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PROCESSUAL PENAL DESMEMBRADO - AULA 05/11

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Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
 
 
 
Olá amigos, 
Bom dia! 
Boa tarde! e 
Boa noite! 
Nosso objetivo de hoje: 
 
Aula 5: 
8 Prisão. 
8.1 Conceito, espécies, mandado de prisão e cumprimento. 
8.2 Prisão em flagrante. 
8.3 Prisão temporária. 
8.4 Prisão preventiva. 
8.5 Princípio da necessidade, prisão especial, liberdade 
provisória. 
8.6 Fiança. 
 
 
2013 – CESPE – PC/BA - DELEGADO 
Determinado cidadão, maior, capaz, réu em processo 
penal sob a acusação de crime de latrocínio na comarca de 
Catu – BA, tendo sido contra ele expedido mandado de prisão 
preventiva, devidamente registrado no banco de dados do 
Conselho Nacional de Justiça, foi abordado por agentes da 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
2 
delegacia de homicídios de Salvador – BA, no curso de 
investigação policial por outros delitos perpetrados na capital 
baiana. Após consulta ao sistema informatizado de capturas, e 
tendo sido o seu nome localizado, foi-lhe dada voz de prisão. 
Nesse momento, o cidadão empreendeu fuga em um veículo 
na direção ao interior do estado e, imediatamente perseguido 
pelos agentes policiais, foi interceptado e preso na Comarca 
de Feira de Santana – BA. 
Com base na situação hipotética apresentada acima, 
julgue os itens subsequentes. 
57 Nessa situação, por força do disposto contido no CPP, 
deverão os agentes apresentar o cidadão à autoridade policial de 
Feira de Santana – BA e, nessa ocasião, ele será informado de seus 
direitos constitucionais. Caso não apresente o nome de seu 
advogado, a defensoria pública será cientificada da prisão. A 
autoridade policial, após execução das formalidades legais, 
comunicará da prisão ao juízo do local de cumprimento da medida, o 
qual informará ao juízo que a decretou. 
Certo 
 
Comentários: 
A afirmação está correta pautada que está nas formalidades 
previstas no CPP a respeito da prisão por mandado, conforme se 
observará adiante, mormente em relação aos arts. 289 e 289-A do 
CPP. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
3 
Prisão. 
Conceito, espécies, mandado de prisão e cumprimento. 
 
Conceito 
Prisão é a restrição legítima da liberdade do indivíduo. 
 O Art. 5º, LXI, CF e art. 283, CPP dispõem: “Ninguém será 
preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar”. 
 
Art. 283, CPP: “Ninguém poderá ser preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da 
investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária 
ou prisão preventiva.” (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
Assim, temos como regra: ordem escrita e fundamentada por 
autoridade judiciária (art. 93, CF). 
 
Contudo, são exceções: flagrante delito 
 transgressão disciplinar militar 
crime propriamente militar (aquele que 
só pode ser praticado por militar) 
 Registre-se que as exceções acima apontadas NÃO estão 
atreladas à desnecessidade de fundamentação e de ordem escrita; 
estão atreladas à natureza da autoridade, que não precisa ser 
JUDICIÁRIA. 
 Qualquer um do povo pode prender outra pessoa que estiver 
em flagrante delito. Já as autoridades DEVEM, sob o risco de sua 
inação tipificar o crime de prevaricação (art. 301, CPP). 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br 
4 
 Art. 301, CPP: “Qualquer do povo poderá e as 
autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem 
quer que seja encontrado em flagrante delito”. 
 
 Na execução da prisão deve-se observar a norma de proteção 
domiciliar encartada no seguinte dispositivo: 
 Art. 5º, XI, CF: “Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:” 
 “XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, 
ou, durante o dia, por determinação judicial”; 
 
“No que se refere ao horário de cumprimento de qualquer 
medida que tenha aptidão para restringir a inviolabilidade domiciliar, 
se observam três correntes que debatem o limite temporal que 
deveria abarcar o conceito de dia: 
1ª) Autores de Direito Constitucional, como José Afonso da Silva 
e de Processo Penal como Tourinho Filho, adotam o critério 
cronológico, que define dia como período entre 6:00h e 18:00h. 
2ª) Adotando também um critério cronológico, mas buscando 
uma definição legal que objetivasse a questão, se encontra a posição 
do professor Aury Lopes Jr., que entende que a palavra dia deveria 
ser compreendida como o período que vai das 06 às 20 horas, nos 
moldes do que dispõe o CPC em seu art. 172, in verbis: Os atos 
processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) 
horas. 
3ª) Para uma terceira corrente, a qual nos filiamos com uma 
pequena observação, a palavra dia deveria ser definida com a adoção 
de um critério físico-astronômico. Segundo tal critério, se 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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5 
compreende como dia o período que vai da aurora (nascer do sol) ao 
crepúsculo (pôr do sol). Segundo entendemos, esse critério permite a 
adequação das dimensões continentais de nosso país à exigência e 
teleologia constitucional e processual penal. Entretanto, reputamos 
que o melhor seria uma adoção legal que respeitasse o critério físico-
astronômico, o que poderia ser viabilizado (e em alguns Estados já o 
é) em normas de organização judiciária local, que poderia 
representar, proporcionalmente, o período efetivo em que aquele 
Estado da federação sofre incidência da iluminação solar.”1 
 
Espécies 
Como espécies de prisão penal temos: 
→ Prisão Com pena: É aquela que decorre de sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 →Prisão Sem pena: São as prisões cautelares, que atualmente são 
listadas em 3 espécies: 
• Prisão em flagrante 
 • Prisão preventiva 
 • Prisão temporária 
 
 Obs: No que tange às limitações ao ato prisional deve-se ter 
cuidado com o art. 236 do Código Eleitoral (Lei 4737/65). 
 Art 236, Código Eleitoral: “Nenhuma autoridade 
poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e 
oito) horas depois do encerramento da eleição, prender 
ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em 
virtude de sentença criminal condenatória por crime 
inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto. 
 
1 CRUZ, Pablo Farias Souza. Processo Penal Sistematizado. No prelo a 1ª edição. Rio de Janeiro: Grupo 
Gen: Forense, 2013,no prelo, p. 301. 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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6 
 § 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais 
de partido, durante o exercício de suas funções, não 
poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante 
delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 
15 (quinze) dias antes da eleição. 
 § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será 
imediatamente conduzido à presença do juiz competente 
que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e 
promoverá a responsabilidade do coator. 
 
 Desde 5 dias antes e 48 horas depois das eleições, não haverá 
prisão (regra). 
Essa regra estabelecida pelo Código Eleitoral tem a finalidade 
de garantir o direito de voto aos cidadãos e eleitores. 
 O candidato ao cargo eletivo NÃO poderá ser preso nos 15 dias 
que antecedem e as 48 horas que sucedem à eleição (regra). 
 Exceções são as explicitadas abaixo. 
 
 SALVO: 
 • Flagrante (por crime afiançável ou inafiançável); 
 • Prisão decorrente de uma sentença judicial, por crime 
INAFIANÇÁVEL; 
 • Aquele que descumpre salvo conduto; 
 
Mandado de prisão e cumprimento 
• Mandado: 
 Dentro de casa = Durante o dia, com as ressalvas da discussão 
exposta acima a respeito do conceito de dia. 
 Na rua = Qualquer horário. 
 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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7 
• Cumprimento de Mandado em casa alheia: 
 
 Art. 293, CPP (Cumprimento do mandado na casa de outrem). 
 
 Art. 293, CPP: “Se o executor do mandado verificar, 
com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma 
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem 
de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor 
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na 
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o 
executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, 
fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, 
e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a 
prisão”. 
 “Parágrafo único: O morador que se recusar a 
entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da 
autoridade, para que se proceda contra ele como for de 
direito”. 
 
 Sendo dia => chamará duas testemunhas e entrará à força na 
casa, arrombando as portas, se preciso. 
 Sendo noite = depois da intimação do morador, se não for 
atendido, fará guardar todas as saídas tornando a casa incomunicável 
e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. 
 A responsabilidade que trata o dispositivo se refere à eventual 
ocorrência do crime de favorecimento pessoal previsto no art. 348 do 
Código Penal. 
 
• Uso da força: 
 
 Principalmente para você, que em breve será um Delegado de 
Polícia, é importante saber se poderá usar a força na execução de 
uma prisão. 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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Primeiramente deve-se distinguir o conceito de força do 
conceito de violência, vejamos: 
 Força: Submissão física da vontade alheia de forma legítima. 
 Violência: Uso de atos que possam ferir a pessoa física ou 
psiquicamente de forma ilegítima. 
O que a lei autoriza, conforme se verá abaixo, é o uso da força 
e não da violência. 
 Art. 284, CPP: NÃO será permitido o uso da força, SALVO a 
indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga do 
preso. 
 Art. 292, CPP: ... “poderão utilizar dos meios 
necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do 
que tudo se lavrará auto subscrito também por duas 
testemunhas”. 
 
 Mais uma vez lembramos a dicção da S.V. n. 11, que se 
relaciona ao tema: 
 
 
 • É possível prisão por mandado sem exibição do mandado? 
 É possível APENAS para crimes INAFIANÇÁVEIS (art. 287, CPP). 
 Art. 287, CPP: “Se a infração for inafiançável, a falta de 
exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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9 
será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o 
mandado”. 
 
• Autoridade policial pode na execução da prisão: 
 art. 297 
 art. 299 
 
 Art. 297, CPP: Autoridade POLICIAL, para cumprimento de 
mandado, poderá expedir tantos quantos necessários às diligências, 
devendo nelas ser fielmente reproduzindo o teor do mandado 
original. 
 
 Art. 299, CPP: Inafiançável → captura poderá ser requisitada, à 
vista de mandado judicial. 
 
 Art. 299, CPP: “Se a infração for inafiançável, a captura 
poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por via 
telefônica, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as 
precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta”. 
 
Novidades quanto à execução da prisão por mandado. 
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, 
fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua 
prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do 
mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por 
qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o 
motivo da prisão, bem como o valor da fiança se 
arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as 
precauções necessárias para averiguar a autenticidade da 
comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do 
preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da 
efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato 
registro do mandado de prisão em banco de dados mantido 
pelo Conselho Nacional de Justiça para essa 
finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão 
determinada no mandado de prisão registrado no Conselho 
Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial 
do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão 
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de 
Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a 
autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a 
decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro 
do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do 
local de cumprimento da medida o qual providenciará a 
certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça 
e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do 
inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o 
autuado não informe o nome de seu advogado, será 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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11 
comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a 
legitimidade da pessoado executor ou sobre a identidade do 
preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste 
Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o 
registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
CESPE – 2013 – MPU - ANALISTA 
Considerando que um servidor público tenha sido preso 
em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor 
da Caixa Econômica Federal, tendo sido o crime facilitado em 
razão da função exercida pelo referido servidor, julgue os 
itens a seguir, com base na legislação processual penal. 
110 Na hipótese de a prisão em flagrante do servidor ser ilegal, 
o pedido de relaxamento da prisão deve ser proposto por seu 
defensor junto à vara criminal da comarca em que ocorreu o 
peculato. 
Errado 
Comentário: 
A parte sublinhada está errada. 
Tratando-se de crime federal o pedido de relaxamento será 
direcionado ao juiz federal da subseção judiciária em que ocorreu o 
delito. 
 
CESPE – 2008 – TJRJ - AnalistA 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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12 
Questão 67 - Em uma ronda de rotina, policiais militares 
avistaram Euclides, primário, mas com maus antecedentes, portando 
várias jóias e relógios. Consultando o sistema de comunicação da 
viatura policial, via rádio, os policiais foram informados de que havia 
uma ocorrência policial de furto no interior de uma residência na 
semana anterior, no qual foram subtraídos vários relógios e jóias, 
que, pelas características, indicavam serem os mesmos encontrados 
em poder de Euclides. 
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção 
correta. 
A) Euclides deverá ser preso em flagrante delito, na modalidade 
flagrante presumido. 
B) Euclides deverá ser preso em flagrante delito, na modalidade 
flagrante próprio. 
C) Euclides deverá ser preso em flagrante delito, na modalidade 
flagrante retardado. 
D) Euclides deverá ser preso em flagrante delito, na modalidade 
flagrante impróprio. 
E) Euclides não deverá ser preso, pois não há que se falar em 
flagrante no caso mencionado. 
Gabarito: E 
Comentário: 
A resposta correta é a da letra E, pois, na situação, o lapso 
temporal de uma semana não viabilizaria nem mesmo o 
enquadramento na expressão logo depois existente no flagrante 
presumido (302, IV do CPP), pois já havia se passado mais de uma 
semana entre o fato delituoso e o encontro do indivíduo. Assim, 
embora não se fixe um limite temporal preciso para a expressão logo 
depois, é certo que uma semana é um período que não se encontra 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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13 
na finalidade do dispositivo, que objetiva uma ideia de imediatidade 
entre o fato delituoso e a prisão do suposto autor da infração. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Prisão em flagrante. 
 
 É modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, 
apta a restringir a liberdade do indivíduo quando houver, por parte do 
executor, certeza visual do delito (art. 302, CPP). 
 
 Art. 302, CPP: “Considera-se em flagrante delito 
quem:” 
 “I - está cometendo a infração penal”; 
 “II - acaba de cometê-la”; 
 “III - é perseguido, logo após, pela autoridade, 
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que 
faça presumir ser autor da infração”; 
 “IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele 
autor da infração”. 
 
 A prisão em flagrante tem natureza administrativa, segundo 
entendimento majoritário. 
 Para Nucci, o mais correto seria falar que a prisão em flagrante 
tem natureza inicialmente administrativa e, posteriormente judicial, 
entendimento que já foi utilizado em prova objetiva da CESPE. 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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14 
 
 A prisão em flagrante passa, naturalmente, por três momentos, 
vejamos: 
 
Momentos: 
 • CAPTURA: É o ato destinado a cessar a atividade criminosa. E 
possível em TODOS os delitos. A voz de prisão tem por finalidade 
interromper a atividade criminosa. 
 • LAVRATURA DO APF: É o ato formal destinado a 
instrumentalizar a ratificação de uma voz de prisão. Ocorre em 
qualquer prisão?! NÃO! Nos casos de infração penal de menor 
potencial ofensivo se lavra Termo Circunstanciado de Ocorrência, 
colhendo o compromisso de comparecimento nos Juizados Especiais 
Criminais. 
Só se houver pena privativa liberdade, passa-se à análise da 
“custódia”. 
 • CUSTÓDIA: É o recolhimento do preso ao cárcere. Não tem 
prazo. Fala-se no prazo de 10 dias já que o APF inicia o IP. Registre-
se que, com o advento da lei 12.403 de 2011, tal momento só 
perdurará em virtude de outra prisão cautelar, que não o flagrante, já 
que como indica o texto da lei, não há que se falar em cautelaridade 
autônoma da prisão em flagrante delito, o que se extrai do art. 310 
do CPP reformado que informa que o juiz, não sendo o caso de 
relaxar a prisão ou conceder liberdade provisória, deverá converter a 
prisão em flagrante em prisão preventiva. 
 
Sujeito ativo: 
 As espécies de prisão em flagrante se pautam em uma distinção 
que tem como enfoque a sujeição ativa do flagrante, ou seja, se 
refere às pessoas aptas a realizar a prisão em flagrante. 
 
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Exercícios Comentados 
 
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15 
 
 Art. 301, CPP: “Qualquer do povo poderá e as autoridades 
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito”. 
 
Sujeito passivo: 
 A princípio qualquer pessoa pode ser presa em flagrante delito. 
 
 * pessoas que não podem ser presas em flagrante: 
 
• Menores de 18 anos: art. 101, § único, ECA 
menor de 12 anos: ECA – “criança”: encaminha pro Conselho 
Tutelar. 
entre 12 e 18 anos: ECA “adolescente”: apreensão em 
flagrante de ato infracional. 
 
 Não será preso em flagrante por crime afiançável nem por 
inafiançável. 
 Art. 101, § único, ECA 
 
• Presidente da República – art. 86, §3º, CF: 
 Não será preso em flagrante por crime afiançável nem por 
inafiançável. 
 Art. 86, §3º, CF: “Admitida a acusação contra o Presidente da 
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele 
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas 
 
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16 
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de 
responsabilidade”. 
 “§3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas 
infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a 
prisão”. 
 
• Magistrados e Promotores por crime AFIANÇÁVEL: 
 Art. 43, II, LC 35/79 e art. 40, III, da Lei 8625/93. 
 
• Membros do CN por crime AFIANÇÁVEL: 
 A prisão será submetida à aprovação da Casa respectiva (art. 
53, §2º, CF). 
 Art. 53, §2º, CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. 
 “§2º: Desde a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvoem flagrante de 
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. 
 
• Diplomatas estrangeiros: 
 Por crime AFIANÇÁVEL ou INAFIANÇÁVEL. 
 
• Agente que presta socorro às vítimas nos crimes de trânsito (art. 
301, CTB – 9503/97): 
 Art. 301, CTB: “Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes 
de trânsito que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, 
nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela”. 
 
• Agente que se apresenta espontaneamente (art. 304, CPP): 
 
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17 
 Art. 304, CPP: “Apresentado o preso à autoridade competente, 
ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, 
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em 
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e 
ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a 
autoridade, afinal, o auto”. 
 “§1º: Resultando das respostas fundada a suspeita contra o 
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso 
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do 
inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, 
enviará os autos à autoridade que o seja”. 
 “§2º: A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto 
de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão 
assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade”. 
 “§3º: Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou 
não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por 
duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença 
deste”. 
 Art. 304 – “APRESENTADO” o preso (e não: se 
apresentando...). 
 
• Advogados não podem ser presos em flagrante por crime afiançável 
praticado no exercício da profissão (art. 7º, §3°, lei 8906/94). 
 Art. 7º, §3º, 8906/94: “São direitos do advogados:” 
 “§3º: O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por 
motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, 
observado o disposto no inciso IV deste artigo”. 
 
 
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18 
• Autor de infração penal de menor potencial ofensivo (regra geral) – 
condicionado à assumir compromisso de comparecer no Juizado 
Especial (art. 69, § único, lei 9099/95). 
 Art. 69, § único, 9099/95: “Ao autor do fato que, após a 
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou 
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão 
em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, 
o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento 
do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima”. 
 
• Usuário de drogas: art. 28 e 48, §2º, 11343/06. 
 Art. 28, 11343/06: “Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas:” 
 “I – advertência sobre os efeitos das drogas”. 
 “II – prestação de serviços à comunidade”. 
 “III – medida educativa de comparecimento a programa ou 
curso educativo”. 
 Art. 48, §2º, 11343/06: “O procedimento relativo aos 
processos por crime definidos neste Título rege-se pelo disposto neste 
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de 
Processo Penal e da Lei de Execução Penal”. 
 “§2º: Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não 
se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser 
imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, 
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo 
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e 
perícias necessários”. 
 
 
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19 
 Observada a lista de impedimentos da prisão em flagrante, 
esclarecemos que o que se impede é, a princípio, a lavratura do 
APF e a Custódia dos indivíduos listados, já que a Captura (primeiro 
momento do flagrante) poderá perfeitamente acontecer, mais ainda 
na hipótese de o responsável pela prisão ser um agente público, pois 
o mesmo, diante da realização de um infração criminal, tem o dever 
de cessar a atividade criminosa. 
 
 
Modalidades (para alguns doutrinadores seriam Espécies): 
 
 
 • Próprio: Quem está cometendo a infração penal ou quem 
acabou de cometê-la. Possui uma certeza visual maior. 
 “Considera-se em flagrante delito quem:” 
 “I - está cometendo a infração penal”; 
 “II - acaba de cometê-la”; 
 
 • Impróprio: Inciso III – art. 302, CPP. Perseguição logo após = 
“imediata”. Não há previsão legal de nenhum prazo, dependendo do 
caso concreto. 
 
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20 
 “III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo 
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser 
autor da infração”; 
 
 • Presumido: Alguns autores o consideram inconstitucional. O 
encontro que é logo depois. Não é necessária perseguição. Também 
não existe prazo, mas a doutrina entende que o lapso temporal não 
pode ser exagerado. 
 “IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da 
infração”. 
 Obs: Se a situação concreta não se enquadra em nenhum dos 
incisos do art. 302, o flagrante deve ser relaxado pela autoridade 
judicial. 
 Pergunta que frequenta algumas provas da carreira policial é a 
seguinte: Autoridade policial pode relaxar prisão em flagrante? 
Respondemos: NÃO, porque não é autoridade judiciária. 
Delegado que se depara com prisão ilegal realiza, tecnicamente, um 
despacho de não ratificação da voz de prisão em flagrante. 
 
 Para a conceituação de perseguição deve-se recorrer à leitura 
do art. 290, §1°, CPP. 
Art. 290, §1º, CPP: “Se o réu, sendo perseguido, passar ao 
território de outro município ou comarca, o executor poderá 
efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o 
imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se 
for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção 
do preso”. 
“§1º: Entender-se-á que o executor vai em perseguição do 
réu, quando:” 
“a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, 
embora depois o tenha perdido de vista”; 
 
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“b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu 
tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo 
lugar em que o procure, for no seu encalço”. 
 
 • Preparado ou provocado: É quando a autoridade estatal 
esperando que o crime venha à acontecer, estimula a prática do 
mesmo. É considerada uma prisão ILEGAL! 
 Nesse caso a Polícia provoca o agente E toma atitudes que 
impossibilitam o delito → O saudoso doutrinador Damásio Evangelista 
de Jesus denomina o fato como Delito Putativo por obra do agente 
provocador= CRIME IMPOSSÍVEL (art. 17, CP). 
Aplicável a Súmula 145, STF. 
 Art. 17, CP: “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime”. 
 Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível sua consumação”. 
 
 • Esperado: É aquele decorrente de uma ação cautelosa e 
eficaz, executada nos moldes da atividade de inteligência policial. Não 
decorre de abuso de autoridade. É LEGAL. Classifica-se como uma 
prisão em flagrante na modalidade própria também, já que há uma 
presença muito grande do “flagrans” (que numa interpretação literal 
e livre significa chama do fogo, certeza visual do crime). 
 
 • Forjado: É decorrente da atuação maliciosa do agente estatal 
que forja elementos capazes de induzir o Estado a erro. Caracteriza 
CRIME por parte da autoridade que o realiza. 
É ILEGAL! Não pode ser definido como prisão! 
 
 
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22 
 • Retardado: “Ação controlada”, flagrante postergado, 
protelado, atrasado. 
 Hipóteses cabíveis de Lei de crime organizado 
 de flagrante controlado: Lei de drogas 
 
 Policial controla a ação, retardando o momento da captura. 
 Finalidade: encontrar mais autores, chefes e mais materiais da 
atividade criminosa. Trata-se de aplicação do Princípio da Eficiência 
na esfera das atividades de Segurança Pública. 
 Para realizar o flagrante retardado é necessária autorização 
judicial prévia (essa exigência só existe na Lei de Drogas).2 
 
Flagrante em crimes habituais e permanentes 
 
 • Crime habitual: Se caracteriza pela habitualidade. A tipicidade 
depende da prática dos atos de forma habitual. Se observado o ato 
isoladamente, não seria caracterizado o crime. 
Ex: curandeirismo. 
 Fato típico é caracterizado pela pluralidade de fatos atípicos. 
 Assim, pergunta-se: É possível o flagrante de crime habitual? 
 Doutrina majoritária entende que NÃO, porque o flagrante seria 
de um único fato atípico. Tourinho Filho diz que: “Se o crime habitual 
é uma corrente, os elos dessa corrente são fatos atípicos. Assim se 
algum flagrante ocorre, ele se refere a um elo da corrente, logo a 
certeza visual só se refere a um fato atípico, o que não permite a 
intervenção estatal.” 
 
2
 Nesse aspecto lembramos distinção feita páginas atrás, devido a sua importância prática e teórica: “Sobre as diligências: Infiltração 
de Agentes Policiais e Ação Controlada, detalhe que se costuma cobrar em prova, se refere à necessidade de autorização judicial 
prévia para consecução das referidas medidas. Na situação, deve-se diferenciar o contexto em que se emprega a diligência. Caso as 
mesmas sejam empregadas no âmbito da investigação de Tráfico Ilícito de Drogas, a referida lei demanda autorização judicial prévia 
para ambas. Por outro lado, caso a investigação tenha por objeto crimes praticados por Organizações Criminosas, a lei que a regula 
só exige autorização judicial prévia (sigilosa obviamente) para a determinação da infiltração policial, não a exigindo porém, para a 
execução da ação controlada, também denominada prisão em flagrante retardado ou postergado.” 
 
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23 
 Para uma segunda corrente, defendida por Mirabete, o flagrante 
é possível, bastando que haja lastro na cena do crime que justifique a 
existência de pluralidade e habitualidade dos atos realizados 
(corrente minoritária). 
 
 • Crime permanente (art. 303, CPP): É contrário ao crime 
instantâneo. Enquanto no crime instantâneo tem um único “ponto” na 
linha temporal que define a consumação, o crime permanente tem 
um ponto inicial e um ponto final, pois sua consumação se protrai no 
tempo. 
 O flagrante pode ocorrer enquanto o crime está se 
consumando. Ex: Sequestro, Cárcere privado... 
 Art. 303, CPP: “Nas infrações permanentes, entende-se o 
agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência”. 
 Trata-se de espécie criminosa que facilita a prisão em flagrante. 
 
Formalidades: 
 Art. 304, CPP + art. 306 –> O prazo de 24 horas se refere à 
entrega do APF, cópia do APF ou da nota de culpa e não à 
comunicação, que deve ser imediata. Assim vejamos: 
 
 * caso não tenha advogado – observar alteração ocorrida em 
2007. 
 Art. 304, CPP: A falta de testemunha não impede a prisão. 
Poderá haver “testemunha de apresentação” (§2º) que se difere das 
testemunhas do fato. 
 
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24 
 Observar, principalmente, os §§2º e 3º. 
 Se o acusado não assinar = “testemunha de leitura” (§3º). 
 Art. 304, CPP: “Apresentado o preso à autoridade 
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua 
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de 
entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do 
acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após 
cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a 
autoridade, afinal, o auto.” 
 “§1º: Resultando das respostas fundada a suspeita 
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, 
exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e 
prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for 
competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o 
seja”. 
 “§2º: A falta de testemunhas da infração não impedirá o 
auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, 
deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam 
testemunhado a apresentação do preso à autoridade”. 
 “§3º: Quando o acusado se recusar a assinar, não 
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante 
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua 
leitura na presença deste” 
 
 Art. 306, CPP: A prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, 
ao Ministério Público e á família do preso ou a pessoa por ele 
indicada. 
 §1º: 24 horas depois da prisão (depois da LAVRATURA – é o 
que tem prevalecido, embora haja entendimento no sentido de que a 
contagem se refira à captura), será encaminhado ao juiz competente 
o APF... – ENCAMINHAMENTO do APF para o JUIZ. 
 §2º: em 24 horas será entregue ao preso, mediante recibo, a 
NOTA DE CULPA, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o 
nome do condutor e o das testemunhas. 
 
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25 
 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização 
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de 
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de 
seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante 
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o 
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403,de 2011). 
 
2013 – CESPE – MPU - ANALISTA 
Maria, vítima de estupro, comunicou o fato à autoridade 
policial na delegacia de polícia. Chamada, seis meses depois, 
para fazer o reconhecimento de um suspeito, Maria o 
identificou com segurança. A partir dessa situação hipotética, 
julgue os itens subsequentes. 
106 Por ser o crime de estupro hediondo, a prisão temporária 
do suspeito, caso seja decretada, terá o prazo de trinta dias, 
prorrogável por igual período. 
Certo 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Prisão Temporária (Lei 7960/89) 
 
 
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26 
 É medida cautelar pessoal, de natureza processual, destinada a 
assegurar a investigação de crimes especialmente graves, definidos 
na lei 7960/89. 
 No âmbito da prática da atividade policial, o candidato 
perceberá uma maior facilidade na persuasão do magistrado para fins 
de decretação da prisão temporária do que para a determinação da 
prisão preventiva, haja vista a possibilidade de se aventar as duas 
prisões em determinados crimes. 
Tal facilidade decorre do fato de a prisão temporária ser uma 
prisão própria da fase de investigação, onde se alega a necessidade 
da prisão como fator preponderante para o desenvolvimento das 
investigações. 
Finalidade: investigar. 
 Apesar de certa similaridade, a prisão temporária não se 
confunde com a prisão para averiguação (típica da época da ditadura 
militar). Segundo Nucci, a prisão temporária substitui para melhor a 
antiga prisão para averiguação, pois há controle judicial de sua 
realização e das diligências policiais.3 
 Só pode ser decretada no Inquérito Policial, na fase da 
Investigação preliminar (no que se diferencia da Prisão Preventiva, 
que pode ser decretada durante toda a Persecução Penal). 
 
Possibilidade → Art. 1° 
 
 Graficamente o entendimento prevalente seria representado da 
seguinte forma: 
 
 
3
 Apud LIMA, Renato Brasileiro, p. 1393. 
 
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27 
 
 
 Art. 1º, lei 7960/89: “Caberá prisão temporária:” 
 “I – quando imprescindível para as investigações do inquérito 
policial”. 
 “II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não 
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade”. 
 “III – quando houver fundadas razões, de acordo com 
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou 
participação do indiciado nos seguintes crimes:”. 
 
Majoritariamente, entende-se que o inciso III NÃO pode 
faltar e que referido inciso deve ser cumulado com o inciso I ou 
com o inciso II. 
 
Minoritariamente, entende-se que qualquer um dos três incisos 
permite a prisão temporária. 
 
Os crimes que comportam prisão temporária são, 
taxativamente: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 
2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 
2° e 3°); 
 
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f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, 
caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua 
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 
caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou 
medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 
285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de 
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro 
de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de 
junho de 1986). 
 
Duração 
 
 • Crimes do rol da lei 7960/89 – art. 2º 
 
 Art. 2º, lei 7960/89: “A prisão temporária será decretada 
pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de 
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada 
necessidade”. 
 • Crimes hediondos – art. 2º, §4º, lei 8072/90 
 
 
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29 
 Art. 2º, §4º, 8072/90: § 4o A prisão temporária, sobre a 
qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes 
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável 
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
(Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007) 
 Nos crimes comuns → 5 dias, prorrogável por igual período 
(7960/89). 
 Nos crimes hediondos → 30 dias, prorrogável por igual período 
(8072/90). 
 
→ Se esgotar o prazo? 
 Em nossa prova oral para o cargo de Delegado de Polícia, nos 
foi indagado pelo examinador: O senhor, na condição de Delegado de 
Polícia, recebe um mandado de prisão temporária fixado num prazo 
de 5 dias. Nessa situação o que fará no último minuto do quinto dia? 
Aguardará o alvará de soltura ou liberará o preso temporário? 
 A respeito da questão, duas correntes se apresentam: 
 Minoritário: Espera o alvará de soltura do juiz, já que a 
autoridade judicial que determina a prisão é, a princípio, a mesma 
que teria competência para revogá-lo, sob pena de ofensa à 
separação de poderes. 
 Majoritário: Após o prazo → coloca-se o preso em liberdade 
imediatamente (só se o juiz prorrogar, o preso pode continuar na 
cadeia), pois, caso contrário, corre-se o risco de caracterizar ABUSO 
DE AUTORIDADE. Segundo esse entendimento o mandado de prisão 
temporária vem com uma cláusula de soltura implícita, já que só 
pode ser cumprido durante o período nele fixado, nem mais, nem 
menos. 
 
 
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30 
Direitos do Preso temporário – art. 3º 
 
 O preso temporário tem os mesmos direitos que os presos 
definitivos, mas deve permanecer em cela separada. 
 
 Art. 3º, lei 7960/89: “Os presos temporários deverão 
permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos”. 
 
Distinções entre a Prisão Preventiva e Prisão Temporária 
 
 “Várias são as distinções entre a Prisão Preventiva e a Prisão 
Temporária. Vejamos. 
 A Prisão Preventiva está prevista no Código de Processo Penal, 
mais precisamente nos arts. 311 a 316, já a Prisão Temporária está 
prevista em lei especial, qual seja, a 7.960/89. 
 A Prisão Preventiva não tem sua constitucionalidade discutida, 
já que o CPP passou pelos trâmites necessários para sua efetiva 
vigência e validade, por outro lado a Prisão Temporária é entendida, 
por alguns doutrinadores, como inconstitucional, pois ingressou no 
ordenamento jurídico a partir de Medida Provisória. Dessa forma, ao 
analisar mais profundamente a situação, percebe-se que a lei 7.960é 
de 1989, 1 (um) ano após a promulgação da nova CF/88. Referida 
Constituição veda, expressamente, a edição de Medidas Provisórias, 
relativas a direito penal e direito processual penal, conforme se 
observa no art. 62, § 1º, I, “b”, CF. Assim sendo, mesmo com a 
sanção do Presidente da República (que permite que a MP vire Lei 
Ordinária Federal), a lei em questão teria um vício de 
inconstitucionalidade originária e, portanto, insanável. Porém, apesar 
da ADI proposta e da sua não aplicação por alguns juízes, a lei 
7960/89 está em pleno vigor. 
 
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31 
A Prisão Preventiva não tem prazo legal, sendo permitida 
enquanto estiverem presentes seus pressupostos de validade. Porém, 
a jurisprudência, em garantia à Duração Razoável do Processo, adota 
um limite de 86 (oitenta e seis) dias, segundo Pacelli, sob pena de 
verificação de um constrangimento ilegal perpetrado pelo Estado. Tal 
prazo decorre de uma soma global dos prazos previstos em lei para o 
procedimento comum ordinário, o que, registre-se, está sendo objeto 
de releitura (recontagem) doutrinária. A seu turno a Prisão 
Temporária tem prazo legal previsto tanto na lei 7960/89 quanto na 
lei 8072/90. Sendo assim, diante de crimes comuns, o prazo da 
prisão temporária será de 5 (cinco) dias, prorrogáveis uma vez por 
igual período, conforme o disposto no art. 2º, “caput”, da lei 
7960/89, enquanto diante de crimes hediondos, o prazo será de 30 
(trinta) dias, prorrogáveis uma vez por igual período, segundo o art. 
2º, §4º, da lei 8072/90. 
 A Prisão Preventiva pode ser decretada “ex officio”, depois de 
iniciada a ação penal. A Prisão Temporária, por sua vez, não pode ser 
decretada “ex officio”, observado o art. 2º, “caput”, lei 7960/89, 
que não expressa tal possibilidade: “A prisão temporária será 
decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial 
ou de requerimento do Ministério Público...”. 
 A Prisão Preventiva, nos moldes do que dispõe o art. 311 do 
CPP, pode ser requerida pelo: Ministério Público, Querelante, 
Assistente e Autoridade Policial. A Prisão Temporária pode ser 
requerida, nos termos do art. 2º da Lei 7960/89, somente pela 
Autoridade Policial e pelo Ministério Público. 
 A Prisão Preventiva pode ser determinada tanto na fase 
preliminar (instauração do Inquérito Policial) quanto na Ação Penal, 
ou seja, durante toda a persecução penal. A Prisão Temporária pode 
ser determinada somente na fase de investigação. 
 
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32 
 A Prisão Preventiva será decretada nos casos do art. 313, não 
havendo listagem expressa dos crimes que admitem prisão 
preventiva. Por outro lado a Prisão Temporária será decretada nos 
casos expressamente listados (rol exaustivo) no art. 1º, I a III (“a” 
até “o”), lei 7960/89.”4 
 
2013 – CESPE – PC/BA - DELEGADO 
Determinado cidadão, maior, capaz, réu em processo 
penal sob a acusação de crime de latrocínio na comarca de 
Catu – BA, tendo sido contra ele expedido mandado de prisão 
preventiva, devidamente registrado no banco de dados do 
Conselho Nacional de Justiça, foi abordado por agentes da 
delegacia de homicídios de Salvador – BA, no curso de 
investigação policial por outros delitos perpetrados na capital 
baiana. Após consulta ao sistema informatizado de capturas, e 
tendo sido o seu nome localizado, foi-lhe dada voz de prisão. 
Nesse momento, o cidadão empreendeu fuga em um veículo 
na direção ao interior do estado e, imediatamente perseguido 
pelos agentes policiais, foi interceptado e preso na Comarca 
de Feira de Santana – BA. 
Com base na situação hipotética apresentada acima, 
julgue os itens subsequentes. 
56 A decretação da prisão preventiva submete-se aos requisitos 
fáticos e normativos estabelecidos no CPP, sendo admitida em 
qualquer fase da persecução criminal, seja de ofício, seja por 
representação da autoridade policial, a requerimento do MP, do 
querelante ou do assistente de acusação. 
Errado 
 
4 CRUZ, Pablo Farias Souza. Processo Penal Sistematizado. No prelo a 1ª edição. Rio de Janeiro: Grupo 
Gen: Forense, 2013, no prelo, p. 333/334. 
 
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33 
Comentário: 
A prisão preventiva pode ser concedida pelo juiz de ofício, após 
a reforma de 2011, somente na fase judicial da persecução penal. 
 
CESPE – 2013 – MPU - ANALISTA 
Considerando que um servidor público tenha sido preso 
em flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor 
da Caixa Econômica Federal, tendo sido o crime facilitado em 
razão da função exercida pelo referido servidor, julgue os 
itens a seguir, com base na legislação processual penal. 
109 Ao receber o auto de prisão em flagrante do servidor, o juiz 
deverá converter a prisão em flagrante em preventiva e, então, se for 
o caso, deliberar pela aplicação de medidas cautelares diversas da 
prisão, como a suspensão do exercício da função pública. 
Errado 
Comentário: 
O juiz, ao receber a prisão em flagrante, pode também, ao 
invés de convertê-la em preventiva, conceder liberdade provisória, se 
for o caso, ou aplicar outra medida cautelar diversa da prisão. 
 
Na oportunidade, visando ampliar o estudo e abarcar possíveis 
questionamentos, passamos a fazer considerações teóricas sobre a 
matéria: 
 
Prisão Preventiva 
 
 Segundo Fernando Capez: É prisão cautelar de natureza 
processual, decretada pelo juiz durante o inquérito policial (fase 
preliminar) ou processo criminal, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO, 
 
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34 
sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem 
os motivos autorizadores.5 
 Prevalece que, se preenchidos os pressupostos exigidos, a 
prisão preventiva é CONSTITUCIONAL. Ponderação entre: Presunção 
de Inocência x Segurança Pública. 
 
 
“Pressupostos 
 
 
Obs: A contradição não está em o promotor oferecer a denúncia 
sem pedir a decretação da prisão preventiva (já que pode não existir 
“periculum libertatis”), mas sim em pedir prisão preventiva sem que 
ofereça a denúncia. 
 
 Art. 312, CPP: garantia da ordem pública, da ordem econômica, 
por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação 
da lei penal. Ordem pública NÃO é sinônimo de clamor social (há 
diferença entre INTERESSE PÚBLICO e INTERESSE DO PÚBLICO – 
que nem sempre é uma motivação idônea). 
 
 
5 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal.15.ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 277. 
 
 
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35 
Características 
 
 • Jurisdicional (art. 311): decretada pelo JUIZ, de ofício, se no 
curso da ação penal6, a requerimento do MP ou mediante 
representação do delegado de polícia. 
 
 • Excepcional: No Brasil, se entende que a liberdade é a regra e 
a prisão, sua exceção. 
Hipóteses autorizadoras 
 
 • Garantia da ordem pública: art. 302, CPP. Trata-se de 
conceito extremamente aberto o que o torna objeto de crítica severas 
da doutrina. Entretanto,a pretexto de esclarecer a disposição legal a 
doutrina à define com outra disposição aberta definindo-a como a 
tranquilidade e a paz social. 
Nucci é mais feliz ao definir de forma mais rígida o conceito de 
ordem pública, informando que a mesma deve se traduzir em um 
trinômio: Gravidade da Infração, Repercussão Social e Periculosidade 
do Agente. Nesse contexto, analisa-se a gravidade em concreto (e 
não em abstrato) do crime. 
 Sobre tema decidiu o STJ: 
Informativo nº 0426 
Período: 8 a 12 de março de 2010. 
Quinta Turma 
HC. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA. ORDEM PÚBLICA. 
A Turma conheceu parcialmente da ordem de habeas corpus e, 
nessa parte, denegou-a ao entendimento de que o pedido de 
trancamento da ação penal fundado na irregularidade e 
ilicitude dos procedimentos realizados durante a investigação, 
além de ausência de justa causa para a instauração 
de persecutio criminis, não foi sequer suscitado no Tribunal de 
 
6 A exigência expressa à existência de ação penal foi incluída pela Lei 12.403/12. 
 
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Exercícios Comentados 
 
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origem, ficando impedido este Superior Tribunal de examinar 
tal questão sob pena de supressão de instância. No que se 
refere à alegada falta de fundamentação da 
prisão preventiva, o Min. Relator destacou que, na hipótese, a 
prisão está satisfatoriamente fundamentada na garantia da 
ordem pública. A prisão preventiva justifica-se desde que 
demonstrada sua real necessidade com a satisfação dos 
pressupostos a que se refere o art. 312 do CPP, não 
bastando a mera explicitação textual de tais requisitos. 
Não se exige, contudo, fundamentação exaustiva, sendo 
suficiente que o decreto constritivo, ainda que de forma 
sucinta, analise a presença, no caso, dos requisitos 
legais da prisão preventiva. Assim, o STF tem 
reiteradamente reconhecido como ilegais as prisões 
preventivas decretadas, por exemplo, com base na 
gravidade abstrata do delito, na periculosidade 
presumida do agente, no clamor social decorrente da 
prática da conduta delituosa, ou, ainda, na afirmação 
genérica de que a prisão é necessária para acautelar o 
meio social. Mas, na hipótese, o paciente é acusado de 
pertencer à facção criminosa cuja atuação controla o tráfico de 
entorpecentes de dentro dos presídios e ordena a prática de 
outros crimes como roubos e homicídios, tudo de forma 
organizada. De fato, a periculosidade do agente para a 
coletividade, desde que comprovada concretamente, é apta a 
manutenção da restrição de sua liberdade. Precedentes citados 
do STF: HC 90.862-SP, DJ 27/4/2007; HC 92.069-RJ, DJ 
9/11/2007; RHC 89.972-GO, DJ 29/6/2007; HC 90.858-SP, DJ 
22/6/2007; HC 90.162-RJ, DJ 29/6/2007; HC 90.471-PA, DJ 
14/9/2007; HC 84.311-SP, DJ 8/6/2007; HC 86.748-RJ, DJ 
8/6/2007; HC 89.266-GO, DJ 29/6/2007; HC 88.608-RN, DJ 
6/11/2006, e HC 88.196-MS, DJ 18/5/2007. HC 134.340-SP, 
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 9/3/2010. 
 
 Em síntese se afirma que, “atualmente, sem prejuízo de outras 
interpretações, tem-se entendido como válida a prisão preventiva 
quando decretada em qualquer das seguintes situações: 
1) acautelamento do meio social; 
2) reiteração da prática criminosa; 
 
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3) periculosidade concreta do agente, evidenciada pelo seu 
modus operandi e pelos seus antecedentes; 
4) gravidade concreta do delito, caracterizada pela sua forma 
de execução, aliada às altas penas cominada à infração; 
5) repercussão social de delito grave; 
6) credibilidade da justiça7.”8 
 
 • Conveniência da instrução criminal: Instrução criminal é parte 
do procedimento onde se produzem as provas (exemplo dessa 
hipótese seria quando o suspeito começa a destruir provas 
documentais e ameaçar testemunhas). Embora a definição de 
instrução criminal se restrinja ao processo, se entende a expressão 
de forma mais ampla de modo a englobar a investigação criminal, já 
que a mesma, fatalmente, viabiliza, com a colheita de elementos 
informação, a produção futura de provas. 
 
 • Garantia da aplicação da lei penal: Quando se verifica que o 
indiciado fugiu na hora da prisão, resistiu à mesma, ou está tentando 
fugir. Garantia da aplicação da pena caso seja condenado. 
 
 • Garantia da ordem econômica: Seria uma vertente da ordem 
pública atrelada aos crimes contra a ordem econômica. 
 
 * Magnitude da lesão: Lei 7492/86 – art. 30. Sem prejuízo do 
art. 312, CPP, a prisão preventiva do acusado da prática de crime 
 
7 COELHO, Alexs Gonçalves. Aspectos polêmicos da garantia da ordem pública como fundamento para a prisão preventiva: análise 
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. BDJur, Brasília, DF, 15 mar. 2010. Disponível em: 
<http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/26894> 
 
8 Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/22030/prisao-preventiva-para-garantia-da-ordem-publica#ixzz1z0ufdTk4 
 
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previsto nesta Lei, poderá ser decretada em razão da MAGNITUDE DA 
LESÃO CAUSADA (relacionada à gravidade do crime em concreto). 
 Art. 30, 7492/86: “Sem prejuízo do disposto no art. 312 do 
Código de Processo aprovado pelo Decreto-lei n. 3.689, de 3 de 
outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de crime 
previsto nesta Lei poderá ser decretada em razão da magnitude da 
lesão causada (vetado)”. 
 
 * Descumprimento de qualquer das obrigações impostas por 
força das demais medidas cautelares: Sobre essa hipótese versam os 
novos dispositivos alterados pela Lei 12.403/12: 
 
Art. 284, ... 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das 
obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante 
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou 
do querelante, poderá substituir a medida, impor outra 
em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão 
preventiva (art. 312, parágrafo único). 
 
Art. 321, ... 
§ único: A prisão preventiva também poderá ser 
decretada em caso de descumprimento de qualquer das 
obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
 
Assim, utiliza-se a prisão preventiva como meio último de 
coerção apto a efetivar o cumprimento das demais medidas 
cautelares. 
 
 
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39 
Fundamentação (art. 315) 
 
 Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a 
prisão preventiva será sempre motivada9. (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 Diante do dispositivo pergunta-se: É suficiente a 
fundamentação remetida10 como forma de motivação do decreto 
prisional? 
 Por mais rica que seja a fundamentação arrolada pelo MP ou 
pela Autoridade Policial, o juiz deve fundamentar de forma EXPRESSA 
o decreto de prisão preventiva de modo a viabilizar que o 
interessado, em sua eventual impugnação, saiba quais argumentos 
foram preponderantes para a decretação e assim possa focalizar sua 
sustentação de forma efetiva e apta à formar opinião no sentido de 
eventual revogação (através da Liberdade Provisória). 
 A fundamentação remetida ou remissiva, também conhecida 
como fundamentação per relationem, é insuficiente como 
fundamentação, pois haveria grave ofensa aos princípios do9
 Informativo nº 0426 
Período: 8 a 12 de março de 2010. 
Quinta Turma 
HC. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA. ORDEM PÚBLICA. 
A Turma conheceu parcialmente da ordem de habeas corpus e, nessa parte, denegou-a ao entendimento de que o pedido de 
trancamento da ação penal fundado na irregularidade e ilicitude dos procedimentos realizados durante a investigação, além de 
ausência de justa causa para a instauração de persecutio criminis, não foi sequer suscitado no Tribunal de origem, ficando impedido 
este Superior Tribunal de examinar tal questão sob pena de supressão de instância. No que se refere à alegada falta de 
fundamentação da prisão preventiva, o Min. Relator destacou que, na hipótese, a prisão está satisfatoriamente fundamentada na 
garantia da ordem pública. A prisão preventiva justifica-se desde que demonstrada sua real necessidade com a satisfação dos 
pressupostos a que se refere o art. 312 do CPP, não bastando a mera explicitação textual de tais requisitos. Não se exige, 
contudo, fundamentação exaustiva, sendo suficiente que o decreto constritivo, ainda que de forma sucinta, analise a 
presença, no caso, dos requisitos legais da prisão preventiva. Assim, o STF tem reiteradamente reconhecido como ilegais as 
prisões preventivas decretadas, por exemplo, com base na gravidade abstrata do delito, na periculosidade presumida do 
agente, no clamor social decorrente da prática da conduta delituosa, ou, ainda, na afirmação genérica de que a prisão é 
necessária para acautelar o meio social. Mas, na hipótese, o paciente é acusado de pertencer à facção criminosa cuja atuação 
controla o tráfico de entorpecentes de dentro dos presídios e ordena a prática de outros crimes como roubos e homicídios, tudo de 
forma organizada. De fato, a periculosidade do agente para a coletividade, desde que comprovada concretamente, é apta a 
manutenção da restrição de sua liberdade. Precedentes citados do STF: HC 90.862-SP, DJ 27/4/2007; HC 92.069-RJ, DJ 9/11/2007; 
RHC 89.972-GO, DJ 29/6/2007; HC 90.858-SP, DJ 22/6/2007; HC 90.162-RJ, DJ 29/6/2007; HC 90.471-PA, DJ 14/9/2007; HC 
84.311-SP, DJ 8/6/2007; HC 86.748-RJ, DJ 8/6/2007; HC 89.266-GO, DJ 29/6/2007; HC 88.608-RN, DJ 6/11/2006, e HC 88.196-
MS, DJ 18/5/2007. HC 134.340-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 9/3/2010. 
10 Entende-se por fundamentação remetida como aquela que se restringe a indicar, de forma genérica, as argumentações expostas 
pelo solicitante da prisão, na maioria dos casos, o Ministério Público. 
 
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Contraditório e a da Ampla Defesa. Tal posição já foi adotada pelo 
STJ, que, entretanto, também já decidiu da seguinte forma: 
 
“HC 29293 / SC - HABEAS CORPUS - 2003/0126452-6 - 
Ministro JORGE SCARTEZZINI (1113) - T5 - QUINTA TURMA - 
DJ 10/05/2004 p. 312 
HC - PRISÃO PREVENTIVA - PROMOÇÃO MINISTERIAL 
ADOTADA COMO RAZÕES DE DECIDIR - POSSIBILIDADE - 
REQUISITOS DA CUSTÓDIA CAUTELAR PRESENTES NAS 
JUSTIFICATIVAS DO PARQUET - DECRETO CONSTRITIVO 
FUNDAMENTADO - ORDEM DENEGADA. 
- Não configura ausência de fundamentação do decreto 
constritivo a adoção da cota ministerial, como razões de 
decidir, promovida pelo Magistrado, caso se constate a 
presença dos requisitos autorizadores da prisão 
preventiva nos argumentos lançados pelo Parquet, como 
é a situação dos autos. 
- Ordem denegada.”11 Grifos Acrescidos 
 
 Tal posição, refletida nos aresto acima, pode ser amparada no 
Princípio da Instrumentalidade das Formas, fundamentando que a 
decisão seria uma mera repetição de argumentos já expressos nos 
autos do processo, embora entendamos que tal princípio não seria 
apto a afastar os demais princípios constitucionais atinentes ao 
tema.”12 
 
Apresentação espontânea: art. 317 + art. 304 
 
 Impede a Prisão Preventiva? NÃO! Fundamento: O art. 317 do 
CPP impedia apenas a Prisão em FLAGRANTE e o art. 304, atual 
 
11 Disponível em: 
 http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=ado%E7ao+cota+ministerial&b=ACOR 
12 CRUZ, Pablo Farias Souza. Processo Penal Sistematizado. No prelo a 1ª edição. Rio de Janeiro: Grupo 
Gen: Forense, 2013, no prelo, p. 320/324. 
 
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fundamento desse impeditivo, também só se refere à prisão em 
flagrante. 
 
Prazo 
 
 Não tem prazo definido pela lei, durando enquanto estiverem 
presentes seus pressupostos de validade. Assim, se poderia afirma 
que a referida prisão está submetida à cláusula rebus sic stantibus.13 
 Mas a jurisprudência, em garantia à Duração Razoável do 
Processo, estabelece prazo de 86 dias (segundo Pacelli), sob pena de 
verificação de um Constrangimento Ilegal perpetrado pelo Estado. 
 O prazo de 86 dias decorre de uma soma global dos prazos 
previstos em lei para o procedimento comum ordinário. 
 Se passar dos 86 dias? R.: Advogado entra com Habeas Corpus 
para cessar o constrangimento ilegal e providenciar a imediata 
liberação do preso, independentemente da continuidade da relação 
processual. 
 
 Importa registrar observação lapidar feita pelo professor Renato 
Brasileiro14, que, refazendo a contagem somatória dos prazos após as 
reformas processuais recentes, chegou à conclusão de que não existe 
um prazo único e inflexível para o encerramento do processo, embora 
tenha reconhecido um limite geral que pode variar de 95 dias a 185 
dias a depender do tipo de prisão cautelar decretada e do 
procedimento que o crime está submetido. No tribunal do Júri, ainda 
observa o autor, a primeira fase pode variar entre 100 e 120 dias 
(Júri Estadual e Federal respectivamente) e a segunda fase, em 
 
13 Sobre o assunto indagou o examinador no 23º concurso para o cargo de Procurador da República realizado em 2007: Responda, 
no máximo em 30 linhas, à seguinte questão: Quais são os pressupostos e requisitos indispensáveis à decretação válida da 
prisão preventiva do acusado e por que se diz que essa custódia cautelar submete-se à cláusula de imprevisão? 
14 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal, vol. I, Niterói, RJ: Impetus, 2011, p. 1354-1360. 
 
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42 
alusão ao art. 428 do CPP, não poderia ultrapassar os 6 meses, haja 
vista a possibilidade de desaforamento por excesso de prazo previsto 
no referido artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Da (Im)Possibilidade de decretação da Prisão Preventiva 
 
art. 313 e art. 314 
Possibilidade Impossibilidade 
• Crimes dolosos com pena 
privativa de liberdade máxima 
superior a 4 (quatro) anos 
• Crimes dolosos com pena 
privativa de liberdade máxima 
inferior a 4 (quatro) anos, exceto 
se 
• reincidente em crime doloso • Contravenção Penal 
• se o crime envolver violência 
doméstica e familiar contra a 
mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a 
execução das medidas protetivas 
de urgência; 
• Crimes culposos 
 
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• quando houver dúvida sobre a 
identidade civil da pessoa ou 
quando esta não fornecer 
elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser 
colocado imediatamente em 
liberdade após a identificação, 
salvose outra hipótese 
recomendar a manutenção da 
medida. 
• Réu amparado por excludente 
de ilicitude 
 
 
 
 
Momento 
 
 
 
 Durante toda a persecução penal, pode ser decretada a Prisão 
preventiva, inclusive na própria sentença. Após a sentença também é 
possível, excepcionalmente, antes do trânsito em julgado. 
 Registre-se que após a reforma de 2011 o juiz não pode 
decretar a prisão preventiva de ofício no inquérito policial, somente 
podendo tomar tal providência, independentemente de requerimento, 
no curso da ação penal. Assim, conclui-se que no inquérito policial a 
decretação de prisão preventiva depende de provocação, já na fase 
judicial tal determinação pode se dar ex officio, em que pese 
 
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discussão doutrinária no sentido de que tal medida, até mesmo na 
fase judicial, deveria depender de provocação, isso em nome da 
aplicação do princípio acusatório e da necessidade do respeito à 
inércia jurisdicional como garantia da imparcialidade judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações da Lei Federal nº 12.403/2011. 
Nesse ponto expomos quadro comparativo que sintetiza as 
distinções promovidas pela lei citada. 
 
Quadro comparativo 
(CPP/41 e Lei 12.403/11) 
CPP/1941 LEI Nº 12.403/11 
 
TÍTULO IX 
DA PRISÃO E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
TÍTULO IX 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS 
CAUTELARES E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
Art. 282. À exceção do flagrante 
delito, a prisão não poderá efetuar-se 
senão em virtude de pronúncia ou nos 
casos determinados em lei, e mediante 
ordem escrita da autoridade 
competente. 
Art. 282. As medidas cautelares 
previstas neste Título deverão ser 
aplicadas observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei 
penal, para a investigação ou a 
instrução criminal e, nos casos 
expressamente previstos, para evitar 
 
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a prática de infrações penais; 
II - adequação da medida à 
gravidade do crime, circunstâncias do 
fato e condições pessoais do indiciado 
ou acusado. 
§ 1o As medidas cautelares poderão 
ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente. 
§ 2o As medidas cautelares serão 
decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando 
no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial 
ou mediante requerimento do 
Ministério Público. 
§ 3o Ressalvados os casos de 
urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o juiz, ao receber o pedido 
de medida cautelar, determinará a 
intimação da parte contrária, 
acompanhada de cópia do 
requerimento e das peças 
necessárias, permanecendo os autos 
em juízo. 
§ 4o No caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas, o 
juiz, de ofício ou mediante 
requerimento do Ministério Público, 
de seu assistente ou do querelante, 
poderá substituir a medida, impor 
outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva 
(art. 312, parágrafo único). 
§ 5o O juiz poderá revogar a medida 
cautelar ou substituí-la quando 
verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-
la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem. 
§ 6o A prisão preventiva será 
determinada quando não for cabível a 
sua substituição por outra medida 
cautelar (art. 319). 
Art. 283. A prisão poderá ser efetuada 
em qualquer dia e a qualquer hora, 
respeitadas as restrições relativas à 
inviolabilidade do domicílio. 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso 
senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, 
em decorrência de sentença 
condenatória transitada em 
julgado ou, no curso da investigação 
ou do processo, em virtude de prisão 
temporária ou prisão preventiva. 
§ 1o As medidas cautelares previstas 
 
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46 
neste Título não se aplicam à infração 
a que não for isolada, cumulativa ou 
alternativamente cominada pena 
privativa de liberdade. 
§ 2o A prisão poderá ser efetuada 
em qualquer dia e a qualquer hora, 
respeitadas as restrições relativas à 
inviolabilidade do domicílio. 
Art. 289. Quando o réu estiver no 
território nacional, em lugar estranho 
ao da jurisdição, será deprecada a sua 
prisão, devendo constar da precatória 
o inteiro teor do mandado. 
 
 Parágrafo único. Havendo 
urgência, o juiz poderá requisitar a 
prisão por telegrama, do qual deverá 
constar o motivo da prisão, bem 
como, se afiançável a infração, o valor 
da fiança. No original levado à agência 
telegráfica será autenticada a firma do 
juiz, o que se mencionará no 
telegrama. 
Art. 289. Quando o acusado estiver 
no território nacional, fora da 
jurisdição do juiz processante, será 
deprecada a sua prisão, devendo 
constar da precatória o inteiro teor do 
mandado. 
§ 1o Havendo urgência, o juiz 
poderá requisitar a prisão por 
qualquer meio de comunicação, do 
qual deverá constar o motivo da 
prisão, bem como o valor da fiança se 
arbitrada. 
§ 2o A autoridade a quem se fizer a 
requisição tomará as precauções 
necessárias para averiguar a 
autenticidade da comunicação. 
§ 3o O juiz processante deverá 
providenciar a remoção do preso no 
prazo máximo de 30 (trinta) dias, 
contados da efetivação da medida. 
 Art. 289-A. O juiz competente 
providenciará o imediato registro do 
mandado de prisão em banco de 
dados mantido pelo Conselho 
Nacional de Justiça para essa 
finalidade. 
§ 1o Qualquer agente policial poderá 
efetuar a prisão determinada no 
mandado de prisão registrado no 
Conselho Nacional de Justiça, ainda 
que fora da competência territorial do 
juiz que o expediu. 
§ 2o Qualquer agente policial poderá 
efetuar a prisão decretada, ainda que 
sem registro no Conselho Nacional de 
Justiça, adotando as precauções 
necessárias para averiguar a 
autenticidade do mandado e 
comunicando ao juiz que a decretou, 
devendo este providenciar, em 
seguida, o registro do mandado na 
forma do caput deste artigo. 
§ 3o A prisão será imediatamente 
comunicada ao juiz do local de 
cumprimento da medida o qual 
 
Aula 5 – Delegado da Polícia Federal – 2013 
Exercícios Comentados 
 
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providenciará a certidão extraída do 
registro do Conselho Nacional de 
Justiça e informará ao juízo que a 
decretou. 
§ 4o O preso será informado de seus 
direitos, nos termos do inciso LXIII do 
art. 5o da Constituição Federal e, 
caso o autuado não informe o nome 
de seu advogado, será comunicado à 
Defensoria Pública. 
§ 5o Havendo dúvidas das 
autoridades locais sobre a 
legitimidade da pessoa do executor 
ou sobre a identidade do preso, 
aplica-se o disposto no § 2o do art. 
290 deste Código. 
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça 
regulamentará o registro do mandado 
de prisão a que se refere o caput 
deste artigo. 
Art. 298. Se a autoridade tiver 
conhecimento de que o réu se acha 
em território estranho ao da sua 
jurisdição, poderá, por via postal ou 
telegráfica, requisitar a sua captura, 
declarando o motivo da prisão e, se 
afiançável a infração, o valor da 
fiança. 
REVOGADO 
Art. 299. Se a infração for 
inafiançável, a captura poderá ser 
requisitada, à vista de mandado 
judicial, por via telefônica, tomadas 
pela autoridade, a quem se fizer a 
requisição, as precauções necessárias 
para averiguar a autenticidade desta.

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