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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Araguaína Escola de Medicina Vetrinária e Zootecnia Curso – Zootecnia Fisiologia da Reprodução e Inseminação Profª: Ana Paula COMPORTAMENTO REPRODUTIVO ACADÊMICOS: Bruna Gomes, Giulliane Marques, Ranniere Rodrigues, Rhaiza Alves e Syandra Souza. Araguaína – To 2012 Introdução • Padrões comportamentais X necessidades do empreendimento zootécnico. – Confinamento, segregação, presença de elementos estranhos Comportamento Sexual • Vários padrões de corte, demonstrações, atv motoras → propagação das espécies – Coordenação → evolução de respostas a estímulos específicos – Expressão → sofre influência de hormônios • Comportamento sexual promíscuo em animais = vantagem zootécnica • A reprodução sofre influência de estruturas sociais pré- existentes e territorialismo. – Cervos/antílopes X coelhos/castores Sequência do Comportamento Sexual • Incitação sexual→ corte→ ereção→ protrusão peniana→ monta→ intromissão→ ejaculação→ desmonta→ refratariedade • Machos – Cheirar e lamber a fêmea – Reação de “Flehmen” – Estimulação táctil: ovinos/bovinos, equinos, suínos Reação de “Flehmen” • Fêmeas – Geralmente ↑ atv motora, inquietação, etc – Vacas e cabras→ urros e balidos inespecíficos – Porcas → grunhido específico – Vacas, cabras e porcas → montar e ser montada – Éguas → micção frequente na presença do macho – Ovelhas → deixam o rebanho à procura do carneiro – Postura de cópula: imobilização + desvio da cauda • Cabra e ovelha: virar a cabeça para trás • Porca: levantar as orelhas • Égua: expor o clítoris Monta – Tentativas de monta no proestro → sem sucesso – Fêmeas em estro: macho descansa o queixo → imobilidade → monta → impulsos pélvicos rítmicos Intromissão – Contração dos músculos abdominais → posicionamento – Intromissão retal → não resulta em ejaculação contrações musculares ponto fixo Ejaculação – Bovinos/ovinos: sêmen ejaculado próx. à cérvix – Suínos: no útero – Equinos: próximo ao útero – Carneiro/bode/touro: intensa contração muscular generalizada Refratariedade – Cessamento da atividade sexual após a cópula – Variável entre as espécies Frequência de cópulas – Fatores que afetam: espécie, raça, proporção M:F, espaço, período de descanso, clima e estímulo sexual – Touros/carneiros X garanhões/cachaços – Ovinos: 50 em 24 hs → média 10 exaustão – Caprinos: média 7 exaustão – Suínos: média 3 exaustão – Touros: 80 em 24 hs ou 60 em 6 hs → 21 exaustão Duração de cio – Fatores que afetam: espécie, raça, clima e manejo – Vacas/ovelhas: 1 dia – Período de receptividade curto = ovulação no final do cio – Período de receptividade longo = ovulação durante cio MECANISMOS DO COMPORTAMENTO SEXUAL Interações comportamentais: 4 fases – Procura por parceiros – Identificação do estado fisiológico do parceiro – Adoção da postura de cópula (fêmeas) – Reação de monta (machos) P/ a fêmea: estímulos visuais e tácteis P/ o macho: forma da fêmea e sua imobilidade – Visual, olfatório, informação acústica (complementar) Esteróides gonadais Ativam SNC Motivação sexual Cortéx e capacidades sensoriais: Privação da capacidade sensorial – ↓ habilidade detecção – Prejudica a orientação A privação de um sentido ↑ os demais Estímulos tácteis = respostas posturais da cópula (ex. porca) Touros/bodes: estímulos sensoriais do pênis Mecanismos neurais de ereção e ejaculação: Ereção ↔ sistema parassimpático (nervos dos segmentos sacrais) Influência da anatomia neuromuscular do pênis sobre a ereção: Touro/carneiro/cachaço: Pênis fibroelástico, pequeno em diâmetro, rígido Protrusão: estiramento da flexura “S” e relaxamento do músculo refrator Garanhão: Pênis vascular, sem flexura sigmóide Tamanho: variável entre o estado flacidez e ereção Influência do estímulo táctil (vagina) sobre a intromissão e ejaculação: Touro/carneiro: sensíveis à temperatura Garanhão: sensível à pressão exercida pelas paredes vaginais Cachaço: pressão do acoplamento da ponta do pênis à cérvix Fatores Que Afetam O Comportamento Sexual Fatores genéticos: – Touros de raças leiteiras X zebuínos – Cachaços Yorkshire X Duroc – Gêmeos idênticos → comportamento semelhante – Estimulação necessária para reação de imobilização na porca Fatores ambientais: – Efeito de Coolidge – Estímulo inespecífico – ex. choque no rato – Presença de outros machos – Estação e clima: fotoperíodo e temperatura Efeito da experiência: – Habilidade dos machos melhora c/ experiência – Motilidade uterina e transporte espermático – Efeito do macho sobre fêmeas em anestro COMPORTAMENTO SEXUAL ATÍPICO Fatores genéticos, distúrbios do sistema endócrino/nervoso e manejo inadequado Condições de cativeiro ↑ reações sexuais atípicas Homossexualidade – Machos jovens alojados juntos – Estímulos visuais Hiperssexualidade – ↑ excitação sexual – ↑frequência copulatória – ↑tentativas de cópula com machos jovens e fêmeas da mesma ou de outra espécie Hipossexualidade – Falhas na monta, ejaculação – Falta de libido Comportamento auto-erótico – Autoestimulação das respostas sexuais – Machos: masturbação (dietas com alto teor protéico) – Vacas: ninfomania – Éguas: cio irregular e prolongado (10 a 40 dias) Comportamento Reprodutivo nas Diferentes Espécies. BOVINOS E BUBALINOS. BOVINOS • A vaca é um animal poliéstrico anual. • Ciclo estral com duração de 21 a 22 dias • Cio dura de 18 a 19 horas. • Ovulação ocorre cerca de 10 a 12 horas após o fim do cio. Ação hormonal Estrógenos I. O estrógeno diminui a viscosidade e a cristalização do muco cervical no dia do cio, determinando a saída de um fio de muco claro pela vulva. II. Dilata a cérvix durante o cio de modo que um cateter pode ser passado facilmente até o útero mais facilmente que em qualquer outra fase do ciclo estral. III. Melhora a contratilidade ou tonicidade do útero. MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS Durante o proestro, o folículo pré-ovulatório secreta quantidades crescentes de estradiol, o que estimula a vaca a montar em outra vaca e inicia a secreção do muco cervical. Após o período que a vaca aceita a monta acontece à ovulação cerca de 10 a 12 horas depois do termino do cio. TOUROS O touro ejacula de 4 a 10 ml de sêmen, contendo de 0,8 a 2 bilhões de espermatozoides por mililitro. A concentração espermática é influenciada por: Idade do animal. Estação do ano. Frequência de ejaculação. CÓPULA BUBALINOS Bubalinos • Os búfalos são poliéstricos estacionais de dias curtos, semelhantemente aos ovinos e caprinos. • Sinais externos do cio menos intensos que os bovinos. Detecção do cio: Baixa incidência de comportamento homossexual durante o cio, isto é, o hábito das fêmeas montarem umas nas outras durante a fase de aceitação – A aceitação do macho é o sinal mais confiável para a detecção do cio. – A libido sofre influência direta das alterações climáticas Temperaturas Baixo índice da libido Monta Descarga de muco Vulva edemaciada . No bovino o comportamentode cio é previsível, no búfalo, ao contrário, é muito variável, e por este motivo fica difícil predizer o momento da ovulação, provavelmente ligada ao final deste período (Zicarelli, 1997). Recentemente foi desenvolvido um sistema, que funciona por radiotelemetria, para o estudo do comportamento reprodutivo e para detecção do estro. Esse sistema objetiva substituir a observação visual diária e determinar a fase estral com eficiência e precisão. Comportamento Reprodutivo Suínos Suínos A suinocultura busca, continuadamente a eficiência reprodutiva. Para tanto, o técnico precisa conhecer os aspectos reprodutivos que caracterizam a espécie. Fêmea Maturidade Sexual 5 – 6 meses Aptidão Reprodutiva 6 - 7 meses Ciclo Estral da Fêmea Poliéstrica anual Duração do Ciclo Estral 20 – 21 dias Duração do Cio 2 – 4 dias Duração da Fase Fértil 48 – 56 horas Óvulos Liberados por Cio 15 – 25 Local de Ejaculação Intra-uterino Gestação ± 114 dias Cio Pós-desmame 3 – 10 dias Pico Reprodutivo 4º - 5º parto Aspectos sobre a reprodução dos suínos Fases do Cio • Pré-Cio : “início do cio” – Fêmea inquieta – do apetite – Emissão de sons característicos – Vulva: vermelhidão e intumescimento regressivo – Secreção mucosa abundante – Salta sobre as companheiras – Não tolera salto 0 – 12 horas Apresenta reflexo de tolerância ao cachaço Não aceita o teste de monta 18 – 30 horas Apresenta reflexo de tolerância ao teste de monta 48 – 60 horas Não aceita teste de monta • Cio • Pós-cio Fêmea não tolera mais o cachaço Desaparece a vermelhidão e intumescimento da vulva Cessa o corrimento Volta o apetite Comportamento normal Não aceita mais o estímulo do homem Macho Atenção especial ao reprodutor deve ser dada, visto sua maior importância no rebanho em relação a fêmea. Dentro de uma criação o cachaço tem diversas funções: – Auxílio da detecção do cio – Desencadeamento no reflexo de tolerância – Realização de cobertura – Fornecimento de esperma Monta Realizada nas horas mais frescas do dia. Não é aconselhável que o cachaço realize coberturas mais de uma vez por dia, nem 6 dias consecutivos. No caso do reprodutor realizar duas coberturas/dia, estas devem ser realizadas em intervalos mínimos de 6 – 8 horas. Fases da Monta Fases de Monta: – Prelúdio; – Monta; – Descida. Sistema de Monta: – Monta livre; – Monta controlada. Equinos Uma das maiores dificuldades encontradas para bons índices no manejo reprodutivo dos equinos é a grande variação na duração do cio. Conhecer o comportamento sexual é uma vantagem na execução de programas de reprodução dentro de uma propriedade. Comportamento Reprodutivo Equino • Em condições naturais, o cortejo sexual do equino é prolongado e é composto por uma série de comportamentos de interação entre o macho e a fêmea. • Tais comportamentos culminam em estimulação sexual, ereção e cópula. A égua assume uma postura característica de micção, A cauda fica levantada, A urina é expelida em pequenas quantidades O clitóris é exposto através de contrações rítmicas e prolongadas. • A vulva aumenta de volume e fica edemaciada; • Os lábios vulvares ficam frouxos e se abrem facilmente para o exame; • A vulva fica vermelha ou alaranjada, úmida e brilhante, coberta por uma fina camada de muco transparente • Segundo Mills e Nankervis (2005), pode-se enumerar os passos que levam à cópula. Ocorre o estímulo do flehmen – (substâncias químicas potencialmente excitantes); O garanhão cavalga ostensivamente na frente da égua com um passo alto; Ocorre então a aproximação frontal entre as partes; Os animais se cheiram mutuamente; A égua se mostra receptiva – solta algumas gotas de urina contendo sinais químicos que denunciam seu estado e expõe seu clítores; Ocorre a exposição do pênis do cavalo – cheira a vulva da égua, lambe as gotas de urina...vê se estar mesmo no cio; Se for constatada a receptividade da fêmea ocorre então a monta e a cópula. O aumento e estabilização dos níveis plasmáticos dos esteroides gonadais podem ser considerados os fatores de ativação do sistema nervoso central que desencadeiam a motivação sexual. Aceita a monta Imagens da Internet Imagens da Internet Vídeo Comportamento Reprodutivo de Ovinos e Caprinos Caprinos e ovinos Interação sócio-sexual - frequência de acasalamentos, receptividade do heterossexo, acuidade sensorial, idade, experiência prévia do indivíduo e ordem de dominância social... Juntos só período de reprodução. Cortejos e atitudes - aproximar os gametas, masculino e feminino. Ejaculações: 10 para ovinos e podendo atingir 30-40; 7 para caprinos e podendo atingir 14. Ciclo estral: 17 e 21 dias para ovelhas e a cabras, respectivamente. Cio: 24 – 36h ovelha e 24 - 48h cabras. Proporção macho-fêmea: 1:30 em ovinos e 1:50 caprinos. O comportamento sexual pode ser dividido em duas fases: Fase preparatória ou de cortejo Fase consumatória ou de cópula Fase preparatória ou de cortejo Atos de fungar e lamber Reação de Flehmen” Estímulo táctil - ato de fossar e lamber a região perineal. Urinar, frequentemente, impaciente durante o período de estro. Comportamento homossexual – excepcionalmente nas ovelhas. Na presença de um macho, a fêmea cheira seu períneo ou a região escrotal a movimentos circulares. Proestro (fase não receptiva), tentativas de monta; o pênis fica parcialmente ereto e se projeta do prepúcio, excreta “respingos”. Esquema do comportamento sexual nas fases de cortejo Fase consumatória ou de cópula Na monta, o macho repousa o queixo sobre a fêmea, que responde imobilizando-se. O macho monta, “fixa” seus membros dianteiros ao redor da fêmea, agarra-se firmemente e executa arremetidas pélvicas rítmicas. Obrigado!!!