químicas Não pode ser determinado absolutamente Distância interatômica = Soma dos raios iônicos Em elementos puros, raio = distância/2 - Ex: Cu-Cu Por comparação obtém-se os demais Ex: O-cátions Cristaloquímica Raio Iônico Depende: do elemento do tipo de ligação (% de ligação iônica) do número de coordenação Cristaloquímica Raio Iônico Cristaloquímica Raio Iônico A relação entre o raio do cátion e o raio do ânion (Rc/Ra) pode ser usada para prever o número de coordenação Rc/Ra < 0,155 Rc/Ra = 0,225 a 0,414 Rc/Ra = 0,414 a 0,732 Rc/Ra = 0,732 a < 1 Rc/Ra = 0,155 – 0,225 Rc/Ra = 1 Coordenação Dodecaédrica NC=12 NC = 2 NC = 3 NC = 4 NC = 6 NC = 8 Coord. octaédrica Coord. tetraédrica Coord. triangular Coord. linear Coord. cúbica Cristaloquímica Raio Iônico
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