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O papel da Estatística

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O papel da Estatística
Profa. Renata M. R. Vasconcelos - IME/UFG
Disciplina: Estatística I - Curso: Estatística
AULA 02 - Data: 14-08-2014
ESTATÍSTICA - história
Derivada da palavra latina status (“estado”).
Primeiros usos: construção de tabelas que descreviam vários aspectos de um estado ou país (século XVI).
John Graunt (1662): publicou informações acerca de nascimentos e mortes. Seu trabalho foi seguido por estudos sobre taxas de mortalidade e de doenças, tamanhos de populações, renda e taxas de desemprego.
No Brasil, em 1872 houve o primeiro censo (pesquisa que visa a coleta de dados estatísticos de um determinado lugar) geral da população brasileira feito por José Maria da Silva Paranhos, conhecido como Visconde do Rio Branco.
ESTATÍSTICA - história
No século XVIII o estudo destes fatos foi tomando, aos poucos, uma forma científica.
Gottfried Achenwall batizou a nova ciência com o nome de Estatística, determinando o seu objetivo e suas relações com outras Ciências.
As tabelas tornaram-se mais complexas, surgiram representações gráficas e o cálculo de probabilidades.
Daí a Estatística deixou de ser uma simples catalogação de dados para se tornar um estudo de como chegar a conclusões sobre o todo, partindo da observação de partes desse todo.
ESTATÍSTICA NO BRASIL
Em 1936, temos a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este instituto é uma fundação pública da administração federal brasileira. Tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais e econômicas, o que inclui realizar censos e organizar as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas governamentais federal, estadual, municipal e para outras instituições e o público em geral.
Em 1953, duas escolas iniciaram o ensino da Estatística no Brasil: uma no Rio de Janeiro, a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) e a outra conhecida como Escola de Estatística na Bahia.
ESTATÍSTICA - associações
Associação Brasileira de Estatística - ABE - www.redeabe.org.br.
Foi criada em 1984. 
Objetivo promover o desenvolvimento, disseminação e aplicação da Estatística no Brasil.
Através dos eventos que organiza, promove um intercâmbio amplo entre professores, pesquisadores, profissionais e estudantes das mais diversas áreas que necessitem de Estatística, bem como profissionais do setor produtivo.
Brazilian Journal of Probability and Statistics – BJPS.
SINAPE.
EMR.
ESTATÍSTICA - organizações
IBGE.
CONRE - Conselho Regional de Estatística - www.conre1.org.br.
É um órgão consultivo, orientador, disciplinador e fiscalizador da profissão de Estatístico.
Para exercer a profissão de estatistico, é necessário obter o registro profissional junto ao CONRE da sua região.
CONRE 1a região: Distrito Federal, Acre, Amazonas, Goiás, Rondônia e Roraima.
ESTATÍSTICA: a profissão
A Designação profissional de Estatístico é privativa: 
dos possuidores de diploma de curso superior em Estatística no país e no exterior;
dos que, comprovadamente na data de promulgação da Lei nº 4739, ocupavam ou estavam exercendo o cargo de Estatístico em entidades públicas ou privadas, ou fossem professores de estatística.
A PROFISSÃO
De acordo com o artigo 6o da Lei 4739, “o exercício da profissão de Estatístico” compreende:
planejar e dirigir a execução de pesquisas ou levantamentos estatísticos;
planejar e dirigir os trabalhos de controle estatístico de produção e de qualidade;
efetuar pesquisas e análises estatísticas;
elaborar padronizações estatísticas;
efetuar perícias em matéria de estatística e assinar os laudos respectivos;
emitir pareceres no campo da Estatística;
o assessoramento e a direção de órgãos e seções de Estatística;
a escrituração dos livros de registro ou controle estatístico criados em lei.
O fato é que no desenvolvimento científico e em nosso próprio dia-a-dia, estamos sempre fazendo observações de fenômenos, gerando dados (ao ler jornais e revistas, por exemplo).
Em particular:
Engenheiros: frequentemente analisam dados de propriedades dos materiais;
Profissionais de informática: avaliam regularmente dados de desempenho de novos sistemas computacionais. 
A Estatística é a ferramenta que permite extrair dos dados a informação necessária para que possamos trabalhar com o mínimo de risco possível.
A pesquisa científica tem sido utilizada para a otimização (obtenção de melhor resultado) de recursos econômicos; para o aumento da qualidade e produtividade; na otimização em análises de decisões, em questões judiciais e em muitas outras áreas.
Conceitos Básicos
Ciência Estatística
Dados
Observações/informações coletadas a partir de uma população ou amostra.
Exemplo: 
Medidas;
Sexo;
Respostas de sondagens; 
A atual realidade
Famílias , governos e empresas se apoiam fortemente nos dados estatísticos para orientação.
Os dados resultantes são usados pelos dirigentes dos negócios para tomarem decisões que afetam futuras contratações, níveis de produção e expansão para novos mercados.
Assim, a análise e a interpretação dos dados estatísticos tornam possível o diagnóstico de uma empresa, o conhecimento de seus problemas, a formulação de soluções apropriadas e um planejamento objetivo de ação.
Sobre os Dados
Podem provir de:
Estudos observacionais: acompanhamento do desempenho de um processo produtivo em sua forma natural;
Estudos de experimentos planejados: altera-se de forma proposital as variáveis do processo para verificar seus efeitos nos resultados. 
Método: É o conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a um fim que se deseja.
Método Experimental: Consiste em manter constantes todas as causas (fatores), menos uma, e variar esta causa de modo que o pesquisador possa descobrir seus efeitos, caso existam. Ex: estudos na Física, Química, etc.
Metodologia Estatística
Conjunto de métodos para o planejamento de estudos e experimentos, obtenção de dados e consequente organização, resumo, apresentação, análise, interpretação e elaboração de conclusões baseadas nos dados.
Definições Importantes
População: Coleção completa de todos os elementos (escores, pessoas, medidas e outros) a serem estudados;
Censo: Conjunto de dados obtidos de todos os membros da população;
Amostra: Subconjunto de membros selecionados de uma população.
Análise Estatística de Dados
Tem por objetivo tomadas de decisões, resolução de problemas ou produção de conhecimento. 
Vale ressaltar que novos conhecimentos normalmente geram novos problemas de pesquisa, resultando em um processo iterativo:
Fig.: Processo iterativo das pesquisas empíricas
Pesquisa
Dados
Informações
Novos conhecimentos, novos problemas
Pesquisa: pontos importantes
Técnicas de amostragens e de planejamento de experimentos: ferramentas que nos permitem que tenhamos observações (dados) capazes de responder a um problema.
Informações relevantes dos dados precisam ser realçadas para que possamos enxergá-las, o que pode ser feito através da análise exploratória de dados.
Pesquisa: pontos importantes
Erro experimental: variações aleatórias devidas a uma infinidade de fatores não controláveis.
Probabilidade: Ferramenta matemática que auxilia na modelagem de fenômenos aleatórios.
Pesquisa: pontos importantes
Inferências estatísticas: generalizações de amostras para populações de onde elas foram extraídas.
 Fundamental na resolução de problemas e no processo de tomada de decisões;
Exemplo: é através dela que podemos chegar à conclusão de que:
	- um material é mais resistente do que outro;
	- um sistema computacional gera resultados mais precisos do que outro;
	- um candidato tem intenção de voto no intervalo 30% ± 2%, com nível de confiança de 95%.
A essência de uma análise estatística é tirar conclusões sobre uma população (universo) com base em uma amostra de observações.
Pesquisa: pontos importantes
Os dados amostrais devem ser coletados de modo apropriado, tal
como através de um processo de seleção aleatória (mesma chance de ocorrência).
Se os dados não forem coletados de modo apropriado, podem ser de tal maneira inúteis que nenhuma manipulação estatística poderá salvá-los.
Variabilidade
Subestimar a presença da variabilidade pode “pôr a casa a pique”!
Exemplo: observações do tempo demandado para transmitir dados através da rede mundial de computadores, ou do nº de bytes que passam por um servidor, variam uma enormidade ao longo do tempo... 
Variabilidade
	
... O conhecimento desses dados e de sua variabilidade torna-se imprescindível para se projetar um sistema de transmissão de dados, ou mesmo para usar o sistema existente com eficiência.
Variabilidade
Em geral, a busca por melhorias na qualidade de um processo produtivo implica a redução da variabilidade, que pode ser realizada com investimentos em:
Pessoal;
Máquinas;
Tecnologia.
Contudo, muitas das vezes, a redução de variabilidade pode ser acomodada com o conhecimento de relações entre fatores do processo e características funcionais do produto, o que envolve conhecimentos de engenharia, pesquisas, dados e análises.
Exemplo:
Estudo experimental;
Pesquisas observacionais (ou de levantamento) que envolvem
Planejamento;
Técnicas de amostragem;
Construção de questionários;
Organização dos dados;
Análises estatísticas;
Interpretação prática dos resultados.
Fases dos métodos estatísticos
1- Definição do problema:
formular corretamente o problema;
examinar outros levantamentos realizados no mesmo campo;
saber exatamente aquilo que se pretende pesquisar.
2. Planejamento:
determinar os procedimentos necessários para resolver o problema,
em especial, como levantar informações sobre o assunto objeto do estudo;
planejar o trabalho tendo em vista o objetivo a ser atingido;
escolher e formular corretamente as perguntas;
definir cronograma de atividades, custos envolvidos.
3. Coleta dos dados: Fase operacional. É o registro sistemático dos dados, com um objetivo determinado. A coleta pode ser direta ou indireta.
Coleta direta: feita sobre elementos de registro obrigatório ou feita pelo próprio pesquisador através de questionários (registros de nascimentos, óbitos, impostos, etc. A coleta direta dos dados pode ser classificada relativamente ao fator tempo em:
contínua: quando feita continuamente, tal como a de nascimentos, óbitos e a frequência dos alunos nas aulas;
periódica: quando feita em intervalos constantes de tempo, como censos (de 10 em 10 anos) e as avaliações mensais dos alunos;
ocasional: quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou a uma emergência; como no caso de epidemias que fazem com que rebanhos inteiros fiquem doentes ou até morrem, etc.
Coleta indireta: é feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela coleta direta, por analogia, por avaliação, indícios ou proporcionalização. : Ex.: podemos citar a pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é feita através de dados colhidos por uma coleta direta de dados de nascimentos e óbitos;
Dados primários: quando são publicados pela própria pessoa ou organização que os haja recolhido. Ex.: tabelas do censo demográfico do IBGE;
Dados secundários: quado são publicados por outra organização. Ex.: quando um jornal publica estatísticas referentes ao censo demográfico do IBGE.
4. Crítica dos dados:
observar os dados à procura de falhas e imperfeições, visando eliminar erros grosseiros (erros por parte do informante, por distração ou má interpretação das perguntas que lhe foram feitas).
5. Apuração dos dados:
resumo dos dados através de sua contagem e agrupamento. É a condensação e tabulação de dados. Isto é, o processamento dos dados: manual ou eletrônica.
6. Exposição dos resultados:
apresentar os dados sob a forma adequada (tabelas ou gráficos);
Tornar fácil o exame do objeto de tratamento estatístico.
7. Análise dos resultados:
A última fase do trabalho estatístico é muito importante e delicada.
Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas e coeficientes, cuja finalidade principal é descrever o fenômeno (Estatística Descritiva).
Após esta descrição, temos que tirar conclusões sobre o “todo” a partir de “partes representativas desse todo” através da Estatística Inferencial.

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