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79 DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL PROFESSOR Msc.: ERIVERTON RESENDE MONTE DATA: 13/10/2013 DIREITO CIVIL – PARTE GERAL BENS: O direito tem um objeto sobre o qual repousa. Após o estudo dos sujeitos de direito (pessoas naturais e jurídicas), passa-se a estudar o objeto do direito. Este objeto pode ser muito amplo, pode ser a existência mesma da pessoa, como seus atributos da personalidade (dignidade, honra, liberdade), denominados imateriais e quando violados serão ressarcidos com indenização (vale relembrar que o Superior Tribunal de Justiça menciona que o dano moral tem natureza patrimonial). O objeto do direito também pode envolver a atividade de uma pessoa, como na prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa (relacionados com o direito obrigacional – Direito Civil II do nosso curso). Ainda pode recair sobre coisas corpóreas (casa, terreno, carro) ou coisas incorpóreas (produção intelectual). Alguns autores conceituam coisa como tudo o que pode satisfazer uma necessidade do homem. Já bem é designado para a conceituação de coisa material útil ao homem enquanto economicamente valorável e suscetível de apropriação. Desta forma coisa seria o gênero (tudo que existe na natureza) e bem a espécie (que proporciona ao homem uma utilidade, sendo suscetível de apropriação). Os bens são coisas, porém nem todas as coisas podem ser consideradas como bens. No entanto outros autores fornecem conceitos completamente inversos de bem e coisa. E ainda há quem diga que mesmo atualmente, as expressões “coisa” e “bem” sejam sinônimas. Segundo Sílvio Venosa a coisa corpórea é uma coisa material percebida pelos sentidos, que se pode tocar. É incorpóreo o que os sentidos não podem perceber, como um crédito, por exemplo; são coisas que consistem num direito. Essa divisão era desconhecida dos primitivos romanos, que apenas conhecia as coisas corpóreas. Ainda de acordo com o mencionado autor, entende-se por bem tudo o que pode proporcionar utilidade aos homens. Não deve o termo ser confundido com coisas, apesar de divergências doutrinárias. Bem, numa acepção ampla, é tudo o que corresponde a nossos desejos, nosso afeto em uma visão não jurídica. No campo jurídico, bem deve ser considerado aquilo que tem valor, abstraindo-se daí a noção pecuniária do termo. Para o direito, bem é uma utilidade econômica ou não econômica. 80 Certo é que o Código Civil anterior não fazia a distinção entre bem e coisa, usando ora um, ora outro termo, como sinônimos. Já Código atual utiliza apenas o termo BEM. Portanto, o que nos interessa é o termo Bem. Desta forma, podemos fornecer o seguinte conceito inicial, sob o ponto de vista do Direito: “bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. De qualquer maneira, toda relação jurídica entre dois sujeitos tem por objeto um bem sobre o qual recaem direitos e obrigações”. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: A primeira classificação que é realizada sobre os bens não está prevista expressamente no Código Civil. É a doutrina quem faz esta importante classificação. Assim, inicialmente, podemos classificar os Bens em: ► Corpóreos, Materiais, Tangíveis ou Concretos: são aqueles que possuem existência física; são os percebidos pelos sentidos. Exemplos: imóveis, jóias, carro, dinheiro, etc. ► Incorpóreos, Imateriais, Intangíveis ou Abstratos: são aqueles que possuem existência abstrata e que não podem ser percebidos pelos sentidos. Exemplos: propriedade literária, o direito do autor (autorais), a propriedade industrial (marcas e patentes). Ambos, corpóreo ou incorpóreo, integram o patrimônio de uma pessoa. Os bens incorpóreos diferem também dos corpóreos, porque não podem ser objeto de usucapião. CLASSIFICAÇÃO LEGAL DOS BENS: De acordo com o Código Civil, os bens podem ser divididos em diferentes classes, visando facilitar o estudo, aproximando os que apresentam um elemento comum: Bens considerados em si mesmos Bens reciprocamente considerados Bens considerados em relação ao titular do domínio Cada um desses itens possui uma vasta subclassificação. Vejamos cada uma delas de forma minuciosa. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS: Quanto a essa primeira classificação os bens se dividem em: móveis ou imóveis; infungíveis ou fungíveis; inconsumíveis ou consumíveis; indivisíveis ou divisíveis e singulares ou coletivos. 81 Vamos à primeira delas: BENS QUANTO À MOBILIDADE: Segundo essa classificação os bens se dividem em móveis e imóveis. BENS IMÓVEIS (ARTS. 79/81 CC): São aqueles que não podem ser removidos, transportados, de um lugar para o outro, sem a sua destruição. Podem ser divididos em: Por natureza: é o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente (árvores, frutos pendentes), mais adjacências (espaço aéreo, subsolo). A propriedade do solo abrange o espaço aéreo e o subsolo. Pesquisa: o dono do solo será, também, o dono do subsolo? Resposta: para o Direito Civil: sim. O dono do solo é também o dono do subsolo, especialmente para construção de passagens, garagens subterrâneas, porões, adegas, etc. No entanto esta regra pode sofrer algumas limitações. Pelo artigo 176 da Constituição Federal/88: “As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra”. Vale ressaltar que é difícil comprar um terreno e nele “achar” uma mina de ouro ou de diamantes ou um lençol petrolífero. Entretanto, se isso ocorrer, você não será dono deste recurso mineral. A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União. Todavia a própria Constituição garante ao dono do solo a participação nos resultados da lavra. Portanto, como regra, o dono do solo será também o do subsolo. Mas se for encontrado algum recurso mineral, o subsolo será destacado do solo e a União será a proprietária deste recurso mineral. Por acessão física, industrial ou artificial (acessão quer dizer aumento, acréscimo de uma coisa a outra) tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição, modificação ou dano (ex: sementes plantadas, edifícios, construções – pontes, viadutos, etc.). Não perdem o caráter de imóvel (ou seja, continuam sendo imóveis): a) edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local. b) materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 82 Por acessão intelectual o que foi empregado intencionalmente para a exploração industrial, aformoseamento e comodidade. São bens móveis que foram imobilizados pelo proprietário. É uma ficção jurídica. Exemplos: um trator destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola, máquinas de uma fábrica têxtil, para aumentar a produtividade da empresa, veículos, animais e até objetos de decoração de uma residência. O Código Civil atual não acolhe mais essa classificação em relação a bens imóveis. Seguindo a doutrina moderna sobre o tema, o Código qualifica esses bens como pertenças, onde a coisa deve ser colocada a serviço do imóvel e não da pessoa, constituindo, portanto, a categoria de bens acessórios. A pertença pode ocorrer também na hipoteca, que abrange os bens móveis dentro de um imóvel (ex: hipotecar uma fazenda juntamente com os bois). Vejam que a imobilização não é definitiva nestecaso; o bem poderá voltar a ser móvel, por mera declaração de vontade. Por disposição legal tais bens são considerados como imóveis, para que possam receber melhor proteção jurídica: - os direitos reais sobre os imóveis (exemplo: direito de propriedade, de usufruto, uso, a habitação, a servidão, a enfiteuse). - o penhor agrícola e as ações que o asseguram. - o direito a sucessão aberta, ainda que a herança seja formada apenas por bens móveis. É considerada aberta a sucessão no instante da morte de uma pessoa natural (de cujus); a partir de então, seus herdeiros poderão ceder seus direitos hereditários, considerados como imóveis. - as jazidas e as quedas d’água com aproveitamento para energia hidráulica são considerados bens distintos do solo onde se encontram (artigos 20, inciso IX e 176 da Constituição Federal). BENS MÓVEIS (arts. 82/84 CC): São aqueles que podem ser removidos, transportados, de um lugar para outro, por força própria ou estranha, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Podemos classificá-los em: Por natureza - coisas corpóreas são aquelas que podem ser transportadas sem a sua destruição, por força própria ou alheia. Força alheia – móveis propriamente ditos - carro, cadeira, livro, jóias, etc. Força própria – semoventes – bois, cavalos, carneiros, animais em geral. Observações: - Os materiais de construção enquanto não forem nela empregados são bens móveis. 83 - As árvores enquanto ligadas ao solo são bens imóveis por natureza, exceto se se destinam ao corte (convertem-se, neste caso, em móveis por antecipação). Por antecipação a vontade humana pode mobilizar bens imóveis em função da finalidade econômica; inicialmente o bem é imóvel, mas pode ser mobilizado por uma intervenção humana. Exemplo: uma árvore é um bem imóvel; no entanto se ela for cortada e transformada em lenha, se transforma em móvel (outros exemplos: frutos, pedras e metais aderentes ao imóvel também são bens imóveis; separados para fins humanos, tornam-se móveis). A mudança da natureza dispensa os requisitos para a transmissão da propriedade; não são mais exigidos os requisitos rígidos da propriedade imóvel para sua transmissão. Por determinação legal direitos reais sobre bens móveis e as ações correspondentes (ex: propriedade, usufruto, etc.). - direitos e obrigações e as ações respectivas. - energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico (prevista também no artigo 155, § 3º do Código Penal); da mesma forma o gás canalizado. - direito autoral – este é um dos exemplos mais importantes, pois além de ser classificado como bem móvel, é também considerado como um bem incorpóreo. - propriedade industrial – direitos oriundos do poder de criação e invenção (patentes de invenção, marcas de indústria, etc.). - quotas e ações de sociedades. Observação Importante: Pesquisa: os navios e aeronaves são bens móveis ou imóveis? Parte da doutrina diz que eles são bens móveis sui generis. Sempre que doutrina não consegue definir algo com exatidão, utiliza essa expressão em latim: sui generis. No caso dos navios (e também das aeronaves) realmente não há uma resposta objetiva para eles. Apesar de serem fisicamente bens móveis - pois podem ser transportados de um local para outro; encaixam, portanto, no conceito de bens móveis - são tratados pela lei como imóveis necessitando de registro especial e admitindo hipoteca. O navio tem nome e o avião marca. Ambos têm nacionalidade. Podem ter projeção territorial no mar e no ar (território ficto). 84 Conseqüência prática da distinção: Imóveis/Móveis. A classificação dos bens em imóveis ou móveis tem uma razão de ser. E essa classificação é de suma relevância, principalmente em relação à Parte Especial do Código (que será estudado no Direito das Coisas). Assim, os bens imóveis se distinguem dos móveis pela: forma de aquisição, necessidade de outorga, prazos de usucapião e os direitos reais. Todos estes temas são muito importantes. - Formas de aquisição da propriedade: A principal forma de se adquirir a propriedade dos bens móveis é com a tradição (essa palavra vem do latim tradere, que significa entregar; traditio = entrega do bem), ou seja, somente com a entrega do bem, adquire-se a propriedade dos bens móveis. Outras modalidades: usucapião, achado de tesouro, ocupação (que é o assenhoramento do bem, como a caça, a pesca, a invenção, etc). Já os bens imóveis são adquiridos com o Registro ou transcrição do título da escritura pública no Registro de Imóveis. Vale ressaltar que a alienação de imóveis com valor superior a 30 salários mínimos exigem escritura pública, conforme veremos em breve - o art. 108, CC. - Outorga: Os bens imóveis não podem ser vendidos, doados ou hipotecados por pessoa casada sem a outorga (uma espécie de autorização ou anuência ou mesmo ciência) do outro cônjuge, exceto na separação absoluta de bens. Já os bens móveis não necessitam dessa outorga. Assim, a mulher (ou o marido) pode vender um carro, jóias, ações de uma sociedade anônima sem autorização de seu cônjuge. Estudo no Direito de Família. - Usucapião O estudo sobre usucapião faz parte do direito das coisas. Tanto os bens imóveis quanto os móveis podem ser objeto de usucapião. O que vai diferenciar é o prazo para que isso ocorra. Os prazos para se adquirir a propriedade imóvel por usucapião são, em regra, maiores. Constitui estudo do Direito das Coisas. - Direitos Reais Para bens imóveis regra hipoteca. Para bens móveis regra penhor. BENS QUANTO À FUNGIBILIDADE (art. 85 CC) Essa classificação resulta da individualização do bem, ou seja, de sua quantidade e da sua qualidade. 85 Pergunta-se: um bem pode ser substituído por outro? Se eu tomar um bem emprestado posso devolver outro? Resposta – Depende. Por isso classificamos os bens em infungíveis ou fungíveis. INFUNGÍVEIS São os que não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade. São bens personalizados, individualizados (exemplos: imóveis; carro; um quadro famoso). FUNGÍVEIS São os que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade (exemplos: uma saca de arroz, uma resma de papel, dinheiro). Para facilitar: - Os bens imóveis só podem ser infungíveis. - Os bens móveis podem ser fungíveis ou infungíveis. - As obrigações de fazer podem ser fungíveis (o devedor pode ser substituído) e infungíveis (o devedor não pode ser substituído – o cantor). Explicando melhor: todos os bens imóveis são personalizados (pois há um número, possuem um registro), daí serem todos infungíveis, pois estão totalmente individualizados. Porém, excepcionalmente, é possível que sejam tratados como fungíveis. Exemplo: devedor se obriga a fazer o pagamento por meio de três lotes de terreno, sem que haja a precisa individualização deles; o imóvel nesse caso não integra o negócio pela sua essência, mas pelo seu valor econômico. Os bens móveis, como regra, são também bens fungíveis. Mas em alguns casos podem ser considerados como infungíveis. Exemplo: um selo de carta. Ele é um bem fungível, pode ser substituído por outro. Mas o selo “olho de boi” é infungível, pois são raros e caríssimos, para colecionadores. Da mesma forma uma moeda, que, para colecionares se torna infungível. Outros exemplos: o cavalo de corrida Furacão ou o cavalo de passeio Sossego; um quadro pintado por Renoir. Questão interessante: os veículos automotores são fungíveis ou infungíveis? Como regra sãoinfungíveis, pois possuem número de chassis, de motor, que os personalizam, os individualizam e os diferenciam dos demais, nada impede que por ajuste entre as partes se torne fungível (empréstimo de um carro para devolver outro), mas esta situação é pouco aplicada, apesar juridicamente admitida. 86 Assim, a fungibilidade pode ser da própria natureza do bem ou da vontade manifestada pelas partes. Exemplo: uma cesta de frutas é fungível, mas pode se tornar infungível se ela for emprestada apenas para ornamento de uma festa, chama-se, neste caso, comodatum ad pompam, para ser devolvida posteriormente, intacta. Como afirmado acima, uma obrigação de fazer pode ser infungível (exemplo: contrato “Z”, pintor famoso, para pintar um quadro; a atuação de “Z” é personalíssima – no caso de recusa, transforma-se em perdas e danos) ou fungível, podendo ser realizada por qualquer pessoa (exemplo: engraxar sapato, pintar uma parede). Conseqüências práticas A locação, o comodato e o mútuo são contratos de empréstimo (estudo dos contratos – Direito Civil III). O mútuo é um contrato que se refere ao empréstimo apenas de coisas fungíveis, ou seja, o devedor pode devolver outra coisa, desde que seja igual (exemplo: empréstimo de R$ 500,00). O comodato é um contrato de empréstimo gratuito de coisas infungíveis (exemplo: empréstimo de 01 kg de arroz) A locação é um empréstimo oneroso de bens infungíveis (exemplo: A aluga seu imóvel para B, este terá que devolver o mesmo bem) Nestes dois últimos contratos a pessoa deve devolver o mesmo bem. QUANTO À CONSUNTIBILIDADE (art. 86 do CC) Tal classificação decorre da destinação que será dada aos bens, sendo que a vontade do homem pode influir. Dividem-se em consumíveis ou inconsumíveis. CONSUMÍVEIS São bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa. Admitem um uso apenas (exemplos: gêneros alimentícios, um maço de cigarros, dinheiro, gasolina). Observação – Há bens que são consumíveis, conforme a destinação. Exemplo: os livros, em princípio, são bens inconsumíveis, pois permitem usos reiterados. Mas expostos numa livraria são considerados como consumíveis, pois a destinação é a venda (contrato que envolve relação consumeirista – Código de Defesa do Consumidor – CDC). Sob o ponto de vista do vendedor são considerados como bens consumíveis (assim como outros bens considerados em princípio como inconsumíveis). 87 INCONSUMÍVEIS São os que proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire toda a sua utilidade, sem atingir sua integridade (exemplos: roupas de uma forma geral, automóvel, casa, sofá), ainda que haja possibilidade de sua destruição em decorrência do tempo, ou mesmo depreciação. Quando alguém empresta algo (por exemplo as frutas) para uma exibição, devendo restituir o objeto, o bem permanece inconsumível até a sua devolução (a doutrina chama-se: ad pompam). A consuntibilidade não decorre da natureza do bem, mas da destinação econômico-jurídica. PARA FICAR ATENTO: - O sapato: é um bem consumível ou inconsumível? Pelos conceitos fornecidos é um bem inconsumível, pois permite usos reiterados. Mas alguém pode perguntar: mas o sapato não gasta? Como disse acima, não é o fato de se gastar ou não o bem. A rigor tudo gasta. Mas não é isso que é importante. O importante é se eu posso ou não usá-lo por diversas vezes. E o sapato permite usos reiterados, portanto é um bem inconsumível. - Não confundir fungibilidade com consuntibilidade. Estas qualidades podem estar combinadas em um mesmo bem. Um bem pode ser consumível e ao mesmo tempo infungível (exemplo: partitura de um compositor famoso colocada à venda). O bem pode ser também inconsumível e fungível (exemplo: uma picareta). QUANTO À DIVISIBILIDADE (arts. 87/88 do CC) Refere-se a possibilidade ou não de se fracionar um bem em partes homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo: divisíveis ou indivisíveis. DIVISÍVEIS São os que podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito (exemplo: papel, quantidade de arroz, milho). Se repartirmos uma saca de arroz, cada metade conservará as qualidades do produto. O lápis: é divisível ou indivisível? Em tese é um bem divisível, pois podemos fracioná-lo e em cada um dos pedaços podemos fazer “uma ponta” e, portanto, teremos dois lápis (lógico que menores). 88 INDIVISÍVEIS São os que não podem ser partidos em porções, pois deixariam de formar um todo perfeito (exemplo: uma jóia, um anel, um par de óculos ou sapatos, uma casa, um carro). No entanto a indivisibilidade pode ser subclassificada: por natureza: um cavalo vivo, um quadro. por determinação legal: lotes urbanos (125 metros quadrados – Lei n. 6.766/1976), condomínios de unidades autônomas (200 metros q uadrados – Lei n. Lei nº 673, de 04.11.2002 - plano diretor da cidade de Manaus. por vontade das partes: o bem era divisível e se tornou indivisível por contrato. Exemplo: entregar 100 sacas de café. Em tese é divisível (A e B podem entregar 50 hoje e 50 na semana que vem), mas pode ser ajustada a indivisibilidade: as 100 sacas devem ser entregues todas hoje. Observações As obrigações podem ser divisíveis ou indivisíveis segundo a natureza das respectivas prestações. Estas podem ser pactuadas pelas partes. O condômino de coisa divisível poderá alienar sua parcela a quem quiser; se o bem for indivisível não poderá vendê-lo a estranho, se o outro ‘comunheiro’ (ou condômino) quiser o bem para si. Isto porque neste caso ele tem o chamado ‘direito de preferência’. Se o bem for divisível, na extinção de condomínio, cada comunheiro receberá o seu quinhão; se indivisível, ante a recusa dos condôminos de adjudicá-lo a um só deles (indenizando os demais), o bem será vendido e o preço repartido entre eles. QUANTO À INDIVIDUALIDADE (arts. 89/91) Nesta classificação os bens podem ser singulares ou coletivos. SINGULARES São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, ou seja, independentemente dos demais (exemplos: um cavalo, uma casa, um carro, uma jóia, um livro). São consideradas em sua individualidade. As coisas singulares podem ser simples ou compostas. Simples: as coisas cujas partes formam um todo homogêneo (exemplo: pedra, cavalo). Compostas: as que têm suas partes ligadas artificialmente pelo homem (exemplos: o navio, o avião, o relógio, a janela, a porta). 89 COLETIVOS OU UNIVERSAIS São as coisas que se encerram agregadas em um todo. São constituídas por várias coisas singulares, consideradas em seu conjunto, formando um todo único (universitas rerum). As universalidades podem se apresentar: Universalidade de Fato: conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana. Exemplos: alcatéia (lobos), cáfila (camelos), biblioteca (livros), pinacoteca (quadros), hemeroteca (jornais e revistas), dentre vários outros. Acrescenta o Código Civil que esses bens devem ser pertinentes à mesma pessoa e tenham destinação unitária. Universalidade de Direito: conjunto de bens singulares, corpóreos e heterogêneos ou até incorpóreos, a que a norma jurídica, com o intuito de produzir certos efeitos, dá unidade. Exemplos: patrimônio (conjunto de relações da pessoa incluindo posse, direitos reais, obrigações e ações correspondentes), espólio (é a herança, o patrimônio - direitos e deveres - deixado pelo falecido que se transmite aos herdeiros), estabelecimento comercial, massa falida. Com isso terminamosa primeira classificação (Bens Considerados em Relação a si Mesmos). Vejamos agora as demais classificações. BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (arts. 92/97 do CC) Esta forma de classificação é feita a partir de uma comparação entre os bens. ANÁLISE DA SEGUINTE FORMA: o quê um bem é em relação a outro bem? Segundo ela os bens podem ser Principais ou Acessórios. Pergunta-se: uma casa. É um bem principal ou acessório? Resposta: depende em relação a quê!!!. A casa em relação a quê? A casa em relação ao terreno! Neste caso a casa é acessória; o terreno é o principal. Mas, e se for a casa em relação aos bens móveis que guarnecem a casa, ou a casa em relação a uma piscina? Neste caso a casa será o principal e os demais serão acessórios. Uma árvore é um bem principal ou acessório? Depende! A árvore em relação aos frutos é o bem principal. Mas em relação ao solo é acessório. Acompanhe então a classificação completa: 90 PRINCIPAIS – ART 92, CC São os que existem por si, abstrata ou concretamente, independente de outros (exemplos: o solo, um crédito, uma jóia, uma árvore). Exercem função e finalidade independentemente de outra coisa. ACESSÓRIOS – ART. 92, CC São aqueles cuja existência pressupõe a existência de um bem principal (exemplos: uma árvore em relação ao solo, um prédio em relação ao solo, a cláusula penal, o contrato de fiança em relação ao contrato de locação, os juros, os frutos). Regra - o bem acessório segue o principal. Por essa razão, quem for o proprietário do principal, em regra, será também o do acessório; a natureza do principal será a do acessório. Trata-se do princípio da gravitação jurídica: um bem atrai o outro para a sua órbita, comunicando-lhe seu próprio regime jurídico. Isto também se aplica aos contratos: se o contrato principal for nulo, nula também será a fiança, que é cláusula acessória (já o contrário não é verdadeiro – se nula a fiança o contrato principal pode ser válido). O credor que tem direito de receber uma coisa pode reclamar os seus acessórios. São Bens Acessórios: 1) Frutos (ART. 95, CC): são as utilidades que a coisa produz periodicamente; nascem e renascem da coisa e cuja percepção mantém intacta a substância do bem que as gera. Os frutos podem ser classificados em: a) Naturais: própria força orgânica da coisa (exemplos: frutas, crias de animais, ovos). b) Industriais: trabalho humano (exemplo: produção de uma fábrica, produção de laticínios). c) Civis: oriundos de um direito (exemplo: juros de caderneta de poupança, aluguéis, bonificações de ações). Além disso, ainda podem ser: Pendentes: ligados à coisa que os produziu, ainda junto ao bem principal. Percebidos: já separados, não mais unidos ao bem principal. Exemplos: em um contrato de compra e venda de uma fazenda, os frutos da plantação de mamão que ainda estão não foram colhidos (junto ao bem principal) são denominados pendentes e pertencem ao comprador; já os frutos 91 que foram colhidos (não mais junto ao bem principal) são denominados percebidos e pertencem ao vendedor. Vale ressaltar que as partes podem ajustar o contrário (exceção). Outro exemplo ocorre com os animais e sua cria (prenhez), aplica-se a mesma regra. 2) Produtos (ART. 95, CC): são as utilidades que se extraem da coisa, alteram a substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu esgotamento, porque não se reproduzem (exemplos: pedras de uma pedreira, minerais de uma jazida, carvão mineral, lençol petrolífero). 3) Pertenças (ARTS. 93/94, CC): atenção para essa novidade do código atual. São os bens que, não constituindo partes integrantes (como os frutos, produtos e benfeitorias), se destinam de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Exemplos: a moldura de um quadro, acessórios de um veículo, um trator destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola. Trata-se de um bem acessório, pois depende economicamente de outro bem principal. É necessário, para caracterizá-lo, o vínculo intencional (material ou ideal), duradouro, estabelecido por quem faz uso da coisa e colocado a serviço da utilidade do principal. MUITA ATENÇÃO PARA NÃO CONFUNDIR!!!!!!!!!!!!!!! O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL, SALVO SE ESTE ACESSÓRIO FOR PERTENÇA, PORÉM A PERTENÇA SEGUE O PRINCIPAL SE A LEI DETERMINAR, SE MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (ACORDO ENTRE AS PARTES) OU DA CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. Assim determina o art. 94 CC/2002: os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Portanto, em relação às pertenças, nem sempre pode se usar o adágio de que “o acessório segue o principal”. Quando se tratar de negócio que envolva transferência de propriedade que contenha uma pertença é conveniente que as partes se manifestem expressamente sobre os acessórios (se eles acompanham ou não o bem principal), evitando situações dúbias posteriores. Exemplo: quando se vende um carro deve o vendedor mencionar se o equipamento de som está incluso ou não no negócio. Só são pertenças os bens que não forem partes integrantes, isto é, aqueles que, se forem retirados do principal não afetam a sua estrutura. Exemplo: Uma casa é composta por diversas partes integrantes. Uma porta ou uma janela são fundamentais para a existência desta casa, portanto são consideradas como partes integrantes. Já o ar condicionado ou um quadro desta casa podem ser considerados como pertenças (eles pertencem à casa, mas não são parte integrantes). 92 Quando se vende uma casa, a porta, a janela (partes integrantes) acompanham a venda. Já o ar condicionado e o quadro (pertenças) podem ser vendidos junto ou podem ser retirados da casa pelo vendedor, não fazendo parte do negócio. Tudo vai depender do que estiver escrito no contrato. Da mesma forma os instrumentos agrícolas e os animais em relação a uma fazenda. Há duas situações que a lei (CC/2002) determina que a pertença deva seguir o bem principal, conforme se observa abaixo: Art. 566. O locador é obrigado: I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário. Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 4) Benfeitorias (ART. 96, CC): são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Quanto às benfeitorias precisamos saber: quais são elas, qual o conceito e exemplos de cada uma delas e o efeito que elas podem ter no direito possessório que já iremos adiantar uma pouco aqui. Dividem-se as benfeitorias em: a) Voluptuárias (§ 1°): são as de mero embelezamento, recreio ou deleite, que não aumentam o uso da coisa (ex: uma pintura artística, ajardinamento, piscina, churrasqueira). b) Úteis (§ 2°): são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa (exemplo: garagem, edículas, construção de uma área para melhor ventilação). c) Necessárias (§ 3°): são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore (exemplo: reforços em alicerces, restauração de assoalhos, reforma de telhados, substituição de vigamento podre, desinfecção de pomar). Relevância jurídica da distinção das benfeitoriasNa posse – O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis. Caso não indenizadas, o possuidor tem o direito de retenção pelo valor das mesmas, isto é, pode reter o bem até que seja indenizado pela benfeitoria feita. Quanto às voluptuárias não serão indenizadas, mas elas podem ser levantadas (isto é, retiradas), desde que não haja danificação do bem principal. Por outro lado, ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias. Veja o resumo no quadro: 93 BENFEITORIAS BOA-FÉ MÁ-FE NECESSÁRIAS SIM* SIM ÚTEIS SIM NÃO** VOLUPTUÁRIAS NÃO***, RETIRA NÃO * Sim: indenização (recebe as despesas) ** Não: não há indenização (não recebe as despesas) *** Não indeniza, mas podem ser retiradas. Assim a lei 8.245/91 (sobre locações), dispõe: Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. Deixam de ser bens acessórios e passam a ser principais os seguintes bens: a) a pintura em relação à tela; b) a escultura em relação à matéria-prima; c) a escritura ou qualquer trabalho gráfico em relação à matéria prima. BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃO AO TITULAR DO DOMÍNIO Tal classificação se refere aos sujeitos a que pertencem os bens. Pergunta-se: de quem são os bens? Eles podem ser divididos em: BENS PARTICULARES São os que pertencem às pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado. RES NULLIUS: são coisas de ninguém, coisas sem dono. Exemplo: um bem deixado pelo seu proprietário com intenção de não mais ser dono (coisas abandonas), animais selvagens em liberdade, pérolas no fundo do mar, peixes no mar, conchas na praia, tesouros escondidos. 94 BENS PÚBLICOS Vale ressaltar, inicialmente, que faz parte do estudo de Direito Administrativo. São os que pertencem a uma entidade de direito público interno: União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias. Os bens públicos possuem uma classificação legal. Classificação dos Bens Públicos (art. 99 CC) A) Uso Comum do Povo Destinados à utilização do público em geral; podem ser usados sem restrições por todos, sem necessidade de permissão especial (exemplo: praças, jardins, ruas, estradas, mares, rios, praias). Não perdem a característica de uso comum se o Estado regulamentar seu uso, ou torná-lo oneroso (exemplo: pedágio nas rodovias, fechamento de uma praça à noite por questão de segurança). Assim será possível juridicamente a cobrança de pedágio na ponte ora construída de Manaus - Iranduba. B) Uso Especial Imóveis (edifícios ou terrenos) utilizados pelo próprio poder público para a execução de serviço público (exemplos: prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, hospitais públicos, secretarias, ministérios, etc.). Eles têm uma destinação especial. O Direito Administrativo se refere a eles como bens públicos afetados. Afetação quer dizer que há a imposição de um encargo, um ônus a um bem público. Indica ou determina o fim a que ele se destina ou para o qual será destinado. C) Dominicais (ou dominiais) São os bens que constituem o patrimônio disponível da pessoa jurídica de direito público. Abrange os bens móveis e imóveis. Na verdade são os outros bens públicos, por exclusão (pois eles não são de uso comum do povo e nem têm uma destinação especial). São eles (apenas exemplificativamente): terrenos de marinha (e acrescidos) terrenos banhados por mar, lagoas e rios (públicos) onde se faça sentir a influência das marés. Estão compreendidos na faixa de 33 metros para dentro da terra medidos à linha de preamar média. Pertencem à União. mar territorial compreende a faixa de 12 milhas marítimas de largura, de propriedade da União. Além disso, há a zona econômica exclusiva - de 12 a 200 milhas - onde 95 o Brasil tem direitos de soberania exclusivos, para fins de exploração econômica, preservação ambiental e investigação científica. Terras devolutas são terras que, embora não destinadas a um uso público específico, ainda se encontram sob o domínio público. São terras não aproveitadas. Como regra pertencem aos Estados, que podem passá-las aos Municípios; serão da União se indispensáveis à segurança nacional. Os bens públicos dominicais podem, por determinação legal, ser convertidos em bens públicos de uso comum ou especial. Características dos Bens Públicos: Inalienabilidade: os bens públicos não podem ser vendidos, doados ou trocados, desde que destinados ao uso comum do povo e uso especial, ou seja, enquanto tiverem afetação pública (art. 100 CC). Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais. Exemplo: uma praça pública não poderá ser vendida enquanto tiver esta destinação (uso comum do povo). Caso contrário, o Município poderá, por lei, alienar o terreno, desde que o faça em hasta pública ou por meio de concorrência administrativa. Impenhorabilidade: impede que o bem passe do devedor ao credor por força de execução judicial (adjudicação ou arrematação). Também não pode recair hipoteca sobre esses bens. Imprescritibilidade (usucapião): a Constituição Federal proíbe a aquisição, por usucapião, de bens públicos, bem como o Código Civil. Os bens públicos dominicais podem ser convertidos em bens de uso comum ou especial. Por meio da afetação o bem passa da categoria de bem do domínio privado do Estado para a categoria de bem do domínio público. COISAS FORA DO COMÉRCIO Expressão não contida no atual código. Os bens que se acham no comércio podem ser alienados e adquiridos livremente. Já os que estão fora do comércio não podem ser transferidas de um acervo patrimonial a outro. Comércio sentido técnico = possibilidade de compra e venda, doação, ou seja, liberdade de circulação (qualquer contrato) São considerados coisas fora do comércio, os bens: - Insuscetíveis de apropriação são bens de uso inexaurível (ex: ar, luz solar, água do alto-mar, etc.). São chamados de coisas comuns. - Personalíssimos: vida, honra, liberdade, nome, etc. - bens públicos (uso comum do povo e especial – art. 100 CC-regra). 96 - bens das fundações (arts. 62 a 69 CC). - terras ocupadas pelos índios (art. 231, §4º CF). - terreno onde foi construído um edifício de condomínio por andares, enquanto persistir o regime condominial (art.1.331, § 2º). - bens de família. - bens gravados com cláusula de inalienabilidade. JURISPRUDÊNCIA 1) STF: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. BEM DE FAMÍLIA. PENHORA. DECORRÊNCIA DE DESPESAS CONDOMINIAIS. 1. A relação condominial é, tipicamente, relação de comunhão de escopo. O pagamento da contribuição condominial [obrigação propter rem] é essencial à conservação da propriedade, vale dizer, à garantia da subsistência individual e familiar --- a dignidade da pessoa humana. 2. Não há razão para, no caso, cogitar-se de impenhorabilidade. 3. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 439003 / SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 06/02/2007 Órgão Julgador: Segunda Turma). 2) STF: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENHORA. FIADOR. BEM DE FAMÍLIA. LEGITIMIDADE. 1. O Plenáriodo Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE n. 407.688, decidiu pela possibilidade de penhora do bem de família de fiador, sem violação do art. 6º da Constituição do Brasil. Agravo regimental a que se nega provimento. ( RE-AgR 477953 / SP - SÃO PAULO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 28/11/2006 Órgão Julgador: Segunda Turma). 3) STJ: AGRAVO INTERNO. LOCAÇÃO. FIANÇA. BEM DE FAMÍLIA. PENHORA. POSSIBILIDADE (PRECEDENTES). Este Superior Tribunal de Justiça, na linha do entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmou jurisprudência no sentido da possibilidade de se penhorar, em contrato de locação, o bem de família do fiador, ante o que dispõe o art. 3º, VII da Lei 8.009/90. 2. Agravo ao qual se nega provimento. (AgRg no Ag 923.763/RJ, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 22/06/2009). 4) STJ: Lavadora, secadora de roupas e aparelho de ar-condicionado são impenhoráveis Lavadora, secadora de roupas e aparelhos de ar-condicionado não podem ser objetos de penhora. Com essa conclusão, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu ganho de causa a uma devedora que teve penhorados bens móveis que guarnecem sua residência. 97 EXERCÍCIO 4 1. (TRF) Assinale a alternativa incorreta: a) os bens móveis se adquirem pela transcrição. b) os direitos do autor são considerados bens móveis por força de lei. c) o mútuo é um contrato de empréstimo de coisas fungíveis. d) o módulo rural é um bem indivisível. e) o comodato é um contrato de empréstimo gratuito de bens infungíveis. 2. Pela regra “o acessório segue o principal”, podemos afirmar: a) o principal não existe sem o acessório. b) principal e acessório formam sempre um único bem que não poderá ser desmembrado. c) a propriedade do principal pertencerá como regra à mesma pessoa que tem a propriedade do acessório. d) sendo considerado nulo o acessório (nos contratos), nulo será também o principal. e) frutos são considerados como benfeitorias úteis. 3. Assinale a alternativa incorreta: a) as árvores, os frutos pendentes e o espaço aéreo são considerados como sendo bens imóveis. b) os prédios de apartamentos podem sem classificados como sendo bens imóveis por acessão física. c) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem são considerados como bens imóveis. d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem nela empregados, conservam sua qualidade de bens móveis. e) são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem como a hipoteca e o penhor. 4. João comprou um relógio e inclusive efetuou parte de seu pagamento. Ocorre que o vendedor ainda não fez a entrega do bem. Nesse caso podemos dizer que: a) João é o proprietário do relógio e pode exigir a sua entrega imediata. b) João ainda não é o proprietário do relógio, mas o contrato de compra e venda está perfeito. c) João somente será o proprietário quando tiver pago a totalidade do valor do relógio. d) João apesar de já ser o proprietário, deve exigir a posse para que o contrato seja reputado perfeito. e) João somente será reputado proprietário quando houver a transcrição do bem, ou seja, com a entrega. 5. São benfeitorias: voluptuária, necessária e útil, na respectiva ordem: a) a construção de uma edícula nos fundos da casa, a instalação de uma piscina na casa e uma pintura artística. b) a pintura do imóvel para sua impermeabilização, o conserto de um encanamento rompido e a instalação de uma antena parabólica. c) o ajardinamento de uma residência, o conserto do telhado da casa e a construção de uma garagem. 98 d) a colocação de piso de mármore na casa, a pintura interna do apartamento e a instalação de uma sauna nos fundos da casa. e) a construção de uma piscina, o conserto do piso da casa que ameaça ceder e uma pintura de um mural na casa, com finalidade artística. 6. Os bens que o Estado pode dispor são os: a) inalienáveis. b) infungíveis. c) dominicais. d) direitos reais. e) prescricionais. 7. São respectivamente bens fungíveis e infungíveis: a) um terreno; uma cadeira escolar. b) um quadro de um pintor famoso; uma motocicleta. c) certa porção de dinheiro; um automóvel. d) o cavalo de corrida furacão; um relógio de pulso. e) um par de sapatos novos produzido em série; uma caneta comum. 8. Antônio financiou a compra de um terreno. Apenas edificou um muro neste terreno, mas não quis construir nada no terreno, pois sua intenção era esperar valorizar e vendê-lo posteriormente. Foi pagando aos poucos e quitou a dívida. Finalmente foi lavrada a respectiva escritura pública de compra e venda. Neste caso: a) Antônio é o verdadeiro proprietário do terreno por já ter sido lavrada a escritura pública. b) Antônio não é o proprietário ainda, pois não entrou na posse efetiva do terreno. c) Antônio tornou-se proprietário do terreno no momento em que quitou a dívida, independentemente da posse. d) Antônio não é o proprietário, pois lhe falta o registro da escritura pública. e) Antônio ainda não é proprietário, pois necessita da comprovação da tradição e do pagamento de eventuais impostos: Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação ou o Inter Vivos (ITCMD) ou Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). 9. Em relação aos bens imóveis, assinale a alternativa correta: a) os frutos pendentes e as árvores não são bens imóveis. b) os direitos reais sobre os imóveis não podem ser tidos como imóveis para efeitos legais. c) o direito abstrato à sucessão é considerado bem imóvel mesmo que os bens deixados pelo de cujus sejam todos móveis. d) todo bem móvel é fungível. e) os direitos autorais são considerados como bens imóveis. 10. Não são considerados bens móveis: a) o direito à sucessão aberta. b) as energias que tenham valor econômico. c) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados. d) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. e) os direitos autorais. 99 11. Marque a alternativa FALSA: a) a energia eólica que tenha valor econômico, é considerada como um bem móvel para efeitos legais. b) as características identificadoras dos bens fungíveis são a espécie, a qualidade e quantidade. c) são divisíveis os bens cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. d) universalidade de direito é o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. e) Universalidade de fato é a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 12. Sobre as pertenças, tendo em vista o Código Civil de 2.002, é correto afirmar que: a) são bens acessórios e por isso sempre seguem a sorte do principal. b) constituem parte integrante do bem principal e se destinam ao seu aformoseamento. c) são consideradas benfeitorias úteis, pois ampliam o uso da coisa. d) apesar de serem consideradas como bens acessórios, nem sempre seguem a sorte do principal. e) são bens acessórios e equiparados aos frutos e aos produtos. 13. (ESAF – Procurador do DF – 2004) Assinale a opção correta. a) as pertenças não seguem necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório sempre seguirá a sorte do principal, razão pela qual, se uma propriedade rural for vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor não está obrigado a entregar as máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela utilizados. b) Uma construção nova em terreno público invadido pode ser considerada como uma benfeitoria útil. c) O bem de família legal (Lei 8.009/90)é coisa fora do comércio. d) Entende-se como entidade familiar, para fins de aplicação do instituto do bem de família legal, tão somente o núcleo familiar advindo do casamento com efeitos civis. e) Os prédios das universidades públicas são classificados como bens públicos de uso comum. 14. Uma empreiteira mantém contrato com um Município para a construção de casas populares. Para cumprir tal contrato, adquiriu toda a argila existente no subsolo de uma propriedade particular, até então inexplorada pelo dono do imóvel, realizando tal negócio através de contrato de compra e venda. Neste caso, o contrato da empreiteira com o particular é considerado: a) perfeitamente válido, mas somente se ele for celebrado por instrumento público. b) nulo, porque os minerais do subsolo teriam de ser adquiridos pelo município, mediante desapropriação para atender a empreiteira. c) válido, porque a causa do contrato atende um interesse público, que é a construção de casas populares. d) anulável, na hipótese de ter sido celebrado por instrumento particular. e) nulo, porque o proprietário do imóvel não é o proprietário dos minerais encontrados no subsolo. 100 15. Magistratura do Trabalho – Rio de Janeiro – 2.004) Aponte a proposição correta quanto à alienação de bens públicos: a) podem ser objeto de alienação se perderem a natureza de uso comum ou especial. b) a natureza de tais bens impede definitivamente sua alienação. c) os bens de uso comum não podem jamais ser alienados, o que não ocorre quanto aos de uso especial, desde que sejam objeto de licitação. d) dentre os bens públicos, só podem ser objeto de alienação os dominicais e os de uso especial quando sejam objeto de licitação. e) os bens de uso comum não podem ser alienados jamais, porque servem diretamente ao público, mas os de uso especial poderão ser alienados, desde que passem por processo especial que os coloque na categoria de bens dominicais. 16. (CESPE-2009-Defensor Público) Ao realizar uma reforma de seu imóvel, o proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e conservou as portas e janelas que estavam ali instaladas, pensando em revendê-las, já que eram muito antigas e bastante valiosas. Nesse caso, as referidas portas e janelas são consideradas: a) bens móveis, porque são decorrentes de demolição. b) bens imóveis, porque foram apenas provisoriamente retiradas para serem empregadas em um bem da mesma natureza. c) pertenças, porque, de modo ideal, sempre estarão agregadas a um bem imóvel. d) bens imóveis por força de ficção legal, em função do seu alto valor em relação ao bem principal. e) bens móveis por antecipação, porque, apesar de ligadas ao imóvel, passaram a ser objeto de negócio separado. 17. A respeito dos bens, assinale a alternativa correta. a) Os bens reciprocamente considerados são classificados como singulares e coletivos. b) São pertenças as telhas que servem de cobertura de um imóvel residencial. c) Consideram-se benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. d) Os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que o asseguram são considerados bens imóveis. e) Por determinação legal, a propriedade industrial constitui exemplo de bem imóvel. 18. (FCC-2010-TRE-RS-Analista Judiciário) Considere: I. Direitos autorais. II. Energia com valor econômico. III. Direito pessoais de caráter patrimonial. IV. Direito à sucessão aberta. De acordo com o Código Civil, considera-se bem móvel, seja para efeitos legais ou propriamente ditos, os indicados SOMENTE em a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I e III. d) II e III. e) I, II e IV. 101 19. Considerados em si mesmos, os bens podem ser: a) públicos e particulares. b) principais e acessórios. c) imóveis pela própria natureza, benfeitorias e pertenças. d) móveis e imóveis. 20. A propósito das diferentes classes de bens, é correto afirmar que: a) as pertenças são bens acessórios que se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. b) os considerados em si mesmos podem ser principais ou acessórios. c) os reciprocamente considerados podem ser móveis ou imóveis. d) os bens naturalmente divisíveis não podem ser considerados indivisíveis por declaração de vontade das partes, nem por testamento. e) os bens fungíveis são aqueles cujo uso importa destruição imediata da própria substância. 21. Considere as seguintes proposições: I. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. II. São benfeitorias voluptuárias as que aumentam ou facilitam o uso do bem. III. Os bens públicos e os privados estão sujeitos ao usucapião. IV. São bens públicos de uso comum, os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial e municipal, e as autarquias. V. Os bens públicos dominicais nunca podem ser alienados. Assinale a alternativa correta: a) apenas a I e a II estão corretas b) apenas a II e a III estão incorretas c) apenas a I está correta d) apenas as alternativas II, III e V estão incorretas e) todas estão incorretas 22. Marque a alternativa correta: I - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. II - Consideram-se móveis para os efeitos legais: as energias que tenham valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. III - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. IV - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. V - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. a) Todas as alternativas estão corretas. b) Somente as alternativas II e III estão erradas. c) Somente as alternativas III, IV e V estão certas. d) As alternativas I, II e III estão erradas. 102 e) A única alternativa correta é a IV. 23. (ESAF-2004-MPU) Serviços realizados em casa alugada num alicerce, que cedeu, são tidos como: a) benfeitorias necessárias. b) benfeitorias úteis. c) acessões artificiais. d) construções. e) benfeitorias voluptuárias. 24. Dentre outros, considera-se bem imóvel para os efeitos legais: a) o direito à sucessão aberta. b) a energia que tenha valor econômico. c) o direito real sobre objetos móveis. d) o direito pessoal de caráter patrimonial. e) a ação correspondente a direitos pessoais de caráter patrimonial. 25. (FCC-2006-TRE-Analista Judiciário) Dentre outros, considera-se bem imóvel para os efeitos legais: a) o direito à sucessão aberta. b) a energia que tenha valor econômico. c) o direito real sobre objetos móveis. d) o direito pessoal de caráter patrimonial. e) a ação correspondente a direitos pessoais de caráter patrimonial. 26. (FCC-2006-TRF) Mário possui direito real sobre imóvel; João direito à sucessão aberta e Maria direito pessoal de caráter patrimonial. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, os direitos de Mário, João e Maria são considerados, para os efeitos legais, respectivamente, bem a) imóvel, imóvel e móvel. b) móvel, imóvel e imóvel. c) imóvel, móvel e imóvel. d) imóvel, móvel e móvel. e) móvel, móvel e imóvel. 27. (FGV-2008-Procurador) A respeito dos bens públicos, é correto afirmar que: a) são inalienáveis, exceto quando desafetados, autorizandoa lei ordinária sua venda. b) são inalienáveis, exceto se lei complementar autorizar sua alienação. c) são sempre inalienáveis. d) são inalienáveis, se forem de uso especial. e) são inalienáveis, se forem de uso comum. 28. Sobre as pertenças, é correto afirmar que: a) são bens acessórios e por isso seguem o principal. b) constituem parte integrante do bem principal e destinam-se ao seu aformoseamento. c) são benfeitorias úteis. d) apesar de consideradas bens acessórios, não seguem a sorte do principal. 103 29. Considere: I. Para os efeitos legais, são imóveis, dentre outros, as energias que tenham valor econômico e os direitos pessoais de caráter patrimonial e res pectivas ações. II. São coletivos os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. III. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. IV. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS em a) III e IV. b) I, II e III. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. Responda com C para Certo e E para errado. 30. A - No Código Civil de 2002, no capítulo da parte geral dedicado aos bens reciprocamente considerados, introduziu-se a figura das pertenças, verdadeira novidade legislativa no âmbito do direito privado brasileiro. A respeito destes bens, julgue os dois itens seguintes: São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. ( ) Certo ( ) Errado B - Em regra, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças. ( ) Certo ( ) Errado Responda as questões subjetivas com fundamentação. 31. José Alves comprou um terreno, com 400 metros quadrados, para construir a residência de seus sonhos; durante a construção ele obteve do órgão responsável autorização para a perfuração de um poço artesiano. Ocorre que durante as escavações foram encontrados vários recursos minerais de alto valor econômico, fato este que o deixou super feliz, por entender que seria a grande oportunidade de adquirir a propriedade de tais minerais e ficar com uma boa conta bancária. Assim sendo, explique se José Alves é o proprietário do solo com a compra do terreno e, consequentemente, do subsolo e dos recursos minerais. 32. Marcos da Silva, 28 anos de idade, casado com a Sra. Maria de Lurdes, 27 anos, ambos possuíam os seguintes bens adquirido durante o casamento: um carro, um terreno, depósito em conta poupança no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), duas residências, dois semoventes, um avião e telhas para serem empregadas no telhado de uma das residências. Vale afirmar que Marcos da Silva faleceu em 13.10.2011, deixando dois filhos, Lucas Silva e Ana Silva, e que a partilha dos bens ocorrerá em 01.12.2011. Faça a classificação dos bens mencionados, com justificativa, nas seguintes situações: a) Classificação individual dos bens antes da morte de Marcos da Silva. b) Durante o período de 13.10.2011 até 30.11.2011. 104 c) A partir de 01.12.2011. 33. Marta tem uma residência localizada nesta Capital do Amazonas com as seguintes características: 03 quartos, 02 salas, 02 banheiros, 01 piscina, 02 garagens, 01 edícula, 01 ar-condicionado, ferramentas de jardinagem, armários de cozinha, 02 sofás, portas e janelas de cerejeira, 01 sauna. Explique, de acordo com a classificação dos bens reciprocamente considerados, o que seguirá a coisa principal em caso de venda deste imóvel analisando conforme a regra geral. 34. Explique: o acessório segue o principal, desde que este acessório não seja uma pertença. 35. João locou sua casa para Marcos durante 10 meses por R$ 500,00 (quinhentos reais) mensais. Na casa tem um sofá, um ar-condicionado e uma estante de madeira. Explique se os objetos mencionados seguirão a coisa principal. 36. Ana possui uma casa de madeira que pode ser retirada de seus alicerces para ser fixada em local diverso do original. Neste caso, classifique, com justificativa, o referido bem quanto a sua mobilidade. 37. A Prefeitura Municipal de Manacapuru é proprietária da praça “Do povo e para o povo”, localizada no centro da cidade, local que população regulamente frequenta para seu lazer. Com base neste enunciado, responda com justificativa: a) O ente público acima citado pode ser dono do mencionado bem? b) Qual a classificação quanto ao titular do domínio? c) A praça pode ser alienada? 38. Analise a seguinte hipótese: o prédio onde está localizado o UNINORTE é de sua propriedade e necessita de reforma no telhado e nas janelas para melhor segurança e acomodação de seus alunos e empregados. A construtora “Timão Ltda.” foi contratada pela universidade para realizar a reforma que começou há dez dias. Responda com fundamentação: a) A classificação do prédio quanto a sua mobilidade. b) A classificação das janelas e telhas no momento da reforma quanto sua mobilidade. c) Há possibilidade dos bens do item anterior mudar de classificação? 39. Maria e Lúcia estão devendo para Marta um cachorro da raça labrador e a quantia de R$ 500,00, com data de entrega no dia 30.09.2010. Explique a classificação dos bens relacionados quanto à divisibilidade. 40. Michelangelo foi um famoso pintor italiano, autor de vários quadros valiosos de sua época (século XV). O Sr. Ronaldo Nazário adquiriu em 01.10.2010 uma dessas obras para entrega em 12.10.2010; ocorre que o vendedor no dia 11.10.2010 ligou para o adquirente e disse que estava enviando um quadro de Emiliano Di Cavalcanti. Responda com fundamentação a classificação do bem comprado quanto à fungibilidade. 41. Maíra, vizinha e amiga de Luana, emprestou seu carro para sua amiga no dia 10.10.2010 para devolvê-lo nesta data. Explique a classificação do bem quanto à 105 mobilidade e quanto à fungibilidade, indicando se Luana poderá devolver outro carro. 42. João alugou seu imóvel comercial para a Empresa Faz Tudo, com data de vigência do contrato por 12 meses e pagamento mensais de R$ 2.000,00. Explique o motivo pelo qual a empresa está obrigada a devolver o mesmo imóvel ao proprietário. 43. Marla possui os seguintes bens: uma casa, um sofá, um carro, R$ 10.000,00, 50 resmas de papel, um livro de direito civil parte geral e neste instante está comprando frutas para seu regime alimentar. Sendo assim, descreva a classificação dos bens listados quanto à consuntibilidade. 44. A Floresta Amazônica é uma floresta tropical situada na região norte da América do Sul. Ocupa territórios do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. É a floresta equatorial que ocupa a maior extensão do território amazônico. Indique e justifique a classificação do mencionado bem quanto à sua individualidade. 45. O prédio da administração da Prefeitura Municipal de Manaus está localizado na Av. Brasil nesta Capital. Faça a classificação deste bem quanto ao titular do domínio. Bom estudo e sucesso...
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