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Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá Guerreiro(a)! Vamos dar o gás final para a prova?! Para essa reta final, minha intenção, com esse “Bizu de Direito Tributário”, é passar dicas sobre cada um dos 25 tópicos do edital, para você estudá-las e utilizá-las na hora da prova. Então, sem perda de tempo, vamos começar! 1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. É sempre bom ter na ponta da língua a definição de competência tributária. Capacidade tributária ativa – é ter as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. Competência Tributária INDELEGÁVEL LEGISLAR ≠ Capacidade Tributária ativa DELEGÁVEL FISCALIZAR, ARRECADAR E EXECUTAR União Estados DF Municípios Poder outorgado Instituição Fiscalização Cobrança Arrecadação pela Constituição a para editar leis sobre de tributos Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 2 QUADRO TIPOS DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA POR ENTE FEDERATIVO: Ente Federativo Tipo de Competência Para legislar / instituir União Concorrente Sobre direito tributário (só normas gerais) Privativa II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF Empréstimo Compulsório Contribuições Especiais Comum Taxas Contribuições de Melhoria Cumulativa Em Território Federal: Impostos Estaduais: ITCMD, ICMS, IPVA Em Território Federal não dividido em Municípios: Impostos Estaduais: ITCMD, ICMS, IPVA Impostos Municipais: IPTU, ITBI, ISS Residual Novos impostos (art.154, I) Novas contribuições para a Seguridade Social (art.195, §4º) Extraordinária Impostos Extraordinários (art.154, II) Estados e Distrito Federal Concorrente Legislar sobre direito tributário Comum / Residual(2) Taxas(1) Contribuições de Melhoria(1) Supletiva ou Suplementar Para legislar sobre normas gerais de direito tributário Privativa ITCMD, ICMS, IPVA Contribuições para Previdência Social de seus Servidores Distrito Federal Cumulativa ITCMD, ICMS, IPVA IPTU, ITBI, ISS Contribuições para Previdência Social de seus Servidores COSIP Municípios Concorrente Legislar sobre direito tributário Supletiva ou Suplementar Para legislar sobre normas gerais de direito tributário Privativa IPTU, ITBI, ISS Contribuições para Previdência Social de seus Servidores COSIP Comum Taxas Contribuições de Melhoria Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 3 QUADRO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA POR TIPO DE COMPETÊNCIA: Tipo de Competência Ente Federativo Para legislar / instituir Concorrente U, E, DF, M Sobre direito tributário (União só normas gerais) Comum U, E, DF, M Taxas Contribuições de Melhoria Privativa U II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF Empréstimo Compulsório Contribuições Especiais E, DF ITCMD, ICMS, IPVA Contribuições para Previdência Social de seus Servidores M IPTU, ITBI, ISS Contribuições para Previdência Social de seus Servidores COSIP Cumulativa U Em Território Federal: ITCMD, ICMS, IPVA Em Território Federal Não Dividido em Municípios: Impostos Estaduais: ITCMD, ICMS, IPVA Impostos Municipais: IPTU, ITBI, ISS DF ITCMD, ICMS, IPVA IPTU, ITBI, ISS Contribuições para Previdência Social de seus Servidores COSIP Supletiva ou Suplementar E, DF, M Legislar sobre normas gerais de direito tributário Residual U Novos impostos (art.154, I) Novas contribuições para a Seguridade Social (art.195, §4º) E Taxas(1) Contribuições de Melhoria(1) Extraordinária U Impostos Extraordinários (art.154, II) (1) ATENÇÃO: ESSE RACIOCÍNIO SÓ VALE PARA A ESAF, CONFORME CONCURSO FISCAL DO PARÁ 2002. (2) RESIDUAL – SÓ PARA ESTADOS (DF NÃO) 2. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. 2.1. Outros Aspectos das Limitações Ao Poder de Tributar 2.1.1. Esclarecimento aos Consumidores Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 2.1.2. Isenção etc. Só por Lei Específica Na verdade, qualquer desoneração de tributo, só por lei específica. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 4 Exceto para o ICMS, em que essa desoneração se dá por meio de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal no CONFAZ. 2.2. Imunidades. 2.2.1. Distinção entre Imunidade Tributária e Outras Figuras © Alberto Macedo NÃO-INCIDÊNCIA (GENÉRICA) = não previsão do fato na hipótese de incidência do tributo. IMUNIDADE = Hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. 1º) A imunidade decorre de uma regra prevista na Constituição; nunca de uma regra infraconstitucional. 2º) A imunidade colabora no desenho da competência impositiva. Isso porque como a competência tributária é definida no plano constitucional, e a imunidade também, aquela dizendo quando o tributo pode incidir, e essa dizendo quando o tributo não pode incidir, ambas, reunidas, definem o desenho final da competência tributária quanto àquele tributo. 3º) Mesmo que a regra da CF88 venha escrita que determinada situação ou pessoa “é isenta”, leia-se “é imune”, porque está escrita no texto constitucional. ISENÇÃO = Há a competência tributária, mas o ente tributante decide não exercê- la editando lei que confere a isenção (ISENÇÃO SEMPRE É POR LEI). ALÍQUOTA ZERO = O ente tributante institui o tributo, mas como a alíquota é zero, a obrigação tributária correspondente será nula. Normalmente é utilizada nos tributos regulatórios (II, IE, IPI, IOF), pois a alíquota aí pode ser alterada por ato do Poder Executivo. 2.2.2. Imunidade Recíproca Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 5 ATUALMENTE, temos: ≠ Imunidade Recíproca e Finalidades Essenciais As FINALIDADES ESSENCIAIS do art.150, §2º, CF88, são as das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e, por decisão do STF, também as das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista prestadoras de Serviços Públicos, AINDA QUE SUJEITAS A MONOPÓLIO ESTATAL, desde que: (i) Sem Atividade Lucrativa; (ii) Sua Imunidade Não Ofereça Risco à Concorrência e à Livre Iniciativa; (iii) Sua Tributação Ofereça Riscos ao Pacto Federativo pela Pressão Política ou Econômica. Para U, E, DF, M, o patrimônio, a renda e os serviços não precisam estar vinculados a suas finalidades essenciais para se beneficiarem da imunidade recíproca. Assim, para aplicação da Imunidade Tributária Recíproca: ≠ Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: (i) Sem Atividade Lucrativa; (ii) Cuja Imunidade Não Oferece Risco à Concorrência e à Livre Iniciativa; (iii) Cuja Tributação Oferece Riscos ao Pacto Federativo pela Pressão Política ou Econômica. IMUNIDADE RECÍPROCA (art.150, §2º) Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista, AINDA QUE EM MONOPÓLIO ESTATAL, que exercem atividade econômica e que não se enquadrem nas condições acimaVEDADA a Imunidade Recíproca (art.150, §3º; art.173, §2º) U, E, DF, M AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES (Instituídas e mantidas pelo Poder Público) PATRIMÔNIO, RENDA OU SERVIÇOS VINCULADOS ÀS SUAS FINALIDADES ESSENCIAIS QUAISQUER PATRIMÔNIOS, RENDAS OU SERVIÇOS EMPRESA PÚBLICA e SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Cujo serviço público, MESMO QUE SUJEITO AO MONOPÓLIO ESTATAL,: (i) Não Seja Atividade Lucrativa; (ii) Imunidade Não Ofereça Risco à Concorrência e à Livre Iniciativa; (iii) Tributação Ofereça Riscos ao Pacto Federativo pela Pressão Política ou Econômica. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 6 2.2.3. Imunidade Religiosa (Art.150, VI, b, e §4º) Imunidade Religiosa e Cemitérios - Se o cemitério não for de caráter comercial, em que se lucra com a venda ou aluguel de jazigos, também pode se enquadrar na imunidade religiosa. Para isso, deve cumprir os seguintes requisitos (RE 578.562 BA): (i) Ser de entidade religiosa (ii) Não ter fins lucrativos (iii) Dedique-se exclusivamente a serviços religiosos e funerários 2.2.4. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e Instituições de Educação e Assistência Social Sem Fins Lucrativos (Art.150, VI, c, e §4º) O STF tem dado INTERPRETAÇÃO AMPLA (mais que impostos sobre patrimônio, renda e serviços) quanto aos impostos atingidos por essa imunidade, desde que para as finalidades essenciais da entidade. Assim: Imunidade ao ICMS: - Entidade que importa mercadoria do exterior para integrar seu ativo fixo – pois essas mercadorias passarão a compor seu patrimônio (RE 203.755) - Entidade de Assistência Social que comercializa bens por ela produzidos – pois a cobrança do ICMS desfalcaria o patrimônio, diminuiria a eficiência dos serviços e a integral aplicação das rendas da entidade (RE 210.251; RE 186.175). Imunidade ao II e IPI: - Instituição de Assistência Social que importa bolsas para coleta de sangue – pois seriam utilizadas na prestação do serviço específico da entidade (RE 243.807). Imunidade ao IPTU, ITR e IR: Qualquer atividade efetuada pela entidade que gere renda não afasta a imunidade, desde que esses recursos sejam destinados às finalidades essenciais da entidade (RE 218.503 SP). - Exploração do serviço de estacionamento (RE 144.900 SP, RE 257.700 MG) - Aluguel de imóvel ao particular (AgRg no RE 390.451; RE 247.809 RJ; Súmula 724, STF) Previdência Social CARÁTER CONTRIBUTIVO ≠ Assistência Social CARÁTER NÃO CONTRIBUTIVO Assim, como o art.150, VI, ‘c’, só falou em Instituições de Assistência Social, e não de Previdência Social, só cabe a imunidade a essas últimas, fechadas, se não houver contribuição por parte dos beneficiários do sistema de previdência. (Súmula 730, STF) 2.2.5. Imunidade de Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a Sua Impressão (Art.150, VI, d, CF88) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 7 É cláusula pétrea e é Imunidade Objetiva Conteúdo de Livro, Jornal ou Periódico - Não se leva em conta o VALOR ARTÍSTICO ou DIDÁTICO, a RELEVÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DIVULGADAS, a QUALIDADE CULTURAL ou o VALOR PEDAGÓGICO da publicação. Assim, SÃO IMUNES: - ÁLBUNS DE FIGURINHAS (RE 221.239 SP; 179.893 SP); APOSTILAS ou MANUAIS TÉCNICOS PARA CURSOS DE TREINAMENTO (RE 183.403); LISTAS TELEFÔNICAS (RE 199.183). Mas NÃO SÃO IMUNES: - CALENDÁRIOS COMERCIAIS, FOLHINAS, AGENDAS (RE 87.633); MANUAIS DE OPERAÇÕES DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS; CADERNOS E BLOCOS DE PAPEL PARA ANOTAÇÃO; LIVROS CONTÁBEIS; IMPRESSOS DE PROPAGANDA MERCANTIL, INDUSTRIAL OU PROFISSIONAL Alcance de “Papel Destinado a Sua Impressão” Somente É IMUNE INSUMO QUE GUARDE CORRESPONDÊNCIA, NA MATERIALIDADE E NATUREZA, COM O PAPEL (RE 392.221 SP). Exemplos, se destinados à composição de livros, jornais e periódicos: - PAPEL FOTOGRÁFICO, INCLUSIVE PARA FOTOCOMPOSIÇÃO POR LASER - FILMES FOTOGRÁFICOS, SENSIBILIZADOS, NÃO IMPRESSIONADOS, PARA IMAGENS MONOCROMÁTICAS - PAPEL PARA TELEFOTO - PELÍCULAS DE PROPILENO USADAS NAS CAPAS DOS LIVROS (RE 392.221 SP) (RE 174.476) Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, vi, "d", da constituição federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Por não serem assemelhados a “papel destinado a sua impressão”, NÃO SÃO IMUNES: - Tinta especial para jornal (RE 273.308 SP) - Solução de base alcalina concentrada - Motor de corrente contínua - Tiras de plástico para amarrar jornais - Chapas de gravação destinadas à impressão de jornais - Esmalte revelador para sensibilizar superfícies de chapa de alumínio Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 8 Im u n id ad es d e Im p os to s IPI (art.153, §3º, III) Im p os to s Fe d er ai s Impostos em Geral Patrimônio, Renda e Serviços (art.150, VI) Imunidade Religiosa (art.150, VI, ‘b’; 150, §4º) Imunidade Partidos Políticos, Sindicatos Trabalhadores, Instituições Educação e Assistência Social Sem Fins Lucrativos (art.150, VI, ‘c’; 150, §4º) Imunidade Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a sua Impressão (art.150, VI, ‘d’) Exportação de Produtos Industrializados ICMS (art.155, §2º, X, ‘a’ a ‘d’) Transmissão de Direito Real de Garantia Exportação de Mercadorias e Serviços Im p os to s E st a d u a is Im p os to s M u n ic ip ai s ITR (art.153, §4º, II) Pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel Petróleo e derivados, e energia elétrica, para Outros Estados Ouro Ativo Financeiro ou Instrumento Cambial Serviço de comunicação Radiodifusão de recepção livre e gratuita ITBI (art.156, II, in fine Art.156, §2º, I) Transmissão de imóveis incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, salvo se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda, locação ou arrendamento mercantil desses imóveis Imunidade Recíproca (art.150, VI, ‘a’; 150, §§2º e 3º) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 9 Im u n id ad es d e T ax as e C on tr ib u iç õe s Taxas (art.5º, XXXIV, ‘a’, ‘b’) (art.5º, LXXIII) Contribuições Sociais e CIDE’s Sobre Receitas Decorrentes de Exportação (art.149, §2º, I) a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Custas Judiciais na Ação Popular, salvo má-fé Outras Contribuições Contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social (art.195, II, in fine) Contribuição para a Seguridade Social de Entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art.195, §7º) O u tr as S it u aç õ es d e Im u n id ad e Ouro Ativo Financeiro ou InstrumentoCambial (Art.153, §5º) “Isentas” de Impostos federais, estaduais e municipais (art.184, §5º) Não Incide Nenhum Tributo, exceto IOF (art.153, §5º) Não Incide Nenhum Outro Imposto, exceto II, IE, ICMS (art.155, §3º) Operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária Operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 10 2.3. Princípios Constitucionais Tributários. 2.3.1. Princípio da Legalidade Tributária Tributo Instituição por Impostos já previstos na CF88 (arts.153, 155 e 156) Lei Ordinária Taxas (art.145, II) Lei Ordinária Contribuições de Melhoria (art.145, III) Lei Ordinária Contribuições Sociais/Especiais da União (arts.149; 195; 212, §5º e 240) Lei Ordinária Contribuições para Previdência Social dos Servidores dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art.149, §1º) Lei Ordinária COSIP (art.149-A) Lei Ordinária Impostos Extraordinários (art.154, II) Lei Ordinária Novos Impostos (art.154, I) Lei Complementar Novas Contribuições (art.195, §4º) Lei Complementar Empréstimos Compulsórios Lei Complementar MEDIDA PROVISÓRIA - Tributo que pode ser instituído por lei ordinária (lei complementar não), também pode ser instituído por Medida Provisória, se houver relevância e urgência. Fato gerador da Obrigação PRINCIPAL LEI ≠ Fato gerador da Obrigação ACESSÓRIA LEGISLAÇÃO Apesar de não haver exceção ao princípio da legalidade no que tange à instituição de tributo por lei (exceto ICMS Monofásico Combustíveis), há exceção a esse princípio quanto à alteração de alíquotas. Tributo Alteração ou Redução e Restabelecimento? Dispositivo normativo Por II, IE, IPI e IOF Alteração Art.153, §1º, CF88 Ato do Poder Executivo CIDE Combustíveis Redução e Restabelecimento Art.177, §4º, I, ‘b’, CF88 Ato do Poder Executivo ICMS Monofásico Combustíveis Definição, Redução e Restabelecimento Art.155, §4º, IV, ‘c’, CF88 c/c LC nº 24/1975 Convênios CONFAZ entre Estados e Distrito Federal 2.3.2. Princípio da Isonomia Tributária CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; [...] 2.3.3. Princípio da Capacidade Contributiva (U,E, DF, M) “Sempre que Possível” Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 11 Imposto pessoal é aquele que leva em conta as características pessoais do contribuinte. Ex.: imposto de renda pessoa física (IRPF), que leva em consideração os gastos do contribuinte com educação, dependentes e saúde. ≠ Imposto Real é o que não considera as características pessoais do contribuinte. Ex.: IPTU, IPVA, IPI. Na jurisprudência do STF há a referência à capacidade contributiva para outras espécies tributárias. Taxa – Poder de Polícia A taxa de Fiscalização do Mercado de Títulos e Valores Mobiliários (Taxa de Fiscalização da CVM) pode-se variar o valor da taxa, em função do patrimônio da empresa (RE 177.835 PE). Taxa – Serviço Público Um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor do imóvel (CTN, art.33), foi tomado na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo (RE 232.393 SP). Contribuições Sociais do Empregador, da Empresa e da Entidade a Ela Equiparada (art.195, §9º, CF88) Com a EC 20/1998, foi inserido o §9º ao art.195, que depois foi modificado pela EC 47/2005, ficando assim: § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 2.3.4. Princípio da Irretroatividade (U,E, DF, M) (Art.150, III, ‘a’, CF88) [...] antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] Pela CF88, não há qualquer exceção ao princípio da irretroatividade. Mas se considerarmos também o CTN, podemos afirmar que: (i) o princípio da irretroatividade não é incompatível com a existência de leis tributárias que produzam efeitos jurídicos sobre atos pretéritos; (ii) a retroatividade do CTN só é permitida se: a. Quando a lei for meramente interpretativa (art.106, I); b. Retroatividade benigna por infração (art.106, II); (iii) a lei que reduz ou extingue o tributo também não retroage. Só lei complementar pode restringir essa retroatividade, porque é norma geral (art.146, III, ‘b’, CF88), que foi regulada pelo CTN (RE 407.190). ATENÇÃO: MARCO TEMPORAL DISTINTO: Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 12 Princípio da Irretroatividade ENTRADA EM VIGOR ≠ Princípio da Anterioridade PUBLICADA 2.3.5. Exceções ao Princípio da Anterioridade Art.150, §1º A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício financeiro] não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório – calamidade ou guerra], 153, I, II, IV e V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, II [imposto extraordinário]; e a vedação do inciso III, c [anterioridade nonagesimal], não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório– calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, II [imposto extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU]. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 13 Segue um diagrama das exceções às anterioridades, para facilitar: EXCEÇÕES À IPI (art.150, §1º) Anterioridade Exercício Financeiro (art.150, III, ‘b’) Base de cálculo IPVA (art.150, §1º) Contribuição Financiamento Seguridade Social (art.195, §6º, in fine) II, IE, IOF (art.150, §1º) Imposto Extraordinário (art.150, §1º) Empréstimo Compulsório Calamidade ou Guerra (art.150, §1º) Anterioridade Nonagesimal (art.150, III, ‘c’) IR (art.150, §1º) Base de cálculo IPTU (art.150, §1º) CIDE-Combustível (restabelecimento) (art.177, §4º, I, ‘b’) ICMS Monofásico Combustíveis (restabelecimento) (art.155, §4º, IV, ‘c’) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 14 Princípio da Anterioridade e Medida Provisória Art.62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, [II, IE, IPI, IOF] e 154, II [Imposto Extraordinário], só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Esse dispositivo não se aplica às exceções ali previstas nem às demais espécies tributárias. Para que IMPOSTOS possam ser exigidos, deve-se observar,cumulativamente: 1º) O Princípio da Anterioridade do Exercício Financeiro (salvo impostos exceções ao previsto no art.150, III, ‘b’: II, IE, IPI, IOF, Imposto Extraordinário) 2º) A conversão da MP em lei até o último dia do exercício em que foi publicada a lei (salvo exceções ao previsto no art.62, §2º: II, IE, IPI, IOF, Imposto Extraordinário) 3º) O Princípio da Anterioridade Nonagesimal (salvo exceções ao art.150, III, ‘c’: II, IE, IR, IOF, Imposto Extraordinário, Base de cálculo IPTU, Base de cálculo IPVA) 2.3.6. Princípio do Não-Confisco (U,E, DF, M) (Art.150, IV, CF88) Não-Confisco no STF: Totalidade da carga tributária perante uma mesma pessoa política (ADIMC 2010 DF) => STF: inconstitucional a Lei 9.783/99, que tentou elevar a alíquota da contribuição previdenciária dos servidores públicos a 25%, os quais já se sujeitavam a um IR que podia chegar a 27,5% (AMBOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO). 2.3.7. Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens (U,E, DF, M) 1ª Exceção – PEDÁGIO STF (AI-AgR 531.529 RS, 2010) => o pedágio pode ser uma taxa ou um preço público => dependerá se a via com pedágio é a única maneira de se chegar àquele outro local ou não. 2ª Exceção – ICMS INTERESTADUAL ou ICMS-TRANSPORTE INTERMUNICIPAL Se a CF88 prevê, é porque se apresenta como mais uma exceção ao princípio da não-limitação ao tráfego de pessoas ou bens. 2.3.8. Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação (Só União) (Art.151, I, CF88) [...], admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 15 Por exemplo, não pode a União estabelecer alíquotas de IPI reduzidas sobre um produto em determinada região do País, A NÃO SER que essa região seja economicamente menos desenvolvida em relação às demais do País. E é por isso que até hoje se mantêm os incentivos fiscais à Zona Franca de Manaus, com fundamento também no art.40, ADCT, que prevê: Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. 2.3.9. Princípio da Uniformidade na Tributação da Renda (Só União) UNIÃO NÃO PODE TRIBUTAR MAIS QUE Isso porque se o investidor tivesse à disposição títulos federais cujos juros pagos fossem menos tributados pelo imposto de renda do que os títulos estaduais, distritais ou municipais, ele só ia querer adquirir títulos federais, cujo rendimento líquido, descontado o IR, seria maior. UNIÃO NÃO PODE TRIBUTAR MAIS QUE 2.3.10. Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma (ou Heterotópica) (Só União) (Art.151, III, CF88) Súmula do STJ => impossibilidade de lei federal estabelecer isenção de custas judiciais (taxas estaduais): Súmula 178, STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentarias e de benefícios, propostas na justiça estadual. 2.3.11. Princípio da Não Discriminação Tributária Baseada em Procedência ou Destino (Só E, DF, M) (Art.152, CF88) JUROS DE TÍTULO DA DÍVIDA PÚBLICA ESTADUAL E MUNICIPAL JUROS DE TÍTULO DA DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL REMUNERAÇÃO E PROVENTOS DE AGENTE PÚBLICO ESTADUAL E MUNICIPAL REMUNERAÇÃO E PROVENTOS DE AGENTE PÚBLICO FEDERAL Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 16 Segue um panorama do tema Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Observação: Há outros princípios tributários que não estão elencados nesses três artigos. 3. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 3.1. Definição Legal De Tributo Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 3.1.3. Não Constitui Sanção de Ato Ilícito Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar E, DF e M (art.152) União (art.151) U, E, DF, M (art.150) Princípios Tributários (art.150, I a V; 150, §1º) Imunidades Tributárias (art.150, VI; 150, §2º ao §4º) Não-Discriminação Tributária em Razão de Procedência ou Destino Uniformidade Geográfica da Tributação (inciso I) Igualdade na Tributação da Renda (Inciso II) Vedação à Isenção Heterônoma (Inciso III) Outros Aspectos das Limitações Substituição Tributária para Frente (art.150, §7º) Esclarecimento aos Consumidores (art.150, §5º) Isenção etc Só por Lei Específica (art.150, §6º) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 17 ATO ILÍCITO enseja PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA “MULTA” ≠ FATO GERADOR DE TRIBUTO enseja PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA “TRIBUTO” O exposto acima é chamado na doutrina de Princípio Pecunia Non Olet (dinheiro não tem cheiro) – esse princípio quer dizer que tributo não tem cheiro. A palavra “VINCULADA”, no Direito Tributário, pode ser utilizada em 3 acepções diferentes: (i) RELACIONADA À ATIVIDADE DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, QUE É VINCULADA À LEI (ART.3º, CTN). (ii) RELACIONADA A UM CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS, CONFORME SUA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA, EM VINCULADOS E NÃO VINCULADOS A UMA ATIVIDADE ESTATAL ESPECÍFICA, RELATIVA AO CONTRIBUINTE. Hipótese de incidência = fato gerador em abstrato. Tributos Hipótese de Incidência Vinculação a Atividade Estatal Específica do Estado Impostos Situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte Não Vinculados Taxas Exercício regular do poder de polícia Vinculados Utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição Contribuições de Melhoria Obras públicas de que decorra valorização imobiliária (iii) RELACIONADA À DESTINAÇÃO ESPECÍFICA DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO DO TRIBUTO. Nessa acepção, vinculado é o tributo cujo valor arrecadado tem destinação específica constitucionalmente prevista. Exemplo é o Empréstimo Compulsório, em que o art.148, parágrafo único, CF88. Não vinculados são os tributos que não podem ter destinação específica, tendo de ser utilizados para as despesas gerais previstas em orçamento. Exemplo clássico são os impostos, para os quais inclusive o art.167, IV, CF88, prevê: Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas [...]. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 18 3.2. CLASSIFICAÇÃO DE TRIBUTO – ESPÉCIES DE TRIBUTO DIAGRAMA DAS 5 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: 3.2.1. Taxas Não Pode Ter FATO GERADOR Idêntico ao dos Impostos Não Pode Ter BASE DE CÁLCULO Idêntica à dos Impostos Súmula 595, STF – É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. Mas também há Súmula Vinculante (SV) do STF nº 29/2010: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integralidentidade entre uma base de cálculo e outra. Não Pode Ser Calculada Em Função do CAPITAL DAS EMPRESAS 2. Taxas (art.145, II) 5. Outras Contribuições Tributárias 1. Impostos (arts.145, I; 153; 154; 155 e 156) 3. Contribuições de Melhoria (art.145, III) 4. Empréstimos Compulsórios (art.148) Contribuições Corporativas (art.149) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (art.149) Contribuições Sociais Gerais (art.212, §5º; art.240) Outras de Seguridade Social (art.195, §4º) De Seguridade Social (art.195, I, II, III, IV) Contribuições Especiais (art.149) Contribuições Sociais (=Parafiscais) (art.149) Contribuições de Iluminação Pública (art.149-A) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 19 Serviços Públicos Específicos e Divisíveis Art. 79, CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram- se: [...] II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Inconstitucional pelo STF, também por não ser possível a mensuração da utilização individualizada do serviço público -> Taxa de Limpeza Pública e Conservação de Vias e Logradouros Públicos (uti universi) ≠ Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar (que é constitucional porque nela há a possibilidade de individualização dos seus usuários – uti singuli) (Súmula Vinculante 19). Diferença entre Taxa e Preço Público TAXA-Serviço Público PREÇO PÚBLICO Regime jurídico de Direito Público (= Tributário) Regime Jurídico de Direito Privado (= Contratual) (Autonomia da Vontade) Receita decorrente é derivada Receita decorrente é originária É prestação pecuniária compulsória É prestação pecuniária facultativa Utilização potencial também enseja a taxa- serviço público O particular tem que utilizar efetivamente o serviço, contratando-o Não cabe rescisão Cabe rescisão Obediência à legalidade, anterioridade e anterioridade nonagesimal Não Obediência à legalidade, anterioridade e anterioridade nonagesimal Sujeito ativo: só pessoa jurídica de direito público Sujeito ativo: pode ser privado: Concessionária, Permissionária ou Autorizatária 3.2.2. Contribuição de Melhoria Diferença entre Contribuição de Melhoria e Taxa-Serviço Público - obra pública não se confunde com serviço público específico e divisível. Atividade estatal específica Taxa Exercício do poder de polícia Serviço público específico e divisível Contribuição de Melhoria Obra pública + Valorização imobiliária Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 20 STF -> simples recapeamento asfáltico de rua já asfaltada é serviço público de manutenção e conservação (apesar de não específico nem divisível), e não obra pública (como pavimentação nova, por exemplo) suscetível de ensejar benefício direto a imóvel determinado, com possível acréscimo de valor. Não cabível, no recapeamento asfáltico, portanto, a cobrança de contribuição de melhoria (RE’s 116.148 SP, e 115.863 SP). Impostos São Não-Vinculados Quanto à Hipótese de Incidência Quanto à HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA: IMPOSTOS TRIBUTOS NÃO-VINCULADOS, SEMPRE Impostos São Não-Vinculados Quanto à Destinação do Produto da Arrecadação Quanto à DESTINAÇÃO DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO: IMPOSTOS TRIBUTOS NÃO-VINCULADOS, EM REGRA Mas essa não-vinculação quanto à sua destinação comporta exceções. É o que determina o art.167, IV, CF88. Esquematizando esse dispositivo, temos: Regra geral, é vedada... Ressalvada... ... (i) a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.158 e 159 (REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS) (ii) a destinação de recursos para as AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE, que constituem um sistema único (art.198, § 2º) (iii) a destinação de recursos para MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO (art.212) (iv) a destinação de recursos para realização de ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, essenciais ao funcionamento do Estado (art.37, XXII) (v) a vinculação para PRESTAÇÃO DE GARANTIAS ÀS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA, eventualmente previstas na lei orçamentária anual (art. 165, § 8º) (vi) a vinculação para prestação de GARANTIA OU CONTRAGARANTIA À UNIÃO (art.167, §4º) (vii) a vinculação para PAGAMENTO DE DÉBITOS PARA COM A UNIÃO (art.167, §4º) REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS A repartição constitucional de receitas tributárias é praticamente uma exclusividade dos impostos. A única exceção é a CIDE-Combustíveis, que apesar de ter destinação específica (art.174, §4º, II), terá 29% do produto de sua arrecadação entregue aos Estados Órgão Fundo Despesa ...a vinculação de receita de impostos a Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 21 e ao Distrito Federal (art.159, III). Desse montante, os Estados entregam 25% aos seus Municípios (art.159, §4º). A repartição é sempre da pessoa política maior para a pessoa política menor. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIAGRAMA DA REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS Repartição de Receitas de Impostos + CIDE- Combustível 48% do (IPI + IR – IRfonte) 50% do IPVA (art.158, III) Direta U para E, DF E para M U para M 25% do ICMS (art.158, IV) 50% do ITR (100%, se M fiscalizar e cobrar) (art.158, II e 153, §4º, III) 100% do IRfonte Retido (art.158, I) Indireta 100% do IRfonte Retido (art.157, I) 20% do Imp. Residual (art.157, II) 30% do IOF Ouro (art.153, §5º, I) 29% da CIDE-Combustível (art.159, III) 3/4, no mínimo, valor adicionado no M Até 1/4, lei estadual 25% do Repasse CIDE-Combustível (art.159, §4º) 21,5% para FPE (art.159, I, ‘a’) 23,5% para FPM (art.159, I, ‘b’ e ‘d’) 22,5%, entrega na forma da lei complementar 1%, entrega 1º decêndio de dezembro 3% N, NE e CO (art.159, I, ‘c’) Do NE, 1/2 para o semi-árido 10% do IPI para E, DF (art.159, II) 3/4, no mínimo, valor adicionado no M Até 1/4, lei estadual 25% para M (art.159, §3º) 70% do IOF Ouro (art.153, §5º, II) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 23 Como o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art.32, CF88), não há que se falar em repartição das receitas de seus impostos ITCMD, ICMS e IPVA, bem como de qualquer dos repasses constitucionais que o Distrito Federal recebe da União. 3.2.4. Empréstimos Compulsórios (Art.148, CF88) A União pode instituir Empréstimos Compulsórios por dois fundamentos distintos: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ou II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Natureza Jurídica de Tributo Prevê o art.4º CTN: Art. 4º A natureza jurídica específicado tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 4. TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO 4.1. IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO (II) (art.153, I) Impostos que não têm suas receitas repartidas: U: II, IE, IGF, I.Extr. E: ITCMD DF: ITCMD, ICMS, IPVA IPTU, ITBI, ISS M: IPTU, ITBI, ISS Empréstimo Compulsório Despesas Extraordinárias Investimento Público Calamidade Pública Guerra Externa ou sua Iminência de Caráter Urgente e de Relevante Interesse Nacional NÃO SE APLICAM as Anterioridades Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 24 BASE DE CÁLCULO - Se Alíquota Ad Valorem: BC = o valor aduaneiro apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994; - Se Alíquota Específica: BC = a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. - Se produto apreendido ou abandonado, levado a leilão: BC = Preço da Arrematação. Repare que em relação à alíquota ad valorem, a base de cálculo não é mais “o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País”, como dispõe o CTN, em seu art.20, II. [A NÃO SER QUE A QUESTÃO DA PROVA EXPRESSAMENTE FAÇA MENÇÃO AO CTN, QUANDO PERGUNTAR DA BASE DE CÁLCULO DO II]. Senão, prevalece aquele definido no GATT 1994, que foi incorporado pelo ordenamento brasileiro (art.75, I, Decreto 6759/2009). Exemplo Alíquota Ad Valorem: Valor aduaneiro (BC) = R$ 10.000,00; Alíquota = 10% Imposto = R$ 10.000,00 x 10% = R$ 1.000,00 Exemplo Alíquota Específica: Valor (BC) = 50 toneladas; Alíquota específica = R$ 100,00/tonelada Imposto = (R$ 100,00/tonelada) x 50 toneladas = R$ 5.000,00 4.2. IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO (IE) (art.153, II) BASE DE CÁLCULO - Se Alíquota Específica: BC = a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida adotada pela lei tributária. - Se Alíquota Ad Valorem: BC = é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 2o, caput, com a redação dada pela Medida Provisória no 2.158-35, de 2001, art. 51). - Se preço for de difícil apuração ou suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional: BC = Pauta Mínima de Valores. Preço Mínimo para Base de cálculo = (custo de aquisição ou de produção) + (impostos e contribuições incidentes) + (margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos) + (impostos e contribuições). 4.3. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) (art.153, VI) 4.3.1. IMUNIDADES ESPECÍFICAS § 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput: [...] Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 25 II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; Pela EC 42/2003, que alterou o §4º do art.150, CF88, são os seguintes os requisitos para a referida imunidade: (i) O imóvel tem que ser pequena gleba rural, conforme definido na lei; (ii) O proprietário não pode possuir outro imóvel Vê-se que o terceiro requisito (“O proprietário que as explora, devia fazê-lo só ou com sua família”) foi suprimido. 4.3.2. POSSIBILIDADE DE FISCALIZAÇÃO E COBRANÇA PELOS MUNICÍPIOS Com a redação da EC 42/2003, prevê o art.153, §4º, III, CF88: § 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput: [...] III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. No caso de o Município exercer essa opção, ficará com 100% da arrecadação do ITR relativo aos imóveis rurais nele situados (art.158, II, CF88). 4.4. IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR) (art.153, III) 4.4.1. FATO GERADOR Art. 43, CTN. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. Renda = produto do capital (por exemplo, rendimentos de aplicação financeira, aluguel, lucros, royalties). Renda = produto do trabalho (por exemplo, salário que o empregado recebe, honorários). Renda = produto da combinação de capital e de trabalho (por exemplo, pro labore que a empresa paga a seus sócios). Proventos = vencimentos de servidores públicos aposentados. Proventos de qualquer natureza = todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito de renda (por exemplo, ganhos de loterias e acréscimos patrimoniais não justificáveis). Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 26 Disponibilidade Jurídica = é ter o direito de crédito sobre o dinheiro (com documentos que lhe confiram liquidez e certeza, mas sem necessariamente ter recebido o dinheiro). Este direito de crédito não está sujeito a qualquer condição suspensiva. Disponibilidade Econômica = é ter o dinheiro como situação de fato, independentemente de uma situação jurídica que lhe dê respaldo (por exemplo, decorrente de jogos, atividades ilícitas). Inclusive, o STF confirmou que atividades criminosas podem ter seus produtos financeiros tributados pelo IR (HC 77.530 RS). 4.5. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) (art.153, IV) Alíquota Zero e Não-Tributado ≠ Isenção O STF decidiu (RE 353.657 PR, RE 370.682) que se na operação anterior o contribuinte adquiriu o insumo com Alíquota Zero de IPI ou Não-Tributado (sigla NT na TIPI), não se mantém o crédito fictício de R$ 10 para a operação própria. (Na TIPI - Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, os produtos com sigla NT estão fora do campo de incidência do IPI). Diferentemente, se o IPI da operação anterior = 0 decorrer de Isenção, mantém-se o crédito fictício para a operação própria. Por que a diferença? Entendeu o STF que na isenção, como o legislador quis desonerar a cadeia produtiva, se não houvesse o creditamento para a operação seguinte, o contribuinte “B” pagaria 120 x 10% = 12. Ou seja, não haveria desoneração na cadeia como um todo, mas apenas um diferimento do IPI antes devido pelo contribuinte “A”. 4.5.1. EXCEÇÃO A PRINCÍPIOS GERAIS - Exceção ao PRINCÍPIO DA LEGALIDADE quanto à Alteração de alíquotas (art.153, §1º, CF88) - Exceção ao PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO (mas não à Anterioridade Nonagesimal) (art.150, §1º, CF88) Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 27 4.6. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU RELATIVASA TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF) (art.153, V) Fato Gerador Base de Cálculo Contribuinte IOF-CR Entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado O montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros As pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito IOF-CM Entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este O montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição Os compradores ou vendedores de moeda estrangeira IOF-SG Emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável O montante do prêmio Pessoas físicas ou jurídicas seguradas IOF-TI A (i) emissão, (ii) transmissão, (iii) pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável O (i) valor nominal mais o ágio, (ii) o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, (iii) o preço Os adquirentes de títulos ou valores mobiliários e os titulares de aplicações financeiras; e as instituições financeiras IOF-OU A primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial, efetuada por instituição autorizada integrante do Sistema Financeiro Nacional O preço de aquisição do ouro, desde que dentro dos limites de variação da cotação vigente no mercado doméstico, no dia da operação Instituições autorizadas pelo BACEN que efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial 4.7. IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS (Art.154, II) Art. 154. A União poderá instituir: [...] II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Qualquer hipótese de incidência pode ser eleita pelo legislador ordinário federal. Compreendidos ou não em sua competência tributária – não há aqui invasão de competência, mas sim uma possibilidade de bitributação constitucionalmente autorizada. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 28 5. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Classificação das contribuições sociais a que alude o caput do art.149: (i) Contribuições de Seguridade Social (art.195, I, II, III e IV); (ii) Outras Contribuições da Seguridade Social (competência residual da União); (iii) Contribuições Sociais Gerais (Salário-Educação e Serviços Sociais Autônomos). As demais contribuições a que alude o caput do art.149, chamaremos de contribuições especiais, são: (i) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); e (ii) Contribuições Corporativas (ou no Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas), 5.1. CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL 5.1.1. CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS (art.195, I, ‘a’) Art.195. [...] contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; Dentre essas contribuições, podemos citar a: - Contribuição Sobre a Remuneração Paga aos Segurados Empregados, Trabalhadores Avulsos e Contribuintes Individuais É a contribuição que o empregador recolhe, à alíquota de 20% (22,5% se o empregador for instituição financeira), sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, aos trabalhadores avulsos e aos contribuintes individuais que lhe prestem serviços (art.22, I e III, e §1º, Lei nº 8.212/91). - Contribuição de Custeio do Acidente do Trabalho – SAT É a contribuição devida pelas empresas para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Incide, regra geral, a alíquotas de 1%, 2% e 3% sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos. As alíquotas variam de acordo com o grau de risco da atividade preponderante da empresa, e o conceito de atividade preponderante é definido por ato administrativo. CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR SOBRE A RECEITA OU O FATURAMENTO (art.195, I, ‘b’) Art.195. [...] contribuições sociais: Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 29 I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: [...] b) a receita ou o faturamento; [...] Nesse rol, podemos destacar a: - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Foi instituída pela LC nº 70/1991, normatizada em conjunto com a Contribuição ao PIS/PASEP na Lei nº 9.718/98 e criada sua versão não-cumulativa com a Lei nº 10.833/03. A possibilidade dessa versão não-cumulativa teve previsão constitucional expressa com a inserção do §12 ao art.195, pela EC 42/2003. Fato gerador da COFINS => auferir o “faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil” (art.1º, Lei nº 10.833/03). Alíquotas => regra geral, 3% (regime cumulativo) e 7,6% (regime não- cumulativo). Base de cálculo => valor do faturamento mensal, conforme definido pelo fato gerador. O cálculo dos créditos da não-cumulatividade (utilizados para ser abatidos do valor da COFINS inicialmente apurada), VEDADO PARA PESSOAS JURÍDICAS EM DETERMINADAS SITUAÇÕES (por exemplo, pessoa jurídica no regime de apuração do lucro real, no imposto de renda), é feito aplicando-se a alíquota de 7,6% sobre o valor de aquisição de bens para revenda, de bens e serviços utilizados como insumos, de despesas de energia elétrica, de máquinas e equipamentos para o ativo imobilizado da pessoa jurídica etc. Essa lista é taxativa, pois apenas os custos, despesas e encargos previstos em lei poderão constituir base de cálculo dos créditos de não-cumulatividade. - Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) Foi instituída pela LC nº 7/1970, normatizada em conjunto com a COFINS na Lei nº 9.718/98 e criada sua versão não-cumulativa com a Lei nº 10.637/02. A possibilidade dessa versão não-cumulativa teve previsão constitucional expressa com a inserção do §12 ao art.195, pela EC 42/2003. Com o advento da CF88, passou a financiar o programa do seguro-desemprego e o abono salarial (salário-mínimo anual aos empregados que recebam até 2 salários mínimos de remuneração mensal, desde que seus empregadores contribuam para o PIS/PASEP) (art.239, CF88). Fato gerador => auferir o “faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil” (art.1º, Lei nº 10.637/02). Alíquotas => regra geral, 0,65% (regime cumulativo) e 1,65% (regime não- cumulativo). Base de cálculo => valor do faturamento mensal, conforme definido pelo fato gerador. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 30 O cálculo dos créditos da não-cumulatividade (utilizados para ser abatidos do valor da contribuição para o PIS/Pasep inicialmente apurada), VEDADO PARA PESSOAS JURÍDICAS EM DETERMINADAS SITUAÇÕES (por exemplo, pessoa jurídica no regime deapuração do lucro real, no imposto de renda), é feito aplicando-se a alíquota de 1,65% sobre o valor de aquisição de bens para revenda, de bens e serviços utilizados como insumos, de despesas de energia elétrica, de máquinas e equipamentos para o ativo imobilizado da pessoa jurídica etc. Essa lista é taxativa, pois apenas os custos, despesas e encargos previstos em lei poderão constituir base de cálculo dos créditos de não-cumulatividade. CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR SOBRE O LUCRO (art.195, I, ‘c’) Art.195. [...] contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: [...] c) o lucro; - Contribuição Social Sobre o Lucro das Pessoas Jurídicas (CSLL) Foi instituída pela Lei nº 7.689/88. Fato gerador => auferimento de lucro por parte das pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária. Base de cálculo da CSLL => valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda. Alíquota da CSLL => 9%. Aplicam-se à CSLL, no que couber, as disposições da legislação do imposto de renda. 5.1.2. CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHADOR E DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (art.195, II) Fato gerador => remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, independentemente do título que lhe seja dado. Contribuintes => o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso. Base de cálculo => salário-de-contribuição mensal, definido em faixas de valores, sujeitas a limites mínimo e máximo, sobre as quais se aplicam as alíquotas de 8%, 9% e 11%. Alíquota => Para os contribuintes individual e facultativo, aplica-se a alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição. 5.1.3. CONTRIBUIÇÕES DO IMPORTADOR DE BENS OU SERVIÇOS DO EXTERIOR, OU DE QUEM A LEI A ELE EQUIPARAR (art.195, IV) A PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação foram instituídas pela MP nº 164/2004 (convertida na Lei nº 10.865/2004), depois que a EC nº 42/2003 inseriu seu fundamento constitucional pelo inciso II ao §2º do art.149 e pelo inciso IV do art.195. Fato gerador (art.3º): Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 31 I - a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou II - o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Base de cálculo é (art.7º): I – Quando importação de bens, o valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições. II – Quando importação de serviços, o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do ISS e do valor das próprias contribuições. Contribuinte é (art.5º): I - o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de bens estrangeiros no território nacional; II - a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e III - o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. 5.2. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS 5.2.1. CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO Art.212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. Súmula 732 É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9424/1996. A educação básica pública abrange a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. 5.2.2. CONTRIBUIÇÕES DOS SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS Têm fundamento constitucional no art.240, CF88: Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. São as contribuições destinadas ao chamado sistema “S”, entidades privadas de serviços sociais autônomos e de formação profissional, vinculadas ao sistema sindical. Atualmente, essas entidades são em número de 11: Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 32 INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária DPC - Diretoria de Portos e Costas do Comando da Marinha FUNDO AEROVIÁRIO - Fundo vinculado ao Comando da Aeronáutica SESC - Serviço Social do Comércio SESI - Serviço Social da Indústria SEST - Serviço Social de Transporte SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Quanto ao SEBRAE, cabe ALERTAR que o STF já decidiu que se trata de uma CIDE, e não de contribuição social geral, tendo fundamento somente no art.149, CF88, e não no art.240 – RE 396.266 SC) 5.3. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO Essas contribuições atuam como instrumentos regulatórios da economia, sendo cobrados quase sempre dos integrantes do setor ao qual é dirigida a atuação de intervenção da União. Possuem caráter nitidamente EXTRAFISCAL. Conforme o art.149, §2º, CF88, as CIDE’s: (i) Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (ii) Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (iii) Poderão ter alíquotas: a. Ad Valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b. Específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (iv) Poderão, conforme a lei, incidir uma única vez; (v) Obedecerão aos princípios constitucionais tributários gerais, exceto a CIDE-Combustíveis, quanto à Anterioridade Exercício Financeiro e à Estrita Legalidade (redução e restabelecimento de alíquota) (art.177, §4º, I, ‘b’) 5.3.1. CIDE-COMBUSTÍVEIS Instituída pela Lei nº 10.336/01. Alíquota, específica, pode ser diferenciada por produto ou uso. Destinação dos recursos arrecadados (art.177, §4º, II): a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 33 Fato gerador => importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. Base de cálculo => unidade de medida legal para os produtos importados e comercializados no mercado interno. Contribuintes => produtor, formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, que realizar operações de importação e de comercialização, no mercado interno, de diversos combustíveis. 5.3.2. CIDE-ROYALTIES Instituída pela Lei nº 10.168/2000. Destinação dos recursos arrecadados: Para custear o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo (art.1º, Lei nº 10.168/2000).Contribuinte => pessoa jurídica: (art.2º) (i) detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos; (ii) que pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior; (iii) signatária de contratos que: - impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior; - tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior; Base de cálculo => valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações assumidas pelos contribuintes indicadas nos itens (i), (ii) e (iii) acima. Alíquota => 10%. 5.3.3. OUTRAS CIDE’s - Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM Vide Súmula 553, STF: O adicional ao frete para renovação da marinha mercante (AFRMM) é contribuição parafiscal, [...]. RE 177.137 RS: “AFRMM: CONTRIBUIÇÃO PARAFISCAL OU ESPECIAL DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. CF.ART.149,ART.155,§2º, IX.ADCT, ART.36. I – Adicional ao frete para renovação da marinha mercante – AFRMM – é uma contribuição parafiscal ou especial, contribuição de intervenção no domínio econômico, terceiro gênero tributário, distinta do imposto e da taxa. (CF,art.149) [...]. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 34 Fato gerador => o início efetivo da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro (art.4º). Base de cálculo => frete, que é a remuneração do transporte aquaviário da carga de qualquer natureza descarregada em porto brasileiro (art.5º). Contribuinte => o consignatário constante do conhecimento de embarque (art.10). Alíquotas => variáveis, conforme o tipo de navegação (longo curso, cabotagem, fluvial e lacustre). Destinação do produto da arrecadação – Atender aos encargos da intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras, e constitui fonte básica do FMM (Fundo da Marinha Mercante). - Adicional de Tarifa Portuária – ATP (Lei nº 7.700/1988) RE 209.365 SP: “[...] I – Natureza jurídica do A.T.P.: contribuição de intervenção no domínio econômico, segundo o entendimento da maioria, [...]”. Fato gerador => operações realizadas com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio na navegação de longo curso (art.1º, §1º). Destinação do produto da arrecadação – aplicação em investimentos para melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias (art.2º, parágrafo único). 5.4. CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS (= CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS) Nomenclatura: Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas = Contribuições Profissionais = Contribuições Corporativas Subdividem-se em: (i) Contribuição Sindical (impropriamente chamada de “imposto sindical”); e (ii) Contribuição para Fiscalização do Exercício de Profissões Regulamentadas (= Contribuição-Anuidade). 5.4.1. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ≠ CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA O art.8º, IV, CF88, distingue as duas: Art. 8º, CF88. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: [...] IV - a assembléia geral fixará a contribuição [CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA, NÃO TRIBUTÁRIA] que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição [CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, TRIBUTÁRIA] prevista em lei; A Contribuição Sindical: Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 35 - Tem natureza tributária, instituída no interesse de categoria profissional (RE 129.930 SP) - É obrigatória para todos os trabalhadores celetistas, sindicalizados ou não. - Valor da contribuição: remuneração de 1 dia de trabalho por ano. A Contribuição Confederativa: - Tem natureza não tributária. - É instituída pela Assembleia Geral, só sendo exigível dos filiados ao sindicato respectivo (Súmula 666, STF). Contribuição Sindical Contribuição Confederativa Art.8º, IV, parte final, CF88 Art.578 e ss, CLT Art.8º, IV, parte inicial, CF88 Natureza Tributária Natureza Não Tributária Deriva de ato do Poder Legislativo Deriva de ato da Assembleia Geral Obrigação Ex lege Obrigação Ex voluntate Exigida de todos os trabalhadores celetistas, sindicalizados ou não Exigível somente daqueles sindicalizados Está sujeita ao regime constitucional tributário Não está sujeita ao regime constitucional tributário 5.4.2. CONTRIBUIÇÕES PARA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS Custeiam os órgãos fiscalizadores e controladores das profissões, os Conselhos Regionais de Fiscalização, como CREA, CRM, CRC, CRE etc. Esses órgãos, em regra autarquias, realizam atividades de interesse público, daí serem postos como sujeitos ativos desse tributo. Há uma discussão muito grande sobre o entendimento de ser a anuidade para a OAB uma contribuição no interesse de categoria profissional ou não. O STF, na ADI 3.026 DF – apesar de essa ADI não ter tratado da referida contribuição, mas sim da exigência ou não de concurso público para o provimento de cargos de servidores da OAB – entendeu que a função da OAB é de âmbito maior, relacionada com a defesa da ordem jurídica nacional, não se enquadrando como pessoa jurídica de direito público nem autarquia, estando desvinculada da Administração Pública, necessária a sua independência para o cumprimento de sua missão histórica e constitucional. Mas, não podemos ainda afirmar que a jurisprudência está pacificada nesse sentido. 5.5. OUTRAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS As outras contribuições sociais são as Novas Contribuições para a Seguridade Social (art.195, §4º, CF/88), desde que: - sejam instituídas pela União por Lei complementar; Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 36 - sejam não-cumulativas; - não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios das contribuições sociais já previstas na CF/88. Nada impede que uma nova contribuição social tenha a mesma base de cálculo de um imposto já existente. Esse é o entendimento do STF (RE 228.321 RS) 5.6. OUTROS ASPECTOS SOBRE CONTRIBUIÇÕES 5.6.1. COSIP Súmula nº 670: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.” Por isso que a cobrança pelo serviço de iluminação pública teve que ser viabilizada por alteração constitucional (EC 39/2002), por intermédio de contribuição, inserindo-se o art.149-A na CF88: Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 5.6.2. FGTS NÃO É TRIBUTO O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um fundo constituído por depósitos mensais dos empregadores em nome de seus trabalhadores, ficando cada trabalhador com uma conta vinculada nesse fundo, só podendo movimentá-la em situações específicas. O FGTS não tem natureza tributária, e sim trabalhista e social, disciplinado pelo Direito do Trabalho. STJ (REsp 383.885 PR); STF (RE 100.249 SP). 6. IMPOSTOS ESTADUAIS 6.1. ICMS 6.1.1. FATOS GERADORES DO ICMS OPERAÇÕES RELATIVASÀ CIRCULAÇÃO DE MERCADORIA CIRCULAÇÃO DE MERCADORIA = TRANSFERÊNCIA JURÍDICA DE TITULARIDADE. MERCADORIA = bem móvel voltado para a prática de atos de comércio. O que caracteriza um bem como mercadoria é a sua FINALIDADE: - Bem adquirido para uso ou consumo próprio da empresa – não é, para ela, mercadoria. - Bem adquirido para venda ou revenda por essa mesma empresa – é, para ela, mercadoria. HABITUALIDADE – se uma pessoa resolve vender seu carro usado, não incidirá ICMS nessa venda, porque essa pessoa não a faz com habitualidade, não se caracterizando como comerciante mas simplesmente uma alienante comum. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 37 Agora, se uma empresa vive da compra e venda de carros usados, será contribuinte do ICMS, pois faz essas operações com habitualidade (RE 196.339). NECESSIDADE DE FINALIDADE + HABITUALIDADE: ALIENAÇÃO DE BENS DO ATIVO FIXO OU IMOBILIZADO NÃO INCIDE ICMS => porque não há “circulação no sentido jurídico-tributário: os bens não se ajustam ao conceito de mercadorias e as operações não são efetuadas com habitualidade” (RE 194.300 SP). Programas de Computador - Software RE 176.626 SP: Licenciamento e cessão de direito de uso de programa de computador (software): - Se software de prateleira (off the shelf) – ICMS: “Circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo [...] os quais, materializando o corpus mechanicum da criação intelectual do programa, constituem mercadorias postas no comércio” (RE 176.626 SP). ≠ - Se software por encomenda – ISS ADI-MC 1.945 MT – ICMS pode incidir sobre softwares adquiridos por meio de transferência eletrônica de dados (em sede de liminar). Arrendamento Mercantil – Leasing Com os RE’s 592.915 SC e 547.245 SC, em 2010, decidiu o STF que: (i) no leasing operacional, como se assemelha a locação, não incide nem ISS nem ICMS; (ii) no leasing financeiro e no lease-back, é irrelevante a existência de uma compra, incidindo somente o ISS. PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal – ICMS ≠ Serviço de Transporte de Natureza Municipal (item 16 da lista de serviços da LC nº 116/2003) – ISS ADI 1.600 DF: INCONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS DA LC 87/1996 SOBRE: - TRANSPORTE AÉREO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL DE PASSAGEIROS; Fundamento: As regras da LC 87/1996 não possibilitaram se aplicar a repartição do ICMS entre os Estados de origem e de destino, não sendo possível aplicar as alíquotas internas e interestaduais. “Ausência de normas de solução de conflitos de competência entre as unidades federadas”. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 38 - TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL DE CARGAS E DE PASSAGEIROS. Fundamento: Ofensa ao princípio da isonomia (art.150, II), porque as empresas aéreas estrangeiras são isentas por tratados internacionais. Provedor de Acesso à Internet STJ, no EREsp 456.650 PR, entendendo que provedor de acesso à internet não presta serviço de comunicação e sim serviço de valor adicionado (SVA), o qual, pela Lei Geral das Telecomunicações (LGT - Lei nº 9.472/97, art.61), não se confunde com serviço de telecomunicação: Art. 61, LGT. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações. § 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a essa condição. [...] Daí decorreu a Súmula 334, STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. Habilitação de Telefonia Celular STJ, REsp 769.569 MS: “a atividade de habilitação de telefone móvel celular não se enquadra no conceito de serviço de telecomunicação do art. 2º, III, da Lei Complementar 87/96 para fins de incidência de ICMS, [...]”. Daí decorreu a Súmula 350, STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular. TV Por Assinatura TV a Cabo, ou TV por Assinatura, se enquadra no conceito de serviço de comunicação, incidindo portanto ICMS, conforme art.2º, III, LC 87/1996: Art.2° O imposto incide sobre: [...]; III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza. Agora, só NÃO INCIDE ICMS sobre a TAXA DE ADESÃO à TV por Assinatura (REsp 418.594 PR), por ser serviço meramente acessória ou preparatória à comunicação propriamente dita a atividade remunerada pela taxa de adesão da televisão a cabo. ICMS ENERGIA ELÉTRICA Art.155, § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput [ICMS] deste artigo e o art. 153, I [II] e II [IE], nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 39 Energia elétrica = mercadoria. O valor de ICMS a ser pago sobre energia elétrica NÃO abrange o valor total disponibilizado, e pago, de demanda de potência ativa no contrato de fornecimento (demanda contratada). Súmula 391, STJ: O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada. MERCADORIAS FORNECIDAS COM SERVIÇOS Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao seguinte: IX - incidirá também: b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; Serviço Não está na lista de serviços (LC 116/2003) + É prestado juntamente com fornecimento de mercadoria = ICMS sobre todo o valor LC 116/2003: Art.1º, §2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao [ICMS], ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. Serviço na lista SEM ressalva de ICMS sobre materiais = ISS sobre todo o valor Serviço na lista COM ressalva de ICMS sobre materiais = ISS sobre valor dos serviços; ICMS sobre valor das mercadorias Exemplos: 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS). Súmula 163, STJ: O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação. Bizu - Direito Tributário –AFRF ESAF Prof. Alberto Macedo Professor Alberto Macedo www.pontodosconcursos.com.br 40 SELETIVIDADE Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao seguinte: III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços. IPI ICMS SERÁ seletivo PODERÁ SER seletivo 6.1.2. IMUNIDADES ESPECÍFICAS RADIODIFUSÃO DE RECEPÇÃO LIVRE E GRATUITA Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao seguinte: X - não incidirá: [...] d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades
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