Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas 1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ Informações sobre a liquidez da empresa; Capacidade da empresa pagar suas contas a curto prazo sem muitas dificuldades; Atenção concentrada no ativo circulante e passivo circulante; Maior interesse por credores a curto prazo. 1.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE: Um dos índices mais conhecidos de curto prazo é o índice de liquidez corrente; Ele poder ser calculado através da seguinte forma: Índice de liquidez corrente = Ativo circulante/Passivo Circulante 1.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA: Outro índice de solvência a curto prazo é o índice de liquidez seca; Um dos itens menos líquidos nos ativos é o estoque; Estoques relativamente grandes são sinais de problemas para uma empresa; Para avaliar a empresa com mais precisão, calcula-se o índice de liquidez seca: Índice de liquidez seca = ativo circulante – estoques/passivo circulante 1.3 INÍDICE DE CAIXA Índice de Caixa é utilizado por credores a prazo muito curto; Utilizado para saber quanto o dinheiro em caixa pode cobrir o passivo a curto prazo; Índice de caixa = Caixa/Passivo Circulante 1.4 EXERCÍCIOS 1) Considere o balanço patrimonial abaixo: 2014 2014 Ativo Passivo Ativo circulante Passivo circulante Caixa R$ 820 Contas a pagar R$ 756 Contas a receber 980 Títulos a pagar 1.552 Estoques 1.050 Total 2.850 Total 2.304 a. Calcule o índice de liquidez corrente e interprete o resultado; Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas b. Calcule o índice de liquidez seca e interprete o resultado; c. Calcule o índice de caixa e interprete o resultado; 2 INDÍCES DE SOLVENCIA E INDÍCES DE RENTABILIDADE 2.1 ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS Este indicador mede o quão bem a empresa paga suas obrigações de pagamentos de juros; Pode ser calculado por: CJ = LAJI/Juros 2.2 ÍNDICE DE COBERTURA DE CAIXA Um dos melhores indicadores para analisar a condição da empresa de pagar suas dívidas é o índice de cobertura de caixa; Este indicador mede a capacidade da empresa de honrar suas dívidas passadas; Pode ser calculado por: Índice de cobertura de caixa = LAJI + Depreciação/Juros 2.3 MARGEM DE LUCRO As empresas sempre estão se preocupando com a margem de lucro; A margem de lucro pode ser calculada por: Margem de lucro= Lucro líquido/vendas 2.4 EXERCÍCIOS 1) Considere a demonstração de resultado abaixo: AFO S.A. Demonstrações de Resultados em 2015 (R$ milhões) Vendas R$ 2.311 Custo da mercadoria vendida 1.344 Depreciação 276 Lucros antes de juros e imposto de renda R$ 691 Juros pagos 141 Lucro tributável 550 Imposto de renda (34%) 157 Lucro líquido R$ 363 Acréscimos a lucros retidos R$ 121 Dividendos 242 Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas a. Calcule o índice de cobertura de juros e interprete; b. Calcule o índice de cobertura de caixa e interprete; c. Calcule a margem de lucro e interprete; 3 RETORNO 3.1 RETORNO MONETÁRIO Você comprou 100 ações no valor de R$ 37,00, ou seja, você investiu R$ 3.700,00. Durante o ano o dividendo paga R$ 1,85 por ação. Qual será o seu rendimento corrente? Rendimento corrente = valor do dividendo por ação x número de ações Rendimento corrente = 1,85 x 100 = R$ 185,00 Ao final do ano o preço da ação aumentou para R$ 40,33. Qual foi o ganho de capital? Ganho de capital = Valor da ação ao fim do ano – valor da ação ao começo do ano x número de ações Ganho de capital = 40,33 – 37 x 100 = R$ 333 Sabendo dessas informações agora poderemos achar o retorno monetário total. Retorno monetário total = Rendimento corrente + ganho (perda) de capital Retorno monetário total = R$ 185 + 333 = R$ 518 Qual foi o nosso volume total de caixa? Volume total de caixa = Investimento inicial + Retorno total Volume total de caixa = R$ 3.700 + R$ 518 = R$ 4.218 3.2 RETORNO PERCENTUAL Mais usado que o monetário; Quanto obteremos por real investido? Usando o exemplo anterior vamos considera o seguinte: P1 = preço da ação no início P2 = preço da ação no final D = dividendo por ação pago durante o ano Então P1 = R$ 37 P2 = R$ 43,33 D = R$ 1,85 Taxa de dividendo = D/P1 Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas Taxa de dividendo = R$ 1,85/37 = 0,05 Taxa de dividendo = 5% Taxa de ganho de capital = (P2 – P1)/P1 Taxa de ganho de capital = (43,33 – 37)/37 Taxa de ganho de capital = 3,33/37 = 0,09 Taxa de ganho de capital = 9% Retorno percentual = taxa de dividendo + taxa de ganho de capital = 14% 3.3 RETORNOS MÉDIOS Baseado no histórico das taxa de retorno; Basicamente é a soma de todos os retornos e divisão pelo número de anos que aparecem no histórico; Ano Ativo A Ativo B 2009 0,3055 0,4463 2010 0,0767 0,2335 2011 0,0999 0,2098 2012 0,0131 0,0311 2013 0,3743 0,3446 2014 0,2307 0,1762 2015 0,3336 0,2278 Qual o retorno médio do Ativo A? 0,3055 + 0,0767 + 0,0999 + 0,0131 + 0,3743 + 0,2307 + 0,3336 = 1,4338/7 = 0,2048 ou 20,48% Qual o retorno médio do Ativo B? 0,4463 + 0,2335 + 0,2098 + 0,0311 + 0,3446 + 0,1762 + 0,2278 = 1,6693/7 = 0,2384 ou 23,84% 3.4 VARIABILIDADE DOS RETORNOS 3.4.1 Variância e Desvio Padrão São medidas de volatilidade; Ou seja, utiliza-se para saber quanto o retorno do investimento variou nos últimos anos; A variância pode ser descrita como a média do quadrado da diferença entre o retorno verdadeiro e o retorno médio; Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas Desvio padrão é a raiz quadrada positiva da variância. Para mostra como se calcula a variância histórica, suponha que determinada aplicação teve os retornos de 10%, 12%, 3% e -9% durante os quatro últimos anos. O retorno médio é 0,10 + 0,12 + 0,03 – 0,09/4 = 0,04. Pode-se dizer que o primeiro retorno desviou-se da média em 0,10 – 0,04 = 0,06. Pode-se dizer que o segundo retorno desviou-se da média em 0,12 – 0,04 = 0,08. Pode-se dizer que o segundo retorno desviou-se da média em 0,03 – 0,04 = - 0,01. Pode-se dizer que o segundo retorno desviou-se da média em - 0,09 – 0,04 = - 0,13. Para calcular a variância, elevamos ao quadrado cada uma destas diferenças: Ano (1) Retorno Efetivo (2) Retorno Médio (3) Diferença (1)- (2) (4) Quadrado da Diferença 1 0,10 0,04 0,06 0,0036 2 0,12 0,04 0,08 0,0064 3 0,03 0,04 -0,01 0,0001 4 -0,09 0,04 -0,13 0,0169 Totais 0,16 0,0 0,0270 A variância pode ser calculada, dividindo a soma dos quadros da diferença pelo número de retornos menos 1: Var (R) = σ²/(n – 1) Var (R) = 0,0270/(4-1) Var (R) = 0,0270/3 = 0,009 Este resultado de 0,009 está sendo medido em percentuais ao quadrado, para chegarmos a um resultado mais fácil de ser entendido deve-se calcular o desvio padrão. DP (R) = σ DP (R) = √0,009 = 0,09487 ou 9,48% 3.5 RETORNO ESPERADO E VARIÂNCIA 3.5.1 Retorno esperado É a expectativa futura de retorno de um ativo com risco; Ou seja, possíveis retornosfuturos e sua expectativa de ocorrência. Digamos que em um único período temos duas ações, L e U que possuem as seguintes características: L tem uma expectativa de retorno de 25% no próximo ano; Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas U tem uma expectativa de retorno de 20% no próximo ano; Mas por que alguém iria querer investir na Ação U? Claramente a resposta depende dos riscos dos dois investimentos. Vamos imaginar o seguinte cenário, se a economia aquecer o Ação L terá um retorno de 70%, se a economia entrar em recessão a Ação L terá um retorno de -20%. Se a economia entrar em recessão Ação U terá um retorno de 30%, se a economia aquecer a ação U terá um retorno de 10%. Neste caso, há dois estados de economia, recessão e crescimento. Quer dizer que há uma probabilidade de 50% de ocorrência para ambos os casos. E (RU) = 0,50 x 30% + 0,50 x 10% E (RU) = 15 + 5 = 20% E (RL) = 0,50 x -20% + 0,50 x 70% E (RL) = -10 + 35 = 25% 3.5.2 Probabilidades desiguais Suponha que a probabilidade de crescimento seja apenas 20% e temos 80% de probabilidade de recessão. Quais os retornos das Ações U e L? Qual o prêmio por risco sabendo que a taxa livre de risco é de 10%? E (RU) = 0,80 x 30% + 0,20 x 10% E (RU) = 24 + 2 = 26% Prêmio por risco U = 26 – 10 = 16% E (RL) = 0,80 x -20% + 0,20 x 70% E (RL) = -16 + 14 = -2% Prêmio por risco L = -2 – 10 = -12% E (RU) = 26% Porém, em determinado ano o retorno pode ser tanto 30% como 10%. Então temos duas diferenças possíveis: 30 – 26 = 4% ou seja, pode variar 4% a mais do que o esperado. 10 – 26 = -16 % ou seja, pode variar 16% a menos do que o esperado. Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas Variância = σ²U Variância = σ²U = 0,80 x (0,04)² + 0,20 (-0,16)² Variância = σ²U = 0,80 x 0,0016 + 0,20 x 0,0256 Variância = σ²U = 0,00128 + 0,00512 Variância = σ²U = 0,0064 Desvio Padrão = σU = √0,0064 = 0,08 ou 8% 4 RETORNO 4.1 CARTEIRAS A maioria dos investidores aplicam em carteiras de ativos; Ou seja, investem em mais de uma ação, obrigação ou algum outro ativo. 4.1.1 Pesos de carteira Existem diversas maneiras equivalentes de descrever uma carteira; A abordagem mais convencional consiste em discriminar o percentual do valor da carteira aplicado em cada ativo. Chama-se isso de peso de carteira. Por exemplo, você investiu R$ 50 em um ativo e R$ 150 em outro, o valor total da nossa carteira será de R$ 200. Percentual do primeiro ativo é: 50/200 = 0,25 ou 25% Percentual do segundo ativo é: 150/200 = 0,75 ou 75% A soma dos ativos precisa ser igual 100%. 4.1.2 Retorno esperado da carteira Vamos supor que temos as seguintes projeções: Estado da economia Probabilidade Retorno Ação A Retorno Ação B Retorno Ação C Crescimento 0,40 10% 15% 20% Recessão 0,60 8 4 0 Vamos calcular o retorno esperado desta carteira em dois casos. Primero caso o montante foi investido igualmente nas três partes. O segundo caso metade do montante foi investido na Ação A e o restante dividido entra a Ação B e a Ação C. Primeiro devemos calcular o retorno esperado das ações: E(RA) = 0,4 × 10% + 0,6 × 8% = 8,8% E(Rb) = 0,4 × 15% + 0,6 × 4% = 8,4% Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas E(Rc) = 0,4 × 20% + 0,6 × 0% = 8,0% Agora que encontramos o retorno esperado de cada ação podemos calcular o retorno esperado da carteira: Primeiro Caso E (Rp) = x1 × E (R1) + x2 × E (R2) + x3 × E (R3) E (Rp) = 0,333 × E (Ra) + 0,333 × E (Rb) + 0,333 × E (Rc) E (Rp) = 0,333 × 8,8% + 0,333 × 8,4% + 0,333 × 8% E (Rp) = 2,930 + 2,797 + 2,664 E (Rp) = 8,385 = 8,4% Segundo Caso E (Rp) = x1 × E (R1) + x2 × E (R2) + x3 × E (R3) E (Rp) = 0,50 × E (Ra) + 0,25 × E (Rb) + 0,25 × E (Rc) E (Rp) = 0,50 × 8,8% + 0,25 × 8,4% + 0,25 × 8% E (Rp) = 4,4 + 2,1 + 2 E (Rp) = 8,5% 4.1.3 Variância da carteira Vamos utilizar o quadro abaixo novamente Estado da economia Probabilidade Retorno Ação A Retorno Ação B Retorno Ação C Crescimento 0,40 10% 15% 20% Recessão 0,60 8 4 0 Vamos pegar o segundo caso: metade do montante foi investido na Ação A e o restante dividido entra a Ação B e a Ação C. Qual o desvio padrão? Primeiro deve-se calcular o retorno da carteira nos dois estados. O retorno da carteira em caso de crescimento é dado por: 0,5 × 10% + 0,25 × 15% + 0,25 × 20% = 13,75 O retorno da carteira em caso de recessão é dado por: 0,5 × 8% + 0,25 × 4% + 0,25 × 0 = 5% Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas Lembrando que o retorno esperado da carteira é: E (Rp) = 0,50 × E (Ra) + 0,25 × E (Rb) + 0,25 × E (Rc) E (Rp) = 0,50 × 8,8% + 0,25 × 8,4% + 0,25 × 8% E (Rp) = 4,4 + 2,1 + 2 E (Rp) = 8,5% Agora encontramos as diferenças: Crescimento = 0,1375 – 0,085 = 0,0525 Recessão = 0,05 – 0,085 = -0,035 Portanto a variância é: σ² = 0,4 × (0,0525)² + 0,6 × (-0,035)² σ² = 0,4 × 0,00275625 + 0,6 × 0,001225 σ² = 0,0011025 + 0,000735 = 0,0018375 Desvio padrão será: σ = √0,0018375 σ = 0,04287 = 4,287% ou 4,3% 4.2 EXERCÍCIOS 1) Você comprou 100 ações no valor de R$ 7,5. Durante o ano o dividendo paga R$ 0,50. Ao final do período o valor da ação subiu para R$ 9,8 com base nestes dados calcule: a. Rendimento corrente; b. Ganho de capital; c. Retorno monetário total; d. Volume total de caixa; e. Retorno percentual; 2) Considere o quadro abaixo e calcule o retorno médio dos ativos: Ano Ativo A Ativo B Ativo C 2009 0,5426 0,6447 0,0650 2010 0,1855 0,0255 0,1231 2011 0,1759 0,1347 0,0350 2012 0,0305 0,0440 0,0941 2013 0,0655 0,0740 0,0679 2014 0,0705 0,1268 0,1255 2015 0,1124 0,0780 0,1165 3) Suponha que um ativo teve os seguintes retornos nos anos anteriores: 5%, 3%, -3%, 2% e 9%. Com base nestes dados calcule a variância e o desvio padrão. Administração Financeira e Orçamentária II – Aula 6 - REVISÂO – Professor Antonio G. R. de Freitas 4) Considere a tabela abaixo: Estado da economia Probabilidade Taxa de retorno da Ação A Taxa de retorno da Ação B Recessão 0,30 0,05 -0,12 Normal 0,40 0,08 0,14 Expansão 0,30 0,12 0,16 a. Calcule o retorno esperado de cada ação; b. Calcule o desvio padrão de cada ação; 5) Considere a tabela abaixo: Estado da economia Probabilidade de cada estado Retorno Ação A Retorno Ação B Retorno Ação C Expansão 0,65 0,04 0,09 0,15 Recessão 0,35 0,02 -0,06 0,06 Supondo que a carteira tenha os seguintes pesos: Ação A= 50%, Ação B = 25% e Ação C= 25%, Calcule: a. O retorno da carteira em caso de expansão; b. O retorno da carteira em caso de recessão; c. O retorno esperado da carteira; d. O desvio padrão da carteira;
Compartilhar