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O que é Drenagem Urbana

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1 
 
O QUE É DRENAGEM 1 
Podemos entender como DRENAGEM o ato de eliminar o líquido indesejável de um 
local. 
Na medicina, a drenagem é a inserção de dispositivos dentro do organismo humano 
para a retirada de líquidos que se acumulam na barriga ou algum órgão da pessoa. 
No futebol, a drenagem é a instalação de tubos e caixas por debaixo do campo para 
que em dias de chuva a água seja rapidamente eliminada do gramado não 
chegando a formar poças que venham a atrapalhar a realização de uma partida. 
Na cidade, drenagem é a instalação de caixas e tubos por debaixo de uma rua para 
que em dias de chuva as águas sejam rapidamente escoadas e eliminadas da 
superfície da rua de modo a impedir a formação de enxurradas que venham a 
inundar as casas ou dificultar o trânsito de pedestres ou até derrubar e arrastar 
pessoas. 
 
Veja, no desenho seguinte, que parte da água da chuva corre pela superfície e 
parte corre por baixo. 
 
 
 
2 
Via Pública SEM Drenagem Urbana: 
 
Não havendo Drenagem Urbana, as águas (superficiais e subterrâneas) produzem 
danos como: 
Deslizamento de Encostas: Enxurradas: Inundações: Abertura de Crateras: 
Estudar a drenagem de um local é analisar a adequação, em tamanho e em 
quantidade, dos diversos componentes da drenagem, como boca de lobo, cortina 
drenante, caixa de coleta, ramal coletor e galeria de drenagem, que possam efetuar 
de modo eficiente a eliminação das águas que podem causar transtornos e 
prejuízos à população. 
Via Pública COM Drenagem Urbana: 
 
 
 
3 
Rede de Drenagem é o conjunto formado pelos dispositivos - caixas, tubos, 
galerias, etc. - que promovem a drenagem das águas de um local ou de uma 
região. 
Projeto de Drenagem é o estudo da projeção de uma situação simulada e o correto 
dimensionamento dos dispositivos que irão compor a Rede de Drenagem. No 
Estudo se leva em consideração o Período de Recorrência (também conhecido como 
Período de Retorno) que é o tempo em que se admite ocorrer uma enchente. 
Assim, se o Período de Recorrência for de 10 anos, estamos admitindo que a cada 
10 anos podemos aceitar que ocorra uma enchente. No caso de estábulos e 
chiqueiros localizados na proximidade de rios é perfeitamente aceitável ocorrer essa 
inundação a cada 10 anos. 
No caso de uma Hidrelétrica importante como a de Itaipú, o Período de Recorrência 
é de 10.000 anos (tecnicamente denominada Enchente Decamilenar). Assim, se 
garante que por maior que seja a chuva nos próximos 10.000 anos, não irá ocorrer 
qualquer danos à usina. 
Deste modo, a engenharia precisa fixar o Período de Retorno e isso é feito em 
função da "importância" do local. 
Este site não tem a pretenção de ensinar, mas não custa nada, você cidadão, 
conhecer um pouco sobre a Drenagem Urbana para saber que em muitos casos, as 
providências necessárias para se evitar as inundações são simples. Saiba a 
diferença entre bueiro e boca de lobo, veja quantas bocas de lobo deveriam ter na 
sua rua. 
Critérios de Projeto é o conjunto medidas e limites previamente estabelecidos para 
o desenvolvimento do Projeto de Drenagem. Dependendo da importância 
econômica do local pode-se estabelecer critérios mais ou menos rígidos para a 
drenagem. 
No caso das chuvas, um determinado Projeto de Drenagem pode levar em 
consideração o período de retorno na chuva em função da importância do local. Por 
exemplo, em um estábulo construído próximo de um rio podemos admitir que o 
mesmo seja inundado de vez em quando. Por que isso? Por que as obras 
necessárias para que o estábulo não seja nunca inundado envolveria um 
investimento financeiro alto que não valeria dispender num estábulo velho. Os 
Critérios de Projeto definem quais serão as chuvas que a drenagem devem atender 
e quais serão as chuvas que não serão atendidas pela drenagem. 
Há também leis (federais, estaduais e municipais) obrigando os governos a 
realizarem obras de drenagem para dar aos moradores a segurança e a 
tranquilidade que merecem. Ninguém quer ser acordado na meio da madrugada por 
que o local está sofrendo uma inundação. Você conhece estas leis? Estas leis estão 
sendo obedecidas? 
Por fim, entenda que não existe "cidadão de primeira" e nem "cidadão de segunda" 
todos são iguais e todos deveriam ser tratados da mesma forma. Se todos os 
habitantes de uma cidade devem ser tratados da mesma forma, então por que 
 
 
4 
existem bairros com uma boa Rede de Drenagem e por que existem bairros sem 
nenhuma Drenagem Urbana? 
Procure, na sua rua, a Boca de Lobo que é a peça principal da Rede de Drenagem 
Superficial. Boca de Lobo, cadê você? 
 
 
DEFINIÇÃO DE ALGUNS TERMOS 
TÉCNICOS 2 
ENXURRADA - Torrente de água da chuva. Água da chuva que corre pela superfície 
das ruas causando insegurança nas pessoas e ameaçando bens. Pessoas e carros 
podem ser arrastados pela enxurrada. 
 
GUIA - È o alinhamento da pista. Também chamada de meio-fio. 
SARJETA - É o local por onde corre a água. A sarjeta deve ser dimensionada 
(inclinação e largura) de tal forma que toda água consiga escoar por ela sem 
invadir o leito carroçável. 
LEITO CARROÇÁVEL - Local por onde transita os veículos. 
 
 
5 
 
PLUVIOLOGIA - Ciência que estuda o comportamento das chuvas. 
PLUVIÔMETRO - Aparelho que mede a quantidade de água de uma chuva. 
FLUVIOLOGIA - Ciência que estuda o comportamento dos rios. 
FLUVIÔMETRO - Aparelho que mede a vazão de um rio. 
ENCHENTE - Fenômeno fluvial em que um rio, não conseguindo dar vazão à água 
que aflui num determinado ponto, eleva o nível das águas. Diz-se que o rio encheu. 
 
TRANSBORDAMENTO - Passar pela borda. Dizemos que o "rio transbordou", isto é, 
as águas do rio passaram por cima da borda do rio, inundando as avenidas e ruas. 
INUNDAÇÃO - Invasão de um local pelas águas que pode ser da chuva, de um rio 
que transbordou ou de um cano que estourou. As águas da enxurrada invadiram, 
isto é, inundou a minha loja. 
 
 
6 
 
ALAGAMENTO - Existência de água empoçada em determinado local e que não 
consegue sair ou tem dificuldades para escoar. A minha cozinha está alagada, isto 
é, cheia de água. O alagamento pode ser provocado por uma inundação (invasão 
que vem de fora) ou pelo entupimento do ralo. 
BOCA DE LOBO - Dispositivo que promove a drenagem (eliminação) das águas de 
uma via pública. Papéis, embalagens e lixo jogado na rua podem entupir a boca de 
lobo aumentando a enxurrada. 
 
BUEIRO - Abertura por onde escoa (sumidouro) a água. 
 
 
 
7 
POÇO DE INSPEÇÃO - Abertura para inspeção e manutenção de uma rede 
hidráulica. É um poço por onde uma pessoa pode entrar para fazer a manutenção 
de uma rede. É conhecida também como Poço de Visita. Como fica enterrada não é 
visível. O que se vê é a tampa do poço de inspeção. 
Abaixo tampas de poços de inspeção, uma de águas pluviais (de responsabilidade 
da prefeitura) e ao lado uma tampa do poço de inspeção de esgoto sanitário (de 
responsabilidade do estado). Observe que a tampa do poço de esgoto tem dois 
furos que não transpassam para não deixar passar o cheiro e nem doenças. 
 
Quando acontece um entupimento na rede, a água pode tentar sair pelo poço de 
inspeção, empurrando a tampa. Trata-se de prova irrefutável da incompetência do 
poder público em realizar a manutenção da rede. 
 
DRENAGEM - Ato de escoar, sugar, eliminar, fazer sumir o líquido por meio de 
dispositivos drenantes como tubos, válvulas, sondas, caixas, furos e poços. 
DRENO - Dispositivo que promove a drenagem de um local. 
GALERIA - Abertura por onde é feita a remoção materiais sólidos carreados pela 
enxurrada ou na lavagem semanal da via pública, como garrafas, latas de 
refrigerante, embalagens, etc. 
A galeria possui entrada própria, não só para o acesso de pessoas como também de 
veículos, e a remoção de materiaissólidos não afeta o tráfego das vias. 
 
 
8 
 
Em Paris, a remoção de materiais sólidos é feita por meio de barcaças que 
navegam na própria água da drenagem. 
 
 
9 
Nas cidades modernas como Nova Iorque, Londres, Los Angeles e Tókio, o tamanho 
das Galerias de Águas Pluviais é compatível com o tamanho da chuva que cai: 
 
 
10 
 
A preocupação com os efeitos danosos (estragos, erosão, inundação) produzidos 
pelo escoamento das águas da chuva é muito antiga. Veja canais de drenagem em 
Machu Pichu: 
 
 
11 
 
A Drenagem Urbana feita pelos incas foi tão bem feita que após milhares de anos 
de completo abandono, as chuvas não promoveram desbarrancamentos, 
deslizamentos e nem escorregamentos de taludes na cidade de Machu Pichu, 
localizada em regão montanhosa e com taludes super íngremes. 
 
 
12 
 
 
ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO 5 
Entende-se como Área de Contribuição a superfície do terreno que contribui com o 
escoamento de água em determinado ponto. 
Na Hidrologia a Área de Contribuição, também conhecida como Bacia de 
Contribuição ou simplesmente Bacia, é determinada em função da topografia, 
separando-se as diversas bacias por meio de uma linha imaginária, Divisor das 
Águas, traçada ao longo das partes mais altas. Veja uma exemplo da Bacia do Rio 
Taquari com as inúmeras sub-bacias formadas por seus afluentes: 
 
 
13 
 
A Grande Muralha da China foi construída na antiguidade acompanhando os pontos 
altos das montanhas (os Divisores de Água) e separava, não apenas as águas da 
chuva como também, e principalmente, o povo que vivia de um dos lados (no lado 
de dentro viviam os chineses "civilizados") do povo que vivia do outro lado (no lado 
de fora viviam os povos "bárbaros"). 
 
 
14 
 
Na Drenagem Urbana, devemos considerar o limite onde a água da chuva é levada, 
pelas ruas, praças, telhados, quintais e outros componentes urbanos para o ponto 
que está sendo estudado. 
Vejamos um exemplo prático. 
Vamos supor que desejamos estudar a drenagem de um trecho de rua com 
intenção de instalar uma Boca de Loco no ponto que chamamos de Ponto de 
Interesse, na figura seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Figura 2: 
Como estamos estudando a drenagem "urbana", alguém poderia imaginar que a 
área de contribuição seria apenas a área compreendida na área pública: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Figura 3: 
Está certo? Claro que não. A água que flui no Ponto de Interesse provém também 
das casas. Então devemos considerar como Área de Contribuição todos os imóveis 
lindeiros à rua? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Figura 4: 
Agora está certo? Ainda não. Verificamos que cada imóvel apresenta, fluxos 
distintos para as águas, apresentando partes que escoam para a via em estudo e 
partes que escoam para a rua de baixo. 
Figura 5: 
 
 
18 
Agora sim. Delimitamos todas as águas que fluem para o Ponto de Interesse, 
respeitando os telhados, os quintais e as calçadas. 
 
 
SARJETA 6 
Sarjeta é aquela parte entre a guia e o leito carroçável por onde corre a água até 
chegar a uma boca de lobo. 
 
 
19 
 
Por ser o local destinado a conduzir as águas, a sarjeta deve ser confeccionada com 
material resistente e seu acabamento deve ser bem liso para facilitar o escoamento 
das águas. 
É um erro grave, e isso costuma acontecer nas vias com pavimentação de blocos 
ou paralelepípedos não confeccionar a sarjeta. Os blocos de concreto ou pedras 
com suas arestas e outras irregularidades dificultam muito o escoamento das 
águas. Então a sarjeta deve ser construída, de preferência, com concreto, ser bem 
liso e ter a forma adequada para conduzir as águas, principalmente das chuvas. 
Existem muitas maneiras de se construir a sarjeta, o mais comum é empregar 
concreto fresco. Veja os detalhes construtivos: 
 
A sarjeta deve ter uma inclinação transversal para acomodar a água da chuva. 
Quanto maior a inclinação e a largura da sarjeta maior será a capacidade de 
transportar água. A inclinação mais usada é de 20%. A inclinação não deve passar 
dos 25% pois resultará numa sarjeta muito inclinada podendo oferecer risco aos 
transeuntes. 
Não há limites para a largura da sarjeta mas a largura mais utilizada é a de 40 
centímetros. Larguras maiores oferecem uma capacidade maior de condução das 
águas, porém devemos lembrar que crianças e pessoas idosas têm dificuldade de 
 
 
20 
passar por cima da sarjeta em dias de chuva. Se, em dias de chuva, a água que 
escoa vier a transbordar para fora da sarjeta invadindo parte do leito carroçável, é 
sinal de que a sarjeta foi mal calculada ou mal construída e então deve ser refeita. 
A espessura da sarjeta deve suportar com tranquilidade o peso de um caminhão 
carregado, visto que ao estacionar os veículos saem do leito carroçável e colocam 
as rodas sobre a sarjeta. 
As dimensões habituais de um conjunto de guia e sarjeta são as seguintes: 
 
Com essas dimensões, podemos calcular a capacidade máxima de escoamento sem 
transbordamento. Vamos calcular a vazão em duas situações: Primeiro em uma rua 
com pouca declividade, isto é, uma rua com declividade mínima e em segundo uma 
rua com grande declividade, isto é, 10%. 
A fórmula que permite calcular a vazão numa sarjeta é a seguinte: 
Q = 0,375 x I 1/2 x Z / n x Y8/3 
onde: 
I é a declividade longitudinal da rua; 
Z é a tangente do ângulo que a sarjeta faz com a guia; 
n é o Coeficiente de Manning para a rugosidade que no caso de sarjeta de concreto 
alisado à mão é 0,016; 
Y é a altura da lâmina d’água. 
 
 
 
21 
 
1 - Declividade mínima. 
Uma rua não pode ser totalmente horizontal, pois não vai permitir o escoamento da 
água em dias de chuva. Além de permitir o escoamento, a declividade deve ser tal 
que a velocidade da água seja suficiente para carregar papéis, pequenos pedaços 
de madeira como palitos de sorvete e até grãos de terra e areia trazidos pelo vento. 
A declividade que faz tudo isso é de 2%. 
Entrando na fórmula com I = 0,02; Z = 0,3/0,075 = 4; n = 0,016 e Y = 0,075 
teremos Q =13,2 litros/s 
2 - Declividade de 10% 
Entrando na fórmula com I = 0,1; Z = 4; n = 0,016 e Y = 0,075, teremos Q = 
29,6 litros/segundo 
O Centro Tecnológico de Hidráulica da Universidade de São Paulo ensaiou Bocas de 
Lobo de diversas aberturas em situações diversas de declividade e inclinação da rua 
e chegou à seguintes conclusões: 
A vazão por uma Boca de Lobo qualquer, pode ser calculada pela Fórmula de 
Bernoulli: 
Q = C L y (g y)1/2 
onde C é o coeficiente de descarga, L a largura da boca, g a aceleração da 
gravidade e y a altura da lâmina d'água junto à guia. 
Por meio de experiências práticas em modelo reduzido, chegaram à conclusão que 
para a chuva na cidade de São Paulo, teremos a fórmula simplificada: 
Q = 0,75 y3/2 para sarjeta sem depressão e 
Q = 1,02 y3/2 para sarjeta com depressão. 
estas fórmulas valem para inclinação da rua entre 0,5% e 14%, declividade 
transversal da sarjeta de 20%, largura da sarjeta de 40 centímetros que são o 
padrão adotado por muitas prefeituras. 
Q = 17 litros por segundo, para sarjetas sem depressão e 
Q = 23 litros por segundo, para sarjetas com depressão. 
Veja as perspectivas para os casos de sarjeta sem e com depressão: 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
23 
GUIA REBAIXADA PARA ENTRADA DE VEÍCULOS: 
 
 
BOCA DE LOBO 7 
 
1 - TIPOS 
Entende-se por Boca de Lobo o dispositivo instalado na via pública para promover a 
drenagem da águas da via. Veja uma foto de uma boca de lobo típica: 
 
A foto da esquerda mostra uma boca de lobo de guia enquanto que a outra mostra 
uma boca de lobo de sarjeta. 
A bocade lobo de guia é feita com um pré-moldado especial conhecido como Guia 
Chapéu: 
 
 
24 
 
A boca de lobo de sarjeta é feita com um pré-fundido de aço ou de concreto, 
podendo ser de simples encaixe ou com dobradiça: 
 
As bocas de lobo devem propiciar segurança e bem estar dos veículos e 
transeuntes. Em dias de chuva, a água da chuva correndo pela superfície da rua 
forma uma enxurrada. Quando a enxurrada toma certo volume, pode acarretar 
riscos e inseguranças como a inundação de lojas, derrubar e arrastar uma pessoa e 
até dificuldades de atravessar uma rua. 
Não confundir Boca de Lobo com Bueiro pois Bueiro é a passagem que é construída 
por tubos ou galerias para a passagem da água (da chuva, de rios e de esgoto) por 
baixo de rodovias e ferrovias. 
 
 
25 
 
Não confundir também Boca de Lobo com Poço de Visita ou Poço de Inspeção que 
são poços (verticais e geralmente redondos) dotados de tampas que servem para a 
entrada de pessoas para fazer a manutenção da rede: 
Operário entrando no Poço de Visita 
da Rede Elétrica Subterrânea: 
 
Tampa de um Poço de Visita de 
Rede de Drenagem - Tem furos: 
 
Tampa de um Poço de Visita de 
Rede de Esgoto - Não tem furos 
por causa dos gases do esgoto: 
 
A água da chuva deve escoar dentro da sarjeta para evitar situações de 
insegurança como as seguintes: 
 
Bocas de Lobo estrategicamente instaladas irão promover a rápida drenagem da 
água da chuva para dentro da galeria de águas pluviais. 
 
 
 
 
 
26 
 
2 - DIMENSIONAMENTO: 
Qual é a distância máxima entre uma boca de lobo e outra? Posso ter uma boca de 
lobo aqui e a outra somente daqui a 100 metros? 
Depende da quantidade de água recolhida pela sarjeta. A sarjeta é inclinada para 
conter a água escoando sem transbordar. Veja como é calculada a inclinação e a 
largura da sarjeta, clicando na figura: 
 
Ruas estreitas e loteamento com padrão pequeno de lotes irá exigir poucas bocas 
de lobo, isto é, as bocas de lobo poderão ficar longe uma das outras. 
Ruas largas e loteamento com padrão grande de lotes irá exigir muitas bocas de 
lobo e até agrupamento de bocas de lobo no formato duplo, triplo e até mais. 
Em ruas muito íngremes que causam enxurradas de alta velocidade pode acontecer 
da água passar direto pela boca de lobo. Então nesses casos é possível se fazer um 
rebaixo na sarjeta para facilitar o desvio do fluxo hidráulico para dentro da boca de 
lobo. Em zonas urbanas devemos evitar esse tipo de rebaixo pois além da sarjeta já 
ter uma inclinação que oferece certo risco às pessoas, a confecção desse rebaixo irá 
criar um risco adicional aos transeuntes. 
Veja uma caso de conjugação de uma boca de lobo de guia com uma boca de lobo 
de sarjeta: 
 
 
27 
 
3 - DIMENSÕES MÁXIMAS E MÍNIMA DAS ABERTURAS: 
 
As aberturas das bocas de lobo e das grelhas não 
devem ultrapassar um certo limite pois cria riscos às 
pessoas. 
Imaginem uma situação em que uma criança seja, 
acidentalmente, arrastada pela enxurrada. Se a 
abertura da boca de lobo for maior que 20 centímetros 
irá permitir a passagem de uma criança. 
Ao contrário, se a abertura for muito pequena, irá 
entupir com facilidade pois a rua tem todo tipo de 
detritos como pedaços de papel, embalagens, palito de 
sorvete e latas de refrigerantes. 
A rede de águas pluviais deve ser dimensionada para 
permitir o transporte desses materiais pela água da 
chuva. 
A chuva lava e limpa a rua. Detritos comuns como 
excrementos de animais, pequenas embalagens, latas 
de refrigerante devem ser transportados pela água da 
chuva (ou pela água da lavagem da rua) para dentro 
das Galerias de Drenagem. 
Uma lata de refrigerante tem um diâmetro de 7 cm, 
uma garrafa de vinho ou cerveja de 8 cm. Então a 
abertura mínima para uma boca de lobo deverá ser de 
8,5 centímetros. 
 
8,5 < H < 15 cm 
 
 
28 
 
Adotaremos então uma medida média de H = 10 centímetros para a boca de lobo 
de guia. 
No caso das grelhas, as restrições deverão ser maiores e uma boa medida é de 5 
centímetros para evitar que uma criança enfie o pé e de no mínimo 3 centímetros 
para evitar que a grelha entupa à toa. 
Adotaremos então uma medida média de B = 4 centímetros. 
As Bocas de Lobos podem ser confeccionadas no local ou podem ser adquiridas no 
comércio na forma de premoldados de concreto. Neste caso, os padrões de 
medidas praticadas no comércio são as seguintes: 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
30 
 
4 - VAZÃO (quantidade de água que deve passar): 
Vazão da boca de lobo pode ser determinada por fórmulas (mais complicado) ou 
por meio de nomogramas. No caso utilizamos o nomograma do DNIT contido no 
Manual de Drenagem de Rodovias: 
 
A relação entre a lâmina d´água e a abertura da boca é de 7,5/10 = 0,75 e a 
abertura que adotamos é de 10 centímetros. Entrando no nomograma encontramos 
a vazão Q = 35 litros por segundo para a boca de lobo de guia. 
Para as grelhas, devido à grande variedade de modelos existentes no comércio, 
recomendamos realizar um ensaio para determinar a vazão. Além do ensaio, não 
esquecer de aplicar um coeficiente de redução prevendo entupimento parcial de 
algumas aberturas. 
De qualquer forma, adotaremos a vazão de Q = 15 litros por segundo para efeito 
de ilustração neste site. 
 
 
31 
O Centro Tecnológico de Hidráulica da Universidade de São Paulo ensaiou Bocas de 
Lobo de diversas aberturas em situações diversas de declividade e inclinação da rua 
e chegou à seguintes conclusões: 
A vazão por uma Boca de Lobo qualquer, pode ser calculada pela Fórmula de 
Bernoulli: 
Q = C L y (g y)1/2 
onde C é o coeficiente de descarga, L a largura da boca, g a aceleração da 
gravidade e y a altura da lâmina d'água junto à guia. 
Por meio de experi~encias práticas em modelo reduzido, chegaram à conclusão que 
para a chuva na cidade de São Paulo, teremos a fórmula simplificada: 
Q = 0,75 y3/2 para sarjeta sem depressão e 
Q = 1,02 y3/2 para sarjeta com depressão. 
estas fórmulas valem para inclinação da rua entre 0,5% e 14%, declividade 
transversal da sargeta de 20%, largura da sarjeta de 40 centímetros que são o 
padrão adotado por muitas prefeituras. 
Q = 17 litros por segundo, para sarjetas sem depressão e 
Q = 23 litros por segundo, para sargetas com depressão. 
Veja as perspectivas para os casos de sarjeta sem e com depressão: 
 
 
 
32 
 
 
5 - ONDE DEVEMOS COLOCAR AS BOCAS DE LOBO: 
Veja algumas regras práticas para a localização das bocas de lobo. 
1 - Ao final de um trecho de rua antes do cruzamento. As águas pluviais não devem 
cruzar a via transversal. 
2 - Antes da faixa de travessia de pedestres. O pedestre ao atravessar a faixa de 
segurança não deve enfrentar enxurrada na sarjeta. 
3 - Na parte mais baixa do quarteirão. 
4 - Não permitir que a sarjeta receba mais água que sua capacidade. 
Veja como fica um cruzamento a seco, sem valeta e sem enxurrada: 
 
 
33 
 
Veja o que acontece se a Boca de Lobo estiver mal posicionada, se entupir ou se 
não existir: 
 
 
34 
 
Imagine, então o caos que se forma em dias de chuva se o cruzamento não tiver 
nenhuma Boca de Lobo: 
 
 
35 
 
 
 
 
36 
 
Para evitar que a vazão de água ultrapasse a capacidade da sarjeta, devemos levar 
em consideração a área de contribuição da chuva. 
Em ruas do tipo Caso-A: Somente a rua e os imóveis da própria rua. 
CASO TIPO DE BOCA DISTÂNCIA MÁXIMA 
1 Boca de Guia Simples Uma boca a cada 18,1 metros 
2 Boca de Guia Dupla Um conjunto de Boca Dupla a cada 36,3 metros 
3 Boca Conjugada Um conjunto de Boca Conjugaa a cada 25,9 metros 
4 Duas Bocas Conjugadas Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 51,8 metros 
Em ruas do tipo Caso-B: A rua e os imóveisda vizinhança à montante. 
CASO TIPO DE BOCA DISTÂNCIA MÁXIMA 
1 Boca de Guia Simples Uma boca a cada 10,2 metros 
2 Boca de Guia Dupla Um conjunto de Boca Dupla a cada 20,4 metros 
2 Boca de Guia Tripla Um conjunto de Boca Dupla a cada 30,6 metros 
3 Boca Conjugada Um conjunto de Boca Conjugaa a cada 14,6 metros 
4 Duas Bocas Conjugadas Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 29,2 metros 
4 Três Bocas Conjugadas Um conjunto de Bocas Conjugadas a cada 43,8 metros 
Boca de Guia Simples Boca de Guia Dupla Boca Conjugada Dubas Bocas Conjugadas 
NOTA IMPORTANTE: 
 
 
37 
Não se assuste com os números apresentados. Ao verificar a distância existente 
entre as bocas de lobo de sua rua, você verá que os números aqui apresentados 
são bem menores do que os que você poderá constatar na rua onde você mora ou 
daquele limite de 60 metros fixado nas Diretrizes Básicas para Projetos de 
Drenagem Urbana no Município de São Paulo. É que o projeto da rede de drenagem 
da sua rua e as Diretrizes foram feitos numa época em que não havia a grande 
contribuição dos gases de efeito estufa como na atualidade. Lembre-se que 
acrescentamos 20% à vazão de projeto por conta do aquecimento global. 
Se você vai projetar uma rede de drenagem nova, não se esqueça de majorar a 
vazão de projeto com um percentual bem maior que o 20% que adotamos aqui, 
pois a COPE-15 resultou em grande fracasso nas negociações e não houve acordo 
com relação a um número mínimo de redução de emissão de gases que contribuem 
com o efeito estufa de modo que aquele limite de no máximo 2% de aumento da 
temperatura média da terra não será, com certeza, atendido. 
Existe também uma pesquisa em desenvolvimento na Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo de criar um asfalto permeável. Com ele não haveria 
necessidade de bocas de lobo pois toda água da chuva seria rapidamente 
transferida pelo pavimento para a rede de drenagem como se fosse uma peneira. 
6 - BOCA DE LOBO EM VIADUTOS, PONTES E ESTRADAS 
Por incrível que pareça, o local menos provável de ocorrer uma enchente seria em 
cima de um viaduto, mas isso costuma acontecer. 
 
 
 
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CAIXA COLETORA 8 
As bocas de lobo devem estar acopladas a Caixas Coletoras confeccionadas em 
alvenaria, tijolo maciço ou blocos de concreto, revestidas com argamassa 
imperbealizante tanto na face externa como na interna. Todo o conjunto deverá 
estar assentado sobre uma laje de fundo que será a fundação que dará estabilidade 
a todo conjunto. 
As dimensões mínimas devem ser de 60 centímetros de tal forma a permitir a 
entrada de uma pessoa para fazer a manutenção. O fundo deverá ser preenchido 
com concreto magro na forma de rampas de tal forma a conduzir, não só a água, 
como também os materiais sólidos para dentro do Tubo Coletor. 
A Caixa Coletora não é Caixa de Retenção de objetos. 
A profundidade mínima deve ser de 1 metro. 
Nas bocas de lobo de guia, dotar com uma tampa de concreto ou de aço capazes de 
suportar a roda de um veículo. 
Nas bocas de lobo de sarjeta, a própria grelha poderá ser a tampa para acesso à 
caixa coletora. 
 
 
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O diâmetro mínimo do tubo coletor deverá ser de 40 centímetros, mas deve ser 
dimensionado em função da vazão de coleta. Uma caixa poderá receber a água de 
diversas bocas de lobo. Para conduzir toda a água e não deixar a água empossar, 
preencher o fundo com concreto magro e com declividade mínima de 3%. 
O Tubo Coletor deverá ser ligado a uma Galeria e a declividade do fundo deverá ser 
de no mínimo 3% para que a água consiga arrastar latas de refrigerantes e 
garrafas até a Galeria. 
Veja, um desenho esquemático da Caixa de Coleta: 
 
É um grande erro considerar a Caixa Coletora como local para Retenção de 
Materiais. A Caixa de Coleta não é item de manutenção tanto é que a sua tampa é 
de concreto. 
 
 
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GALERIA 9 
Galeria de Drenagem é um sistema voltado para a coleta e condução dos dejetos 
liquidos e sólidos da drenagem urbana. 
O espaço urbano recebe toda sorte de materiais que são lançados nos telhados, 
calçados e vias. Pó, areia, terra, folha de árvore, galhos de árvore, papel de bala, 
embalagem de papel, casca de banana, sacos plásticos, palito de sorvete, goma de 
mascar, cuspe, resto de sanduiche, latas de refrigerante, garrafas vazias, xixi de 
cachorro, coco de passarinho, passarinho morto, pomba, lixo, chuva, etc. 
Todo esse material, acumulado nas calçadas e sarjetas propicia a proliferção de 
ratos, baratas e outros parasitas que trazem muitas doenças. 
A Prefeitura tem a obrigação de lavar as ruas semanalmente para evitar a 
propagação de doenças como a leptospirose, toxoplasmose, samonelose, ornitose, 
caddidiase, etc. 
A chuva é outro elemento que faz a limpeza das ruas. Toda vez que chove forte, as 
águas da chuva "lavam" os espaços públicos. Por isso, calçadas, leito carroçável e 
todo piso piso deve ter um caimento mínimo de 3% para que a enxurrada consiga 
carregar, arrastar e transportar pequenos materiais sólidos. 
Para permitir a lavagem das ruas, pela Prefeitura ou pela Chuva, as ruas precisam 
ser dotadas de componentes de drenagem como as Bocas de Lobo. 
As bocas de lobo possuem aberturas que permitem a passagem de objetos como 
latas de refrigerante, garrafas de cerveja, e outros objetos pequenos. Uma boa 
Boca de Lobo possui abertura entre 8,5 centímetros e 15 centímetros. 
 
 
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Uma galeria de condução de águas pluviais requer uma manutenção intensa. 
Depois de uma chuva torrencial e depois da lavagem semanal das ruas. A rede de 
Esgoto Sanitário transporta apenas líquidos - Para garantir isso, toda ligação deve 
ser provida de Sifão com Reservatório, Caixa de Gordura, Caixa de Areia e Fossa 
Séptica. Tudo isso para assegurar que só água líquida será introduzida na rede. Já 
a rede coletora de águas pluviais tem a função de recolher todo o lixo miudo 
lançado na rua como papel de bala, lata de refrigerante, garrafas de bebidas, folhas 
das árvores, pequenos galhos de árvores, além de muita terra e muita areia 
depositada nas ruas trazidas pelo vento e pela enxurrada que vem de terrenos 
baldios e de ruas sem pavimentação. 
Como a manutenção é frequente, a entrada de pessoas e equipamentos de 
manutenção e a remoção do entulho não deve perturbar o tráfego de pessoas e de 
veículos, tendo, para isso, uma entrada independente onde entram não só pessoas 
como também veículos. 
 
 
 
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Porisso, toda a manutenção (limpeza e remoção) é feita por baixo, as galerias 
possuem calçadas e locais apropriados para o tráfego de operários e equipamentos. 
Veja fotos de algumas Galeria de Drenagem pelo mundo: 
Na Austrália: Em Boston: No Colorado: 
 
Nas grandes cidades como Nova York, Londres, Paris, Tókio, as Galerias de 
Drenagem adquirem proporções gigantescas e chegam a constituir enormes redes 
interligadas que não só removem todo o lixo pequeno jogado nas ruas como 
também coletam toda a chuva (mesmo que muito intensas) evitando a formação de 
enxurradas ou mesmo enchentes nas ruas. Veja algumas fotos: 
 
 
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A preocupação com a Drenagem Urbana é antiga e encontramos Galerias na Roma 
Antiga: 
 
 
 
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e até em civilizações extintas como os Incas em Machu Pichu:
 
só não encontramos Drenagem nas civilizações modernas: 
 
 
 
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É preciso estar prevenido contra pessoas mal intencionadas que chamam de 
"galeria" simples tubos enterrados no chão. O nome "galeria" é por que ela deve 
permitir a entrada e o trabalho de operários para a remoção dos resíduos sólidos 
transportados pela enxurrada. 
Bibliografia 
 
WATANABE, R. O que é Drenagem. Disponível em http://www.ebanataw.com.br/drenagem/drenagem.php 
Acesso em 06/08/2013

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