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Abordagens da Geografia Econômica

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Instituto de Geociências 
Departamento de Geografia 
Curso de Geografia 
GEO 01183 – Geografia Econômica 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAIS DE GEOGRAFIA ECONÔMICA 
SEMESTRE 2015/1 
 
 
 
Prof. Paulo Roberto R. Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, abril/2015 
 
 
 
2 
 
GEOGRAFIA ECONÔMICA – UMA INTRODUÇÃO 
 
Fonte: Mackinnon, D. & Cumpers, A. An Introduction to Economic Geography: 
Globalization, Uneven Development and Place. Essex: Pearson Education, 2007, p. 21-
41. 
 
 
Economia- trata dos processos interrelacionados de produção, circulação, intercâmbio e 
consumo, através dos quais a riqueza é gerada. 
 
A produção envolve a combinação de terra (incluindo recursos naturais), capital e 
trabalho, chamados de fatores de produção, visando produzir mercadorias. 
 
A riqueza das sociedades em que domina o modo-de-produção capitalista apresenta-se 
como uma "imensa acumulação de mercadorias" (Karl Marx, Zur Kritic der politischen 
Oekonomie, 1859). 
 
As sociedades humanas organizam e estruturam suas atividades econômicas nos modos 
de produção. Estes podem ser definidos como sistemas econômicos e sociais que 
determinam como os recursos são desenvolvidos, o trabalho é organizado e a riqueza é 
distribuída. 
 
Geografia Econômica- questões concretas sobre a localização e a distribuição da 
atividade econômica, o papel do desenvolvimento geograficamente desigual e os 
processos locais e regionais de desenvolvimento econômico. 
 
Questões-chave da Geografia Econômica: 
 
"o quê?" (o tipo de atividade econômica) 
"onde?" (a localização) 
"por quê?" (explicação da localização) 
 
Consequências e implicações de determinados arranjos e processos espaciais. 
 
Três temas chave: 
 
i) a distribuição geográfica e a localização dos fenômenos econômicos. Descrever e 
mapear a distribuição das atividades econômicas. Respondea questões básicas de "o 
quê?" e "onde?". 
 
ii) explicar e compreender estas distribuições espaciais e os padrões da atividade 
econômica. Abordagem histórica. Envolve questões mais avançadas de "por quê?" e 
"como?" 
 
iii) relação da geografia econômica com gestores políticos e econômicos no setores 
público e privado. Recomendações sobre determinados temas e problemas geográficos. 
 
Atualmente as abordagens dominantes na Geografia Econômica relacionam esta 
disciplina com a Economia Política. 
 
3 
 
Economia Política- analisa a economia a partir de seu contexto político e social, indo 
mais além de considerar a economia como uma instância dirigida por conjunto próprio 
de leis e baseada apenas no interesse de atores individuais. 
 
Ao relacionar-se com a Economia Política a Geografia Econômica também aborda 
questões relativas à: 
 
- relações sociais: que determinam os laços entre economia e sociedade. 
 
Corrente hegemônica da economia - apoiada na premissa da racionalidade individual. 
 
Economia Política - a atividade econômica está alicerçada nas relações sociais. 
 
- poder: reconhece o papel do poder na determinação das relações sociais. 
 
- instituições e construção de mercados: o mercado é muito mais uma entidade 
socialmente construída, do que um fenômeno natural e auto-regulado. 
 
 
 
ABORDAGENS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA 
 
A Geografia Econômica sempre esteve estreitamente relacionada com a Economia. 
 
Geografia Econômica: entre a “colonização” da Economia e a importância do Espaço 
Geográfico na explicação da realidade social 
 
 
VISÕES DO ESPAÇO NA GEOGRAFIA ECONÔMICA 
 
Espaço “recipiente” dos processos econômicos, sociais e ambientais 
 
Determinismo: a organização econômica é determinada pelas características ambientais. 
 
Possibilismo: a influência do meio não é determinante na organização social 
 
Análise Espacial: modelos matemáticos e geométricos sem contexto histórico. 
 
Espaço “reflexo” da sociedade: Materialismo Histórico e Dialético 
 
Espaço como “construção social”: espaço como determinante e determinado da 
sociedade com a mesma importância que o econômico e o social (produtor, condição e 
produto da sociedade) 
 
 
 
 
 
 
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QUATRO CORRENTES PRINCIPAIS: 
Geografia Econômica 
Tradicional 
Geografia Econômica 
Descritiva 
do século XIX até a década 
de 1950 
Análise Espacial 
Geografia Econômica 
Quantitativa 
1890-1930 
1960-1970 
Economia Política 
Geografia Econômica 
Marxista 
1970-1990 
Geografia Econômica 
Cultural-Institucional 
Nova Geografia Econômica a partir dos anos 1990 
 
 
Geografia e Economia: desenvolvimentos paralelos, características distintas. 
 
Ciência Econômica- economia governada pelas forças de mercado que basicamente 
opera com as mesmas características em todos os lugares, independente do espaço e 
do tempo. 
 
Mercado- compradores e vendedores, auto-regulado, equilíbrio, forças da demanda e da 
oferta, recursos escassos. 
 
Economia Neoclássica - baseada na ideia de "homo economicus". As pessoas agem de 
forma racional e por interesse próprio, avaliando constantemente alternativas com base 
na relação custo-benefício. 
 
Economia: disciplina teórica adotando métodos das ciências exatas e naturais 
(matemática, física). 
 
Geografia Econômica: forte conteúdo empírico e prático. 
 
Como disciplina a Geografia Econômica cresceu menos com as preocupações dos 
economistas em generalizar e teorizar, e mais com o interesse dos geógrafos em 
descrever e explicar as particularidades econômicas de diferentes lugares e suas 
conexões com outros (Barnes and Sheppard, 2000). 
 
 
ABORDAGENS DA GEOGRAFIA ECONÔMICA: 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: 
 
 
i) Geografia Econômica Tradicional: empírica, factual e descritiva, focalizada na 
compilação de informações sobre as condições econômicas e recursos particulares de 
determinadas regiões. 
 
A partir dos anos 1930: foco - das relações comerciais do sistema econômico global para 
a geografia estrita e limitada de regiões particulares. 
 
 
5 
 
ii) Análise Espacial em Geografia Econômica: anos 1950, crítica às abordagens 
tradicionais. 
 
- Teoria Econômica Neoclássica: fonte de conceitos para a Geografia Econômica 
Quantitativa nos anos 1950 e 1960. 
 
 
Modelos e Teorias de Localização: 
- Estado Isolado (Von Thünen, 1826) 
- Triângulo de Localização Industrial (A. Weber, 1929) 
- Teoria dos Lugares Centrais (W. Christaller, 1933) 
- Difusão de Inovações (Hagerstrand, 1953) 
 
Ciência Regional (Walter Isnard, 1954) 
 
Características do enfoque neoclássico na Geografia: 
 
- Metodologia dedutiva: concepção de mundo objetivo – padrões espaciais de variação 
- Espaço: problema de distância física entre lugar de produção e mercados 
- Distância física dos fatores de produção: terra, capital e trabalho 
- Desconsideração das características geográficas dos territórios. 
- Utiliza o conceito de equilíbrio dos mercados para o território 
 
- Nova Economia Geográfica ("nova geografia econômica") - nova versão da análise 
espacial, aplica técnicas de modelagem matemática para analisar questões como a 
localização industrial (Paul Krugman). 
 
 
iii) Economia Política na Geografia Econômica: final dos anos 1960, crítica à geografia 
quantitativa - irrelevância e desinteresse pelo social. 
 
Economia Política - base intelectual. A paisagem econômica se forma pelas conflitivas 
relações entre capital e trabalho, mediadas pelo Estado. Contraste com o estado de 
equilíbrio harmonioso postulado pela teoriaeconômica neoclássica. 
 
Anos 1970 - concentrou-se em estabelecer como o capitalismo produz paisagens 
geográficas específicas. Processos de reestruturação econômica. 
 
Anos 1980 - desenvolveu análises marxistas de situações e conjunturas específicas. 
 
Teoria de localização convencional: influência de matérias-primas, mercados, custos de 
transporte, 
 
Economia Política: trabalho (mão-de-obra) - disponibilidade, custos e qualificação - fator-
chave da localização. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
A GEOGRAFIA E OS ESTUDOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DESIGUAL: 
 
- Conhecer as condições sócio-territoriais (recursos naturais, humanos e tecnológicos) 
para o desenvolvimento 
- Conhecer os efeitos territoriais dos processos de desenvolvimento (e de 
subdesenvolvimento) 
- Avaliar os efeitos das políticas governamentais de desenvolvimento 
 
 
Principais Teorias: 
 
Gunnar Myrdal (1957): o subdesenvolvimento e a “teoria da causação circular 
cumulativa” 
 
- As forças de mercado atuam no sentido de aumentar e não de diminuir as 
desigualdades regionais; 
- Existe um processo de “causação circular cumulativo” na essência da explicação da 
ampliação das desigualdades entre países e regiões prósperos e pobres e a disparidade 
entre seus níveis de desenvolvimento; 
- Existe uma tendência inerente das forças de mercado para a criação de assimetrias 
regionais e esta tendência é mais acentuada quanto mais pobre é o país. 
 
- Desenvolvimento desigual e combinado do Capitalismo (Marx, Lenin, Trotsky) 
- Pólos de Crescimento (F. Perroux, 1955) 
- Teoria da Dependência (CEPAL, América Latina, década de 1960) 
- Sistema-Mundo (Wallerstein, 1979) e Economia-Mundo (Braudel, 1995) 
- Os dois Circuitos da Economia Urbana nos países subdesenvolvidos (Milton Santos, 
1975-1979) 
 
Escola da Regulação (anos 1990): salienta o papel dos processos de regulação social na 
estabilização e sustentação do desenvolvimento capitalista. 
' 
Cinco aspectos do capitalismo em particular: trabalho e relações salariais, formas de 
concorrência e organização empresarial, o sistema monetário, o Estado e as relações 
internacionais. 
 
Regime de Acumulação se estabelece quando estas forças atuam em consenso, gerando 
um longo período de crescimento estável. 
 
Modo de Regulação: conjunto de leis, normas, valores, hábitos, que medeiam a relação 
entre os atores e agentes do regime de acumulação e mantém a coesão social. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Regimes de acumulação: 
 
- Fordismo: após a depressão de 1930. Baseado na relação produção em série/consumo 
de massas, sustentado pelo crescimento dos salários dos trabalhadores e o incremento 
da produtividade. Estado intervencionista (keynesianismo) e Estado de Bem-estar Social 
(Welfare State). 
 
Crise do fordismo: final dos anos 1970. Novo regime de acumulação "pós-fordista" 
baseado na produção flexível. 
 
- Pós-fordismo: ênfase na pequena empresa, tecnologias avançadas de informação e 
comunicação, formas de consumo individualizadas. 
 
Outras denominações: acumulação flexível, capitalismo flexível, Toyotismo, 
Neotaylorismo 
 
Políticas neoliberais– redução do papel do Estado na economia, livre mercado, virtudes 
da empresa, da concorrência e do esforço individual. 
 
 
iv) Abordagem Cultural e Institucional na Geografia Econômica: nos anos 1990. 
 
"Nova Geografia Econômica" - estuda as relações entre a ação econômica e as práticas 
sociais e culturais em diferentes lugares. 
 
- Nova forma de analisar a relação espaço-economia-sociedade 
- Maior importância do espaço e do território na Geografia Econômica 
 
Quatro linhas principais da pesquisa: consumo; estudos de gênero; a importância do 
contato pessoal(face to face) nos negócios; e culturas e identidades corporativas em 
empresas e regiões. 
 
Economia Institucional: ênfase ao contexto social da vida econômica e da natureza 
evolutiva do desenvolvimento econômico. 
 
Origem: teoria dos Distritos Industriais (Alfred Marshall, 1890) 
 
Os "distritos industriais" são constituídos por aglomerações de grandes, pequenas e 
médias empresas interrelacionadas em microrregiões geográficas, produzindo bens em 
larga escala tanto para o mercado interno como para o mercado externo 
(principalmente). 
 
Novos elementos nas teorias de localização: 
- Maior flexibilidade de localização 
- Perda da influência dos fatores clássicos de produção (terra, capital, trabalho) 
- Proeminência dos fatores qualitativos (ou das externalidades) sobre os quantitativos 
 
*Fatores qualitativos: qualificação da mão-de-obra, capacidade de inovação, entorno 
progressista, capacidade organizativa 
 
 
8 
 
Novos Temas e Conceitos: 
 
- Desenvolvimento Endógeno e Desenvolvimento Local 
- Meio Inovador (território onde as redes de inovação se desenvolvem por aprendizagem 
dos atores sociais em suas múltiplas transações e interações) 
 
Temas da Geografia Econômica Cultural-institucionalista: 
 
- Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou Sistemas de Produção Localizados 
- Meios Inovadores, “Regiões que aprendem” 
- Regiões Ganhadoras e Regiões Perdedoras 
- Economias de Aglomeração - externalidades 
- Culturas do trabalho, História de Empresas 
- Cidades Globais 
 
 
 
J. H. Paterson. Uma Introdução à Geografia Econômica (1972) 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Abordagens da Geografia Econômica 
 
 
TRADICIONAL 
ANÁLISE 
ESPACIAL 
ECONOMIA 
POLÍTICA 
CULTURAL / 
INSTITUCIONAL 
Base Teórica Empirismo positivismo materialismohistórico 
pós-modernismo e 
institucionalismo 
Principal fonte de 
idéias 
geografia clássica 
alemã, 
antropologia, 
biologia 
economia 
neoclássica 
economia política 
marxista, sociologia, 
história 
estudos culturais, 
economia 
institucional, 
sociologia 
econômica 
Concepção de 
Economia 
integrada aos 
recursos naturais e 
à cultura de um 
dado espaço 
dirigida por 
escolhas 
racionais de 
atores individuais 
estruturada pelas 
relações sociais de 
produção, dirigida 
pela concorrência e 
busca do lucro 
importância do 
contexto social; 
convenções e 
normas informais 
compondo a ação 
econômica 
Orientação 
Geográfica 
a) geografia 
comercial 
destacando o 
sistema comercial 
global 
b) geografia 
regional enfocando 
a singularidade 
dos lugares 
(regiões) 
 
 
formas gerais de 
organização 
espacial 
 
 
processos gerais do 
desenvolvimento 
capitalista; lugares 
passivos e vítimas 
dos processos gerais 
 
 
ênfase nos lugares 
individuais sob o 
contexto da 
globalização 
Foco 
Geográfico 
a) territórios 
coloniais 
b) regiões em 
destaque (Europa 
Ocidental, América 
do Norte) c) 
zonas rurais e 
geograficamente 
marginais 
 
Regiões urbano-
industriais da 
América do Norte 
e Europa Norte-
Ocidental (Grã-
Bretanha e 
Alemanha) 
Regiões urbano-
industriais da 
América do Norte e 
Europa Norte-
Ocidental 
Regiões 
economicamente 
periféricas, 
especialmente 
América Latina 
Regiões em 
crescimento nos 
países 
desenvolvidos. 
Centros financeiros 
globais. Lugares de 
consumo global. 
Sistemas 
produtivos locais 
Principais tópicos 
de pesquisa 
 
Efeitos do meio 
natural sobre a 
produção e o 
comércio. 
Identificação das 
economias 
regionais 
Localização 
industrial. 
Organização dos 
sistemas urbanos. 
Difusão espacialdas inovações. 
Padrões de uso 
da terra e do solo 
urbano 
 
Processo de 
urbanização. 
Reestruturação 
industrial nos países 
desenvolvidos. 
Desenvolvimento 
desigual global e 
subdesenvolvimento 
Bases sociais e 
institucionais do 
desenvolvimento 
econômico. 
Identidades 
corporativas. 
Serviços 
financeiros. 
Culturas do 
trabalho. 
Métodos de 
Pesquisa 
 
Observação direta 
e trabalho de 
campo 
Análise 
quantitativa 
baseada em 
resultados de 
enquetes e dados 
secundários 
Reinterpretação de 
dados secundários 
baseada em 
categorias 
marxistas. 
Entrevistas 
Entrevistas, 
qualitativas. 
Análise de 
discurso. 
Etnografias. 
Observação 
participante 
 
Fonte: adaptado de Mackinnon, D. & Cumbers, A. (2007) An Introduction to Economic Geography (p. 23). 
 
 
 
10 
 
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO SISTEMA ECONÔMICO 
 
Geografía Económica: la lógica espacial del capitalismo global. 
Riardo Méndez, 1997. 
 
 
A atividade econômica é uma das dimensões básicas da realidade social, destinada à 
obtenção de uma série de bens econômicos a partir de um processo de produção 
baseado na utilização de recursos escassos, suscetíveis de usos alternativos e no aporte 
de trabalho humano para sua posterior distribuição entre os membros da sociedade com 
o objetivo de suprir suas necessidades. 
 
 
Perspectiva Geográfica: 
- Abarcar de forma panorâmica os múltiplos aspectos da realidade econômica 
- Analisar as atividades existentes em um território 
- Comparar a situação econômica de territórios distintos 
 
 
Bens Econômicos: 
 
“A riqueza das sociedades onde rege a produção capitalista configura-se em imensa 
acumulação de mercadorias” 
 
“A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas 
propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, 
provenham do estômago ou da fantasia” 
 
Karl Marx, O Capital, vol. 1, livro 1, capítulo I (A Mercadoria) 
 
 
Bens Econômicos: 
 
Quanto à Natureza 
Materiais mercadorias 
Imateriais serviços, informação 
Quanto ao Uso 
Bens de Produção utilizados para a produção de 
outros bens 
maquinário, instalações 
Bens de Consumo bens finais, mercadorias 
 Duráveis consumo de longo prazo eletrodomésticos, 
automóveis, móveis 
 Não Duráveis consumo imediato alimentos, bebidas, 
vestuário 
Bens Intermediários utilizados no processo 
produtivo ou em tarefas 
auxiliares deste 
insumos, combustíveis, 
produtos químicos, 
embalagens 
 
Processo Econômico: fases 
11 
 
- Produção: obtenção de bens materiais e serviços 
- Intercâmbio: troca 
- Consumo: satisfação das necessidades 
 
- Economias Tradicionais: subsistência (fechadas na unidade familiar) 
- Economias de Excedente: intercâmbio (troca, escambo, comércio) 
 
De: M – D – M 
Para: D – M - D 
 
Processo de Produção – Intercâmbio – Consumo: 
- Aumento constante e contínuo da capacidade de produção 
- Separação funcional e espacial da produção e do consumo (divisão técnica do trabalho) 
- Especialização das tarefas e funções (divisão social do trabalho) 
- Fragmentação da produção e do trabalho no território (divisão espacial ou territorial do 
trabalho) 
 
Circuito Econômico: de caráter permanente e densidade variável segundo os territórios 
 
Fluxos: 
Materiais: matérias-primas, energia, mercadorias, resíduos 
Monetários: capitais, salários, pagamentos, dívidas, empréstimos 
Informação: mercado consumidor, publicidade, processo de produção 
 
Mercado: 
De Produtos: bens e serviços 
De Fatores: terra, capital, trabalho (recursos ou insumos utilizados pelas empresas para 
realizar suas atividades) 
 
Estado: intervém em maior ou menor grau no funcionamento da economia (regulação) 
 
A identificação da estrutura e dos componentes do circuito econômico tem 
conseqüências práticas de interesse da Geografia, a primeira das quais é 
sobre o tipo de indicadores utilizados para identificar as características 
econômicas dos territórios, onde podemos utilizar indicadores relativos à 
produção (que medem o potencial de geração de riquezas) ou de consumo 
(relacionados com a idéia de medir o bem estar da população). 
 
 
 
 
 
12 
 
Funcionamento do Circuito Econômico 
 
 Fatores de Produção 
 
 
Demanda oferta 
 Trabalho - Dinheiro 
 
 
 
 
 
 
Oferta demanda 
 Mercadorias 
 
 
 Bens e Serviços 
 
 
 
 
Fonte: Cano, W. Introdução a Economia, 2007. 
 
Unidade de 
Consumo 
(famílias) 
 
Unidade de 
Produção 
(empresas) 
13 
 
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) 
 
Total de produção obtido em um ano em um dado território e em todo o tipo de 
atividades 
 
PRODUTO INTERNO BRUTO (Definição do IBGE): 
Total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produtoras residentes 
sendo, portanto, a soma dos valores adicionados pelos diversos setores 
acrescida dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não incluídos 
na valoração da produção. Soma dos consumos finais de bens e serviços 
valorados a preço de mercado sendo, também, igual à soma das rendas 
primárias. 
 
Fundo Monetário Internacional (FMI) – 1948 
 
Brasil – FGV (até 1990) e IBGE (atualmente). 
 
O método de cálculo do PIB foi estabelecida pelo economista britânico Richard Stone 
(1913-1991) na década de 1940. Sua adoção inclui-se nos Acordos de Breton Woods de 
reorganização da economia mundial no pós-guerra. 
 
O método de foi modificado diversas vezes, inclusive no Brasil. 
 
Por exemplo: até 2000, algumas atividades econômicas ficavam de fora das estatísticas 
ou tinham peso menor no cálculo do que seu real valor na economia. As mudanças 
econômicas levaram a mudar esta situação dando maior peso para os serviços. 
 
Fórmula de cálculo do PIB: PIB = C+I+G+X–M 
 
C – consumo privado X – volume de exportações 
I- investimentos realizados M – volume de importações 
G – gastos do governo 
 
O PIB pode ser expresso em três óticas: 
 
da produção 
é igual ao valor da produção menos o consumo intermediário, 
mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos não 
incluídos no valor da produção 
 
da demanda 
é igual à despesa de consumo final mais a formação bruta de 
capital fixo, mais a variação de estoques, mais as exportações 
de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços 
 
da renda 
é igual à remuneração dos empregados mais o total dos 
impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a 
importação, mais o rendimento misto bruto mais o excedente 
operacional bruto 
 
 
14 
 
PIB Brasileiro 2014: R$ 5,521 trilhões 
 
Valor Adicionado: valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu 
processo produtivo. É a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades 
econômicas, obtida pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário 
absorvido por essas atividades. 
 
Produto Interno Bruto somatório de toda a produção de um país 
Produto Nacional Bruto somatório da produção nacional 
Produto Interno Líquido PIB menos amortizações 
Renda Nacional 
PIL menos capitais que ficam com as empresas 
ou são pagos na forma de impostos 
Renda Familiar Disponívelrenda nacional menos impostos e contribuições 
sociais pessoais e/ou familiares 
Renda Per Capita renda familiar dividida pela população 
PIB per Capita PIB dividido pela população 
 
 
PIB e PIB-PPA 
 
O Produto Interno Bruto é a soma do valor bruto agregado por todos os produtores 
residentes no país, mais os impostos à produção, menos os subsídios que não são 
incluídos no valor dos produtos. Calcula-se sem efetuar deduções para levar em conta a 
depreciação dos bens fabricados ou o esgotamento e a degradação dos recursos 
naturais. 
 
O Produto Interno Bruto em termos da Paridade do Poder Aquisitivo (PPA ou PPP em 
inglês*) é o PIB convertido em dólares internacionais ao tipo de cambio da PPA. Um 
dólar internacional tem o mesmo poder aquisitivo respeito ao PIB de um país que um 
dólar dos Estados Unidos respeito ao PIB estadunidense. 
 
*PPP – purchasing power parities 
 
PIB Mundial: U$ 71,3 trilhões X PIB PPP Mundial: U$ 82,8 trilhões 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
PRINCIPAIS ECONOMIAS DO MUNDO A PARTIR DO PIB 
 
 País PIB País PIB-PPP 
1 Estados Unidos 16.000 1 Estados Unidos 17.057 
2 China 9.240 2 China 16.080 
3 Japão 4.902 3 Índia 6.698 
4 Alemanha 3.635 4 Japão 4.791 
5 França 2.735 5 Alemanha 3.590 
6 Reino Unido 2.522 6 Rússia 3.329 
7 BRASIL 2.245 7 Brasil 2.955 
8 Rússia 2.097 8 França 2.481 
9 Itália 2.071 9 Indonésia 2.314 
10 Índia 1.877 10 Reino Unido 2.292 
11 Canadá 1.825 11 Itália 2.040 
12 Austrália 1.560 12 México 1.971 
13 Espanha 1.358 13 Coréia do Sul 1.679 
14 Coréia do Sul 1.305 14 Canadá 1.497 
15 México 1.261 15 Espanha 1.485 
* Em U$ Bilhões. Fonte: Banco Mundial 2014 (Ano-base 2013) 
 
Mercosul e América Latina 
 
País PIB (U$ mil) PIB PPP PIB per capita 
Brasil 2.245.673 2.955.259 11.208 
Argentina 611.755 ? 14.766 
Uruguai 55.708 64.499 16.351 
Paraguai 29.948 51.967 4.403 
Venezuela 438.283 544.097 14.415 
Chile 277.199 370.579 15.732 
México 1.260.914 1.971.219 10.307 
Cuba 68.233 208.861 6.051 
 
RS 6,3% do PIB brasileiro em 2013 
 
 
Setores da Economia: 
Primário – 5,47% 
Secundário – 27,53% 
Terciário – 67,00% 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Participação dos Principais Estados no PIB Brasileiro 
Estado Participação Acumulado 
São Paulo 32,1 32,1 
Rio de Janeiro 11,5 43,6 
Minas Gerais 9,2 52,8 
Rio Grande do Sul 6,3 59,1 
Paraná 5,8 64,9 
Santa Catarina 4,1 69,0 
Distrito Federal 3,9 72,9 
Bahia 3,8 76,7 
Goiás 2,5 78,2 
Pernambuco 2,3 80,5 
FONTE: IBGE, 2014. 
 
INDICADORES QUALITATIVOS: 
Tentam medir e expressar a qualidade de vida da população, indo mais além do acesso 
aos bens materiais. 
 
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 
Oferece um contraponto ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas 
a dimensão econômica do desenvolvimento 
 
Saúde expectativa de vida ao nascer 
 
Educação i) média de anos de educação dos adultos (acima de 25 
anos) 
ii) a expectativa de anos de escolaridade 
 
Renda Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder 
de paridadede compra (PPP) 
 
IDH Estados Brasileiros 
 
Distrito Federal 0.863 Rep. Tcheca - Grécia 
São Paulo 0.789 Kuwait - Rússia 
Rio de Janeiro 0.782 Bulgária - Arábia Saudita. 
Santa Catarina 0.773 México – Costa Rica 
Rio Grande do Sul 0.769 Líbia - Sérvia 
BRASIL 0.730 Jamaica - Armênia 
Maranhão 0.635 Guiana - Botswana 
Alagoas 0.612 Namíbia - Vietnã 
Fonte: PNUD/ONU 2012-2013. 
 
 
17 
 
IDENTIFICAÇÃO DOS SETORES PRODUTIVOS 
MENDEZ, R. Geografía Económica. La lógica espacial del capitalismo global. 
Barcelona: Ariel, 1997 
 
Sistema Produtivo: conjunto de agentes e relações produtivas que tem 
lugar sobre um espaço determinado. 
 
Empresas: unidades básicas de atuação e decisão no sistema produtivo, dedicadas à 
obtenção, transformação e/ou distribuição de bens e serviços, que supõem o aporte de 
trabalho e geram um valor adicionado como resultado de suas atividades. 
Unidades Familiares: unidades de consumo. Formam o potencial de recursos para o 
processamento das atividades produtivas (força de trabalho). Incluem também os 
empresários e os proprietários de fatores de produção (trabalho, terra e capital). 
Governo: arrecada receitas provenientes dos impostos e do lucro de suas próprias 
empresas (estatais). “Devolve” os recursos na forma de despesas (gasto público) e no 
fornecimento de serviços à sociedade (saúde, educação, segurança, infraestruturas). 
Diferentes escalas do sistema produtivo: 
 
Mundial: divisão internacional do trabalho 
Nacional: divisão interregional do trabalho 
Regional: escala estadual ou de uma região 
Metropolitana: aglomerações, áreas e regiões metropolitanas 
Urbana: economia urbana 
Local: sistemas locais de produção (local, urbano ou regional) 
 
 
 
OS SETORES ECONÔMICOS 
(COLIN CLARK, 1940) 
 
Atividades básicas: obtenção, transformação e distribuição de bens e serviços. 
 
 
SETOR PRIMÁRIO: atividades extrativas 
 
Dedicado à obtenção de recursos naturais do solo e do subsolo 
 
Inclui: mineração – agricultura – pecuária – pesca – aquicultura - silvicultura e 
exploração florestal 
 
 
 
18 
 
Agropecuária familiar e empresarial. tradicional e modernizada 
 
Agroindústria 
 
unidade produtiva que transforma o produto agropecuário para 
sua utilização intermediária ou final 
Complexo 
Agroindustrial 
integração agricultura/indústria. cadeia produtiva que reúne 
indústrias à montante (máquinas, insumos) – produção 
agropecuária – indústrias à jusante (beneficiamento e 
transformação da produção) 
 
A modernização da agricultura e a formação do complexo agroindustrial colocam em 
questão a definição do Setor Primário que cada vez mais realiza suas atividades 
apoiado pelos setores secundário e terciário. 
 
 
SETOR SECUNDÁRIO: atividades industriais 
 
Dedicado à transformação dos recursos naturais em bens de natureza diferente com 
incremento de valor no processo. 
 
Tipos de Indústria: de acordo com a finalidade e de acordo com a posição no processo 
de transformação 
 
TIPOS DE INDÚSTRIA 
De acordo com a finalidade: 
Indústrias Extrativas 
extração de recursos minerais através de 
maquinaria pesada (setor primário) 
Indústria de Beneficiamento 
transformação a matéria-prima em bens de 
consumo sem alterar a sua natureza 
Indústria de Transformação 
transformação da matéria-prima em bens 
intermediários e finais 
Indústria da Construção 
construção civil de imóveis familiares, industriais e 
comerciais 
infraestruturas (rodovias, usinas, barragens, 
sistemas de saneamento e de transporte) 
 
De acordo com a posição no processo de transformação: 
Indústrias de Base 
transformação da matéria-prima bruta (siderurgia, 
petroquímica, celulose) 
Indústria de Bens Intermediários 
produtos para a produção de outros produtos 
(peças, componentes, químicos, plásticos, 
embalagens) 
Indústria de Equipamentos maquinário para outras indústrias 
Indústria de Bens de Consumo 
produção de bens finais (mercadorias) para a 
população 
 Duráveis automóveis, eletrodomésticos, móveis 
 Não duráveis têxtil, vestuário, alimentícia 
19 
 
 
 
 SETOR TERCIÁRIO: atividades necessárias ao intercambio e 
distribuição de mercadorias e à reprodução do capital e da 
força de trabalho. 
 
Comércio, serviços às empresas, serviços às pessoas, transporte, circulação e 
comunicações, administração pública e funções do Estado. 
 
Setor heterogêneo, que abrange desde as funções do Estado até a economia informalCARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS: 
- Titularidade da empresa: públicos ou privados 
- Tipo de consumo: final ou intermediário 
- Grau de modernidade: tradicionais ou modernos 
- Frequência do consumo: banais ou raros 
 
 
TIPOLOGIA DO SETOR TERCIÁRIO 
 
 
 
 
Comércio 
 
 
Atacadista 
(a maior) 
venda em grandes quantidades a 
varejistas, empresas e clientela 
institucional. Em geral, esta venda é uma 
etapa intermediária da distribuição de 
mercadorias. 
Varejista 
(a menor) 
venda de mercadorias em pequenas 
quantidades para o consumidor final 
 
Varejo sem lojas 
 
mala direta, comércio eletrônico 
 
 
 
Serviços 
 
para as pessoas 
saúde, educação, assistência social, 
transportes, comunicações, lazer, serviços 
domésticos, religiosos 
 
para as empresas 
consultoria, contabilidade, programação, 
propaganda, marketing, transportes 
(logística), comunicações, informação 
finanças bancos, seguros, gestão imobiliária 
 
Administração 
 
Gestão 
atividades de gestão política, econômica 
e social, defesa, relações internacionais 
 
 Outros setores em discussão: 
QUATERNÁRIO 
pesquisa, inovação tecnológica, propaganda 
(autonomia do terciário) 
QUINÁRIO 
pesquisa de ponta, novas tecnologias (genética, 
biotecnologia, nanotecnologia, engenharia nuclear, 
pesquisa espacial) 
 
 
 
 
20 
 
TerCIArização crescimento do setor terciário em uma dada economia 
TerCEIrização 
distribuição de atividades internas das empresas para outras 
empresas 
Terceiro Setor 
organizações não-governamentais, movimentos sociais, 
cooperativas 
 
Primeiro: privado - Segundo: estatal - Terceiro: não-governamental 
Teoria dos Setores Econômicos de Colin Clark 
 
Desenvolvimento econômico das sociedades: 
Fases: crescimento – maturidade - declínio 
 
Setor primário secundário terciário quaternário. 
 
 
Fonte: CLARK, C. (1940) The Conditions of Economic Progress. 
 
Daniel Bell (1973) – “sociedade pós-industrial”: declínio do emprego industrial e 
dominância do emprego nas atividades terciárias. 
 
Críticas: 
- Setor terciário é heterogêneo 
- Ganhos de produtividade da indústria e da agricultura reduzem força de trabalho 
- Novas formas de organização do trabalho industrial incluem cada vez mais serviços 
ligados à produção 
- A vida cotidiana e econômica é cada vez mais dependente de produtos industriais 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Nas condições atuais da economia, o estudo do chamado setor terciário 
impõe que se levem em conta, de um lado, a existência de novas atividades 
terciárias, nem sempre discerníveis sob as condições atuais da coleta 
estatística; e, de outro lado, a heterogeneidade fundamental do setor como 
definido oficialmente, heterogeneidade que as estatísticas oficiais 
mascaram. O terciário, hoje, permeia as outras instâncias (primário e 
secundário) cuja definição tradicional esmigalha e, sob formas particulares 
em cada caso, constitui o elemento explicativo da possibilidade de 
existência com êxito de inúmeras atividades, sobretudo daquelas mais 
importantes. (Milton Santos, Espaço e Sociedade, 1982). 
 
A diversidade de natureza, funções e de modalidades de geração, 
transporte e consumo de serviços na sociedade moderna dificultam 
grandemente sua apreensão teórica. É possível, pois, que reduzir os 
serviços de forma proveitosa para seu estudo científico seja, por si, tarefa 
árdua. (Jimenez y Utrilla. Los Servicios y el Territorio, 1992). 
 
Não há crescimento de atividades de serviço (informacionais) sem 
crescimento de atividades industriais. Ao contrário, o declínio de atividades 
industriais provoca o declínio de atividades de serviços. 
 
A revolução informacional coloca no primeiro plano as potencialidades e a 
exigência de superação desta divisão – as redes tele-informáticas e os 
bancos de dados setoriais já inscrevem nos fatos (apesar das enormes 
pressões da rentabilidade e da tecnocracia) uma estreita interconexão entre 
produção e serviços. (Jean Lojkine, A Revolução Informacional, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Composição do PIB de países selecionados (%) 
País primário Secundário Terciário 
EUA 1,1 22,1 76,8 
Suíça 1,3 27,7 71,1 
Alemanha 1,6 24,6 73,8 
Japão 1,4 24,0 74,6 
Brasil 5,5 27,5 63,0 
China 10,1 46,8 43,1 
Argentina 10,0 30,7 59,3 
Coréia do Sul 2,6 39,3 58,2 
Moçambique 28,4 26,9 44,7 
Guatemala 13,3 24,0 62,7 
Bolívia 12,0 38,0 50,0 
Gabão 5,1 53,9 41,0 
Fonte: The World Factbook (CIA). 
Distribuição da Força de Trabalho 
País primário secundário Terciário 
EUA 0,7 20,3 79,0 
Suíça 3,4 23,4 73,2 
Alemanha 0,8 28,1 71,1 
Japão 3,9 26,2 69,8 
Brasil 20,0 14,0 66,0 
China 30,7 28,7 34,6 
Argentina 5,0 23,0 72,0 
Coréia do Sul 6,4 24,2 69,4 
Moçambique 81,0 6,0 13,0 
Guatemala 38,0 14,0 48,0 
Bolívia 40,0 17,0 43,0 
Gabão 60,0 15,0 25,0 
Fonte: The World Factbook (CIA). 
 
23 
 
TIPOS DE PAÍSES INDUSTRIALIZADOS: 
 
1 
 
países de 
industrialização madura 
Elevado grau de industrialização, produtividade e renda 
per capita. Taxa declinante de crescimento industrial 
(ex.: Coreia do Sul e Taiwan) 
 
2 
 
países de 
industrialização rápida 
Crescente participação das manufaturas no produto, 
emprego e exportações, mediante políticas industriais e 
de incentivo às exportações que favorecem elevadas 
taxas de investimento doméstico e graduação 
tecnológica 
(ex.: China e Índia) 
 
3 
 
países de 
industrialização de enclave 
Aumentaram sua participação na exportação de 
manufaturados, mas com desempenho pobre em 
termos de investimento, valor agregado manufatureiro 
e produtividade totais (ex.: México e Filipinas) 
 
4 
 
países em 
vias de desindustrialização 
Alcançaram certo grau de avanço industrial, mas não 
foram capazes de realizar um processo dinâmico de 
mudança estrutural mediante a rápida acumulação de 
capital e crescimento do PIB. Apresentam queda ou 
estagnação do investimento e participações 
declinantes da produção manufatureira no PIB 
(ex.: Brasil e Argentina) 
 
5 
 
países de 
baixa industrialização 
Obtiveram forte crescimento mediante a intensificação da 
exploração de recursos naturais abundantes. No entanto, 
essas economias têm demonstrado desempenho fraco 
em termos de valor agregado em manufaturas e de 
exportações industriais (ex.: Chile). 
Fonte: relatório da UNCTAD "Trade and Development Report"(2003) 
 
TIPOS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO: 
DEFINIÇÃO E CAUSAS 
TIPO DEFINIÇÃO CAUSAS 
Desindustrialização 
"natural" 
Perda relativa de 
participação da indústria 
no emprego e no PIB com 
o crescimento da renda 
per capita. 
 
Elasticidade-renda dos serviços torna-
se maior do que dos produtos 
industriais com o aumento de renda 
da população. 
 
Crescimento da produtividade maior 
na indústria que nos serviços altera os 
preços relativos dos produtos 
industriais e “libera” mão de obra. 
Desindustrialização 
"precoce" 
Perda relativa de 
participação da indústria 
no emprego e PIB antes 
do crescimento da renda 
per capita ao nível do 
observado nos países 
desenvolvidos 
 
- “Doença holandesa” 
- Regime Macroeconômico 
- Globalização produtiva e comercial 
- Ilusão estatística 
 
Fonte: Torres e Cavaliere da Silva (2012) - ANPEC 
24 
 
PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA NO PIB NACIONAL 
 
 
Fonte: DIEESE (2011). Dados do IBGE. 
 
OS SETORES ECONÔMICOS:NOVAS ABORDAGENS 
 
Classificação Setorial das Atividades 
segundo Browning & Singelmann (1975) 
 
Atividades Extrativas 
 
 
agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, mineração 
 
Indústria de Transformação 
 
construção, alimentação, têxtil, metalúrgica, química, 
empresas de serviços públicos (água, telefonia, energia) 
Serviços de Produção serviços financeiros, seguros, imobiliárias, contabilidade, 
serviços jurídicos, serviços de engenharia e arquitetura 
 
Serviços de Distribuição 
 
transporte e armazenagem, comunicações, comercio 
atacadista e varejista 
 
Serviços Sociais 
 
 
saúde, educação, serviços sociais, administração publica 
 
Serviços Pessoais 
 
restaurantes, hotéis, cultura, serviços pessoais 
 
 
Fonte: adaptado de R. Méndez, 1997, p. 238. 
25 
 
Communaute d’Etudes pour l’Amenagement Territoriale - CEAT (1987) 
 
 
Função de Produção 
 
Extração de recursos naturais 
Construção de Obras Públicas 
Indústrias de Transformação 
 
Função de Circulação 
Fluxos Físicos e de Pessoas 
(transporte e circulação, comércio atacadista) 
Fluxos de Informação (telecomunicações) 
Fluxos Financeiros (bancos, seguradoras, bolsa) 
Serviços as empresas 
Função de Distribuição Individual (comércio varejista, serviços pessoais, hotéis, 
restaurantes) 
Coletiva (saúde, educação, cultura, serviços sociais) 
 
Função de Regulação 
Administração Pública 
Organizações Privadas 
Organismos Internacionais 
Organizações Não-governamentais 
 
Fonte: adaptado de R. Méndez, 1997, p. 239. 
 
 
OS DOIS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA 
Milton Santos 
 
Cada circuito é definido: 
 
- pelo conjunto de atividades em um dado contexto 
- pela setor da população que está ligado a ele para trabalhar e consumir 
 
Pode-se afirmar que o fluxo do sistema superior está composto de negócios bancários, 
comércio de exportação e indústria de exportação, indústria urbana moderna, comércio 
moderno, serviços modernos, comércio atacadista e transporte 
 
O sistema inferior está essencialmente constituído por formas de fabricação de “capital 
não intensivo”, por serviços não modernos, geralmente abastecidos pelo nível de venda 
a varejo e pelo comércio em pequena escala e não moderno. 
 
No sistema superior podem-se distinguir atividades puras, impuras e mistas. 
 
- Atividades puras: indústria, comércio e serviços modernos. 
 
- Atividades impuras: indústria e comércio de exportação e bancos (seus interesses são 
manipulados por agentes de fora da cidade). 
 
- Atividades mistas: comércio de atacado e transportes (tem laços funcionais tanto com 
o circuito superior como com o circuito inferior). 
26 
 
Os circuitos Superior e Inferior da economia urbana diferenciam-se pelos graus de 
capital, tecnologia e organização. Existe uma oferta extraordinária de crédito 
desburocratizado, realizada por instituições financeiras bancárias e não-bancárias, 
redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção. A 
complexa organização financeira do circuito superior, apoiada nos atuais sistemas 
técnicos e na propaganda, permite a expansão social e territorial dos seus mercados, 
evitando capacidades ociosas e invadindo os mercados tradicionalmente pertencentes 
ao circuito inferior. 
 
A voracidade do circuito superior conduziu a múltiplas e ainda pouco conhecidas formas 
de dominação da economia urbana pobre. Com a crescente financeirização da 
sociedade, as sinapses entre ambos os circuitos aumentam significativamente, e certos 
nexos modernos criam perturbações na vida social dos mais pobres. Essa é a oposição 
dialética que existe entre ambos circuitos. Nenhum deles pode ter autonomia de 
significado, porque não tem autonomia de existência. Ambos são opostos e 
complementares mas, para o circuito inferior, a complementaridade ganha a forma de 
dominação. 
 
(Maria Laura Silveira, 2009) 
 
CARACTERÍSTICAS DOS DOIS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA 
 CIRCUITO SUPERIOR CIRCUITO INFERIOR 
Tecnologia uso intensivo de capital 
uso intensivo de força de 
trabalho 
Organização burocrática primitiva, não estruturada 
Capital importante escasso 
Mão-de-obra limitada abundante 
Salários regulares prevalecentes não requeridos 
Estoques 
grande quantidade 
e/ou alta qualidade 
pequena quantidade 
e/ou baixa qualidade 
Preços fixos 
negociáveis entre comprador 
e vendedor 
Credito institucional pessoal 
Margem de Lucro 
pequena por unidade e grande 
no volume 
grande por unidade mas 
pequena no volume 
Relação com consumidores impessoal personalizada 
 
Fonte: adaptado de SANTOS, M. (1979) Economia Espacial: criticas e alternativas, p. 127. 
27 
 
Milton Santos, Espaço e Sociedade, 1982. 
 
Consumo por classes nos dois circuitos da economia urbana 
 
Fonte: SANTOS, M. (1982) Espaço & Sociedade, p. 135. 
 
28 
 
 
Fonte: SANTOS, M. (1982) Espaço & Sociedade, p. 133. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
OS FATORES DE PRODUÇÃO 
 
A capacidade produtiva dos sistemas nacionais, regionais ou locais esta condicionada 
pela disponibilidade de fatores de produção. 
 
Fatores de Produção: recursos ou insumos utilizados pelas empresas para realizar suas 
atividades. 
 
Fatores originários: terra (recursos naturais) e trabalho 
Fatores derivados: capital e tecnologia 
 
 
Fator 
 
 
Remuneração 
 
Definição 
Terra Renda 
remuneração originada da posse da terra por parte da 
classe dos proprietários fundiários (rurais e/ou 
urbanos) 
Trabalho Salário 
preço da mercadoria “força de trabalho” ou expressão 
monetária do seu valor de troca 
Capital Lucro 
parte da mais valia social apropriada pelo capitalista 
particular (empresas capitalistas) 
 
A mais-valia, ou seja aquela parte do valor total da mercadoria em que se incorpora o 
sobretrabalho, ou trabalho não remunerado, eu chamo . Este lucro não o embolsa lucro
na sua totalidade o empregador capitalista. O monopólio do solo permite ao proprietário 
da terra embolsar uma parte desta mais-valia, sob a denominação de , renda territorial
quer o solo seja utilizado na agricultura ou se destine a construir edifícios, ferrovias ou a 
outro qualquer fim produtivo. (...)O fato de ser a posse dos meios de trabalho o que 
possibilita ao empregador capitalista (...) apropriar-se de uma determinada quantidade 
de trabalho não remunerado, é o que permite ao capitalista que empresta o dinheiro, 
reivindicar para si mesmo outra parte desta mais-valia, sob o nome de .(Karl Marx, juro
Salário, Preço e Lucro) 
 
 
 
 
 
30 
 
TERRA: 
 
conjunto de recursos naturais (solo, minerais) utilizados no processo de 
produção 
 
Questões relacionadas a este fator de produção: 
 
- A existência de recursos naturais abundantes é condição básica para o 
desenvolvimento 
 
- Os recursos naturais não são imutáveis, podendo ser substituídos, perder valor, 
utilidade ou função (carvão mineral, borracha natural) 
 
- O monopólio de grandes corporações e companhias transnacionais sobre os recursos 
naturais de países, geralmente do Terceiro Mundo 
 
- O passivo ambiental gerado nas áreas de grande exploração de recursos naturais, 
especialmente os minerais 
 
Renda da Terra 
 
A sociedade capitalista é estruturada em classes sociais: 3 
Capitalistas – Trabalhadores - Proprietários de Terras 
 
Renda é o pagamento da transferência entre duas classes (capitalistas aos senhores de 
terra) do uso das propriedades naturais (originais e indestrutíveis)do solo. 
 
- Renda Absoluta: remuneração paga pelas piores terras, que determinam o custo de 
produção 
 
Renda Diferencial: de acordo com a fertilidade do solo, a localização e o capital aplicado 
na produção (tecnologia) 
 
Renda de Monopólio: qualidades únicas da terra 
 
No meio urbano: 
 
- Renda Absoluta: conversão das terras rurais em solo urbano 
 
- Renda Diferencial: referente à localização, infraestrutura e potencial construtivo 
- Renda de Monopólio: localização única (comércio) 
 
 
 
31 
 
TRABALHO: 
 
Conjunto de recursos humanos que compõem a força de trabalho existente 
em um dado território 
 
Quando estudamos um dado país do ponto de vista da Economia Política, começamos 
por sua população, sua divisão em classes, sua repartição entre cidades e campo, na 
orla marítima; os diferentes ramos da produção, a exportação e a importação, a 
produção e o consumo anuais, os preços das mercadorias etc. Parece que o correto é 
começar pelo real e pelo concreto, que são a pressuposição prévia e efetiva; assim, em 
Economia, por exemplo, começar-se-ia pela população, que é a base e o sujeito do ato 
social de produção como um todo. 
 
No entanto, graças a uma observação mais atenta, tomamos conhecimento de que isso 
é falso. A população é uma abstração, se desprezarmos, por exemplo, as classes que a 
compõem. Por seu lado, essas classes são uma palavra vazia de sentido se ignorarmos 
os elementos em que repousam, por exemplo: o trabalho assalariado, o capital 
etc. Estes supõem a troca, a divisão do trabalho, os preços etc. 
 
O capital, por exemplo, sem o trabalho assalariado, sem o valor, sem o dinheiro, sem o 
preço etc., não é nada. 
 
(Karl Marx, O método da economia política, in Contribuição à Crítica da Economia 
Política, 1859) 
 
Trabalho Produtivo: trabalho que produz a mais-valia diretamente 
 
Trabalho Improdutivo: formas de trabalho assalariado que não aumentam o 
volume da mais-valia social, mas que contribuem para a sua produção 
(administração, serviços sociais, serviços individuais) 
 
Características da Força de Trabalho: 
 
Volume 
número de pessoas em idade de trabalhar, estoque 
de empregos 
Taxa de crescimento 
crescimento natural e migratório da população e 
dos empregos 
Estrutura etária 
distribuição dos empregos por faixas etárias da 
população 
Estrutura de gênero 
proporção de homens e mulheres no mercado de 
trabalho 
32 
 
Qualificação nível educacional dos trabalhadores 
Distribuição participação dos setores de atividade no emprego 
 
 
População Economicamente Ativa 
 
- População em Idade Ativa (PIA): parcela da população com 10 anos ou mais 
 
- População Economicamente Ativa (PEA): parcela da PIA ocupada ou desempregada 
 
Ocupados - conjunto de pessoas que: 
- possuem trabalho remunerado exercido com regularidade; 
- possuem trabalho remunerado exercido de forma irregular, mas sem procura de 
trabalho diferente do atual. 
 
Desempregados - conjunto de pessoas em alguma das situações: 
 
- Desemprego aberto: à procura de trabalho 
- Desemprego oculto: pelo trabalho precário ou pelo desalento e outros (que não 
procuram emprego por desestímulo do mercado de trabalho ou por outras 
circunstâncias) 
 
Inativos - parcela da PIA que não está ocupada nem desempregada. 
 
 
 
Indicadores de Ocupação e Desemprego: 
 
Taxa Global de Participação: relação entre PEA e PIA. Indica a proporção de pessoas 
com 10 anos e mais incorporada ao mercado de trabalho como ocupada ou 
desempregada. 
 
Taxa de Desemprego Total: relação desempregados/PEA e indica a proporção da PEA 
que se encontra na situação de desemprego aberto ou oculto. 
 
Taxa de Ocupação: relação ocupados/PEA. Indica a proporção da PEA que se encontra 
na situação de ocupados. 
 
Exercito Industrial de Reserva: excedente de força de trabalho que não encontra 
colocação no mercado de trabalho 
 
Desemprego Conjuntural: porção da força de trabalho desempregada por questões 
conjunturais da economia (crise, recessão) 
 
33 
 
Desemprego Estrutural: porção da força de trabalho desempregada em função da 
substituição dos postos de trabalho por maquinário ou por novas formas de organização 
do trabalho e da produção 
 
Oferta e demanda de força de trabalho: 
- políticas populacionais e políticas migratórias 
- políticas de qualificação da força de trabalho 
 
Organização da força de trabalho ---> deslocamento industrial 
Revolução tecnológica ---> substituição do trabalho por maquinário 
 
Estrutura do Emprego na RMPA 
 
Indústria 17,00% Serviço Público 12,20% 
Comércio 18,20% Construção 6,30% 
Serviços 57,60% Outros - 
Fonte: PED/FEE 
 
 
Emprego e Desemprego na RMPA (PED/2014)
 
 
 
Região Metropolitana de Porto Alegre 
Número de Ocupados 2012/2013 
 2011 2012 2013 2014 
Indústria de Transformação 307 310 305 293 
Construção 123 123 118 123 
Comércio 348 349 358 342 
Serviços 958 969 976 964 
Total 1758 1771 1778 1740 
Fonte: PED/RMPA. FEE, DIEESE 
34 
 
 
 
 
 
Brasil: Estoque de Empregos Formais por Setores 
 
 
35 
 
 
 
 
Setor de Atividade 2010 (%) 2013 (%) 
Primário 
2010: 3,69% 
2013: 3,73% 
Agropecuária, extrativa 
vegetal, caça e pesca 
3,20 3,20 
Extrativa mineral 0,49 0,53 
 
Secundário 
2010: 24,49% 
2013: 23,76% 
Indústria de 
transformação 
17,89 16,94 
Serviços industriais de 
utilidade pública 
0,91 0,90 
Construção civil 5,69 5,92 
Terciário 
2010: 71,82% 
2013: 72,01% 
Comércio 19,02 19,43 
Serviços 32,55 33,49 
Administração pública 20,25 19,09 
 
 RS: Estoque de Empregos Formais por Setores
 
 
36 
 
 
Setor de Atividade 2010 (%) 2013 (%) 
Primário 
2010: 3,14% 
2013: 2,91% 
Agropecuária, extrativa 
vegetal, caça e pesca 
2,93 2,68 
Extrativa mineral 0,21 0,23 
 
Secundário 
2010: 31,13% 
2013: 29,83% 
Indústria de 
transformação 
25,60 24,22 
Serviços industriais de 
utilidade pública 
1,07 1,01 
Construção civil 4,46 4,60 
Terciário 
2010: 65,73% 
2013: 67,26% 
Comércio 20,05 20,44 
Serviços 29,85 31,70 
Administração pública 15,83 15,12 
Fonte: RAIS. TEM 
 
 
 Brasil RS RMPA 
Primário 3,73 2,91 0,31 
Secundário 23,76 29,83 23,00 
Terciário 72,01 67,26 76,69 
 
CAPITAL: 
 
Conjunto de bens disponíveis destinados a produzir outros bens 
 
Capital líquido ou monetário: dinheiro 
 
Capital físico: bens de produção e materiais 
 
Capital Fixo: bens de produção duráveis que se acumulam no tempo e 
permitem elevar a capacidade produtiva do território (infraestruturas) 
 
Capital Constante: maquinas e instalações, matérias-primas 
 
Capital Circulante: que se consome no processo produtivo (pagamento de 
insumos, energia) 
 
Capital Variável: utilizado para adquirir a força de trabalho 
 
 
 
37 
 
O Capital I, 6º capítulo, “Capital constante e capital variável”. 
 
A parte do capital que se converte em meios de produção, isto é, em matéria-prima, 
matérias auxiliares e meios de trabalho, não modifica a sua magnitude de valor no 
processo de produção. Chamo-lhe, por isso, parte constante do capital, ou mais 
resumidamente: capital constante. 
 
A parte do capital convertida em força de trabalho modifica, pelo contrário, o seu valor no 
processo de produção. Reproduz o seu próprio equivalente e um excesso acima disso, a 
mais-valia, que pode, ela própria mudar, ser maior ou menor. De uma magnitude 
constante, esta parte do capital transforma-se continuamente numa variável. Chamo-lhe,por isso, parte variável do capital, ou mais resumidamente: capital variável». 
 
 
Composição Orgânica do Capital: 
Relação entre Capital Constante e Capital Variável 
 
 
Mais força de trabalho e menor capital constante: menor composição orgânica 
Menos força de trabalho e mais capital constante: maior composição orgânica 
O desenvolvimento técnico, impulsionado pela concorrência entre capitalistas, obriga-os 
a investirem em maquinaria (capital constante) que lhes permite produzir o mesmo com 
menos tempo de “trabalho vivo” (capital variável). Portanto, na sua busca pela 
reprodução de capital, tendem a investir mais em capital constante (k) e menos em 
capital variável (v), aumentando tendencialmente a composição orgânica do capital (coc) 
e diminuindo a taxa de lucro. 
A tendência da economia capitalista é a das empresas de maior composição orgânica do 
capital absorverem as de menor composição orgânica (concentração o capital). 
 
 
 
38 
 
 
 
 
Tecnologia: Mais recentemente considerada como um fator de produção. Conjunto de 
conhecimentos e métodos incorporados ao processo produtivo 
 
 
Concentração do Capital – fusão de capitais de um mesmo ramo sob o 
controle comum 
 
Centralização do Capital – fusão de capitais de diferentes ramos sob o 
controle comum 
 
O Circuito do Capital 
 
 
 produção circulação 
 
Onde: FT = força-de-trabalho 
D = dinheiro P = produção 
M = mercadorias (insumos) M’ = mercadorias (bens de consumo finais) 
MP = matérias-primas D’ = dinheiro acrescido do lucro (mais valia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Os Caminhos da Circulação do Capital 
 
 
Fonte: Harvey, D. O Novo Imperialismo (2004), p. 95. 
 
 
ESTRUTURAS DE MERCADO: 
 
Número de empresas ofertando um determinado produto, número de consumidores e 
nível de renda dos consumidores. Determinam as interações entre oferta e demanda de 
determinado produto. 
 
Concorrência perfeita: grande número de empresas vendedoras e compradoras de um 
produto homogêneo, cuja quantidade é determinada pelo mercado. O preço do produto é 
o vigente no mercado. 
 
Concorrência imperfeita: número limitado de vendedores ou compradores. Diferenciação 
do produto. Vendedores ou compradores influenciam os preços ou as quantidades a 
serem comercializadas. 
 
Estruturas de mercado – Oferta: 
 
Monopólio: estrutura de mercado em que com apenas um vendedor de um bem ou 
serviço. O preço do produto é determinado pelo vendedor. 
 
Oligopólio: estrutura de mercado com poucos vendedores e muitos compradores 
 
 
40 
 
Estruturas de mercado – Demanda: 
 
Monopsônio: estrutura de mercado com apenas um comprador, podendo ter muitos 
vendedores. Exemplo: agro-indústria 
 
Oligopsônio: estrutura de mercado com poucos compradores 
 
Concorrência Monopolística: grandes grupos compradores e grandes grupos vendedores. 
Exemplo: a distribuição no Brasil (grandes redes de supermercados e grandes 
corporações produtoras – AMBEV, BRF, Unilever... 
 
FASES DA CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA 
 
Imperialismo, fase superior do capitalismo 
(Lenin, 1916) 
 
1. concentração da produção e do capital originando os monopólios 
 
2. fusão do capital bancário e do capital industrial 
(formação do capital financeiro) 
 
3. exportação de capitais 
 
4. formação de uniões internacionais entre os grupos monopolistas 
 
5. partilha territorial do globo entre os grandes grupos monopolistas 
 
 
Global 500 – As maiores do mundo em vendas 
Empresa País Empresa País 
1. Wal-Mart EUA 6. British Petroleum RU 
2. Royal Dutch Shell RU/Hol. 7. State Grid China 
3. Sinopec China 8. Volkswagem Alemanha 
4. China Nat. Petroleum China 9. Toyota Japão 
5. Exxon Mobil EUA 10. Glencore Suiça 
 
Global 500 – por países 
País Empresas País Empresas 
1. Estados Unidos 128 7. Coréia do Sul 15 
2. China 95 8. Suíça 13 
3. Japão 57 9. Holanda 13 
4. França 28 10. Canadá 10 
5. Alemanha 32 11. Itália 9 
6. Reino Unido 28 13. Brasil 7 
 
 
 
41 
 
Brasileiras no Global 500 
1 Petrobrás 28 
2 Banco do Brasil 125 
3 Itaú 138 
4 Bradesco 203 
5 Vale 218 
6 JBS 251 
7 Ultrapar 430 
 
Brasil: as 15 Maiores Empresas (em vendas) 
Grupo Vendas 
(U$ milhões) 
Controle 
Acionário 
1. Petrobrás 104.250 Brasil 
2. BR Distribuidora 38.021 Brasil 
3. Vale 27.986 Brasil 
4. Ipiranga 23.416 Brasil 
5. Raizen 17.891 RU/Holanda 
6. BR Foods 12.471 Brasil 
7. Bunge 11.590 Holanda 
8. Volkswagen 11.037 Alemanha 
9. Cargill 10.775 EUA 
10. Braskem 10.338 Brasil 
11. Fiat 10.332 Itália 
12. Telefônica 10.183 Espanha 
13. Ponto Frio 9.548 Brasil 
14. Pão de Açúcar 9.476 França 
15. JBS 9.211 Brasil 
Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2014. 
http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/ 
 
 
Brasil: os 20 Maiores Conglomerados Privados 
Grupo Empresas Empregados 
(mil) 
Controle 
Acionário 
1. Petrobrás 160 105 Brasil 
2. Vale 18 80 Brasil 
3. Santander 26 54 Espanha 
4. Odebrecht 257 159 Brasil 
5. JBS - - Brasil 
6. Itausa 250 122 Brasil 
7. Ultrapar 38 9 Brasil 
8. Pão de Açúcar 42 149 França/Brasil 
9. Fiat 24 82 Itália 
10. Gerdau 81 45 Brasil 
11. Votorantim 213 41 Brasil 
12. Telefônica 10 21,5 Espanha 
13. Carrefour 15 - França 
42 
 
14. Bunge 27 21 Holanda 
15. Oi Telemar 51 14 Brasil 
16. Ambev 47 46,5 Bélgica 
17. BR Foods 200 117 França 
18. Walmart Brasil - 81,5 EUA 
19. MMS Marfrig - - Brasil 
20. HSBC 27 23,5 Reino Unido 
Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2012. 
http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/ 
 
 
10 maiores empresas exportadoras (2013-2014) 
 
 
 
Os Maiores Bancos do Brasil 
Banco Cidade Ativo 
Total 
Depósitos 
À Vista 
Depósitos 
Poupança 
Depósitos 
Total 
BB BRASILIA 1.303.651.713 67.949.459 146.460.984 480.089.499 
ITAU SAO PAULO 1.029.025.053 57.923.515 110.840.114 291.318.567 
CEF BRASILIA 963.315.687 24.221.193 220.990.257 391.768.100 
BNDES RIO DE JANEIRO 803.213.259 18.015.464 
BRADESCO OSASCO 793.507.842 36.315.265 84.318.918 214.240.351 
SANTANDER SAO PAULO 502.784.192 14.529.034 35.778.901 134.392.221 
HSBC CURITIBA 163.277.372 11.895.205 7.222.455 58.067.538 
SAFRA SAO PAULO 133.137.729 616.694 1.595.664 9.939.675 
BTG PACTUAL RIO DE JANEIRO 117.004.288 204.436 19.559.454 
VOTORANTIM SAO PAULO 97.325.670 164.981 5.878.282 
BANRISUL PORTO ALEGRE 56.926.803 3.280.764 7.376.313 32.112.594 
CITIBANK SAO PAULO 53.366.415 5.268.464 1.229.687 13.713.635 
BCO DO NORDESTE FORTALEZA 36.407.176 265.690 1.752.016 10.787.423 
JP MORGAN CHASE SAO PAULO 28.039.962 242.788 1.846.894 
DEUTSCHE SAO PAULO 27.550.782 488.377 2.552.654 
CREDIT SUISSE SAO PAULO 26.917.656 151.787 2.209.691 
43 
 
BCO SICREDI PORTO ALEGRE 26.308.516 54.981 4.035.570 10.771.460 
PANAMERICANO SAO PAULO 22.829.623 129.470 11.523.999 
BMG SAO PAULO 22.140.430 62.520 8.104.556 
BNP PARIBAS SAO PAULO 21.676.699 152.919 4.388.387 
Fonte: Banco Central do Brasil, 2014 
 
 
 
 
 
As Maiores do Agronegócio 
1 Louis Dreyfus SP França 
2 ADM SP EUA 
3 COAMO PR Brasil 
4 Frigorífico Minerva SP Brasil 
5 C Vale Coop. PR Brasil 
6 Caramuru Alimentos GO Brasil 
7 LAR PR Brasil 
8 Cocamar Agroindustrial PR Brasil 
9 COMIGO GO Brasil 
10 Cooperativa Agrária PR Brasil 
Fonte: Exame 1000 Maiores & Melhores 2011. 
 
 
 
 
25 maiores empresas do Sul do Brasil (2013) 
 
Grupo/Empresa Setor Cidade UF 
1 Grupo GerdauSiderurgia e Mineração Porto Alegre RS 
2 BRF Brasil Foods Alimentos e Bebidas Concórdia SC 
3 Bunge Alimentos Alimentos e Bebidas Gaspar SC 
4 Vivo S/A Telecomunicações Londrina PR 
5 HSBC Bank Brasil S/A Financeiro Curitiba PR 
6 Copel e Controladas Energia Curitiba PR 
7 Renault do Brasil Automotivo S. J. dos Pinhais PR 
8 Tractebel Energia Energia Florianópolis SC 
9 Banrisul Financeiro Porto Alegre RS 
10 Grupo Weg Máquinas e Equip. Jaraguá do Sul SC 
11 Klabin S/A Papel e Celulose Telêmaco Borba PR 
12 GVT S/A Telecomunicações Curitiba PR 
13 Sicredi - Consolidado Financeiro Porto Alegre RS 
14 Coamo - Agroindustrial Coop. Cooperativa de Produção Campo Mourão PR 
15 ALL e Controladas Transporte e Logística Curitiba PR 
16 Celesc e Controladas Energia Florianópolis SC 
17 CEEE - RS Energia Porto Alegre RS 
44 
 
18 Inepar Adm. e Part.S/A Máquinas e Equip. Curitiba PR 
19 Itaipu Binacional Energia Foz do Iguaçu PR 
20 Eletrosul Energia Florianópolis SC 
21 Electrolux do Brasil Eletroeletrônicos Curitiba PR 
22 Lojas Renner Atacado e Varejo Porto Alegre RS 
23 Grupo Randon Automotivo Caxias do Sul RS 
24 Marcopolo Automotivo Caxias do Sul RS 
25 Coopercentral Aurora Cooperativa de Produção Chapecó SC 
 
Fonte: Revista Amanhã - 500 Maiores do Sul (2014) 
 
 
25 maiores empresas do RS (2013) 
 
2012 Grupo/Empresa Receita Bruta Setor 
 R$ milhões 
1 Gerdau 39.819,99 Siderurgia 
2 Banrisul 5.946,73 Financeiro 
3 Refap S/A 9.034,86 Petróleo e Petroq. 
4 Sicredi 4.351,47 Financeiro 
5 CEEE 3.856,87 Energia 
6 Grupo Randon 5.304,25 Automotivo 
7 Lojas Renner S/A 4.199,11 Comércio 
8 Marcopolo 4.133,52 Automotivo 
9 RGE - Energia 3.469,72 Energia 
10 Grupo SLC 2.044,35 Alimentos e Bebidas 
11 AES Sul 3.087,20 Energia 
12 Grendene S/A 1.846,71 Couro e Calçados 
13 Grupo Tramontina 2.434,78 Metalurgia 
14 Yara Brasil 2.820,37 Química 
15 Getnet Tecnologia 3.173,07 Informática e Automação 
16 Corsan 1.702,56 Serviços Públicos 
17 Vonpar S/A 2.136,44 Alimentos e Bebidas 
18 Camil Alimentos 1.984,30 Agropecuária 
19 Banco Original (Matone) 512,73 Financeiro 
20 BRDE 768,05 Financeiro 
21 Camera Agroalimentos 2.000,72 Alimentos e Bebidas 
22 Borrachas Vipal S/A 1.517,88 Plástico e Borracha 
23 Bianchini S/A 1.756,02 Comércio Exterior 
24 Doux Frangosul 1.460,17 Alimentos e Bebidas 
25 RBS Comunicações 1.317,20 Comunicação 
Fonte: Revista Amanhã - 500 Maiores do Sul (2014) 
 
 
 
 
45 
 
O Domínio do Mercado pelos Monopólios 
 
http://www.toomanycars.info/CarRelationship/Car_Rel-Image2.html#autolist

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