Buscar

Situação Epidemiológica

Prévia do material em texto

Situação Epidemiológica / Dados
O sarampo é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade, sobretudo as desnutridas e as que vivem nos países em desenvolvimento.
É uma doença de distribuição universal, que apresenta variação sazonal. Nos climas temperados, observa-se o aumento da incidência no período compreendido entre o final do inverno e o início da primavera. Nos climas tropicais, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa. O comportamento endêmico - epidêmico do sarampo varia, de um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus na área.
Nos locais onde as coberturas vacinais não são homogêneas, e estão abaixo de 95%, a doença tende a comportar-se de forma endêmica, com a ocorrência de epidemias a cada dois ou três anos, aproximadamente. Na zona rural, a doença apresenta-se com intervalos cíclicos mais longos.
O sarampo afeta ambos os sexos igualmente. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.
Atualmente, nos países que conseguem manter altos níveis de cobertura vacinal, a incidência da doença é reduzida, ocorrendo em períodos cíclicos que variam entre cinco a sete anos. No entanto, quando os suscetíveis vão se acumulando e chegam a um quantitativo suficiente para sustentar uma transmissão ampla, podem ocorrer surtos explosivos que afetam todas as faixas etárias.
No Brasil, o Sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. Até 1991, o país enfrentou nove epidemias, sendo uma a cada dois anos, em média. O maior número de casos notificados foi registrado em 1986 (129.942), representando uma taxa de incidência de 97,7 por 100 mil habitantes. Até o início da década de 1990, a faixa etária mais atingida foi a de menores de 15 anos.
Até o final dos anos 70, essa virose era uma das principais causas de óbito, dentre as doenças infecto-contagiosas, sobretudo em menores de cinco anos, em decorrência de complicações, especialmente a pneumonia. Na década de 1980, houve um declínio gradativo no número de óbitos, com 15.638 registros. Essa redução foi atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da assistência médica ofertada às crianças com complicações pós - sarampo. Na década de 1990, ocorreram 822 óbitos, ou seja, cerca de um vigésimo do registrado na década anterior (Gráfico 1).
Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, cujo marco inicial foi à realização da primeira campanha nacional de vacinação contra a doença. Em 1997, depois de um período de quatro anos de relativo controle, observou-se o recrudescimento do sarampo no país, iniciando com surtos em São Paulo e expandindo-se para todos os estados, com 91.810 casos notificados, 53.664 confirmados, com taxa de incidência de 32,6 por 100mil/hab. e 61 óbitos.
O Ministério da Saúde, visando fortalecer a vigilância epidemiológica do sarampo criou, em 1999, um Grupo Tarefa com a designação de um técnico de vigilância do sarampo para cada uma das 27 UF, e dois para o nível nacional em cada estado. Nesse ano, dos 10.007 casos suspeitos de sarampo notificados, 908 (8,9%) foram confirmados, e destes 42% (378/908) por laboratório. Dos 8.199 casos suspeitos de sarampo notificados em 2000, 0,4% (36) foram confirmados, e destes 83% (30) por laboratório. Os últimos casos autóctones ocorreram em 2000, no Estado do Mato Grosso do Sul. 
Entre 2001 e 2005, com exceção do ano de 2004, foram confirmados 10 casos de sarampo no Brasil. Desses, quatro foram classificados como casos importados (Japão, Europa e Ásia) e seis vinculados a esses, onde foram identificados os genótipos D4 e D5. Já em 2006, foram confirmados 57 casos em dois surtos isolados no Estado da Bahia, com genótipo D4, porém não foi identificada a fonte primária da infecção.
Foram notificados 4.517 casos suspeitos sem registro de caso confirmado, entre os anos de 2007 e 2009. No período de 2010 a 2013, foram notificados 5.596 casos suspeitos com 5,4% (305/5596) confirmados, todos relacionados a casos importados ou secundários a estes e identificados os seguintes genótipos: D4, G3, D8 e B3. Esses genótipos circulavam no continente europeu e africano, respectivamente. Ressalta-se que os genótipos B3, D4 e D8 não haviam circulado no país anteriormente.
Em 2013, foram confirmados 220 casos de sarampo nos seguintes estados: São Paulo (5), Minas Gerais (2), Espírito Santo (1), Santa Catarina (1), Paraíba (9), Distrito Federal (1), Pernambuco (200) e Ceará (1). Os genótipos identificados foram D8, D4 e B3.
No período de março de 2013 a março de 2014, foram confirmados 224 casos de sarampo no Estado de Pernambuco, dos quais 44,6% (110/224) são menores de um ano de idade. Ocorreu um óbito de uma criança de sete meses de idade, feminino, portadora de doenças imunossupressoras (HIV e sífilis positivos). O genótipo identificado foi o D8. No estado do Ceará, entre dezembro de 2013 e maio de 2014, foram confirmados 174 casos. Dos 174 casos confirmados 37,7% (65/174)são menores de um ano de idade e não foi identificado vínculo do caso índice com viajante.  Foi identificado o genótipo D8. Em 2014 foram confirmados sete casos de sarampo no estado de São Paulo com identificação dos genótipos D8 e B3.
Mesmo após a interrupção dessa transmissão, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar todas as medidas de controle ao caso.
A realização da busca ativa de casos visa a manutenção da sensibilidade do sistema de vigilância epidemiológica, com o intuito de atingir a taxa de notificação, tal qual ocorre com a Paralisia Flácida e Aguda (PFA). Essa atividade deve ser registrada em formulário específico, conforme fluxo de envio, após consolidada e revisada pelos técnicos das Secretarias Municipais de Saúde. Todos os casos suspeitos, identificados durante a busca ativa, devem ser avaliados, investigados, realizando as medidas de prevenção e controle, caso não ainda tenha ocorrido.
O Ministério da Saúde recomenda que todos os casos notificados de sarampo sejam encerrados ou descartados pelo critério laboratorial ou vínculo epidemiológico. Ressalta-se que o encerramento/descarte de caso pelo critério clínico caracteriza falha da vigilância epidemiológica.
O Programa Nacional de Imunizações estabelece a meta de 95% da cobertura vacinal de forma homogênea em todas as localidades no município. Para avaliar e monitorar essa cobertura local, o Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) deve ser realizado de forma sistemática, com articulação entre as equipes de vigilância epidemiológica e imunizações, Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
O Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) aprovou, em 2006, a resolução CD47.R10 que reafirma a manutenção da eliminação do sarampo nos países das Américas. Esse Conselho reconheceu a necessidade de manter ativa a vigilância epidemiológica do sarampo, da rubéola e da SRC, com implementação das estratégias de vacinação, entre outros.
A documentação para certificação estabelece os conceitos básicos, dados, indicadores e métodos necessários para dispor da documentação requerida pelo comitê internacional de especialistas, que analisará a evidência documentada e determinará se cada um dos países alcançou a meta da eliminação do sarampo, a rubéola e da SRC, mediante a verificação e as análises da documentação consolidada dos países das Américas.
 
 
>> Gráfico - Estratégias de Controle de 1980 a 2014* contra o Sarampo com a Incidência dos casos e Cobertura Vacinal
>> Tabela – Casos confirmados de Sarampo. Brasil, Grandes regiões e Unidades Federadas. Período de1990 a 2014*
>> Tabela – Óbitos por Sarampo. Brasil, Grandes regiões e Unidades Federadas. Período de 1990 a 2014*
>>  Boletim Epidemiológico - Volume 44 nº 16 - 2013 - Surto de sarampo em Pernambuco
 
>> Informação e avaliação de risco do Ministério da Saúde sobre o isolamento de poliovírus selvagem no Aeroporto Internacional de Viracopos/SP e a situação epidemiológica do sarampo no país.
 
COMPARTILHE PREVENÇÃO
SARAMPO ‪#‎EmílioRibasCuida‬
· O QUE É O SARAMPO E COMO ELE É TRANSMITIDO? 
>> É uma doença altamente transmissível, que pode gerar complicações e até óbitos, especialmente entre crianças com menos de cinco anos. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio de secreções respiratórias (tosse e espirro) em ambientes fechados.
· QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS?
>> Febre, manchas avermelhadas no corpo, tosse, coriza e olhos avermelhados.
· COMO PODEMOS NOS PROTEGER DO SARAMPO?
>> A vacina Tríplice Viral (SCR) é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba e está disponível na rede pública de saúde. Não podemos nos descuidar da vacinação: a circulação endêmica do sarampo foi interrompida nas Américas em 2002, porém há vários relatos de casos importados.
- A vacinação está indicada para CRIANÇAS antes de completarem um ano de idade e depois novamente aos 15 meses (duas doses);
- ENTRE 7 E 19 ANOS, AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES devem tomar mais duas doses da vacina;
- ADULTOS NASCIDOS DEPOIS DE 1960 E MULHERES NO PUERPÉRIO (ATÉ 8 SEMANAS APÓS O PARTO) devem tomar uma dose única da vacina.
Sarampo
	
	
	
Doença infecciosa, altamente contagiosa, faz parte do grupo das doenças que se manifestam por alterações marcantes da pele, exantema eritematoso (pele avermelhada, com placas tendendo a se unirem) e com comprometimento de vários órgãos. O sarampo é causado por um vírus chamado Morbili vírus.
Transmissão
Os homens e os macacos são os únicos animais que abrigam naturalmente esse vírus. Gotículas da respiração e mesmo o ar com o vírus ainda vivo são responsáveis pela disseminação da doença.
O período de contaminação se inicia 3 a 4 dias antes e vai até 4 a 5 dias após o surgimento das lesões da pele (rash cutâneo). O tempo que leva entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas (período de incubação) é em média 2 semanas.
Sintomas
Febre muito alta, tosse intensa, coriza, conjuntivite e exantema máculo-papular (pele com placas ásperas avermelhadas). 
O exame interno da bochecha permite identificar pequenos pontos branco-amarelados (enantema deKoplick) que confirma o diagnóstico.
Diagnóstico
Para diagnóstico, além da análise dos sintomas e manifestações cutâneas, pode ser solicitado exame de sangue para verificar a presença dos anticorpos.
Tratamento e prevenção
Na imensa maioria das vezes o tratamento é voltado para diminuir os sintomas como febre e tosse, ou para combater alguma complicação quando antibióticos são usados. Casos muito especiais podem necessitar medicação do tipo gama globulina anti-sarampo, visando o próprio vírus ou o reforço da capacidade de defesa geral. O sarampo é certamente a mais grave das chamadas doenças comuns da infância: complicações graves e morte ocorrem em até 3/1000 casos.
A prevenção se dá através da vacina aplicada aos 12 meses e com reforços aos 4-6 anos e aos 12 anos. 
Mulheres grávidas ou que possam engravidar dentro de 90 dias não devem ser vacinadas.

Continue navegando