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71 71 C) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência do Distrito Federal e dos Municípios. D) inconstitucional, visto que somente lei complementar poderá instituir o referido tributo. Comentários: De acordo com o art. 149-A da CF/88, a CIP ou COSIP é da competência dos Municípios e do Distrito Federal, mostrando-se correta, assim, a alternativa “c”. Acaso decidam fazê-lo (Municípios e o Distrito Federal), deverão utilizar, como veículo normativo, a Lei Ordinária. Assim, em resumo, a Constituição faz a seguinte distribuição de competências para a instituição das contribuições em geral. RESUMO DE FINAL DE AULA ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO O Direito Financeiro é sistematizador de toda essa atividade financeira do Estado. Basicamente, há duas formas de o Estado conseguir recursos: através das chamadas receitas originárias ou através das chamadas receitas derivadas. As receitas originárias são auferidas com base na exploração do patrimônio do Estado. As receitas derivadas têm origem no patrimônio do particular e entram nos cofres públicos por meio de coação – lícita – ao indivíduo (dentre outras, os tributos são espécies de receitas derivadas, pois, efetivamente, constituem transferência lícita – posto que prevista em lei – de patrimônio de particular para o Estado sob a égide do regime jurídico de direito público). INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO O Direito Tributário é um ramo didaticamente autônomo do Direito Público que pode ser definido como a disciplina jurídica dos tributos, consistente no conjunto de princípios e regras reguladoras da criação, arrecadação e fiscalização das prestações de natureza tributária. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO Constituição Federal: é a mais importante fonte formal do Direito Tributário. De forma sintética, pode-se afirmar que a Constituição Federal (i) dá competências tributárias e, ao mesmo tempo, (ii) coloca limites ao exercício das competências dadas, por meio de princípios e imunidades. A Constituição Federal não cria tributos (esses são criados por meio de lei do ente que recebeu competência). Emenda Constitucional: há algumas normas constitucionais que, por determinação expressa do Constituinte Originário, não podem sofrer “supressão. São as denominadas cláusulas pétreas. Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 72 72 No que tange ao Direito Tributário, nos importam as cláusulas pétreas que visam tutelar (i) o Princípio Federativo e (ii) os Direitos e Garantias Individuais (do contribuinte), vertidos no texto constitucional na forma de Princípios e Imunidades tributárias. Lei Complementar: dentre todas as previsões constitucionais quanto à necessidade de Lei Complementar para disciplinar determinadas matérias, queremos destacar uma que é fundamental à compreensão do Sistema Tributário Nacional, que é aquela prevista no artigo 146, incisos I, II e III, alíneas “a” e “b”, da Constituição Federal. De acordo com esse dispositivo, compete à Lei Complementar: 1 - Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 2 - Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; e 3 - Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: definição de tributos e de suas espécies, fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes relativamente aos impostos discriminados na Constituição, obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência. O diploma normativo que cumpre todas essas funções previstas no artigo 146 da Constituição Federal é o CTN – Código Tributário Nacional. O CTN foi editado, na sua origem, isto é, no momento de sua criação, como Lei Ordinária Federal, isto é, o CTN não “nasceu”, formalmente, como Lei Complementar, contudo, foi recepcionado pela CF/88 com status de Lei Complementar, pois, a partir da ordem constitucional em vigor, passou a disciplinar matérias reservadas à Lei Complementar. Com a recepção do CTN com o status de Lei Complementar em sentido material, só se pode alterar ou incluir novos dispositivos no CTN por meio de uma Lei Complementar (pois um instrumento normativo só pode ser alterado por outro instrumento normativo da mesma espécie). Portanto, nem Lei Ordinária, nem decreto e tampouco a própria Constituição Federal podem alterar o CTN. Isso só pode ser feito, a partir de 1988, por uma Lei Complementar. De outro lado, as matérias indicadas no artigo 146 da Constituição Federal, alterando ou não o CTN, só podem ser disciplinadas por meio de Lei Complementar, de modo que qualquer lei que não complementar, acaso venha a regular essas matérias, deverá ser considerada inconstitucional. A ausência de Lei Complementar disciplinando a definição do fato gerador, da base de cálculo e do contribuinte de algum imposto, ou seja, a ausência daquela Lei Complementar referida no artigo 146 da Constituição Federal, não impede – e por isso não invalida, por vício de inconstitucionalidade – a instituição do tributo, pois a competência para instituir decorre diretamente da Constituição Federal, e não da Lei Complementar. Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 73 73 A reserva de Lei Complementar para a definição da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos discriminados na Constituição Federal (alínea “a” do inciso III do artigo 146) não se estende às taxas, às contribuições e ao empréstimo compulsório, na medida em que a Constituição se refere, de forma expressa, tão somente aos “impostos”. Os tributos são instituídos, em regra, por meio de lei ordinária (conforme veremos no item a seguir), contudo, alguns tributos são excepcionalmente instituídos por meio de Lei Complementar, quais sejam: Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF); Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, da CF); Imposto residual (art. 154, I, da CF); e novas contribuições sociais (art. 195, § 4º, da CF). Lei Ordinária: em regra, é por meio de lei que os tributos são instituídos ou majorados; que a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos são instituídas (não há infração nem punição sem prévia cominação legal); e que as hipóteses de exclusão do crédito tributário (isenção e anistia) são criadas. Excepcionalmente, alguns tributos devem ser necessariamente instituídos por meio de Lei Complementar, sob pena de inconstitucionalidade (vide acima). Medida Provisória: em regra, todas as matérias tributárias que podem ser disciplinadas por meio de Lei Ordinária (Lei em Sentido Estrito) podem ser disciplinadas, também, por Medida Provisória, inclusive e especialmente a instituição e aumento de impostos (sem esquecer, porém, das isenções, anistias, remissões, penalidades etc.). Não se admite Medida Provisória para disciplinar matérias para as quais o constituinte exige Lei Complementar. A Medida Provisória que implique instituição ou majoração de tributos, exceto os impostos previstos nos arts. 153, I (Imposto de Importação), II (Imposto de Exportação), IV (Imposto sobre Produtos Industrializados), V (Imposto sobre Operações Financeiras), e 154, II (Imposto Extraordinário de Guerra), só produza efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Quanto aos tributos excepcionados acima, a Medida Provisória que os instituir ou majorar surte efeitos de imediato. DEFINIÇÃO LEGAL DE TRIBUTO Há uma definição legal de tributo positivada no artigo 3º do Código Tributário Nacional: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moedaou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Todo e qualquer tributo deve – necessariamente – se enquadrar nessa definição. Acaso não se enquadre, não pode ser considerado um tributo (será algum outro tipo de exigência, de cobrança, mas não um tributo). Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 74 74 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS Existem 5 (cinco) espécies tributárias, quais sejam: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições em geral. Imposto: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O imposto possui, em regra, as seguintes características: (i) é um tributo não vinculado, cujo (ii) o produto da arrecadação não possui destinação específica e (iii) não está sujeito a posterior devolução (não é da sua natureza ser devolvido, ao contrário dos empréstimos compulsórios). Impostos Ordinários são aqueles cujas hipóteses de incidência constam expressamente no texto constitucional, de competência atribuída a cada uma das pessoas políticas: i) da União (IPI, IE, II, IR, IOF, ITR e IGF); ii) dos Estados (ITCMD, ICMS e IPVA); iii) dos Municípios (IPTU, ITBI e ISS); e do Distrito Federal (ITCMD, ICMS, IPVA, IPTU, ITBI e ISS). Além dos impostos ordinários previstos no artigo 153 da Constituição Federal, a União, e somente a União, ninguém mais que a União, poderá instituir esse imposto extraordinário de guerra (IEG), que tem as seguintes características: (i) competência privativa da União (significa que Estados, Distrito Federal e Municípios não podem – absolutamente, em nenhuma hipótese, instituí-lo); (ii) pressupostos: (em caso de iminência ou ocorrência de guerra externa; (iii) pela excepcionalidade da situação (guerra), o imposto extraordinário poderá ter como hipótese de incidência (verbo + complemento) um imposto já compreendido da competência tributária da União (significa que a União pode reproduzir, no novo imposto extraordinário de guerra, por exemplo, qualquer um daqueles verbos + complementos já indicados no artigo 153 da Constituição Federal, ou seja, poderá cobrar dois Impostos de Rendas, mas um deles será considerado imposto extraordinário de guerra, ou poderá “usar” um daqueles verbos + complementos atribuídos aos Estados ou aos Municípios nos artigos 155 e 156 da Constituição Federal, ou seja, poderá cobrar um IPVA junto com os Estados, mas um deles, esse cobrado pela União, será considerado um imposto extraordinário de guerra; (iv) o veículo introdutor de normas no caso da instituição ou aumento do imposto extraordinário de guerra é, em regra, a Lei Ordinária ou Lei em Sentido Estrito (em obediência ao Princípio da Legalidade, do qual nos ocuparemos adiante, quando estudarmos Princípios do Direito Tributário), com as ponderações que já fizemos em relação às Medidas Provisórias, quando estudamos as Fontes do Direito Tributário (se for o caso, revisite o tema). Além da competência para instituir os seus impostos ordinários e o imposto extraordinário de guerra, à União também foi dada competência para instituir impostos residuais. Desse imposto é extremamente importante “gravar”, por sua vez, as seguintes características: (i) competência: privativa da União; (ii) limitações: por ser uma competência residual, o constituinte impôs algumas limitações ao seu exercício, que são: não podem ser cumulativos (trata-se da característica da não cumulatividade tributária, que será estudada com mais detalhamento adiante), e Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 75 75 não pode ter fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados na Constituição Federal, sendo-lhe vedado, assim, utilizar as hipóteses de incidência já previstas na Constituição Federal; (iii) quanto ao veículo introdutor de norma, de forma excepcional (exceção à regra geral de que os tributos são instituídos por Lei Ordinária ou Lei em Sentido Estrito) exige-se Lei Complementar para a instituição do imposto residual. Taxa: a União, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Taxa de polícia: considera-se poder de polícia sujeita à cobrança de taxa a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Para o STF, é necessária a fiscalização efetiva para a cobrança da taxa pelo exercício do poder de polícia. Contido, de acordo com a Suprema Corte, a efetividade da fiscalização já fica caracterizada pela existência do órgão competente na estrutura do ente federativo que tenha como função o exercício do poder de polícia. Basta que órgão exista “pronto” para fiscalizar. Não é necessária a vistoria ou fiscalização “porta a porta”. Taxa de Serviço: cobrada em razão da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Para que possa ser juridicamente possível a cobrança da taxa, o serviço público deve ser: (i) efetivamente utilizado ou de fruição efetiva (sem demandar maiores explicações, serviço público efetivamente utilizado é aquele fruído por quem dele se beneficiou. Portanto, quando efetivamente prestado o serviço público, poderá haver a incidência de taxa); (ii) potencialmente utilizado ou de utilização potencial (significa que o “pagamento” é compulsório, usando ou não usando o serviço, pois ele – o serviço – foi colocado à disposição de pessoas determinadas ou determináveis, que dele estão tirando algum proveito, nem que seja meramente econômico); (iii) específico (serviço específico é aquele que permite identificar “qual” é e o “quanto” a essa pessoa beneficiada pode dele usufruiu em comparação com outras); (iv) divisíveis (é aquele cujo beneficiário pode ser identificado previamente, a quem o Estado, com o serviço, prestou uma utilidade). Seriam inconstitucionais, assim, por exemplo, uma “taxa de segurança pública”, ou uma “taxa de saúde pública”, pois não seriam específicas e divisíveis. Dito de outro Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 76 76 modo, se o serviço público (efetivamente ou potencialmente prestado) não puder ser específico e divisível, não poderá ser remunerado por meio de taxa. Súmula Vinculante nº 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal (não afronta porque é específica e divisível). As taxas (de polícia e de serviço) não poderão ter base de cálculo própria de impostos”. Súmula Vinculante nº 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. É inconstitucional a instituição e cobrança de taxa de combate e prevenção de incêndios pelos Municípios, pois a prevenção e o combate a incêndios (i) se fazem mediante a atuação da polícia retratada no Corpo de Bombeiros, sendo atividade essencial do Estado e, por isso, (ii) remunerada por meio de impostos. Súmula 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. Contribuição de melhoria: a Constituição Federal prescreve que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. A cobrança da Contribuição de Melhoria possui dois limites: (i) um limite geral, que corresponde ao valor total da obra, e que deve ser dividido pelos imóveis beneficiados, tendo como (ii) limite individual o acréscimo particular da valorização imobiliária de cada unidade. A cobrança da contribuição de melhoria só poderá ocorrer após a finalização da obra, e não antes ou no seu decorrer. Empréstimo compulsório: a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios (i) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e/ou (ii) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Desse tributo é extremamente importante “gravar” as seguintes características: (i) competência privativa da União; (ii) pressupostos (para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou de guerra externa ou sua Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 77 77 iminência, ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional; (iii) quanto ao veículo introdutor de norma, de forma excepcional (exceção à regra geral de que os tributos são instituídos por Lei Ordinária ou Lei em Sentido Estrito) exige-se Lei Complementar para a instituição do Empréstimo Compulsório; (iv) como a hipótese de incidência (verbo + complemento) do Empréstimo Compulsórios não consta da Constituição Federal, é preciso que a Lei Complementar instituidora do tributo o faça. Contribuições em geral: as contribuições são tributos “carimbados”, pois já se sabe, no ato de sua instituição, qual despesa estatal irá custear (são, portanto, tributos destinados). Existem 3 diferentes figuras tributárias rotuladas como “contribuições”: i) contribuições sociais; ii) contribuições de intervenção no domínio econômico; e iii) contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. As contribuições sociais são caracterizadas por serem destinadas a financiar a atuação do Estado na Ordem Social. Além da União, os Estados, Distrito Federal e Município poderão cobrar contribuição previdenciária dos seus servidores estatutários (isto é, que ingressaram no cargo por meio de concurso público), para o regime previdenciário próprio. Quanto aos funcionários públicos Estaduais, Distritais e Municipais não estatutários (comissionados “puros”, não concursados, lotados em cargos de livre provimento e exoneração), continuam sendo contribuinte do INSS (regime geral) quanto à contribuição previdenciária. Quanto às Contribuições para a Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), tratam-se de tributos que só podem destinar-se a instrumentar a atuação da União no domínio econômico, financiando os custos e encargos pertinentes. Quanto às contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas, são tributos destinados ao custeio das atividades de instituições fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções legalmente reputadas como de interesse público, como sindicatos, órgãos de classe (CRM, CREA, CRO, SESI, SENAI, SESC etc.). Sobre a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP ou COSIP), destina-se a custear o serviço de iluminação pública, isto é, os gastos dos Municípios e do Distrito Federal (a quem foram dadas as competências) com a iluminação das ruas, praças, monumentos públicos etc. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, posto não ser específico e divisível. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pessoal! Chegamos ao final da nossa primeira aula! Rodrigo Martins Aula 00 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 81 81 D) rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a imposto que incide apenas indiretamente sobre seus bens e serviços. Comentários: Ante todo o exposto, a única alternativa correta é a “d”. 9.8 – IMUNIDADES E OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS A imunidade tributária se restringe tão somente à obrigação tributária principal, ou seja, à obrigação patrimonial de dar dinheiro ao Estado a título de tributo, ou também alcança os deveres instrumentais (obrigações acessórias) a ela concernentes? De acordo com Roque Antonio Carrazza12: (...) as imunidades não dispensam o cumprimento dos deveres instrumentais dependentes da obrigação principal (imune), ou dela consequentes. Portanto, a imunidade tributária não impede a instituição e exigência de deveres instrumentais ou obrigações acessórias. As obrigações principais e as obrigações acessórias serão estudadas no tópico seguinte, de modo que a questão ora tratada ficará mais clara. RESUMO DE FINAL DE AULA VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre (i) suspensão ou exclusão do crédito tributário; (ii) outorga de isenção; e (iii) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Essa “regra” dispondo sobre interpretação literal não pode sobrepor-se “aos princípios” de Direito tributário, dentre os quais o da isonomia, que será visto adiante. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto (i) à capitulação legal do fato; (ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; (iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e (iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, (i) a analogia; (ii) os princípios gerais de direito tributário; (iii) os princípios gerais de direito público; e (iv) equidade. O uso da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 12 Curso de Direito Constitucional Tributário. 22ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2006. pp. 811-812. Rodrigo Martins Aula 01 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 82 82 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA As competências são privativas ou exclusivas: cada pessoa política recebeu a sua e pode exercê-la nos limites estabelecidos pela CF/88, não podendo invadir competência alheia. As competências são indelegáveis, com exceção da capacidade tributária ativa (poder para figurar no polo ativo de uma relação jurídico-tributária), que pode ser delegadapor meio de lei do ente de detém a competência. O exercício das competências é facultativo, de modo que as pessoas políticas não estão obrigadas a instituir os tributos de sua competência. As competências são incaducáveis: o não exercício por um período de tempo não implica na perda do direito. As competências são inampliáveis por decisão unilateral da própria pessoa política tributante: conforme já mencionado acima, cada pessoa política recebeu a sua e pode exercê-la nos limites estabelecidos pela CF/88, não podendo invadir competência alheia mediante ampliação unilateral da sua própria. As competências são irrenunciáveis: como foi dada pela CF/88, não e dado à pessoa política dela abrir mão. O exercício irregular das competências tributárias pode configurar bitributação ou bis in idem, que são vedadas pelo sistema jurídico tributário, salvo na instituição do Imposto Extraordinário de Guerra, quando são admitidas. PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Princípio da estrita legalidade: os tributos só podem ser instituídos ou majorados por meio de lei, sendo que não constitui majoração a mera atualização do valor monetário, mediante a aplicação de índices oficiais de correção monetária. Há exceções ao princípio da legalidade quanto à majoração de determinados tributos, quais sejam, o II, IE, IPI e IOF. Princípio da legalidade tributária e lei complementar: em regra os tributos são instituídos por meio de lei ordinária, mas, excepcionalmente, por imposição da própria CF/88, o empréstimo compulsório (art. 148 da CF), o Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, da CF), Imposto residual (art. 154, I, da CF) e novas contribuições sociais (art. 195, § 4º, da CF) só podem ser instituídos por meio de Lei Complementar da União. Princípio da legalidade tributária e medida provisória: com exceção dos tributos que devem necessariamente ser instituídos por meio de Lei Complementar, admite-se a instituição de tributos por Medida Provisória, não sendo isso uma afronta ao Princípio da Legalidade Tributária. Princípio da anterioridade anual ou de exercício: lei que institui ou majora tributos só pode surtir efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos no ano seguinte à de sua publicação. Princípio da anterioridade nonagesimal (ou da noventena): sem Rodrigo Martins Aula 01 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 83 83 prejuízo da anterioridade anual, deve-se respeitar, ainda, um prazo mínimo de 90 dias entre a publicação da lei e o início de sua eficácia. Exceções aos princípios da anterioridade de exercício (ou anual): empréstimos compulsórios, II, IE, IPI, IOF, impostos extraordinários de guerra, contribuições para a Seguridade Social, alíquotas do ICMS sobre combustíveis e lubrificantes, alíquotas da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível e a alteração da data de vencimento do tributo. Exceções aos Princípios da Anterioridade Nonagesimal (ou Noventena): empréstimos compulsórios, II, IE, IR, IOF, impostos extraordinários de guerra, fixação da base de cálculo do IPVA, fixação da base de cálculo do IPTU e a simples alteração da data de vencimento do tributo. Princípio da irretroatividade: a lei tributária só pode alcançar fatos geradores ocorridos posteriormente ao início de sua vigência, com exceção da lei mais benigna, que pode retroagir relativamente às sanções tributárias, desde que o ato não esteja definitivamente julgado. Princípio da igualdade (ou da isonomia). Princípio da capacidade contributiva. Princípio da uniformidade geográfica dos tributos. Princípio da não diferenciação em razão da procedência ou destino de bens ou serviços. Princípio da vedação ao confisco: é aplicável às multas tributárias (não só aos tributos), e o limite do valor da multa é de até 100% da obrigação principal, patamar a partir do qual constitui afronta ao referido princípio. Princípio da não limitação de tráfego: exceção ao pedágio. Princípio da transparência dos impostos. Princípio da proibição de tratamento mais oneroso para os entes da federação. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Imunidade recíproca: as pessoas políticas não podem cobrar impostos umas das outras, sendo que essa imunidade se estende às autarquias, fundações e às empresas públicas e sociedade de economia mista prestadoras de serviço público em sentido estrito (como a ECT). Não há imunidade para o promitente comprador de imóvel. Imunidade dos templos de qualquer culto: a imunidade é da pessoa jurídica, alcançando todos os seus bens, serviços e rendas, desde que destinados à execução das suas finalidades essências. Imóvel pertencente à pessoa jurídica religiosa que for locado permanece imune ao IPTU, desde que o valor dos aluguéis seja revertido às finalidades essenciais da entidade. Rodrigo Martins Aula 01 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 84 84 Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação ou de assistência social, sem fins lucrativos: a imunidade é só para o sindicato dos trabalhadores, não se estendendo ao patronal. São imunidades condicionadas, pois devem ser observados os requisitos do artigo 14 do CTN. Não ter fins lucrativos não significa que não pode ter lucro. O que não pode é distribuir lucro. Desde que o lucro seja revertido para os fins da entidade, a imunidade fica garantida. Imóvel pertencente a qualquer uma dessas pessoas e que for locado permanece imune ao IPTU, desde que o valor dos aluguéis seja revertido às finalidades essenciais da entidade. Imunidade do livro, jornal e periódico e do papel destinado à sua impressão: alcança álbum de figurinhas, revistas eróticas, papel filme e livros eletrônicos. Imunidade dos fonogramas e videofonogramas musicais. Imunidades e espécies tributárias: as imunidades do art. 150, inciso VI, da CF/88 só alcançam os impostos, mas há imunidade de taxas e contribuições sociais na CF/88. A imunidade recíproca não afasta a incidência dos impostos indiretos quando o ente imune está na condição de contribuinte de fato Imunidades e obrigações acessórias: as imunidades não alcançam as obrigações acessórias ou deveres instrumentais, mas somente as obrigações principais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pessoal, chegamos ao final desta aula! Na próxima (aula 02) veremos os seguintes temas: Obrigação e crédito tributário; Sujeição ativa tributária; Sujeição passiva e responsabilidade tributária; e Domicílio tributário. Um forte abraço e bons estudos a todos! Prof. Rodrigo Martins rodrigodireitotributario@gmail.com @professorrodrigomartins Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Rodrigo Martins Aula 01 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 72 72 III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. Importa lembrar que as pessoas políticas não são imunes a todos os tributos (por exemplo, as imunidades do art. 150 da CF/88 não são extensivas às taxas) e que, mesmo quando imunes, têm o dever de cumprir as obrigações tributárias acessórias. Por isso a importância na fixação de seus domicílios tributários. Vamos conferir uma questão do Exame de Ordem: (XXIV EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV) Considere que Luís é um andarilho civilmente capaz que não elegeu nenhum lugar como seu domicílio tributário, não tem domicílio civil, nem residênciafixa, e não desempenha habitualmente atividades em endereço certo. A partir da hipótese apresentada, de acordo com o Código Tributário Nacional e no silêncio de legislação específica, assinale a afirmativa correta. A) Luís nunca terá domicílio tributário. B) O domicílio tributário de Luís será o lugar da situação de seus bens ou da ocorrência do fato gerador. C) O domicílio tributário de Luís será, necessariamente, a sede da entidade tributante. D) O domicílio tributário de Luís será a residência de seus parentes mais próximos ou o lugar da situação dos bens de Luís. Comentários: Como Luís não tem domicílio e como não elegeu domicílio tributário, considerar-se-á este como o local da situação de seus bens. Portanto, correta a alternativa “b”. RESUMO DE FINAL DE AULA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ✓ A obrigação tributária é principal ou acessória; ✓ A obrigação tributária principal corresponde à obrigação de dar (é patrimonial); ✓ A obrigação acessória corresponde a uma obrigação de fazer, não fazer ou de tolerar (fiscalização) no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (não- patrimonial); ✓ As isenções e imunidades não alcançam as obrigações acessórias; ✓ A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária; ✓ De acordo com o princípio do non olet (não tem cheiro) ou princípio do pucunia non olet (dinheiro não tem cheiro) ou princípio da interpretação objetiva do fato gerador, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; Rodrigo Martins Aula 02 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 73 73 CRÉDITO TRIBUTÁRIO ✓ Crédito tributário é a “formalização” da obrigação tributária; ✓ As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem; ✓ De acordo com o CTN, existem 3 (três) modalidades de lançamento: (i) o lançamento direito ou de ofício; (ii) o lançamento por declaração ou “misto”; e (iii) o lançamento por homologação ou “autolançamento”; ✓ O STJ entende que o depósito judicial efetuado com o fim de obter a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, inciso II, do CTN) constitui o crédito tributário, dispensando qualquer atuação do Fisco; ✓ O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege- se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada; ✓ Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros; SUJEIÇÃO ATIVA TRIBUTÁRIA ✓ Sujeição ativa tributária corresponde ao poder para figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária; ✓ Não se confunde com a competência tributária, que é a aptidão que as pessoas políticas têm (dada pela Constituição Federal) para criar, in abstracto, por meio de lei, tributos; SUJEIÇÃO PASSIVA A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ✓ Sujeito passivo é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao cumprimento da obrigação tributária; ✓ O sujeito passivo pode ser de obrigação principal ou acessória; ✓ O sujeito passivo da obrigação principal pode ser o contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; ✓ Ou o sujeito passivo da obrigação principal pode ser o responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei; ✓ Segundo a doutrina, a responsabilidade tributária pode ser (i) por substituição ou (ii) por transferência; ✓ A responsabilidade tributária por substituição é uma técnica de arrecadação que leva à escolha de uma pessoa diversa daquela que realizou o fato gerador do tributo para cumprir a obrigação tributária (a obrigação já “nasce”, isto é, já é constituída na pessoa do substituto); Rodrigo Martins Aula 02 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 74 74 ✓ Há 3 (três) diferentes espécies de responsabilidade tributária por substituição: (i) regressiva (ou para trás), (ii) progressiva (ou para frente) e (iii) a convencional (ou concomitante); ✓ A responsabilidade por transferência, diferentemente, decorre de um fato novo (devidamente previsto em lei) que transfere a responsabilidade pelo débito a terceiro; ✓ A transferência da sujeição passiva tributária pode ocorrer em razão de solidariedade; em razão da sucessão imobiliária; em razão da aquisição de bens móveis; em razão de partilha ou adjudicação; na fusão, transformação, incorporação e cisão de pessoa jurídica; na aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio; por atos ou omissões de terceiros; ou em razão de atos praticados pelo administrador de pessoa jurídica; ✓ A responsabilidade tributária para o administrador da pessoa jurídica depende da prática de ato com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos; ✓ O STJ sedimentou o entendimento de que a responsabilidade entre o administrador e a pessoa jurídica é solidária; ✓ O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do administrador; ✓ Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o administrador; ✓ A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração, desde que apresentada antes do início de qualquer procedimento de fiscalização; ✓ O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo; ✓ As convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes; ✓ A capacidade tributária passiva, isto é, a possibilidade de figurar no polo passivo da relação jurídico-tributária independe da capacidade civil das pessoas naturais ou de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ✓ Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal, quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade, e quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas Rodrigo Martins Aula 02 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 75 75 individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; CONSIDERAÇÕES FINAIS Pessoal! Chegamos ao final desta aula! Na próxima (aula 03) veremos osseguintes temas: ✓ Suspensão da exigibilidade do crédito tributário; ✓ Extinção do crédito tributário; ✓ Exclusão do crédito tributário; ✓ Garantias e privilégios do crédito tributário; e ✓ Administração tributária Um forte abraço e bons estudos a todos! Prof. Rodrigo Martins rodrigodireitotributario@gmail.com @professorrodrigomartins Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Rodrigo Martins Aula 02 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 93 93 sendo certo que, para tal, terá que apresentar uma certidão demonstrando a inexistência de débitos fiscais com o governo federal. Ele informa que a sociedade foi autuada pelo não recolhimento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), e a defesa administrativa, apresentada no prazo, ainda não foi apreciada pelo órgão competente. Considerando apenas os dados apresentados, afirmar que a sociedade A) não poderá participar da licitação, pela existência de crédito tributário vencido e não pago. B) poderá participar da licitação, pois o crédito tributário está com a exigibilidade suspensa. C) poderá participar da licitação somente após a defesa administrativa ser analisada. D) somente poderá participar da licitação se depositar o valor do crédito tributário. Comentários: Da mesma forma, como a exigibilidade do crédito está suspensa por força da impugnação administrativa, a contribuinte tem direito à expedição da Certidão Positiva com Efeito de Negativa, o que lhe garante, por consequência, a participação na licitação. Está correta, assim, a alternativa “b”. Atenção: acaso o contribuinte possua débitos vencidos, em curso de cobrança executiva sem penhora ou cuja exigibilidade não esteja suspensa, sua certidão será emitida como “Certidão Positiva de Débitos”, ou “CPD”, o que vedará a prática de determinados atos. Assim, será negada a Certidão Negativa inclusive se os créditos tiverem sido constituídos pelo próprio contribuinte, por meio de “autolançamento” ou lançamento por homologação, e não pagos no prazo de seu vencimento. Nesse sentido, a importantíssima Súmula nº 446 do STJ: Súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.” RESUMO DE FINAL DE AULA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento; A suspensão da exigibilidade não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias; Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 94 94 Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento; A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça; Mesmo que houver uma das causas de suspensão indicadas nos incisos do art. 151 antes da efetiva constituição do crédito tributário, o sujeito ativo poderá constituí-lo normalmente, com vistas a prevenir a decadência, porém, esse crédito já “nascerá” sem exigibilidade; Moratória é a prorrogação legal do prazo para o voluntário cumprimento da obrigação, concedida pelo credor, sempre por meio de lei, ao devedor; Por razões de isonomia, a lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos; O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro; O depósito é uma faculdade do contribuinte, e não um dever; Logo, ele deposita se quiser, com vistas à (i) suspenção da exigibilidade do crédito tributário, (ii) para cessar, assim, a fluência de juros, correção monetária e multas, (iii) e para impedir, ainda, por consequência, a prática de qualquer ato de cobrança por parte do credor (sujeito ativo) Portanto, é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo; Da mesma forma, também é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário; As reclamações e os recursos administrativos apresentados intempestivamente (fora do prazo legal) não irão suspender a exigibilidade do crédito tributário; O parcelamento pode ser concedido somente e tão somente por meio de lei da entidade tributante; Todas as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário alcançam somente as obrigações principais, e não as acessórias. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 95 95 entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado; XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória; Por isso, é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial; A transação no direito tributário só é possível para extinguir conflitos, mas nunca para prevenir (ao contrário do direito privado); No Direito Tributário é, remissão significa o perdão da dívida tributária devidamente constituída, que pode ser total ou parcial (todo o débito ou parte dele); A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - à diminuta importância do crédito tributário; III - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Decadência é a perda do direito de constituir o crédito tributário; De acordo com o inciso I do art. 173 do CTN (primeira regra), o prazo decadencial de 5 (cinco) anos se inicia no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado; De acordo com o disposto no inciso II do art. 173 do CTN (segunda regra), o prazo decadencial de 5 (cinco) anos tem início a partir da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado; E por fim, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 173 do CTN (terceira regra), o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário pelo lançamento decai no prazo de 5(cinco) anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento; Se a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorrer por força de liminar ou tutela antecipada antes de sua constituição, sem a existência de depósito do montante integral, o Estado-Fisco poderá constituir o crédito tributário, sob pena de transcorrer o prazo decadencial e operar-se a decadência (o crédito será inexigível desde a sua origem, pois já “nascerá” sem exigibilidade); Acaso o contribuinte tenha efetuado o “autolançamento” parcial e mesmo que tenha feito o pagamento (parcial ou totalmente), a regra acerca do prazo decadencial será outra, qual seja, a do art. 150, § 4º, do CTN, contando-se 5 anos da data do fato gerador; O prazo prescricional para a cobrança do crédito tributário é de 5 anos, contados da data da sua constituição definitiva; Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 96 96 A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco; A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia- se o prazo prescricional para a cobrança judicial; A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Todas as hipóteses suspensivas da exigibilidade de crédito (art. 151 do CTN) tributário também suspendem o prazo prescricional; O Juiz pode decidir de ofício ou a requerimento sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; Prescrição intercorrente é aquela que ocorre em razão da inércia do credor em impulsionar a execução ou em razão da inexistência de bens do devedor que satisfação a obrigação; Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-se o prazo de prescrição qüinqüenal intercorrente; Acaso o redirecionamento da cobrança em face do administrador seja realizado no curso do processo de Execução Fiscal, isto é, se o nome dele não figurava na CDA e se será incluído por aplicação do artigo de lei e súmulas acima, deve ser obedecido – atenção – o prazo prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da citação da pessoa jurídica; A conversão do valor do depósito realizado em favor da Fazenda Pública extingue o crédito tributário; O pagamento antecipado feito pelo contribuinte extingue o crédito sob condição resolutória (art. 150, § 1º, do CTN), significando, assim, que o procedimento pode ser revisto pela Estado-Fisco, com vista à conferencia quanto à conformidade à lei; (ii) somente com a homologação, que pode ser expressa ou tácita, ocorrerá a extinção definitiva do crédito (art. 156, inciso VII, do CTN); A mera propositura da Ação de Consignação em Pagamento não extingue o crédito tributário (o que extingue o crédito tributário –e efetivamente – é a conversão do valor depositado na Ação de Consignação em Pagamento em renda da Fazenda Pública); Só se admite dação em pagamento no Direito Tributário pela entrega de um bem imóvel! Os bens móveis não são admitidos; EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Excluem o crédito tributário: I - a isenção; e- a anistia. Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 97 97 Somente por meio de lei específica em sentido estrito do próprio ente que detém competência para o tributo é que podem ser concedidas a isenção ou a anistia; Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre as hipóteses de exclusão do crédito tributário; A lei que concede isenção dispensa do pagamento do tributo, gerando efeitos, assim, para o futuro (alcança fatos geradores posteriores ao início de sua vigência); As isenções concedidas por lei podem ser suprimidas por meio de lei de mesma hierarquia que as determinou (são, pois, revogáveis); Diferentemente, as isenções concedidas por prazo certo e em razão de determinadas condições não podem ser livremente revogadas para aqueles que dela estão se beneficiando (geram direito adquirido); A lei que concede anistia opera efeitos em relação a infrações cometidas anteriormente ao início de sua vigência; A exclusão do crédito tributário (isenção ou anistia) não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Garantia do crédito tributário corresponde a um meio previsto em lei para assegurar o direito subjetivo do Estado ao recebimento de um tributo. A garantia pode ser real (patrimônio próprio ou de terceiro), fidejussória (pessoal), ou de qualquer outra forma. O patrimônio do devedor é a maior garantia do credor, razão pela qual o CTN prescreve que o patrimônio do devedor garante a dívida, com exceção unicamente dos bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis; Portanto, são impenhoráveis aqueles bens previstos no art. 833 do CPC (com exceção do inciso I): e o bem de família, salvo se o crédito tributário for de impostos, taxas e contribuições devidas em função da propriedade imóvel familiar (art. 3º, IV): são o IPTU, o ITR, as taxas imobiliárias (de recolhimento de lixo etc.) e a contribuição de melhoria; Outra forma pela qual o CTN garante o crédito tributário é pela presunção de fraude prevista no artigo 185 do CTN (presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa); A presunção de fraude é afastada se tiverem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. O CTN também traz a indisponibilidade de bens e direitos como uma das garantias do crédito tributário: na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 98 98 comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial; A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran. Quantos às preferências, inexistindo falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvadosos créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho; Quando houver falência, a ordem de preferência será a seguinte: 1º) créditos extraconcursais; 2º) créditos trabalhistas e acidentários; 3º) importâncias passíveis de restituição e créditos com garantia real; 4º) créditos tributários; 5º) créditos com privilégio especial; 6º) créditos com privilégio geral; 7º) créditos quirografários; 8º) Multas (contratuais, penais e também as tributárias); 9º) créditos subordinados; ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA O ordenamento jurídico – com supedâneo na Constituição Federal – garante o exercício da fiscalização tributária, desde que respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação; O contribuinte não pode ser furtar ou se negar à fiscalização (O que ele pode fazer é combater os efeitos da fiscalização acaso lhe sejam desfavoráveis); As instituições responsáveis pela retenção e pelo recolhimento da contribuição prestarão à Secretaria da Receita Federal as informações necessárias à identificação dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações, nos termos, nas condições e nos prazos que vierem a ser estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda (não se trata de quebra de sigilo bancário, mas de transferência de informações sigilosas para fins de natureza eminentemente fiscal, pois a legislação em questão (LC nº 105/2001) garante a preservação da confidencialidade dos dados, pois ao mesmo tempo em que permite sejam prestadas informações bancárias do contribuinte à Receita Federal, veda o repasse dessas informações a terceiros estranhos ao próprio Estado, sob pena de responsabilização dos agentes que eventualmente pratiquem essa infração; Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 99 99 Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular; O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente: I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co- responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito; VI – a indicação do livro e da folha da inscrição. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. Apesar de a Fazenda Pública poder substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, é vedada a modificação do sujeito passivo da execução; No âmbito do Direito Tributário existem 3 (três) tipos de certidões: i) Certidão Negativa de Débitos - CND; ii) Certidão Positiva com Efeitos de Negativa – CPEND ou CPEN; e iii) Certidão Positiva de Débitos – CPD; Diante da inexistência de débitos vencidos, o contribuinte terá direito à expedição de uma “Certidão Negativa de Débitos”, conhecida como “CND”, conforme art. 205 do CTN: Contudo, o contribuinte terá direito à expedição de uma “Certidão Positiva com Efeitos de Negativa” quando i) constar a existência de créditos não vencidos; ii) quando o débito estiver em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora; ou iii) quando o débito estiver com sua exigibilidade suspensa por força de alguma das hipóteses previstas no art. 151 do CTN; Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pessoal! Chegamos ao final desta aula! Na próxima (aula 04) veremos os impostos e as principais contribuições federais em espécie. Rodrigo Martins Aula 03 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 49 49 A característica peculiar desse grupo de contribuições está na destinação à determinada atividade, exercitável por entidade estatal ou paraestatal, ou por entidade não estatal reconhecida pelo Estado como necessária ou útil à realização de uma função de interesse público. Entre essas contribuições estão, pois, aquelas devidas aos CREA, CRM etc., bem como as devidas ao sistema “S”: ✓ Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial - SENAC - Decreto (Lei 8.621/46); ✓ Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial - SENAI (Lei 4.048/42); ✓ Contribuição ao Serviço Social da Indústria - SESI (Lei 9.403/46); ✓ Contribuição ao Serviço Social do Comércio - SESC (Lei 9.853/46); ✓ Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo - SESCOOP (MP 1.715-2/98); e ✓ Contribuição ao Serviço Social dos Transportes - SEST (Lei 8.706/93). RESUMO DE FINAL DE AULA IMPOSTOS ORDINÁRIOS FEDERAIS ✓ Os impostos ordinários da União estão descritos nos incisos do art. 153 da Constituição Federal e são: i - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; e VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. ✓ O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. “Entrada” que caracteriza o fato gerador é aquela que ocorre com a finalidade de incorporar a mercadoria ou o bem à economia nacional (entrada jurídica, que ocorre no momento do registro da declaração de importação - DI); ✓ As alíquotas do imposto de importação podem ser alteradas por Decreto, dentro dos limites legais, e esse imposto não se submete aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. ✓ Quanto ao imposto sobre a exportação, seu fato gerador é a saída de produto do território nacional. Saída jurídica (considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente). ✓ As alíquotas do imposto de exportação também podem ser alteradas por Decreto, dentro dos limites legais, e esse imposto também não se submete aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. ✓ O imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, ou de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. Rodrigo Martins Aula 04 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 50 50 ✓ O imposto sobre a renda tem como fato gerador um acréscimo patrimonial. Assim, se não houve acréscimo patrimonial, não há fato gerador do imposto. Por isso, as verbas de natureza indenizatória porventura recebidas não podem ser tributadas pelo imposto sobre a renda. ✓ O imposto sobre a renda submete-se aos princípios específicos da generalidade, da universalidade e da progressividade. ✓ O imposto de renda não se submete ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventena. ✓ Quanto ao IPI, tem como fato gerador: I – o desembaraço aduaneiro daquele produto definido como industrializado, quando de procedência estrangeira; II – a saída desses produtos industrializados do estabelecimento do contribuinte; e III – a arrematação desses produtos industrializados, quando apreendidos e levados a leilão. ✓ O IPI será seletivo em função da essencialidade do produto (Princípio da Seletividade, que é obrigatório para o IPI). ✓ Assim como ocorre em relação aos impostos de importação e de exportação, a Constituição Federal permite ao Chefe do Poder Executivo da União aumentar ou diminuir o percentual da alíquota do IPI por meio de Decreto, desde que obedecidos os limites máximo e mínimo estipulados em lei. ✓ O IPI também se submente ao Princípio da Não-cumulatividade, de modo que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. ✓ O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (imunidade tributária). ✓ O impacto do IPI (isto é, sua carga) será reduzida sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto. ✓ Quanto à base de cálculo do IPI, no caso de mercadoria importada, será a mesma do imposto de importação, acrescido do próprio imposto de importação (o valor do II passa é somado na base de cálculo do IPI/Importação), das taxas exigidas para entrada do produto no País e ainda dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis (esses outros valores também são somados na base de cálculo do IPI/Importação). ✓ No caso de produtos industrializados nacionais, a base de cálculo do IPI é o valor da operação de que decorrer a saída destes do estabelecimento do contribuinte, ou, não tendo valor a operação, ou sendo omissos os documentos respectivos, a base de cálculo será o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista da praça do contribuinte. ✓ Quantos às “anterioridades”, o IPI só se submete ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventa, mas não ao de Exercício. Rodrigo Martins Aula 04 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 51 51 ✓ Quanto ao IOF, tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. ✓ O IOF não incide sobre saques efetuados em caderneta de poupança (essa incidência é considerada inconstitucional). ✓ Da mesma forma como ocorre em relação aos impostos de importação, de exportação e sobre produtos industrializados, a Constituição Federal também permite ao Chefe do Poder Executivo da União aumentar ou diminuir o percentual da alíquota do IOF por meio de Decreto, desde que obedecidos os limites máximo e mínimo estipulados em lei. ✓ O IOF também não se submete aos Princípios da Anterioridade de Exercício e da Anterioridade Nonagesimal. ✓ No que tange ao ITR, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. ✓ A jurisprudência tem decidido que o ITR não será devido acaso o imóvel seja invadido, destituindo o seu proprietário, assim, daqueles poderes inerentes à propriedade (direito de usar, gozar e dispor). ✓ O ITR incide somente e tão somente sobre o imóvel por natureza (não incide sobre o imóvel por acessão física). ✓ O imóvel localizado na área urbana do Município que seja utilizado na exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, sofrerá a incidência do ITR, e não do IPTU. ✓ Quanto à alíquota do ITR, a Constituição Federal prescreve, no inciso I do § 4º do art. 153, que ela será progressiva, de modo a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (progressividade extrafiscal). ✓ O ITR conta com uma imunidade específica: sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. ✓ O ITR pode ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, quando poderão ficar com 100% do produto da arrecadação, ✓ Por fim, quanto ao imposto sobre grandes fortunas, deve ser instituído por meio de lei complementar, que disciplinará os requisitos à sua instituição. PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS Rodrigo Martins Aula 04 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 52 52 ✓ Compete à União instituir (I) contribuições sociais, (II) de intervenção no domínio econômico e (III) de interesse das categorias profissionais ou econômicas, ✓ Igualmente aos impostos, a hipótese de incidência das contribuições em geral é marcada pela não vinculação a uma atividade estatal específica. Porém, a diferença em relação aos impostos – atenção – é que o produto da arrecadação das contribuições possui uma destinação legal específica. ✓ Quanto às contribuições sociais, são caracterizadas por terem o produto da arrecadação destinado a financiar a atuação do Estado na Ordem Social. ✓ À instituição ou majoração das contribuições sociais aplica-se o Princípio da Anterioridade Nonagesimal (ou da Noventena), mas não se aplica o Princípio da Anterioridade de Exercício. ✓ A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - Cofins incide sobre as receitas provenientes das operações de locação de bens móveis. ✓ A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS é o faturamento. Por faturamento entende‐se a receita bruta da empresa, ou seja, a totalidade das receitas auferidas por ela através de sua operação mercantil e que passa a integrar seu patrimônio. Se determinado valor é recebido por um contribuinte (empresa ou equiparada), mas não integra o seu patrimônio, não pode ser considerado seu faturamento, e se não é faturamento seu, não pode compor a base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, como o ICMS retido por uma empresa (substituta) de outra (substituída) em regime de substituição tributária. ✓ O PIS/PASEP é um tributo não cumulativo, e as empresas podem considerar como insumo com direito a crédito tudo o que for essencial para o “exercício da sua atividade econômica”, e não somente o que for consumido no processo produtivo. ✓Não incide PIS/COFINS na exportação (isenção). ✓ À União foi dada competência residual para instituir novas contribuições destinadas a financiar a seguridade social, além daquela prevista no caput do artigo 195, mas, acaso a União queira exercitar essa competência residual, deverá fazê-lo por meio de Lei Complementar, assim como previsto, também, para o exercício da competência relativa ao imposto residual. ✓ Quanto às contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE’s, são caracterizadas por terem o produto da arrecadação destinado a financiar a atuação do Estado na Ordem Econômica. ✓ Quanto às contribuições no Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas, são tributos destinados ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções legalmente reputadas como de interesse público. Rodrigo Martins Aula 04 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 105 105 Portanto, atenção: somente e tão somente os serviços de construção civil (obras e reformas) e de transporte coletivo de passageiros poderão ter isenções, reduções ou qualquer outro tipo de benefício legal concedido pela legislação do Município (ou do Distrito Federal) que resulte numa tributação real inferior a 2%. Quanto aos demais serviços não excepcionados, não poderão, em hipótese alguma, serem tributados em percentual real abaixo de 2% a título de ISS. Assim, acaso os Municípios (e o Distrito Federal) queiram conceder benefícios fiscais a título de ISS, poderão fazê-lo (isenção autonômica) por meio de suas leis, mas deverão respeitar, contudo, as disposições da lei complementar acima transcritas. Conforme já destacado acima, isso objetiva coibir a “Guerra Fiscal” do ISS entre os Municípios. Pois bem. Os §§ 2º e 3º do mesmo art. 8º-A estipula uma sanção à fixação de alíquotas abaixo do mínimo legal permitido: LC 116/03: Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (...) § 2o É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as disposições relativas à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o prestador do serviço. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) § 3o A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para o prestador do serviço, perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei nula. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) RESUMO DE FINAL DE AULA IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO – ITCMD Competência: dos Estados e do Distrito Federal. Fato gerador: transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. Função fiscal. Não incide na meação ou a partilha de bens, salvo se houver desigualdade na partilha. O imposto é devido, relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, ao Estado da situação do bem (onde localizado o bem), ou ao Distrito Federal. Relativamente aos bens móveis, títulos e créditos, é devido ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal. A competência para a instituição do ITCMD será regulada por lei complementar se o doador tiver domicilio ou residência no exterior ou se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (porém, essa lei complementar ainda não foi editada). Rodrigo Martins Aula 05 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 106 106 No que tange ao aspecto temporal (em que momento se considera devido o imposto), considera-se ocorrido o fato gerador do ITBI no momento da transmissão da propriedade de quaisquer bens ou direitos em razão de morte ou doação. É nesses momentos que surge, portanto, a obrigação tributária. Quanto ao aspecto temporal na transmissão por doação, vimos acima que o ITBI tem como fato gerador a transmissão da propriedade de quaisquer bens ou direitos em doação (além da causa mortis). O ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. O ITCMD é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. Por determinação constitucional, o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal (atualmente a alíquota máxima está fixada em 8%, nos termos da Resolução nº 9/92 do Senado Federal). O ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. O ITCMD pode ter alíquotas progressivas, em homenagem ao Princípio da Capacidade Contributiva. Existe imunidade específica de ITCMD nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - ICMS Competência: dos Estados e do Distrito Federal. Fato gerador: operações relativas à (i) circulação de mercadorias e (ii) sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e (iii) de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Função fiscal. Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte (circulação meramente física). O fato gerador do ICMS/Mercadoria exige circulação jurídica da mercadoria, isto é, troca de titularidade. O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. O ICMS/Mercadoria também incide sobre bens importados do exterior. Não incide ICMS sobre serviço feito para si mesmo (transporte de carga própria) ou quando o início e fim da prestação se dentro de um mesmo Município (intramunicipal, que é sujeito ao ISS). Nas operações de importação, o ICMS cabe ao Estado do estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço ou do domicílio do importador, mesmo que o bem haja ingressado no território nacional por Estado diverso do destinatário (ingressado por meio de porto ou aeroporto localizado em Estado diverso do destinatário). No caso de importação, a base de cálculo será o valor da mercadoria ou bem importado, constante em documento de importação, convertido em moeda nacional Rodrigo Martins Aula 05 Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase XXXI Exame - Com Videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 1395158 02474625607 - Elisangela Souza da Silva de Castro 107 107 pela mesma taxa de câmbio utilizada para o cálculo do imposto de importação, e acrescida do IPI, do IOF, do próprio II e das demais despesas aduaneiras. Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS. As alíquotas do ICMS “poderão” ser seletivas em função da essencialidade das mercadorias e serviços. O ICMS é um imposto submetido à sistemática daquela substituição tributária prevista no art. 128 do CTN (que estudamos quando analisamos a sujeição passiva tributária e o IPI): substituição tributária para trás (ou regressiva), substituição para frente (ou progressiva) ou substituição tributária concomitante. O ICMS também será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade
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