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2015927 204748 Resumo+sobre+Sangue%2c+Hemostasia+e+Tipagem+Sanguínea

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Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
Tecido conjuntivo sanguíneo 
 
O sangue (originado pelo tecido hemocitopoiético) é um tecido 
altamente especializado, formado por alguns tipos de células, que 
compõem a parte figurada, dispersas num meio líquido – o plasma -, que 
corresponde à parte amorfa. Os constituintes celulares são: glóbulos 
vermelhos (também denominados hemácias ou eritrócitos); 
glóbulos brancos (também chamados de leucócitos). 
O plasma é composto principalmente de água com diversas substâncias 
dissolvidas, que são transportadas através dos vasos do corpo. 
Todas as células do sangue são originadas na medula óssea 
vermelha a partir das células indiferenciadas pluripotentes (células-
tronco). Como consequência do processo de diferenciação celular, as 
células-filhas indiferenciadas assumem formas e funções especializadas. 
 
Plaquetas 
Plaquetas são restos celulares originados da fragmentação de células gigantes da medula óssea, conhecidas 
como megacariócitos. Possuem substâncias ativas no processo de coagulação sanguínea, sendo, por isso, também 
conhecidas como trombócitos (do grego, thrombos = coágulo), que impedem a ocorrência de hemorragias. 
 
Glóbulos vermelhos 
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos (do grego, eruthrós = vermelho, e kútos = célula) são anucleados, 
possuem aspecto de disco bicôncavo e diâmetro de cerca de 7,2 mm. São ricos em hemoglobina, a proteína responsável 
pelo transporte de oxigênio, a importante função desempenhada pelas hemácias. 
 
Glóbulos brancos 
Glóbulos brancos, também chamados de leucócitos (do grego, leukós = branco), são células sanguíneas 
envolvidas com a defesa do organismo. Essa atividade pode ser exercida por fagocitose ou por meio da produção de 
proteínas de defesa, os anticorpos. Costuma-se classificar os glóbulos brancos de acordo com a presença ou ausência, 
em seu citoplasma, de grânulos específicos, e agranulócitos, os que não contêm granulações específicas, comuns a 
qualquer célula. 
Glóbulos Brancos 
 
Características 
 
Função 
G 
R 
A 
N 
U 
L 
Ó 
C 
I 
T 
O 
S 
 
 
Célula com diâmetro entre 10 e 14 mm; 
núcleo pouco volumoso, contendo 2 a 5 
lóbulos, ligados por pontes cromatínicas. 
Cerca de 55% a 65% dos glóbulos brancos. 
 
Atuam ativamente na fagocitose de 
microrganismos invasores, a partir da emissão 
de pseudópodes. Constituem e primeira linha de 
defesa do sangue. 
 
 
Célula com diâmetro entre 10 e 14 mm, 
núcleo contendo dois lóbulos. Cerca de 2% a 
3% do total de leucócitos. 
 
Células fagocitárias. Atuação em doenças 
alérgicas. Abundantes na defesa contra diversos 
parasitas. 
A 
G 
R 
A 
N 
U 
L 
Ó 
C 
 
 
Célula com diâmetro que varia entre 10 e 
14 mm. Núcleo volumoso com forma de S. 
Cerca de 0,5 % do total dos glóbulos brancos. 
 
Acredita-se que atuem em processos alérgicos, a 
exemplo dos mastócitos. 
 
 
Célula com diâmetro que varia entre 8 a 
10 mm. Dois tipos básicos: B e T. Núcleo 
esférico. Cerca de 25% a 35% do total de 
leucócitos. 
 
 
Responsáveis pela defesa imunitária do 
organismo. Linfócitos B diferenciam-se em 
plasmócitos, as células produtoras de anticorpos. 
Linfócitos T amadurecem no timo, uma glândula 
localizada no tórax. 
Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
I 
T 
O 
S 
 
 
Célula com diâmetro entre 15 e 20 mm. 
Núcleo em forma de ferradura. Cerca de 10 
% do total dos glóbulos brancos. 
 
Acredita-se que atravessem as paredes dos 
capilares sanguíneos e, nos tecidos, diferenciam-
se em macrófagos ou osteoclastos, células 
especializadas em fagocitose. 
 
Visão geral 
Em um indivíduo normal, a coagulação é iniciada dentro de 20 segundos após a lesão ocorrer ao vaso sanguíneo 
causando dano às células endoteliais. As plaquetas formam imediatamente um tampão plaquetário no local da lesão. Essa 
é a chamada hemostasia primária. A hemostasia secundária acontece quando os componentes do plasma 
chamados fatores de coagulação respondem (em uma completa cascata de reações) para formar fios de fibrina, que 
fortalecem o tampão plaquetário. Ao contrário da crença comum, a coagulação a partir de um corte na pele não é iniciada 
pelo ar ou através da secagem da área, na verdade ocorre através das plaquetas que se aderem e que são ativadas 
pelo colágeno do endotélio do vaso sanguíneo que fica exposto, quando cortado o vaso. As plaquetas ativadas então 
liberam o conteúdo de seus grânulos, que contém uma grande variedade de substâncias que estimulam uma ativação 
ainda maior de outras plaquetas e melhoram o processo hemostásico. 
 
Hemostasia Primária 
 
 Vasoconstrição: primeiramente o vaso lesado se contrai. 
 Adesão: Inicia-se quando as plaquetas se aderem ao endotélio vascular. Essa aderência acontece com uma ligação 
entre a glicoproteína Ib/IX/V na superfície das plaquetas e colágeno exposto durante a lesão do endotélio. Essa 
ligação é mediada pelo fator de von Willebrand que funciona como uma "ponte" entre a superfície da plaqueta e o 
colágeno. Quando ocorre uma desordem qualitativa ou quantitativa deste fator ocorre a Doença de von Willebrand. A 
aderência leva a ativação plaquetária. Quando ocorre falta da glicoproteína Ib ocorre a Síndrome de Bernard-Soulier. 
 Ativação Plaquetária: Quando ocorre a ativação das plaquetas, elas mudam de forma e liberam conteúdos dos seus 
grânulos no plasma entre eles produtos de oxidação do ácido araquidônico pela via cicloxigenase (PGH2 e seu 
produto, o tromboxane), ADP, fator de ativação plaquetária (PAF). Quando ocorre uso de aspirina por um indivíduo, 
ocorre a inativação da enzima cicloxigenase evitando a síntese de PGH2 e tromboxane e ocorre um prolongamento 
do tempo de sangramento. 
 Agregação plaquetária: as plaquetas se agregam uma às outras, formando o chamado "trombo branco". 
Hemostasia Secundária 
Cascata de Coagulação 
 
Cascata de Coagulação. Legenda: HMWK =Cininogênio de Alto Peso 
Molecular, PK= Precalicreína, TFPI =Inibidor do Fator Tissular. Seta preta= 
conversão/ativação de fatores. Seta vermelha=ação dos inibidores. Seta 
Azul= reações catalisadas por fatores ativados. Seta Cinza= várias funções 
da trombina. 
 
Possui duas vías: intrínseca (via da ativação de contato) 
e extrínseca (via do fator tissular). Ambas vías tem grande 
importância e acabam se juntando para formação do coágulo de 
fibrina. Os fatores de coagulação são numerados por algarismos 
romanos e a adição da letra a indica que eles estão em sua 
forma ativada. Os fatores de coagulação são geralmente 
enzimas (serino proteases) com exceção dos fatores V e VIII 
que são glicoproteínas e do fator XIII que é uma 
transglutaminase. As serino proteases agem clivando outras 
proteínas. 
 
 
Via intrínseca 
 Necessita dos fatores de coagulação VIII, IX, X, XI e XII além das proteínas pré-calicreína (PK), cininogênio de alto 
peso molecular (HWHK) e íons cálcio. 
 Começa quando a PK, o HWHK, fator XI e XII são expostos a cargas negativas do vaso lesado, isso é chamado 
de "fase de contato". 
 A pré-calicreína então converte-se em calicreína e esta activa o fator XII. 
 O fator XII ativado acaba convertendo mais prekalicreína em calicreína e ativando o fator XI. Na presença de íons 
cálcio, o fator XI ativado ativa o IX. Por sua vez o fator IX ativado junto com o fator VIII ativado, levam à ativação do 
Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
fator X. Deste modo, o complexo enzimático constituído pelo fator X ativado, juntamentecom o fator V ativado e 
Ca++, denomina-se de Protrombinase. 
 
Via Extrínseca 
 Após a lesão vascular, o fator tecidual (fator III) é lançado e forma junto ao fator VII ativado um complexo (Complexo 
FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X. 
 O fator X ativado junto ao fator V ativado formam um complexo (Complexo protrombinase) que irá ativar a protrombina 
em trombina. 
 A trombina ativa outros componentes da coagulação entre 
eles os fatores V e VII (que ativa o fator XI que por sua vez ativa o 
fator IX). Os fatores VII, juntamente com o fator tecidual e Ca++ 
ativados formam o Complexo Tenase Extrínseco que por sua vez ativa 
o fator X. 
 
Formação da Trombina 
O ponto comum entre as duas vías é a ativação do fator X em 
fator Xa. Por sua vez, o Fator Xa converte a protrombina em trombina. 
A trombina tem várias funções: 
 A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O 
fibrinogênio é uma molécula constituída por dois pares de três cadeias 
diferentes de polipeptídeos. A trombina converte o fibrinogênio em 
monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. Por sua vez, o fator XIIIa liga 
de forma cruzada a fibrina à fibronectina e esta ao colágeno. 
 Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C 
(na presença de trombomodulina). 
 Ativação do Fator XIII. 
 
Cofatores da coagulação 
 Cálcio: Age mediando a ligação do Fatores IXa e Xa junto as plaquetas através da ligação terminal dos resíduos 
gamma-carboxil dos fatores IXa e Xa junto a fosfolípideos da membrana das plaquetas. O cálcio também está 
presente em vários pontos da cascata da coagulação. 
 Vitamina K: Atua como cofator da enzima gamma-glutamil carboxilase que adiciona um carboxil ao ácido glutâmico 
residual dos fatores II, VII, IX e X e também as proteínas C, S e Z. 
 
Inibidores da coagulação 
Três substâncias mantêm a cascata da coagulação em equilíbrio. Defeitos quantitativos e qualitativos destas 
substâncias podem aumentar a tendência a trombose. 
 Proteína C: Age degradando os fatores Va e VIIIa. É ativado pela trombina em presença da trombomodulina e da 
coenzima proteína S. 
 Antitrombina: Age degradando as serino proteases (trombina, FXa, FXIIa e FIXa) 
 Inibidor do Fator Tissular: Inibe o FVIIa relacionado com a ativação do FIX e FX. 
Exemplos de anticoagulantes farmacológicos: 
 Heparina 
 Varfarina 
 
Via Intrínseca 
 
 
Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
ANTIGENICIDADE E REAÇÕES IMUNES DO SANGUE 
Quando as transfusões de sangue entre seres humanos foram tentadas pela primeira vez, tiveram sucesso em 
alguns casos, mas em muitos outros ocorria aglutinação imediata ou tardia, bem como hemólise dos eritrócitos, resultando 
cm reações transfusionais típicas que, algumas vezes, levavam à morte do indivíduo. Em pouco tempo, descobriu-se que 
o sangue de indivíduos diferentes possui geralmente propriedades antigênicas e imunes diferentes, de modo que os 
anticorpos no plasma de um sangue reagem com os antígenos sobre as superfícies dos eritrócitos de outro sangue. Por 
esta razão, é fácil o sangue de um doador aglutinar com o de um receptor. Felizmente, se forem tomadas as devidas 
precauções, pode-se determinar com antecedência a presença ou não de anticorpos e antígenos apropriados nos 
sangues do doador e do receptor para causar uma reação. 
Multiplicidade de antígenos nas células sanguíneas. Pelo menos 30 antígenos de ocorrência comum e centenas 
de outros antígenos raros — cada um dos quais pode, em determinadas ocasiões, causar reações antígeno-anticorpo — 
foram detectados em células sanguíneas humanas, sobretudo na superfície das suas membranas celulares. Esses 
antígenos são, em sua maior parte, fracos e, por conseguinte, sua importância reside principalmente no estudo da 
herança dos genes para estabelecimento do parentesco, e assim por diante. Todavia, dois grupos particulares de 
antígenos têm mais probabilidade do que os outros de provocar reações transfusionais. São eles os denominados sistema 
O-A-B de antígenos e sistema Rh. 
 
GRUPOS SANGUÍNEOS O-A-B 
ANTÍGENOS A e S - AGLUTINÓGENOS 
Dois antígenos relacionados — tipos A e B — ocorrem na superfície dos eritrócitos numa grande percentagem da 
população. Devido ao modo pelo qual esses antígenos são herdados, uma pessoa pode não ter qualquer deles em suas 
células, ou pode ter um deles ou ambos simultaneamente. 
Conforme discutido adiante, os anticorpos fortes que reagem especificamente com os antígenos tipo A ou tipo B 
ocorrem quase sempre no plasma de pessoas que não possuem esses antígenos nos eritrócitos. Esses anticorpos ligam-
se aos antígenos dos eritrócitos, causando sua aglutinação. Por conseguinte, os antígenos tipo A e tipo B são 
denominados aglutinogênios, e os anticorpos plasmáticos que produzem a aglutinação são conhecidos como aglutininas. 
Com base na presença ou ausência de aglutinogênios A e B nos eritrócitos, o sangue é tipado para transfusões. 
Os quatro principais grupos sanguíneos O-A-B. Ao transfundir sangue de um indivíduo para outro, os sangues dos 
doadores e dos receptores são normalmente classificados em quatro tipos principais O-A-B, dependendo da presença ou 
da ausência dos dois aglutinogênios. Quando nem o aglutinogênio A nem o B estão presentes, o sangue é do tipo O. 
Quando se verifica apenas a presença do aglutinogênio tipo A, o sangue é do tipo A. Quando somente o aglutinogênio B 
está presente, o sangue é do tipo B. Por fim, quando ambos os aglutinogênios A e B estão presentes, o sangue é do tipo 
AB. 
Frequências relativas dos diferentes tipos sanguíneos. A prevalência aproximada dos diferentes tipos sanguíneos 
entre caucasóides é a seguinte: 
O 47% 
A 41% 
B 9% 
AB 3% 
A partir dessas percentagens, é óbvio que os genes O e A ocorrem frequentemente, enquanto o gene B é mais 
raro. Determinação genética dos aglutinogênios. Dois genes, cada um em dois cromossomas pareados, determinam os 
grupos sanguíneos O-A-B. Esses dois genes são alelomorfos: podem ser qualquer um dos três tipos diferentes, mas 
apenas um tipo em cada cromossoma: tipo O, tipo A ou tipo B. Todavia, o gene do tipo O é total ou quase totalmente não-
funcional, de modo que não determina qualquer aglutinogênio do tipo 0 sobre as células, ou determina um aglutinogênio 
tão fraco que normalmente é insignificante. Por outro lado, os genes do tipo A e do tipo B determinam a formação de 
potentes aglutinogênios nas células. 
As seis combinações possíveis de genes, são OO, OA, OB, AA, BB, e AB- Essas diferentes combinações de 
genes são conhecidas como genótipos, e cada indivíduo possui um desses seis genótipos diferentes. A partir deste 
quadro, verificamos que a pessoa com genótipo OO não produz qualquer aglutinogênio, de modo que possui sangue do 
tipo O. O indivíduo com genótipo OA ou AA produz aglutinogênios tipo A e, por conseguinte, possui sangue do tipo A. Os 
genótipos OB e BB resultam em sangue do tipo B, enquanto o genótipo AB expressa o sangue do tipo AB. 
 
AGLUTININAS 
Quando o aglutinogênio tipo A não está presente nos eritrócitos da pessoa, verifica-se o desenvolvimento de 
anticorpos conhecidos como aglutininas anti-A no plasma. Do mesmo modo, quando o aglutinogênio tipo B não está 
presente nos eritrócitos, formam-se anticorpos conhecidos como aglutininas anti-B no plasma. Assim, observamos que o 
sangue do grupo O, embora não contenha qualquer aglutinogênio, possui ambas as aglutininas anti-A e anti-B; o sangue 
do grupo A contém aglutinogênios tipo A e aglutininas anti-B. 
 
Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
Genótipos Tipos Sanguíneos Aglutinogênios Aglutininas 
OO O ------ Anti-Ae Anti B 
OA ou AA A A Anti B 
OB ou BB B B Anti A 
AB AB A e B -------- 
Por fim, o sangue do grupo AB contém ambos os aglutinogênios A e B, mas não tem aglutininas. Títulos das 
aglutininas em diferentes idades. Imediatamente após o nascimento, a quantidade de aglutininas no plasma é quase zero. 
Dois a 8 meses após o nascimento, o lactente começa a produzir aglutininas — aglutininas anti-A, quando as células não 
possuem aglutinogênios tipo A, e aglutininas anti-B, quando não há aglutinogênios B nos eritrócitos. 
Em geral, verifica-se o título máximo em torno dos 8 a 10 anos de idade, que declina gradualmente durante o resto 
da vida. Origem das aglutininas no plasma. As aglutininas são gamaglobulinas, como o são outros anticorpos, e são 
produzidas pelas mesmas células que produzem anticorpos contra qualquer outro antígeno. A maioria consiste em 
moléculas de imunoglubilinas IgM e IgG. 
Mas, por que são essas aglutininas produzidas em indivíduos que não possuem as substâncias antigénicas em 
seus eritrócitos? A resposta parece ser a de que pequenas quantidades de antígenos do grupo A e B penetram no 
organismo com os alimentos, bactérias, c por outros meios, de modo que essas substâncias desencadeiam o 
desenvolvimento de aglutininas anti-A ou anti-B. Uma das razões para se formular essa hipótese é que a ingestão de 
antígeno do tipo A ou do tipo B em receptor com outro tipo sanguíneo provoca resposta imune típica, com formação de 
quantidades maiores de aglutininas. Além disso, o recém-nascido possui pouca ou nenhuma aglutinina, mostrando que a 
formação das aglutininas ocorre quase totalmente após o nascimento. 
 
PROCESSO DE AGLUTINAÇÃO NAS REAÇÕES 
TRANSFUSIONAIS 
Quando dois sangues são incompatíveis, de modo que as aglutininas anti-A ou anti-B são misturadas com 
eritrócitos contendo, respectivamente, aglutinogênios A ou B, os eritrócitos aglutinam-se pelo seguinte processo: as 
próprias aglutininas ligam-se aos eritrócitos. Como as aglutininas possuem dois sítios de ligação (tipo IgG) ou até 10 (tipo 
IgM), uma só aglutinina pode ligar-se a dois ou mais eritrócitos diferentes ao mesmo tempo, provocando a aderência entre 
as células, com a consequente formação de agregados. A seguir, esses agregados obliteram os pequenos vasos 
sanguíneos do sistema circulatório. Durante as próximas horas ou dias, os leucócitos fagocíticos do sistema reticulo 
endotelial destroem as células aglutinadas, liberando hemoglobina no plasma. 
Hemólise nas reações transfusionais. Algumas vezes, quando os sangues do doador e do receptor são 
incompatíveis, ocorre hemólise imediata dos eritrócitos no sangue circulante. Neste caso, os anticorpos provocam lise dos 
eritrócitos pela ativação do sistema do complemento. 
Este, por sua vez, libera enzimas proteolíticas (o complexo lítico) que rompem as membranas celulares. Todavia a 
hemólise intravascular imediata é bem menos comum do que a aglutinação seguida por hemólise tardia, visto que, para 
que isso ocorra, é necessário não apenas um título muito elevado de anticorpos, como também um tipo diferente de 
anticorpos, principalmente os anticorpos IgM. Esses anticorpos são denominados hemolisinas. 
 
TIRAGEM DO SANGUE 
Antes de se fazer uma transfusão é necessário determinar o tipo sanguíneo do receptor e do doador, de modo que 
os sangues sejam compatíveis. Esse procedimento, denominado tipagem do sangue, é efetuado da seguinte maneira: 
inicialmente, os eritrócitos são diluídos em solução salina. Parte dessa diluição é, então, misturada com aglutininas anti-A, 
e outra parte com aglutininas anti-B. Depois de vários minutos, as misturas são observadas ao microscópio. Se os 
eritrócitos tiverem formado grumos — isto é, "aglutinarem-se" —, sabe-se que ocorreu uma reação antígeno-anticorpo. 
Os eritrócitos do grupo O não têm aglutinogênios, portanto, não reagem com soro anti-A ou anti-B. O sangue do 
tipo A possui aglutinogênios A e, por conseguinte, aglutina com aglutininas anti-A. O sangue do tipo B possui 
aglutinogênios B e aglutina com soro anti-B. O sangue do tipo AB possui ambos os aglutinogênios A e B e, por 
conseguinte, aglutinina com ambos os tipos de soro. 
 
TIPOS DE SANGUE Rh 
 
Além do sistema de grupos sanguíneos O-A-B, o outro sistema mais importante na transfusão de sangue é o 
sistema Rh. A principal diferença entre o sistema O-A-B e o sistema Rh é que, no primeiro, as aglutininas responsáveis 
pela ocorrência de reações transfusionais desenvolvem-se espontaneamente, ao passo que, no sistema Rh, quase nunca 
ocorrem aglutininas espontâneas. Com efeito, a pessoa deve inicialmente sofrer exposição maciça a um antígeno Rh, em 
geral como resultado da transfusão de sangue ou do parto de criança com o antígeno, para que ocorra desenvolvimento 
suficiente de aglutinina para causar reação transfusional significativa. 
Faculdade Leão Sampaio – Prof. Edinardo Fagner – Fisiologia Humana 
 
Os antígenos Rh — indivíduos "Rh-positivos" e "Rh-negativos". Existem seis tipos comuns de antígenos Rh, cada 
um dos quais é denominado fator Rh. Esses tipos são designados por C, D, E, c, d, e e. A pessoa que possui antígeno C 
não apresentará antígeno c, enquanto a pessoa que não tiver antígeno C terá sempre o antígeno c. 
O mesmo ocorre com os antígenos D-d e E-e. Além disso, devido ao modo de herança desses fatores, cada 
pessoa terá um antígeno de cada um dos três pares. O antígeno tipo D é muito prevalente na população, sendo também 
consideravelmente mais antigênico do que os outros antígenos Rh. Por Rh-negativas, alguns dos outros antígenos Rh 
ainda podem causar reações transfusionais, embora em grau bem mais leve. Cerca de 85% de todas as pessoas brancas 
são Rh-positivas e 15%, Rh-negativas. Nos negros americanos, a percentagem de Rh-positivos é de cerca de 95%, ao 
passo que nos negros africanos é praticamente de 100%.

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