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Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 1 de 12 VI – O estudo do fluxo de carga A avaliação do desempenho das redes de energia elétrica em condições de regime permanente senoidal é de grande importância tanto na operação em tempo real do sistema quanto no planejamento de sua operação e expansão. Entre as informações a serem determinadas para uma condição definida de carga e geração se destacam as seguintes: • O carregamento das linhas de transmissão e transformadores; • O carregamento dos geradores; • A magnitude da tensão nas barras; • As perdas de transmissão; • O carregamento dos equipamentos de compensação de reativos (síncronos e estáticos).. A partir destas informações, é possível definir propostas de alterações a serem implementadas no sistema, com objetivo de tornar a sua operação mais segura e econômica. Entre as alterações possíveis na operação do sistema se destacam: • Ajuste no despacho dos geradores; • Ajustes nos dispositivos de controle de tensão (injeções de potência reativa, posição dos taps dos transformadores e status dos bancos de capacitores e reatores); • Ajustes no intercâmbio com os sistemas vizinhos; • Mudanças na topologia (ligar ou desligar alguma linha de transmissão ou transformador). Por outro lado, entre as alterações possíveis no planejamento da expansão do sistema se destacam: • Instalação de novas plantas de geração; • Instalação de novas linhas de transmissão e transformadores; • Instalação de dispositivos de controle do fluxo de potência (FACTS1); • Interconexão com outros sistemas. VI.1 – Definição do problema do fluxo de carga O problema do fluxo de carga (load flow em inglês) ou fluxo de potência (power flow em inglês) consiste na obtenção das condições de operação (magnitude e ângulo de fase dos fasores tensão nodal, a partir dos quais podem ser determinados os fluxos de potência ativa e reativa) em regime permanente de uma rede de energia elétrica com topologia e níveis de geração e consumo conhecidos. Na formulação básica do problema do fluxo de carga em sistemas elétricos são associadas quatro variáveis a cada barra da rede (que representa um nó do circuito elétrico equivalente): kV – Magnitude do fasor tensão nodal da barra k; kθ – Ângulo de fase do fasor tensão nodal da barra k; kP – Injeção líquida (geração menos carga) de potência ativa da barra k; kQ – Injeção líquida de potência reativa da barra k. Por outro lado, aos ramos da rede (cujas barras extremas são k e m) associam-se as seguintes variáveis: kmI – Fasor da corrente que sai da barra k em direção à barra m; kmP – Fluxo de potência ativa que sai da barra k em direção à barra m; kmQ – Fluxo de potência reativa que sai da barra k em direção à barra m. No fluxo de carga convencional, definem-se três tipos de barras, em função das variáveis que são conhecidas (dados do problema) e incógnitas, conforme mostra a Tabela VI.1. 1 Flexible AC Transmission System. Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 2 de 12 Tabela VI.1 – Tipos de barra no fluxo de carga convencional. Tipo de barra Notação Dados Incógnitas Barra de carga PQ kP e kQ kV e kθ Tensão controlada PV kP e kV kθ e kQ Referência Vθ kV e kθ kP e kQ De forma geral, as barras de carga aparecem em maior número e representam as subestações de energia elétrica nas quais estão conectadas as cargas do sistema elétrico; em segundo lugar, as barras de tensão controlada representam as instalações que possuem geradores que podem realizar o controle da sua tensão terminal (por intermédio do seu controle de excitação) e também as barras cuja tensão pode ser controlada por intermédio do ajuste do tap de algum transformador. A barra de referência é única e imprescindível na formulação do problema em função de dois fatores: • Necessidade matemática de estipular um ângulo de referência (geralmente igualado a zero); • Para fechar o balanço de potência da rede pois as perdas de transmissão não são conhecidas a priori, ou seja, não é possível definir todas as injeções de potência do sistema antes de conhecer as perdas que são função dos fluxos de potência na rede. Exemplo VI.1 – Considere o sistema elétrico composto por duas barras e uma linha de transmissão ilustrado na Figura VI.1. Para este sistema, são conhecidos o fasor tensão na Barra 1 (utilizada como referência angular pois 01 =θ ), 1V , e a demanda de potência da Barra 2 (que constitui uma barra de carga), 2S . Deseja-se determinar o fasor tensão na Barra 2, 2V , e a injeção líquida de potência da Barra 1, 1S . pu 011 =V 1 2 ( ) pu 4,08,02 jS += 222 θVV = ( ) pu 1,001,0 jZ LT += 1S 12I Figura VI.1 – Sistema elétrico de potência. Solução Exemplo VI.1: Embora o sistema elétrico da Figura VI.1 seja extremamente simples, a determinação do fasor tensão da Barra 2 não é imediata. De acordo com os tipos de barra definidos na Tabela VI.1, a Barra 1 é a referência, pois seu fasor tensão é conhecido, e a Barra 2 uma barra de carga, pois sua a injeção de potência é conhecida. Da análise do circuito elétrico, observa-se que a tensão na Barra 2 está vinculada com a corrente 12I que percorre a linha de transmissão pois: 1212 IZVV LT−= e, por outro lado, a corrente que circula na linha de transmissão 12I é função da tensão da Barra 2 pois a grandeza conhecida nesta barra é a potência demandada, assim * 2 2 12 = V SI Substituindo a expressão da corrente 12I na expressão da tensão na Barra 2 tem-se: 876 12 * 2 2 12 I LT V SZVV −= * 2V× ⇒ * 2 * 2 2* 21 * 22 V V SZVVVV LT −= * 2 * 21 2 2 SZVVV LT−= Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 3 de 12 Solução Exemplo VI.1 (continuação): Substituindo os valores conhecidos, chega-se a: ( )( ) ( ) 076,0048,0sencos4,08,01,001,001 2222222 jjVjjVV −−−=−+−−= θθθ 076,0048,0sencos 222222 jVjVV ++=− θθ Esta é uma equação a números complexos que pode ser resolvida separando-se as partes real e imaginária, de forma a obter duas equações a números reais: 048,0cos 2222 += VV θ 076,0sen 22 −=θV A solução analítica para 2V deste sistema não linear de equações pode ser obtida somando-se o quadrado das duas expressões2 e eliminando-se, assim, a variável 2θ . ( ) ( ) 002304,0096,0048,0048,02048,0cos 224222242222222 ++=+×+=+= VVVVVV θ + ( ) ( ) 005776,0076,0sen 2222 =−=θV = ( ) ( ) ( ) ( ) 484764444 84444 76 2 22 2 22 sencos 2 2 4 2 2 22 2 22 005776,0002304,0096,0sencos θθ θθ VV VVVV +++=+ ( ) ( )[ ] 00808,0096,0sencos 2242 1 2 2 2 2 2 2 ++=+ = VVV 444 8444 76 θθ ⇒ ( ) 000808,01096,0 2242 =+−+ VV 000808,0904,0 22 4 2 =+− VV As soluções da equação biquadrada são dadas por: 4430,04520,0 12 00808,014904,0904,0 22 2 ±≈ × ××−± =V 4430,04520,02 ±±=V Têm-se, assim, 4 soluções para o sistema de equações: { }0949,0;0949,0;9460,0;9460,02 −+−+=V Os valores negativos não têm significado, pois 2V representa o módulo da tensão. Como o sistema elétrico não pode operar com valores muito baixos para a tensão (0,0949 pu, por exemplo) a única solução válida é dada por pu 9460,02 =V . Conhecido o valor de 2V , o valor de 2θ pode ser obtido através da expressão: 076,0sen22 −=θV ⇒ ( )0803,0sen9460,0 076,0 sen 076,0 sen 11 2 1 2 −≈ − = − = −−− V θ o61,4rad 0804,02 −=−=θ Após a determinação do fasor 2V , a injeção de potência da Barra 1 pode ser obtida diretamente: pu 18,319455,04894,08089,0 61,49460,0 4,08,0 ** 2 2 12 o o −=−= − + = = jj V SI ( )**1211 18,319455,001 oo −== IVS pu 18,319455,04894,08089,01 o=+= jS 3 Conhecido o valor de todas as injeções, podem-se determinar as perdas no sistema de transmissão: pu 31,840898,00894,00089,04,08,04894,08089,021perdas o=+=−−+=−= jjjSSS 2 Desta forma, aparece a soma dos quadrados de um cosseno e um seno de mesmo argumento que é igual a 1 e que permite eliminar o ângulo de fase. Lembrar que 1sencos 22 =+ αα . 3 Observar que como o sistema possui perdas o valor da injeção da Barra 1 é diferente do valor demandado na Barra 2. Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 4 de 12 Solução alternativa Exemplo VI.1: A partir das equações da corrente 12I e da tensão 2V é possível construir um procedimento iterativo rudimentar para determinar o valor da tensão na Barra 2. O procedimento compreende os seguintes passos: i. Fazer 0=ν e estipular um valor inicial para 2V e 12I , por exemplo: pu 011 0 2 o == VV e 0 0 12 =I . ii. Em função do valor atual de ν 2V , calcular o valor da corrente 12I : * 2 2 12 = ν ν V SI iii. Se 1 1212 − ≈ νν II , então o processo convergiu e a solução é dada por ν 22 VV = . Caso contrário prosseguir. iv. Calcular o novo valor para ν 2V , em função do valor calculado anteriormente: νν 121 1 2 IZVV LT−= + v. Fazer 1+=νν e retornar para o Passo (ii). Aplicando este procedimento para o problema são obtidos os resultados mostrados na Tabela VI.2. Tabela VI.2 – Resultados do procedimento iterativo. Iteração ν ν2V [pu] ν12I [pu] 0 o01 o57,268944,0 − 1 o56,49550,0 − o13,319365,0 − 2 o56,49466,0 − o13,319449,0 − 3 o61,49461,0 − o17,319454,0 − 4 o61,49460,0 − o17,319454,0 − Os resultados mostrados na Tabela VI.2, foram obtidos executando-se a seguinte rotina em MATLAB4. % disponivel em: http://slhaffner.phpnet.us/sistemas_de_energia_1/exemplo_VI_1.m clear all saida=fopen('saida.txt','w'); v1=1+0i; z=0.01+0.1i; v2=1+0i; for k=1:10, i12=conj((0.8+0.4i)/v2); y=[k abs(v2) angle(v2)*180/pi abs(i12) angle(i12)*180/pi]; fprintf(saida,'%2.0f %6.4f %6.2f %6.4f %6.2f\n',y); v2=v1-z*i12; end fclose(saida); Para sistemas elétricos de maior dimensão, a solução analítica se torna impraticável, restando apenas os métodos numéricos. Exercício VI.1 – Determinar os dados e as incógnitas do problema de fluxo de carga convencional de um sistema composto por 4 barras ( )4,,1,,,, L=iVQP iiii θ , sabendo que a Barra 1 é a referência (Vθ), a Barra 3 é de tensão controlada (PV) e as demais barras são de carga (PQ). 4 MATLAB é marca registrada pertencente à The MathWorks, Inc. Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 5 de 12 Como conseqüência da imposição da Primeira Lei de Kirchhoff para uma barra qualquer do sistema elétrico da Figura VI.2 tem-se que a potência líquida (geração menos carga) injetada nesta barra é igual à soma dos fluxos de potência que deixam esta barra, ou seja, têm-se duas equações: ( )∑ Ω∈ = km mkmkkmk VVPP θθ ,,, (VI.1) ( ) ( )∑ Ω∈ =+ km mkmkkmk sh kk VVQVQQ θθ ,,, (VI.2) sendo: NBk ,,2,1 L= – Índice de todas as barras do sistema, sendo NB o número de barras do sistema; kΩ – Conjunto de barras vizinhas da barra k; mk VV , – Magnitude dos fasores das tensões terminais do ramo k-m; mk θθ , – Ângulo de fase dos fasores das tensões terminais do ramo k-m; kmkm QP , – Fluxo de potência ativa e reativa no ramo k-m; sh kQ – Componente da injeção de potência reativa devido ao elemento em derivação (shunt) da barra k ( )2kshkshk VbQ = . k sh kjQ m 11 kk jQP + 1 2 22 kk jQP + kmkm jQP + kk jQP + Figura VI.2 – Sistema elétrico de potência. Nas expressões (VI.1) e (VI.2), os fluxos de potência ativa e reativa nos ramos (linhas de transmissão, transformadores em fase, defasadores puros e defasadores), obedecem às seguintes expressões gerais5: ( ) ( ) ( ) ( )[ ]kmkmkmkmkmkmmkkmkmkkmkm bgVVagVaP ϕθϕθ +++−= sencos2 (VI.3) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]kmkmkmkmkmkmmkkmshkmkmkkmkm bgVVabbVaQ ϕθϕθ +−+−+−= cossen2 (VI.4) De acordo com o tipo de equipamento, os parâmetros kma , kmϕ e shkmb assumem valores particulares, mostradas na Tabela VI.3. Tabela VI.3 – Parâmetros para os diferentes equipamentos nas expressões gerais dos fluxos. Equipamento kma kmϕ shkmb Linha de transmissão 1 0 Transformador em fase 0 0 Transformador defasador puro 1 0 Transformador defasador 0 Assim, o problema do fluxo de carga consiste em resolver o sistema de equações (VI.1) e (VI.2) tendo como dados e incógnitas as variáveis descritas na Tabela VI.1. 5 Para mais detalhes, vide Capítulo IV, Seção IV.8. Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 6 de 12 VI.2 – As equações das correntes dos nós Para a barra k do sistema elétrico da Figura VI.2, a injeção líquida de corrente pode ser obtida aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff, ∑ Ω∈ =+ km km sh kk III para NBk ,,2,1 L= (VI.5) onde ( ) kshkkshkshk VjbVjbI −=−= 0 (VI.6) e ( ) [ ] 22*** ImImImIm kshkkshkkshkkkshkkshkkshk VbVjbVjbVVjbVIVQ == = −= = são a injeção de corrente e de potência reativa correspondentes ao elemento em derivação da barra k. A expressão para fasor corrente kmI depende do tipo de equipamento considerado, ou seja: Linha de transmissão: ( ) ( ) mkmkshkmkmkm VYVjbYI −++= ( ) ( ) mshkmkmkkmmk VjbYVYI ++−= Transformador em fase: ( ) ( ) mkmkmkkmkmkm VYaVYaI −+= 2 ( ) ( ) mkmkkmkmmk VYVYaI +−= Defasador puro: ( ) ( ) mkmjkkmkm VYeVYI kmϕ−−+= ( ) ( ) mkmkkmjmk VYVYeI km +−= ϕ De forma mais geral, considerando os parâmetros kma , kmϕ e shkmb , definidos na Tabela VI.3, podem-se escrever as seguintes expressões gerais para os fluxos de corrente nos ramos: ( ) ( ) mkmjkmkshkmkmkmkm VYeaVjbYaI kmϕ−−++= 2 (VI.7) ( ) ( ) mshkmkmkkmjkmmk VjbYVYeaI km ++−= ϕ (VI.8) Exemplo VI.2 – Para o circuito de 4 barras e 5 ramos (3 linhas e 2 transformadores) da Figura VI.3, determinar as expressões das injeções de corrente obtidas com a aplicação da Primeira Lei de Kirchhoff. 12Y shjb12 shjb12 23Y shjb23 shjb23 13Y shjb13 shjb13 34:1 a 34Y 14:1 ϕje 14Y 1 2 3 4 1I 3I 4I 2I1V 2V 3V 4V shjb3 Figura VI.3 – Sistema exemplo de 4 barras. Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 7 de 12 Solução Exemplo VI.2: Considerando as expressões (VI.7) e (VI.8), as injeções de corrente nas barras do sistema da FiguraVI.3 são dadas por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 764444 84444 76 14 14 1312 41411431311313212112121 I j I sh I sh VYeVYVYVjbYVYVjbYI ϕ−−++−+++−++= ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 76 2321 32322323212121122 I sh I sh VYVjbYVjbYVYI −+++++−= ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 764444 84444 7648476 3432313 43434334 2 343232322331313113333 II sh I sh I sh VYaVYaVjbYVYVjbYVYVjbI sh −++++−+++−=−+ ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 76 4341 14 434334344141144 II j VYVYaVYVYeI +−++−= ϕ Agrupando os termos, chega-se a: ( ) ( ) ( ) ( ) 414313212113121413121 14 VYeVYVYVjbjbYYYI jshsh ϕ−−+−+−+++++= ( ) ( ) ( ) 3232231223121122 VYVjbjbYYVYI shsh −+++++−= ( ) ( ) ( ) ( ) 434343323133423423132231133 VYaVjbjbjbYaYYVYVYI shshsh −+++++++−+−= ( ) ( ) ( ) 43414334341144 14 VYYVYaVYeI j ++−+−= ϕ Reescrevendo o sistema na forma matricial, tem-se: ⋅ +−− −+++++−− −+++− −−−++++ = − 4 3 2 1 3414343414 34343231334 2 3423132313 232312231212 1413121312141312 4 3 2 1 0 0 14 14 V V V V YYYaYe YajbjbjbYaYYYY YjbjbYYY YeYYjbjbYYY I I I I j shshsh shsh jshsh ϕ ϕ Exemplo VI.3 (alternativo, sem transformador defasador) – Para o circuito de 4 barras e 5 ramos (3 linhas e 2 transformadores) da Figura VI.4, determinar as expressões das injeções de corrente obtidas com a aplicação da Primeira Lei de Kirchhoff. 12Y shjb12 shjb12 23Y shjb23 shjb23 13Y shjb13 shjb13 34:1 a 34Y 1:41a 41Y 1 2 3 4 1I 3I 4I 2I1V 2V 3V 4V shjb3 Figura VI.4 – Sistema exemplo de 4 barras (alternativo). Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 8 de 12 Solução Exemplo VI.3: Considerando as expressões (VI.7) e (VI.8), as injeções de corrente nas barras do sistema da Figura VI.3 são dadas por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 764444 84444 76 141312 1414414131311313212112121 II sh I sh VYVYaVYVjbYVYVjbYI +−+−+++−++= ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 76 2321 32322323212121122 I sh I sh VYVjbYVjbYVYI −+++++−= ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 764444 84444 7648476 3432313 43434334 2 343232322331313113333 II sh I sh I sh VYaVYaVjbYVYVjbYVYVjbI sh −++++−+++−=−+ ( ) ( ) ( ) ( )4444 84444 764444 84444 76 4341 4343343414141441 2 414 II VYVYaVYaVYaI +−+−+= Agrupando os termos, chega-se a: ( ) ( ) ( ) ( ) 44141313212113124113121 VYaVYVYVjbjbYYYI shsh −+−+−+++++= ( ) ( ) ( ) 3232231223121122 VYVjbjbYYVYI shsh −+++++−= ( ) ( ) ( ) ( ) 434343323133423423132231133 VYaVjbjbjbYaYYVYVYI shshsh −+++++++−+−= ( ) ( ) ( ) 4344124133434141414 VYYaVYaVYaI ++−+−= Reescrevendo o sistema na forma matricial, tem-se: ⋅ +−− −+++++−− −+++− −−−++++ = 4 3 2 1 3441 2 4134344141 34343231334 2 3423132313 232312231212 414113121312411312 4 3 2 1 0 0 V V V V YYaYaYa YajbjbjbYaYYYY YjbjbYYY YaYYjbjbYYY I I I I shshsh shsh shsh VI.3 – Formulação matricial Considerando sh kI dado por (VI.6) e kmI dado pela expressão (VI.7), a expressão (VI.5) pode ser reescrita como: ( ) ( )[ ]∑ Ω∈ − −++=− k km m mkm j kmk sh kmkmkmk sh kk VYeaVjbYaVjbI ϕ2 Isolando-se kI , chega-se a: ( ) ( )∑∑ Ω∈ − Ω∈ −+ ++= k km k m mkm j kmk m sh kmkmkm sh kk VYeaVjbYajbI ϕ2 (VI.9) Fazendo NBk ,,2,1 L= , e escrevendo na forma matricial, a expressão (VI.9) se resume a: VYI = (VI.10) sendo: Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 9 de 12 I – Vetor das injeções de corrente, cujas componentes são os fasores kI , NBk ,,2,1 L= ; V – Vetor das tensões nodais, cujas componentes são os fasores kkk VV θ= , NBk ,,2,1 L= ; jBGY += – Matriz admitância nodal, cujos elementos são: km j kmkm YeaY km ϕ− −= km j kmkm j kmmk YeaYeaY kmmk ϕϕ −=−= − ( )∑ Ω∈ ++= km kmkm sh km sh kkk YajbjbY 2 As principais características da matriz admitância, que relaciona as injeções líquidas de corrente com as tensões nodais são as seguintes: • É uma matriz quadrada de ordem NB; • É uma matriz esparsa para redes de grande porte ( 0=kmY sempre que não existir ligação entre os nós k e m); • É uma matriz simétrica se a rede for constituída apenas por linhas de transmissão e transformadores em fase, pois para uma linha de transmissão kmmkkm YYY −== e para um transformador em fase kmkmmkkm YaYY −== . A presença de defasadores torna a matriz assimétrica pois kmjkm YeY kmϕ−−= e km j mk YeY km ϕ −= (vide Exemplo VI.2). A k-ésima componente da expressão matricial (VI.10) é dada por: ∑∑ ∈Ω∈ =+= Km mkm m mkmkkkk VYVYVYI k onde K é o conjunto de todas as barras adjacentes à barra k , incluindo a própria barra k { }( )kkK Ω∪= . Sabendo que kmkmkm jBGY += e mmm VV θ= , ( )∑ ∈ += Km mmkmkmk VjBGI θ e a injeção líquida de potência kS é dada por: ( ) ( ) ( )∑∑ ∑ ∈∈ ∈ −−=−−= = +==+= Km mkkmkmmk Km mmkmkmkk Km mmkmkmkkkkkkk jBGVVVjBGV VjBGVIVjQPS θθθθ θθ * * ( )( )∑ ∈ +−= Km kmkmkmkmmkk jjBGVVS θθ sencos (VI.11) Separando as partes real e imaginária de (VI.11), tem-se: ( )∑ ∈ += Km kmkmkmkmmkk BGVVP θθ sencos (VI.12) ( )∑ ∈ −= Km kmkmkmkmmkk BGVVQ θθ cossen (VI.13) Exercício VI.2 – Para o sistema de 4 barras da Figura VI.2, escrever as expressões das injeções de potência de cada barra, considerando que a Barra 1 é a referência (Vθ), a Barra 3 é de tensão controlada (PV) e as demais são barras de carga (PQ). Considerar a matriz admitância conhecida e dada por: Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 10 de 12 jBGY += = 444341 34333231 232221 14131211 0 0 GGG GGGG GGG GGGG G = 444341 34333231 232221 14131211 0 0 BBB BBBB BBB BBBB B Exemplo VI.4 (Provão 1998) – Questão relativa às matérias de Formação profissional Específica (Ênfase Eletrotécnica). Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 11 de 12 Média (escala de 0 a 100) % escolha Brasil Região Sul Instituição Brasil Região Sul Instituição 20,8 Não disponível 15,5 Não disponível Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente O estudo do fluxo de carga – Sérgio Haffner Versão: 10/9/2007 Página 12 de 12 Exercício VI.3 – Sabendo que os dados do circuito de 4 barras e 4 ramos (3 linhas e 1 transformador defasador com relação não nominal) da Figura VI.4 estão em grandezasnormalizadas (pu), determinar o solicitado: 2,002,0 j+ 01,0j 01,0j 0,55,0 j− 5,0j− 12,005,0 j+ 02,0j 02,0j o1095,0:1 %10 1 2 3 4 1I 3I 4I 2I1V 2V 3V 4V Figura VI.4 – Sistema exemplo de 4 barras. a) As expressões das injeções de corrente obtidas com a aplicação da Primeira Lei de Kirchhoff. b) A matriz admitância a partir das equações anteriores. c) A matriz admitância a partir das expressões da Seção VI.3. d) Sabendo que os fasores tensão das barras são dados por 011 =V , o595,02 −=V , o597,03 −=V e o50,14 =V , determinar as injeções de corrente nas barras. e) Para as mesmas tensões do item anterior, determinar as injeções de potência nas barras e as perdas totais na rede de transmissão. Exercício VI.4 (alternativo, sem transformador defasador) – Sabendo que os dados do circuito de 4 barras e 4 ramos (3 linhas e 1 transformador com relação não nominal) da Figura VI.4 estão em grandezas normalizadas (pu), determinar o solicitado: 2,002,0 j+ 01,0j 01,0j 0,55,0 j− 5,0j− 12,005,0 j+ 02,0j 02,0j 95,0:1 %10 1 2 3 4 1I 3I 4I 2I1V 2V 3V 4V Figura VI.4 – Sistema exemplo de 4 barras. a) As expressões das injeções de corrente obtidas com a aplicação da Primeira Lei de Kirchhoff. b) A matriz admitância a partir das equações anteriores. c) A matriz admitância a partir das expressões da Seção VI.3. d) Sabendo que os fasores tensão das barras são dados por 011 =V , o595,02 −=V , o597,03 −=V e o50,14 =V , determinar as injeções de corrente nas barras. e) Para as mesmas tensões do item anterior, determinar as injeções de potência nas barras e as perdas totais na rede de transmissão.
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