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MÓDULO IV / / c u r s o d e APERFEIÇOAMENTO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NOS TERRITÓRIOS MUNICIPAIS Aula 21 / / C A L E N D Á R I O VAC I N A L DA C R I A N Ç A , CO M D E S TAQ U E PA R A A VAC I N A T R Í P L I C E V I R A L E T E T R A V I R A L C ré d it o s // Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São Leopoldo Mandic. Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos Territórios Municipais. Módulo IV: A Imunização Segura nos Ciclos de Vida - Aula 21 – Calendário vacinal da criança, com destaque para a vacina tríplice viral e tetra viral. F i c h a C a t a l o g r á f i c a Ficha Técnica Professoras Conteudistas – Faculdade São Leopoldo Mandic Ana Cristina Souza Nogueira Maria Lígia Bacciotte Ramos Nerger Curadoria e Produção de Conteúdos Mandic André Ricardo Ribas Freitas Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira Giuliano Dimarzio Laura Andrade Lagoa Nóbrega Márcia Fonseca Regina Célia de Menezes Succi Gestor Educacional Rubensmidt Ramos Riani Coordenação Técnica e Pedagógica Cristina Crespo Valdívia Marçal Coordenação Pedagógica – Faculdade São Leopoldo Mandic Fabiana Succi Patricia Zen Tempski Especialista em Educação a Distância Kelly Santana Priscila Rondas Designer instrucional Alexandra Gusmão Juliana de Almeida Fortunato Pollyanna Micheline Lucarelli Este material foi elaborado e desenvolvido pela equipe técnica e pedagógica do Mais CONASEMS em parceria com a Faculdade São Leopoldo Mandic. Web Desenvolvedor Aidan Bruno Alexandre Itabayana Cristina Perrone Paloma Eveir Coordenação Geral Conexões Consultoria em Saúde Ltda. Revisão textual Gehilde Reis Paula de Moura Olá! Este é o seu Material de Referência da Aula 21 do Módulo 4. Ele apresenta de forma mais aprofundada o conteúdo referente à imunização segura nos ciclos de vida. A proposta é agregar mais conhecimento à sua aprendizagem, por isso leia-o com atenção e consulte-o sempre que necessário! Objet ivo s de aprendizage m Aprimorar as práticas da vigilância em saúde. Compreender o esquema vacinal da vacina tríplice viral e tetra viral. Compreender a clínica, a cadeia de transmissão e a situação epidemiológica das doenças sarampo, rubéola e caxumba, bem como, suas respectivas histórias. Reconhecer a importância da execução da ação de bloqueio em tempo oportuno. Entender estratégias de vacinação para interrupção da cadeia de transmissão de doenças imunopreveníveis. Compreender em que situação a estratégia bloqueio vacinal é necessária. 01 02 03 04 05 06 Intro dução Na Aula 21, você ampliará seus conhecimentos sobre as seguintes doenças: sarampo, rubéola, caxumba e varicela. Aprofundará seus estudos sobre o calendário vacinal da criança, com destaque para a vacina tríplice viral e tetra viral, bem como sobre as respectivas estratégias de vacinação. B o a l e i t u r a ! // Sarampo 01 Agente etiológico É uma doença infecciosa exantemática aguda, causada por um vírus, transmissível e extremamente contagiosa, podendo evoluir com complicações e óbitos, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. / / S a r a m p o Vírus RNA, pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae. 02 Reservatório Homem. 03 Epidemiologia Sua importância está na capacidade de causar a doença e mortalidade em crianças menores de 5 anos. É uma doença de distribuição universal, com variação sazonal. Nos locais onde as coberturas vacinais não são homogêneas e estão abaixo de 95%, a doença tende a se comportar de forma endêmica, com a ocorrência de epidemia a cada 2 a 3 anos, aproximadamente. O sarampo afeta ambos os sexos, igualmente. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais e imunológicas. Em países com manutenção de altos níveis de cobertura vacinal, a incidência da doença é reduzida, ocorrendo casos em períodos cíclicos que podem variar entre 5 e 7 anos. Quando indivíduos suscetíveis se acumulam e chegam a um quantitativo suficiente para sustentar uma transmissão ampla, podem ocorrer surtos explosivos, capazes de afetar todas as faixas etárias. / / S a r a m p o No Brasil, o sarampo passou a ser doença de notificação compulsória nacional em 1968. Durante muitos anos, foi uma das principais causas de morbidade e mortalidade na infância, principalmente, nos menores de 1 ano de idade. / / S a r a m p o A doença comportava-se de forma endêmica no país, ocorrendo epidemias a cada 2 ou 3 anos. A vacina contra o sarampo foi introduzida no Brasil na década de 1960, e sua utilização na saúde pública foi resultante de iniciativas de alguns governos estaduais que, de acordo com suas possibilidades, importavam o imunobiológico no mercado internacional, embora de forma descontínua. Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações-PNI com os objetivos principais de organizar, implementar e avaliar as ações de imunização em todo o país. Nesse mesmo ano e em 1974, foram realizadas campanhas de vacinação contra o sarampo em áreas urbanas de vários estados. Essa estratégia foi logo substituída pela valorização dos serviços de rotina e expansão dos serviços básicos de saúde. Em 1986, ano que apresentou a maior epidemia da década, foram notificados 129.942 casos de sarampo, o que representou uma incidência de 97,7 por 100.000 habitantes. Campanhas de vacinação em massa contra o sarampo foram realizadas, em 1987, no estado de São Paulo e, em 1988, no Paraná, visando o controle e a eliminação da doença. / / S a r a m p o Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, cujo marco inicial foi a realização da primeira Campanha Nacional de Vacinação contra a doença, no período de 22 de abril a 25 de maio, destinada a crianças e adolescentes, tendo atingido uma cobertura de 96%, mas não homogênea no território nacional pois 32% dos municípios brasileiros ficaram abaixo da meta. No entanto o impacto das ações do Plano foi imediato. Após a Campanha Nacional de Vacinação, houve uma redução de 81% no número de casos notificados. Em 1997, após 4 anos de relativo controle, observou-se o recrudescimento do sarampo no país, inicialmente com surtos em São Paulo e logo sua expansão para os demais estados. O Ministério da Saúde (MS), visando fortalecer a vigilância epidemiológica do sarampo, criou, em 1999, um Grupo Tarefa com a designação de um técnico de vigilância do sarampo para cada uma das 27 Unidades Federativas, e dois para o nível nacional. Naquele ano foram confirmados 890 casos de sarampo, sendo 42% por diagnóstico laboratorial. Em 2000, foram confirmados 33 casos de sarampo, sendo 83% por diagnóstico laboratorial. Os últimos casos autóctones ocorreram ainda no ano 2000, no estado de Mato Grosso do Sul. / / S a r a m p o Entre 2001 e 2005, com exceção do ano de 2004, foram confirmados 10 casos de sarampo no Brasil, 4 deles classificados como casos importados (do Japão, Europa e Ásia). Em 2006, foram confirmados 57 casos em dois surtos isolados, no estado da Bahia, sem identificação da fonte primária da infecção. Entre os anos de 2007 e 2009, foram notificados 4.517 casos suspeitos, sem registro de caso confirmado. No período de 2010 a 2012, foram notificados 4.380 casos suspeitos, dos quais 114 foram confirmados, todos relacionados a casos importados ou secundários a estes. No período de março de 2013 a março de 2014, ocorreu um surto no estado de Pernambuco, com 226 casos confirmados. No Ceará, ocorreu um surto no período de dezembro de 2013a julho de 2015, registrando-se um total de 1.052 casos confirmados com manutenção da transmissão sustentada por longo período. Em 2016, foram notificados 664 casos suspeitos de sarampo, sem casos confirmados. Em setembro de 2016, o Comitê Internacional de Especialistas (CIE), responsável pela avaliação da documentação e verificação da eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome de Rubéola Congênita nas Américas, declarou a eliminação da circulação do vírus do sarampo na região das Américas. / / S a r a m p o No Brasil, em 2018, houve a confirmação dos primeiros casos de sarampo, após o registro dos últimos casos da doença no ano de 2015 e o recebimento da certificação da eliminação do vírus em 2016. Em 2018, foram confirmados 10.346 casos da doença. No ano de 2019, após um ano de franca circulação do vírus, o país perdeu a certificação de “país livre do vírus do sarampo”, dando início a novos surtos, com a confirmação de 20.901 casos da doença. “ ”/ / S a r a m p o Fig. 1: vírus do sarampo Em 2020, foram confirmados 8.448 casos, e em 2021, até a Semana Epidemiológica (SE) 9, foram confirmados 235 casos de sarampo. No período avaliado – SE 1 a 9 de 2021 – 3 estados permanecem com casos confirmados de sarampo no país, Amapá, Pará e São Paulo, mantendo a circulação do vírus. Destaca-se o estado do Amapá com 224 (95,3%) casos confirmados de sarampo, em 10 municípios, e a maior incidência (36,36 casos por 100 mil hab.), dentre as UF com casos confirmados. A faixa etária com o maior número de casos são os menores de 1 ano. / / S a r a m p o Para diminuir o risco da ocorrência de casos graves e óbitos por sarampo, o MS adotou, em agosto de 2019, a estratégia da Dose Zero da vacina tríplice viral para crianças de 6 a 11 meses de idade. Esta dose aplicada antes de 1 ano de idade, não é considerada válida para a rotina e não altera as demais doses previstas no calendário da criança. Ainda, a partir de 23 de novembro de 2020, o MS suspendeu essa dose, nos locais que interromperam a circulação do vírus, mantendo-a nos estados que continuam com a circulação do vírus do sarampo. / / R e s p o s t a I m u n e Figura 3: Sangue Transmissão Ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Daí a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas. Período de incubação Pode variar entre 7 e 21 dias, desde a data da exposição até o aparecimento do exantema. Período de transmissibilidade Inicia-se 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após o seu aparecimento. O período de maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. / / S a r a m p o S u s c e t i b i l i d a d e e i m u n i d a d e De um modo geral, todas as pessoas são suscetíveis ao sarampo, e a única forma de prevenção é a vacinação. Os lactentes cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente, anticorpos transmitidos por via placentária, conferindo imunidade, geralmente, ao longo do primeiro ano de vida, o que interfere na resposta à vacinação. No Brasil, cerca de 85% das crianças perdem esses anticorpos maternos por volta dos 9 meses de idade. M a n i fe s t a ç õ e s c l í n i c a s Caracteriza-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema maculopapular (manchas avermelhadas, algumas com relevo) morbiliforme de direção cefalocaudal, tosse seca (inicialmente), coriza, conjuntivite não purulenta e manchas de Koplik (pequenos pontos brancos amarelados na mucosa bucal, na altura do terceiro molar, antecedendo o exantema). / / S a r a m p o De forma simplificada, as manifestações clínicas do sarampo são divididas em três períodos. Período de infecção – dura cerca de 7 dias, iniciando-se com período prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2º ao 4º dia desse período, surge o exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta prostração. Período toxêmico – a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São frequentes as complicações, principalmente, nas crianças até os 2 anos de idade, especialmente, as desnutridas, e nos adultos jovens. Remissão – caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido e, em alguns casos, surge descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de furfurácea. É durante o exantema que, geralmente, se instalam as complicações sistêmicas, embora a encefalite possa aparecer após o 20º dia. / / S a r a m p o 01 02 03 Complicações O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar a morte. As principais complicações variam de acordo com as fases da vida do paciente: • Crianças: pneumonia; infecções de ouvido; encefalite aguda (inflamação no encéfalo); morte. • Adultos: pneumonia. • Gestantes: parto prematuro; bebê com baixo peso. / / S a r a m p o Diagnóstico O método laboratorial mais comum para confirmar o sarampo é a detecção de anticorpos IgM específicos para o vírus do sarampo em uma amostra de sangue. Tratamento O tratamento é sintomático. Podem ser utilizados antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, da pele e das vias aéreas superiores. Prevenção A única forma de prevenir o sarampo é por meio da vacinação. Objetivos da vigilância e vacinação • Manter a eliminação do sarampo mediante uma vigilância epidemiológica sensível, ativa e oportuna, permitindo a identificação e a notificação imediata de todo e qualquer caso suspeito na população, com medidas de controle pertinentes. • Monitorar as condições de risco. É estabelecida a meta de no mínimo 95% de cobertura vacinal, de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros, o que reduz a possibilidade da ocorrência do sarampo e permite a eliminação da transmissão do vírus. A eliminação dos suscetíveis interrompe a cadeia de transmissão. / / S a r a m p o Notificação Considerando-se a alta infectividade e contagiosidade da doença, todo caso suspeito de sarampo deve ser comunicado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nas primeiras 24 horas após o atendimento do paciente, e também à Secretaria Estadual de Saúde (SES), para acompanhamento junto ao município. Além disso, a notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), utilizando-se a Ficha de Notificação/Investigação de Doenças Exantemáticas Febris Sarampo/Rubéola. Atenção! A investigação do caso suspeito de sarampo deve ser realizada pela equipe municipal. As informações obtidas devem responder às demandas básicas da análise epidemiológica, ou seja, quem foi afetado, quando ocorreram os casos e onde estes se localizam. A partir dessas informações, são desencadeadas as condutas adequadas à situação. / / S a r a m p o Medidas de prevenção e controle Proteção individual para evitar circulação viral No plano individual, o isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos diminui a intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, a frequência às escolas ou creches e outros agrupamentos até 4 dias após o início do exantema. O impacto do isolamento dos doentes é relativo à medida de controle, porque o período prodrômico da doença já apresenta elevada transmissibilidade do vírus e, geralmente, não é possível isolar os doentes, a não ser no período exantemático. A vigilância dos contatos deve ser realizada pelo período de 30 dias. / / S a r a m p o Proteção da população A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência do sarampo na população. O risco da doença para indivíduos suscetíveispermanece em função da circulação do vírus do sarampo em várias regiões do mundo e da facilidade em viajar. A principal medida de controle do sarampo é a vacinação dos suscetíveis: vacinação de rotina na rede básica de saúde, bloqueio vacinal, intensificação vacinal, varredura e campanhas de vacinação. Vacinação na rotina Na rotina dos serviços de saúde, a vacinação contra o sarampo deve ser realizada conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação vigente para a vacina tríplice viral. As pessoas imunocomprometidas ou portadoras de condições clínicas especiais deverão ser avaliadas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) antes da vacinação. Profissionais da saúde têm indicação para receber duas doses de vacina tríplice viral, independentemente da idade. Cada serviço de saúde deve identificar as oportunidades perdidas de vacinação, organizando e realizando estratégias capazes de anular ou minimizar as situações identificadas, principalmente por meio de: • treinamento de pessoal das salas de vacina; • avaliação do programa de imunizações; • revisão e atualização do cartão de vacinação de toda criança matriculada nas escolas, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação; • busca sistemática de faltosos; • realização de campanhas vacinais; • realização do monitoramento rápido de cobertura vacinal. / / S a r a m p o Bloqueio vacinal A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de vigilância epidemiológica em conjunto com a equipe de imunizações, sendo executada quando da ocorrência de um ou mais casos suspeitos da doença. Deve ser realizada no prazo máximo de até 72 horas após o contato com o caso suspeito ou confirmado, a fim de se interromper a cadeia de transmissão e, consequentemente, vacinar os não vacinados, a partir dos 6 meses de idade, no menor tempo possível. O bloqueio vacinal é seletivo, e a vacina tríplice viral ou tetraviral deve ser administrada conforme a situação vacinal dos contatos do caso. Deve ser realizada uma extensa busca ativa de novos casos suspeitos e suscetíveis para um controle mais eficiente da doença. As gestantes suscetíveis e as crianças menores de 6 meses de idade devem ser afastadas do convívio com casos suspeitos ou confirmados e seus contatos, durante o período de transmissibilidade e incubação da doença. A vacinação das gestantes deve ser adiada para o puerpério. / / S a r a m p o Intensificação vacinal Caracteriza-se pela adoção de estratégias para incrementar a vacinação de rotina, como a busca ativa de faltosos, identificação de bolsões de não vacinados e vacinação oportuna deles, especialmente, quando há casos confirmados da doença. Para esta ação, há o desenvolvimento de parcerias com órgãos governamentais e não governamentais para implementação de ações que melhorem o acesso da população às vacinas, que devem ser executadas com a otimização dos insumos disponíveis. Nesta ação, também devem ser consideradas as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. A intensificação vacinal é seletiva para indivíduos a partir dos 6 meses de idade e deve abranger todos os locais frequentados pelo caso suspeito ou confirmado de sarampo: residência, escola, creche, cursinho, faculdade, alojamento, local de trabalho e outros estabelecimentos coletivos; ou todo o município, quando indicado. / / S a r a m p o Campanhas de vacinação A campanha de vacinação é uma ação pontual que tem um fim determinado e específico. É uma estratégia que tem abrangência limitada no tempo e visa, sobretudo, à vacinação em massa de uma determinada população, com uma ou mais vacinas. Durante a campanha, deve ser aproveitada a oportunidade para administrar o maior número possível de vacinas nos grupos-alvo, iniciando ou completando o esquema de vacinação estabelecido, visto a grande mobilização de recursos financeiros e de pessoas para a sua realização. / / S a r a m p o Campanha de seguimento contra o sarampo A vacinação em campanhas de seguimento é uma atividade realizada periodicamente, em nível nacional, com o objetivo de alcançar crianças não vacinadas ou com esquema incompleto, principalmente, aquelas em idade pré-escolar. Essa estratégia é recomendada sempre que há o acúmulo de crianças desprotegidas em determinada faixa etária, seja pela soma dos não vacinados, seja pela falha primária da vacina. Nas campanhas de seguimento, a vacina é administrada de forma indiscriminada. O intervalo entre uma campanha e outra depende da cobertura vacinal alcançada na rotina dos serviços em um determinado período ou da situação epidemiológica do sarampo. Varredura Também denominada de operação limpeza, a varredura é uma atividade na qual se verifica, casa a casa, a situação vacinal de todos os indivíduos a partir dos 6 meses de idade, realizando-se a vacinação de forma seletiva, de acordo com a situação encontrada. É realizada quando ainda há ocorrência de casos da doença, mesmo após a implementação de outras ações de vacinação. / / S a r a m p o // Caxumba A caxumba ou papeira é uma doença infecciosa viral aguda e contagiosa que pode acometer qualquer tecido glandular e nervoso do organismo, porém afeta especialmente as glândulas parótidas (produtoras de saliva), próximas ao ouvido ou às glândulas submandibulares e sublinguais. É uma doença de distribuição universal. Caracteriza-se pela alta morbidade e baixa letalidade e surge sob a forma de endemias ou surtos. Em geral, a caxumba possui evolução benigna. Entretanto alguns casos raros podem evoluir com complicações e internações, podendo culminar em óbito. Agente etiológico Vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. Reservatório O homem. / / C a x u m b a Epidemiologia A caxumba ocorre em todo o mundo, e o pico de incidência é tipicamente do final do inverno ao início da primavera, embora surtos esporádicos ocorram em qualquer época do ano. Ocorre mais comumente entre crianças em idade escolar, adolescentes e jovens adultos em idade universitária, no entanto, também, pode acometer adultos de qualquer faixa etária. É raro em lactentes com menos de um ano de idade, devido à proteção por anticorpos maternos. No Brasil, caso individual de caxumba não é um agravo de notificação compulsória, no entanto surtos de caxumba em instituições fechadas e escolares são de notificação compulsória e devem ser notificados no módulo surtos do SINAN Net. A ocorrência de 3 ou mais casos de caxumba com vínculo, em um mesmo local e período de tempo, é considerada surto. Define-se surto em ambiente hospitalar a ocorrência de um único caso confirmado de caxumba. A vacinação é o instrumento disponível para o controle da doença. Após o programa de vacinação contra a caxumba no Brasil, houve redução drástica na incidência da doença. / / C a x u m b a Na década de 80, havia alta incidência da doença, com ciclos de 2 a 4 anos. No final da década de 90 e na década de 2000, houve importante queda da incidência, decorrente da implantação da vacina tríplice viral a partir de 1997, mas também devido à subnotificação, por não estar no elenco das doenças de notificação compulsória. Atenção! O número de casos de caxumba tem aumentado em vários estados a partir de 2015, apresentando taxas maiores que nos anos pré-implantação da vacina; um dos motivos é que a imunização com a vacina tríplice viral não tem atingido a meta mínima de 95%. / / C a x u m b a / / C a x u m b a Transmissão O vírus da caxumba é disseminado por meio de transmissão direta por secreções respiratórias (gotículas de saliva), e as precauções respiratórias são recomendadas de dois dias antes até cinco dias após o início da inflamação das parótidas (parotidite). A transmissão indireta é menos comum, porém pode acontecer através do contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreções do nariz e/ouda boca. A transmissibilidade máxima ocorre na saliva, porém o vírus também é encontrado no sangue e na urina e, se o sistema nervoso central (SNC) estiver envolvido, também é encontrado no líquido cefalorraquidiano (LCR). A contagiosidade da caxumba é semelhante à da gripe e da rubéola, mas menor que a do sarampo ou da varicela. Pode ocorrer infecção assintomática, podendo ocorrer transmissão do vírus aos indivíduos suscetíveis. Período de incubação Pode variar entre 12 a 24 dias. Período de transmissão Começa uma semana antes e vai até nove dias após o aparecimento de inflamação nas glândulas salivares (mais comumente das parótidas). Manifestações clínicas Após a transmissão, o vírus da caxumba replica-se na mucosa da nasofaringe e nos gânglios linfáticos regionais. Geralmente, inicia com alguns dias de febre, cefaleia, mialgia, fadiga e anorexia. Essas manifestações são geralmente seguidas pelo desenvolvimento de edema das glândulas salivares em 48 horas. A parotidite ocorre mais comumente em crianças entre dois e nove anos de idade. Um quadro de dor no ouvido geralmente precede o edema da parótida, e esse edema pode durar até 10 dias. O envolvimento unilateral inicial é seguido pelo envolvimento contralateral alguns dias depois em 90% dos casos. Ao exame físico, o edema da parótida pode obscurecer o ângulo da mandíbula. A infecção assintomática ocorre em 15 a 27% dos casos; é mais comum em adultos do que em crianças. Adultos com infecção sintomática têm maior probabilidade de apresentar manifestações graves do que crianças com infecção sintomática. / / C a x u m b a CEFALEIA EDEMA GLANDULARFEBRE – BAIXA A MODERADA ANOREXIA MAL-ESTAR Complicações A caxumba pode trazer algumas complicações para o organismo quando não tratada. Elas são potencialmente graves, embora não ocorram com frequência. A maior parte envolve inflamação e edema em algum local do corpo, como: a) Testículos: conhecida como orquite, essa condição é caracterizada pelo edema dos testículos de homens que já atingiram a puberdade. É muito dolorosa, mas raramente leva à infertilidade; b) Pâncreas: conhecida como pancreatite, causa sintomas como dor na parte superior do abdômen, náuseas e vômitos; c) Ovários e mamas: mulheres que já atingiram a puberdade podem ter inflamação nos ovários, conhecida como ooforite ou ovarite, ou nas mamas, conhecida como mastite. Raramente essa condição causa infertilidade; d) Cérebro: conhecida como encefalite; pode causar problemas neurológicos e trazer risco de morte; e) Membranas e fluidos ao redor do cérebro e medula espinhal: conhecida como meningite; pode acontecer se o vírus da caxumba se espalhar pela corrente sanguínea e infectar o sistema nervoso central; f) Perda de audição: apesar de raro, pode acontecer perda da audição em um ou dois ouvidos; g) Aborto: não há comprovação científica, mas especialistas especulam que contrair caxumba nos estágios iniciais da gravidez pode levar ao aborto espontâneo. / / C a x u m b a Diagnóstico É basicamente clínico; os pacientes com suspeita de caxumba apresentam parotidite e sintomas sistêmicos típicos, principalmente se houver um surto de caxumba conhecido. Os testes laboratoriais, como os testes sorológicos, não são necessários para o diagnóstico, porém são altamente recomendados para fins de saúde pública. A amilase sérica costuma estar elevada nos casos de parotidite. Em situação de surto podem ser realizados exames como sorologia e RT-PCR em secreção de orofaringe, líquor e urina, numa quantidade definida de pessoas acometidas. / / C a x u m b a Atendimento e tratamento O atendimento é ambulatorial, e o tratamento é feito no domicílio. A hospitalização dos pacientes só é indicada para os casos que apresentem complicações graves. O tratamento visa o alívio dos sintomas. A recuperação leva cerca de duas semanas. Como não existe tratamento específico, alguns cuidados devem ser tomados: • Isolamento do doente até o edema glandular diminuir; • Repouso; • Dieta leve para reduzir a dor causada pela mastigação. Substâncias ácidas devem ser evitadas; • Higiene bucal; • Sintomáticos em caso de dor e/ou febre; • Vômitos incoercíveis devido à pancreatite podem exigir hidratação intravenosa; • Orquite: o repouso no leito e o suporte do escroto em algodão em uma ponte de fita adesiva entre as coxas para minimizar a tensão ou o uso de compressas de gelo geralmente aliviam a dor; • Meningite asséptica: tratamento sintomático; • Encefalites: tratamento do edema cerebral e manutenção das funções vitais. / / C a x u m b a Isolamento Pessoas afetadas pela doença devem evitar comparecer à escola, ao trabalho ou a locais com aglomerações durante 9 dias após o início da doença. Em ambientes hospitalares, deve-se adotar o isolamento respiratório dos doentes, bem como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Prevenção A única forma de prevenir a caxumba é por meio da vacinação. Medidas de controle Vacinação na Rotina Na rotina dos serviços de saúde, a vacinação contra a caxumba deve ser realizada conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação vigente com a vacina tríplice viral. Situações de surto Na ocorrência de surto de caxumba, deve-se realizar intensificação da rotina de vacinação, com a busca ativa de pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto para caxumba e que sejam contatos de casos suspeitos ou confirmados, nos locais onde estes casos estiverem concentrados (creches, escolas, faculdades, empresas, presídios, hospitais, entre outros). Nesta situação, a vacinação deve ser realizada de forma seletiva e em conformidade com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. A vacinação deve ser implementada tão logo os casos sejam identificados, visando minimizar a ocorrência de novos casos. / / C a x u m b a // Rubéola 01 Agente etiológico Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta contagiosidade. Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita (SRC). / / R u b é o l a Vírus RNA, gênero Rubivírus, família Togaviridae. 02 Reservatório O homem. Epidemiologia No Brasil, a rubéola foi incluída na lista de doenças de notificação compulsória somente na segunda metade da década de 1990. Em 1997, ano em que o país enfrentou uma epidemia de sarampo, foram notificados cerca de 30.000 casos de rubéola, sendo que, no período de 1999 a 2001, ocorreram surtos em vários estados do país. Nesse período, observou-se um aumento progressivo no número de casos suspeitos de Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), com incidências em 2001 de 5/100.000 mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos e de 6,3/100.000 mulheres na faixa etária de 20-29 anos. Assim, a vigilância epidemiológica tem se mostrado sensível, oportuna e específica. A implementação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, a partir de 1999, impulsionou a vigilância e o controle da rubéola. Em 2002, ocorreram 1.480 casos de rubéola no Brasil, o que corresponde a um decréscimo de 95%, quando comparado com a incidência de 1997. / / R u b é o l a Nesse ano, os coeficientes de incidência do sexo feminino ficaram em 1/100.000 mulheres. Entre 2000 e 2002, foram confirmados 37.663 casos de rubéola. Em 2005, houve um surto de rubéola no Estado do Rio Grande do Sul, com 44 casos confirmados e identificação do genótipo 1D, o mesmo que circulava na Europa. Observaram-se, nos anos de 2006 e 2007, elevados incrementos no número de casos confirmados e surtos nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e São Paulo, com genótipo 2B, sendo neste ano o incremento de 80%. Com a intensificação da vigilância epidemiológica e a campanha de vacinação contra rubéola que atingiu 97% de cobertura em 2008, o número de casos reduziu em 273%, quando comparado com o ano de 2007. No Brasil, o último caso confirmado derubéola ocorreu no mês de dezembro de 2008 no estado de São Paulo. Em abril de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) declarou a região das Américas livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. / / R u b é o l a Transmissão Acontece diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Período de incubação 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias. Período de transmissibilidade 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após. Suscetibilidade e imunidade A suscetibilidade é geral. A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou pela vacinação. Os filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória até os 9 meses de idade. / / R u b é o l a Manifestações clínicas Em alguns casos, a infeção pelo vírus da rubéola não produz qualquer manifestação clínica perceptível, contudo, os sintomas mais comuns são: • Exantema máculo-papular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando- se posteriormente para o tronco e os membros; • Aumento do tamanho dos nódulos linfáticos (linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical posterior); • Febre baixa; • Dor ou irritação na garganta; • Outros sintomas como cansaço, dor articular, inflamação ocular, cefaleia, dor ao deglutir alimentos sólidos e líquidos, desidratação cutânea, congestão nasal e espirros. Complicações Apesar de raras, as complicações podem ocorrer com maior frequência em adultos, destacando-se a artrite ou artralgia, encefalites (1 para 5 mil casos) e manifestações hemorrágicas (1 para 3 mil casos). / / R u b é o l a Diagnóstico O vírus da rubéola pode ser isolado a partir do muco nasal, do sangue, da urina e do líquido cefalorraquidiano, no entanto, apesar da cultura viral constituir um importante meio de diagnóstico, este não é utilizado com muita frequência por exigir tecnologia indisponível na maioria dos laboratórios. Para confirmação ou descarte de casos, é realizada a titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Tratamento Não existe um tratamento específico. O uso de analgésicos e antipiréticos pode amenizar a dor e a febre. Durante a gravidez, é frequente a administração de gamaglobulinas como forma de prevenir problemas futuros. De toda forma, convém permanecer em repouso no período mais crítico da infecção, logo que os primeiros sintomas surgem. / / R u b é o l a Objetivos da vigilância e da vacinação • Detectar a circulação de vírus em determinado tempo e área geográfica; • Identificar a população sob risco para SRC nessas áreas; • Proteger a população suscetível. Medidas de prevenção e controle Proteção individual para evitar circulação viral No plano individual, o isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos diminui a intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, a frequência às escolas ou creches e agrupamentos até 7 dias após o início do exantema. Da mesma forma que o sarampo, o impacto do isolamento dos doentes é relativo à medida de controle, porque o período prodrômico da doença já apresenta elevada transmissibilidade do vírus. Proteção da população A principal medida de controle da rubéola é a vacinação dos suscetíveis: vacinação de rotina, bloqueio, intensificação, varredura e campanhas de vacinação. Estas estratégias seguem as mesmas recomendações da vacinação contra o sarampo. / / R u b é o l a // Síndrome da Rubéola Congênita A infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação pode comprometer o desenvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal e anomalias congênitas, que caracterizam a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a A grande preocupação em relação à rubéola está na contaminação de mulheres grávidas. Se em crianças e adultos a doença é branda, no feto em desenvolvimento ela pode ser catastrófica. Se o vírus for adquirido durante o primeiro trimestre, o risco de malformações é maior que 80%. Além dos defeitos morfológicos, 1 em cada 5 mulheres infectadas sofre aborto nesta fase. A SRC se caracteriza por catarata, surdez, defeitos cardíacos, alterações no fígado e lesão neurológica, inclusive com retardo do desenvolvimento mental. Em vários países do mundo, o aborto é permitido em casos de rubéola no primeiro trimestre. Infecções contraídas após a 20ª semana de gestação trazem pouco risco de malformações, porém ainda existe a chance de transmissão da virose para o feto, causando baixo peso ao nascer. Nas grávidas, a sorologia ganha muita importância. Toda gestante deve ser testada para rubéola; caso seja IgG negativo, deve-se redobrar os cuidados em relação a contatos com pessoas com sintomas de virose. Mulheres que sejam IgG reagentes não correm risco de se infectar pelo vírus da rubéola durante a gravidez. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Modo de transmissão Via transplacentária, após a viremia materna. Período de transmissibilidade Recém-nascidos com SRC podem excretar o vírus da rubéola nas secreções nasofaríngeas, sangue, urina e fezes, podendo transmitir o vírus por até um ano, sendo necessário evitar o seu contato com outras grávidas não imunizadas. O vírus pode ser encontrado em: • 80% das crianças no 1º mês de vida; • 62% do 1º ao 4º mês; • 33% do 5º ao 8º mês; • 11% entre 9 e 12 meses; e • 3% no 2º ano de vida. Diagnóstico O feto infectado produz anticorpos específicos IgM e IgG para rubéola, antes mesmo do nascimento. A presença de anticorpos IgM específicos para rubéola no sangue do recém-nascido é evidência de infecção congênita, uma vez que os anticorpos IgM maternos não ultrapassam a barreira placentária. O diagnóstico diferencial da SRC inclui infecções congênitas por citomegalovírus, varicela zoster, coxsackievírus, echovírus, vírus herpes simples, HIV, vírus da hepatite B, parvovírus B19, Zika vírus, Toxoplasma gondii, Treponema pallidum, Plasmodium sp. e Trypanosoma cruzi, considerando-se a situação epidemiológica local. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Saiba mais! Tratamento Não existe tratamento antiviral efetivo. Os cuidados devem ser direcionados às malformações congênitas e deficiências observadas. Quanto mais precoces forem a detecção e a intervenção, seja clínica, cirúrgica ou reabilitadora, melhor será o prognóstico da criança. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Complicações da rubéola congênita Podem surgir quando a doença não é identificada no seu início, e o acompanhamento não é feito de acordo com as recomendações. São elas: • Surdez; • Alterações nos olhos como cegueira, catarata, microftalmia, glaucoma e retinopatia; • Problemas cardíacos como estenose da artéria pulmonar, defeito no septo ventricular, miocardite; • Lesões do sistema nervoso como meningite crônica, vasculite com calcificação; • Retardo mental; • Microcefalia; • Anemia hemolítica; • Meningoencefalite; • Problemas no fígado como fibrose e transformação de células gigantes hepáticas. As alterações fetais podem ser observadas nos exames realizados durante a gravidez e logo após o nascimento, através da realização do ultrassom morfológico realizado entre a 18ª e 22ª semana de gestação. No entanto algumas alterações são diagnosticadas apenas após o nascimento do bebê ou ao longo do seu crescimento. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Objetivos da Vigilância Notificar e investigar todos os casos suspeitos de SRC. • Orientar sobre as medidas de prevenção e controle adequadas. • Realizar monitoramento da situação da doença e de suas características Notificação A notificação de todos os casos suspeitos ou confirmados de SRC deve ser feita, de imediato, para a Comissão de Infecção Hospitalar e Serviço de Vigilância Epidemiológicada Unidade de Saúde. Deverá ser notificado todo recém-nascido cuja mãe foi caso suspeito ou confirmado de rubéola durante a gestação, ou toda criança até 12 meses de vida que apresente sinais clínicos compatíveis com infecção congênita pelo vírus da rubéola, independentemente, da história materna. A notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), por meio do preenchimento da Ficha de Notificação/ Investigação de Doenças Exantemáticas Febris Sarampo/Rubéola. Em situações de abortamento ou perda fetal devido à infecção pelo vírus da rubéola, deve-se informar, na referida ficha, a ocorrência do aborto ou natimortalidade, no campo das observações adicionais. Simultaneamente, deve-se abrir uma Ficha de Notificação/Investigação de Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) para o recém-nascido, se for o caso. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Todos os campos da ficha de notificação/investigação devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa. Investigação Todo caso suspeito deve ser investigado em até 48 horas após a notificação, com o objetivo de: • confirmar ou descartar o caso, conforme os critérios estabelecidos; • desencadear as medidas de controle pertinentes; • obter informações detalhadas e uniformes, para todos os casos, possibilitando a comparação dos dados e a análise adequada da situação epidemiológica da doença. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a Toda gestante com resultado sorológico de IgM reagente ou inconclusivo para rubéola, ou que teve contato com casos confirmados de rubéola, deve ser acompanhada pelo serviço de vigilância epidemiológica, com o objetivo de se verificar a ocorrência de abortos, natimortos, ou o nascimento de crianças com malformações congênitas (SRC) ou sem qualquer anomalia (infecção congênita por rubéola - IRC). Os recém-nascidos também devem ser acompanhados para confirmação ou descarte do caso. Durante a investigação epidemiológica dos casos, devem ser avaliados os locais por onde a mãe esteve no período de 30 dias prévios à gravidez até o final da gestação (dentro ou fora do país) e eventuais contatos com pessoas que estiveram no exterior. / / S í n d r o m e d a R u b é o l a C o n g ê n i t a // Vacina Tríplice Viral 01 apresentação É uma vacina atenuada, contendo vírus vivos “enfraquecidos” do sarampo, da rubéola e da caxumba. Pode ser chamada pela sigla SCR (Sarampo, Caxumba, Rubéola). Também é conhecida comercialmente como “MMR”, que é a sigla das doenças em inglês (Measles, Mumps, Rubella). / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l Forma liofilizada, em frasco multidose, acompanhada do respectivo diluente. 02 composição Vacina combinada, contendo vírus vivo atenuado do sarampo, da caxumba e da rubéola, cultivados em embrião de galinha, traços de neomicina (conservante), gelatina, sorbitol ou albumina (estabilizante) e fenol (corante). Deve-se observar as informações do fabricante para se avaliar os componentes presentes na vacina. 03 idade e esquema • Indivíduos de 12 meses a 29 anos de idade: administrar 2 doses, conforme situação vacinal encontrada. Considerar vacinada a pessoa que comprovar 2 doses. Na rotina, é utilizado o seguinte esquema para crianças: o1ª dose aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral; o2ª dose aos 15 meses de idade com a vacina tetra viral para as crianças que já tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral (corresponde à 2ª dose da vacina tríplice viral e à 1ª dose da vacina varicela). • Indivíduos de 30 até 59 anos de idade: 1 dose, conforme situação vacinal encontrada. Considerar vacinada a pessoa que comprovar 1 dose. • No caso de bloqueio está indicada 1 dose de vacina tríplice viral em pessoas a partir dos 60 anos de idade não vacinadas ou sem comprovante de vacinação para o sarampo e a rubéola. • Profissionais de saúde, independente da idade: 2 doses, conforme situação vacinal encontrada, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Considerar vacinado o trabalhador de saúde que comprovar 2 doses. / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l Dosagem e via de administração 0,5 ml, por via subcutânea. Local de aplicação Região posterior do braço ou tríceps braquial direito. Eficácia Estudos clínicos demonstraram que a vacina tríplice viral é altamente imunogênica. Anticorpos contra a rubéola foram detectados em 99,3%, contra o sarampo em 98,0% e contra a caxumba em 96,1% dos primovacinados. Conservação e validade +2 ºC a +8 ºC. ATENÇÃO: Sempre verificar a bula do laboratório fabricante quanto ao período máximo de uso da vacina após diluição. / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l Precauções gerais • Crianças com histórico de convulsão febril devem ser cuidadosamente monitoradas, uma vez que no período de 4 a 12 dias após a administração pode ocorrer febre associada ao uso da vacina. • Pessoas que usaram medicamentos imunossupressores podem ser vacinadas pelo menos um mês após a suspensão do tratamento, a critério médico. • Pessoas com imunodeficiências congênitas ou adquiridas; na possibilidade de exposição ao vírus selvagem, avaliar risco-benefício individual. Infecção pelo HIV em indivíduos em vigência de imunossupressão grave. • Pessoas em uso de quimioterapia para tratar o câncer só podem ser vacinadas três meses após a suspensão do tratamento, a critério médico. • Pessoas que receberam transplante de medula óssea só podem ser vacinadas de 12 a 24 meses após a cirurgia. • É aconselhável evitar a gravidez por 30 dias após a vacinação. Mas caso a vacinação aconteça inadvertidamente durante a gestação, ou a mulher engravide neste prazo de 30 dias após ser vacinada, não é indicada a interrupção da gravidez, pois o risco de problemas para o feto é teórico. Não há relatos na literatura médica de problemas decorrentes desse tipo de situação. Porém, esta gestante deve informar a situação ao profissional que a acompanha e ser monitorada durante o pré-natal. / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l Contraindicações • Crianças menores de 6 meses; • Anafilaxia à dose anterior da vacina. Eventos adversos • Ardência, hiperestesia, eritema, enduração (1º dia); • Febre ≥ 39,5°C e cefaleia, irritabilidade, febre baixa, conjuntivite e/ou manifestações catarrais (5º ao 12º dias); • Exantema (7º ao 10º dia), linfadenopatia (7º ao 21º dias). • Eventos raros: o Manifestações neurológicas; o Púrpura trombocitopênica; o Reação anafilática; o Artralgia e/ou artrite (1 a 3 semanas após); o Parotidite, pancreatite, orquite e ooforite (10º ao 21º dias). / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l Considerações • Vacinação simultânea em crianças menores de 2 anos de idade. Esta vacina pode ser administrada, simultaneamente, com as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, exceto a vacina febre amarela em crianças menores de 2 (dois) anos de idade nunca vacinadas com tríplice viral, devido à possibilidade de menor resposta imunológica a estes agentes. Nesta situação, o intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias, salvo em situações que impossibilitem manter este intervalo (com um mínimo de 15 dias). • Crianças menores de 2 (dois) de idade, vacinadas anteriormente com a dose válida da vacina tríplice viral podem receber simultaneamente a febre amarela e a tríplice viral ou tetra viral. Caso a vacina tríplice viral não seja administrada simultaneamente com a vacina varicela (atenuada), considerar o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses, salvo em situações que impossibilitem manter este intervalo (com um mínimo de 15 dias). (Instrução Normativa Referente ao Calendário Nacional de Vacinação/2019/SVS/MS). / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l • Vacinação de contatos de casos suspeitos ou confirmados de sarampo ou rubéola: contatos na faixa etária de 12 mesesa 59 anos de idade devem ser vacinados de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação; indivíduos acima de 60 anos de idade sem registro de vacinação para o componente sarampo, administrar 1 dose de tríplice viral. • Deve-se realizar intensificação da vacinação de rotina, de forma seletiva, com busca ativa de pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto e que sejam contato de casos confirmados nos locais de ocorrência como escolas, creches, empresas, etc. • Pessoas de 20 a 49 anos vacinadas com a vacina dupla viral somente serão vacinadas com tríplice viral se forem contatos de casos de caxumba (N. I. Nº 166/2016/CGPNI/DEVIT/SVS/MS). / / V a c i n a T r í p l i c e V i r a l // Vacina Tetra Viral 01 apresentação É uma vacina atenuada, contendo vírus vivos “enfraquecidos” do sarampo, da rubéola, da caxumba e da varicela (catapora). Forma liofilizada, monodose, acompanhada do respectivo diluente. 02 composição Vacina combinada, contendo o vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela cultivadas em células embrionárias de galinha, traços de neomicina, lactose anidra, sorbitol, manitol, aminoácidos e água para injeção. / / V a c i n a Te t r a V i r a l 03 idade e esquema Administrar 1 dose aos 15 meses de idade, em crianças que já tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral (corresponde a 1 dose de varicela e à 2ª dose da tríplice viral). Esta vacina poderá ser administrada em crianças que tenham até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, que tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral, considerando intervalo mínimo de 30 dias. 04 dosagem e via de administração 0,5 ml, via subcutânea. / / V a c i n a Te t r a V i r a l 05 local de aplicação Região posterior do braço ou tríceps braquial direito. Eficácia É uma vacina segura e bem tolerada, com elevada imunogenicidade contra os antígenos componentes, principalmente, nas crianças entre 1 a 12 anos de idade, que apresentam soroconversão de mais de 95% após a administração de uma dose. Precauções • Crianças com histórico de convulsão febril devem ser cuidadosamente monitoradas, uma vez que no período de 4 a 12 dias após a administração pode ocorrer febre associada ao uso da vacina. • A vacina tetra viral não deve ser usada em pacientes que apresentam problemas raros de intolerância a frutose. • Avaliar risco benefício nas crianças com trombocitopenia. • Os salicilatos (AAS) devem ser evitados por 6 semanas após a vacinação, por risco de complicações (Síndrome de Reye). / / V a c i n a Te t r a V i r a l Contraindicações Hipersensibilidade conhecida a neomicina ou qualquer outro componente da vacina ou que tenham manifestado sinais de hipersensibilidade após administração das vacinas sarampo, caxumba, rubéola e ou varicela; Imunodeficiência primária ou secundária com comprometimento grave do componente celular do sistema imune (linfócitos T). Conservação e validade +2 ºC a + 8 ºC. Não pode ser congelada. Eventos adversos • Febre: 22% • Exantema semelhante ao sarampo: 3% (5 a 12 dias após a vacina) • Convulsão febril: 1:2500 • Varicela pós-vacinação: geralmente leve com menos de 50 lesões em pele, sem febre e menor duração da erupção. / / V a c i n a Te t r a V i r a l Atenção! É estabelecida a meta mínima de 95% de cobertura vacinal, de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros. Em situações emergenciais e na indisponibilidade da vacina tetra viral, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola - atenuada) e varicela (atenuada) poderão ser utilizadas. / / V a c i n a Te t r a V i r a l Considerações • Vacinação simultânea em crianças menores de 2 anos de idade: esta vacina pode ser administrada, simultaneamente, com as demais vacinas do calendário de vacinação, exceto a vacina febre amarela em crianças menores de 2 anos de idade nunca vacinadas com tetra viral ou tríplice viral. Nesta situação, o intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. • Crianças menores de 2 anos de idade vacinadas anteriormente com a dose válida da vacina tríplice viral ou tetra viral podem receber, simultaneamente, a febre amarela e a tetra viral. // Considerações Finais Chegamos ao final desta aula. É importante destacar os seguintes pontos abordados: •O sarampo é uma doença infecciosa exantemática aguda extremamente contagiosa que pode evoluir com complicações e óbitos. •O acúmulo de suscetíveis ao sarampo a um quantitativo suficiente para sustentar uma transmissão ampla, resulta em surtos explosivos, capazes de afetar todas as faixas etárias. •Após a realização da primeira Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo em 1992, houve redução de 81% no número de casos notificados no Brasil. •A caxumba é uma doença infecciosa viral aguda e contagiosa que pode acometer qualquer tecido glandular e nervoso do organismo, porém afeta especialmente as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. •A caxumba caracteriza-se pela alta morbidade e baixa letalidade e surge sob a forma de endemias ou surtos, geralmente com evolução benigna. •A rubéola é uma doença exantemática aguda que apresenta alta contagiosidade, que está relacionada ao risco de abortos, natimortos e à síndrome da rubéola congênita. / / C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s •A infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação pode comprometer o desenvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal e anomalias congênitas que caracterizam a síndrome da rubéola congênita. •Em abril de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde declarou a região das Américas livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. •A única forma de prevenir o sarampo, a caxumba e a rubéola é por meio da vacinação. •A vacina tríplice viral contém vírus vivos atenuados do sarampo, da rubéola e da caxumba e deve ser administrada pela via subcutânea. •A vacina tríplice viral pode ser administrada simultaneamente com as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, exceto a vacina febre amarela em crianças menores de 2 anos de idade nunca vacinadas com tríplice viral, devido à possibilidade de menor resposta imunológica a esses agentes. •O intervalo mínimo entre a vacina tríplice viral e outras vacinas atenuadas parenterais é de 30 dias. •O MS adotou em 2019 a estratégia da Dose Zero da vacina tríplice viral para crianças de 6 a 11 meses de idade que permanece até o momento nos estados que continuam com a circulação do vírus do sarampo. A Dose Zero não é considerada válida para cobertura vacinal de rotina. / / C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s •É estabelecida a meta de no mínimo 95% de cobertura da vacina tríplice viral, de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros. •Profissionais da saúde têm indicação para receber duas doses de vacina tríplice viral, independentemente da idade. •A vacina tetra viral contém vírus vivos atenuados do sarampo, da rubéola, da caxumba e da varicela e deve ser administrada pela via subcutânea aos 15 meses de idade. •A idade máxima para administração da vacina tetra viral é 4 anos, 11 meses e 29 dias. Até a próxima ! / / C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s BoletimEpidemiológico /ISSN 9352-7864 - MS.- Secretaria de V igilância em Saúde - Semana Epidemiológica 13 (28/3 a 3/4/2021). Brasil. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 740 p. : il. Domingues,C.M.A.,et al. A evolução do sarampo no Brasil e a situação atual- Inf. Epidemiol.Sus v.6 n.1 Brasília mar. 1997/[acesso em: 10 jun. 2021] Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi d=S0104-16731997000100002#fim. Penna, G.O., et al. Doenças infecciosas e parasitárias: aspectos clínicos, de vigilância epidemiológica e decontrole-Guia de bolsa- Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional da Saúde, 1999. SARAMPO-OPAS/OMS-Brasília –DF/[acesso em: 10 jun. 2021] Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/media/pdf/2021/abril/ 08/boletim_epidemiologico_svs_12.pdf. SBIm – Sociedade Brasileira de Imunizações sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao / / r e f e r ê n c i a s re fe rê n c ia s // / / c r é d i t o s C r é d i t o s das i m a g e n s Banco de imagens Freepik https://br.freepik.com Wikipédia, a enciclopédia livre https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_do_sarampo
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