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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bom dia. Renovada as energias, vamos que vamos. Nesta aula vamos ver o seguinte: AULA 05: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional (Lei nº 8.429/1992). Vamos em frente. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o princípio da probidade administrativa ao estabelecer que “os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal cabível”. Com efeito, o princípio da probidade administrativa é uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja, entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque à probidade administrativa. Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, destaca que “o princípio da probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”. Define o mestre que “a probidade administrativa consiste no dever do funcionário de servir à Administração PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 com honestidade, procedendo no exercício das suas funções sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada”. É importante dizer que o referido dispositivo constitucional é norma que exige, que requer, complemento, ou seja, trata-se de norma de eficácia limitada. Por isso, a fim de regulamentar o preceito constitucional, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. Deve-se observar que a sanção por improbidade administrativa não tem natureza penal, na medida em que a Constituição dispôs que a sanção de improbidade não traz prejuízo à ação penal cabível. Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de improbidade administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não tem natureza de ação criminal. É verdade que a Lei de Improbidade não trata de ilícitos penais, não aplica ou impõe penalidades criminais por violação ao princípio da probidade, ou seja, é uma lei que impõe sanções de natureza civil, política e administrativa, mas não penal, muito embora haja previsão de ilícito criminal àquele que representar por ato de improbidade sabendo-o ser falso, conforme o seguinte: Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 Assim, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou em diversas assentadas que a LIA não tem natureza penal, tem natureza civil, conforme assim consignado: INFORMATIVO Nº 498 TÍTULO: Improbidade Administrativa: Ministro do STF e Competência PROCESSO: Pet - 3211 ARTIGO O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem suscitada em petição, firmou sua competência para julgar ação por ato de improbidade administrativa ajuizada contra atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e outros, na qual se lhe imputam a suposta prática dos crimes previstos nos artigos 11, I e II, e 12, III, da Lei 8.429/92. Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF (pendente de publicação), entendeu-se que distribuir competência para juiz de 1º grau para julgamento de ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como um todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, relator, que, na linha de seu voto na citada reclamação, e salientando estar definida a competência do Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102), considerava ser do juízo da 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal a competência para o processamento e julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria, determinou o arquivamento da petição, em relação ao referido Ministro desta Corte, haja vista o fato de ele não mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, e a descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, relativamente aos demais acusados. Vencido, também nessa parte, o Min. Marco Aurélio que, asseverando tratar-se de ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a independência das esferas cível, penal e administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 STF. Pet 3211 QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. (Pet-3211) INFORMATIVO Nº 401 TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de Foro - 2 PROCESSO: ADI - 2860 ARTIGO O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, usurpou a competência do STF como guardião da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a interpretação constitucional do Supremo ao referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que estende, à ação de improbidade administrativa, a competência especial por prerrogativa de função para inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de nova hipótese de competência originária não prevista no rol taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a ação de improbidade administrativa é de natureza civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF, e que o STF jamais entendeu ser competente para o conhecimento de ações civis, por ato de ofício, ajuizadas contra as autoridades para cujo processo penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao PACOTEDE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete da Constituição, discordando de decisão do Supremo, exclusivamente quando não se tratar de hipótese em que a Corte tenha decidido pela inconstitucionalidade de uma lei, em face de vício formal ou material, e que, afirmando a necessidade da manutenção da prerrogativa de foro mesmo após cessado o exercício da função pública, a natureza penal da ação de improbidade e a convivência impossível desta com uma ação penal correspondente, por crime de responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido formulado, para conferir aos artigos impugnados interpretação conforme no sentido de que: a) o agente político, mesmo afastado da função que atrai o foro por prerrogativa de função, deve ser processado e julgado perante esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente político não responde a ação de improbidade administrativa se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c) os demais agentes públicos, em relação aos quais a improbidade não consubstancie crime de responsabilidade, respondem à ação de improbidade no foro definido por prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade tenha por objeto ato funcional. ADI 2797/DF e ADI 2860/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. (ADI-2797) (ADI- 2860) Sujeitos da Improbidade Quanto ao sujeito passivo, ou seja, aquele que sofre ou sofreu a lesão por ato improbidade, destaca a lei que é, em regra, a entidade ou ente estatal, ou seja, a Administração Pública direta ou indireta. Todavia, poderá também ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais. Então, são sujeitos passivos da improbidade administrativa os seguintes: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 � Administração Direta (União, Estados, DF e Municípios e seus respectivos órgãos) ou Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, � Empresa incorporada ao patrimônio público � Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual � Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; � Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos, entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. De outro lado, o sujeito ativo, ou seja, aquele que comete o ato de improbidade administrativa é, em regra, o agente público, considerado este como todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos são divididos em: a) Agentes políticos b) Agentes administrativos c) Agentes honoríficos d) Agentes delegados e) Agentes credenciados Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. Vejamos: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 Informativo 263 (RE-228977) Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. (...) (...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercício de suas funções decisórias. (...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliaresPACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." Aqui, porém, fica uma ressalva. É que o STF, no julgamento da Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)". Com isso, o STF delineou que aqueles agentes políticos submetidos ao regime especial de responsabilização da Lei 1.079/50 não podem ser processados por crimes de responsabilidade e pelo regime da Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de sua competência e principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a LIA e a Lei 1.079/1950, preveem sanções de ordem política, como, v. g., infere- se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, nesse caso haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco. INFORMATIVO Nº 471 TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 PROCESSO: Rcl - 2138 ARTIGO Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a reclamação para assentar a competência do STF para julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade, não respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crime de responsabilidade em ação que somente pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de preservar-se a observância do princípio da moralidade, e afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e estivesse definido como ato de improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) Agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 Por isso, dividem-se em servidores públicos, empregados públicos e funcionários temporários. Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior). Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público. Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais. Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Temos como exemplo os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc. Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração. É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando- se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares. Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistintapara qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente. Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é o de agente público, conforme assim expresso: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Contudo, a lei também admite o terceiro como sujeito ativo da improbidade administrativa. Então, também será sujeito ativo todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Significa dizer que um particular, que não tenha qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades tuteladas, mas que induza um agente público ou concorra com este, ou ainda que se beneficie do ato de improbidade praticado por ele, também será considerado sujeito ativo da improbidade administrativa. Espécies ou modalidades de Improbidade Quanto aos atos de improbidade administrativa, a LIA estabelece três espécies ou modalidades de atos de improbidade, sendo atos que: � Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); � Causam prejuízo ao erário (art. 10); � Atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11) Assim, quanto à primeira modalidade, a lei dispõe que constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 • Verbo RECEBER: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; • Verbo PERCEBER: II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; • Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR, UTILIZAR OU USAR: VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. Para os casos de enriquecimento ilícito são previstas as seguintes sanções (penalidade): PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 � Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, � Ressarcimento integral do dano, quando houver, � Perda da função pública, � Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, � Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial, e � Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; Na segunda modalidade, dispõe a LIA que Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: • Verbo PERCEBER: II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. • Verbo PERCEBER: XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) • ATOS DE DISPOSIÇÃO: III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; • ATUAÇÃO X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; Para os casos de lesão ao erário são previstas as seguintes sanções (penalidade): � Ressarcimento integral do dano, � Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, � Perda da função pública, � Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, � Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano, � Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 E, finalmente, ainda dispõe a Lei de Improbidade que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; V - frustrar a licitude de concurso público; IV - negar publicidade aos atos oficiais; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. Para os casos de improbidade por violação aos princípios da Administração Pública são previstas as seguintes sanções (penalidade): � Ressarcimento integral do dano, se houver, � Perda da função pública, � Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, � Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente, e � Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 Do Processo Administrativo A Lei de Improbidade prevê que qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, conforme art. 14, observando o seguinte: Art. 14 § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. Assim, caso seja aberto procedimento administrativo a comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas, podendo tais órgãos designar representantes para acompanhar o procedimento. De todo modo, para apurar qualquer ilícito previsto na LIA, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 Ademais, nos termos do art. 16 da LIA, havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, o qual observará o Código de Processo Civil (arts. 822 e 825). Podendo, neste caso, o pedido incluir a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Do processo Judicial Prevê o art. 17 da LIA que a ação principal seguirá o rito ordinário, e será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada. Poderá ocorrer, mesmo administrativamente, o afastamento do agente do exercício do cargo, empregou ou função, conforme previsto no art. 20, parágrafo único, que assim expressa: Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Caso tenha sido proposta a medida cautelar, a ação principal deverá ser proposta dentro de trintadias da efetivação da medida cautelar. Não há prerrogativa de foro na ação de improbidade administrativa. Assim, ação deverá ser proposta junto ao juízo de primeiro grau. Nesse sentido, é o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Ilustrativamente: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 INFORMATIVO Nº 572 TÍTULO: Improbidade Administrativa - Ação Civil - Competência do Magistrado de Primeiro Grau (Transcrições) PROCESSO: RE - 439723 ARTIGO [...] Cumpre enfatizar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no referido julgamento plenário da ADI 2.797/DF, ao declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002, na parte em que esta introduziu o § 2º no art. 84 do CPP, explicitou que, tratando-se de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), mostra-se irrelevante, para efeito de definição da competência originária dos Tribunais, que se cuide de ocupante de cargo público ou de titular de mandato eletivo ainda no exercício das respectivas funções, pois, em processos dessa natureza, a ação civil deverá ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau. Cabe assinalar, por outro lado, que esta Suprema Corte, em tal julgamento, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002 também no ponto em que esse diploma legislativo atribuía prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos públicos e a ex-titulares de mandatos eletivos, sendo indiferente, para esse efeito, que, contra eles, houvesse sido instaurado ou estivesse em curso, quer processo penal de índole condenatória, quer processo resultante do ajuizamento de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92). Ao assim decidir, o Supremo Tribunal Federal, relembrando antiga lição ministrada por JOÃO BARBALHO (“Constituição Federal Brasileira”, p. 303/304, edição fac- similar, 1992, Brasília), advertiu que a outorga desse tratamento seletivo a determinados cidadãos que não mais se acham no desempenho da função pública – cujo exercício lhes assegurava a prerrogativa de foro “ratione muneris” – ofende o princípio republicano, que traduz postulado essencial e inerente à organização político-constitucional brasileira. Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os cidadãos da República. Isso significa, na perspectiva da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 controvérsia suscitada pela Lei nº 10.628/2002, que as atribuições constitucionais dos Tribunais devem merecer interpretação que impeça a indevida expansão, por efeito de imprópria atividade legislativa comum, de sua competência originária, para que não se transgrida, com a (inadmissível) concessão de prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos públicos ou a ex-titulares de mandatos eletivos, um valor fundamental à própria configuração da idéia republicana, que se orienta pelo vetor axiológico da igualdade, viabilizando-se, desse modo, em relação a quem não mais detém certas titularidades funcionais no aparelho de Estado, a aplicação ordinária do postulado do juiz natural, cuja importância tem sido enfatizada, em sucessivas decisões, por esta Corte Suprema (RTJ 149/962-963 – RTJ 160/1056-1058 – RTJ 169/557 – RTJ 179/378-379, v.g.). Vê-se, portanto, como anteriormente assinalado, que o acórdão impugnado nesta sede recursal extraordinária ajusta-se, nesse específico ponto, à orientação jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou no exame da matéria ora em análise. Sendo assim, em face das razões expostas, e considerando, sobretudo, o julgamento plenário da ADI 2.797/DF, conheço, em parte, do presente recurso extraordinário, para, nessa parte, negar-lhe provimento. Publique-se. Brasília, 24 de novembro de 2009. Ministro CELSO DE MELLO Relator * decisão publicada no DJE de 17.12.2009 Com efeito, proposta a ação, prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. A ação poderá ser proposta contra o agente público, o terceiro e inclusive a pessoa jurídica. Assim, no caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se a possibilidade de inversão do polo prevista na Lei da Ação Popular, a qual estabelece: Art. 6º PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. Cumpre destacar que, o Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. Ademais, no âmbito do processo judicial é vedada a transação, acordo ou conciliação. Na fase instrutória, ação deverá ser instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. É importante salientar que no procedimento judicial, haverá a chamada defesa prévia ou preliminar, é que, conforme dispõe o §7º, do art. 17, estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. Diante disso, o juiz ao receber a manifestação, terá prazo de trinta dias para, em decisão fundamentada, rejeitar ou admitir a ação. Rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. Se receber a petição inicial, determinará a citação do réu para apresentar contestação. Dessa decisão caberá agravo de instrumento. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 O juiz poderá, em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, extinguir o processo sem julgamento do mérito. Nos termos do art. 18, a sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Em todo caso, a Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público, mesmo antes da sentença. Ademais, conforme dispõe o art. 20, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. De qualquer forma, a aplicação das sanções decorrentes da Lei de Improbidade não depende: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Da Prescrição Conforme dispõe o art. 23 da LIA, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Então, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O conceito de improbidade administrativa é mais restrito que o conceito de moralidade administrativa. Comentário: É sabido que o princípio da moralidade administrativa estabelece a exigência de que a administração pública e seus agentes atuem com ética, retidão, probidade, honesta, honradez, lealdade e boa-fé. Assim, verifica-se que um dos aspectos da moralidade administrativa é a probidade administrativa. É fato, contudo, que o constituinte entendeu por dar tratamento especial a este subprincípio da moralidade, conforme art. 37, §4º, ao estabelecer as sanções por atos de improbidade administrativa. Portanto, percebe-se que a definição conferida à improbidade administrativa é mais restrita do que o alcance da moralidade administrativa, já que aquele é um aspecto ou subprincípio deste. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 2. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Considera-se agente público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público. Comentário: De acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades consideradas sujeitos passivos da improbidade. Assim, os sujeitos passivos de ato de improbidade estão elencados no art. 1º e seu parágrafo único, que assim prevê: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Por isso, é considerado agente público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público. Gabarito: Certo. 3. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O alcance subjetivo da chamada Lei de Improbidade estende-se além do tradicional conceito de agentes públicos. Comentário: O alcance subjetivo da LIA refere-se aos sujeitos da improbidade. Assim, no tocante ao conceito de agente público, conforme se extrai do art. 2º, pode-se constatar que a lei não adotou definição restritiva. Perceba que estabeleceu que qualquer um que exerça, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função será considerado agente público. Significa dizer que a LIA deu amplitude máxima para a definição de agente público, tal como se utiliza atualmente no âmbito do Direito Administrativo, de modo que contemplou: agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados etc. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 Gabarito: Certo. 4. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência. Comentário: Os empregados públicos são considerados agentes públicos, e, portanto, estão submetidos aos seus preceitos, conforme prescreve o art. 2º da LIA, que assim prevê: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Gabarito: Errado. 5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa o agente público e terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Comentário: Devemos observar que além do agente público, também responderá por ato de improbidade o terceiro, ou seja, aquele que, mesmo não sendo agente público, induza, concorra ou se PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade, conforme preconiza a Lei nº 8.429/92, em seu art. 3º, assim expresso: Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Gabarito: Certo. 6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer forma não se submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser apurada de acordo com o Código Penal. Comentário: Com efeito, o terceiro, ainda que não seja agente público, conforme disposto no art. 3º da LIA, também poderá ser sujeito ativo da improbidade administrativa. Não obstante, também possa responder criminalmente. Gabarito: Errado. 7. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem cargo,emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os que exercem, por eleição, mandato eletivo. Comentário: Verifica-se que tanto os agentes públicos, sejam efetivos ou que tenham vínculo transitório, ocupem cargos, exerçam PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 função pública ou tenham um emprego público, seja por eleição, mandato ou nomeação, quanto terceiros, que induzam, concorram ou se beneficie de ato de improbidade, responderão nos termos da Lei por ato de tal natureza. Contudo, é preciso lembrar que o STF afastou a aplicação da Lei de Improbidade em relação aos agentes políticos que estejam submetidos à Lei de Crime de Responsabilidade. Assim, as disposições da LIA aplicam-se não só aos agentes públicos, mas também a terceiros. Gabarito: Errado. 8. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os particulares que eventualmente colaboram com o poder público, como os mesários e os jurados, não são considerados agentes públicos. Comentário: Nos termos da LIA, qualquer pessoa que exerça ainda que temporariamente e mesmo sem remuneração, sob qualquer vínculo é considerado agente público para os seus efeitos. Assim, jurados, mesários, ou seja, agentes honoríficos, conforme verificamos, também são agentes públicos para os fins de improbidade administrativa. Gabarito: Errado. 9. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Tanto os servidores públicos podem vir a responder por atos de improbidade administrativa quanto os terceiros que se beneficiem do ato, sob qualquer forma, direta ou indireta. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 Comentário: É sabido que não só o agente público é passível de sanção por ato de improbidade. Também o terceiro que haja concorrido, induzido ou que dele se beneficie estará submetido às sanções por atos de improbidade administrativa Então, por exemplo, você é aprovado no concurso para a DPF é vê um colega recebendo o famoso “caixinha”, e aí, ele começa a te dar presentinhos, abastece seu tanque de gasolina daqui, te dá camisas, etc e tal. Final da conversa, você é beneficiário do ato de improbidade. Dessa forma, você integrará o rol dos sujeitos da improbidade, por ser terceiro beneficiário do ato. Gabarito: Certo. 10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Particular não responde por eventual ação de improbidade por não ser agente público. Comentário: Não só o agente público está submetido à Lei de improbidade, mas também o terceiro (particular) que haja concorrido, induzido ou que se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade, conforme prevê o art. 3º, Lei 8.429/92. Gabarito: Errado. 11. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Caso o sócio-gerente de uma sociedade empresarial induza um servidor público a fraudar processo de licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, tal atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 Lei de Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público. Comentário: Mais uma vez temos um terceiro que induziu um agente público a praticar ato de improbidade administrativa. Assim, conforme art. 3º da Lei nº 8.429/92 este terceiro também responderá por improbidade administrativa. Gabarito: Certo. 12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de improbidade, já que os dirigentes de instituição privada não respondem por ato de improbidade, de que trata a Lei nº 8.429/1992. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 Comentário: E aí? Fácil, agora? Veja que a entidade está recebendo subvenção pública, ou seja, há verba pública ingressando para a realização da atividade. Por isso, mesmo que não esteja ocupando cargo, emprego ou função pública, o agente será considerado agente público para os termos da Lei de Improbidade, é considerado um agente delegado pelo Estado. Nesse sentido, veja a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que trata exatamente do caso: ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE. CONCEITO E ABRANGÊNCIA DA EXPRESSÃO "AGENTES PÚBLICOS". HOSPITAL PARTICULAR CONVENIADO AO SUS (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE). FUNÇÃO DELEGADA. 1. São sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa, não só os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abrangidos no conceito de agente público, insculpido no art. 2º, da Lei n.º 8.429/92. 2. Deveras, a Lei Federal nº 8.429/92 dedicou científica atenção na atribuição da sujeição do dever de probidade administrativa ao agente público, que se reflete internamente na relação estabelecida entre ele e a Administração Pública, superando a noção de servidor público, com uma visão mais dilatada do que o conceito do funcionário público contido no Código Penal (art. 327). 3. Hospitais e médicos conveniados ao SUS que além de exercerem função pública delegada, administram verbas públicas, são sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa. 4. Imperioso ressaltar que o âmbito de cognição do STJ, nas hipóteses em que se infirma a qualidade, em tese, de agente público passível de enquadramento na PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 Lei de Improbidade Administrativa, limita-se a aferir a exegese da legislação com o escopo de verificar se houve ofensa ao ordenamento. 5. Ademais, a efetiva ocorrência do periculum in mora e do fumus boni juris são condições de procedência do mérito cautelar, sindicável pela instância de origem também com respaldo na Súmula 07. 6. Em conseqüência dessa limitação, a comprovação da ocorrência ou não do ato improbo é matéria fática que esbarra na interdição erigida pela Súmula 07, do STJ. 7. Recursos parcialmente providos, apenas, para reconhecer a legitimidade passiva dos recorridos para se submeteram às sanções da Lei de Improbidade Administrativa, acaso comprovadas as transgressões na instâncialocal. (REsp 495.933/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/03/2004, DJ 19/04/2004 p. 155) Gabarito: Errado. 13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados federais, os senadores e o presidente da República, na qualidade de agentes políticos, não se submetem às regras da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a regime especial de responsabilização. Comentário: De fato, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, os agentes políticos que estejam submetidos à lei de crime de responsabilidade (Lei nº 1.079/50) não respondem por improbidade com base na Lei nº 8.429/92, conforme o seguinte: INFORMATIVO Nº 471 TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 PROCESSO: Rcl - 2138 ARTIGO Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a reclamação para assentar a competência do STF para julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade, não respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crime de responsabilidade em ação que somente pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de preservar-se a observância do princípio da moralidade, e afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e estivesse definido como ato de improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl- 2138) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 Gabarito: Certo. 14. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais. Comentário: Veja: repetição do tema. Como já ressaltado, os agentes políticos que estejam submetidos às leis especiais (ex. Lei nº 1.072/50) que tipificam crimes de responsabilidades não se sujeitarão à improbidade administrativa com base na Lei nº 8.429/92. Gabarito: Errado. 15. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) O prefeito que praticar ato de improbidade que também seja previsto como crime de responsabilidade responderá simultaneamente tanto pelo crime de responsabilidade quanto pelo ato de improbidade. Comentário: Temos outro agente político (Prefeito) que responde por crime de responsabilidade em legislação especial (Dec. Lei 201/67), de modo que, de acordo com o entendimento do STF, não responderia por improbidade administrativa com base na Lei nº 8.429/92. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 16. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção do mandato eletivo implica cessação automática da existência de foro especial por prerrogativa de função, ainda que o fato que deu causa à demanda haja ocorrido durante o exercício daquele, exceto na hipótese de improbidade administrativa, conforme jurisprudência do STF. Comentário: Não há foro por prerrogativa de função para atos de improbidade administrativa na medida em que se trata de ação de cunho civil, e o foro de prerrogativa é conferido diante de ilícitos criminais. Por isso, a extinção de eventual mandato não implicaria cessão de foro especial, porque não existe tal foro em improbidade administrativa. Ademais, cumpre dizer que, em regra, aquele que detém mandato eletivo (agente político) e responde por lei especial de crime de responsabilidade, não se submete à Lei de Improbidade Administrativa. Gabarito: Errado. 17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Enquanto as empresas públicas podem ser sujeitos passivos da improbidade administrativa, as sociedades de economia mista não podem, em razão do regime de direito privado a que estão submetidas. Comentário: O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa é o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal. Poderá, ademais, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 Nesse sentido, prevê o art. 1º da LIA os sujeitos passivos da improbidade administrativa, assim dispondo: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Assim, teremos os seguintes sujeitos: • Administração Pública direta e indireta • Empresa incorporada ao patrimônio público • Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual • Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; • Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento dopatrimônio ou da receita anual Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos (entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual) a sanção patrimonial limita-se à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Gabarito: Errado. 18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Somente a ação praticada com dolo pelo agente público e com comprovada lesão ao patrimônio público é passível de responsabilização pelo integral ressarcimento do dano. Comentário: De acordo com o art. 5º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. Vê-se que o agente responderá por ação ou omissão, dolosa ou culposa. De outro lado, é importante destacar que nem sempre haverá dano ao erário, em virtude de existirem atos de improbidade que não importam prejuízo ao erário, tal como tipificado no art. 11 da LIA. Gabarito: Errado 19. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo meramente culposa a conduta comissiva do agente público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar responsabilização por improbidade administrativa. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 Conforme se verifica do art. 5º da LIA, tanto a conduta dolosa, como a culposa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a responsabilização por ato de improbidade administrativa. Gabarito: Errado. 20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Por não ser admitida pela Constituição Federal de 1988 (CF) que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não é possível a responsabilização do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança. Comentário: Conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”. Gabarito: Errado. 21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa. Comentário: A questão busca complicar um pouquinho mais, no entanto é o mesmo ponto anterior, ou seja, tanto a conduta dolosa, como a culpa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 responsabilização por ato de improbidade administrativa, de acordo com o art. 5º da Lei nº 8.429/92, que assim estabelece: Art. 5º - Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Gabarito: Errado. 22. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, mas fica suspensa até a aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. Comentário: Com efeito, de acordo com o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas, conforme o seguinte: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 23. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa estará condicionada à rejeição das contas pelo tribunal de contas. Comentário: De acordo com o art. 21, inc. II, a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.429/92 independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Gabarito: Errado. 24. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na lei em questão independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, inclusive quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. Comentário: Como bem prescreve o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. Gabarito: Errado. 25. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) No caso de contratação de obra, para a configuração do ato de improbidade, será necessária a demonstração de ter havido superfaturamento, com PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 consequente prejuízo ao erário. Comentário: Como se observa do art. 21, inc. I, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento. Gabarito: Errado. 26. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração. Comentário: De fato, o STJ tem entendimento de que a contratação sem concurso caracteriza-se como ato de improbidade, na modalidade violação a princípios administrativos. Contudo, tal ilícito não depende, para serem aplicadas as sanções, da demonstração de enriquecimento ilícito ou do prejuízo para a Administração, conforme o seguinte: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – VEREADORES – EDIÇÃO DE LEI MUNICIPAL QUE PERMITIA A CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO – EXAME DE LEI LOCAL: SÚMULA 280/STF – APLICAÇÃO DA LEI 8.429/1992 – VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – ART. 11 DA LEI PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA – DPF/2012 DIREITO ADMINISTRATIVO
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