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Aula 89 Direito Administrativo Aula 05

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
Prof. Edson Marques 
www.pontodosconcursos.com.br 
1 
Olá pessoal, 
 
Bom dia. Renovada as energias, vamos que vamos. 
Nesta aula vamos ver o seguinte: 
 
AULA 05: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos 
casos de enriquecimento ilícito no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função da administração 
pública direta, indireta ou fundacional (Lei nº 
8.429/1992). 
 
Vamos em frente. 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o 
princípio da probidade administrativa ao estabelecer que “os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal 
cabível”. 
 
Com efeito, o princípio da probidade administrativa é 
uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja, 
entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque 
à probidade administrativa. 
 
Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da 
Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, 
destaca que “o princípio da probidade administrativa é uma 
forma de moralidade administrativa que mereceu 
consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo 
com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”. 
 
Define o mestre que “a probidade administrativa 
consiste no dever do funcionário de servir à Administração 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
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com honestidade, procedendo no exercício das suas funções 
sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes 
em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. 
Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada”. 
 
É importante dizer que o referido dispositivo 
constitucional é norma que exige, que requer, complemento, ou seja, 
trata-se de norma de eficácia limitada. 
 
Por isso, a fim de regulamentar o preceito 
constitucional, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei 
de Improbidade Administrativa (LIA), que dispõe sobre as 
sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, indireta 
ou fundacional. 
 
Deve-se observar que a sanção por improbidade 
administrativa não tem natureza penal, na medida em que a 
Constituição dispôs que a sanção de improbidade não traz 
prejuízo à ação penal cabível. Significa dizer, portanto, que a ação 
judicial por ato de improbidade administrativa tem natureza de ação 
civil, ou seja, não tem natureza de ação criminal. 
 
É verdade que a Lei de Improbidade não trata de ilícitos 
penais, não aplica ou impõe penalidades criminais por violação ao 
princípio da probidade, ou seja, é uma lei que impõe sanções de 
natureza civil, política e administrativa, mas não penal, muito embora 
haja previsão de ilícito criminal àquele que representar por ato de 
improbidade sabendo-o ser falso, conforme o seguinte: 
 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de 
improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, 
quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está 
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, 
morais ou à imagem que houver provocado. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
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3 
 
Assim, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou em 
diversas assentadas que a LIA não tem natureza penal, tem natureza 
civil, conforme assim consignado: 
 
INFORMATIVO Nº 498 
TÍTULO: Improbidade Administrativa: Ministro do STF e 
Competência 
PROCESSO: Pet - 3211 
ARTIGO 
O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem 
suscitada em petição, firmou sua competência para julgar 
ação por ato de improbidade administrativa ajuizada contra 
atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e 
outros, na qual se lhe imputam a suposta prática dos crimes 
previstos nos artigos 11, I e II, e 12, III, da Lei 8.429/92. 
Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF 
(pendente de publicação), entendeu-se que distribuir 
competência para juiz de 1º grau para julgamento de 
ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como um 
todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e 
Celso de Mello fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min. 
Marco Aurélio, relator, que, na linha de seu voto na citada 
reclamação, e salientando estar definida a competência do 
Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102), 
considerava ser do juízo da 9ª Vara da Seção Judiciária do 
Distrito Federal a competência para o processamento e 
julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria, 
determinou o arquivamento da petição, em relação ao 
referido Ministro desta Corte, haja vista o fato de ele não 
mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, e a 
descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, 
relativamente aos demais acusados. Vencido, também nessa 
parte, o Min. Marco Aurélio que, asseverando tratar-se de 
ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva 
contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a 
independência das esferas cível, penal e 
administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do 
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4 
STF. Pet 3211 QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. 
(Pet-3211) 
 
INFORMATIVO Nº 401 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de 
Foro - 2 
PROCESSO: ADI - 2860 
ARTIGO 
O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas 
ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do 
Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos 
Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a 
inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de 
Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 — 
v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do 
CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta 
Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia 
constitucional, usurpou a competência do STF como guardião 
da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita 
de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria 
submeter a interpretação constitucional do Supremo ao 
referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais, 
que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que 
estende, à ação de improbidade administrativa, a 
competência especial por prerrogativa de função para 
inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à 
mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado 
artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de 
nova hipótese de competência originária não prevista no rol 
taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria 
atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a 
ação de improbidade administrativa é de natureza 
civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF, 
e que o STF jamais entendeu ser competente para o 
conhecimento de ações civis, por ato de ofício, 
ajuizadas contra as autoridades para cujo processo 
penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar 
Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao 
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fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete 
da Constituição, discordando de decisão do Supremo, 
exclusivamente quando não se tratar de hipótese em que a 
Corte tenha decidido pela inconstitucionalidade de uma lei, 
em face de vício formal ou material, e que, afirmando a 
necessidade da manutenção da prerrogativa de foro mesmo 
após cessado o exercício da função pública, a natureza penal 
da ação de improbidade e a convivência impossível desta 
com uma ação penal correspondente, por crime de 
responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias 
distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido 
formulado, para conferir aos artigos impugnados 
interpretação conforme no sentido de que: a) o agente 
político, mesmo afastado da função que atrai o foro por 
prerrogativa de função, deve ser processado e julgado 
perante esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado 
ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente 
político não responde a ação de improbidade administrativa 
se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c) 
os demais agentes públicos, em relação aos quais a 
improbidade não consubstancie crime de responsabilidade, 
respondem à ação de improbidade no foro definido por 
prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade 
tenha por objeto ato funcional. ADI 2797/DF e ADI 2860/DF, 
rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. (ADI-2797) (ADI-
2860) 
 
Sujeitos da Improbidade 
 
Quanto ao sujeito passivo, ou seja, aquele que sofre ou 
sofreu a lesão por ato improbidade, destaca a lei que é, em regra, a 
entidade ou ente estatal, ou seja, a Administração Pública direta ou 
indireta. Todavia, poderá também ser sujeito passivo de ato de 
improbidade entidade que não integre a Administração, mas que 
receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais. 
 
Então, são sujeitos passivos da improbidade 
administrativa os seguintes: 
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� Administração Direta (União, Estados, DF e 
Municípios e seus respectivos órgãos) ou Indireta 
(Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios, de Território, 
 
� Empresa incorporada ao patrimônio público 
 
� Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual 
 
� Entidade que receba subvenção, benefício ou 
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; 
 
� Entidades cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual 
 
Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos, 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento 
do patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial 
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos. 
 
De outro lado, o sujeito ativo, ou seja, aquele que 
comete o ato de improbidade administrativa é, em regra, o agente 
público, considerado este como todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
nas entidades mencionadas como sujeito passivo da 
improbidade. 
 
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É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da 
expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação 
clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos 
são divididos em: 
 
a) Agentes políticos 
b) Agentes administrativos 
c) Agentes honoríficos 
d) Agentes delegados 
e) Agentes credenciados 
 
Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que 
compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de 
independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime 
especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, 
investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou 
designação. 
 
Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, 
os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos 
representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, 
e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder 
Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e 
Vereadores). 
 
Por outro lado, há forte corrente que defende serem os 
agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos 
eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, 
Vereador etc. 
 
Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar 
atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos 
são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes 
diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os 
detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros 
agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação 
firmada no Informativo 263. Vejamos: 
 
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Informativo 263 (RE-228977) 
Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* 
(v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - 
Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação 
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte 
passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A 
autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos 
atos jurisdicionais praticados. Os magistrados 
enquadram-se na espécie agente político, investidos 
para o exercício de atribuições constitucionais, sendo 
dotados de plena liberdade funcional no desempenho 
de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica. 
(...) 
(...) os magistrados se enquadram na espécie agente 
político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições 
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional 
no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias 
e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao 
exercício de suas funções decisórias. 
 
(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em 
sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 
72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, 
judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, 
conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com 
independência nos assuntos de sua competência. São as 
autoridades públicas supremas do Governo e da 
Administração na área de sua atuação, pois não estão 
hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites 
constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os 
agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à 
independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para 
tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus 
eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com 
culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria 
encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliaresPACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
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imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de 
Município); os membros das Corporações Legislativas 
(Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do 
Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros 
do Ministério Público (Procuradores da República e da 
Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." 
 
Aqui, porém, fica uma ressalva. É que o STF, no 
julgamento da Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A 
Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de 
responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o 
previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o 
regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 
1.079/1950)". 
 
Com isso, o STF delineou que aqueles agentes 
políticos submetidos ao regime especial de responsabilização 
da Lei 1.079/50 não podem ser processados por crimes de 
responsabilidade e pelo regime da Lei de Improbidade 
Administrativa, sob pena da usurpação de sua competência e 
principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a LIA e a Lei 
1.079/1950, preveem sanções de ordem política, como, v. g., infere-
se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, 
nesse caso haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla 
punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco. 
 
INFORMATIVO Nº 471 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 
PROCESSO: Rcl - 2138 
ARTIGO 
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a 
reclamação para assentar a competência do STF para julgar o 
feito e declarar extinto o processo em curso no juízo 
reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de 
responsabilidade político-administrativa previstos na 
CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 
8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade 
fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei 
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10 
1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por 
estarem regidos por normas especiais de 
responsabilidade, não respondem por improbidade 
administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas 
por crime de responsabilidade em ação que somente 
pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102, 
I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem 
improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco 
Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, 
Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na 
ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. 
Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de 
preservar-se a observância do princípio da moralidade, e 
afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de 
responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF, 
art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não 
estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e 
estivesse definido como ato de improbidade, deveriam 
responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, 
aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese 
dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação 
civil pública, não se enquadravam como crime de 
responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência 
para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 
2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min. 
Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) 
 
Agentes administrativos são todos aqueles agentes 
que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de 
poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando 
sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. 
 
Nesse conceito estão todos os que têm com os entes 
Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas 
(Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de 
natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de 
dependência. 
 
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Por isso, dividem-se em servidores públicos, 
empregados públicos e funcionários temporários. 
 
Servidores públicos são todas as pessoas físicas que 
ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o 
Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. 
 
Vale lembrar que cargo público é o conjunto de 
atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura 
organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei 
nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e 
vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser 
em caráter efetivo ou em comissão. 
 
Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos 
(concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos 
de Direção e Assessoramento Superior). 
 
Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam 
emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da 
legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. 
 
Servidores ou funcionários temporários, ou 
simplesmente temporários, são agentes contratados de forma 
temporária, por excepcional interesse público, para exercer função 
por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal 
em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor 
visando atender necessidade temporária em razão de excepcional 
interesse público. 
 
Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na 
esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade 
temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público 
poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos 
legais. 
 
Agentes delegados são particulares que, por força de 
contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma 
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atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, 
sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este 
(descentralização por colaboração). Temos como exemplo os 
delegatários de serviço público, tal como os concessionários, 
permissionários, tabelião, leiloeiros etc. 
 
Agentes honoríficos são particulares que, em razão 
de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade 
profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para 
exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo 
ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos 
Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). 
 
Por fim, temos ainda os chamados agentes 
credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de 
representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato 
determinado, mediante remuneração. 
 
É possível, ademais, constatarmos a existência de 
outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais 
agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). 
 
É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, 
em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na 
categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a 
expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-
se como mais uma categoria de agente público, denominados 
simplesmente de militares. 
 
Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a 
expressão funcionário público de forma indistintapara qualificar todos 
os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante 
ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se 
refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente. 
 
Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos 
dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é 
o de agente público, conforme assim expresso: 
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta 
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Contudo, a lei também admite o terceiro como sujeito 
ativo da improbidade administrativa. Então, também será sujeito 
ativo todo aquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Significa dizer que um particular, que não tenha 
qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades 
tuteladas, mas que induza um agente público ou concorra com este, 
ou ainda que se beneficie do ato de improbidade praticado por ele, 
também será considerado sujeito ativo da improbidade 
administrativa. 
 
Espécies ou modalidades de Improbidade 
 
Quanto aos atos de improbidade administrativa, a LIA 
estabelece três espécies ou modalidades de atos de 
improbidade, sendo atos que: 
 
� Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); 
� Causam prejuízo ao erário (art. 10); 
� Atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11) 
 
Assim, quanto à primeira modalidade, a lei dispõe que 
constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 
1° desta lei, e notadamente: 
 
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• Verbo RECEBER: 
 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel 
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta 
ou indireta, a título de comissão, percentagem, 
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto 
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação 
ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática 
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de 
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade 
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre 
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro 
serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, 
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, 
providência ou declaração a que esteja obrigado; 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem 
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas 
entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor 
de mercado; 
 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem 
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por 
preço inferior ao valor de mercado; 
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IX - perceber vantagem econômica para intermediar a 
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer 
natureza; 
 
• Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR, 
UTILIZAR OU USAR: 
 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de 
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou 
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições 
do agente público, durante a atividade; 
 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta 
lei; 
 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de 
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à 
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer 
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades; 
 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei. 
 
Para os casos de enriquecimento ilícito são previstas as 
seguintes sanções (penalidade): 
 
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� Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, 
� Ressarcimento integral do dano, quando houver, 
� Perda da função pública, 
� Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
� Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do 
acréscimo patrimonial, e 
� Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
dez anos; 
 
Na segunda modalidade, dispõe a LIA que Constitui 
ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta lei, e notadamente: 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou 
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação 
de bem integrante do patrimônio de qualquer das 
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a 
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao 
de mercado; 
 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação 
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 
 
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XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se 
enriqueça ilicitamente; 
 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço 
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material 
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,bem como o trabalho de servidor público, empregados ou 
terceiros contratados por essas entidades. 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha 
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da 
gestão associada sem observar as formalidades previstas 
na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem 
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem 
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela 
Lei nº 11.107, de 2005) 
 
• ATOS DE DISPOSIÇÃO: 
 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente 
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou 
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do 
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no 
art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais 
e regulamentares aplicáveis à espécie; 
 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das 
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a 
sua aplicação irregular; 
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VI - realizar operação financeira sem observância das 
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia 
insuficiente ou inidônea; 
 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não 
autorizadas em lei ou regulamento; 
 
• ATUAÇÃO 
 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou 
renda, bem como no que diz respeito à conservação do 
patrimônio público; 
 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a 
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou 
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 
1º desta lei; 
 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou 
dispensá-lo indevidamente; 
 
Para os casos de lesão ao erário são previstas as 
seguintes sanções (penalidade): 
 
� Ressarcimento integral do dano, 
� Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
� Perda da função pública, 
� Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, 
� Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor 
do dano, 
� Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
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E, finalmente, ainda dispõe a Lei de Improbidade que 
constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra 
os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou 
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de 
competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a 
fazê-lo; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em 
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de 
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de 
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de 
mercadoria, bem ou serviço. 
 
Para os casos de improbidade por violação aos 
princípios da Administração Pública são previstas as seguintes 
sanções (penalidade): 
 
� Ressarcimento integral do dano, se houver, 
� Perda da função pública, 
� Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
� Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor 
da remuneração percebida pelo agente, e 
� Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
três anos. 
 
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Do Processo Administrativo 
 
A Lei de Improbidade prevê que qualquer pessoa 
poderá representar à autoridade administrativa competente 
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a 
prática de ato de improbidade, conforme art. 14, observando o 
seguinte: 
 
Art. 14 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e 
assinada, conterá a qualificação do representante, as 
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das 
provas de que tenha conhecimento. 
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, 
em despacho fundamentado, se esta não contiver as 
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição 
não impede a representação ao Ministério Público, nos 
termos do art. 22 desta lei. 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade 
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se 
tratando de servidores federais, será processada na forma 
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de 
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. 
 
Assim, caso seja aberto procedimento administrativo a 
comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao 
Tribunal ou Conselho de Contas, podendo tais órgãos designar 
representantes para acompanhar o procedimento. 
 
De todo modo, para apurar qualquer ilícito previsto na 
LIA, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade 
administrativa ou mediante representação formulada, poderá 
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento 
administrativo. 
 
 
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Ademais, nos termos do art. 16 da LIA, havendo 
fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao 
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao 
juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou 
terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao 
patrimônio público, o qual observará o Código de Processo Civil (arts. 
822 e 825). 
 
Podendo, neste caso, o pedido incluir a investigação, o 
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações 
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e 
dos tratados internacionais. 
 
Do processo Judicial 
 
Prevê o art. 17 da LIA que a ação principal seguirá o 
rito ordinário, e será proposta pelo Ministério Público ou pela 
pessoa jurídica interessada. 
 
Poderá ocorrer, mesmo administrativamente, o 
afastamento do agente do exercício do cargo, empregou ou função, 
conforme previsto no art. 20, parágrafo único, que assim expressa: 
 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa 
competente poderá determinar o afastamento do agente 
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
 
Caso tenha sido proposta a medida cautelar, a ação 
principal deverá ser proposta dentro de trintadias da efetivação da 
medida cautelar. 
 
Não há prerrogativa de foro na ação de improbidade 
administrativa. Assim, ação deverá ser proposta junto ao juízo de 
primeiro grau. Nesse sentido, é o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal. Ilustrativamente: 
 
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INFORMATIVO Nº 572 
TÍTULO: Improbidade Administrativa - Ação Civil - 
Competência do Magistrado de Primeiro Grau (Transcrições) 
PROCESSO: RE - 439723 
ARTIGO 
[...] 
Cumpre enfatizar, neste ponto, que o Supremo Tribunal 
Federal, no referido julgamento plenário da ADI 2.797/DF, ao 
declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002, na 
parte em que esta introduziu o § 2º no art. 84 do CPP, 
explicitou que, tratando-se de ação civil 
por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), 
mostra-se irrelevante, para efeito de definição da 
competência originária dos Tribunais, que se cuide de 
ocupante de cargo público ou de titular de mandato 
eletivo ainda no exercício das respectivas funções, 
pois, em processos dessa natureza, a ação civil deverá 
ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau. 
Cabe assinalar, por outro lado, que esta Suprema Corte, em 
tal julgamento, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº 
10.628/2002 também no ponto em que esse diploma 
legislativo atribuía prerrogativa de foro a ex-ocupantes de 
cargos públicos e a ex-titulares de mandatos eletivos, sendo 
indiferente, para esse efeito, que, contra eles, houvesse sido 
instaurado ou estivesse em curso, quer processo penal de 
índole condenatória, quer processo resultante do ajuizamento 
de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 
8.429/92). Ao assim decidir, o Supremo Tribunal Federal, 
relembrando antiga lição ministrada por JOÃO BARBALHO 
(“Constituição Federal Brasileira”, p. 303/304, edição fac-
similar, 1992, Brasília), advertiu que a outorga desse 
tratamento seletivo a determinados cidadãos que não mais 
se acham no desempenho da função pública – cujo exercício 
lhes assegurava a prerrogativa de foro “ratione muneris” – 
ofende o princípio republicano, que traduz postulado 
essencial e inerente à organização político-constitucional 
brasileira. Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os 
cidadãos da República. Isso significa, na perspectiva da 
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controvérsia suscitada pela Lei nº 10.628/2002, que as 
atribuições constitucionais dos Tribunais devem merecer 
interpretação que impeça a indevida expansão, por efeito de 
imprópria atividade legislativa comum, de sua competência 
originária, para que não se transgrida, com a (inadmissível) 
concessão de prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos 
públicos ou a ex-titulares de mandatos eletivos, um valor 
fundamental à própria configuração da idéia republicana, que 
se orienta pelo vetor axiológico da igualdade, viabilizando-se, 
desse modo, em relação a quem não mais detém certas 
titularidades funcionais no aparelho de Estado, a aplicação 
ordinária do postulado do juiz natural, cuja importância tem 
sido enfatizada, em sucessivas decisões, por esta Corte 
Suprema (RTJ 149/962-963 – RTJ 160/1056-1058 – RTJ 
169/557 – RTJ 179/378-379, v.g.). Vê-se, portanto, como 
anteriormente assinalado, que o acórdão impugnado nesta 
sede recursal extraordinária ajusta-se, nesse específico 
ponto, à orientação jurisprudencial que esta Suprema Corte 
firmou no exame da matéria ora em análise. Sendo assim, 
em face das razões expostas, e considerando, sobretudo, o 
julgamento plenário da ADI 2.797/DF, conheço, em parte, do 
presente recurso extraordinário, para, nessa parte, negar-lhe 
provimento. Publique-se. Brasília, 24 de novembro de 2009. 
Ministro CELSO DE MELLO Relator * decisão publicada no DJE 
de 17.12.2009 
 
Com efeito, proposta a ação, prevenirá a jurisdição do 
juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a 
mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
 
A ação poderá ser proposta contra o agente público, o 
terceiro e inclusive a pessoa jurídica. 
 
Assim, no caso de a ação principal ter sido proposta 
pelo Ministério Público, aplica-se a possibilidade de inversão do polo 
prevista na Lei da Ação Popular, a qual estabelece: 
 
Art. 6º 
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§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito 
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá 
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao 
lado do autor, desde que isso se afigure útil ao 
interesse público, a juízo do respectivo representante 
legal ou dirigente. 
 
Cumpre destacar que, o Ministério Público, se não 
intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal 
da lei, sob pena de nulidade. 
 
Ademais, no âmbito do processo judicial é vedada a 
transação, acordo ou conciliação. 
 
Na fase instrutória, ação deverá ser instruída com 
documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da 
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da 
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
 
É importante salientar que no procedimento judicial, 
haverá a chamada defesa prévia ou preliminar, é que, conforme 
dispõe o §7º, do art. 17, estando a inicial em devida forma, o 
juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, 
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser 
instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de 
quinze dias. 
 
Diante disso, o juiz ao receber a manifestação, terá 
prazo de trinta dias para, em decisão fundamentada, rejeitar ou 
admitir a ação. Rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato 
de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via 
eleita. 
 
Se receber a petição inicial, determinará a citação do 
réu para apresentar contestação. Dessa decisão caberá agravo de 
instrumento. 
 
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O juiz poderá, em qualquer fase do processo, 
reconhecida a inadequação da ação de improbidade, extinguir o 
processo sem julgamento do mérito. 
 
Nos termos do art. 18, a sentença que julgar 
procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos 
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão 
dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada 
pelo ilícito. 
 
Em todo caso, a Fazenda Pública, quando for o caso, 
promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento 
do patrimônio público, mesmo antes da sentença. 
 
Ademais, conforme dispõe o art. 20, a perda da 
função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
De qualquer forma, a aplicação das sanções 
decorrentes da Lei de Improbidade não depende: 
 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio 
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; 
 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de 
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 
Contas. 
 
 
 
Da Prescrição 
 
Conforme dispõe o art. 23 da LIA, as ações destinadas 
a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: 
 
I - até cinco anos após o término do exercício de 
mandato, de cargo em comissão ou de função de 
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II - dentro do prazo prescricional previsto em lei 
específica para faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço público, nos casos de 
exercício de cargo efetivo ou emprego. 
 
Então, vamos às questões. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O 
conceito de improbidade administrativa é mais restrito que o 
conceito de moralidade administrativa. 
 
Comentário: 
 
É sabido que o princípio da moralidade 
administrativa estabelece a exigência de que a administração 
pública e seus agentes atuem com ética, retidão, probidade, honesta, 
honradez, lealdade e boa-fé. 
 
Assim, verifica-se que um dos aspectos da moralidade 
administrativa é a probidade administrativa. 
 
É fato, contudo, que o constituinte entendeu por dar 
tratamento especial a este subprincípio da moralidade, conforme art. 
37, §4º, ao estabelecer as sanções por atos de improbidade 
administrativa. 
 
Portanto, percebe-se que a definição conferida à 
improbidade administrativa é mais restrita do que o alcance da 
moralidade administrativa, já que aquele é um aspecto ou 
subprincípio deste. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
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2. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) 
Considera-se agente público, para os efeitos da lei de 
improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade 
Administrativa (LIA), reputa-se agente público, para os efeitos 
desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
consideradas sujeitos passivos da improbidade. 
 
Assim, os sujeitos passivos de ato de improbidade 
estão elencados no art. 1º e seu parágrafo único, que assim prevê: 
 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer 
agente público, servidor ou não, contra a administração 
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao 
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais 
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades 
desta lei os atos de improbidade praticados contra o 
patrimônio de entidade que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos 
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
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anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial 
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos. 
 
Por isso, é considerado agente público, para os efeitos 
da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que 
recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
3. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O 
alcance subjetivo da chamada Lei de Improbidade estende-se 
além do tradicional conceito de agentes públicos. 
 
Comentário: 
 
O alcance subjetivo da LIA refere-se aos sujeitos da 
improbidade. Assim, no tocante ao conceito de agente público, 
conforme se extrai do art. 2º, pode-se constatar que a lei não adotou 
definição restritiva. 
 
Perceba que estabeleceu que qualquer um que exerça, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função será 
considerado agente público. 
 
Significa dizer que a LIA deu amplitude máxima para a 
definição de agente público, tal como se utiliza atualmente no âmbito 
do Direito Administrativo, de modo que contemplou: agentes 
políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes 
delegados etc. 
 
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Gabarito: Certo. 
 
 
4. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os 
empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não 
se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade 
administrativa, por não serem agentes políticos nem 
constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos 
taxativamente na norma de regência. 
 
Comentário: 
 
Os empregados públicos são considerados agentes 
públicos, e, portanto, estão submetidos aos seus preceitos, conforme 
prescreve o art. 2º da LIA, que assim prevê: 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta 
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – 
CESPE/2009) Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade 
administrativa o agente público e terceiro que induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Comentário: 
 
Devemos observar que além do agente público, 
também responderá por ato de improbidade o terceiro, ou seja, 
aquele que, mesmo não sendo agente público, induza, concorra ou se 
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beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade, conforme 
preconiza a Lei nº 8.429/92, em seu art. 3º, assim expresso: 
 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou 
concorre para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficia sob qualquer forma não se submete às disposições 
da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser apurada de 
acordo com o Código Penal. 
 
Comentário: 
 
Com efeito, o terceiro, ainda que não seja agente 
público, conforme disposto no art. 3º da LIA, também poderá ser 
sujeito ativo da improbidade administrativa. Não obstante, também 
possa responder criminalmente. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
7. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As 
disposições da lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos, 
alcançam os que exercem cargo,emprego ou função pública, 
de modo efetivo ou transitório, e os que exercem, por eleição, 
mandato eletivo. 
 
Comentário: 
 
Verifica-se que tanto os agentes públicos, sejam 
efetivos ou que tenham vínculo transitório, ocupem cargos, exerçam 
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função pública ou tenham um emprego público, seja por eleição, 
mandato ou nomeação, quanto terceiros, que induzam, concorram ou 
se beneficie de ato de improbidade, responderão nos termos da Lei 
por ato de tal natureza. 
 
Contudo, é preciso lembrar que o STF afastou a 
aplicação da Lei de Improbidade em relação aos agentes políticos que 
estejam submetidos à Lei de Crime de Responsabilidade. 
 
Assim, as disposições da LIA aplicam-se não só aos 
agentes públicos, mas também a terceiros. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
8. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os 
particulares que eventualmente colaboram com o poder 
público, como os mesários e os jurados, não são considerados 
agentes públicos. 
 
Comentário: 
 
Nos termos da LIA, qualquer pessoa que exerça ainda 
que temporariamente e mesmo sem remuneração, sob qualquer 
vínculo é considerado agente público para os seus efeitos. 
 
Assim, jurados, mesários, ou seja, agentes honoríficos, 
conforme verificamos, também são agentes públicos para os fins de 
improbidade administrativa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
9. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) 
Tanto os servidores públicos podem vir a responder por atos 
de improbidade administrativa quanto os terceiros que se 
beneficiem do ato, sob qualquer forma, direta ou indireta. 
 
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Comentário: 
 
É sabido que não só o agente público é passível de 
sanção por ato de improbidade. Também o terceiro que haja 
concorrido, induzido ou que dele se beneficie estará submetido às 
sanções por atos de improbidade administrativa 
 
Então, por exemplo, você é aprovado no concurso para 
a DPF é vê um colega recebendo o famoso “caixinha”, e aí, ele 
começa a te dar presentinhos, abastece seu tanque de gasolina 
daqui, te dá camisas, etc e tal. Final da conversa, você é beneficiário 
do ato de improbidade. 
 
Dessa forma, você integrará o rol dos sujeitos da 
improbidade, por ser terceiro beneficiário do ato. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – 
ADAPTADA) Particular não responde por eventual ação de 
improbidade por não ser agente público. 
 
Comentário: 
 
Não só o agente público está submetido à Lei de 
improbidade, mas também o terceiro (particular) que haja concorrido, 
induzido ou que se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de 
improbidade, conforme prevê o art. 3º, Lei 8.429/92. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
11. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – 
CESPE/2009) Caso o sócio-gerente de uma sociedade 
empresarial induza um servidor público a fraudar processo de 
licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, 
tal atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela 
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Lei de Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor 
público. 
 
Comentário: 
 
Mais uma vez temos um terceiro que induziu um agente 
público a praticar ato de improbidade administrativa. Assim, 
conforme art. 3º da Lei nº 8.429/92 este terceiro também responderá 
por improbidade administrativa. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – 
CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma 
instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de 
saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a 
instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela 
administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição 
teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, 
instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade 
local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova 
UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte 
desses recursos públicos na reforma de outras áreas do 
hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares 
de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua 
filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por 
meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por 
falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos 
equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e 
visando evitar novas mortes, o município suspendeu 
provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, 
notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação 
no prazo legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de 
improbidade, já que os dirigentes de instituição privada não 
respondem por ato de improbidade, de que trata a Lei nº 
8.429/1992. 
 
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Comentário: 
 
E aí? Fácil, agora? Veja que a entidade está recebendo 
subvenção pública, ou seja, há verba pública ingressando para a 
realização da atividade. 
 
Por isso, mesmo que não esteja ocupando cargo, 
emprego ou função pública, o agente será considerado agente público 
para os termos da Lei de Improbidade, é considerado um agente 
delegado pelo Estado. 
 
Nesse sentido, veja a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça que trata exatamente do caso: 
 
ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE. CONCEITO E 
ABRANGÊNCIA DA EXPRESSÃO "AGENTES PÚBLICOS". 
HOSPITAL PARTICULAR CONVENIADO AO SUS 
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE). FUNÇÃO DELEGADA. 
1. São sujeitos ativos dos atos de improbidade 
administrativa, não só os servidores públicos, 
mas todos aqueles que estejam abrangidos no 
conceito de agente público, insculpido no art. 2º, 
da Lei n.º 8.429/92. 
2. Deveras, a Lei Federal nº 8.429/92 dedicou científica 
atenção na atribuição da sujeição do dever de 
probidade administrativa ao agente público, que se 
reflete internamente na relação estabelecida entre ele e 
a Administração Pública, superando a noção de servidor 
público, com uma visão mais dilatada do que o conceito 
do funcionário público contido no Código Penal (art. 
327). 
3. Hospitais e médicos conveniados ao SUS que 
além de exercerem função pública delegada, 
administram verbas públicas, são sujeitos ativos 
dos atos de improbidade administrativa. 
4. Imperioso ressaltar que o âmbito de cognição do 
STJ, nas hipóteses em que se infirma a qualidade, em 
tese, de agente público passível de enquadramento na 
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Lei de Improbidade Administrativa, limita-se a aferir a 
exegese da legislação com o escopo de verificar se 
houve ofensa ao ordenamento. 
5. Ademais, a efetiva ocorrência do periculum in mora e 
do fumus boni juris são condições de procedência do 
mérito cautelar, sindicável pela instância de origem 
também com respaldo na Súmula 07. 
6. Em conseqüência dessa limitação, a comprovação da 
ocorrência ou não do ato improbo é matéria fática que 
esbarra na interdição erigida pela Súmula 07, do STJ. 
7. Recursos parcialmente providos, apenas, para 
reconhecer a legitimidade passiva dos recorridos para 
se submeteram às sanções da Lei de Improbidade 
Administrativa, acaso comprovadas as transgressões na 
instâncialocal. 
(REsp 495.933/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 16/03/2004, DJ 19/04/2004 p. 
155) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os 
deputados federais, os senadores e o presidente da República, 
na qualidade de agentes políticos, não se submetem às regras 
da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a regime especial 
de responsabilização. 
 
Comentário: 
 
De fato, conforme entendimento do Supremo Tribunal 
Federal, os agentes políticos que estejam submetidos à lei de crime 
de responsabilidade (Lei nº 1.079/50) não respondem por 
improbidade com base na Lei nº 8.429/92, conforme o seguinte: 
 
INFORMATIVO Nº 471 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 
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PROCESSO: Rcl - 2138 
ARTIGO 
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente 
a reclamação para assentar a competência do STF para 
julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no 
juízo reclamado. Após fazer distinção entre os regimes 
de responsabilidade político-administrativa previstos 
na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 
8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade 
fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei 
1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por 
estarem regidos por normas especiais de 
responsabilidade, não respondem por improbidade 
administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas 
por crime de responsabilidade em ação que somente 
pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 
102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem 
improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, 
Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o 
primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que 
proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim 
Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a 
necessidade de preservar-se a observância do princípio da 
moralidade, e afirmando que os agentes políticos respondem 
pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas 
leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação 
ao que não estivesse tipificado como crime de 
responsabilidade, e estivesse definido como ato de 
improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto 
é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público, 
concluía que, na hipótese dos autos, as tipificações da Lei 
8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se 
enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei 
1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do 
juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson 
Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-
2138) 
 
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Gabarito: Certo. 
 
 
14. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) 
Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem 
por improbidade administrativa com base na Lei n.º 
8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos 
crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis 
especiais. 
 
Comentário: 
 
Veja: repetição do tema. Como já ressaltado, os 
agentes políticos que estejam submetidos às leis especiais (ex. Lei nº 
1.072/50) que tipificam crimes de responsabilidades não se 
sujeitarão à improbidade administrativa com base na Lei nº 8.429/92. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
15. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – 
CESPE/2009) O prefeito que praticar ato de improbidade que 
também seja previsto como crime de responsabilidade 
responderá simultaneamente tanto pelo crime de 
responsabilidade quanto pelo ato de improbidade. 
 
Comentário: 
 
Temos outro agente político (Prefeito) que responde por 
crime de responsabilidade em legislação especial (Dec. Lei 201/67), 
de modo que, de acordo com o entendimento do STF, não 
responderia por improbidade administrativa com base na Lei nº 
8.429/92. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
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16. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção 
do mandato eletivo implica cessação automática da existência 
de foro especial por prerrogativa de função, ainda que o fato 
que deu causa à demanda haja ocorrido durante o exercício 
daquele, exceto na hipótese de improbidade administrativa, 
conforme jurisprudência do STF. 
 
Comentário: 
 
Não há foro por prerrogativa de função para atos de 
improbidade administrativa na medida em que se trata de ação de 
cunho civil, e o foro de prerrogativa é conferido diante de ilícitos 
criminais. Por isso, a extinção de eventual mandato não implicaria 
cessão de foro especial, porque não existe tal foro em improbidade 
administrativa. 
 
Ademais, cumpre dizer que, em regra, aquele que 
detém mandato eletivo (agente político) e responde por lei especial 
de crime de responsabilidade, não se submete à Lei de Improbidade 
Administrativa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Enquanto as empresas públicas podem ser 
sujeitos passivos da improbidade administrativa, as 
sociedades de economia mista não podem, em razão do 
regime de direito privado a que estão submetidas. 
 
Comentário: 
 
O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa 
é o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade 
administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal. 
Poderá, ademais, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade 
que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, 
como é o caso das entidades paraestatais. 
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Nesse sentido, prevê o art. 1º da LIA os sujeitos 
passivos da improbidade administrativa, assim dispondo: 
 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer 
agente público, servidor ou não, contra a administração 
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de 
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta 
lei. 
 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta 
lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal 
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com 
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Assim, teremos os seguintes sujeitos: 
 
• Administração Pública direta e indireta 
• Empresa incorporada ao patrimônio público 
• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio 
ou da receita anual 
• Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal 
ou creditício, de órgão público; 
• Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinqüenta por cento dopatrimônio ou 
da receita anual 
 
Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos 
(entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
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creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento 
do patrimônio ou da receita anual) a sanção patrimonial limita-se à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Somente a ação praticada com dolo pelo agente 
público e com comprovada lesão ao patrimônio público é 
passível de responsabilização pelo integral ressarcimento do 
dano. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 5º da Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei nº 8.429/92), “ocorrendo lesão ao patrimônio 
público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou 
de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. 
 
Vê-se que o agente responderá por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa. De outro lado, é importante destacar que nem 
sempre haverá dano ao erário, em virtude de existirem atos de 
improbidade que não importam prejuízo ao erário, tal como tipificado 
no art. 11 da LIA. 
 
Gabarito: Errado 
 
 
19. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo 
meramente culposa a conduta comissiva do agente público 
que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar 
responsabilização por improbidade administrativa. 
 
Comentário: 
 
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Conforme se verifica do art. 5º da LIA, tanto a conduta 
dolosa, como a culposa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a 
responsabilização por ato de improbidade administrativa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Por não ser admitida pela Constituição Federal 
de 1988 (CF) que nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, não é possível a responsabilização do sucessor 
daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer 
ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança. 
 
Comentário: 
 
Conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que 
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer 
ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite 
do valor da herança”. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) A aplicação das medidas punitivas previstas na 
Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de 
dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de 
improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para 
o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios 
da administração pública, circunstâncias que afastam a 
configuração de culpa. 
 
Comentário: 
 
A questão busca complicar um pouquinho mais, no 
entanto é o mesmo ponto anterior, ou seja, tanto a conduta dolosa, 
como a culpa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a 
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responsabilização por ato de improbidade administrativa, de acordo 
com o art. 5º da Lei nº 8.429/92, que assim estabelece: 
 
Art. 5º - Ocorrendo lesão ao patrimônio público 
por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do 
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
22. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – 
CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa independe da efetiva ocorrência 
de dano ao patrimônio público, mas fica suspensa até a 
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. 
 
Comentário: 
 
Com efeito, de acordo com o art. 21, incs. I e II, da Lei 
nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da 
efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à 
pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de 
contas pelo Tribunal de Contas, conforme o seguinte: 
 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei 
independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, 
salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada 
pela Lei nº 12.120, de 2009). 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de 
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 
Contas. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
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23. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – 
ADAPTADA) A aplicação das sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa estará condicionada à rejeição 
das contas pelo tribunal de contas. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 21, inc. II, a aplicação das 
sanções previstas na Lei nº 8.429/92 independe da aprovação ou 
rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou 
Conselho de Contas. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
24. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das 
sanções previstas na lei em questão independe da efetiva 
ocorrência de dano ao patrimônio público, inclusive quanto à 
pena de ressarcimento, e da aprovação ou rejeição das contas 
pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de 
contas. 
 
Comentário: 
 
Como bem prescreve o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 
8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da 
efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à 
pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de 
contas pelo Tribunal de Contas. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
25. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – 
ADAPTADA) No caso de contratação de obra, para a 
configuração do ato de improbidade, será necessária a 
demonstração de ter havido superfaturamento, com 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
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consequente prejuízo ao erário. 
 
Comentário: 
 
Como se observa do art. 21, inc. I, da Lei nº 8.429/92, 
a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva 
ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de 
ressarcimento. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
26. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O 
STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de 
agentes públicos sem a realização de concurso público enseja 
violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, 
contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser 
condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação 
depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do 
prejuízo para a administração. 
 
Comentário: 
 
De fato, o STJ tem entendimento de que a contratação 
sem concurso caracteriza-se como ato de improbidade, na 
modalidade violação a princípios administrativos. 
 
Contudo, tal ilícito não depende, para serem aplicadas 
as sanções, da demonstração de enriquecimento ilícito ou do prejuízo 
para a Administração, conforme o seguinte: 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – 
VEREADORES – EDIÇÃO DE LEI MUNICIPAL QUE 
PERMITIA A CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO 
– EXAME DE LEI LOCAL: SÚMULA 280/STF – 
APLICAÇÃO DA LEI 8.429/1992 – VIOLAÇÃO AOS 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – ART. 11 DA LEI 
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