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Resumo de Direito Tributário

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C) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
D) inconstitucional, visto que somente lei complementar poderá instituir o referido 
tributo. 
Comentários: 
De acordo com o art. 149-A da CF/88, a CIP ou COSIP é da competência dos Municípios 
e do Distrito Federal, mostrando-se correta, assim, a alternativa “c”. 
Acaso decidam fazê-lo (Municípios e o Distrito Federal), deverão utilizar, como veículo 
normativo, a Lei Ordinária. 
Assim, em resumo, a Constituição faz a seguinte distribuição de competências para a 
instituição das contribuições em geral. 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
 O Direito Financeiro é sistematizador de toda essa atividade financeira do Estado. 
 Basicamente, há duas formas de o Estado conseguir recursos: através das chamadas 
receitas originárias ou através das chamadas receitas derivadas. 
 As receitas originárias são auferidas com base na exploração do patrimônio do 
Estado. 
 As receitas derivadas têm origem no patrimônio do particular e entram nos cofres 
públicos por meio de coação – lícita – ao indivíduo (dentre outras, os tributos são 
espécies de receitas derivadas, pois, efetivamente, constituem transferência lícita – 
posto que prevista em lei – de patrimônio de particular para o Estado sob a égide do 
regime jurídico de direito público). 
INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 O Direito Tributário é um ramo didaticamente autônomo do Direito Público que 
pode ser definido como a disciplina jurídica dos tributos, consistente no conjunto de 
princípios e regras reguladoras da criação, arrecadação e fiscalização das prestações 
de natureza tributária. 
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 Constituição Federal: é a mais importante fonte formal do Direito Tributário. 
 De forma sintética, pode-se afirmar que a Constituição Federal (i) dá competências 
tributárias e, ao mesmo tempo, (ii) coloca limites ao exercício das competências 
dadas, por meio de princípios e imunidades. 
 A Constituição Federal não cria tributos (esses são criados por meio de lei do ente 
que recebeu competência). 
 Emenda Constitucional: há algumas normas constitucionais que, por determinação 
expressa do Constituinte Originário, não podem sofrer “supressão. São as 
denominadas cláusulas pétreas. 
Rodrigo Martins
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 No que tange ao Direito Tributário, nos importam as cláusulas pétreas que visam 
tutelar (i) o Princípio Federativo e (ii) os Direitos e Garantias Individuais (do 
contribuinte), vertidos no texto constitucional na forma de Princípios e Imunidades 
tributárias. 
 Lei Complementar: dentre todas as previsões constitucionais quanto à necessidade 
de Lei Complementar para disciplinar determinadas matérias, queremos destacar 
uma que é fundamental à compreensão do Sistema Tributário Nacional, que é aquela 
prevista no artigo 146, incisos I, II e III, alíneas “a” e “b”, da Constituição Federal. 
 De acordo com esse dispositivo, compete à Lei Complementar: 1 - Dispor sobre 
conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios; 2 - Regular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar; e 3 - Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: definição de tributos e de suas espécies, fatos geradores, bases 
de cálculo e contribuintes relativamente aos impostos discriminados na Constituição, 
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência. 
 O diploma normativo que cumpre todas essas funções previstas no artigo 146 da 
Constituição Federal é o CTN – Código Tributário Nacional. 
 O CTN foi editado, na sua origem, isto é, no momento de sua criação, como Lei 
Ordinária Federal, isto é, o CTN não “nasceu”, formalmente, como Lei 
Complementar, contudo, foi recepcionado pela CF/88 com status de Lei 
Complementar, pois, a partir da ordem constitucional em vigor, passou a disciplinar 
matérias reservadas à Lei Complementar. 
 Com a recepção do CTN com o status de Lei Complementar em sentido material, só 
se pode alterar ou incluir novos dispositivos no CTN por meio de uma Lei 
Complementar (pois um instrumento normativo só pode ser alterado por outro 
instrumento normativo da mesma espécie). 
 Portanto, nem Lei Ordinária, nem decreto e tampouco a própria Constituição Federal 
podem alterar o CTN. Isso só pode ser feito, a partir de 1988, por uma Lei 
Complementar. 
 De outro lado, as matérias indicadas no artigo 146 da Constituição Federal, alterando 
ou não o CTN, só podem ser disciplinadas por meio de Lei Complementar, de modo 
que qualquer lei que não complementar, acaso venha a regular essas matérias, 
deverá ser considerada inconstitucional. 
 A ausência de Lei Complementar disciplinando a definição do fato gerador, da base 
de cálculo e do contribuinte de algum imposto, ou seja, a ausência daquela Lei 
Complementar referida no artigo 146 da Constituição Federal, não impede – e por 
isso não invalida, por vício de inconstitucionalidade – a instituição do tributo, pois a 
competência para instituir decorre diretamente da Constituição Federal, e não da Lei 
Complementar. 
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 A reserva de Lei Complementar para a definição da base de cálculo e dos 
contribuintes dos impostos discriminados na Constituição Federal (alínea “a” do 
inciso III do artigo 146) não se estende às taxas, às contribuições e ao empréstimo 
compulsório, na medida em que a Constituição se refere, de forma expressa, tão 
somente aos “impostos”. 
 Os tributos são instituídos, em regra, por meio de lei ordinária (conforme veremos 
no item a seguir), contudo, alguns tributos são excepcionalmente instituídos por 
meio de Lei Complementar, quais sejam: Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF); 
Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, da CF); Imposto residual (art. 154, I, da 
CF); e novas contribuições sociais (art. 195, § 4º, da CF). 
 Lei Ordinária: em regra, é por meio de lei que os tributos são instituídos ou 
majorados; que a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos são instituídas (não há infração nem punição sem prévia cominação 
legal); e que as hipóteses de exclusão do crédito tributário (isenção e anistia) são 
criadas. 
 Excepcionalmente, alguns tributos devem ser necessariamente instituídos por meio 
de Lei Complementar, sob pena de inconstitucionalidade (vide acima). 
 Medida Provisória: em regra, todas as matérias tributárias que podem ser 
disciplinadas por meio de Lei Ordinária (Lei em Sentido Estrito) podem ser 
disciplinadas, também, por Medida Provisória, inclusive e especialmente a instituição 
e aumento de impostos (sem esquecer, porém, das isenções, anistias, remissões, 
penalidades etc.). 
 Não se admite Medida Provisória para disciplinar matérias para as quais o 
constituinte exige Lei Complementar. 
 A Medida Provisória que implique instituição ou majoração de tributos, exceto os 
impostos previstos nos arts. 153, I (Imposto de Importação), II (Imposto de 
Exportação), IV (Imposto sobre Produtos Industrializados), V (Imposto sobre 
Operações Financeiras), e 154, II (Imposto Extraordinário de Guerra), só produza 
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último 
dia daquele em que foi editada. 
 Quanto aos tributos excepcionados acima, a Medida Provisória que os instituir ou 
majorar surte efeitos de imediato. 
DEFINIÇÃO LEGAL DE TRIBUTO 
 Há uma definição legal de tributo positivada no artigo 3º do Código Tributário 
Nacional: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moedaou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 Todo e qualquer tributo deve – necessariamente – se enquadrar nessa definição. 
Acaso não se enquadre, não pode ser considerado um tributo (será algum outro tipo 
de exigência, de cobrança, mas não um tributo). 
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 Existem 5 (cinco) espécies tributárias, quais sejam: impostos, taxas, contribuição de 
melhoria, empréstimo compulsório e contribuições em geral. 
 Imposto: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 O imposto possui, em regra, as seguintes características: (i) é um tributo não 
vinculado, cujo (ii) o produto da arrecadação não possui destinação específica e (iii) 
não está sujeito a posterior devolução (não é da sua natureza ser devolvido, ao 
contrário dos empréstimos compulsórios). 
 Impostos Ordinários são aqueles cujas hipóteses de incidência constam 
expressamente no texto constitucional, de competência atribuída a cada uma das 
pessoas políticas: i) da União (IPI, IE, II, IR, IOF, ITR e IGF); ii) dos Estados (ITCMD, 
ICMS e IPVA); iii) dos Municípios (IPTU, ITBI e ISS); e do Distrito Federal (ITCMD, 
ICMS, IPVA, IPTU, ITBI e ISS). 
 Além dos impostos ordinários previstos no artigo 153 da Constituição Federal, a 
União, e somente a União, ninguém mais que a União, poderá instituir esse imposto 
extraordinário de guerra (IEG), que tem as seguintes características: (i) competência 
privativa da União (significa que Estados, Distrito Federal e Municípios não podem – 
absolutamente, em nenhuma hipótese, instituí-lo); (ii) pressupostos: (em caso de 
iminência ou ocorrência de guerra externa; (iii) pela excepcionalidade da situação 
(guerra), o imposto extraordinário poderá ter como hipótese de incidência (verbo + 
complemento) um imposto já compreendido da competência tributária da União 
(significa que a União pode reproduzir, no novo imposto extraordinário de guerra, 
por exemplo, qualquer um daqueles verbos + complementos já indicados no artigo 
153 da Constituição Federal, ou seja, poderá cobrar dois Impostos de Rendas, mas 
um deles será considerado imposto extraordinário de guerra, ou poderá “usar” um 
daqueles verbos + complementos atribuídos aos Estados ou aos Municípios nos 
artigos 155 e 156 da Constituição Federal, ou seja, poderá cobrar um IPVA junto com 
os Estados, mas um deles, esse cobrado pela União, será considerado um imposto 
extraordinário de guerra; (iv) o veículo introdutor de normas no caso da instituição 
ou aumento do imposto extraordinário de guerra é, em regra, a Lei Ordinária ou Lei 
em Sentido Estrito (em obediência ao Princípio da Legalidade, do qual nos 
ocuparemos adiante, quando estudarmos Princípios do Direito Tributário), com as 
ponderações que já fizemos em relação às Medidas Provisórias, quando estudamos 
as Fontes do Direito Tributário (se for o caso, revisite o tema). 
 Além da competência para instituir os seus impostos ordinários e o imposto 
extraordinário de guerra, à União também foi dada competência para instituir 
impostos residuais. Desse imposto é extremamente importante “gravar”, por sua 
vez, as seguintes características: (i) competência: privativa da União; (ii) limitações: 
por ser uma competência residual, o constituinte impôs algumas limitações ao seu 
exercício, que são: não podem ser cumulativos (trata-se da característica da não 
cumulatividade tributária, que será estudada com mais detalhamento adiante), e 
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não pode ter fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados na 
Constituição Federal, sendo-lhe vedado, assim, utilizar as hipóteses de incidência já 
previstas na Constituição Federal; (iii) quanto ao veículo introdutor de norma, de 
forma excepcional (exceção à regra geral de que os tributos são instituídos por Lei 
Ordinária ou Lei em Sentido Estrito) exige-se Lei Complementar para a instituição do 
imposto residual. 
 Taxa: a União, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão instituir taxas em razão 
do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição; 
 Taxa de polícia: considera-se poder de polícia sujeita à cobrança de taxa a atividade 
da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou 
liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 Para o STF, é necessária a fiscalização efetiva para a cobrança da taxa pelo exercício 
do poder de polícia. Contido, de acordo com a Suprema Corte, a efetividade da 
fiscalização já fica caracterizada pela existência do órgão competente na estrutura do 
ente federativo que tenha como função o exercício do poder de polícia. Basta que 
órgão exista “pronto” para fiscalizar. Não é necessária a vistoria ou fiscalização 
“porta a porta”. 
 Taxa de Serviço: cobrada em razão da utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição; 
 Para que possa ser juridicamente possível a cobrança da taxa, o serviço público deve 
ser: (i) efetivamente utilizado ou de fruição efetiva (sem demandar maiores 
explicações, serviço público efetivamente utilizado é aquele fruído por quem dele se 
beneficiou. Portanto, quando efetivamente prestado o serviço público, poderá haver 
a incidência de taxa); (ii) potencialmente utilizado ou de utilização potencial (significa 
que o “pagamento” é compulsório, usando ou não usando o serviço, pois ele – o 
serviço – foi colocado à disposição de pessoas determinadas ou determináveis, que 
dele estão tirando algum proveito, nem que seja meramente econômico); (iii) 
específico (serviço específico é aquele que permite identificar “qual” é e o “quanto” 
a essa pessoa beneficiada pode dele usufruiu em comparação com outras); (iv) 
divisíveis (é aquele cujo beneficiário pode ser identificado previamente, a quem o 
Estado, com o serviço, prestou uma utilidade). 
 Seriam inconstitucionais, assim, por exemplo, uma “taxa de segurança pública”, ou 
uma “taxa de saúde pública”, pois não seriam específicas e divisíveis. Dito de outro 
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modo, se o serviço público (efetivamente ou potencialmente prestado) não puder 
ser específico e divisível, não poderá ser remunerado por meio de taxa. 
 Súmula Vinculante nº 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal (não 
afronta porque é específica e divisível). 
 As taxas (de polícia e de serviço) não poderão ter base de cálculo própria de 
impostos”. 
 Súmula Vinculante nº 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de 
um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde 
que não haja integral identidade entre uma base e outra. É inconstitucional a instituição e cobrança de taxa de combate e prevenção de 
incêndios pelos Municípios, pois a prevenção e o combate a incêndios (i) se fazem 
mediante a atuação da polícia retratada no Corpo de Bombeiros, sendo atividade 
essencial do Estado e, por isso, (ii) remunerada por meio de impostos. 
 Súmula 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque 
estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada 
à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. 
 Contribuição de melhoria: a Constituição Federal prescreve que a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios podem instituir contribuição de melhoria, 
decorrente de obras públicas. 
 O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de 
obra pública. 
 A cobrança da Contribuição de Melhoria possui dois limites: (i) um limite geral, que 
corresponde ao valor total da obra, e que deve ser dividido pelos imóveis 
beneficiados, tendo como (ii) limite individual o acréscimo particular da valorização 
imobiliária de cada unidade. 
 A cobrança da contribuição de melhoria só poderá ocorrer após a finalização da obra, 
e não antes ou no seu decorrer. 
 Empréstimo compulsório: a União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios (i) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes 
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e/ou (ii) no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à 
despesa que fundamentou sua instituição. 
 Desse tributo é extremamente importante “gravar” as seguintes características: (i) 
competência privativa da União; (ii) pressupostos (para atender a despesas 
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou de guerra externa ou sua 
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iminência, ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional; (iii) quanto ao veículo introdutor de norma, de forma excepcional 
(exceção à regra geral de que os tributos são instituídos por Lei Ordinária ou Lei em 
Sentido Estrito) exige-se Lei Complementar para a instituição do Empréstimo 
Compulsório; (iv) como a hipótese de incidência (verbo + complemento) do 
Empréstimo Compulsórios não consta da Constituição Federal, é preciso que a Lei 
Complementar instituidora do tributo o faça. 
 Contribuições em geral: as contribuições são tributos “carimbados”, pois já se sabe, 
no ato de sua instituição, qual despesa estatal irá custear (são, portanto, tributos 
destinados). 
 Existem 3 diferentes figuras tributárias rotuladas como “contribuições”: i) 
contribuições sociais; ii) contribuições de intervenção no domínio econômico; e iii) 
contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. 
 As contribuições sociais são caracterizadas por serem destinadas a financiar a 
atuação do Estado na Ordem Social. 
 Além da União, os Estados, Distrito Federal e Município poderão cobrar contribuição 
previdenciária dos seus servidores estatutários (isto é, que ingressaram no cargo por 
meio de concurso público), para o regime previdenciário próprio. 
 Quanto aos funcionários públicos Estaduais, Distritais e Municipais não estatutários 
(comissionados “puros”, não concursados, lotados em cargos de livre provimento e 
exoneração), continuam sendo contribuinte do INSS (regime geral) quanto à 
contribuição previdenciária. 
 Quanto às Contribuições para a Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), tratam-se 
de tributos que só podem destinar-se a instrumentar a atuação da União no domínio 
econômico, financiando os custos e encargos pertinentes. 
 Quanto às contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas, são 
tributos destinados ao custeio das atividades de instituições fiscalizadoras e 
representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções 
legalmente reputadas como de interesse público, como sindicatos, órgãos de classe 
(CRM, CREA, CRO, SESI, SENAI, SESC etc.). 
 Sobre a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP ou COSIP), 
destina-se a custear o serviço de iluminação pública, isto é, os gastos dos Municípios 
e do Distrito Federal (a quem foram dadas as competências) com a iluminação das 
ruas, praças, monumentos públicos etc. 
 O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, posto não 
ser específico e divisível. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pessoal! Chegamos ao final da nossa primeira aula! 
Rodrigo Martins
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D) rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a imposto que 
incide apenas indiretamente sobre seus bens e serviços. 
Comentários: 
Ante todo o exposto, a única alternativa correta é a “d”. 
9.8 – IMUNIDADES E OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 
A imunidade tributária se restringe tão somente à obrigação tributária principal, ou 
seja, à obrigação patrimonial de dar dinheiro ao Estado a título de tributo, ou também 
alcança os deveres instrumentais (obrigações acessórias) a ela concernentes? 
De acordo com Roque Antonio Carrazza12: 
(...) as imunidades não dispensam o cumprimento dos deveres instrumentais dependentes da 
obrigação principal (imune), ou dela consequentes. 
Portanto, a imunidade tributária não impede a instituição e exigência de deveres 
instrumentais ou obrigações acessórias. 
As obrigações principais e as obrigações acessórias serão estudadas no tópico 
seguinte, de modo que a questão ora tratada ficará mais clara. 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre (i) suspensão 
ou exclusão do crédito tributário; (ii) outorga de isenção; e (iii) dispensa do 
cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 Essa “regra” dispondo sobre interpretação literal não pode sobrepor-se “aos 
princípios” de Direito tributário, dentre os quais o da isonomia, que será visto 
adiante. 
 A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da 
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto (i) à capitulação 
legal do fato; (ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou 
extensão dos seus efeitos; (iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e (iv) à 
natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a 
legislação tributária utilizará sucessivamente, (i) a analogia; (ii) os princípios gerais 
de direito tributário; (iii) os princípios gerais de direito público; e (iv) equidade. 
 O uso da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
 
12 Curso de Direito Constitucional Tributário. 22ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2006. pp. 811-812. 
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 As competências são privativas ou exclusivas: cada pessoa política recebeu a sua e 
pode exercê-la nos limites estabelecidos pela CF/88, não podendo invadir 
competência alheia. 
 As competências são indelegáveis, com exceção da capacidade tributária ativa 
(poder para figurar no polo ativo de uma relação jurídico-tributária), que pode ser 
delegadapor meio de lei do ente de detém a competência. 
 O exercício das competências é facultativo, de modo que as pessoas políticas não 
estão obrigadas a instituir os tributos de sua competência. 
 As competências são incaducáveis: o não exercício por um período de tempo não 
implica na perda do direito. 
 As competências são inampliáveis por decisão unilateral da própria pessoa política 
tributante: conforme já mencionado acima, cada pessoa política recebeu a sua e 
pode exercê-la nos limites estabelecidos pela CF/88, não podendo invadir 
competência alheia mediante ampliação unilateral da sua própria. 
 As competências são irrenunciáveis: como foi dada pela CF/88, não e dado à pessoa 
política dela abrir mão. 
 O exercício irregular das competências tributárias pode configurar bitributação ou bis 
in idem, que são vedadas pelo sistema jurídico tributário, salvo na instituição do 
Imposto Extraordinário de Guerra, quando são admitidas. 
PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
 Princípio da estrita legalidade: os tributos só podem ser instituídos ou majorados por 
meio de lei, sendo que não constitui majoração a mera atualização do valor 
monetário, mediante a aplicação de índices oficiais de correção monetária. 
 Há exceções ao princípio da legalidade quanto à majoração de determinados 
tributos, quais sejam, o II, IE, IPI e IOF. 
 Princípio da legalidade tributária e lei complementar: em regra os tributos são 
instituídos por meio de lei ordinária, mas, excepcionalmente, por imposição da 
própria CF/88, o empréstimo compulsório (art. 148 da CF), o Imposto sobre grandes 
fortunas (art. 153, VII, da CF), Imposto residual (art. 154, I, da CF) e novas 
contribuições sociais (art. 195, § 4º, da CF) só podem ser instituídos por meio de Lei 
Complementar da União. 
 Princípio da legalidade tributária e medida provisória: com exceção dos tributos que 
devem necessariamente ser instituídos por meio de Lei Complementar, admite-se a 
instituição de tributos por Medida Provisória, não sendo isso uma afronta ao 
Princípio da Legalidade Tributária. 
 Princípio da anterioridade anual ou de exercício: lei que institui ou majora tributos só 
pode surtir efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos no ano seguinte à de 
sua publicação. Princípio da anterioridade nonagesimal (ou da noventena): sem 
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prejuízo da anterioridade anual, deve-se respeitar, ainda, um prazo mínimo de 90 
dias entre a publicação da lei e o início de sua eficácia. 
 Exceções aos princípios da anterioridade de exercício (ou anual): empréstimos 
compulsórios, II, IE, IPI, IOF, impostos extraordinários de guerra, contribuições para a 
Seguridade Social, alíquotas do ICMS sobre combustíveis e lubrificantes, alíquotas da 
contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de 
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível e a alteração da data de vencimento do tributo. 
 Exceções aos Princípios da Anterioridade Nonagesimal (ou Noventena): empréstimos 
compulsórios, II, IE, IR, IOF, impostos extraordinários de guerra, fixação da base de 
cálculo do IPVA, fixação da base de cálculo do IPTU e a simples alteração da data de 
vencimento do tributo. 
 Princípio da irretroatividade: a lei tributária só pode alcançar fatos geradores 
ocorridos posteriormente ao início de sua vigência, com exceção da lei mais benigna, 
que pode retroagir relativamente às sanções tributárias, desde que o ato não esteja 
definitivamente julgado. 
 Princípio da igualdade (ou da isonomia). 
 Princípio da capacidade contributiva. 
 Princípio da uniformidade geográfica dos tributos. 
 Princípio da não diferenciação em razão da procedência ou destino de bens ou 
serviços. 
 Princípio da vedação ao confisco: é aplicável às multas tributárias (não só aos 
tributos), e o limite do valor da multa é de até 100% da obrigação principal, patamar 
a partir do qual constitui afronta ao referido princípio. 
 Princípio da não limitação de tráfego: exceção ao pedágio. 
 Princípio da transparência dos impostos. 
 Princípio da proibição de tratamento mais oneroso para os entes da federação. 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 Imunidade recíproca: as pessoas políticas não podem cobrar impostos umas das 
outras, sendo que essa imunidade se estende às autarquias, fundações e às 
empresas públicas e sociedade de economia mista prestadoras de serviço público em 
sentido estrito (como a ECT). 
 Não há imunidade para o promitente comprador de imóvel. 
 Imunidade dos templos de qualquer culto: a imunidade é da pessoa jurídica, 
alcançando todos os seus bens, serviços e rendas, desde que destinados à execução 
das suas finalidades essências. Imóvel pertencente à pessoa jurídica religiosa que for 
locado permanece imune ao IPTU, desde que o valor dos aluguéis seja revertido às 
finalidades essenciais da entidade. 
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 Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de 
educação ou de assistência social, sem fins lucrativos: a imunidade é só para o 
sindicato dos trabalhadores, não se estendendo ao patronal. São imunidades 
condicionadas, pois devem ser observados os requisitos do artigo 14 do CTN. Não ter 
fins lucrativos não significa que não pode ter lucro. O que não pode é distribuir lucro. 
Desde que o lucro seja revertido para os fins da entidade, a imunidade fica garantida. 
Imóvel pertencente a qualquer uma dessas pessoas e que for locado permanece 
imune ao IPTU, desde que o valor dos aluguéis seja revertido às finalidades 
essenciais da entidade. 
 Imunidade do livro, jornal e periódico e do papel destinado à sua impressão: alcança 
álbum de figurinhas, revistas eróticas, papel filme e livros eletrônicos. 
 Imunidade dos fonogramas e videofonogramas musicais. 
 Imunidades e espécies tributárias: as imunidades do art. 150, inciso VI, da CF/88 só 
alcançam os impostos, mas há imunidade de taxas e contribuições sociais na CF/88. 
 A imunidade recíproca não afasta a incidência dos impostos indiretos quando o ente 
imune está na condição de contribuinte de fato 
 Imunidades e obrigações acessórias: as imunidades não alcançam as obrigações 
acessórias ou deveres instrumentais, mas somente as obrigações principais. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pessoal, chegamos ao final desta aula! 
Na próxima (aula 02) veremos os seguintes temas: 
 Obrigação e crédito tributário; 
 Sujeição ativa tributária; 
 Sujeição passiva e responsabilidade tributária; e 
 Domicílio tributário. 
Um forte abraço e bons estudos a todos! 
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III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade 
tributante. 
Importa lembrar que as pessoas políticas não são imunes a todos os tributos (por 
exemplo, as imunidades do art. 150 da CF/88 não são extensivas às taxas) e que, mesmo 
quando imunes, têm o dever de cumprir as obrigações tributárias acessórias. 
Por isso a importância na fixação de seus domicílios tributários. 
Vamos conferir uma questão do Exame de Ordem: 
(XXIV EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV) Considere que Luís é um andarilho 
civilmente capaz que não elegeu nenhum lugar como seu domicílio tributário, não tem 
domicílio civil, nem residênciafixa, e não desempenha habitualmente atividades em 
endereço certo. A partir da hipótese apresentada, de acordo com o Código Tributário 
Nacional e no silêncio de legislação específica, assinale a afirmativa correta. 
A) Luís nunca terá domicílio tributário. 
B) O domicílio tributário de Luís será o lugar da situação de seus bens ou da ocorrência 
do fato gerador. 
C) O domicílio tributário de Luís será, necessariamente, a sede da entidade tributante. 
D) O domicílio tributário de Luís será a residência de seus parentes mais próximos ou o 
lugar da situação dos bens de Luís. 
Comentários: 
Como Luís não tem domicílio e como não elegeu domicílio tributário, considerar-se-á 
este como o local da situação de seus bens. Portanto, correta a alternativa “b”. 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
✓ A obrigação tributária é principal ou acessória; 
✓ A obrigação tributária principal corresponde à obrigação de dar (é patrimonial); 
✓ A obrigação acessória corresponde a uma obrigação de fazer, não fazer ou de tolerar 
(fiscalização) no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (não-
patrimonial); 
✓ As isenções e imunidades não alcançam as obrigações acessórias; 
✓ A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária; 
✓ De acordo com o princípio do non olet (não tem cheiro) ou princípio do pucunia non 
olet (dinheiro não tem cheiro) ou princípio da interpretação objetiva do fato gerador, 
a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica 
dos atos efetivamente praticados, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos; 
 
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
✓ Crédito tributário é a “formalização” da obrigação tributária; 
✓ As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, 
ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade 
não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem; 
✓ De acordo com o CTN, existem 3 (três) modalidades de lançamento: (i) o lançamento 
direito ou de ofício; (ii) o lançamento por declaração ou “misto”; e (iii) o lançamento 
por homologação ou “autolançamento”; 
✓ O STJ entende que o depósito judicial efetuado com o fim de obter a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inciso II, do CTN) constitui o crédito 
tributário, dispensando qualquer atuação do Fisco; 
✓ O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada; 
✓ Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, 
ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, 
para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros; 
 
SUJEIÇÃO ATIVA TRIBUTÁRIA 
✓ Sujeição ativa tributária corresponde ao poder para figurar no polo ativo da relação 
jurídico-tributária; 
✓ Não se confunde com a competência tributária, que é a aptidão que as pessoas 
políticas têm (dada pela Constituição Federal) para criar, in abstracto, por meio de 
lei, tributos; 
 
SUJEIÇÃO PASSIVA A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
✓ Sujeito passivo é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao cumprimento da obrigação 
tributária; 
✓ O sujeito passivo pode ser de obrigação principal ou acessória; 
✓ O sujeito passivo da obrigação principal pode ser o contribuinte, quando tenha 
relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; 
✓ Ou o sujeito passivo da obrigação principal pode ser o responsável, quando, sem 
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de 
lei; 
✓ Segundo a doutrina, a responsabilidade tributária pode ser (i) por substituição ou (ii) 
por transferência; 
✓ A responsabilidade tributária por substituição é uma técnica de arrecadação que leva 
à escolha de uma pessoa diversa daquela que realizou o fato gerador do tributo para 
cumprir a obrigação tributária (a obrigação já “nasce”, isto é, já é constituída na 
pessoa do substituto); 
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✓ Há 3 (três) diferentes espécies de responsabilidade tributária por substituição: (i) 
regressiva (ou para trás), (ii) progressiva (ou para frente) e (iii) a convencional (ou 
concomitante); 
✓ A responsabilidade por transferência, diferentemente, decorre de um fato novo 
(devidamente previsto em lei) que transfere a responsabilidade pelo débito a 
terceiro; 
✓ A transferência da sujeição passiva tributária pode ocorrer em razão de 
solidariedade; em razão da sucessão imobiliária; em razão da aquisição de bens 
móveis; em razão de partilha ou adjudicação; na fusão, transformação, incorporação 
e cisão de pessoa jurídica; na aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio; 
por atos ou omissões de terceiros; ou em razão de atos praticados pelo 
administrador de pessoa jurídica; 
✓ A responsabilidade tributária para o administrador da pessoa jurídica depende da 
prática de ato com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou 
estatutos; 
✓ O STJ sedimentou o entendimento de que a responsabilidade entre o administrador 
e a pessoa jurídica é solidária; 
✓ O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a 
responsabilidade solidária do administrador; 
✓ Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu 
domicílio sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o 
redirecionamento da execução fiscal para o administrador; 
✓ A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, 
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito 
da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do 
tributo dependa de apuração, desde que apresentada antes do início de qualquer 
procedimento de fiscalização; 
✓ O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo; 
✓ As convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, 
não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito 
passivo das obrigações tributárias correspondentes; 
✓ A capacidade tributária passiva, isto é, a possibilidade de figurar no polo passivo da 
relação jurídico-tributária independe da capacidade civil das pessoas naturais ou de 
achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta 
de seus bens ou negócios; 
 
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
✓ Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na 
forma da legislação aplicável, considera-se como tal, quanto às pessoas naturais, a 
sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de 
sua atividade, e quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas 
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individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem 
à obrigação, o de cada estabelecimento; 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pessoal! Chegamos ao final desta aula! 
Na próxima (aula 03) veremos osseguintes temas: 
✓ Suspensão da exigibilidade do crédito tributário; 
✓ Extinção do crédito tributário; 
✓ Exclusão do crédito tributário; 
✓ Garantias e privilégios do crédito tributário; e 
✓ Administração tributária 
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sendo certo que, para tal, terá que apresentar uma certidão demonstrando a 
inexistência de débitos fiscais com o governo federal. Ele informa que a sociedade foi 
autuada pelo não recolhimento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer 
Natureza (IR), e a defesa administrativa, apresentada no prazo, ainda não foi apreciada 
pelo órgão competente. Considerando apenas os dados apresentados, afirmar que a 
sociedade 
A) não poderá participar da licitação, pela existência de crédito tributário vencido e não 
pago. 
B) poderá participar da licitação, pois o crédito tributário está com a exigibilidade 
suspensa. 
C) poderá participar da licitação somente após a defesa administrativa ser analisada. 
D) somente poderá participar da licitação se depositar o valor do crédito tributário. 
Comentários: 
Da mesma forma, como a exigibilidade do crédito está suspensa por força da 
impugnação administrativa, a contribuinte tem direito à expedição da Certidão Positiva 
com Efeito de Negativa, o que lhe garante, por consequência, a participação na licitação. 
Está correta, assim, a alternativa “b”. 
Atenção: acaso o contribuinte possua débitos vencidos, em curso de cobrança 
executiva sem penhora ou cuja exigibilidade não esteja suspensa, sua certidão será 
emitida como “Certidão Positiva de Débitos”, ou “CPD”, o que vedará a prática de 
determinados atos. 
Assim, será negada a Certidão Negativa inclusive se os créditos tiverem sido 
constituídos pelo próprio contribuinte, por meio de “autolançamento” ou lançamento por 
homologação, e não pagos no prazo de seu vencimento. 
Nesse sentido, a importantíssima Súmula nº 446 do STJ: 
Súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição 
de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.” 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu 
montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras 
do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado 
de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial; VI – o parcelamento; 
 A suspensão da exigibilidade não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias; 
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 Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do 
crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo 
notificado do lançamento; 
 A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas 
condições que estabeleça; 
 Mesmo que houver uma das causas de suspensão indicadas nos incisos do art. 151 
antes da efetiva constituição do crédito tributário, o sujeito ativo poderá constituí-lo 
normalmente, com vistas a prevenir a decadência, porém, esse crédito já “nascerá” 
sem exigibilidade; 
 Moratória é a prorrogação legal do prazo para o voluntário cumprimento da 
obrigação, concedida pelo credor, sempre por meio de lei, ao devedor; 
 Por razões de isonomia, a lei concessiva de moratória pode circunscrever 
expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa 
jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de 
sujeitos passivos; 
 O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em 
dinheiro; 
 O depósito é uma faculdade do contribuinte, e não um dever; 
 Logo, ele deposita se quiser, com vistas à (i) suspenção da exigibilidade do crédito 
tributário, (ii) para cessar, assim, a fluência de juros, correção monetária e multas, (iii) 
e para impedir, ainda, por consequência, a prática de qualquer ato de cobrança por 
parte do credor (sujeito ativo) 
 Portanto, é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo; 
 Da mesma forma, também é inconstitucional a exigência de depósito prévio como 
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a 
exigibilidade de crédito tributário; 
 As reclamações e os recursos administrativos apresentados intempestivamente (fora 
do prazo legal) não irão suspender a exigibilidade do crédito tributário; 
 O parcelamento pode ser concedido somente e tão somente por meio de lei da 
entidade tributante; 
 Todas as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário alcançam 
somente as obrigações principais, e não as acessórias. 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; 
IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto 
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do 
disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim 
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entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação 
anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado; XI – a dação em pagamento em 
bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por 
medida liminar cautelar ou antecipatória; 
 Por isso, é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva 
decisão judicial; 
 A transação no direito tributário só é possível para extinguir conflitos, mas nunca para 
prevenir (ao contrário do direito privado); 
 No Direito Tributário é, remissão significa o perdão da dívida tributária devidamente 
constituída, que pode ser total ou parcial (todo o débito ou parte dele); 
 A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à 
situação econômica do sujeito passivo; II - à diminuta importância do crédito 
tributário; III - a condições peculiares a determinada região do território da entidade 
tributante. 
 Decadência é a perda do direito de constituir o crédito tributário; 
 De acordo com o inciso I do art. 173 do CTN (primeira regra), o prazo decadencial de 
5 (cinco) anos se inicia no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que 
o tributo poderia ter sido lançado; 
 De acordo com o disposto no inciso II do art. 173 do CTN (segunda regra), o prazo 
decadencial de 5 (cinco) anos tem início a partir da data em que se tornar definitiva a 
decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado; 
 E por fim, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 173 do CTN (terceira 
regra), o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário pelo lançamento 
decai no prazo de 5(cinco) anos, contados da data em que tenha sido iniciada a 
constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer 
medida preparatória indispensável ao lançamento; 
 Se a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorrer por força de liminar ou 
tutela antecipada antes de sua constituição, sem a existência de depósito do montante 
integral, o Estado-Fisco poderá constituir o crédito tributário, sob pena de transcorrer 
o prazo decadencial e operar-se a decadência (o crédito será inexigível desde a sua 
origem, pois já “nascerá” sem exigibilidade); 
 Acaso o contribuinte tenha efetuado o “autolançamento” parcial e mesmo que tenha 
feito o pagamento (parcial ou totalmente), a regra acerca do prazo decadencial será 
outra, qual seja, a do art. 150, § 4º, do CTN, contando-se 5 anos da data do fato 
gerador; 
 O prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário é de 5 anos, contados da 
data da sua constituição definitiva; 
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 A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui crédito 
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco; 
 A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a 
constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso 
do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e 
esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-
se o prazo prescricional para a cobrança judicial; 
 A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em 
execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua 
em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que 
importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
 Todas as hipóteses suspensivas da exigibilidade de crédito (art. 151 do CTN) tributário 
também suspendem o prazo prescricional; 
 O Juiz pode decidir de ofício ou a requerimento sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
 Prescrição intercorrente é aquela que ocorre em razão da inércia do credor em 
impulsionar a execução ou em razão da inexistência de bens do devedor que satisfação 
a obrigação; 
 Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um 
ano, findo o qual inicia-se o prazo de prescrição qüinqüenal intercorrente; 
 Acaso o redirecionamento da cobrança em face do administrador seja realizado no 
curso do processo de Execução Fiscal, isto é, se o nome dele não figurava na CDA e se 
será incluído por aplicação do artigo de lei e súmulas acima, deve ser obedecido – 
atenção – o prazo prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da citação da 
pessoa jurídica; 
 A conversão do valor do depósito realizado em favor da Fazenda Pública extingue o 
crédito tributário; 
 O pagamento antecipado feito pelo contribuinte extingue o crédito sob condição 
resolutória (art. 150, § 1º, do CTN), significando, assim, que o procedimento pode ser 
revisto pela Estado-Fisco, com vista à conferencia quanto à conformidade à lei; (ii) 
somente com a homologação, que pode ser expressa ou tácita, ocorrerá a extinção 
definitiva do crédito (art. 156, inciso VII, do CTN); 
 A mera propositura da Ação de Consignação em Pagamento não extingue o crédito 
tributário (o que extingue o crédito tributário –e efetivamente – é a conversão do valor 
depositado na Ação de Consignação em Pagamento em renda da Fazenda Pública); 
 Só se admite dação em pagamento no Direito Tributário pela entrega de um bem 
imóvel! Os bens móveis não são admitidos; 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Excluem o crédito tributário: I - a isenção; e- a anistia. 
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 Somente por meio de lei específica em sentido estrito do próprio ente que detém 
competência para o tributo é que podem ser concedidas a isenção ou a anistia; 
 Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre as hipóteses de 
exclusão do crédito tributário; 
 A lei que concede isenção dispensa do pagamento do tributo, gerando efeitos, assim, 
para o futuro (alcança fatos geradores posteriores ao início de sua vigência); 
 As isenções concedidas por lei podem ser suprimidas por meio de lei de mesma 
hierarquia que as determinou (são, pois, revogáveis); 
 Diferentemente, as isenções concedidas por prazo certo e em razão de determinadas 
condições não podem ser livremente revogadas para aqueles que dela estão se 
beneficiando (geram direito adquirido); 
 A lei que concede anistia opera efeitos em relação a infrações cometidas 
anteriormente ao início de sua vigência; 
 A exclusão do crédito tributário (isenção ou anistia) não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, 
ou dela conseqüente. 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Garantia do crédito tributário corresponde a um meio previsto em lei para assegurar 
o direito subjetivo do Estado ao recebimento de um tributo. 
 A garantia pode ser real (patrimônio próprio ou de terceiro), fidejussória (pessoal), ou 
de qualquer outra forma. 
 O patrimônio do devedor é a maior garantia do credor, razão pela qual o CTN 
prescreve que o patrimônio do devedor garante a dívida, com exceção unicamente 
dos bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis; 
 Portanto, são impenhoráveis aqueles bens previstos no art. 833 do CPC (com exceção 
do inciso I): e o bem de família, salvo se o crédito tributário for de impostos, taxas e 
contribuições devidas em função da propriedade imóvel familiar (art. 3º, IV): são o 
IPTU, o ITR, as taxas imobiliárias (de recolhimento de lixo etc.) e a contribuição de 
melhoria; 
 Outra forma pela qual o CTN garante o crédito tributário é pela presunção de fraude 
prevista no artigo 185 do CTN (presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de 
bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda 
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa); 
 A presunção de fraude é afastada se tiverem sido reservados, pelo devedor, bens ou 
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
 O CTN também traz a indisponibilidade de bens e direitos como uma das garantias do 
crédito tributário: na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar 
nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens 
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, 
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comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e 
entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao 
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do 
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a 
ordem judicial; 
 A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, 
pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica 
caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a 
expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou 
Detran. 
 Quantos às preferências, inexistindo falência, o crédito tributário prefere a qualquer 
outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvadosos 
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho; 
 Quando houver falência, a ordem de preferência será a seguinte: 1º) créditos 
extraconcursais; 2º) créditos trabalhistas e acidentários; 3º) importâncias passíveis de 
restituição e créditos com garantia real; 4º) créditos tributários; 5º) créditos com 
privilégio especial; 6º) créditos com privilégio geral; 7º) créditos quirografários; 8º) 
Multas (contratuais, penais e também as tributárias); 9º) créditos subordinados; 
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 O ordenamento jurídico – com supedâneo na Constituição Federal – garante o 
exercício da fiscalização tributária, desde que respeitados os direitos individuais e nos 
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
 Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, 
limitado o exame aos pontos objeto da investigação; 
 O contribuinte não pode ser furtar ou se negar à fiscalização (O que ele pode fazer é 
combater os efeitos da fiscalização acaso lhe sejam desfavoráveis); 
 As instituições responsáveis pela retenção e pelo recolhimento da contribuição 
prestarão à Secretaria da Receita Federal as informações necessárias à identificação 
dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações, nos termos, nas 
condições e nos prazos que vierem a ser estabelecidos pelo Ministro de Estado da 
Fazenda (não se trata de quebra de sigilo bancário, mas de transferência de 
informações sigilosas para fins de natureza eminentemente fiscal, pois a legislação em 
questão (LC nº 105/2001) garante a preservação da confidencialidade dos dados, pois 
ao mesmo tempo em que permite sejam prestadas informações bancárias do 
contribuinte à Receita Federal, veda o repasse dessas informações a terceiros 
estranhos ao próprio Estado, sob pena de responsabilização dos agentes que 
eventualmente pratiquem essa infração; 
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 Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente 
inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, 
para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular; 
 O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, 
indicará obrigatoriamente: I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-
responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de 
outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a 
origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que 
seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o número do processo 
administrativo de que se originar o crédito; VI – a indicação do livro e da folha da 
inscrição. 
 A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito 
de prova pré-constituída. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser 
ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. 
 A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles 
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela 
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, 
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou 
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. 
 Apesar de a Fazenda Pública poder substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a 
prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou 
formal, é vedada a modificação do sujeito passivo da execução; 
 No âmbito do Direito Tributário existem 3 (três) tipos de certidões: i) Certidão Negativa 
de Débitos - CND; ii) Certidão Positiva com Efeitos de Negativa – CPEND ou CPEN; e iii) 
Certidão Positiva de Débitos – CPD; 
 Diante da inexistência de débitos vencidos, o contribuinte terá direito à expedição de 
uma “Certidão Negativa de Débitos”, conhecida como “CND”, conforme art. 205 do 
CTN: 
 Contudo, o contribuinte terá direito à expedição de uma “Certidão Positiva com 
Efeitos de Negativa” quando i) constar a existência de créditos não vencidos; ii) 
quando o débito estiver em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada 
a penhora; ou iii) quando o débito estiver com sua exigibilidade suspensa por força de 
alguma das hipóteses previstas no art. 151 do CTN; 
 Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de 
expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pessoal! Chegamos ao final desta aula! 
Na próxima (aula 04) veremos os impostos e as principais contribuições federais em 
espécie. 
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A característica peculiar desse grupo de contribuições está na destinação à determinada 
atividade, exercitável por entidade estatal ou paraestatal, ou por entidade não estatal 
reconhecida pelo Estado como necessária ou útil à realização de uma função de interesse 
público. 
Entre essas contribuições estão, pois, aquelas devidas aos CREA, CRM etc., bem como 
as devidas ao sistema “S”: 
✓ Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial - SENAC - Decreto (Lei 
8.621/46); 
✓ Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial - SENAI (Lei 4.048/42); 
✓ Contribuição ao Serviço Social da Indústria - SESI (Lei 9.403/46); 
✓ Contribuição ao Serviço Social do Comércio - SESC (Lei 9.853/46); 
✓ Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo - SESCOOP (MP 1.715-2/98); e 
✓ Contribuição ao Serviço Social dos Transportes - SEST (Lei 8.706/93). 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
IMPOSTOS ORDINÁRIOS FEDERAIS 
✓ Os impostos ordinários da União estão descritos nos incisos do art. 153 da Constituição 
Federal e são: i - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, 
de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas 
a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; e VII - grandes 
fortunas, nos termos de lei complementar. 
✓ O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a 
entrada destes no território nacional. “Entrada” que caracteriza o fato gerador é 
aquela que ocorre com a finalidade de incorporar a mercadoria ou o bem à economia 
nacional (entrada jurídica, que ocorre no momento do registro da declaração de 
importação - DI); 
✓ As alíquotas do imposto de importação podem ser alteradas por Decreto, dentro dos 
limites legais, e esse imposto não se submete aos princípios da anterioridade anual e 
nonagesimal. 
✓ Quanto ao imposto sobre a exportação, seu fato gerador é a saída de produto do 
território nacional. Saída jurídica (considera-se ocorrido o fato gerador no momento 
da expedição da guia de exportação ou documento equivalente). 
✓ As alíquotas do imposto de exportação também podem ser alteradas por Decreto, 
dentro dos limites legais, e esse imposto também não se submete aos princípios da 
anterioridade anual e nonagesimal. 
✓ O imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou 
da combinação de ambos, ou de proventos de qualquer natureza, assim entendidos 
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
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✓ O imposto sobre a renda tem como fato gerador um acréscimo patrimonial. Assim, se 
não houve acréscimo patrimonial, não há fato gerador do imposto. Por isso, as verbas 
de natureza indenizatória porventura recebidas não podem ser tributadas pelo 
imposto sobre a renda. 
✓ O imposto sobre a renda submete-se aos princípios específicos da generalidade, da 
universalidade e da progressividade. 
✓ O imposto de renda não se submete ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou 
Noventena. 
✓ Quanto ao IPI, tem como fato gerador: I – o desembaraço aduaneiro daquele produto 
definido como industrializado, quando de procedência estrangeira; II – a saída desses 
produtos industrializados do estabelecimento do contribuinte; e III – a arrematação 
desses produtos industrializados, quando apreendidos e levados a leilão. 
✓ O IPI será seletivo em função da essencialidade do produto (Princípio da Seletividade, 
que é obrigatório para o IPI). 
✓ Assim como ocorre em relação aos impostos de importação e de exportação, a 
Constituição Federal permite ao Chefe do Poder Executivo da União aumentar ou 
diminuir o percentual da alíquota do IPI por meio de Decreto, desde que obedecidos 
os limites máximo e mínimo estipulados em lei. 
✓ O IPI também se submente ao Princípio da Não-cumulatividade, de modo que o 
montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o 
imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente 
aos produtos nele entrados. O saldo verificado, em determinado período, em favor do 
contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. 
✓ O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (imunidade 
tributária). 
✓ O impacto do IPI (isto é, sua carga) será reduzida sobre a aquisição de bens de capital 
pelo contribuinte do imposto. 
✓ Quanto à base de cálculo do IPI, no caso de mercadoria importada, será a mesma do 
imposto de importação, acrescido do próprio imposto de importação (o valor do II 
passa é somado na base de cálculo do IPI/Importação), das taxas exigidas para entrada 
do produto no País e ainda dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo 
importador ou dele exigíveis (esses outros valores também são somados na base de 
cálculo do IPI/Importação). 
✓ No caso de produtos industrializados nacionais, a base de cálculo do IPI é o valor da 
operação de que decorrer a saída destes do estabelecimento do contribuinte, ou, não 
tendo valor a operação, ou sendo omissos os documentos respectivos, a base de 
cálculo será o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista 
da praça do contribuinte. 
✓ Quantos às “anterioridades”, o IPI só se submete ao Princípio da Anterioridade 
Nonagesimal ou Noventa, mas não ao de Exercício. 
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✓ Quanto ao IOF, tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua 
efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o 
objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II - quanto às 
operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, 
ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em 
montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à 
disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão 
da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei 
aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. 
✓ O IOF não incide sobre saques efetuados em caderneta de poupança (essa incidência 
é considerada inconstitucional). 
✓ Da mesma forma como ocorre em relação aos impostos de importação, de exportação 
e sobre produtos industrializados, a Constituição Federal também permite ao Chefe 
do Poder Executivo da União aumentar ou diminuir o percentual da alíquota do IOF 
por meio de Decreto, desde que obedecidos os limites máximo e mínimo estipulados 
em lei. 
✓ O IOF também não se submete aos Princípios da Anterioridade de Exercício e da 
Anterioridade Nonagesimal. 
✓ No que tange ao ITR, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse 
de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do 
Município. 
✓ A jurisprudência tem decidido que o ITR não será devido acaso o imóvel seja invadido, 
destituindo o seu proprietário, assim, daqueles poderes inerentes à propriedade 
(direito de usar, gozar e dispor). 
✓ O ITR incide somente e tão somente sobre o imóvel por natureza (não incide sobre o 
imóvel por acessão física). 
✓ O imóvel localizado na área urbana do Município que seja utilizado na exploração 
extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, sofrerá a incidência do ITR, e 
não do IPTU. 
✓ Quanto à alíquota do ITR, a Constituição Federal prescreve, no inciso I do § 4º do art. 
153, que ela será progressiva, de modo a desestimular a manutenção de propriedades 
improdutivas (progressividade extrafiscal). 
✓ O ITR conta com uma imunidade específica: sobre pequenas glebas rurais, definidas 
em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. 
✓ O ITR pode ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma 
da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de 
renúncia fiscal, quando poderão ficar com 100% do produto da arrecadação, 
✓ Por fim, quanto ao imposto sobre grandes fortunas, deve ser instituído por meio de 
lei complementar, que disciplinará os requisitos à sua instituição. 
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS 
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✓ Compete à União instituir (I) contribuições sociais, (II) de intervenção no domínio 
econômico e (III) de interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
✓ Igualmente aos impostos, a hipótese de incidência das contribuições em geral é 
marcada pela não vinculação a uma atividade estatal específica. Porém, a diferença 
em relação aos impostos – atenção – é que o produto da arrecadação das 
contribuições possui uma destinação legal específica. 
✓ Quanto às contribuições sociais, são caracterizadas por terem o produto da 
arrecadação destinado a financiar a atuação do Estado na Ordem Social. 
✓ À instituição ou majoração das contribuições sociais aplica-se o Princípio da 
Anterioridade Nonagesimal (ou da Noventena), mas não se aplica o Princípio da 
Anterioridade de Exercício. 
✓ A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - Cofins incide sobre as 
receitas provenientes das operações de locação de bens móveis. 
✓ A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS é o faturamento. Por 
faturamento entende‐se a receita bruta da empresa, ou seja, a totalidade das receitas 
auferidas por ela através de sua operação mercantil e que passa a integrar seu 
patrimônio. Se determinado valor é recebido por um contribuinte (empresa ou 
equiparada), mas não integra o seu patrimônio, não pode ser considerado seu 
faturamento, e se não é faturamento seu, não pode compor a base de cálculo da 
contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, como o ICMS retido por uma empresa 
(substituta) de outra (substituída) em regime de substituição tributária. 
✓ O PIS/PASEP é um tributo não cumulativo, e as empresas podem considerar como 
insumo com direito a crédito tudo o que for essencial para o “exercício da sua 
atividade econômica”, e não somente o que for consumido no processo produtivo. 
✓Não incide PIS/COFINS na exportação (isenção). 
✓ À União foi dada competência residual para instituir novas contribuições destinadas a 
financiar a seguridade social, além daquela prevista no caput do artigo 195, mas, acaso 
a União queira exercitar essa competência residual, deverá fazê-lo por meio de Lei 
Complementar, assim como previsto, também, para o exercício da competência 
relativa ao imposto residual. 
✓ Quanto às contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE’s, são 
caracterizadas por terem o produto da arrecadação destinado a financiar a atuação do 
Estado na Ordem Econômica. 
✓ Quanto às contribuições no Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas, são 
tributos destinados ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e 
representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções 
legalmente reputadas como de interesse público. 
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Portanto, atenção: somente e tão somente os serviços de construção civil (obras 
e reformas) e de transporte coletivo de passageiros poderão ter isenções, 
reduções ou qualquer outro tipo de benefício legal concedido pela legislação do 
Município (ou do Distrito Federal) que resulte numa tributação real inferior a 
2%. Quanto aos demais serviços não excepcionados, não poderão, em hipótese 
alguma, serem tributados em percentual real abaixo de 2% a título de ISS. 
Assim, acaso os Municípios (e o Distrito Federal) queiram conceder benefícios fiscais a 
título de ISS, poderão fazê-lo (isenção autonômica) por meio de suas leis, mas deverão 
respeitar, contudo, as disposições da lei complementar acima transcritas. 
Conforme já destacado acima, isso objetiva coibir a “Guerra Fiscal” do ISS entre os 
Municípios. 
Pois bem. Os §§ 2º e 3º do mesmo art. 8º-A estipula uma sanção à fixação de alíquotas 
abaixo do mínimo legal permitido: 
LC 116/03: Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por 
cento). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) 
(...) 
§ 2o É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as disposições relativas à alíquota 
mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a tomador ou intermediário localizado em Município 
diverso daquele onde está localizado o prestador do serviço. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) 
§ 3o A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para o prestador do serviço, perante o Município ou o 
Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito à restituição do valor efetivamente pago 
do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei nula. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 157, de 2016) 
RESUMO DE FINAL DE AULA 
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO – ITCMD 
 Competência: dos Estados e do Distrito Federal. 
 Fato gerador: transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. 
 Função fiscal. 
 Não incide na meação ou a partilha de bens, salvo se houver desigualdade na partilha. 
 O imposto é devido, relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, ao Estado da 
situação do bem (onde localizado o bem), ou ao Distrito Federal. 
 Relativamente aos bens móveis, títulos e créditos, é devido ao Estado onde se 
processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito 
Federal. 
 A competência para a instituição do ITCMD será regulada por lei complementar se o 
doador tiver domicilio ou residência no exterior ou se o de cujus possuía bens, era 
residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (porém, essa 
lei complementar ainda não foi editada). 
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 No que tange ao aspecto temporal (em que momento se considera devido o imposto), 
considera-se ocorrido o fato gerador do ITBI no momento da transmissão da 
propriedade de quaisquer bens ou direitos em razão de morte ou doação. É nesses 
momentos que surge, portanto, a obrigação tributária. 
 Quanto ao aspecto temporal na transmissão por doação, vimos acima que o ITBI tem 
como fato gerador a transmissão da propriedade de quaisquer bens ou direitos em 
doação (além da causa mortis). 
 O ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo. 
 A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. 
 O ITCMD é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. 
 Por determinação constitucional, o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo 
Senado Federal (atualmente a alíquota máxima está fixada em 8%, nos termos da 
Resolução nº 9/92 do Senado Federal). 
 O ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. 
 O ITCMD pode ter alíquotas progressivas, em homenagem ao Princípio da Capacidade 
Contributiva. 
 Existe imunidade específica de ITCMD nas operações de transferência de imóveis 
desapropriados para fins de reforma agrária. 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO 
DE SERVIÇOS - ICMS 
 Competência: dos Estados e do Distrito Federal. 
 Fato gerador: operações relativas à (i) circulação de mercadorias e (ii) sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e (iii) de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. 
 Função fiscal. 
 Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para 
outro estabelecimento do mesmo contribuinte (circulação meramente física). 
 O fato gerador do ICMS/Mercadoria exige circulação jurídica da mercadoria, isto é, 
troca de titularidade. 
 O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. 
 O ICMS/Mercadoria também incide sobre bens importados do exterior. 
 Não incide ICMS sobre serviço feito para si mesmo (transporte de carga própria) ou 
quando o início e fim da prestação se dentro de um mesmo Município (intramunicipal, 
que é sujeito ao ISS). 
 Nas operações de importação, o ICMS cabe ao Estado do estabelecimento destinatário 
da mercadoria ou do serviço ou do domicílio do importador, mesmo que o bem haja 
ingressado no território nacional por Estado diverso do destinatário (ingressado por 
meio de porto ou aeroporto localizado em Estado diverso do destinatário). 
 No caso de importação, a base de cálculo será o valor da mercadoria ou bem 
importado, constante em documento de importação, convertido em moeda nacional 
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pela mesma taxa de câmbio utilizada para o cálculo do imposto de importação, e 
acrescida do IPI, do IOF, do próprio II e das demais despesas aduaneiras. 
 Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de 
cálculo do ICMS. 
 As alíquotas do ICMS “poderão” ser seletivas em função da essencialidade das 
mercadorias e serviços. 
 O ICMS é um imposto submetido à sistemática daquela substituição tributária prevista 
no art. 128 do CTN (que estudamos quando analisamos a sujeição passiva tributária e 
o IPI): substituição tributária para trás (ou regressiva), substituição para frente (ou 
progressiva) ou substituição tributária concomitante. 
 O ICMS também será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas anteriores. 
 É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota 
fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade

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