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VALIDADE E VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA

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VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
A validade da norma jurídica tem sido motivo de controvérsias na doutrina.
Ela tanto pode referir-se ao aspecto técnico-jurídico ou formal quanto ao aspecto da legitimidade.
No primeiro caso, fala-se de a norma jurídica ser válida quando criada segundo os critérios já estabelecidos no sistema jurídico: respeito à hierarquia, que tem como ponto hierárquico superior a Constituição Federal, aprovação e promulgação pela autoridade competente, respeito a prazos e quorum, conteúdo de acordo com as designações de competência para legislar.
No outro, fala-se do fundamento axiológico, cuja incidência ética seria a condição que daria legitimidade à norma jurídica, tornando-a válida.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO TEMPO
As normas jurídicas têm “vida” própria, nascendo, existindo, alterando-se parcialmente e morrendo.
A vigência temporal é uma qualidade da norma, relativa ao tempo de sua atuação. Está ligada à validade, mas com ela não se confunde, porque uma norma válida pode ser promulgada, porém não estar ainda em vigor.
A vigência implica que a norma jurídica seja obrigatória e isso só se dá com a publicação oficial. A promulgação torna a lei existente, mas não ainda obrigatória.
Uma vez posta em vigor, a norma jurídica passa a viger. Portanto, ela age do presente para o futuro.
Inicio da vigência
A norma jurídica entra em vigor após a publicação oficial, que no plano federal se dá no Diário Oficial da União, no plano estadual, no Diário Oficial do Estado
Pode entrar em vigor imediatamente após a publicação, isto é, no mesmo dia desta ou na data em que ela própria determinar
Por ex.: CPC, Lei n.5869, de 1-1-1973, entrou em vigor um ano após a data de sua publicação, em 17-1-1974.
O CDC, lei n.8078, de 11-9-1990, publicada no dia 12-9-1990, só entrou em vigor no dia 11-3-1991 (180 dias após a publicação).
O Código de Trânsito , só entrou em vigor 120 dias após sua publicação que ocorreu em 24-9-1997. Nesse período ocorreu ampla publicação e campanha institucional., para informar e esclarecer os pontos mais importantes antes de sua entrada em vigor.
Se, a própria norma jurídica não designar a data de sua entrada em vigor, considerar-se-á vigente 45 dias após a sua publicação oficial, por disposição do art. 1º, da LICC.
A LICC não é propriamente de introdução ao CC, mas uma lei geral de aplicação das normas jurídicas, contendo regras sobre a vigência das normas no tempo de no espaço, cuidando, inclusive de questões de aplicação do Direito estrangeiro no País, apresentando critérios de hermenêutica jurídica., etc.
É de 3 meses, após a data de publicação, a entrada em vigor da norma brasileira nos Estados estrangeiros que admitem a norma jurídica brasileira como obrigatória. ( §1º do art. 1º da LICC)
O período de tempo existente entre a publicação oficial da norma jurídica e sua entrada em vigor é denominado de vacatio legis.
Se durante a Vacatio legis ocorrer nova publicação oficial da norma jurídica visando unicamente a corrigir erros materiais e falhas de ortografia, os prazos de 45 dias e de 3 meses começam a contar-se novamente, conforme §3º do art. 1º da LICC.
Por extensão, se houver nova publicação em período de vacatio legis, diverso dos 45 dias ou dos 3 mese já referidos, como exemplo: no período fixado pelo CDC de 180 dias, para o fim de corrigir erros materiais e falhas de ortografia, começa-se a contar o prazo novamente.
Quando a publicação com a finalidade de correção é feita relativamente a norma jurídica já em vigor, esta é considerada como nova norma (§4º do art. 1º da LICC)
A contagem dos prazos para a entrada em vigor, quando a norma jurídica não determinar vigência imediata, far-se-á excluindo-se o dia da publicação, iniciando-se a contagem por esse dia, e incluindo-se o último dia do prazo, sendo o dia seguinte a este o primeiro de vigência da norma jurídica.
O fato de o dia seguinte à publicação, bem como de o último dia da contagem do prazo cair num domingo ou feriado é irrelevante para a contagem. Contam-se todos os dias, e a norma jurídica entra em vigor mesmo em domingo ou feriado.
Quanto às normas de Direito Tributário, existem disposições especiais para a sua vigência, aplicando-se a LICC supletivamente.
Problema ocorre com a norma jurídica quando uma lei ordinária, por exemplo, determina que será, em certo prazo, regulamentada através de decreto. Pode acontecer que o decreto regulamentar não seja expedido no prazo fixado.
Se, por exemplo, a lei determina o prazo de 60 dias e, nesse período não é baixado o regulamento, expirado o prazo, a lei pode ser aplicada? Quem, então a regulamenta? Um juiz num caso concreto em que se coloque o problema?
Veja-se o exemplo da correção monetária nos débito judiciais (Lei n.6899 de 8-4- 1981).
No art. 2º dessa lei determinava que o Poder Executivo a regulamentasse no prazo de 60 dias, explicitando a forma de cálculo. O Poder Executivo, porém, demorou 7 meses para baixar o decreto regulamentar, o que foi feito em 25 de novembro daquele ano pelo Decreto 86.649. Tanto a Lei quanto o Decreto tinham apenas 5 artigos. Dizem até que as decisões judiciais serviram de base para a edição posterior do decreto.
Logo, a lei não regulamentada pelo decreto específico não é automaticamente aplicável.
Na falta de decreto regulamentar, aquele que se sentir prejudicado com sua falta pode se socorrer do Poder Judiciário, requerendo o suprimento, pelo menos na situação específica e concreta.
O TÉRMINO DA VIGÊNCIA 
A norma jurídica normalmente tem caráter permanente, só perdendo sua vigência quando é revogada. Mas há normas cujo fim é predeterminado, tendo, então, vigência temporária.
O término da norma jurídica temporariamente vigente ocorre quando seu próprio texto dispõe a data de seu fim. Por ex.: leis de incentivos fiscais que vigoram por certo período de anos, ou por um exercício, etc.
Também, quando a lei é posta em vigor e sua vigência está subordinada a um fato ou situação jurídica, como ao estado de guerra, de sítio, de calamidade pública, etc.
As Medidas Provisórias baixadas pelo Presidente da República (art. 62 da CF), perdem a sua vigência se no prazo de 30 dias, contados a partir de sua publicação oficial, não for transformada em lei. Se, nesse período não for transformada em lei, caberá ao Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas ocorridas durante o período em que ela vigorou.
Outra forma de término de vigência da norma jurídica é a revogação.(Art. 2º da LICC)
Revogar significa tirar de vigor uma norma jurídica, mediante a colocação em vigor de outra mais nova.
Há normas jurídicas que não podem ser revogadas, conforme a CF, mas a regra é que as normas podem ser revogadas, isto é, podem deixar de ter vigência quando substituídas por outras.
A revogação está dividida em:
“AB-ROGAÇÃO” que é a supressão total da norma jurídica anterior.
“DERROGAÇÃO” que torna fora de vigor apenas parte da norma jurídica anterior – um só capítulo, uma só seção, um só artigo, um único inciso, apenas um parágrafo, ou mesmo parte deles.
Apesar dessa divisão doutrinária, a técnica legislativa utiliza-se do termo “Revogação”.
São dois os critérios que conduzem à revogação:
O hierárquico;
O cronológico
Quanto ao critério hierárquico, uma norma jurídica somente pode revogar outra se pertencer ao mesmo plano hierárquico ou for de plano hierárquico superior à norma jurídica a ser revogada.
No plano cronológico: a norma jurídica nova revoga a antiga.
Quando surge uma nova Constituição, como a nossa, de 05/101988, pode ocorrer uma série de revogações automáticas das demais normas de hierarquia inferior que já estavam em vigor (além da revogação integral da Constituição anterior, que no nosso caso era a EC n. 1/69).
Nesse caso, diz-se que as normas então revogadas não foram recepcionadas pelo nosso texto constitucional.
A revogação pode ser EXPRESSA ou TÁCITA.
EXPRESSA quando a nova norma jurídica , revogadora, declara qual ou quais normas jurídicas anteriores ou, ainda,quais aspectos – capítulos, artigos, etc. – de normas jurídicas anteriores estão sendo revogadas.
Essa é a melhor técnica legislativa porque não deixa nenhuma margem de dúvida sobre a vigência ou revogação de norma anterior.
Ex.: Lei n. 9503/97 – Código de Trânsito Brasileiro. Decreto n. 99.684/90, que consolida as normas relativas ao FGTS
TÁCITA ou INDIRETA, quando não declarar quais as específicas normas jurídicas revogadas, tornando todas aquelas – ou parte delas – que forem incompatíveis com a nova norma jurídica ou quando a nova norma regular inteiramente a matéria de que tratava a norma anterior.
Normalmente, o último artigo das normas jurídicas traz a expressão: “Revogam-se as disposições em contrário”. Porém, havendo ou não essa expressão, o fato é que a revogação se dará pela incompatibilidade ou regulação total da matéria. Tal expressão fica apenas como reforço, em virtude da lógica de revogação das normas jurídicas anteriores incompatíveis.
Há a chamada ESPECIALIZAÇÃO, diz-se que ela regula a não revogação de certas normas jurídicas entre si (§2º do art. 2º da LICC).
Assim, se aprovada uma norma jurídica nova, estabelecendo disposições gerais ou especiais, e já existirem normas jurídicas anteriores sobre o mesmo assunto, de maneira geral ou especial, estas não são revogadas. Só o serão se se enquadrarem nas 3 hipóteses anteriores: revogação expressa, tácita por incompatibilidade e regulação total da matéria.
A norma é geral quando aborda todo um ramo específico do Direito: por ex.: o CC é especial quando se atém a setor especializado, dentro de certo ramo, : por exemplo, leis do inquilinato, que se desvinculam do CC.
Essa revogação deve ser assim entendida: a norma geral não revoga a especial, e a norma especial não revoga a geral. Isto porque a a norma geral revoga a geral e a especial revoga a especial. 
REPRISTINAÇÃO: Fazer retornar à vida uma norma já revogada, pelo fato de uma norma revogadora ter perdido a sua validade.
Lei 1 esteja em vigor. Surge a lei 2, que expressamente a revoga. Logo a lei1 deixa de existir e viger por ter sido revogada. Daí surge a lei3, que revoga a lei 2 e não coloca nada em seu lugar. Com isso, a lei 2 também perde vigência. Todavia, a lei 1, que havia sido revogada pela lei 2 (que acabou também sendo revogada), volta a viger.
Esse instituto não é aceito em nosso sistema - § 3º do art. 2º da LICC. Para que a norma revogada volte a ter vigência, é necessário que a norma jurídica revogadora ou outra mais nova assim o declare, por permissão do § 3º do art. 2º da LICC.
As chamadas “cláusulas pétreas” são normas da constituição que não podem ser revogadas ou alteradas, de forma alguma.( § 4º do art. 60 da Constituição Federal). A única alternativa é elaborar por inteiro nova Constituição Federal.
VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS NO ESPAÇO
As normas jurídicas têm campo de abrangência limitado por espaços territoriais, em nível nacional, pelas fronteiras do Estado, o que inclui sua extensão de águas territoriais e as ilhas aí localizadas, os aviões, os navios e as embarcações nacionais, as áreas das embaixadas e consulados, etc. bem como o subsolo e a atmosfera.
É o princípio da TERRITORIEDADE das normas jurídicas.
Em determinadas circunstâncias os Estados modernos passaram a admitir a aplicação de leis estrangeiras em seus territórios. Isso serve à melhora das relações internacionais, especialmente baseada nos vários fluxos migratórios que existem mundo afora. Esse estudo cabe ao Direito Internacional Privado que o designa “princípio da extraterritoriedade”. Art. 8º da LICC
Nenhuma norma jurídica estrangeira nem atos jurídicos ou sentenças de outro país terão eficácia no Brasil se ofenderem a soberania nacional, a ordem pública interna e os costumes nacionais ou qualquer norma estabelecida na Constituição (art. 17 da LICC).
Eficácia tem relação com vigência, mas com ela não se confunde. A norma jurídica é posta no presente, passando a viger para o futuro.
Eficácia atua tanto do presente para o futuro quanto para o passado.
Uma norma jurídica inválida ( por ex., uma norma inconstitucional) pode ser eficaz?
EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS
Eficácia é a relação entre a ocorrência concreta, real, fatual no mundo do ser e o que está prescrito pela norma jurídica (e que está no mundo do “dever ser”).
Ocorrência concreta não significa somente obediência à prestação imputada pela norma jurídica (proibição, obrigação ou permissão), mas também, violação.
Logo, eficácia tem relação com a ocorrência concreta do prescrito pela norma jurídica no duplo aspecto da prestação e da sanção.
Ex.: Comerciante que vende, emite a Nota Fiscal e paga o ICMS. A norma foi efetivamente cumprida. Mas se o comerciante não emite a Nota Fiscal ou a emite e não paga o imposto, será autuado e pagará o ICMS acrescido de multa. Neste caso a norma jurídica foi, também, efetivamente eficaz.

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