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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Geociências Departamento de Geografia Curso de Geografia GEO 01183 – Geografia Econômica MATERIAIS DE GEOGRAFIA ECONÔMICA SEMESTRE 2015/1 Prof. Paulo Roberto R. Soares Porto Alegre, abril/2015 2 GEOGRAFIA ECONÔMICA – UMA INTRODUÇÃO Fonte: Mackinnon, D. & Cumpers, A. An Introduction to Economic Geography: Globalization, Uneven Development and Place. Essex: Pearson Education, 2007, p. 21- 41. Economia- trata dos processos interrelacionados de produção, circulação, intercâmbio e consumo, através dos quais a riqueza é gerada. A produção envolve a combinação de terra (incluindo recursos naturais), capital e trabalho, chamados de fatores de produção, visando produzir mercadorias. A riqueza das sociedades em que domina o modo-de-produção capitalista apresenta-se como uma "imensa acumulação de mercadorias" (Karl Marx, Zur Kritic der politischen Oekonomie, 1859). As sociedades humanas organizam e estruturam suas atividades econômicas nos modos de produção. Estes podem ser definidos como sistemas econômicos e sociais que determinam como os recursos são desenvolvidos, o trabalho é organizado e a riqueza é distribuída. Geografia Econômica- questões concretas sobre a localização e a distribuição da atividade econômica, o papel do desenvolvimento geograficamente desigual e os processos locais e regionais de desenvolvimento econômico. Questões-chave da Geografia Econômica: "o quê?" (o tipo de atividade econômica) "onde?" (a localização) "por quê?" (explicação da localização) Consequências e implicações de determinados arranjos e processos espaciais. Três temas chave: i) a distribuição geográfica e a localização dos fenômenos econômicos. Descrever e mapear a distribuição das atividades econômicas. Respondea questões básicas de "o quê?" e "onde?". ii) explicar e compreender estas distribuições espaciais e os padrões da atividade econômica. Abordagem histórica. Envolve questões mais avançadas de "por quê?" e "como?" iii) relação da geografia econômica com gestores políticos e econômicos no setores público e privado. Recomendações sobre determinados temas e problemas geográficos. Atualmente as abordagens dominantes na Geografia Econômica relacionam esta disciplina com a Economia Política. 3 Economia Política- analisa a economia a partir de seu contexto político e social, indo mais além de considerar a economia como uma instância dirigida por conjunto próprio de leis e baseada apenas no interesse de atores individuais. Ao relacionar-se com a Economia Política a Geografia Econômica também aborda questões relativas à: - relações sociais: que determinam os laços entre economia e sociedade. Corrente hegemônica da economia - apoiada na premissa da racionalidade individual. Economia Política - a atividade econômica está alicerçada nas relações sociais. - poder: reconhece o papel do poder na determinação das relações sociais. - instituições e construção de mercados: o mercado é muito mais uma entidade socialmente construída, do que um fenômeno natural e auto-regulado. ABORDAGENS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA A Geografia Econômica sempre esteve estreitamente relacionada com a Economia. Geografia Econômica: entre a “colonização” da Economia e a importância do Espaço Geográfico na explicação da realidade social VISÕES DO ESPAÇO NA GEOGRAFIA ECONÔMICA Espaço “recipiente” dos processos econômicos, sociais e ambientais Determinismo: a organização econômica é determinada pelas características ambientais. Possibilismo: a influência do meio não é determinante na organização social Análise Espacial: modelos matemáticos e geométricos sem contexto histórico. Espaço “reflexo” da sociedade: Materialismo Histórico e Dialético Espaço como “construção social”: espaço como determinante e determinado da sociedade com a mesma importância que o econômico e o social (produtor, condição e produto da sociedade) 4 QUATRO CORRENTES PRINCIPAIS: Geografia Econômica Tradicional Geografia Econômica Descritiva do século XIX até a década de 1950 Análise Espacial Geografia Econômica Quantitativa 1890-1930 1960-1970 Economia Política Geografia Econômica Marxista 1970-1990 Geografia Econômica Cultural-Institucional Nova Geografia Econômica a partir dos anos 1990 Geografia e Economia: desenvolvimentos paralelos, características distintas. Ciência Econômica- economia governada pelas forças de mercado que basicamente opera com as mesmas características em todos os lugares, independente do espaço e do tempo. Mercado- compradores e vendedores, auto-regulado, equilíbrio, forças da demanda e da oferta, recursos escassos. Economia Neoclássica - baseada na ideia de "homo economicus". As pessoas agem de forma racional e por interesse próprio, avaliando constantemente alternativas com base na relação custo-benefício. Economia: disciplina teórica adotando métodos das ciências exatas e naturais (matemática, física). Geografia Econômica: forte conteúdo empírico e prático. Como disciplina a Geografia Econômica cresceu menos com as preocupações dos economistas em generalizar e teorizar, e mais com o interesse dos geógrafos em descrever e explicar as particularidades econômicas de diferentes lugares e suas conexões com outros (Barnes and Sheppard, 2000). ABORDAGENS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA: CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: i) Geografia Econômica Tradicional: empírica, factual e descritiva, focalizada na compilação de informações sobre as condições econômicas e recursos particulares de determinadas regiões. A partir dos anos 1930: foco - das relações comerciais do sistema econômico global para a geografia estrita e limitada de regiões particulares. 5 ii) Análise Espacial em Geografia Econômica: anos 1950, crítica às abordagens tradicionais. - Teoria Econômica Neoclássica: fonte de conceitos para a Geografia Econômica Quantitativa nos anos 1950 e 1960. Modelos e Teorias de Localização: - Estado Isolado (Von Thünen, 1826) - Triângulo de Localização Industrial (A. Weber, 1929) - Teoria dos Lugares Centrais (W. Christaller, 1933) - Difusão de Inovações (Hagerstrand, 1953) Ciência Regional (Walter Isnard, 1954) Características do enfoque neoclássico na Geografia: - Metodologia dedutiva: concepção de mundo objetivo – padrões espaciais de variação - Espaço: problema de distância física entre lugar de produção e mercados - Distância física dos fatores de produção: terra, capital e trabalho - Desconsideração das características geográficas dos territórios. - Utiliza o conceito de equilíbrio dos mercados para o território - Nova Economia Geográfica ("nova geografia econômica") - nova versão da análise espacial, aplica técnicas de modelagem matemática para analisar questões como a localização industrial (Paul Krugman). iii) Economia Política na Geografia Econômica: final dos anos 1960, crítica à geografia quantitativa - irrelevância e desinteresse pelo social. Economia Política - base intelectual. A paisagem econômica se forma pelas conflitivas relações entre capital e trabalho, mediadas pelo Estado. Contraste com o estado de equilíbrio harmonioso postulado pela teoriaeconômica neoclássica. Anos 1970 - concentrou-se em estabelecer como o capitalismo produz paisagens geográficas específicas. Processos de reestruturação econômica. Anos 1980 - desenvolveu análises marxistas de situações e conjunturas específicas. Teoria de localização convencional: influência de matérias-primas, mercados, custos de transporte, Economia Política: trabalho (mão-de-obra) - disponibilidade, custos e qualificação - fator- chave da localização. 6 A GEOGRAFIA E OS ESTUDOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DESIGUAL: - Conhecer as condições sócio-territoriais (recursos naturais, humanos e tecnológicos) para o desenvolvimento - Conhecer os efeitos territoriais dos processos de desenvolvimento (e de subdesenvolvimento) - Avaliar os efeitos das políticas governamentais de desenvolvimento Principais Teorias: Gunnar Myrdal (1957): o subdesenvolvimento e a “teoria da causação circular cumulativa” - As forças de mercado atuam no sentido de aumentar e não de diminuir as desigualdades regionais; - Existe um processo de “causação circular cumulativo” na essência da explicação da ampliação das desigualdades entre países e regiões prósperos e pobres e a disparidade entre seus níveis de desenvolvimento; - Existe uma tendência inerente das forças de mercado para a criação de assimetrias regionais e esta tendência é mais acentuada quanto mais pobre é o país. - Desenvolvimento desigual e combinado do Capitalismo (Marx, Lenin, Trotsky) - Pólos de Crescimento (F. Perroux, 1955) - Teoria da Dependência (CEPAL, América Latina, década de 1960) - Sistema-Mundo (Wallerstein, 1979) e Economia-Mundo (Braudel, 1995) - Os dois Circuitos da Economia Urbana nos países subdesenvolvidos (Milton Santos, 1975-1979) Escola da Regulação (anos 1990): salienta o papel dos processos de regulação social na estabilização e sustentação do desenvolvimento capitalista. ' Cinco aspectos do capitalismo em particular: trabalho e relações salariais, formas de concorrência e organização empresarial, o sistema monetário, o Estado e as relações internacionais. Regime de Acumulação se estabelece quando estas forças atuam em consenso, gerando um longo período de crescimento estável. Modo de Regulação: conjunto de leis, normas, valores, hábitos, que medeiam a relação entre os atores e agentes do regime de acumulação e mantém a coesão social. 7 Regimes de acumulação: - Fordismo: após a depressão de 1930. Baseado na relação produção em série/consumo de massas, sustentado pelo crescimento dos salários dos trabalhadores e o incremento da produtividade. Estado intervencionista (keynesianismo) e Estado de Bem-estar Social (Welfare State). Crise do fordismo: final dos anos 1970. Novo regime de acumulação "pós-fordista" baseado na produção flexível. - Pós-fordismo: ênfase na pequena empresa, tecnologias avançadas de informação e comunicação, formas de consumo individualizadas. Outras denominações: acumulação flexível, capitalismo flexível, Toyotismo, Neotaylorismo Políticas neoliberais– redução do papel do Estado na economia, livre mercado, virtudes da empresa, da concorrência e do esforço individual. iv) Abordagem Cultural e Institucional na Geografia Econômica: nos anos 1990. "Nova Geografia Econômica" - estuda as relações entre a ação econômica e as práticas sociais e culturais em diferentes lugares. - Nova forma de analisar a relação espaço-economia-sociedade - Maior importância do espaço e do território na Geografia Econômica Quatro linhas principais da pesquisa: consumo; estudos de gênero; a importância do contato pessoal(face to face) nos negócios; e culturas e identidades corporativas em empresas e regiões. Economia Institucional: ênfase ao contexto social da vida econômica e da natureza evolutiva do desenvolvimento econômico. Origem: teoria dos Distritos Industriais (Alfred Marshall, 1890) Os "distritos industriais" são constituídos por aglomerações de grandes, pequenas e médias empresas interrelacionadas em microrregiões geográficas, produzindo bens em larga escala tanto para o mercado interno como para o mercado externo (principalmente). Novos elementos nas teorias de localização: - Maior flexibilidade de localização - Perda da influência dos fatores clássicos de produção (terra, capital, trabalho) - Proeminência dos fatores qualitativos (ou das externalidades) sobre os quantitativos *Fatores qualitativos: qualificação da mão-de-obra, capacidade de inovação, entorno progressista, capacidade organizativa 8 Novos Temas e Conceitos: - Desenvolvimento Endógeno e Desenvolvimento Local - Meio Inovador (território onde as redes de inovação se desenvolvem por aprendizagem dos atores sociais em suas múltiplas transações e interações) Temas da Geografia Econômica Cultural-institucionalista: - Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou Sistemas de Produção Localizados - Meios Inovadores, “Regiões que aprendem” - Regiões Ganhadoras e Regiões Perdedoras - Economias de Aglomeração - externalidades - Culturas do trabalho, História de Empresas - Cidades Globais J. H. Paterson. Uma Introdução à Geografia Econômica (1972) 9 Abordagens da Geografia Econômica TRADICIONAL ANÁLISE ESPACIAL ECONOMIA POLÍTICA CULTURAL / INSTITUCIONAL Base Teórica Empirismo positivismo materialismohistórico pós-modernismo e institucionalismo Principal fonte de idéias geografia clássica alemã, antropologia, biologia economia neoclássica economia política marxista, sociologia, história estudos culturais, economia institucional, sociologia econômica Concepção de Economia integrada aos recursos naturais e à cultura de um dado espaço dirigida por escolhas racionais de atores individuais estruturada pelas relações sociais de produção, dirigida pela concorrência e busca do lucro importância do contexto social; convenções e normas informais compondo a ação econômica Orientação Geográfica a) geografia comercial destacando o sistema comercial global b) geografia regional enfocando a singularidade dos lugares (regiões) formas gerais de organização espacial processos gerais do desenvolvimento capitalista; lugares passivos e vítimas dos processos gerais ênfase nos lugares individuais sob o contexto da globalização Foco Geográfico a) territórios coloniais b) regiões em destaque (Europa Ocidental, América do Norte) c) zonas rurais e geograficamente marginais Regiões urbano- industriais da América do Norte e Europa Norte- Ocidental (Grã- Bretanha e Alemanha) Regiões urbano- industriais da América do Norte e Europa Norte- Ocidental Regiões economicamente periféricas, especialmente América Latina Regiões em crescimento nos países desenvolvidos. Centros financeiros globais. Lugares de consumo global. Sistemas produtivos locais Principais tópicos de pesquisa Efeitos do meio natural sobre a produção e o comércio. Identificação das economias regionais Localização industrial. Organização dos sistemas urbanos. Difusão espacialdas inovações. Padrões de uso da terra e do solo urbano Processo de urbanização. Reestruturação industrial nos países desenvolvidos. Desenvolvimento desigual global e subdesenvolvimento Bases sociais e institucionais do desenvolvimento econômico. Identidades corporativas. Serviços financeiros. Culturas do trabalho. Métodos de Pesquisa Observação direta e trabalho de campo Análise quantitativa baseada em resultados de enquetes e dados secundários Reinterpretação de dados secundários baseada em categorias marxistas. Entrevistas Entrevistas, qualitativas. Análise de discurso. Etnografias. Observação participante Fonte: adaptado de Mackinnon, D. & Cumbers, A. (2007) An Introduction to Economic Geography (p. 23). 10 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO SISTEMA ECONÔMICO Geografía Económica: la lógica espacial del capitalismo global. Riardo Méndez, 1997. A atividade econômica é uma das dimensões básicas da realidade social, destinada à obtenção de uma série de bens econômicos a partir de um processo de produção baseado na utilização de recursos escassos, suscetíveis de usos alternativos e no aporte de trabalho humano para sua posterior distribuição entre os membros da sociedade com o objetivo de suprir suas necessidades. Perspectiva Geográfica: - Abarcar de forma panorâmica os múltiplos aspectos da realidade econômica - Analisar as atividades existentes em um território - Comparar a situação econômica de territórios distintos Bens Econômicos: “A riqueza das sociedades onde rege a produção capitalista configura-se em imensa acumulação de mercadorias” “A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia” Karl Marx, O Capital, vol. 1, livro 1, capítulo I (A Mercadoria) Bens Econômicos: Quanto à Natureza Materiais mercadorias Imateriais serviços, informação Quanto ao Uso Bens de Produção utilizados para a produção de outros bens maquinário, instalações Bens de Consumo bens finais, mercadorias Duráveis consumo de longo prazo eletrodomésticos, automóveis, móveis Não Duráveis consumo imediato alimentos, bebidas, vestuário Bens Intermediários utilizados no processo produtivo ou em tarefas auxiliares deste insumos, combustíveis, produtos químicos, embalagens Processo Econômico: fases 11 - Produção: obtenção de bens materiais e serviços - Intercâmbio: troca - Consumo: satisfação das necessidades - Economias Tradicionais: subsistência (fechadas na unidade familiar) - Economias de Excedente: intercâmbio (troca, escambo, comércio) De: M – D – M Para: D – M - D Processo de Produção – Intercâmbio – Consumo: - Aumento constante e contínuo da capacidade de produção - Separação funcional e espacial da produção e do consumo (divisão técnica do trabalho) - Especialização das tarefas e funções (divisão social do trabalho) - Fragmentação da produção e do trabalho no território (divisão espacial ou territorial do trabalho) Circuito Econômico: de caráter permanente e densidade variável segundo os territórios Fluxos: Materiais: matérias-primas, energia, mercadorias, resíduos Monetários: capitais, salários, pagamentos, dívidas, empréstimos Informação: mercado consumidor, publicidade, processo de produção Mercado: De Produtos: bens e serviços De Fatores: terra, capital, trabalho (recursos ou insumos utilizados pelas empresas para realizar suas atividades) Estado: intervém em maior ou menor grau no funcionamento da economia (regulação) A identificação da estrutura e dos componentes do circuito econômico tem conseqüências práticas de interesse da Geografia, a primeira das quais é sobre o tipo de indicadores utilizados para identificar as características econômicas dos territórios, onde podemos utilizar indicadores relativos à produção (que medem o potencial de geração de riquezas) ou de consumo (relacionados com a idéia de medir o bem estar da população). 12 Funcionamento do Circuito Econômico Fatores de Produção Demanda oferta Trabalho - Dinheiro Oferta demanda Mercadorias Bens e Serviços Fonte: Cano, W. Introdução a Economia, 2007. Unidade de Consumo (famílias) Unidade de Produção (empresas) 13 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) Total de produção obtido em um ano em um dado território e em todo o tipo de atividades PRODUTO INTERNO BRUTO (Definição do IBGE): Total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras residentes sendo, portanto, a soma dos valores adicionados pelos diversos setores acrescida dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos na valoração da produção. Soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preço de mercado sendo, também, igual à soma das rendas primárias. Fundo Monetário Internacional (FMI) – 1948 Brasil – FGV (até 1990) e IBGE (atualmente). O método de cálculo do PIB foi estabelecida pelo economista britânico Richard Stone (1913-1991) na década de 1940. Sua adoção inclui-se nos Acordos de Breton Woods de reorganização da economia mundial no pós-guerra. O método de foi modificado diversas vezes, inclusive no Brasil. Por exemplo: até 2000, algumas atividades econômicas ficavam de fora das estatísticas ou tinham peso menor no cálculo do que seu real valor na economia. As mudanças econômicas levaram a mudar esta situação dando maior peso para os serviços. Fórmula de cálculo do PIB: PIB = C+I+G+X–M C – consumo privado X – volume de exportações I- investimentos realizados M – volume de importações G – gastos do governo O PIB pode ser expresso em três óticas: da produção é igual ao valor da produção menos o consumo intermediário, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos no valor da produção da demanda é igual à despesa de consumo final mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques, mais as exportações de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços da renda é igual à remuneração dos empregados mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação, mais o rendimento misto bruto mais o excedente operacional bruto 14 PIB Brasileiro 2014: R$ 5,521 trilhões Valor Adicionado: valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo. É a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. Produto Interno Bruto somatório de toda a produção de um país Produto Nacional Bruto somatório da produção nacional Produto Interno Líquido PIB menos amortizações Renda Nacional PIL menos capitais que ficam com as empresas ou são pagos na forma de impostos Renda Familiar Disponívelrenda nacional menos impostos e contribuições sociais pessoais e/ou familiares Renda Per Capita renda familiar dividida pela população PIB per Capita PIB dividido pela população PIB e PIB-PPA O Produto Interno Bruto é a soma do valor bruto agregado por todos os produtores residentes no país, mais os impostos à produção, menos os subsídios que não são incluídos no valor dos produtos. Calcula-se sem efetuar deduções para levar em conta a depreciação dos bens fabricados ou o esgotamento e a degradação dos recursos naturais. O Produto Interno Bruto em termos da Paridade do Poder Aquisitivo (PPA ou PPP em inglês*) é o PIB convertido em dólares internacionais ao tipo de cambio da PPA. Um dólar internacional tem o mesmo poder aquisitivo respeito ao PIB de um país que um dólar dos Estados Unidos respeito ao PIB estadunidense. *PPP – purchasing power parities PIB Mundial: U$ 71,3 trilhões X PIB PPP Mundial: U$ 82,8 trilhões 15 PRINCIPAIS ECONOMIAS DO MUNDO A PARTIR DO PIB País PIB País PIB-PPP 1 Estados Unidos 16.000 1 Estados Unidos 17.057 2 China 9.240 2 China 16.080 3 Japão 4.902 3 Índia 6.698 4 Alemanha 3.635 4 Japão 4.791 5 França 2.735 5 Alemanha 3.590 6 Reino Unido 2.522 6 Rússia 3.329 7 BRASIL 2.245 7 Brasil 2.955 8 Rússia 2.097 8 França 2.481 9 Itália 2.071 9 Indonésia 2.314 10 Índia 1.877 10 Reino Unido 2.292 11 Canadá 1.825 11 Itália 2.040 12 Austrália 1.560 12 México 1.971 13 Espanha 1.358 13 Coréia do Sul 1.679 14 Coréia do Sul 1.305 14 Canadá 1.497 15 México 1.261 15 Espanha 1.485 * Em U$ Bilhões. Fonte: Banco Mundial 2014 (Ano-base 2013) Mercosul e América Latina País PIB (U$ mil) PIB PPP PIB per capita Brasil 2.245.673 2.955.259 11.208 Argentina 611.755 ? 14.766 Uruguai 55.708 64.499 16.351 Paraguai 29.948 51.967 4.403 Venezuela 438.283 544.097 14.415 Chile 277.199 370.579 15.732 México 1.260.914 1.971.219 10.307 Cuba 68.233 208.861 6.051 RS 6,3% do PIB brasileiro em 2013 Setores da Economia: Primário – 5,47% Secundário – 27,53% Terciário – 67,00% 16 Participação dos Principais Estados no PIB Brasileiro Estado Participação Acumulado São Paulo 32,1 32,1 Rio de Janeiro 11,5 43,6 Minas Gerais 9,2 52,8 Rio Grande do Sul 6,3 59,1 Paraná 5,8 64,9 Santa Catarina 4,1 69,0 Distrito Federal 3,9 72,9 Bahia 3,8 76,7 Goiás 2,5 78,2 Pernambuco 2,3 80,5 FONTE: IBGE, 2014. INDICADORES QUALITATIVOS: Tentam medir e expressar a qualidade de vida da população, indo mais além do acesso aos bens materiais. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) Oferece um contraponto ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento Saúde expectativa de vida ao nascer Educação i) média de anos de educação dos adultos (acima de 25 anos) ii) a expectativa de anos de escolaridade Renda Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridadede compra (PPP) IDH Estados Brasileiros Distrito Federal 0.863 Rep. Tcheca - Grécia São Paulo 0.789 Kuwait - Rússia Rio de Janeiro 0.782 Bulgária - Arábia Saudita. Santa Catarina 0.773 México – Costa Rica Rio Grande do Sul 0.769 Líbia - Sérvia BRASIL 0.730 Jamaica - Armênia Maranhão 0.635 Guiana - Botswana Alagoas 0.612 Namíbia - Vietnã Fonte: PNUD/ONU 2012-2013. 17 IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES PRODUTIVOS MENDEZ, R. Geografía Económica. La lógica espacial del capitalismo global. Barcelona: Ariel, 1997 Sistema Produtivo: conjunto de agentes e relações produtivas que tem lugar sobre um espaço determinado. Empresas: unidades básicas de atuação e decisão no sistema produtivo, dedicadas à obtenção, transformação e/ou distribuição de bens e serviços, que supõem o aporte de trabalho e geram um valor adicionado como resultado de suas atividades. Unidades Familiares: unidades de consumo. Formam o potencial de recursos para o processamento das atividades produtivas (força de trabalho). Incluem também os empresários e os proprietários de fatores de produção (trabalho, terra e capital). Governo: arrecada receitas provenientes dos impostos e do lucro de suas próprias empresas (estatais). “Devolve” os recursos na forma de despesas (gasto público) e no fornecimento de serviços à sociedade (saúde, educação, segurança, infraestruturas). Diferentes escalas do sistema produtivo: Mundial: divisão internacional do trabalho Nacional: divisão interregional do trabalho Regional: escala estadual ou de uma região Metropolitana: aglomerações, áreas e regiões metropolitanas Urbana: economia urbana Local: sistemas locais de produção (local, urbano ou regional) OS SETORES ECONÔMICOS (COLIN CLARK, 1940) Atividades básicas: obtenção, transformação e distribuição de bens e serviços. SETOR PRIMÁRIO: atividades extrativas Dedicado à obtenção de recursos naturais do solo e do subsolo Inclui: mineração – agricultura – pecuária – pesca – aquicultura - silvicultura e exploração florestal 18 Agropecuária familiar e empresarial. tradicional e modernizada Agroindústria unidade produtiva que transforma o produto agropecuário para sua utilização intermediária ou final Complexo Agroindustrial integração agricultura/indústria. cadeia produtiva que reúne indústrias à montante (máquinas, insumos) – produção agropecuária – indústrias à jusante (beneficiamento e transformação da produção) A modernização da agricultura e a formação do complexo agroindustrial colocam em questão a definição do Setor Primário que cada vez mais realiza suas atividades apoiado pelos setores secundário e terciário. SETOR SECUNDÁRIO: atividades industriais Dedicado à transformação dos recursos naturais em bens de natureza diferente com incremento de valor no processo. Tipos de Indústria: de acordo com a finalidade e de acordo com a posição no processo de transformação TIPOS DE INDÚSTRIA De acordo com a finalidade: Indústrias Extrativas extração de recursos minerais através de maquinaria pesada (setor primário) Indústria de Beneficiamento transformação a matéria-prima em bens de consumo sem alterar a sua natureza Indústria de Transformação transformação da matéria-prima em bens intermediários e finais Indústria da Construção construção civil de imóveis familiares, industriais e comerciais infraestruturas (rodovias, usinas, barragens, sistemas de saneamento e de transporte) De acordo com a posição no processo de transformação: Indústrias de Base transformação da matéria-prima bruta (siderurgia, petroquímica, celulose) Indústria de Bens Intermediários produtos para a produção de outros produtos (peças, componentes, químicos, plásticos, embalagens) Indústria de Equipamentos maquinário para outras indústrias Indústria de Bens de Consumo produção de bens finais (mercadorias) para a população Duráveis automóveis, eletrodomésticos, móveis Não duráveis têxtil, vestuário, alimentícia 19 SETOR TERCIÁRIO: atividades necessárias ao intercambio e distribuição de mercadorias e à reprodução do capital e da força de trabalho. Comércio, serviços às empresas, serviços às pessoas, transporte, circulação e comunicações, administração pública e funções do Estado. Setor heterogêneo, que abrange desde as funções do Estado até a economia informalCARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS: - Titularidade da empresa: públicos ou privados - Tipo de consumo: final ou intermediário - Grau de modernidade: tradicionais ou modernos - Frequência do consumo: banais ou raros TIPOLOGIA DO SETOR TERCIÁRIO Comércio Atacadista (a maior) venda em grandes quantidades a varejistas, empresas e clientela institucional. Em geral, esta venda é uma etapa intermediária da distribuição de mercadorias. Varejista (a menor) venda de mercadorias em pequenas quantidades para o consumidor final Varejo sem lojas mala direta, comércio eletrônico Serviços para as pessoas saúde, educação, assistência social, transportes, comunicações, lazer, serviços domésticos, religiosos para as empresas consultoria, contabilidade, programação, propaganda, marketing, transportes (logística), comunicações, informação finanças bancos, seguros, gestão imobiliária Administração Gestão atividades de gestão política, econômica e social, defesa, relações internacionais Outros setores em discussão: QUATERNÁRIO pesquisa, inovação tecnológica, propaganda (autonomia do terciário) QUINÁRIO pesquisa de ponta, novas tecnologias (genética, biotecnologia, nanotecnologia, engenharia nuclear, pesquisa espacial) 20 TerCIArização crescimento do setor terciário em uma dada economia TerCEIrização distribuição de atividades internas das empresas para outras empresas Terceiro Setor organizações não-governamentais, movimentos sociais, cooperativas Primeiro: privado - Segundo: estatal - Terceiro: não-governamental Teoria dos Setores Econômicos de Colin Clark Desenvolvimento econômico das sociedades: Fases: crescimento – maturidade - declínio Setor primário secundário terciário quaternário. Fonte: CLARK, C. (1940) The Conditions of Economic Progress. Daniel Bell (1973) – “sociedade pós-industrial”: declínio do emprego industrial e dominância do emprego nas atividades terciárias. Críticas: - Setor terciário é heterogêneo - Ganhos de produtividade da indústria e da agricultura reduzem força de trabalho - Novas formas de organização do trabalho industrial incluem cada vez mais serviços ligados à produção - A vida cotidiana e econômica é cada vez mais dependente de produtos industriais 21 Nas condições atuais da economia, o estudo do chamado setor terciário impõe que se levem em conta, de um lado, a existência de novas atividades terciárias, nem sempre discerníveis sob as condições atuais da coleta estatística; e, de outro lado, a heterogeneidade fundamental do setor como definido oficialmente, heterogeneidade que as estatísticas oficiais mascaram. O terciário, hoje, permeia as outras instâncias (primário e secundário) cuja definição tradicional esmigalha e, sob formas particulares em cada caso, constitui o elemento explicativo da possibilidade de existência com êxito de inúmeras atividades, sobretudo daquelas mais importantes. (Milton Santos, Espaço e Sociedade, 1982). A diversidade de natureza, funções e de modalidades de geração, transporte e consumo de serviços na sociedade moderna dificultam grandemente sua apreensão teórica. É possível, pois, que reduzir os serviços de forma proveitosa para seu estudo científico seja, por si, tarefa árdua. (Jimenez y Utrilla. Los Servicios y el Territorio, 1992). Não há crescimento de atividades de serviço (informacionais) sem crescimento de atividades industriais. Ao contrário, o declínio de atividades industriais provoca o declínio de atividades de serviços. A revolução informacional coloca no primeiro plano as potencialidades e a exigência de superação desta divisão – as redes tele-informáticas e os bancos de dados setoriais já inscrevem nos fatos (apesar das enormes pressões da rentabilidade e da tecnocracia) uma estreita interconexão entre produção e serviços. (Jean Lojkine, A Revolução Informacional, 1999). 22 Composição do PIB de países selecionados (%) País primário Secundário Terciário EUA 1,1 22,1 76,8 Suíça 1,3 27,7 71,1 Alemanha 1,6 24,6 73,8 Japão 1,4 24,0 74,6 Brasil 5,5 27,5 63,0 China 10,1 46,8 43,1 Argentina 10,0 30,7 59,3 Coréia do Sul 2,6 39,3 58,2 Moçambique 28,4 26,9 44,7 Guatemala 13,3 24,0 62,7 Bolívia 12,0 38,0 50,0 Gabão 5,1 53,9 41,0 Fonte: The World Factbook (CIA). Distribuição da Força de Trabalho País primário secundário Terciário EUA 0,7 20,3 79,0 Suíça 3,4 23,4 73,2 Alemanha 0,8 28,1 71,1 Japão 3,9 26,2 69,8 Brasil 20,0 14,0 66,0 China 30,7 28,7 34,6 Argentina 5,0 23,0 72,0 Coréia do Sul 6,4 24,2 69,4 Moçambique 81,0 6,0 13,0 Guatemala 38,0 14,0 48,0 Bolívia 40,0 17,0 43,0 Gabão 60,0 15,0 25,0 Fonte: The World Factbook (CIA). 23 TIPOS DE PAÍSES INDUSTRIALIZADOS: 1 países de industrialização madura Elevado grau de industrialização, produtividade e renda per capita. Taxa declinante de crescimento industrial (ex.: Coreia do Sul e Taiwan) 2 países de industrialização rápida Crescente participação das manufaturas no produto, emprego e exportações, mediante políticas industriais e de incentivo às exportações que favorecem elevadas taxas de investimento doméstico e graduação tecnológica (ex.: China e Índia) 3 países de industrialização de enclave Aumentaram sua participação na exportação de manufaturados, mas com desempenho pobre em termos de investimento, valor agregado manufatureiro e produtividade totais (ex.: México e Filipinas) 4 países em vias de desindustrialização Alcançaram certo grau de avanço industrial, mas não foram capazes de realizar um processo dinâmico de mudança estrutural mediante a rápida acumulação de capital e crescimento do PIB. Apresentam queda ou estagnação do investimento e participações declinantes da produção manufatureira no PIB (ex.: Brasil e Argentina) 5 países de baixa industrialização Obtiveram forte crescimento mediante a intensificação da exploração de recursos naturais abundantes. No entanto, essas economias têm demonstrado desempenho fraco em termos de valor agregado em manufaturas e de exportações industriais (ex.: Chile). Fonte: relatório da UNCTAD "Trade and Development Report"(2003) TIPOS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO: DEFINIÇÃO E CAUSAS TIPO DEFINIÇÃO CAUSAS Desindustrialização "natural" Perda relativa de participação da indústria no emprego e no PIB com o crescimento da renda per capita. Elasticidade-renda dos serviços torna- se maior do que dos produtos industriais com o aumento de renda da população. Crescimento da produtividade maior na indústria que nos serviços altera os preços relativos dos produtos industriais e “libera” mão de obra. Desindustrialização "precoce" Perda relativa de participação da indústria no emprego e PIB antes do crescimento da renda per capita ao nível do observado nos países desenvolvidos - “Doença holandesa” - Regime Macroeconômico - Globalização produtiva e comercial - Ilusão estatística Fonte: Torres e Cavaliere da Silva (2012) - ANPEC 24 PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA NO PIB NACIONAL Fonte: DIEESE (2011). Dados do IBGE. OS SETORES ECONÔMICOS:NOVAS ABORDAGENS Classificação Setorial das Atividades segundo Browning & Singelmann (1975) Atividades Extrativas agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, mineração Indústria de Transformação construção, alimentação, têxtil, metalúrgica, química, empresas de serviços públicos (água, telefonia, energia) Serviços de Produção serviços financeiros, seguros, imobiliárias, contabilidade, serviços jurídicos, serviços de engenharia e arquitetura Serviços de Distribuição transporte e armazenagem, comunicações, comercio atacadista e varejista Serviços Sociais saúde, educação, serviços sociais, administração publica Serviços Pessoais restaurantes, hotéis, cultura, serviços pessoais Fonte: adaptado de R. Méndez, 1997, p. 238. 25 Communaute d’Etudes pour l’Amenagement Territoriale - CEAT (1987) Função de Produção Extração de recursos naturais Construção de Obras Públicas Indústrias de Transformação Função de Circulação Fluxos Físicos e de Pessoas (transporte e circulação, comércio atacadista) Fluxos de Informação (telecomunicações) Fluxos Financeiros (bancos, seguradoras, bolsa) Serviços as empresas Função de Distribuição Individual (comércio varejista, serviços pessoais, hotéis, restaurantes) Coletiva (saúde, educação, cultura, serviços sociais) Função de Regulação Administração Pública Organizações Privadas Organismos Internacionais Organizações Não-governamentais Fonte: adaptado de R. Méndez, 1997, p. 239. OS DOIS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA Milton Santos Cada circuito é definido: - pelo conjunto de atividades em um dado contexto - pela setor da população que está ligado a ele para trabalhar e consumir Pode-se afirmar que o fluxo do sistema superior está composto de negócios bancários, comércio de exportação e indústria de exportação, indústria urbana moderna, comércio moderno, serviços modernos, comércio atacadista e transporte O sistema inferior está essencialmente constituído por formas de fabricação de “capital não intensivo”, por serviços não modernos, geralmente abastecidos pelo nível de venda a varejo e pelo comércio em pequena escala e não moderno. No sistema superior podem-se distinguir atividades puras, impuras e mistas. - Atividades puras: indústria, comércio e serviços modernos. - Atividades impuras: indústria e comércio de exportação e bancos (seus interesses são manipulados por agentes de fora da cidade). - Atividades mistas: comércio de atacado e transportes (tem laços funcionais tanto com o circuito superior como com o circuito inferior). 26 Os circuitos Superior e Inferior da economia urbana diferenciam-se pelos graus de capital, tecnologia e organização. Existe uma oferta extraordinária de crédito desburocratizado, realizada por instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção. A complexa organização financeira do circuito superior, apoiada nos atuais sistemas técnicos e na propaganda, permite a expansão social e territorial dos seus mercados, evitando capacidades ociosas e invadindo os mercados tradicionalmente pertencentes ao circuito inferior. A voracidade do circuito superior conduziu a múltiplas e ainda pouco conhecidas formas de dominação da economia urbana pobre. Com a crescente financeirização da sociedade, as sinapses entre ambos os circuitos aumentam significativamente, e certos nexos modernos criam perturbações na vida social dos mais pobres. Essa é a oposição dialética que existe entre ambos circuitos. Nenhum deles pode ter autonomia de significado, porque não tem autonomia de existência. Ambos são opostos e complementares mas, para o circuito inferior, a complementaridade ganha a forma de dominação. (Maria Laura Silveira, 2009) CARACTERÍSTICAS DOS DOIS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA CIRCUITO SUPERIOR CIRCUITO INFERIOR Tecnologia uso intensivo de capital uso intensivo de força de trabalho Organização burocrática primitiva, não estruturada Capital importante escasso Mão-de-obra limitada abundante Salários regulares prevalecentes não requeridos Estoques grande quantidade e/ou alta qualidade pequena quantidade e/ou baixa qualidade Preços fixos negociáveis entre comprador e vendedor Credito institucional pessoal Margem de Lucro pequena por unidade e grande no volume grande por unidade mas pequena no volume Relação com consumidores impessoal personalizada Fonte: adaptado de SANTOS, M. (1979) Economia Espacial: criticas e alternativas, p. 127. 27 Milton Santos, Espaço e Sociedade, 1982. Consumo por classes nos dois circuitos da economia urbana Fonte: SANTOS, M. (1982) Espaço & Sociedade, p. 135. 28 Fonte: SANTOS, M. (1982) Espaço & Sociedade, p. 133. 29 OS FATORES DE PRODUÇÃO A capacidade produtiva dos sistemas nacionais, regionais ou locais esta condicionada pela disponibilidade de fatores de produção. Fatores de Produção: recursos ou insumos utilizados pelas empresas para realizar suas atividades. Fatores originários: terra (recursos naturais) e trabalho Fatores derivados: capital e tecnologia Fator Remuneração Definição Terra Renda remuneração originada da posse da terra por parte da classe dos proprietários fundiários (rurais e/ou urbanos) Trabalho Salário preço da mercadoria “força de trabalho” ou expressão monetária do seu valor de troca Capital Lucro parte da mais valia social apropriada pelo capitalista particular (empresas capitalistas) A mais-valia, ou seja aquela parte do valor total da mercadoria em que se incorpora o sobretrabalho, ou trabalho não remunerado, eu chamo . Este lucro não o embolsa lucro na sua totalidade o empregador capitalista. O monopólio do solo permite ao proprietário da terra embolsar uma parte desta mais-valia, sob a denominação de , renda territorial quer o solo seja utilizado na agricultura ou se destine a construir edifícios, ferrovias ou a outro qualquer fim produtivo. (...)O fato de ser a posse dos meios de trabalho o que possibilita ao empregador capitalista (...) apropriar-se de uma determinada quantidade de trabalho não remunerado, é o que permite ao capitalista que empresta o dinheiro, reivindicar para si mesmo outra parte desta mais-valia, sob o nome de .(Karl Marx, juro Salário, Preço e Lucro) 30 TERRA: conjunto de recursos naturais (solo, minerais) utilizados no processo de produção Questões relacionadas a este fator de produção: - A existência de recursos naturais abundantes é condição básica para o desenvolvimento - Os recursos naturais não são imutáveis, podendo ser substituídos, perder valor, utilidade ou função (carvão mineral, borracha natural) - O monopólio de grandes corporações e companhias transnacionais sobre os recursos naturais de países, geralmente do Terceiro Mundo - O passivo ambiental gerado nas áreas de grande exploração de recursos naturais, especialmente os minerais Renda da Terra A sociedade capitalista é estruturada em classes sociais: 3 Capitalistas – Trabalhadores - Proprietários de Terras Renda é o pagamento da transferência entre duas classes (capitalistas aos senhores de terra) do uso das propriedades naturais (originais e indestrutíveis)do solo. - Renda Absoluta: remuneração paga pelas piores terras, que determinam o custo de produção Renda Diferencial: de acordo com a fertilidade do solo, a localização e o capital aplicado na produção (tecnologia) Renda de Monopólio: qualidades únicas da terra No meio urbano: - Renda Absoluta: conversão das terras rurais em solo urbano - Renda Diferencial: referente à localização, infraestrutura e potencial construtivo - Renda de Monopólio: localização única (comércio) 31 TRABALHO: Conjunto de recursos humanos que compõem a força de trabalho existente em um dado território Quando estudamos um dado país do ponto de vista da Economia Política, começamos por sua população, sua divisão em classes, sua repartição entre cidades e campo, na orla marítima; os diferentes ramos da produção, a exportação e a importação, a produção e o consumo anuais, os preços das mercadorias etc. Parece que o correto é começar pelo real e pelo concreto, que são a pressuposição prévia e efetiva; assim, em Economia, por exemplo, começar-se-ia pela população, que é a base e o sujeito do ato social de produção como um todo. No entanto, graças a uma observação mais atenta, tomamos conhecimento de que isso é falso. A população é uma abstração, se desprezarmos, por exemplo, as classes que a compõem. Por seu lado, essas classes são uma palavra vazia de sentido se ignorarmos os elementos em que repousam, por exemplo: o trabalho assalariado, o capital etc. Estes supõem a troca, a divisão do trabalho, os preços etc. O capital, por exemplo, sem o trabalho assalariado, sem o valor, sem o dinheiro, sem o preço etc., não é nada. (Karl Marx, O método da economia política, in Contribuição à Crítica da Economia Política, 1859) Trabalho Produtivo: trabalho que produz a mais-valia diretamente Trabalho Improdutivo: formas de trabalho assalariado que não aumentam o volume da mais-valia social, mas que contribuem para a sua produção (administração, serviços sociais, serviços individuais) Características da Força de Trabalho: Volume número de pessoas em idade de trabalhar, estoque de empregos Taxa de crescimento crescimento natural e migratório da população e dos empregos Estrutura etária distribuição dos empregos por faixas etárias da população Estrutura de gênero proporção de homens e mulheres no mercado de trabalho 32 Qualificação nível educacional dos trabalhadores Distribuição participação dos setores de atividade no emprego População Economicamente Ativa - População em Idade Ativa (PIA): parcela da população com 10 anos ou mais - População Economicamente Ativa (PEA): parcela da PIA ocupada ou desempregada Ocupados - conjunto de pessoas que: - possuem trabalho remunerado exercido com regularidade; - possuem trabalho remunerado exercido de forma irregular, mas sem procura de trabalho diferente do atual. Desempregados - conjunto de pessoas em alguma das situações: - Desemprego aberto: à procura de trabalho - Desemprego oculto: pelo trabalho precário ou pelo desalento e outros (que não procuram emprego por desestímulo do mercado de trabalho ou por outras circunstâncias) Inativos - parcela da PIA que não está ocupada nem desempregada. Indicadores de Ocupação e Desemprego: Taxa Global de Participação: relação entre PEA e PIA. Indica a proporção de pessoas com 10 anos e mais incorporada ao mercado de trabalho como ocupada ou desempregada. Taxa de Desemprego Total: relação desempregados/PEA e indica a proporção da PEA que se encontra na situação de desemprego aberto ou oculto. Taxa de Ocupação: relação ocupados/PEA. Indica a proporção da PEA que se encontra na situação de ocupados. Exercito Industrial de Reserva: excedente de força de trabalho que não encontra colocação no mercado de trabalho Desemprego Conjuntural: porção da força de trabalho desempregada por questões conjunturais da economia (crise, recessão) 33 Desemprego Estrutural: porção da força de trabalho desempregada em função da substituição dos postos de trabalho por maquinário ou por novas formas de organização do trabalho e da produção Oferta e demanda de força de trabalho: - políticas populacionais e políticas migratórias - políticas de qualificação da força de trabalho Organização da força de trabalho ---> deslocamento industrial Revolução tecnológica ---> substituição do trabalho por maquinário Estrutura do Emprego na RMPA Indústria 17,00% Serviço Público 12,20% Comércio 18,20% Construção 6,30% Serviços 57,60% Outros - Fonte: PED/FEE Emprego e Desemprego na RMPA (PED/2014) Região Metropolitana de Porto Alegre Número de Ocupados 2012/2013 2011 2012 2013 2014 Indústria de Transformação 307 310 305 293 Construção 123 123 118 123 Comércio 348 349 358 342 Serviços 958 969 976 964 Total 1758 1771 1778 1740 Fonte: PED/RMPA. FEE, DIEESE 34 Brasil: Estoque de Empregos Formais por Setores 35 Setor de Atividade 2010 (%) 2013 (%) Primário 2010: 3,69% 2013: 3,73% Agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca 3,20 3,20 Extrativa mineral 0,49 0,53 Secundário 2010: 24,49% 2013: 23,76% Indústria de transformação 17,89 16,94 Serviços industriais de utilidade pública 0,91 0,90 Construção civil 5,69 5,92 Terciário 2010: 71,82% 2013: 72,01% Comércio 19,02 19,43 Serviços 32,55 33,49 Administração pública 20,25 19,09 RS: Estoque de Empregos Formais por Setores 36 Setor de Atividade 2010 (%) 2013 (%) Primário 2010: 3,14% 2013: 2,91% Agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca 2,93 2,68 Extrativa mineral 0,21 0,23 Secundário 2010: 31,13% 2013: 29,83% Indústria de transformação 25,60 24,22 Serviços industriais de utilidade pública 1,07 1,01 Construção civil 4,46 4,60 Terciário 2010: 65,73% 2013: 67,26% Comércio 20,05 20,44 Serviços 29,85 31,70 Administração pública 15,83 15,12 Fonte: RAIS. TEM Brasil RS RMPA Primário 3,73 2,91 0,31 Secundário 23,76 29,83 23,00 Terciário 72,01 67,26 76,69 CAPITAL: Conjunto de bens disponíveis destinados a produzir outros bens Capital líquido ou monetário: dinheiro Capital físico: bens de produção e materiais Capital Fixo: bens de produção duráveis que se acumulam no tempo e permitem elevar a capacidade produtiva do território (infraestruturas) Capital Constante: maquinas e instalações, matérias-primas Capital Circulante: que se consome no processo produtivo (pagamento de insumos, energia) Capital Variável: utilizado para adquirir a força de trabalho 37 O Capital I, 6º capítulo, “Capital constante e capital variável”. A parte do capital que se converte em meios de produção, isto é, em matéria-prima, matérias auxiliares e meios de trabalho, não modifica a sua magnitude de valor no processo de produção. Chamo-lhe, por isso, parte constante do capital, ou mais resumidamente: capital constante. A parte do capital convertida em força de trabalho modifica, pelo contrário, o seu valor no processo de produção. Reproduz o seu próprio equivalente e um excesso acima disso, a mais-valia, que pode, ela própria mudar, ser maior ou menor. De uma magnitude constante, esta parte do capital transforma-se continuamente numa variável. Chamo-lhe,por isso, parte variável do capital, ou mais resumidamente: capital variável». Composição Orgânica do Capital: Relação entre Capital Constante e Capital Variável Mais força de trabalho e menor capital constante: menor composição orgânica Menos força de trabalho e mais capital constante: maior composição orgânica O desenvolvimento técnico, impulsionado pela concorrência entre capitalistas, obriga-os a investirem em maquinaria (capital constante) que lhes permite produzir o mesmo com menos tempo de “trabalho vivo” (capital variável). Portanto, na sua busca pela reprodução de capital, tendem a investir mais em capital constante (k) e menos em capital variável (v), aumentando tendencialmente a composição orgânica do capital (coc) e diminuindo a taxa de lucro. A tendência da economia capitalista é a das empresas de maior composição orgânica do capital absorverem as de menor composição orgânica (concentração o capital). 38 Tecnologia: Mais recentemente considerada como um fator de produção. Conjunto de conhecimentos e métodos incorporados ao processo produtivo Concentração do Capital – fusão de capitais de um mesmo ramo sob o controle comum Centralização do Capital – fusão de capitais de diferentes ramos sob o controle comum O Circuito do Capital produção circulação Onde: FT = força-de-trabalho D = dinheiro P = produção M = mercadorias (insumos) M’ = mercadorias (bens de consumo finais) MP = matérias-primas D’ = dinheiro acrescido do lucro (mais valia) 39 Os Caminhos da Circulação do Capital Fonte: Harvey, D. O Novo Imperialismo (2004), p. 95. ESTRUTURAS DE MERCADO: Número de empresas ofertando um determinado produto, número de consumidores e nível de renda dos consumidores. Determinam as interações entre oferta e demanda de determinado produto. Concorrência perfeita: grande número de empresas vendedoras e compradoras de um produto homogêneo, cuja quantidade é determinada pelo mercado. O preço do produto é o vigente no mercado. Concorrência imperfeita: número limitado de vendedores ou compradores. Diferenciação do produto. Vendedores ou compradores influenciam os preços ou as quantidades a serem comercializadas. Estruturas de mercado – Oferta: Monopólio: estrutura de mercado em que com apenas um vendedor de um bem ou serviço. O preço do produto é determinado pelo vendedor. Oligopólio: estrutura de mercado com poucos vendedores e muitos compradores 40 Estruturas de mercado – Demanda: Monopsônio: estrutura de mercado com apenas um comprador, podendo ter muitos vendedores. Exemplo: agro-indústria Oligopsônio: estrutura de mercado com poucos compradores Concorrência Monopolística: grandes grupos compradores e grandes grupos vendedores. Exemplo: a distribuição no Brasil (grandes redes de supermercados e grandes corporações produtoras – AMBEV, BRF, Unilever... FASES DA CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA Imperialismo, fase superior do capitalismo (Lenin, 1916) 1. concentração da produção e do capital originando os monopólios 2. fusão do capital bancário e do capital industrial (formação do capital financeiro) 3. exportação de capitais 4. formação de uniões internacionais entre os grupos monopolistas 5. partilha territorial do globo entre os grandes grupos monopolistas Global 500 – As maiores do mundo em vendas Empresa País Empresa País 1. Wal-Mart EUA 6. British Petroleum RU 2. Royal Dutch Shell RU/Hol. 7. State Grid China 3. Sinopec China 8. Volkswagem Alemanha 4. China Nat. Petroleum China 9. Toyota Japão 5. Exxon Mobil EUA 10. Glencore Suiça Global 500 – por países País Empresas País Empresas 1. Estados Unidos 128 7. Coréia do Sul 15 2. China 95 8. Suíça 13 3. Japão 57 9. Holanda 13 4. França 28 10. Canadá 10 5. Alemanha 32 11. Itália 9 6. Reino Unido 28 13. Brasil 7 41 Brasileiras no Global 500 1 Petrobrás 28 2 Banco do Brasil 125 3 Itaú 138 4 Bradesco 203 5 Vale 218 6 JBS 251 7 Ultrapar 430 Brasil: as 15 Maiores Empresas (em vendas) Grupo Vendas (U$ milhões) Controle Acionário 1. Petrobrás 104.250 Brasil 2. BR Distribuidora 38.021 Brasil 3. Vale 27.986 Brasil 4. Ipiranga 23.416 Brasil 5. Raizen 17.891 RU/Holanda 6. BR Foods 12.471 Brasil 7. Bunge 11.590 Holanda 8. Volkswagen 11.037 Alemanha 9. Cargill 10.775 EUA 10. Braskem 10.338 Brasil 11. Fiat 10.332 Itália 12. Telefônica 10.183 Espanha 13. Ponto Frio 9.548 Brasil 14. Pão de Açúcar 9.476 França 15. JBS 9.211 Brasil Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2014. http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/ Brasil: os 20 Maiores Conglomerados Privados Grupo Empresas Empregados (mil) Controle Acionário 1. Petrobrás 160 105 Brasil 2. Vale 18 80 Brasil 3. Santander 26 54 Espanha 4. Odebrecht 257 159 Brasil 5. JBS - - Brasil 6. Itausa 250 122 Brasil 7. Ultrapar 38 9 Brasil 8. Pão de Açúcar 42 149 França/Brasil 9. Fiat 24 82 Itália 10. Gerdau 81 45 Brasil 11. Votorantim 213 41 Brasil 12. Telefônica 10 21,5 Espanha 13. Carrefour 15 - França 42 14. Bunge 27 21 Holanda 15. Oi Telemar 51 14 Brasil 16. Ambev 47 46,5 Bélgica 17. BR Foods 200 117 França 18. Walmart Brasil - 81,5 EUA 19. MMS Marfrig - - Brasil 20. HSBC 27 23,5 Reino Unido Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2012. http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/ 10 maiores empresas exportadoras (2013-2014) Os Maiores Bancos do Brasil Banco Cidade Ativo Total Depósitos À Vista Depósitos Poupança Depósitos Total BB BRASILIA 1.303.651.713 67.949.459 146.460.984 480.089.499 ITAU SAO PAULO 1.029.025.053 57.923.515 110.840.114 291.318.567 CEF BRASILIA 963.315.687 24.221.193 220.990.257 391.768.100 BNDES RIO DE JANEIRO 803.213.259 18.015.464 BRADESCO OSASCO 793.507.842 36.315.265 84.318.918 214.240.351 SANTANDER SAO PAULO 502.784.192 14.529.034 35.778.901 134.392.221 HSBC CURITIBA 163.277.372 11.895.205 7.222.455 58.067.538 SAFRA SAO PAULO 133.137.729 616.694 1.595.664 9.939.675 BTG PACTUAL RIO DE JANEIRO 117.004.288 204.436 19.559.454 VOTORANTIM SAO PAULO 97.325.670 164.981 5.878.282 BANRISUL PORTO ALEGRE 56.926.803 3.280.764 7.376.313 32.112.594 CITIBANK SAO PAULO 53.366.415 5.268.464 1.229.687 13.713.635 BCO DO NORDESTE FORTALEZA 36.407.176 265.690 1.752.016 10.787.423 JP MORGAN CHASE SAO PAULO 28.039.962 242.788 1.846.894 DEUTSCHE SAO PAULO 27.550.782 488.377 2.552.654 CREDIT SUISSE SAO PAULO 26.917.656 151.787 2.209.691 43 BCO SICREDI PORTO ALEGRE 26.308.516 54.981 4.035.570 10.771.460 PANAMERICANO SAO PAULO 22.829.623 129.470 11.523.999 BMG SAO PAULO 22.140.430 62.520 8.104.556 BNP PARIBAS SAO PAULO 21.676.699 152.919 4.388.387 Fonte: Banco Central do Brasil, 2014 As Maiores do Agronegócio 1 Louis Dreyfus SP França 2 ADM SP EUA 3 COAMO PR Brasil 4 Frigorífico Minerva SP Brasil 5 C Vale Coop. PR Brasil 6 Caramuru Alimentos GO Brasil 7 LAR PR Brasil 8 Cocamar Agroindustrial PR Brasil 9 COMIGO GO Brasil 10 Cooperativa Agrária PR Brasil Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2011. 25 maiores empresas do Sul do Brasil (2013) Grupo/Empresa Setor Cidade UF 1 Grupo GerdauSiderurgia e Mineração Porto Alegre RS 2 BRF Brasil Foods Alimentos e Bebidas Concórdia SC 3 Bunge Alimentos Alimentos e Bebidas Gaspar SC 4 Vivo S/A Telecomunicações Londrina PR 5 HSBC Bank Brasil S/A Financeiro Curitiba PR 6 Copel e Controladas Energia Curitiba PR 7 Renault do Brasil Automotivo S. J. dos Pinhais PR 8 Tractebel Energia Energia Florianópolis SC 9 Banrisul Financeiro Porto Alegre RS 10 Grupo Weg Máquinas e Equip. Jaraguá do Sul SC 11 Klabin S/A Papel e Celulose Telêmaco Borba PR 12 GVT S/A Telecomunicações Curitiba PR 13 Sicredi - Consolidado Financeiro Porto Alegre RS 14 Coamo - Agroindustrial Coop. Cooperativa de Produção Campo Mourão PR 15 ALL e Controladas Transporte e Logística Curitiba PR 16 Celesc e Controladas Energia Florianópolis SC 17 CEEE - RS Energia Porto Alegre RS 44 18 Inepar Adm. e Part.S/A Máquinas e Equip. Curitiba PR 19 Itaipu Binacional Energia Foz do Iguaçu PR 20 Eletrosul Energia Florianópolis SC 21 Electrolux do Brasil Eletroeletrônicos Curitiba PR 22 Lojas Renner Atacado e Varejo Porto Alegre RS 23 Grupo Randon Automotivo Caxias do Sul RS 24 Marcopolo Automotivo Caxias do Sul RS 25 Coopercentral Aurora Cooperativa de Produção Chapecó SC Fonte: Revista Amanhã - 500 Maiores do Sul (2014) 25 maiores empresas do RS (2013) 2012 Grupo/Empresa Receita Bruta Setor R$ milhões 1 Gerdau 39.819,99 Siderurgia 2 Banrisul 5.946,73 Financeiro 3 Refap S/A 9.034,86 Petróleo e Petroq. 4 Sicredi 4.351,47 Financeiro 5 CEEE 3.856,87 Energia 6 Grupo Randon 5.304,25 Automotivo 7 Lojas Renner S/A 4.199,11 Comércio 8 Marcopolo 4.133,52 Automotivo 9 RGE - Energia 3.469,72 Energia 10 Grupo SLC 2.044,35 Alimentos e Bebidas 11 AES Sul 3.087,20 Energia 12 Grendene S/A 1.846,71 Couro e Calçados 13 Grupo Tramontina 2.434,78 Metalurgia 14 Yara Brasil 2.820,37 Química 15 Getnet Tecnologia 3.173,07 Informática e Automação 16 Corsan 1.702,56 Serviços Públicos 17 Vonpar S/A 2.136,44 Alimentos e Bebidas 18 Camil Alimentos 1.984,30 Agropecuária 19 Banco Original (Matone) 512,73 Financeiro 20 BRDE 768,05 Financeiro 21 Camera Agroalimentos 2.000,72 Alimentos e Bebidas 22 Borrachas Vipal S/A 1.517,88 Plástico e Borracha 23 Bianchini S/A 1.756,02 Comércio Exterior 24 Doux Frangosul 1.460,17 Alimentos e Bebidas 25 RBS Comunicações 1.317,20 Comunicação Fonte: Revista Amanhã - 500 Maiores do Sul (2014) 45 O Domínio do Mercado pelos Monopólios http://www.toomanycars.info/CarRelationship/Car_Rel-Image2.html#autolist
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