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DIREITO DO TRABALHO I1-2 1. ORIGEM DO TRABALHO HUMANO (DIREITO FUNDAMENTAL SOCIAL DO TRABALHO) Antropológica: desenvolvimento humano - sobrevivência - necessidade Religiosa: Tradição Judaico-cristã (a obra da criação - trabalho divino de criação do mundo e das coisas –castigo divino) – desonra e degradação Islamismo (descida do paraíso à terra – cultivar, construir, popular) Mitológica: greco-romana - origem das sociedades humanas – punição dos deuses: trabalhar para sobreviver – homem decaído ETIMOLOGIA Poena (do grego: pena, castigo, dor) Tripaliare (de tripalium, antigo instrumento de tortura) Tradição sociológica: fadiga, esforço, sofrimento, valores negativos dos quais se afastam os mais afortunados SENTIDOS Antiguidade clássica: sentido material, de coisa, mal visto, relegado aos escravos Idade Média: garantia de independência, mas sem excessos Doutrina Cristã: ligado à fadiga, esforço penoso, mas com sentido digno Renascimento: essência humana, signo de racionalidade e liberdade; destino do homem voltado para a vida, para a ação Capitalismo moderno: proletariado; sentido de mercadoria Atualidade: caráter multidisciplinar Geral: atividade humana; aplicação do impulso humano a qualquer produção ou realização de um fim; personalidade e identidade humana; inseparável do homem; próprio do homem que pensa, planeja, age e que transforma a natureza. Econômico: necessidade (satisfação de necessidades humanas) e utilidade (útil para satisfazer necessidades); energia humana para uma finalidade produtiva;meio de subsistência e de acesso à propriedade. Sociológico: fato social coletivo; cooperação e solidariedade; divisão social e técnica do trabalho; cumpre um conjunto de funções sociais. 1 Autor: Gustavo Carvalho Kichileski – UNICURITIBA. 2 O resumo aqui apresentado, detém a finalidade de sistematizar o conteúdo para primeira prova bimestral de Direito do Trabalho I. Filosófico: atividade consciente e voluntária do homem; elemento de valorização e dignificação humana; uma das condições humanas: labor, trabalho, ação. Jurídico: objeto de uma prestação espontaneamente assumida, devida ou realizada por um sujeito em favor de outro; fim socialmente útil; conteúdo lícito. É objeto do Direito do Trabalho o trabalho humano (status de direito fundamental social), produtivo, subordinado e livre Trabalho humano: manual (maneja a matéria; modifica espaço físico), intelectual (modifica ambiente social e ideal; signos) Trabalho produtivo: produção (bens necessários à vida) lazer (ócio, entretenimento)formação (aperfeiçoamento pessoal) Trabalho por conta alheia: frutos do trabalho não pertencem ao trabalhador; subordinação e autonomia; resultado do trabalho produtivo pertence a outrem Trabalho livre: aceitação voluntária de que o resultado do trabalho pertença a outrem; incompatibilidade com trabalho involuntário, forçado ou sob ameaça de coação; liberdade quanto ao tempo (contrato para a vida toda?) e quanto ao lugar (mobilidade) 2. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO A tarefa de conceituar um ramo do direito pode ser muito extensa. Maurício Godinho Delgado inicia o seu Curso com o seguinte parágrafo: "O Direito do Trabalho é ramo jurídico especializado, que regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea. Seu estudo deve iniciar-se pela apresentação de suas características essenciais, permitindo ao analista uma imediata visualização de seus contornos próprios mais destacados".(1) TRT20 2012 – JUIZ. Em relação ao conceito e à formação histórica do Direito do Trabalho é INCORRETO afirmar: A. os fatores que influíram na formação do Direito do Trabalho no Brasil foram externos, relacionados às transformações que ocorreram na Europa, ocasionando a crescente elaboração legislativa de proteção ao trabalhador e o compromisso assumido pelo Brasil em ingressar na OIT, criada em 1919; sendo que neste contexto, o Código Civil de 1916 não trazia nenhum instituto que serviu de supedâneo para elaboração do Direito do Trabalho pátrio. B. o Direito do Trabalho destaca-se por seu caráter teleológico, incorporando em seu conjunto de princípios, regras e institutos um valor finalístico essencial, objetivando a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. C. o nome de “constitucionalismo social” é dado ao movimento da inclusão das leis trabalhistas nas Constituições de alguns países, sendo que a primeira Constituição do mundo que dispõe sobre Direito do Trabalho é a do México de 1917. D. o marco histórico do nascimento do Direito do Trabalho foi o advento da sociedade industrial e o trabalho assalariado, sendo que a principal causa econômica foi a Revolução Industrial do século XVIII. E. a partir da Constituição brasileira de 1934, todas passaram a ter normas de Direito do Trabalho, sendo que a Constituição de 1988 valorizou o direito coletivo e introduziu regras que favorecem o caminho da normatização autônoma. PROCURADOR AUTARQUICO 2015. Em relação à Formação Histórica do Direito do Trabalho, considere: I. O Direito do Trabalho apresenta como uma de suas características a restrição da liberdade contratual que impõe limitações à autonomia da vontade através de normas cogentes e de garantias sociais. II. A Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII que considerou o trabalho como um elemento de dignidade humana preconizando por um salário justo é considerada um marco da doutrina social da Igreja Católica e suas ideias tiveram grande relevância no surgimento do Direito do Trabalho. III. Os defensores da natureza jurídica de Direito Público para o Direito do Trabalho ponderam que ele surgiu como vertente do Direito Civil, inspirado na locação de serviços e a principal relação que é objeto de seu estudo possui natureza contratual. IV. Todas as Constituições do Brasil apresentaram normas de Direito do Trabalho e de proteção ao trabalhador, sendo que a Constituição de 1946 ficou marcada pela valorização do direito coletivo com a proibição de interferência do Poder Público na organização sindical e enumerou uma série de disposições referentes aos direitos individuais dos trabalhadores no Título da Ordem Social. V. O Direito do Trabalho é um instrumento de realização da justiça social e de tutela do trabalhador e suas funções somente podem ser cumpridas se previstas em uma estrutura jurídica formal que molde seu conteúdo e fixe os preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos autorizados ou proibidos nas relações entre trabalhadores e empregadores. Está correto o que se afirma APENAS em A. III, IV e V. B. I, III e V. C. I e IV. D. I, II e V. E. II e IV. Anteriormente à Emenda Constitucional nº 45, de 2004, a competência da Justiça do Trabalho se limitava ao julgamento das causas advindas do trabalho empregatício. O trabalho cujo contrato se dava por meio da CLT. Atualmente, porém, a Justiça do Trabalho é competente para julgar todas as causas envolventes de uma relação de trabalho. De qualquer forma, o Direito do Trabalho pode ser apresentado como individual ou coletivo. O autor assim os define: "o Direito Individual do Trabalho define-se como: complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam, no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação empregatícia de trabalho, além de outras relações laborais normativamente especificadas".(2) e "...o Direito Coletivo do Trabalho pode ser definido como o complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam as relações laborais de empregados e empregadores, além de outros grupos jurídicos normativamente especificdos, considerada sua ação coletiva,realizada autonomamente ou através das respectivas associações".(3) A reunião do Direito Individual do Trabalho e do Direito Coletivo do Trabalho cria o conhecido Direito Material do Trabalho. É o que se chama de Direito do Trabalho no sentido lato: "...pode, ..., ser definido como: complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de suas associações coletivas".(4) Já a denominação Direito do Trabalho é aceita com predominância na doutrina, jurisprudência e em muitas leis e outros diplomas normativos. Características. O autor paraense Noronha Neto explica que o Direito do Trabalho é um ramo jurídico autônomo. Isto quer dizer que o mesmo detém características próprias que o distinguem dos demais ramos do direito.(5) O cearense fundador do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí, Francisco Meton Marques de Lima, indica que caracterizam este ramo jurídico especializado: "socialidade, imperatividade, protecionismo, coletivismo, justiça social, distribuição de riqueza".(6) Evaristo de Moraes Filho e Antônio Carlos Flores de Moraes, expõem: "a) é um direito in fieri, um werdendes Recht, que tende cada vez mais a ampliar-se; b) trata-se de uma reivindicação de classe tuitivo por isso mesmo; c) é intervencionista, contra o dogma liberal da economia, por isso mesmo cogente, imperativo, irrenunciável; d) é de cunho nitidamente cosmopolita, internacional ou universal; a) os seus institutos mais típicos são de ordem coletiva ou socializante; f) é um direito de transição, para uma civilização em mudança".(7) Para Alice Monteiro de Barros, "entre as características do Direito do Trabalho, a doutrina nacional aponta: a) a tendência (...) à ampliação crescente; b) o fato de ser um direito (...) de reivindicação de classe; c) de cunho intervencionista; d) o caráter cosmopolita, isto é, influenciado pelas normas internacionais; e) o fato de os seus institutos jurídicos mais típicos serem de ordem coletiva ou socializante; f) o fato de ser um direito em transição".(8) O Direito do Trabalho é um direito ainda em formação (mutação). O Direito do Trabalho tende a incluir, em seu campo de aplicação, um número cada vez maior de categorias de relações laborais até então excluídas de sua regulamentação. Em relação ao protecionismo do Direito do Trabalho, este ramo do direito visa a proteger o trabalhador do detentor do poder econômico que com ele se relaciona. A tutela do Direito do Trabalho é realizada por meio de normas elaboradas pelo Estado ou por meio dos poderes, que restringem a autonomia individual, conferidos aos sindicatos. No tocante ao dirigismo estatal, também chamado de intervencionismo ou imperatividade, o Direito do Trabalho é formado de alguns princípios e normas que restringem a autonomia da vontade. Mediante as normas do Direito do Trabalho, o Estado assume postura positiva diante do impulso individualista dos detentores dos meios de produção, diminuindo a liberdade de contratar das classes trabalhadoras, impondo direitos subjetivos irrenunciáveis aos trabalhadores e deveres jurídicos inegociáveis aos que exploram seu trabalho. O Direito do Trabalho não trata os sujeitos da relação laborativa como iguais, reconhecendo, na verdade, a inferioridade do trabalhador diante do empregador, razão pela qual cria privilégios ao primeiro, a favor de quem suas normas devem ser interpretadas, para assim poder diminuir, mediante a desigualdade jurídica criada, a desigualdade de fato existente. Francisco Meton Marques de Lima afirma ser o Direito do Trabalho um recurso do Estado para a promoção da distribuição de riquezas. É que se trataria aqui de uma aplicação da clássica noção aristotélica de justiça, segundo a qual se devem tratar desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. O Direito do Trabalho, atualmente, tem em vista uma certa coletividade de trabalhadores, e não o trabalhador individualmente considerado. É possível se constatar várias características comuns no Direito do Trabalho nos diferentes países. Fala-se ainda em na existência de um Direito Internacional do Trabalho em formação como uma conseqüência da tendência de ampliação do seu conteúdo em extensão territorial. O Direito do Trabalho procura coordenar os interesses de empresários e trabalhadores por meio de medidas que visam realizar os fins sociais almejados pela sociedade. O Direito do Trabalho permite o exercício de tarefas de mediador, de compromisso, de transição e de transação, entre duas classes sociais em confronto. A socialidade ou "humanização do Direito" também caracteriza o Direito do Trabalho. Aqui é proposta a prevalência dos interesses sociais sobre os individuais. É um abrandamento da concepção individualista do Direito. Divisão. O Direito do Trabalho pode ser dividido em diferentes sentidos. No sentido amplo, há o Direito Material do Trabalho, que é composto do Direito Coletivo e do Direito Individual do Trabalho. Há também o Direito Internacional do Trabalho e o Direito Público do Trabalho. O Direito Público do Trabalho pode ser dividido em Direito Processual do Trabalho, Direito Administrativo do Trabalho, Direito Previdenciário e Acidentário do Trabalho, além de, finalmente, o Direito Penal do Trabalho. O Direito Penal do Trabalho, porém, é ainda um ramo de efetiva existência muito controvertida. Restritamente, o Direito do Trabalho seria composto do Direito Individual e do Direito Coletivo do Trabalho. O Direito Individual do Trabalho seria composto de uma parte geral composta de Introdução, Teoria geral do Direito Material do Trabalho e de uma parte especial. A Parte Especial abrangeria os "Contratos de Trabalho" e "Situações Empregatícias Especiais".(9) Autonomia. Lembra Delgado que autonomia, no Direito, é uma qualidade a ser atingida por certo ramo jurídico de possuir enfoques, princípios, regras, teorias e condutas metodológicas próprias de estruturação e dinâmica.(10) O Direito do Trabalho, segundo o autor de Minas Gerais, possui óbvia e marcantes vastidão e especificidade de campo temático. Também possui o Direito do Trabalho teorias específicas e distintivas. As teorias trabalhistas das nulidades e das hierarquias das normas jurídicas. O Direito do Trabalho possui metodologia e métodos próprios. Finalmente, o Direito do Trabalho possui perspectivas e questionamentos específicos e próprios. Desde a plena institucionalização do Direito do Trabalho no século XX, já não se questiona mais a autonomia justrabalhista. 2.1.Natureza. Segundo Delgado, a definição, ou seja, a busca da essência e a classificação, ou melhor, a busca do posicionamento comparativo fazem compreender a natureza do assunto tratado. Aqui tem-se a velha e infindável discussão a respeito de se saber se o Direito do Trabalho é parte do 2.1.1.Direito Público ou do 2.1.2. Direito Privado (majoritária, na doutrina e na jurisprudência) e 2.1.3.Teoria do Direito do Trabalho como natureza jurídica mista. Enfocando a substância central do Direito do Trabalho que seria a relação de emprego, a conclusão a que se chega o autor é a de o Direito do Trabalho tem natureza de Direito Privado, haja vista que a relação se daria entre particulares. Funções O fundamento e a principal função do Direito do Trabalho seria a de impedir a exploração do trabalho humano como fonte de riqueza dos detentores do capital. Luiz Carlos Amorim Robortella, em seu texto "Terceirização: tendências em doutrina e jurisprudência", explica que o Direito do Trabalho tem a função de organizar e disciplinar a economia,podendo ser concebido como verdadeiro instrumento da política econômica. Este ramo do Direito teria deixado de ser somente um direito da proteção do mais fraco para ser um direito de organização da produção. Ao invés de ser apenas direito de proteção do trabalhador e redistribuição da riqueza, converteu-se em direito da produção, com especial ênfase na regulação do mercado de trabalho.(11). 2.2. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Segundo Godinho (2015, p. 140), as fontes, na teoria jurídica captou a expressão em seu sentido metafórico. Assim, no pano dessa teoria, fontes do Direito consubstancia a a expressão metafórica para designar a origem das normas jurídicas. Classificam-se em (a) Materiais: primeira relação jurídica factual, com o fato gênese da relação jurídica (figura do nomogêneses). (b) Formais: são os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram e cristalizam-se na ordem jurídica (Godinho, p. 142) b.1.) Autônomas: não há intervenção de terceiros, imediata participação dos principais interessados – Acordos, Convenções Coletivas de Trabalho. b. 2) Heterônomas: há interferência estatal in casu. Segundo Godinho, são normas cuja produção não caracteriza pela imediata participação dos destinatários principais das normas regras jurídicas. São, em geral, de origem estatal, tais como: CF, CLT, CC, Jurisprudência, Regulamentos, Regimentos Internos, Súmulas, Sentença Normativa, LOrd, LC, EC, MP, Regulamento de Empresas, Portaria. b. 3) Normas, Regras e Princípios (Godinho). Questão “Na linguagem popular, fonte é origem, é tudo aquilo de onde provém alguma coisa. Já sob o prisma jurídico, a fonte é vista como origem do direito, incluídos os fatores sociais, econômicos e históricos. Como fundamento de validade da norma jurídica, a fonte pressupõe um conjunto de normas, em que as de maior hierarquia constituem fonte das de hierarquia inferior. Finalmente, por fonte entende-se, ainda, a exteriorização do direito, os modos pelos quais se manifesta a norma jurídica" (BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011, p. 81). Usando a lição acima como fonte de inspiração, bem como a regra celetista que preceitua a aplicação das fontes de direito do trabalho (Art. 8º, da Consolidação das Leis do Trabalho), avalie as assertivas abaixo, à luz do posicionamento legal e majoritário na doutrina trabalhista, e assinale a correta: I – É permitido, como regra, às autoridades administrativas e à Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirem, conforme o caso, por equidade. II – Como fenômeno estrutural e econômico de extrema relevância para as relações laborais no mundo, especialmente ante seu reflexo na estruturação e disseminação do sistema capitalista, a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, constituiu fonte material básica do direito do trabalho. III – De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, a analogia e a doutrina, na falta de disposições legais ou contratuais, poderão ser invocadas como fontes supletivas de aplicação do direito no caso concreto. IV – A sentença arbitral, quando exarada na solução de conflito coletivo de trabalho, classifica-se como fonte formal, autônoma e não estatal de direito do trabalho. A. apenas as assertivas III e IV estão corretas; B. apenas as assertivas I, II e III estão corretas; C. apenas as assertivas I, II e IV estão corretas; D. apenas as assertivas II e IV estão corretas; E. apenas as assertivas I e II estão corretas. Obs: As Súmulas do TST não possuem efeito cogente, somente orientador, dar-se-á as justiça do Trabalho na questão de unificação de entendimento jurisprudencial com ausência de segurança jurídica (juízes legisladores). REFERÊNCIAS: 1DELGADO (2005:49). 2. (2005:51).3. Idem 4. (2005:52). 5. NORONHA NETO, Francisco Tavares. Noções fundamentais de Direito do Trabalho . Jus Navigandi, Teresina, a. 10, n. 904, 24 dez. 2005. Disponível em: . Acesso em 27 dez. 2005. 6. LIMA, Francisco Meton Marques de. Elementos de direito do trabalho. 10ª ed. São Paulo: LTR, 2004. p. 28 apud NORONHA NETO (2005).7. MORAES FILHO, Evaristo de. e MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao direito do trabalho. 7ª ed. São Paulo: LTR, 1995. p. 59, apud NORONHA NETO (2005).8. BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2005. p. 87 apud NORONHA NETO (2005). 9. DELGADO (2005:64-65).10. (2005:66-67).11. ROBORTELLA, Luiz C. A., Terceirização: Tendências em Doutrina e Jurisprudência, BUSCALEGIS, Sítio da Universidade Federal de Santa Catarina, no endereço eletrônico: http://150.162.138.14/arquivos/Terceirizacao-tendencias_em_doutrina_e_jurisprudencia.htm, disponível em 27 de dezembro de 2005, às 17:00 horas (GMT-4). 3. PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO3 A) Principio da Proteção – informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com sua regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia – o obreira, no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. O princípio tutelar influi em todos os segmentos do Direito Individual do Trabalho, influindo na própria perspectiva desse ramo ao construir-se desenvolver-se como direito. B) Princípio da Norma Mais Favorável — O presente princípio dispõe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três situações ou dimensões distintas: no instante de elaboração da regra (princípio orientador da ação legislativa, portanto) ou no contexto de confronto entre regras concorrentes (princípio orientador do processo de hierarquia, de normas trabalhistas) ou, por fim, no contexto de interpretação das regras jurídicas (princípio orientador do processo de revelação do sentido da regra trabalhista). C) Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas — Informa tal princípio que prevalece no segmento juslaborativo o domínio de regras jurídicas obrigatórias, em detrimento de regras apenas dispositivas. desequilíbrio de poderes inerente ao contrato de emprego. 3 Sugerimos neste tema, a pesquisa jurisprudencial sobre os mesmo, pois sua incidência devem mudar de acordo com o caso concreto, observado que o ramo do direito do trabalho traz um dinamismo e inúmeras situações práticas diferentes a cada dia. D) Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas — O presente princípio é projeção do anterior, referente à imperatividade das regras trabalhistas. Ele traduz a inviabilidade técnico-jurídica de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestação de vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato. E) Princípio da Condição Mais Benéfica — Este princípio importa na garantia de preservação, ao longo do contrato, da cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do caráter de direito adquirido (art. 59, XXXVI, CF/88). Ademais, para o princípio, no contraponto entre dispositivos contratuais concorrentes, há de prevalecer aquele mais favorável ao empregado. F) Princípio da inalterabilidade Contratual Lesiva — O princípio da inalterabilidade contratual lesiva é especial do Direito do Trabalho. Contudo, sua origem é claramente exterior ao ramo justrabalhista, inspirado no principio geral do direito civil da inalterabilidade dos contratos (pacta sunt servanda) G) Princípio da Intangibilidade Salarial — Estabelece o princípio da intangibilidade dos salários que esta parcela justrabalhista merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefíciodo empregado. Este merecimento deriva do fato de considerar-se ter o salário caráter alimentar, atendendo, pois, as necessidades essenciais do ser humano. H) Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma — O princípio da primazia da realidade sobre a forma (chamado ainda de princípio do contrato realidade) amplia a noção civilista de que o operador jurídico, no exame das declarações volitivas, deve atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal através de que transpareceu a vontade (art. 85, CCB/1916; art. 112, CCB/2002). I) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego — Informa tal princípio que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais. 4. APLICAÇÃO TERRITORIAL O Direito do Trabalho submete-se também ao critério jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no espaço: a norma jurídica a se aplicar à relação de emprego será aquela do lugar da execução dos serviços. Trata-se do critério da territorialidade (ou da lex loci executionis), reconhecido pela Convenção de Direito Internacional Privado de Havana, ratificada pelo Brasil (Código Bustamante, de 1928). Tal orientação foi expressamente assimilada pela jurisprudência: “a relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação do serviço e não por aquelas do local da contratação” (Súmula 207, TST). As relações empregatícias marítimas submetem-se, de maneira geral, a diretriz própria, regendo-se pela lei do pavilhão do navio, que tende a se normalmente, , a do país de domicilio do armador/empregador. A lei 7.064/82, que “regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil, ou transferidos por empresas prestadoras de serviços de engenharia, inclusive consultoria, projetos e obras, montagens, gerenciamento, para prestar serviços no exterior” (art. 1º, Lei n. 7.064/82). VIGORA O PRÍCIPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL, QUANDO HOUVER CONFLITO ENTRE NORMA ESTRANGEIRA E BRASILEIRA. Para GODINHO o critério da territorialidade deixa de se aplicar às transferências de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços no estrangeiro: tais contratos passam a se submeter à legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto na Lei n. 7.064/82, quando mais favorável do que a legislação territorial estrangeira, observado o conjunto de normas em relação a cada matéria (art. 3S, II, Lei n. 7.064). Importante observar que, no processo do trabalho, há configuração de dois momentos i. fase de conhecimento e outro, ii. fase de execução. Em relação as imunidades estrangeiras que, i. fase do PCLT não tem imunidade, na ii. fase possuem imunidade, vejas o entendimento descrito abaixo OJI – SIDI 416 TST 416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. INFORMATIVO – TST ENQUADRAMENTO SINDICAL. PROPAGANDISTA-VENDEDOR DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS. ATIVIDADE-FIM DA EMPRESA QUE SE COADUNA COM O SERVIÇO PRESTADO PELO AUTOR. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 374 DO TST. APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO COLETIVA ENTABULADA EM SANTA CATARINA, LUGAR DA PRESTAÇÃO DO TRABALHO. O enquadramento sindical levar em conta a atividade preponderante do empregador. É pertencente a categoria diferenciada o trabalhador que pertence a categoria classificada como tal pelo Ministério do Trabalho e Emprego e desde que tal categoria difira da categoria dos trabalhadores pertencentes à categoria predominante na empresa. Ainda que a categoria seja classificada como diferenciada, se é a mesma dos trabalhadores que preponderam na empresa, não há falar em aplicação da Súmula nº 374 do TST. De acordo com o art. 611 da CLT, a norma coletiva aplicável é a do local da prestação do trabalho, sucessivamente, a da sede da empresa. (...) entendo que a norma coletiva juntada à inicial deve ser aplicada ao autor, nada importando o fato de a ré não se considerar filiada à Federação do Comércio de Santa Catarina ou de ela não figurar no rol de associados da Federação. Dito isso, dou provimento ao recurso neste ponto para reconhecer que o autor é propagandista-vendedor de produtos farmacêuticos, categoria preponderante dos trabalhadores da empresa-ré, não se aplicando, entretanto, a Súmula 374 do TST, tendo em vista que o autor atuava diretamente no ramo ditado pela atividade-fim da empresa, devendo ser aplicada ao caso a Convenção Coletiva anexada à exordial, por aplicação do princípio da territorialidade disposto no art. 611 da CLT. 5. APLICAÇÃO TEMPORAL O Direito do Trabalho submete-se ao princípio jurídico geral que rege o conflito das normas jurídicas no tempo: a norma jurídica emergente terá simples efeito imediato, respeitando, assim, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 52, XXXVI, CF/88). Distinguem-se, pois, no tocante ao conflito das leis no tempo, três tipos de consequências normativas: efeito retroativo (regente de situações já consumadas, juridicamente, sob a égide da lei anterior); efeito imediato (regente de situações em curso à época do surgimento da lei ou ainda não consumadas no referido instante); efeito diferido (regente de situações futuras em comparação à data de vigência da norma jurídica). Princípio da Aderência Contratual — Informa o princípio da aderência contratual que preceitos normativos e cláusulas contratuais tendem a aderir ao contrato de trabalho com intensidade e extensão temporais diferenciadas O Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula 277,1, fixando diretriz com respeito à aderência contratual de dispositivos de sentença normativa, convenção coletiva e acordos coletivos de trabalho, optando pelo critério da aderência limitada pelo prazo: “As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalhado’. A Seção de Dissídios Coletivos, entretanto, com respeito à duração das sentenças normativas, aponta na linha de sua maior permanência, à luz do novo Precedente Normativo n. 120: “A sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o prazo máximo legal de quatro anos de vigência. Neste tópico, assenta o entendimento de regra geral do principio da irretroatividade das normas jurídicas. TST "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO OCORRIDO DURANTE A VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. AÇÃO AJUIZADA NA VIGÊNCIA DO ATUAL CÓDIGO CIVIL. PRAZO PRESCRICIONAL. Trata-se de ação de reparação civil por dano moral ajuizada após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, mas com fundamento em fatos ocorridos na vigência do Código Civil de 1916, o que impõe a aplicação da regra de transição constante do art. 2.028 do Código Civil em vigor, respeitando-se o princípio da irretroatividade das regras jurídicas. À época do acidente, o prazo aplicável era o de vinte anos, previsto no artigo 177 do Código Civil de 1916. Contudo, antes do ajuizamento da ação (8/8/2003), entrou em vigor o Código Civil de 2002 (11/1/2003), que reduziu o prazo prescricional para três anos (art. 206,§ 3º, V), dispondo, em seu art. 2.028, que serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por esse código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. Na data de entrada em vigor do novo Código Civil, em 11/1/03, ainda não havia decorrido dez anos da data do acidente, razão pela qual, pela regra civilista do prazo prescricional, teve início a fluência do prazo de três anos previstos no art. 206, § 3º, V, do novo Código Civil. Em razão disso, o reclamante tinha 3(três) anos, a contar do dia 12 de janeiro de 2003, para exercer o direito de ação. Assim, protocolizada a petição inicial no dia 8 de agosto de 2003, o prazo prescricional não tinha se extinguido. Divergência inservível (Súmula nº 337/TST) e inespecífica (Súmula nº 296, I, TST). Agravo de instrumento a que se nega provimento" (AIRR-203/2006-076-03-41.0, Ac. 5ª Turma, Rel. Ministra Kátia Magalhães Arruda, DEJT 5/6/2009). Súmula nº 244 do TST GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 1.CONCEITO Para Min. GOINHO o Direito Coletivo do Trabalho como o complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e empregadores e outros grupos jurídicos normativamente especificados, considerada sua ação coletiva, realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais. 1.1.CONTEUDO O conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho é, pois, dado pelos princípios, regras e institutos que regem a existência e desenvolvimento das entidades coletivas trabalhistas, inclusive suas inter-relações, além das regras jurídicas trabalhistas criadas em decorrência de tais vínculos. São os princípios e normas regulatórios dos sindicatos, da negociação coletiva, da greve, do dissídio coletivo, da mediação e arbitragem coletivas, ao lado dos dispositivos criados pela negociação coletiva e dissídios coletivos, por exemplo. 1.2. ASPETOCOS HISTÓRICOS Influência do Dto comparado (Ver FRA 1789) A CF em seu art. 5º diciplina diretrizes mínimas para o direito do trabalho, veja-se (...) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; CLT Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; CLT Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos :a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida ;b) celebrar contratos coletivos de trabalho; c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação. Também nos seguintes artigos CF Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. OBS. O LIMITE DE GREVE DEVE SER RESPEITADO E ATENDER OS REQUISITOS QUE A LEI DETERMINAR § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. 2. FUNÇÃO DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 2.1.CRIAÇÃO DE NORMAS 2.2. COMPOSITIVA – PACIFICAÇÃO COLETIVA 2.3.SOCIOPOLÍTICA 2.4.FUNÇÃO ECONOMICA 3. PRINCIPIOS 3.1. LIBERDADE SINDICAL – 8º, I CF RECURSO DE EMBARGOS. AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL CONVENCIONAL. EMPREGADOS NÃO FILIADOS AO SINDICATO. COBRANÇA INDEVIDA. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO E SINDICALIZAÇÃO. PRECEDENTE NORMATIVO 119/TST. A Constituiçãoda República, em seus arts. 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados (Precedente Normativo 119/TST). Decisão da turma em consonância com a jurisprudência iterativa, notória e atual do TST, a atrair a incidência da Súmula 333/TST. Recurso de embargos não conhecido." (E-ED-A-RR - 51420/2002-900-02-00, DJ - 18/05/2007, Rel. Min. Rosa Maria Weber, decisão unânime) 3.2. AUTNOMIA COLETIVA OU PODER DE REGULAMENTAÇÃO 3.3. INTERVENÇÃO OBRIGATÓRIA DOS SINDICATOS – 8º, III CF E 611 DA CLT 3.4. PRINCIPIO DA CRIATIVIDADE DA NORMA JURIDICA 3.5. PRINCIPIO DA ADEQUAÇÃO RECURSO DE REVISTA. 1. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO. CRITÉRIO DE FIXAÇÃO. Não há na legislação pátria delineamento do quantum a ser fixado a título de dano moral. Caberá ao juiz fixá-lo, eqüitativamente, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos. A lacuna legislativa na seara laboral quanto aos critérios para fixação leva o julgador a lançar mão do princípio da razoabilidade, cujo corolário é o princípio daproporcionalidade, pelo qual se estabelece a relação de equivalência entre a gravidade da lesão e o valor monetário da indenização imposta, de modo que possa propiciar a certeza de que o ato ofensor não fique impune e servir de desestímulo a práticas inadequadas aos parâmetros da lei. No caso dos autos, tem-se que o valor arbitrado a título de indenização por danos morais - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) - pautou-se em parâmetros claramente razoáveis, como a intensidade do sofrimento, a gravidade da lesão e a capacidade financeira do ofensor. Recurso de revista não conhecido. 2. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS COM FUNDAMENTO NO ART. 18, "CAPUT", DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. No caso dos presentes autos, a imposição de multa por litigância de má-fé justifica-se diante do reconhecimento de que a Reclamada alterou o texto da sentença ao transcrevê-la, de forma a desvirtuar a essência da afirmação contida na decisão, em evidente desrespeito ao Poder Judiciário, conforme registrou o Tribunal Regional. Contudo, não se permite condenar a parte litigante de má-fé ao pagamento de honorários advocatícios com fundamento no art. 18, caput, do CPC, pois os honorários advocatícios estão condicionados estritamente ao preenchimento dos requisitos indicados na Súmula nº 219 do TST, ratificada pela Súmula nº 329 da mesma Corte, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido, no aspecto 3.6. EQUIVALÊNCIA DOS NEGÓCIOS – OJ 342 – TST 3.7. LIMITE DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA – RESPEITO A LEIS E CF RECURSO DE REVISTA. 1. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. Tratando-se de incompetência em razão do lugar e, portanto, relativa, a nulidade depende da comprovação de prejuízo à parte que suscitou a exceção de incompetência. Ora, não se declara eventual nulidade, no Direito Processual do Trabalho, se não se verificar manifesto prejuízo às partes litigantes (art. 794, CLT) ou caso seja possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (art. 796, a, CLT). Dessa feita, na hipótese, não alegado pela Reclamada nenhum prejuízo capaz de justificar a nulidade dos atos processuais praticados, não há como acolher a preliminar. Recurso de revista não conhecido. 2. MULTA POR EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. Os embargos de declaração, como instrumento de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, têm os limites estritos traçados nos artigos 897-A e 535 do CPC, isto é, cabem tão-somente quando presentes os vícios de obscuridade, contradição ou omissão do julgado. A utilização de tal ferramenta processual em desvirtuamento da finalidade prevista em lei, como na hipótese em que a Reclamada aponta vício inexistente, evidencia o caráter protelatório do recurso, culminando na correta aplicação da multa prevista no artigo 538, parágrafo único, do CPC. Recurso de revista não conhecido. 3. AVISO PRÉVIO. MATÉRIA FÁTICA.A pretensão da parte recorrente importa, necessariamente, no reexame de fatos e provas, o que encontra óbice na Súmula 126/TST e inviabiliza o seguimento do recurso. Recurso de revista não conhecido. 4. HORAS IN ITINERE. LIMITAÇÃO POR NORMA COLETIVA. DESFUNDAMENTADO. A jurisprudência tem se firmado no sentido de que a flexibilização por norma coletivanegociada não pode afrontar regra legal imperativa. Desse modo, no que tange às horas itinerantes, a flexibilização por via da norma coletiva é válida até o advento da Lei 10.243/01, prevalecendo a norma legal após o advento dessa. Antes de existir lei imperativa a respeito do tema, mas simples entendimento jurisprudencial (Súmula 90 TST), a flexibilização era ampla, obviamente. Surgindo lei imperativa (n. 10.243, de 19.06.2001, acrescentando dispositivos ao art. 58 da CLT), não há como suprimir-se direito laborativo fixado por norma jurídica heterônoma estatal. Não há tal permissivo elástico na Carta de 1988 (art. 7º, VI, XIII, XIV e XXVI, CF/88). A jurisprudência do TST, entretanto, firmou entendimento no sentido de que, pelo menos no tocante às horas itinerantes, é possível ànegociação coletiva estipular um montante estimativo de horas diárias, semanais ou mensais, pacificando a controvérsia, principalmente em virtude de o próprio legislador ter instituído poderes maiores à negociação coletiva neste específico tema (§3º do art. 58 da CLT, acrescido pela LC 123/2006). De todo modo, não é viável à negociação coletiva suprimir o direito, porém apenas fixar-lhe o montante numérico, eliminando a res dubia existente (quanto ao montante). No caso em tela, entretanto, o recurso de revista encontra-se desfundamentado, no tema, uma vez que a Reclamada não infirma todos os fundamentos do acórdão Regional, ficando silente no tocante à nulidade dos Acordos Coletivos de trabalho, sob o enfoque da irregularidade formal das normas coletivas, nos termos do art. 612 da CLT.Recurso de revista não conhecido. 5. VERBAS RESCISÓRIAS E EVOLUÇÃO DOS VENCIMENTOS. MATÉRIA FÁTICA. O Regional não decidiu a matéria à luz do art. 372 do CPC e a parte não procurou obter o necessário pronunciamento quando da interposição dos embargos de declaração. Incidência da Súmula 297/TST. Recurso de revista não conhecido. 6. FGTS SOBRE FÉRIAS INDENIZADAS. DESFUNDAMENTADO. O recurso de revista, quanto ao tema, encontra-se desfundamentado, uma vez que a Reclamada não infirma os fundamentos do acórdão Regional, ficando silente no tocante à ausência de interesse recursal, uma vez que a sentença não determinou o pagamento de FGTS sobre férias indenizadas. Recurso de revista não conhecido.7. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO. SÚMULA 219/TST. A teor da Súmula 219/TST, que encerra regra específica acerca dos honorários advocatícios nesta Justiça Especializada, a condenação da referida verba não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. Em razão desseentendimento, não pode prevalecer a condenação na verba honorária se o Reclamante encontra-se representado por advogado particular. Recurso de revista conhecido e provido, no particular. 3.8. FLEXIBILIZAÇÃO – PREPODERANCIA DO INTERESSE COLETIVO SOB O INTERESSE PRIVADO “[...]. Recurso extraordinário conhecido e provido.' (STF, RE-101.126-2/RJ, Relator Ministro Moreira Alves, publicado no DJ 1/3/1985) Desse modo, apenas por lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo é possível instituir vantagens remuneratórias aos seus empregados, dado que a norma da alínea -a- do inciso II do artigo 61 da Constituição ser-lhe plenamente aplicável. Essa disparidade de tratamento dispensado à empresa privada e à Administração Pública justifica-se em razão de lhe caber, com maior preponderância, zelar pelo bem comum, de modo que esse há de prevalecer sobre o interesse individual do empregado público. 3.9. EQUILÍBRIO SOCIAL OU PAZ SOCIAL 3.10. INESCUSABILIDADE SOCIAL – 611 CLT. As partes não podem alegar não tentativa de negociação, onde esta é requisito. RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO. PRESSUPOSTO PROCESSUAL NÃO OBSERVADO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. Pacífico o entendimento desta Corte segundo o qual a exigência do comum acordo representa pressuposto específico de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo coletivo de natureza econômica. Caso em que a Parte suscitada, em preliminar apresentada na defesa, arguiu ausência de comum acordo, não havendo ato por ela até então praticado que, com tal desiderato, seja incompatível. Processo extinto, sem resolução de mérito. Recurso Ordinário a que se nega provimento. Cabe esclarecer que o princípio que resguarda a existência de uma negociação coletiva válida é o princípio da inescusabilidadenegocial, previsto no art. 616 da CLT, segundo o qual o ente coletivo - seja ele um Sindicato ou mesmo uma empresa - não pode se recusar a buscar o entendimento, uma vez provocado a fazê-lo. Note-se: nosso Direito não obriga ao entendimento. O que se espera dos seres coletivos é uma atuação pautada pela colaboração e respeito recíprocos, consubstanciada na resposta afirmativa ao convite de dialogar. Uma questão de consideração. Quando a parte senta-se à mesa e inicia as tratativas, está cumprido este dever de negociar. Ainda que simplesmente limite-se a manifestar o rechaço à pretensão da outra, desde que haja uma justificativa plausível e um embasamento minimamente convincente sob o ponto de vista jurídico para a negativa, sob pena de estar agindo com abuso de direito, em afronta ao art. 187 do Código Civil Brasileiro. Aqui o descumprimento injustificado do princípio em questão trará consequências negativas à parte que o violar. Na hipótese dos presentes autos, não há de se falar em ausência de comum acordo porque nada de comum houve entre Suscitantes e Suscitados: não houve negociação, não houve diálogo, não houve apresentação de propostas e contrapropostas porque estes últimos simplesmente se recusaram a conversar, em atitude ilegal e abusiva. Consta da CF/88 que é obrigatória a participação dos (art. 8Sindicatos nas negociações coletivas de trabalho .º, VI). A CLT também estabelece que os Sindicatos, quando provocados, como dito, não podem recusar-se à negociação coletiva (art. 616, caput). Por isso mesmo, não podem os Suscitados recusarem-se, injustificadamente, ao diálogo com o Sindicato representativo da categoria profissional. A conduta por eles apresentada é ilegal (porque fere os arts. 8.º, VI, da CF/88 e 616 da CLT), anti-sindical (porque visa impedir que os Sindicatos da categoria oposta defendam os interesses dos trabalhadores por eles representados) e se reveste de flagrante má-fé (porque pretende obstar o acesso dos Suscitantes ao Poder Judiciário). E mais: a conduta dos Suscitados é contrária à sua própria natureza jurídica de organismo sindical. Ora, Sindicato que se recusa a negociar está negando sua própria razão de ser, sua própria utilidade perante o meio social e perante o ordenamento jurídico. Sindicato que se furta da negociação, recusa-se a cumprir sua função. Tal recusa constitui negação ontológica da prerrogativa e do dever que lhe foram claramente estabelecidos nos arts. 8.º, VI, da CF/88 e 616, caput, da CLT. Sindicato que recusa a dialogar e a negociar nem sequer deve existir. 4. DOS SINDICATOS - ide 511 a 569 da CLT 4.1. Princípio da Intervenção Obrigatória Art. 5º CF VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; 4.2. Conceito Para GODINHO são entidades associativas permanentes, que representam trabalhadores vinculados por laços profissionais e laborativos comuns, visando tratar de problemas coletivos das respectivas bases representadas, defendendo seus interesses trabalhistas e conexos, com o objetivo de lhes alcançar melhores condições de labor e vida. CLT Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. § 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social básico que se denomina categoria econômica. § 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional. § 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. (Vide Lei nº 12.998, de 2014) § 4º Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação é natural . 4.3. Princípio da Unicidade Sindical CF Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; CLT - Art. 516 - Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma dada base territorial. Art. 517. Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de determinadas categorias ou profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e Comércio poderá autorizar o reconhecimento de sindicatos nacionais. § 1º O ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, outorgará e delimitará a base territorial do sindicato. § 2º Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instituir delegacias ou secções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada. Convenção 87 OIT 4.4. Classificação – Organização 4.4.1. Econômica 4.4.2.Profissional 4.4.3. Atividade diferenciada Súmula nº 374 do TST NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA. Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria CLT Art. 511. É lícita a associação parafins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. § 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. (Vide Lei nº 12.998, de 2014) 5. Sistema Confederativo 5.1. Sindicato (a) Do registro – CLT 5 Sind = 1 Federação 3 Federação = 1 Confederação Art. 558 - São obrigadas ao registro todas as associações profissionais constituídas por atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, de acordo com o art. 511 e na conformidade do Quadro de Atividades e Profissões a que alude o Capítulo II deste Título. As associações profissionais registradas nos termos deste artigo poderão representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses individuais dos associados relativos à sua atividade ou profissão, sendo-lhes também extensivas as prerrogativas contidas na alínea "d" e no parágrafo único do art. 513. § 1º O registro a que se refere o presente artigo competirá às Delegacias Regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou às repartições autorizadas em virtude da lei. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 925, de 10.10.1969) § 2º - O registro das associações far-se-á mediante requerimento, acompanhado da cópia autêntica dos estatutos e da declaração do número de associados, do patrimônio e dos serviços sociais organizados. § 3º - As alterações dos estatutos das associações profissionais não entrarão em vigor sem aprovação da autoridade que houver concedido o respectivo registro. 5.2. Federação Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação. (Redação dada pela Lei nº 3.265, de 22.9.1957) § 1º - Se já existir federação no grupo de atividades ou profissões em que deva ser constituída a nova entidade, a criação desta não poderá reduzir a menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que àquela devam continuar filiados. (Incluído pela Lei nº 3.265, de 22.9.1957) § 2º - As federações serão constituídas por Estados, podendo o Ministro do Trabalho, Industria e Comercio autorizar a constituição de Federações interestaduais ou nacionais.(Parágrafo 1º renumerado pela Lei nº 3.265, de 22.9.1957) § 3º - É permitido a qualquer federação, para o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar os Sindicatos de determinado município ou região a ela filiados; mas a união não terá direito de representação das atividades ou profissões agrupadas. (Parágrafo 2º renumerado pela Lei nº 3.265, de 22.9.1957) 5.3. Confederação Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República. § 1º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregadores denominar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional de Transportes Terrestres, Confederação Nacional de Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional das Empresas de Crédito e Confederação Nacional de Educação e Cultura. § 2º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregados terão a denominação de: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura. § 3º - Denominar-se-á Confederação Nacional das Profissões Liberais a reunião das respectivas federações. § 4º - As associações sindicais de grau superior da Agricultura e Pecuária serão organizadas na conformidade do que dispuser a lei que regular a sindicalização dessas atividades ou profissões. 5.4. Centrais Sindicais – Ex: Cut 5.5. Diretoria Sindical Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, e específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art. 577 ou segundo ae subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Parágrafo único - Quando os exercentes de quaisquer atividades ou profissões se constituírem, seja pelo número reduzido, seja pela natureza mesma dessas atividades ou profissões, seja pelas afinidades existentes entre elas, em condições tais que não se possam sindicalizar eficientemente pelo critério de especificidade de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como tais as que se acham compreendidas nos limites de cada grupo constante do Quadro de Atividades e Profissões. 6. Paralelismo Sindical 7. Natureza Jurídica Sindicato a. Pessoa jurídica de direito privado b. Limitações legais Art. 564 - Às entidades sindicais, sendo-lhes peculiar e essencial a atribuição representativa e coordenadora das correspondentes categorias ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, o exercício de atividade econômica. 8. Estrutura Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral. § 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. § 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. § 3º - Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº 9.502, de 23.7.1946) Art. 523 - Os Delegados Sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia. 8.1. Assembleia Geral – Órgão máximo dos sindicatos, vinculo com democracia. 8.2. Diretoria – Órgão Executivo 8.3. Conselho Fiscal Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral. § 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. Súmula nº 369 do TST DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previstono art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. Súmula nº 244 do TST GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.(redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012.I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Estabilidade Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 1º - O empregado perderá o mandato se a transferência fôr por êle solicitada ou voluntàriamente aceita. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2º - Considera-se de licença não remunerada, salvo assentimento da emprêsa ou cláusula contratual, o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções a que se refere êste artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 7.543, de 2.10.1986) § 4º - Considera-se cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleição prevista em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.223, de 2.10.1984) § 5º - Para os fins dêste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à emprêsa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a êste, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 6º - A emprêsa que, por qualquer modo, procurar impedi que o empregado se associe a sindicato, organize associação profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de sindicalizado fica sujeita à penalidade prevista na letra a do art. 553, sem prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 9. Funções 9.1. Representação – judicial (substituto processual) e extrajudicial 9.2. Negocial - consequência da fun. representação, com objetivo negocial – resguardo a tutela coletiva, interesse coletivo. 9.3. Econômica 9.4. Política – 521 CLT 9.5. Assistencial – Estatuto determina 10. Formas de Custeio Sindical 10.1. Contribuição Sindical Compulsória Art. 578 - As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo. (Vide Decreto-Lei nº 229, de 1967) (Vide Lei nº 11.648, de 2008) 10.2. Contribuição Estatutária ou Mensalidade Sindical Art. 548 - Constituem o patrimônio das associações sindicais: a) as contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades, sob a denominação de imposto sindical, pagas e arrecadadas na forma do Capítulo lIl deste Título; b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos estatutos ou pelas Assembléias Gerais; c) os bens e valores adquiridos e as rendas produzidas pelos mesmos; d) as doações e legados; e) as multas e outras rendas eventuais. 10.3. Contribuição Confederativa CF Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 10.4. Contribuição Assistencial Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos : a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida; b) celebrar contratos coletivos de trabalho; c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; d) colaborar com o Estado, como orgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação. Nº 119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS – (mantido) - DEJT divulgado em 25.08.2014 "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados." 11. DIREITO A GREVE - Direito Fundamental 11.1. CF/88 Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusoscometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 11.2. LEI 7783/90 – LEI DE GREVE Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei. - Não existe greve do ‘eu sozinho’ - Deve ser total ou parcial - Pacífica, sem abusos a. Efeito Suspensivo – art. 7. Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.Patrão não é obrigado a pagar o salário enquanto suspenso - Vedado a demissão do empregado durante a greve 11.3. Dos Requisitos a. Insatisfação – provocar o Sindicato b. Convocação da Assembléia Geral Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. § 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve. § 2º Na falta de entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os fins previstos no "caput", constituindo comissão de negociação. OJ 11 SDC TST. GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE DE TENTATIVA DIRETA E PACÍFICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA NEGOCIAL PRÉVIA. (inserida em 27.03.1998) É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto. OJ 38. GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO. (inserida em 07.12.1998) É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89. TST RECURSO ORDINÁRIO - DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE - ATIVIDADE ESSENCIAL - AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA - DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL - ABUSIVIDADE DA GREVE CONFIGURADA A greve se mostra abusiva por três fundamentos: (i) ausência de autorização dos trabalhadores para sua deflagração, pois o Suscitado não demonstrou a aprovação da greve pela categoria e não trouxe aos autos a ata da assembleia e a lista de presença respectiva, o que viola o art. 4º da Lei nº 7.783/1989; (ii) ausência de comunicação prévia aos Suscitantes e aos usuários do serviço essencial de limpeza urbana com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação, violando o art. 13 da mencionada lei; e (iii) descumprimento de ordem judicial que determinava a manutenção de uma quantidade mínima de trabalhadores nos postos de trabalho, nos termos do art. 11 da Lei nº 7.783/1989, o que impõe a manutenção do acórdão regional, que declarou a abusividade da greve. Precedentes da C. SDC. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL A multa aplicada pelo Eg. Tribunal Regional deve ser mantida, diante do descumprimento da ordem judicial pelo Suscitado e da proporcionalidade do seu valor, cujo cálculo observou os parâmetros determinados pela decisão liminar, lei e jurisprudência desta C. SDC. Recurso Ordinário conhecido e desprovido. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. A) RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS NO ESTADO DE PERNAMBUCO - URBANA. GREVE EM ATIVIDADE ESSENCIAL (TRANSPORTE PÚBLICO DE PASSAGEIROS). A Constituição reconhece a greve como direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas. Trata-se de instrumento de pressão que visa a propiciar o alcance de certo resultado concreto, em decorrência do convencimento da parte confrontada. A própria Constituição Federal, contudo, apresenta limitações ao direito de greve. Uma dessas limitações diz respeito à noção de serviços e atividades essenciais (art. 9º, § 1º), como é o caso dos autos, que envolve paralisação de serviço de transporte coletivo (art. 10, V, da Lei 7.783/89). Assim, concretizado o movimento nesse âmbito diferenciado, seus condutores deverão atentar para o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Na hipótese dos autos, os requisitos formais da greve foram observados. Em relação ao atendimento das necessidades inadiáveis da população, de acordo com as informações dos autos, compreende-se que os trabalhadores cumpriram a exigência de prestação dos serviços à comunidade, em conformidade com a legislação e com a ordem judicial liminar de manutenção de percentual da frota de ônibus de transporte coletivo em circulação (70% nos horários de pico e 50% nos horários de menor movimento), e não ficou provado qualquer abuso cometido pelo Sindicato Suscitado que pudesse tipificar o movimento paredista como ilegal. Recurso ordinário desprovido, no aspecto. 2. DESCONTO DOS DIAS PARADOS. A regra geral é tratar a duração do movimento paredista como suspensão do contrato de trabalho (art. 7º, Lei 7.783/89). Isso significa que os dias parados, em princípio, não são pagos, não se computando para fins contratuais o mesmo período. Entretanto, caso se trate de greve em função do não cumprimento de cláusulas contratuais relevantes e regras legais pela empresa (não pagamento ou atrasos reiterados de salários, más condições ambientais, com risco à higidez dos obreiros, etc.), em que se pode falar na aplicação da regra contida na exceção do contrato não cumprido, a greve deixa de produzir o efeito da mera suspensão. Passa a ser enquadrada como interrupção contratual, com o pagamento dos dias parados. Do mesmo modo, não ocorrerá desconto, quando o direito constitucional de greve é exercido para tentar regulamentar a dispensa massiva. Também se considera ocorrer aqui mera interrupção contratual. Repita-se: nesses dois grandes casos, será cabível enquadrar-se como mera interrupção o período de duração do movimento paredista, não podendo ocorrer o desconto salarial. Destaque-se que eventual conduta antissindical por parte do empregador, que tenha contribuído de maneira decisiva para a paralisação, poderia afastar o enquadramento dos dias parados como mera suspensão contratual, passando o lapso temporal paredista a ser enquadrado como interrupção contratual, com o pagamento dos dias parados. A hipótese em comento não se enquadra em nenhum dos excepcionais casos em que se considera a greve como interrupção do contrato de trabalho, razão pela qual deve ser reformado o acórdão regional, no particular, determinando-se o desconto dos salários referentes aos dias de paralisação. Ressalva de entendimento do Relator, em face de se tratar de greve não abusiva. Recurso ordinário provido, no aspecto. 3. REAJUSTE DEFERIDO PARA OS BENEFÍCIOS PREVISTOS NAS CLÁUSULAS DE NATUREZA ECONÔMICA. CLÁUSULA QUARTA - PISOS SALARIAIS. CLÁUSULA QUINTA - REAJUSTE SALARIAL. CLÁUSULA SEXTA- CONCESSÃO DE ALIMENTAÇÃO. CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA- DIÁRIA PARA MOTORISTAS EM VIAGENS ESPECIAIS. QUADRAGÉSIMA NONA- AUXÍLIO-FUNERAL. CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA-INDENIZAÇÃO POR MORTE OU INVALIDEZ. Cediço é o entendimento desta Seção Especializada em Dissídios Coletivos no sentido de que os trabalhadores têm direito a reajustamento salarial, ao menos anualmente, desde que o percentual de reajuste
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