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Glossário de Linguística Comparada

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GLOSSÁRIO DE LINGUÍSTICA COMPARADA 
Belo Horizonte, 2º semestre/2011
Fundamentos de Linguística comparada / Faculdade de Letras da UFMG 
Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
 2
A 
Ablativo: “Em línguas que exprimem relações gramaticais por meio de flexões, o termo se refere à 
forma tomada por uma palavra, em geral substantivo ou pronome, para transmitir um significado 
locativo ou instrumental. O português não tem um “caso ablativo”, como o latim, mas usa outros 
artifícios (como as preposições com e por) para exprimir as mesmas noções, como no exemplo ‘Fez 
aquilo com as mãos.’” (CRYSTAL, 1988, p. 14). 
Acento:  (a) “Acento  fonético. Em  linguística, o acento  é um processo que permite valorizar uma 
unidade linguística superior ao fonema (sílaba, morfema, palavra, sintagma, frase), para distingui‐
la das outras unidades lingüísticas de mesmo nível; [...]” (b) “Acento gráfico. O acento gráfico pode 
ser  utilizado  como  sinal  diacrítico  ou  como  marca  de  posição  da  sílaba  tônica.  Há  sistemas 
ortográficos que o dispensam  totalmente, p. ex., o  latim, o  inglês, o alemão, etc. O grego usa o 
acento (agudo, grave e circunflexo) praticamente em todas as palavras, com exceção, não total, de 
enclíticas e proclíticas.” (DUBOIS, 1973, p. 14). 
Acusativo: “Em idiomas que exprimem relações gramaticais por meio de flexões, o termo se refere 
à forma tomada por uma palavra, em geral um substantivo ou pronome, quando é o objeto de um 
verbo. Os lingüistas salientam que não fica muito claro usar termos como “acusativo” em idiomas 
que não  flexionem as palavras. Em português, por exemplo, assim como no  inglês, a ordem das 
palavras indica se um vocábulo é objeto ou não de um verbo.” (CRYSTAL, 1988, p. 17). 
Adstrato: “Denomina‐se adstrato a língua ou dialeto falado numa região vizinha àquela em que se 
fala a língua tomada como referência; o adstrato pode influenciar esta última de várias maneiras, 
sobretudo  no  léxico,  rarissimamente  na  morfologia,  algumas  vezes  na  fonologia  e,  com  certa 
freqüência, na sintaxe. [...] Um traço importante do adstrato é contigüidade geográfica.” (DUBOIS 
et al., 1973, p. 26). 
Afixo: “O afixo é um morfema não‐autônomo que é acrescentado ao radical de uma palavra para 
indicar‐lhe a função sintática (morfema casual), para mudar a sua categoria (morfema empregado  
Fundamentos de Linguística comparada / Faculdade de Letras da UFMG 
Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
 3
 
nas normalizações, adjetivações, etc.), ou modificar o seu sentido  [...]. Os afixos constituem uma 
classe  em  que  se  distinguem,  segundo  o  lugar  que  ocupam  em  relação  ao  radical,  os  sufixos, 
colocados depois do radical  (‐mente em praticamente), os prefixos, colocados antes do radical  (re‐ 
em refazer) e os infixos, inseridos no radical (em latim, n em jungo, sujo radical é jug).” (DUBOIS et 
al., 1973, p. 30). 
Ágrafa: Língua ou comunidade “sem sistema de escrita.” (DUCHOWNY, 2011, p. 7). 
Alativo:  “Termo usado  na descrição  gramatical para  indicar um  tipo de  flexão  que  exprime  o 
significado de ‘em direção a’ algum lugar. O caso alativo é encontrado em finlandês, por exemplo, 
juntamente  com  o  ilativo,  o  adessivo  e  diversos  outros  casos  que  transmitem  ideias  de  lugar, 
temporais ou espaciais.” (CRYSTAL, 1988, p. 21). 
Alfabeto: “Dá‐se o nome de alfabeto ao conjunto de signos utilizados para a expressão escrita de 
uma  língua a  fim de  representar principalmente  fonemas e, por vezes, sequências de  fonemas.” 
(DUBOIS, 1978, p. 35). 
Anagrama: “Artifício que, na base da língua escrita, consiste em disfarçar uma palavra pela troca 
de  posição  das  letras  e,  pois,  dos  correspondentes  fonemas.  Aplica‐se  a  nomes  próprios, 
especialmente antropônimos. Ex: Natércia (Caterina).” (CÂMARA JR., 1984, p. 49) 
Analogia: “Um  tipo de mudança  linguística na qual algumas  formas são mudadas apenas para 
torná‐las mais parecidas com outras  formas. Certos processos correntes de mudança  linguística, 
entre  os  quais  se  incluem  as mudanças  de  pronúncia  perfeitamente  regulares,  têm  o  efeito  de 
introduzir  irregularidades. Às  vezes,  os  falantes  reagem  à  presença  de  irregularidades  em  sua 
língua, eliminando‐as e regularizando as formas irregulares: esse é um dos aspectos que assume a 
analogia. [...]” (TRASK; ILARI, 2004, p. 32). 
Fundamentos de Linguística comparada / Faculdade de Letras da UFMG 
Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
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Anomalia:  “Para  os  gramáticos  do  século  II  a.E.C,  anomalia  (oposto  de  analogia)  designava  o 
caráter de irregularidade da língua e, por extensão, qualquer emprego que não se podia explicar 
fazendo  intervir uma  regularidade de um  certo  tipo. Fundamentava‐se na  anomalia  a  tese dos 
anomalistas,  segundo  a  qual,  numa  língua,  as  exceções  eram  mais  importantes  do  que  as 
regularidades.” (DUBOIS, 1978, p. 54). 
Antropônimo:  “Nome  de  pessoa.  Os  antropônimos  constam  de  um  nome  de  batismo  ou 
individual, chamado prenome  (João, Manuel), acrescido de um nome de  família  (sobrenome ou 
apelido). O sobrenome, não raro só o do lado paterno, muitas vezes vem precedido do sobrenome 
materno.” (JOTA, 1976, p. 41). 
Apagamento: “Operação básica da gramática  transformacional, que elimina um constituinte  de 
um marcador frasal.” (CRYSTAL, 1988, p.28). 
“Em  gramática  gerativa,  apagamento  é  uma  operação  que  consiste  na  supressão  de  um 
constituinte de uma frase em condições definidas por uma transformação.” 
Exemplos:  
(a) Pode haver apagamento do objeto, como em: 
“Pedro bebe água, vinho, leite, etc.” > “Pedro bebe.” 
(b) Ou do agente, apassivando a oração: 
“Melhorou‐se o trânsito.” > “O trânsito foi melhorado.” 
(c)  No  caso  de  um  sintagma  nominal  ser  idêntico  a  outro  que  possa  ser  substituído,  também  ocorre 
apagamento: 
“Pedro deseja que Pedro veja Paulo.” > “Pedro deseja ver Paulo.”. 
Arbitrariedade: “É ausência de qualquer conexão necessária entre a forma de uma palavra e seu 
significado.  Toda  língua  tem  tipicamente  uma  palavra  particular  para  denotar  cada  objeto, 
atividade ou conceito de que seus falantes queiram tratar. Cada uma dessas palavras é formada de 
um modo válido, de acordo com a fonologia da língua. [...] Na prática, a sequência específica de  
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sons selecionados para esse  fim numa determinada  linguagem é  totalmente arbitrária; qualquer 
coisa serve, desde que os falantes concordem.” (TRASK, 2004, p. 36). 
“Na  teoria  saussuriana,  e mais geralmente  em  linguística, a arbitrariedade  caracteriza a  relação 
existente  entre  o  significado  e  o  significante.  A  língua  é  arbitrária  na  medida  em  que  é  uma 
convenção  implícita entre os membros da  sociedade que a usam; é nesse  sentido que ela não é 
‘natural’.” (DUBOIS, 2004, p. 64). 
Arcaísmo: “É uma forma léxica ou uma construção sintática pertencente, numa dada sincronia, a 
um sistema desaparecido ou em via de desaparecimento.” (DUBOIS, 1978, p. 65). 
Artigo: “Dá‐se o nome de artigos a uma subcategoria de determinantes (em fr.: Le, un, ø,  lês, des; 
port.: o, um, ø, os, uns, ø) constituintes obrigatórios do sintagma nominal; [...] é, em geral, omitido  
(apagado) antes de nomes próprios como João, Júpiter, Paris etc; (artigo definido + João); o artigo 
(indefinido)  também pode ser omitido, especialmente no plural antes de substantivos comuns e 
assumir a forma zero após o pré‐artigotodo em toda pessoa (toda +  ø + pessoa).” (DUBOIS, 1973, 
p. 72).  
Árvore: Modelo criado pelo  linguista August Schleicher para  representar as  famílias de  línguas 
apresentando suas genealogias, a partir dos resultados de estudos comparativistas. 
Aspecto:  “A  categoria  gramatical  que  representa  distinções  na  estrutura  temporal  do  evento. 
Independentemente de sua localização no tempo, todo evento pode ser encarado como tendo uma 
em  várias  organizações  temporais  diferentes:  como  possuindo  uma  estrutura  interna  ou 
consistindo  em  um  todo  não  passível  de  análise;  estendendo‐se  por  um  período  de  tempo  ou 
ocorrendo em um único momento; como uma única ocorrência ou como uma série de ocorrências 
que se repetem; pode ser visto começando, continuando ou terminando. Todos esses são casos de 
aspecto. [...]” (TRASK; ILARI, 2004, p. 40) 
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“Categoria  utilizada  na  descrição  gramatical  dos  verbos  e  que  faz  referência  principalmente  a 
maneira como a gramática marca a duração o  tipo de atividade  temporal que denota o verbo.” 
(CRYSTAL, 1997, p. 70) 
Aspiração:  “Termo  usado  em  fonética  para  a  respiração  audível  que  às  vezes  acompanha  a 
articulação de um  som. É geralmente  simbolizado por um pequeno  [h] elevado após o  símbolo 
principal. Em inglês as oclusivas surdas são aspiradas em posição inicial (pin – [phin]). Em certos 
dialetos do português,  a  consoante  inicial de uma palavra  como  rato  é  aspirada  [hato]. Alguns 
idiomas, como o híndi,  tem contrastes de aspiração aplicáveis  tanto a oclusivas surdas quanto a 
sonoras ([p‐], [ph‐], [b‐], [bh‐]). Não somente as oclusivas podem ser aspiradas, mas outros sons são 
menos encontrados.” (CRYSTAL, 1988, p. 33). 
Atestação: “Termo usado em linguística para indicar uma forma linguística cujo uso presente ou 
passado está provado.” (CRYSTAL, 1988, p. 34). 
 
 
 
 
 
 
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Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
 7
 
B 
Bilinguismo: “É um movimento pelo qual se tenta generalizar, por medidas oficiais e pelo ensino, 
o uso corrente duma língua estrangeira além da língua materna.” (DUBOIS, 1978, p. 88). 
“As definições de bilinguismo refletem suposições sobre o grau de proficiência que uma pessoa 
deve atingir antes de ser qualificada bilíngue (se comparável a um falante nativo monolíngue ou 
um pouco menos que  isso, até o ponto de  conhecimento mínimo de uma  língua).”  (CRYSTAL, 
2000, p. 39). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
 8
 
C 
Caso:  “A  categoria  gramatical  pela  qual  a  forma  de  um  sintagma  nominal  varia  por  razões 
gramaticais ou semânticas. Nem todas as línguas têm caso, somente algumas. [...] Uma língua que 
tenha casos precisa ter pelo menos duas formas casuais; a maioria das línguas em que há caso tem 
de três a seis casos distintos, e algumas, como o basco e o finlandês, têm uma dúzia ou mais. [...]” 
(TRASK; ILARI, 2004, p. 51). 
Categoria:  “Designa  uma  classe  cujos  membros  figuram  nos  mesmos  ambientes  sintáticos  e 
mantêm entre si relações particulares.” (DUBOIS, 1978, p. 102). 
Classe: “Aplicação em linguística e fonética do uso geral do termo, para indicar um conjunto de 
entidades  com  as  mesmas  propriedades  formais  ou  semânticas.  É  usado  principalmente  em 
relação à classificação de morfemas em  ‘classes de forma’ e de palavras em  ‘classes de palavras’ 
(outras unidades sintáticas não costumam ser designadas em termos de classes.” (CRYSTAL, 1988, 
p. 47). 
Classificação: “Classificação  é uma operação  linguística que  consiste  em distribuir as unidades 
lingüísticas em classes ou categorias que têm as mesmas propriedades distribucionais, semânticas, 
etc.” (DUBOIS, 1978, p. 112). 
Código: “Código  é um  sistema de  sinais – ou de  signos, ou de  símbolos – que, por  convenção 
prévia, se destina a representar e a transmitir a informação entre a fonte dos sinais – ou emissor – e 
o ponto de destino – ou receptor.” (DUBOIS, 1978, p. 114). 
 
Fundamentos de Linguística comparada / Faculdade de Letras da UFMG 
Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
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“O sentido geral do termo – conjunto de convenções para converter um sistema de sinais em outro 
– é o assunto de interesse da semiótica ou da teoria da comunicação, mais do que da linguística.” 
(CRYSTAL, 1988, p. 50). 
Cognitivo: “Chama‐se de função cognitiva (ou referencial) da linguagem a função de comunicação, 
considerada por certos  linguistas como a única  importante: essa função traduz‐se na  língua pela 
frase  assertiva, que  serve para  informar, para  fazer  conhecer um pensamento do  interlocutor.” 
(DUBOIS et al, 2007, p. 115). 
Comparação: “É uma operação que, em gramática comparada, consiste em estudar paralelamente 
duas  línguas,  ressaltando  as  diferenças  ou,  sobretudo,  as  correspondências  que  muitas  vezes 
revelam o seu parentesco.” (DUBOIS, 1978, p. 118). 
Comparada: “Termo usado para caracterizar uma  importante parte da  linguística, que se ocupa 
principalmente das declarações que  comparam as  características de diferentes  línguas  (dialetos, 
variantes, etc.) ou estados históricos diferentes de uma língua.” (CRYSTAL, 1988, p. 53). 
Consoante: “Um som da fala produzido por uma obstrução significativa do fluxo de ar no trato 
vocal. Todos os sons da fala são produzidos pela modificação do trato vocal enquanto o ar flui por 
ele. Quando  essa modificação não  cria nenhum obstáculo  significativo para  a  corrente de  ar, o 
resultado é uma vogal; quando produz uma obstrução, o resultado é uma consoante.”  (TRASK; 
ILARI, 2004, p. 64). 
Contato: “Termo usado em Sociolinguística para indicar uma situação em que línguas ou dialetos 
estão em continuidade geográfica ou proximidade social (e assim influenciam‐se mutuamente). Os 
resultados destas  ‘situações de contato’ podem ser percebidos  linguisticamente pelo aumento de 
palavras de empréstimo, alterações fonológicas e gramaticais, mistura de idiomas (como crioulos e 
pidgins) e um crescimento geral de bilinguismo e vários tipos. Em um sentido mais restrito, diz‐se  
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Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
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que as  línguas estão  ‘em contato’ quando são usadas alternadamente pelas mesmas pessoas, ou 
seja, bilíngues. O  termo  língua de contato às vezes é utilizado em relação ao pidgin.”  (CRYSTAL, 
2008, p. 64). 
Contexto:  “O  conjunto de uma  enunciação  linguística posta  em  cotejo  com os  elementos que  a 
compõem. A  significação  exata das palavras  só  se  realiza  em  função do  contexto.”  (CÂMARA 
JÚNIOR, 1968, p. 101). 
Contração: “Nome dado à aglutinação [...] de dois vocábulos gramaticais numa nova partícula que 
se  torna um morfema  composto;  também  se usa o  termo  combinação, que  é menos  expressivo.” 
(CÂMARA JÚNIOR, 1984, p. 85). 
Ex.: “É a vez de ele jogar.” > “É a vez dele jogar.” 
A crase também é um exemplo de contração: preposição a + artigo feminino a = à 
Contrastivo: “Termo que, em Linguística, mostra uma diferença entre unidades, principalmente 
quando  ela  serve para distinguir  significações  em uma  língua. A  expressão  análise  contrastiva 
identifica uma abordagem da investigação da língua, empreendida em certasáreas da Linguística 
aplicada, como em tradução e ensino de língua estrangeira.” (CRYSTAL, 1988, p. 68). 
Corpus:  “Estabelece‐se  a  gramática  descritiva  de  uma  língua  a  partir  de  um  conjunto  de 
enunciados: esse é submetido à análise e constitui o corpus da pesquisa.” (DUBOIS, 1973, p. 158). 
Correspondência: “Quando duas palavras de  línguas parentes derivam de um mesmo étimo da 
língua mãe, através de uma série de mudanças  regulares, diz‐se que estão em correspondência. 
Assim, o  latim quis e o grego  tis provêm de um radical  tirado da raiz  indo‐europeia kwis e, por 
isso, estão em correspondência.” (DUBOIS et al., 1973). 
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Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
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“Termo  utilizado  na  Linguística  para  fazer  referência  a  qualquer  similaridade  de  forma  entre 
palavras ou estruturas em línguas que estão relacionadas.” (CRYSTAL, 2000, p. 148). 
Crioulo: “Termo usado na  sociolinguística  com  referência a uma  língua  pidgin que  se  tornou  a 
língua materna de uma comunidade de fala, como aconteceu na Jamaica, no Haiti, na República 
Dominicana e em diversas outras partes do mundo, principalmente em ex‐colônias. Este processo 
amplia  a  variedade  estrutural  e  estilística  da  língua  pidgin,  de  forma  que  a  língua  crioula  seja 
comparável , em termos de complexidade formal e funcional, às outras línguas.” (CRYSTAL, 2008, 
p. 71). 
Critério: “Na Linguística e na Fonética, o termo se refere à justificativa formal de uma análise ou 
descrição  –  o  motivo  de  se  realizar  uma  análise  linguística  de  uma  determinada  maneira.  Os 
critérios podem partir de  considerações  gerais  sobre  o propósito da  análise  (pura  ou  aplicada, 
teórica  ou  descritiva  sincrônica  ou  diacrônica,  etc.)  ou  se  relacionar  com  uma  série  de  fatores 
específicos considerados relevantes para um problema restrito. [...]” (CRYSTAL, 1988, p. 71‐72). 
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 12
D 
Declinação: “Chama‐se declinação o conjunto de formas providas de afixo, chamados desinências, 
apresentadas  por  um  substantivo,  um  pronome,  ou,  por  concordância,  por  um  adjetivo,  para 
exprimir as funções gramaticais ou espaço‐temporais de um sintagma nominal. A declinação é um 
sistema, ou paradigma, de formas nominais (adjetivos ou substantivos) ou pronominais, sendo a 
conjugação o paradigma de  formas que o verbo  apresenta  em  função da pessoa, número,  etc.” 
(DUBOIS et al., 1973, p. 166). 
Descrição: “É a representação estrutural das frases, dos morfemas, que constituem as frases, dos 
fonemas que constituem os morfemas, das regras de combinação desses morfemas, etc.” (DUBOIS, 
1978, p. 176). 
Descritiva:  “É  às  vezes  empregado  depois  do  estudo/pesquisa  para  designar  um  método  de 
análise que visa a explicar apenas as frases realizadas, formando o corpus da pesquisa”. (DUBOIS, 
1978, p. 176). 
Desinência: “Segmento  fônico que, aposto ao  tema, serve para  indicar‐lhe as  flexões de gênero, 
número‐pessoa, tempo‐modo. Em português, como nas línguas neolatinas, ela é representada por 
morfema preso. Em  latim,  grego,  etc.,  além das desinências  verbais  e nominais, há  também  as 
casuais.” (JOTA, 1976, p. 101). 
“Segmento  fônico  com  que  termina  um  vocábulo  flexional  para  se  caracterizarem  as  diversas 
formas do seu paradigma. É um outro nome para  sufixo  flexional, ou seja, um sufixo  referente à 
flexão  em vez de  referente  à derivação,  que  é  sufixo derivacional  ou  lexical. Em português há 
desinências – a) nominais, para gênero e número que se estendem aos pronomes; b) verbais, para 
número  e  pessoa  (desinências  número‐pessoais)  e  para  tempo  e  modo  (desinências  modo‐
temporais).  A  categoria  de  caso,  nos  pronomes  pessoais  portugueses,  não  se  expressa  por 
desinências, mas por heteronímia, com vocábulos supletivos.” (CÂMARA JR., 1968, p. 114). 
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 13
 
Determinante:  “A  classe  de  palavras  que  inclui  vocábulos  como  o/a  e  meu/minha.  [...]  Um 
determinante é qualquer palavra capaz de preencher a lacuna no esquema seguinte, dando origem 
a um  sintagma nominal:  ‘______ novo  livro.’  [...] Normalmente, cada  sintagma nominal  contém 
um único determinante. Mas certos sintagmas nominais parecem conter dois ou mesmo três deles: 
‘Todos  os  meus  parentes’,  ‘Ambos  esses  livros’.  Nesses  casos,  o  primeiro  é  freqüentemente 
chamado de pré‐determinante. Alguns determinantes  têm significados que envolvem quantidade, 
como é o caso de muitos, vários e todos; são por isso chamados quantificadores. [...]” (TRASK; ILARI, 
2004, p. 78) 
Diacrítico: “Signo diacrítico é um signo gráfico adjunto a um grafema simples do alfabeto, a fim de 
transcrever um fonema diferente daquele que transcreve esse grafema.” (DUBOIS, 1978, p. 181). 
“Na fonética, uma marca acrescentada a um símbolo para alterar seu valor, como os vários acentos 
( ´  ` ^ etc.) e os sinais de ensurdecido [�] e nasalização [~].” (CRYSTAL, 1988, p. 80). 
Diacronia:  “A  dimensão  temporal  da  linguagem.  Na  perspectiva  diacrônica,  estudamos  as 
mudanças que a língua sofreu ao longo de um determinado período.” (TRASK, 2004, p. 78) 
“São  considerados diacrônicos os estudos, pesquisas, uma  linguística na medida que  tem  como 
ponto de vista a diacronia,  isto é, a evolução dos  fatos  linguísticos. São qualificados  igualmente 
como diacrônico  todos os  fatos  considerados  elementos ou  fatores de um  sistema  em  curso de 
evolução, como pertence a estados diferentes de desenvolvimento.” (DUBOIS, 1978, p. 182). 
Dialeto: “Uma variante de uma língua, distinta em termos sociais ou regionais e identificada por 
um conjunto particular de palavras e estruturas gramaticais. Dialetos falados costumam também 
ser associados a uma pronúncia característica, ou sotaque.” (CRYSTAL, 1988, p. 81). 
Dialetologia:  “É  o  estudo  sistemático  de  todas  as  formas  de  dialeto,  em  especial  o  dialeto 
regional.” (CRYSTAL, 1988, p. 81). 
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“O  termo, usado às vezes  como  simples  sinônimo de geografia  linguística, designa a disciplina 
que assumiu a  tarefa de descrever comparativamente os diferentes sistemas ou dialetos em que 
uma  língua se diversifica no espaço, e de estabelecer‐lhe os  limites. Emprega‐se  também para a 
descrição de falas tomadas isoladamente, sem referência às falas vizinhas ou da mesma família.” 
(DUBOIS et al., 1995, p. 185). 
Diglossia:  “Termo usado na  sociolingüística para  indicar uma  situação  em  que duas  variantes 
muito diferentes de uma  língua  co‐ocorrem na  comunidade de  fala,  cada uma delas  com uma 
função  social distinta. Os  falantes  nativos  sentem  as  variantes  como  sendo  alternativas,  ambas 
padronizadas até certo ponto, e com nomes especiais.” (CRYSTAL, 1988 p. 83). 
“Dá‐se de maneira  geral  o nome de diglossia  à  situação de  bilingüismo;  o  sentido da  situação 
bilíngüe, na qual uma das duas línguas é de status sócio‐político inferior”. (DUBOIS, 1978, p. 190). 
Dígrafo: “Termo usado na fonética/fonologia e grafética/grafologia, com referência a uma unidade 
gráfica em que dois símbolos se combinam para funcionar como um único elemento no sistema, 
ou seja, duas letras para um único som.” (CRYSTAL, 1988, p.82). 
Discurso: “Qualquer  fragmento conexo de escrita ou  fala. Um discurso pode ser produzido por 
uma única pessoa que  fala ou escreve, ou  também por duas ou mais pessoas que  tomam parte 
numa conversação ou, mais raro, numa troca de escritos.” (TRASK, 2004, p. 84). 
Dual: “Flexão de número que exprime um par de seres. No grego, como no indo‐europeu, ao lado 
de singular (um) e do plural (mais de dois), havia o dual (dois). Línguas há que têm o trial e até o 
quatrial. No  latim  havia  apenas  resquícios  do  dual:  duo  (grego  dyo)  e  ambo  (grego  ámpho). No 
português  temos  ambos  como  exemplo. O  dual  não  exprime  dualidade  por  si mesmo,  pois  se 
acompanha do numeral dois; diz‐se‐ia que este é que determina desinência do dual.” (JOTA, 1976, 
p. 112). 
 
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E 
Elemento: “Termo usado na Lingüística às vezes no sentido geral de ʹparteʹ, mas freqüentemente 
de  maneira  restringida,  especialmente  em  análise  gramatical,  para  referir‐se  aos  constituintes 
imediatos de uma unidade dentro de uma hierarquia.Por exemplo, sujeito/verbo, etc.” (CRYSTAL, 
1997, p. 193). 
Empréstimo:  “Termo  usado  na  Linguística  histórica  e  comparada  para  indicar  as  formas 
linguísticas   formadas por uma outra  língua ou dialeto. São exemplos de empréstimos a palavra 
restaurante  (do  francês  restaurant)  e  gol  e  parquear  (do  inglês  goal  e  to  park),  entre  outros.” 
(CRYSTAL, 1988, p. 93). 
Enclítico: “Enclítico é um morfema gramatical não‐acentuado junto ao termo que o precede para 
com  ele  formar  uma  única  palavra  portadora  de  acento.  Assim,  o  grego  tis  (“um,  certo”)  em 
anthrôpos  tis  (“um homem”) é um enclítico. Em português, os pronomes pessoais átonos, como 
me, te, se, etc., podem ser enclíticos.” (DUBOIS, 1978, p. 213). 
Estado da língua: “É um determinado momento na história de uma língua, isto é, um conjunto de 
enunciados que pertencem a um período preciso,  como  é o  caso, por  exemplo, dos  enunciados 
produzidos no período do português clássico. Neste caso, as variações no tempo não são levadas 
em conta e a língua é tida como estabilizada neste período.” (DUBOIS, 1978, p. 234). 
Estativo: “Chamam‐se estativos os verbos ou adjetivos que  indicam duração, estado permanente: 
grande é adjetivo estativo, ébrio é não‐estativo.” (DUBOIS, 1978, p. 237). 
Estrutura: “[...] o termo se aplica à principal característica abstrata de um sistema semiótico. Uma 
língua, por exemplo, é uma estrutura, pois se constitui de uma rede de unidades inter‐ 
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relacionadas, sendo a significação de cada parte só especificável em relação ao todo.” (CRYSTAL, 
1988, p. 99). 
Estruturalismo:  “Termo  usado  na  Lingüística  para  nomear  qualquer  abordagem  de  análise  da 
língua que focalize os traços lingüísticos como estruturas e sistemas.” (CRYSTAL, 1988, p.101). 
Etimologia:  “A  origem  e  história  de  uma  determinada  palavra,  ou  o  ramo  da  linguística  que 
estuda esse assunto. Toda língua tem um vocabulário que contém muitos milhares de palavras, e 
cada  uma  dessas  palavras  tem  sua  própria  origem  e  história,  isto  é,  sua  própria  etimologia.” 
(TRASK, 2004, p. 101). 
Extralinguístico: “Em seu sentido mais amplo, o termo se refere a qualquer coisa do mundo (que 
não  seja  a  língua)  em  relação  à qual  a  língua  está  sendo usada  –  a  ‘situação  extralinguística’.” 
(CRYSTAL, 1988, p. 105). 
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F 
Fala:  “Atividade  linguística  no  discurso  oral.  É  a  fonação  enriquecida  de  uma  significação 
imanente.” (CÂMARA JÚNIOR, 1984, p. 115). 
“A fala é um ato individual, resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código 
da  língua,  expressa‐se  pelos  mecanismos  psicofísicos(atos  de  fonação)  necessários  a  produção 
dessas combinações.” (SAUSSURE, 1969, p. 17). 
Falante nativo: “Termo usado na  linguística para fazer referência a alguém que tem uma  língua 
concreta  como  sua  língua  nativa  (também  chamada de  primeira  língua  ou  língua materna). O 
termo implica, como essa língua foi adquirida de maneira natural desde a infância, que é aquela 
que o falante terá suas intuições mais confiáveis e, portanto, se pode confiar no juízo de um falante 
sobre o uso da língua. Por consequência, quando se investiga uma língua, é recomendado tentar 
obter informações dos falantes nativos.” (CRYSTAL, 2000, p. 286) 
Família Linguística: “Um grupo de línguas que têm um antepassado comum. [...]” (TRASK, 2004, 
p. 109). 
“Termo que, na  linguística histórica,  caracteriza um modelo genético de  relações  entre  línguas. 
Uma  ʹfamíliaʹ  de  línguas  é  constituída  de  línguas  que  se  originam  de  um  ancestral  comum:  a 
família indo‐europeia, por exemplo, consiste das línguas que se desenvolveram a partir do proto 
indo‐europeu: sânscrito, grego, latim, etc.” (CRYSTAL, 1988, p. 108). 
Filologia:  “Termo  tradicional  que  se  refere  ao  estudo  da  história  da  língua  realizada  pelos 
ʹfilólogos comparativistasʹ desde o  final do  século XVIII. O estudo de  textos  literários, às vezes, 
também é considerado objetivo da filologia (mas não na Grã‐Bretanha), sendo o estudo de textos 
parte da pesquisa cultura, política, etc.” (CRYSTAL, 1988, p. 110). 
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“Ciência  histórica  que  tem  por  objetivo  o  conhecimento  das  civilizações  passadas  através  dos 
documentos  escritos  que  elas  nos  deixaram:  estes  nos  permitem  compreender  e  explicar  as 
sociedades antigas.” (DUBOIS, 1978, p. 278). 
Flexão: “Processo de ‘flectir’, isto é, fazer variar um vocábulo para nele expressar dadas categorias 
gramaticais. A flexão consiste, portanto, em aplicar ao vocábulo um morfema – a) aditivo (flexão 
externa),  b)  subtrativo,  alternativo,  reduplicativo  (flexão  interna),  ficando  a  variação, 
respectivamente a)  fora ou b) dentro do  radical.  [...]Complementarmente, há a  flexão  interna da 
alternância. Os vocábulos sujeitos a flexão são variáveis ou flexionais, compreendendo os nomes 
(com  os  pronomes)  e  os  verbos.  As  desinências  nominais  são  para  as  categorias  de  gênero  e 
número.  As  desinências  verbais  são  modo‐temporais  (correspondendo  às  categorias  de  modo, 
tempo e  complementarmente aspecto e número‐pessoais  ‐  categoria de pessoa no  singular e no 
plural).”(CÂMARA Jr., 1968, p. 154). 
Fonética e Fonologia: “Estudo dos fonemas e sua combinação, e dos caracteres prosódicos da fala, 
como o acento e a entoação.” (LIMA, 1984, p. 6). 
Fonética:  “Ciência  responsável  pelo  estudo  dos  sons  utilizados  na  linguagem  humana.” 
(CRYSTAL, 1985, p. 339). 
Fonologia: “Disciplina da linguística que investiga o componente sonoro das línguas naturais do 
ponto de vista organizacional.” (SILVA, 2011, p. 110). 
Fonograma:  “Nas  escritas  ideogramáticas,  chama‐se  fonograma  a  um  signo  que,  capaz  de 
funcionar noutras situações com o seu valor pleno de ideograma, é utilizado para a transcrição do 
consonantismo de uma palavra homônima daquela que designa o  ideograma.  [...] Num estágio 
mais  desenvolvido,  os  fonogramas  representam  sons  silábicos,  como  a  escritura  dos  antigos 
mesopotâmios, quedispunham de caracteres para representar sílabas,  tais como ma, mi, um, am, 
im, um, muk, mut, nam, tim.” (DUBOIS, 1978, p. 284). 
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Fossilização: “Construção não mais produtiva na  língua. São exemplos de sentenças fossilizadas 
do inglês so beit, long live the queen e least Said, soonest mended; (...), itens lexicais fossilizados 
são  exemplificados,  no  inglês,  por  formas  reduplicativas,  como  goody‐goody  e  hocus‐pocus,  e 
diversos  tipos  de  expressões  idiomáticas;  e,  no  português,  pelas  palavras  bacana  e  supimpa.” 
(CRYSTAL, 1988, p. 121). 
Frase:  “Unidade  de  comunicação  linguística,  caracterizada,  como  tal,  do  ponto  de  vista 
comunicativo, por  ter um propósito definido e ser suficiente para defini‐lo, e do ponto de vista 
fonético  por  uma  entoação,  que  lhe  assinala  nitidamente  o  começo  e  o  fim.  É  assim  a  divisão 
elementar  do  discurso,  mas  pertence  à  estrutura  linguística  por  obedecer  a  padrões  sintáticos 
vigentes na língua no seu sentido de sistema por que se pauta o discurso. Na linguagem oral da 
comunicação cotidiana, a frase é complementada pela mímica do falante e pelos dados da situação 
em que é enunciada, pois ‘desenvolve‐se então um pequeno drama, em que um falante se dirige a 
pelo menos um ouvinte sobre um assunto em determinada situação concreta’ (CÂMARA Jr., 1959, 
p. 193), e pode consistir numa  única palavra ou até numa interjeição. Quando ao contrário, a frase 
contém  linguisticamente  em  si  todos  os  dados  para  a  comunicação  do  seu  assunto,  sem 
necessidade da mímica e da situação para completá‐los,  tem‐se a  frase  integralmente  linguística, 
em padrão de oração.” (CÂMARA JR., 1968, p. 163). 
 
 
 
 
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G 
Genitivo:  “Uma  das  formas  que  se  pode  demonstrar  um  sintagma  nominal  (frequentemente 
apenas um nome ou um pronome) nas línguas que expressam relações de possessão (por exemplo, 
em inglês, The boy’s book –  ‘O livro do menino’) ou alguma outra relação (por exemplo, no inglês, 
A summer’s day –  ‘Um dia de verão’)  . Contudo, existe um alto grau de variação entre as línguas 
sobre  a  maneira  de  usar  esse  caso.  O  termo  também  pode  ser  aplicado  nas  construções 
relacionadas  com  a  forma  do  caso,  como  o  genitivo  modificador  ‘de’  :  ‘O  carro  do  coronel.’” 
(CRYSTAL, 2000, p. 260). 
Geografia Linguística: “São estudos dos dialetos regionais, também conhecidos como dialetologia. 
Foi uma das principais áreas da lingüística até o final do século XX; houve muitos estudos sobre a 
variação  regional que, no caso, dos países europeus,  resultaram na publicação de atlas dialetais 
contendo uma serie de mapas dialetais cada um dos quais mostrava a variação com respeito a um 
único traço.” (TRASK, 2004, p. 79). 
Glosa: “Glosa é uma anotação muito concisa que alguns manuscritos trazem acima ou à margem 
de uma palavra ou de uma expressão que ela explica por um  termo suscetível de ser conhecido 
pelo  leitor. As glosas são mais  frequentemente  traduções de uma palavra rara ou  incomum. Por 
isso, o glossário  é um dicionário das palavras  raras ou dos  termos de uma  língua diferente da 
língua corrente.” (DUBOIS, 1973, p. 308). 
Grafema:  “A unidade mínima contrastiva no sistema de escrita de uma língua. O grafema a, por 
exemplo, pode ser realizado por diversos alografes: A, a, a, etc. que são vistos como unidades em 
distribuição complementar (Ex.: o primeiro caso está restrito a nomes próprios, posição inicial de 
sentença, etc.) ou em variação livre (como em alguns estilos de caligrafia), exatamente como na  
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análise fonêmica. A grafêmica (ou grafologia) trata da ‘análise de grafemas’”. (CRYSTAL, 2008, p. 
128). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I 
Idioma: “Variação de  língua, no  sentido de um  sistema  linguístico usado por uma determinada 
comunidade de fala.” (CRYSTAL, 1988, p. 142). 
Inato: “Aplicação do uso filosófico do termo na Psicolingüística, com referência à teoria de que a 
criança nasce com uma predisposição biológica para aprender uma língua. Segundo a hipótese do 
inatismo, o rápido e completo desenvolvimento da competência gramatical da criança só pode ser 
explicado pela hipótese de que ela nasceu com um conhecimento inato de pelo menos alguns dos 
princípios estruturais universais da  linguagem humana. Esta  teoria  foi muito bem recebida pela 
linguística  gerativa,  mas  há  muita  polêmica  quanto  à  natureza  do  primeiro  conhecimento 
linguístico  que  poderia  ser  atribuído  à  criança  e  se  este  conhecimento  pode  ser  especificado 
independente de outros fatores.” (CRYSTAL, 1988, p. 144). 
Inessivo: “Termo usado na descrição gramatical para indicar um tipo de flexão que exprime uma 
localização  ou  posição  dentro  de  um  lugar.  O  caso  inessivo  existe  no  finlandês,  por  exemplo, 
juntamente  com  o  adessivo,  o  alativo  e  diversos  outros  casos  que  exprimem  significações 
temporais e espaciais.” (CRYSTAL, 1988, p. 146). 
Inscrição:  “Traçado  feito  por  instrumento  especial  numa  superfície,  para  estudo  de  caráter 
fonético.” (JOTA, 1976, p. 176). 
 
 
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L 
Lei de Grimm: “Lei segundo a qual se mostrava, com relação às consoantes oclusivas, o caráter 
regular  de  mudanças  que  separavam  o  ramo  germânico  dos  demais  grupos  indo‐europeus 
(fenômeno  também  chamado  de  ‘primeira  rotação  consonantal  germânica’).  Onde,  no  indo‐
europeu, se encontrava uma oclusiva ou desvozeada (p, t, k), no germânico se tinha uma aspirada 
ou uma fricativa dela derivada (f, th, h); onde no indo‐europeu havia uma aspirada (ph, th, h), o 
resultado era uma sonora ou vozeada (b, d, g) e, finalmente, onde, no indo‐europeu, existia uma 
vozeada  (b,  d,  g),  em  germânico  se  encontraria  uma  desvozeada  (p,  t,  k).”  (BRANDÃO; 
VITORINO, 2011, p. 7). 
Lei Fonética: “O termo lei fonética designa o princípio da regularidade de uma mudança fonética 
dada. Foi empregado na segunda metade do século XIX pelos  foneticistas neogramáticos, como 
Scherer  e  H.  Paul,  e  em  seguida  generalizou‐se.  Para  esses  linguistas,  as  leis  fonéticas  são 
imutáveis: o mesmo  fonema num contexto  fonético dado,  sofre na mesma  língua e durante um 
certo período a mesma mudança em todas as palavras da língua em questão. [...]” (DUBOIS, 1978, 
p. 359). 
Léxico: “Termo usado na Linguística para caracterizar o vocábulo de uma língua e uma variedade 
de expressões técnicas”. (CRYSTAL, 1988, pp. 157/158). 
Língua:  “A  língua  é,  naturalmente,  o  objeto  central  de  estudo  das  ciências  lingüísticas, mas  o 
termo  recobre  vários  conceitos  bastante  diferentes,  que  é  preciso  distinguir  com  cuidado.” 
(TRASK, 2004, p. 158). 
“Esse termo entra em concorrência com as outras palavras (dialetos, falares, patoás), que também 
designam sistemas de comunicação linguísticos. A noção de línguas é uma noção prática  
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introduzida bem antes que a  linguística se constituísse; o  termo  foi empregado com valores  tão 
diversos pelos linguistas e não especialistas, que ninguém está de acordo com uma definição, que 
seria, entretanto, essencial estabelecer com precisão.” (DUBOIS, 1978, p. 384). 
Língua aglutinante/aglutinativa: “São aquelas  em que  se  juntam, numa mesma palavra, vários 
elementos que, mesmo reunidos, preservam sua individualidade. Cada um desses elementos é tão 
distinto foneticamente que pode, a qualquer momento, juntar‐se ou separar‐se do complexo usado 
como palavra.” (COELHO, 2011, p. 7). 
Língua franca: “Uma língua que é amplamente usada em determinada região para a comunicação 
entre pessoas que são falantes de varias línguas.” (TRASK, 2004, p. 167). 
Língua natural: “Uma língua que é, ou já foi, a língua materna de alguém.” (TRASK, 2004, p. 172). 
Língua‐mãe: “Quando se estabelecem genealogias (ou famílias) de línguas, chama‐se língua‐mãe a 
língua cuja evolução  resultou nas  línguas  tomadas como  referência ou  resultado. Assim,  se nos 
referirmos ao português ou ao francês, diremos que para eles a língua‐mãe é o latim.” (DUBOIS, 
1978, p. 389). 
Ver protolíngua. 
Língua tonal: “Uma língua que, para distinguir as palavras, basta usar a voz numa altura (pitch) 
diferente  em  determinadas  sílabas. Numa  língua  tonal,  as  palavras  que  são  constituídas  pelas 
mesmas  sequências de  consoantes  e  vogais podem  ser distinguidas  na pronúncia  e  no  sentido 
pelas diferentes maneiras com a altura da voz funciona em cada sílaba.” (TRASK, p. 176, 2004). 
Linguagem: “Termo de  sentido abstrato que  se  refere à  faculdade biológica que possibilita aos 
indivíduos aprender e usar a sua  língua – uma capacidade  implícita na noção de  ʹdispositivo de 
aquisição da linguagemʹ da psicolinguística.” (CRYSTAL, 1988, p. 160). 
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“A matéria do pensamento e veículo de comunicação social.” (SAUSSURE, 1969, p. 17). 
Línguas  românicas:  “Línguas  românicas,  ou  neolatinas,  são  as  que  provêm  da  evolução  e 
diferenciação do latim.” (CÂMARA JR., 1984, p. 44). 
Linguística: “O estudo cientifico da língua.” (CRYSTAL, 1988, p. 161). 
“Houve  tradições significativas de estudo da  língua na antiga  Índia, na antiga China, na Grécia 
antiga e em Roma, e também entre os árabes e os judeus da Idade Média, e em outros contextos. A 
maioria  dessas  investigações,  porém,  referiam‐se  exclusivamente  ao  estudo  da  língua  local  de 
prestígio. A lingüística moderna não deriva dessas tradições antigas; ao contrario, desenvolveu‐se 
baseada em impulsos originais, na Europa e Estados Unidos.” (TRASK, 2004, p. 77). 
Linguística  Histórica:  “Ramo  linguístico  que  estuda  a  evolução  da  língua  e  das  línguas  no 
decorrer do tempo; também conhecida como linguística diacrônica. Os dados pesquisados são os 
mesmos da filologia comparada, ou seja, registros extensos de antigos estágios das línguas, mas os 
métodos  e  objetivos  são diversos. A  linguística  histórica usa  os métodos das  várias  escolas da 
linguística  sincrônica  (incluindo  a  sócio‐linguística  e  a  psicolinguística,  principalmente  ao  que 
tange  às  razões  das  mudanças  na  língua).  Assim,  existem  subcampos  como  fonologia, 
morfologia/sintaxe/história,  e,  em  sentido  mais  amplo,  gramática  histórica,  expressão  de  uso 
muito  difundido.  Pretende  também  relacionar  suas  descobertas  à  teoria  linguística  geral.” 
(CRYSTAL, 1988, p. 163). 
 
 
 
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M 
Modo:  “A  categoria  gramatical  que  expressa  o  grau  ou  tipo  de  realidade  que  se  atribui  a um 
enunciado.  [...] Do modo, passa‐se  imperceptivelmente para a modalidade, e não é possível  traçar 
uma demarcação muito definida entre as duas noções.” (CRYSTAL, 1988, p. 188). 
Monolinguismo: “Monolíngue: Sinônimo de unilíngüe.” (DUBOIS et al., 1973, p. 418).  
“Unilíngüe: os  falantes são unilíngües, quando, nas suas comunicações no  interior de uma 
mesma  comunidade  sociolingüística,  utilizam  somente  uma  língua  (resumo  das  diferenças  de 
nível de  linguagem); ao contrário, são multilingües ou plurilíngües os que utilizam várias  línguas 
diferentes em suas relações sociais ou familiares.” (DUBOIS et al., 1973, p. 604). 
Morfologia:  “Ramo  da  gramática  que  estuda  a  estrutura  ou  as  formas  das  palavras, 
principalmente por meio de construções com morfemas.” (CRYSTAL, 1988, pp. 176/177). 
Mudança:  “A  mudança  que  acontece  nas  línguas  no  decorrer  do  tempo.  Um  dos  fatos 
fundamentais a respeito das  línguas é que elas estão sempre mudando. Criam‐se continuamente 
novas palavras, novas pronúncias, novas  formas ou estruturas gramaticais e novas significações 
para  as  palavras  existentes,  ao mesmo  tempo  em  que  caem  em  desuso  significações,  formas  e 
palavras  mais  velhas,  para  uma  língua  viva,  é  absolutamente  impossível  evitar  a  mudança.” 
(TRASK, 2004, p. 202). 
“A mudança,  também chamada alteração, é sem dúvida o caráter mais  importante da  linguagem. 
Em  duas  épocas  dadas,  constata‐se  que  uma  palavra,  ou  parte  de  uma  palavra,  ou  processo 
morfológico, não se apresentam da mesma forma, mesmo que a escrita possa às vezes  induzir a 
erro.” (DUBOIS, 1978, p. 423). 
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Mutação:  “Termo  usado  na  Linguística,  principalmente  na  gramática  histórica,  para  indicar  a 
mudança  da  qualidade  de  um  som  devido  à  influência  de  sons  de  morfemas  ou  palavras 
adjacentes.” (CRYSTAL, 1988, p. 178). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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N 
Neogramático:  “Adepto,  ou  característico  dos  princípios  de  uma  escola  de  pensamento  de 
filologia comparada,  iniciada pelos estudiosos alemães K. Brugmann  (1849‐1919) e S. A. Leskien 
(1840‐1916), no século XIX. Sua principal teoria era a de que as leis dos sons admitem exceções (a 
hipótese  dos  neogramáticos).  Seu  apelido  em  alemão,  Junggrammatiker  (ʹjovens  gramáticosʹ), 
surgiu  da  atitude  dos  velhos  gramáticos  que,  sem  necessariamente  rejeitar  o  princípio,   se 
opunham à maneira agressiva com que era difundido.” (CRYSTAL, 1988, p. 101). 
Neutralização:  “O  desaparecimento  de  um  contraste  fonológico  numa  posição  particular.  O 
português tem, por exemplo, os dois fonemas /s/ e /�/. Eles distinguem um certo número de pares 
mínimos, tais como soco e choco, cansa e cancha, nisso e nicho. Contudo,  há pelo menos uma posição 
em que esses dois fonemas não contrastam: depois de vogal, em final de sílaba e de palavra. Em 
português, não há modo de distinguir duas palavras diferentes  como  fe/s/ta  e  fe/�/ta,  tatu/s/  e 
tatu/�/ ou como termômetro/s/ e termômetro/�/. Nessa posição dizemos portanto que o contraste 
entre  /s/ e  /�/ é neutralizado:  já não há contraste aqui; nessa posição  /s/ e  /�/  já não podem ser 
usados  para  distinguir  pares  de  palavras.  O  conceito  de  neutralização  foi  introduzido  e 
desenvolvido  na  década  de  1930  pelos  lingüistas  do  leste  europeu  ligados  à  Escola  de  Praga, 
especialmenteo  lingüista  russo Nicolai  Trubetzkoy. A  existência  da  neutralização  é  uma  forte 
indicação de que a fonologia de uma língua tem a ver com o comportamento dos sons e com seu 
enquadramento num padrão (patterning), e não com seu valor fonético absoluto.” (TRASK, 2004, 
p. 205). 
Nível  da  língua:  “Numa  dada  língua  constata‐se  que  alguns  usos  aparecem  unicamente  em 
determinados meios. Cada uma dessas utilizações da língua comum goza geralmente do mesmo 
prestígio ou sofre o mesmo desprezo que seu meio de origem. A noção de níveis de  língua está 
associada à diferenciação social em classes ou grupos de diversos tipos. Ex.: jovem que, em casa,  
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com a família, utiliza norma culta e na escola com os amigos utiliza gírias. As clivagens podem ser 
de  ordem  léxica  (gíria,  vocabulário  técnico...),  fonética,  morfológica  ou  sintática.  Existem  pelo 
menos três níveis: língua elevada (tende a parecer com a fala culta utilizada na camada que goza de 
prestígio  intelectual);  língua  corrente  (tende  a  seguir o  falar popular)  e  falares  patoás.”  (DUBOIS, 
1978, p. 433). 
Nominativo:  “Em  línguas  que  exprimem  relações  gramaticais por meio de  flexões,  o  termo  se 
refere à forma tomada por uma palavra, geralmente um substantivo ou pronome, quando é sujeito 
de um verbo. Geralmente é a primeira  forma a ser  listada no paradigma gramatical, ou, em um 
dicionário, a forma não marcada. No latim homo (‘homem’) é o nominativo singular (cf. hominem, 
hominis, etc.). O termo também é usado nos estudos recentes da gramática gerativa, com referência 
ao caso atribuído ao SN sujeito de uma oração reduzida.” (CRYSTAL,1988, p. 183). 
Número: “A categoria gramatical que se relaciona mais diretamente ao número de entidade. Para 
os seres humanos, o número de pessoas ou coisas que são objeto de discussão é freqüentemente 
um dado  importante, e é típico de nossas  línguas nos proporcionarem um rico vocabulário para 
fazer distinções sem limites ao longo dessa dimensão: nenhum, um, dois, três, vinte e sete, meio, 0,42, 
cerca de  cem,  algum, uns poucos, muitos, não mais do  que  quatro  e assim por diante.  [...]”  (TRASK; 
ILARI, 2004, p. 208). 
 
 
 
 
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O 
Onomástica: “Ramo da semântica que estuda a etimologia dos nomes institucionalizados (nomes 
‘próprios’), como nomes de pessoas (antroponímia) e lugares (toponímia). Ver Lyons 1977b: Cap. 7 
(CRYSTAL, 1988, p. 188). 
Oração:  “A  maior  unidade  gramatical  depois  do  período  gramatical.  A  oração  é  uma  unidade 
fundamental e  tradicional na estrutura do período, embora o  termo não seja usado por  todos os 
gramáticos exatamente do mesmo modo. Tradicionalmente, a oração é uma unidade gramatical 
constituída  por  um  sujeito  e  um  predicado,  e  todo  período  precisa  consistir  em  uma  ou mais 
orações.” (TRASK, 2004,  p. 212). 
Oral: “O adjetivo usual para definir a manifestação da linguagem de forma falada, em oposição à 
forma escrita. O  termo oralidade faz referência à capacidade de  falar e compreender o que se diz 
oralmente, porém, este termo é mais usado na discussão das habilidades lingüísticas e no ensino 
da  língua materna  e,  em geral, não  se  encontra nos  estudos  técnicos de  linguística  e  fonética.” 
(CRYSTAL, 2000, p. 406). 
Origem: “Em semântica, termo utilizado como parte de uma teoria  localista de significado: uma 
entidade toma um caminho de uma origem até um destino. Na Gramática, faz referência ao lugar 
de onde se move algo. Na lingüística história, o termo é utilizado para caracterizar uma língua (a 
língua de  origem) da  qual  se procede um  traço  concreto  (como um  empréstimo).”  (CRYSTAL, 
2000, p. 405). 
 
 
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P 
Palavra:  Vocábulo  provido  de  significação  externa,  concentrada  no  radical;  noutros  termos, 
vocábulo provido de semantema. (CÂMARA JR., 1984, p. 187). 
“Uma unidade  lingüística  tipicamente maior  que  o morfema, mas menor  que um  sintagma. O 
termo palavra poderia parecer familiar e suficientemente transparente, mas, na realidade, há pelo 
menos quatro maneiras de definir palavra, e essas maneiras não se equivalem.” (TRASK, 2004, p. 
218). 
Paleontologia  linguística:  “Estudo de um povo  antigo  através de  sua  língua.”  (JOTA,  1976, p. 
251). 
Paralelismo: “Caráter das formas paralelas; identidade de estrutura numa sucessão de frases:  ‘A 
prepotência humilha, a bondade dignifica, a covardia rebaixa, o amor exalta.’; repetição de verso, 
por vezes com variações na parte final.” (JOTA, 1976, p. 252). 
Parâmetro: “Cada um dos  sentidos  internos de um morfema: o S, p. ex.,  tem os parâmetros de 
plural, de genitivo e de terceira pessoa, em inglês.” (JOTA, 1976, p. 252). 
Parentesco: “A linguística histórica definiu dois tipos de parentescos: um histórico ou genético, o 
outro  tipológico. Duas  línguas  são  aparentadas  geneticamente  quando provêm da  evolução de 
uma  língua única. Pode‐se,  também, estabelecer o parentesco  tipológico; constata‐se, assim, que, 
em certas  regiões, as  línguas, diferentes quanto à origem,  tendem a convergir, a se aproximar.” 
(DUBOIS, 19878, p. 457). 
Parônimos: “Dá‐se  este nome à  circunstância de vocábulos diversos  terem  estrutura  fonológica 
semelhante,  apresentando‐se  como  parônimos  entre  si.  A  paronímia  tende  a  enfraquecer  a 
oposição significativa  imanente nas formas vocabulares e, assim, a disciplina gramatical procura 
alertar‐nos contra o perigo de empregar um parônimo por outro. Os parônimos podem ser: a) de  
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radicais diversos  (ex:  fluir “correr” –  fruir “gozar”; matilha “grupo de cães” – mantinha  ‘pequena 
manta’; ratificar “confirmar” – retificar “corrigir”); b) da mesma família  léxica, com a oposição na 
base  dos  prefixos  (ex:  eminente  ‘saliente,  notável’  –  iminente  ‘prestes  a  acontecer,  ameaçador’; 
prescrever ‘ordenar’ – proscrever ‘suprimir, banir’).” (CÂMARA JR., 1984, p. 187). 
Pidgin: “Termo usado na sociolinguística com referência  a uma língua  que mostra uma redução 
significativa de estrutura gramatical, léxico e estilística , em comparação com outras línguas , e que 
não é a  língua nativa de ninguém. Os pidgins são  formados por duas comunidades de  fala que 
tentam se comunicar, cada uma delas se aproximando sucessivamente dos traços mais óbvios da 
outra  língua. Tais desenvolvimentos  necessitam de uma motivação  considerável por parte dos 
falantes.  Os  pidgins  se  tornam  crioulas  quando  passam  a  ser  a  língua  materna  de  uma 
comunidade.” (CRYSTAL, 1988, p. 201). 
Pitch: “Termo do inglês que indica um ponto em uma escala da sensação auditiva. Trata‐se de um 
traço  fonético correspondente, até certo grau, ao  traço acústico de  freqüência, que, no estudo da 
fala, se baseia no número de ciclos completos de vibração das cordas vocais.” (CRYSTAL, 1988, p. 
201). 
Plurilíngue: “Falante que utiliza no seio de uma mesma comunidade várias  línguas conforme o 
tipo  de  comunicação  (em  sua  família),  (em  suas  relações  sociais),  (em  suas  relações  com 
administração).  Diz‐se  de  uma  comunidade  que  ela  é  plurilíngüe  quando  várias  línguas  sãoutilizadas nos diversos tipos de comunicação”. (DUBOIS, 1978, p. 470). 
Princípio Uniformitário: “Segundo Osthoff e Brugmann, as propriedades gerais da  linguagem e 
dos  processos  de  mudança  linguística  têm  sido  os  mesmos  durante  toda  a  história  da 
humanidade,  pois  se  as  línguas  pudessem  mudar  e  variar  sem  restrições,  não  seria  possível 
estudar  as  línguas  e  estágios  de  línguas  do  passado  e  muito  menos  reconstruí‐las.” 
(DUCHOWNY, 2011, p. 7). 
 
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Polissemia:  “Termo  usado  na  análise  semântica  para  caracterizar  um  item  lexical  com  uma 
variedade  de  significações  diferentes,  como  manga  ‘parte  da  camisa’,  ‘parte  de  um  abajur.’” 
(CRYSTAL, 1988, p. 202/203). 
Posposição:  “Por  oposição  às  preposições,  chamam‐se  posposições  aos  morfemas  gramaticais 
invariáveis (ou partículas) que se colocam depois dos sintagmas nominais por elas regidos: assim, 
as palavras causa e gratia são posposições que seguem o nome no genitivo por elas regido (mortis 
causa).” (DUBOIS et al., 1973, p. 477). 
Pragmática: “O ramo da linguística que estuda como os enunciados comunicam significados num 
contexto. O  estudo do  significado,  comumente  conhecido  como  semântica,  tem  sido por muito 
tempo uma das áreas mais difíceis e desanimadoras dos estudos linguísticos. Nas décadas de 1950 
e  1960,  porém,  os  linguistas  e  os  filósofos  começaram  a  dar‐se  conta,  aos  poucos,  de  que  a 
dificuldade era o resultado do fato de que eles não tinham sido capazes de distinguir dois aspectos 
bastante diferentes do significado. O primeiro tipo de significado é intrínseco a uma expressão que 
o  contém,  e  não  pode  ser  separado  dessa  expressão.  O  estudo  desse  tipo  de  significado  é  o 
domínio da semântica, no sentido que damos hoje e esse termo. Além disso, há um segundo tipo 
de significado, que não é  intrínseco à expressão  linguística que o veicula, e  resulta da  interação 
entre a expressão linguística e o contexto em que é usada. Ao estudo desse tipo de sentido damos 
um novo nome: pragmática.” (TRASK; ILARI, 2004, p. 232‐233). 
Preposição:  “Termo usado  na  classificação  gramatical das palavras para designar  o  conjunto  e 
itens que precedem os sintagmas nominais  (às vezes, um mero nome ou pronome) para  formar 
um constituinte estrutural.” (CRYSTAL, 2000, p. 443). 
Primitivo:  “Em  sentido  específico,  primitivo  se  diz  do  vocábulo  primário,  o  que  se  deriva 
diretamente do  radical  primário ou  raiz:  amor,  amar.  Importa dizer que primitivo ou derivado, o 
vocábulo é analisado tal qual o depreendemos na atualidade (estudo sincrônico).  
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Diacronicamente,  por  exemplo,  comer  nos  leva  ao  latim  comedere,  derivado  de  cum  edere  (fazer 
refeição  com  companhia  de).  Para  nós,  no  entanto,    deve  ser  primitivo,  e  sua  raiz  será  com, 
exatamente o que era, em latim, mero prefixo.” (JOTA, 1976, p. 270‐271). 
Processo:  “Qualquer  tentativa de descrição  linguística que  considera que  alguns  elementos  são 
resultado de uma troca operada com outro elemento da língua. O processo de troca pode ser real 
(como  nos  processos  atestados  de  troca  diacrônica)  ou  parte  do  sistema  abstrato  de  relações 
presentes em um modelo de descrição concreto (como quando se derivam os substantivos plurais 
a  partir  dos  singulares  mediante  um  processo  de  pluralização)  (...).  Na  psicolingüística,  se 
investigou  até  que  ponto  os  processos  lingüísticos  de  um  modelo  lingüístico  podem  ser 
relacionados com processos de tipo psicológico.” (CRYSTAL, 2000, p. 450). 
Pronúncia:  “Impressão  acústica geral, produzida pela  atividade de  fonação numa  língua dada. 
Abrange,  em  seu  conceito,  todos  os  fatos  fônicos  de  que  tratam  separadamente  a  fonologia,  a 
fonêmica  e  a  ortoépia,  incluindo  ainda  as  peculiaridades  do  sotaque,  quer  regionais,  quer 
individuais. Do ponto de vista ortoépico, a pronúncia pode ser  a) cuidada ou vulgar; b) precisa ou 
relaxada. A pronúncia  cuidada  e precisa  corresponde  ao  ótimo das  oposições  e  correlações de 
fonemas e das variações posicionais.” (CÂMARA JR., 1968, p. 298). 
Prosódia: “O mesmo que prosodema; parte da ortofonia que se preocupa com os elementos extra‐
articulatórios dos  fonemas. Em  latim, como em grego, a prosódia repousava na quantidade; em 
português, na acentuação: Élite por elite, ávaro por avaro, etc. são exemplos de erros de prosódia. A 
entonação é também requisito da prosódia.” (JOTA, 1976 p. 275). 
Proto‐:  “Um  prefixo  usado  na  linguística  histórica  para  indicar  uma  forma  linguística  ou  um 
estado de língua anterior a outras formas/línguas confirmadas, tais como o proto‐indo‐europeu, o 
proto‐romance. Mais recentemente, alguns linguistas começaram a usar o termo, de maneira  
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análoga, na aquisição da linguagem, com referência a um sistema linguístico emergente em uma 
criança pequena: ʹprotoconversãoʹ, ʹprotossentençaʹ, etc.” (CRYSTAL, 1988, p. 214). 
Protolíngua: “O antepassado hipotético de uma família de línguas. Quando encontramos algumas 
línguas  que  claramente  têm  relação  genética  entre  si  e  que,  portando,  formam  uma  família 
lingüística, segue‐se por definição que  todas elas descendem de um antepassado comum,  isto é, 
elas começaram muito tempo atrás como meros dialetos regionais dessa língua ancestral. Quando 
há dados suficientes, os lingüistas históricos podem aplicar a reconstrução comparativa para obter 
informações substanciais sobre o modo de ser dessa língua antepassada, mesmo que o carro mais 
comum  seja  a  inexistência  de  registros.  A  reconstrução  que  eles  obtêm  dessa  forma  é  uma 
descrição razoavelmente exata da língua ancestral, que é chamada a protolíngua da família toda.” 
(TRASK, 2004, p. 242). 
 
 
 
 
 
 
 
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R 
Raiz:  “De  um  modo  geral  chama‐se  raiz  o  elemento  base,  irredutível,  comum  a  todos  os 
representantes de uma mesma família de palavras no interior de uma língua ou de uma família de 
línguas. A raiz é obtida após a eliminação de  todos os afixos e desinências, ela é portadora dos 
semas essenciais, comuns a todos os termos constituídos com esta raiz.” (DUBOIS, 1978, p. 499). 
Ramificação: “Termo usado na  linguística com referência às conexões  lineares que constituem a 
identidade de um diagrama de árvore: [as regras de estrutura frasal] que geram estas árvores às 
vezes são chamadas de ʹregras de ramificaçõesʹ. E os módulos que ligam as linhas, de ʹmódulos de 
ramificaçõesʹ.” (CRYSTAL, 1988, p. 219). 
Reconstituição/Reconstrução: “Método usado na  lingüística histórica e na Filologia Comparada 
pelo qual um sistema hipotético de sons ou  formas representando um estado anterior não mais 
existente  de  uma  língua  (ʹprotoformasʹ  de  uma  ʹprotolínguaʹ)  é  estabelecido  dedutivamente,  a 
partir de uma análise de  sons e  formas confirmadas dos  textos existentes.”  (CRYSTAL, 1988, p. 
220). 
“A busca de  características das  línguas mortas não documentadas,  ou de  estágios  antigos, não 
documentados, de determinadas línguas.” (TRASK, 2004, p.109). 
Reduplicação/Redobro: “Chamemos de redobro a repetição de um ou vários elementos (sílabas) 
de uma palavra  ou de uma  frase  inteira  com  fins  expressivos,  como  nos  hipocorísticos  (Mimi, 
Nhonhô), os intensivos (‘é muito, muito pequeno’), etc.” (DUBOIS, 1978, p. 503). 
Regência:  “Em  sentido  lato,  a  marca  da  subordinação  de  um  vocábulo  determinante  ao  seu 
vocábulo determinado num sintagma.” (CÂMARA JR., 1968, p. 306). 
 
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“O  fenômeno gramatical em que a presença de uma determinada palavra numa sentença cria a 
exigência de que outra palavra ligada à primeira apareça em uma determinada forma.” (TRASK, 
2004, p. 252). 
Regularidade: “Termo que se refere às formas lingüísticas gerais de uma língua. [...] Na lingüística 
histórica a regularidade é um princípio explicativo básico mediante o qual se pretende mostrar as 
correspondências  sistemáticas  entre  línguas  e  etapas  da  mesma  que  se  podem  formular  de 
maneira  geral.  Os  filósofos  comparativos  chamaram  estas  de  leis  fonéticas,  causando  grande 
controvérsia no final do século XIX, quando se foi argumentado (pelos neogramáticos) que as leis 
fonéticas não  tinham exceções que não podia  ser explicadas  tendo como  referência outras  leis.” 
(CRYSTAL, 2000, p. 482). 
Rotacismo:  “Chama‐se  rotacismo  a  transformação  da  sibilante  sonora  [z]  em  [r]  apical.  Este 
processo se observa na fonética histórica do latim, onde os infinitivos amare, legere, audiere, etc. são 
originários  da  raiz  verbal  a  qual  se  acresce  uma  desinência  do  infinitivo    ‐re,  onde  o  [z] 
intervocálico se torna [r]. Por extensão, o termo rotacismo designa a transformação do [r] a partir 
de outras consoantes, como [d] e sobretudo [l]. Ex.: alguns dialetos italianos; fenômeno semelhante 
ocorre  no  português  em  certas  regiões  e  em  certos  estratos  sociais  mais  baixos  onde  o  [l]  é 
substituído por [r] retroflexo – marvada, sorta = malvada, solta.” (DUBOIS, 1978, p. 523). 
 
 
 
 
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S 
Semantema: “Dá‐se este nome ao elemento formal que simboliza na língua o ambiente bio‐social 
em que ela funciona.” (CÂMARA JR., 1968, p. 318). 
Semântica:  “Importante  ramo  da  Linguística,  dedicado  ao  estudo  da  significação  dentro  da 
língua.” (CRYSTAL, 1988, pp. 232/233). 
Signo: “O signo, no sentido mais geral, designa, assim como o símbolo, o  índice, ou o sinal, um 
elemento A – de natureza diversa – substituto de um elemento B.” (DUBOIS, 1978, p. 541). 
“Objeto  linguístico  dotado  simultaneamente  de  forma  e  sentido.  O  conceito  de  signo  foi 
introduzido, no início do século XX, pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure, em cujo sistema 
tem um papel crucial. Esse conceito é muito simples; todo objeto lingüístico tem dois aspectos ou 
facetas: uma forma lingüística chamada significador e um sentido – ou coisa significada.” (JOTA, 
1976, p. 309). 
Sílaba: “Uma unidade fundamental mas elusiva da fonologia. Toda palavra é constituída por uma 
seqüência de um  certo  número de  sílabas,  e mesmo  os  falantes  que  não  têm  conhecimento de 
fonética ou  lingüística normalmente concordam com  facilidade a  respeito do número de sílabas 
que uma palavra possui”. (TRASK, 2004, p. 267). 
Sincronia:  “A  ausência  de  elementos  temporais  numa  descrição  linguística. Numa  abordagem 
sincrônica da descrição linguística, centramos nossas atenções nessa língua num dado momento e 
a descrevemos tal como a encontramos nesse momento.” (TRASK, 2004, p. 268).  
“Um dos dois tipos principais das dimensões temporais da pesquisa linguística, introduzidos pelo 
linguista suíço Ferdinand de Saussure; [...]A linguística sincrônica estuda as línguas em um ponto 
teórico no  tempo: descreve‐se um  ʹestadoʹ da  língua, sem se  levar em conta as modificações que 
possam ter ocorrido.” (CRYSTAL, 1988, p. 240). 
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Sintagma: “Termo estabelecido por Saussure  (1922, 170) para designar a combinação de  formas 
mínimas numa unidade linguística superior. De acordo com o espírito da definição, implícita em 
Saussure, entende‐se hoje apenas por sintagma um conjunto binário  (duas  formas combinadas), 
em  que  o  elemento  determinante  cria  um  elo  de  subordinação  com  outro  elemento,  que  é 
determinado.” (CÂMARA JR., 1968, p. 332). 
Sintagma nominal: “Uma unidade sintática capaz de funcionar como sujeito ou objeto”. (TRASK, 
2004, p. 270). 
Sintaxe: “Termo  tradicional para o estudo das regras que regem a maneira como as palavras se 
combinam  para  formar  as  sentenças  de  uma  língua.  Uma  definição  alternativa  (evitando  o 
conceito de ʹpalavraʹ) é o estudo das inter‐relações entre os elementos da estrutura da sentença, e 
das regras que regem a combinação das sentenças em sequências.” (CRYSTAL, 1988, pp. 241/242). 
Sistema: “Em  linguística, a  língua é considerada um sistema no sentido de que, num nível dado 
(fonema,  morfema,  sintagma)  ou  numa  classe  dada,  existe,  entre  os  termos,  um  conjunto  de 
relações que os  liga uns aos outros,  se bem que,  se um dos  termos  se modificar, o  equilíbrio do 
sistema fica afetado.” (DUBOIS, 1978, p. 560). 
Sistema  cuneiforme:  “Caracteriza‐se  por  seus  elementos  em  forma  de  cunhas,  ou  cravos,  que 
representam a impressão que deixou o caniço talhado dos escribas da Mesopotâmia em tabuinhas 
de argila fresca. Herdada do sumério, foi, sobretudo, utilizada para transcrever o acádico e depois 
o hitita.” (DUBOIS, 1978, p. 163). 
Sistema de escrita: “Um  sistema  convencional para  representar uma  língua por meio de  sinais 
permanentes.” (TRASK, 2004, p. 274). 
Sotaque:  “Termo  que  indica  os  efeitos  auditivos  dos  traços  da  pronúncia  de  uma  pessoa  que 
identificam a sua procedência, regional ou social. A literatura da linguística insiste que o termo se  
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refere  apenas  à  pronúncia,  distinguindo‐se  do  dialeto,  que  se  refere  também  à  gramática  e  ao 
vocabulário.” (CRYSTAL, 1988, p. 244). 
Substrato: “Nome que se dá à língua de um povo que é abandonada e esquecida em proveito de 
outra que  a  ele  se  impõe,  em  regra,  como  consequência de  conquista política.”  (CÂMARA  JR., 
1968, p. 340). 
Superstrato: “Nome que se dá à  língua de um povo conquistador, quando ele a abandona para 
adotar  a  língua  do  povo  vencido.  O  superstrato  persiste  no  léxico  da  língua  adotada,  que  se 
enriquece com termos referentes a traços específicos da cultura do povo conquistador. As línguas 
germânicas  no  território  da  România,  com  as  invasões  Bárbaras,  constituíram  superstratos  do 
latim. Daí o apreciável acervo de germanismo nas línguas românicas, particularmente referente à 
arte da guerra e a certas  instituições e costumes como as palavras guerra,  trégua,  elmo, adjetivos 
como branco, morno,  rico, verbos como  roubar,  falar, brandir, agasalhar, dentre outros”.  (CÂMARA 
JR., 1981, p. 230). 
Supletiva  (forma): “Diz‐se que uma  forma é  supletiva quando é  capaz de  completar as  formas 
incompletas no paradigma dos verbos ou dos nomes defectivos. Assim, dir‐se‐a que  as  formas 
com os radicais v‐, fu‐, e fo‐ são as formas supletivasdo verbo ir (‘eu vou’, ‘eu fui’, ‘nós fomos’).” 
(DUBOIS, 1978, p. 577). 
     
 
 
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T 
Termo: “Em sentido gramatical estrito, vocábulo ou grupo de vocábulos que corresponde a uma 
unidade de significação ou de função, como elemento constitutivo para a inteligibilidade do que 
se anuncia.” (CÂMARA JÚNIOR, 1984, p. 232). 
Tipologia:  “A  classificação das  línguas de  acordo  com  suas  características  estruturais.  [...]Uma 
classificação  tipológica,  em  princípio,  é  inteiramente  independente  da  história  das  línguas  em 
questão, muito embora, naturalmente, as  línguas com parentesco muito próximo  também sejam 
bastante parecidas em termos tipológicos.” (TRASK, 2004, p. 293). 
“O  exame  tipológico das  línguas, ou  tipologia,  tem por  fim  sua descrição  em  função de  certos 
caracteres  escolhidos  previamente  e  sua  classificação  segundo  as  afinidades  que  assim  são 
descobertas; pode permitir, mas não procura necessariamente o estabelecimento de genealogias.” 
(DUBOIS, 1978, p. 588). 
Toponímia: “Toponímia é a parte da lingüística que se ocupa da origem dos nomes de lugares, de 
suas  relações  com  a  língua  do  país,  com  as  línguas  de  outros  países  ou  com  as  línguas 
desaparecidas. A matéria é geralmente dividida segundo a geografia (há especialistas de nomes de 
rios, de nomes de montanhas; há especialistas também para esta ou aquela região determinada). A 
mais importante verificação da toponímia, num plano geral, é que existem poucas relações entre 
os  nomes  de  lugares  de  um  país  e  a  língua  do  povo  que  o  habita.  Explica‐se  isto  pela  forte 
resistência dos substratos nesse domínio.” (DUBOIS, 1978, p. 590). 
Traduzir: “Traduzir é enunciar numa outra  língua  (ou  língua de  chegada) o que  foi enunciado 
numa  língua‐fonte,  conservando  as  equivalências  semânticas  e  estilísticas.”  (DUBOIS,  1978,  p. 
594). 
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Thaís Mannoni L. de Souza (Org.) / Glossário de Linguística comparada 
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Transliteração: “Quando num sistema de escrita se quer representar uma sequência de palavras 
de uma outra língua, utilizando geralmente outro sistema de escrita, é possível tanto representar 
os sons efetivamente pronunciados (temos então uma transcrição mais ou menos fonética), como 
procurar, para cada letra ou sequência de letras, uma letra ou sequência de letras correspondente, 
sem  haver  uma  preocupação  com  os  sons  efetivamente  pronunciados:  é  uma  transliteração.” 
(DUBOIS, 1978, p. 601). 
Transmissão: “Uma suposta propriedade definidora da linguagem humana (em contraste com as 
propriedades de  outros muitos  sistemas  semióticos)  segundo  a qual  a habilidade de  falar uma 
língua  é  passada  de  geração  para  geração  mediante  um  processo  de  aprendizagem  e  não 
geneticamente.  Isso  não  contradiz  o  fato  de  que  algumas  crianças  nascem  com  certas 
predisposições para a língua, mas sim enfatiza a diferença entre a linguagem humana, em que o 
aprendizado  ambiental  cumpre  uma  função  tão  essencial,  e  os  sistemas  de  comunicação  dos 
animais, nos quais o instinto é mais importante.” (CRYSTAL, 2000, p. 556) 
 
 
 
 
 
 
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V 
Variação: “Chama‐se variação o  fenômeno no qual, na prática corrente, uma  língua determinada 
não  é  jamais, numa  época, num  lugar  e num grupo  social dados,  idêntica  ao que  ela  é noutra 
época,  em  outro  lugar  e  em  outro  grupo  social. A  variação  diacrônica  da  língua  dá  lugar  aos 
diversos  trabalhos de gramática histórica; a variação no espaço  fornece seu objetivo à geografia 
lingüística e à dialetologia no sentido corrente do  termo; a sociolingüística se ocupa da variação 
social.” (DUBOIS, 1995, p. 609) 
“Consequência de propriedades da  linguagem de nunca se  idêntica, em suas  formas através da 
multiplicidade do discurso. Essa variação real é compensada por uma  invariabilidade  imanente, 
que faz de cada realização a rigor diferente de qualquer outra apresentação de uma invariante que 
é o seu padrão.” (CÂMARA JR., 1981, p. 239). 
Velar:  “Termo  usado  na  classificação  fonética  dos  sons  consonantais  com  relação  ao  ponto  de 
articulação.  Refere‐se  a  um  som  produzido  com  o  dorso  da  língua  contra  o  palato  mole  (ou 
velum)ʺ. (CRYSTAL, 1988, p. 265). 
Verbo: “A parte do discurso que  inclui palavras como  ir, ver, compreender e parecer. A classe dos 
verbos é universal: nunca  foi descoberta uma  língua em que os verbos não  fossem uma classe à 
parte. [...] O que faz a unidade da classe dos verbos é seu comportamento gramatical. [...] Mas a 
característica mais central para um verbo é que ele sempre  se  faz acompanhar por um ou mais 
sintagmas nominais, seus argumentos, numa sentença gramatical.” (TRASK, 2004, p. 245). 
Vocabulário:  “A  Linguística  usa  este  termo  em  seu  sentido  cotidiano,  reservando  para  seus 
estudos técnicos outros termos. Às vezes, faz‐se distinção entre o vocabulário ʹativoʹ, que se refere 
aos  itens  lexicais que as pessoas usam, e  ʹpassivoʹ  (palavras que as pessoas entendem, mas não 
usam).” (CRYSTAL, 1988, p. 268). 
 
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Vocábulo: “O termo vocábulo designa a ocorrência de um lexema no discurso, na terminologia da 
estatística  lexical. Como  o  termo  lexema  está  reservado  às unidades  (virtuais)  que  compõem  o 
léxico, o termo palavra a qualquer ocorrência realizada em fala, o vocábulo será a atualização de 
um lexema particular no discurso.” (DUBOIS, 1978, p. 614). 
Vogal:  “Qualquer  som da  fala produzido  sem  obstrução do  fluxo de  ar. Do ponto de vista da 
fonética, há interesse em dividir os sons da fala em dois tipos, conforme são produzidos com ou 
sem  uma  obstrução  significativa  do  fluxo  de  ar.  Os  primeiros  são  consoantes,  os  outros  são 
vogais.” (TRASK; ILARI, 2004, p. 305). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organizado por Thaís Mannoni Lacerda de Souza, a partir da pesquisa dos alunos da disciplina de 
Linguística comparada da Faculdade de Letras da UFMG, no segundo semestre de 2011. 
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Referências 
BRANDÃO, J. L.; VITORINO, J. C. O Método Histórico‐Comparativo, Belo Horizonte: Fale/UFMG, 
2011. 
CÂMARA JÚNIOR, J. M. Dicionário de filologia e gramática.  São Paulo: Lozon, 1968. 
CÂMARA JÚNIOR, J. M. Dicionário de lingüística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1981. 
CÂMARA JÚNIOR, J. M. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1984. 
CRYSTAL, D. A Dictionary Of Linguistics And Phonetics. New York: Basil Blackwell, 1985. 
CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. 
CRYSTAL, D. Dicionário de lingüística e fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. 
CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. 
CRYSTAL, D. Dicionário de Linguística e Fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 
Dicionário de Termos Linguísticos. Associação de informação terminológica. Disponível em: 
<http://www.ait.pt/recursos/dic_term_ling/dtl_pdf/C.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2012. 
DUBOIS, J. et al. Dicionário de lingüística.

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