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AULA 1 NCPC DEFINIÇÃO, NATUREZA JURIDICA, EVOLUÇÃO HISTÓRICA, FONTES, LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

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AULA I
PROCESSO CIVIL I 
UMA BREVE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO PROCESSO
Profª Luciana de Lima Torres Cintra
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INTRODUÇÃO
Direito: Conjunto de normas gerais e positiva, disciplinadores da vida social, traça normas de condutas (obrigatória)
Estado: institui os meios de imposição coativa do comando da norma (não tolera a justiça feita pelas próprias mãos).
	 Divisão da função soberana em atividades administrativas, legislativas e jurisdicional. 
Função administrativa: gestão ordinária dos serviços públicos (Poder Executivo)
Função Legislativa: Traçar as normas de conduta que forma o direito objetivo (Poder Legislativo).
Função Jurisdicional: missão pacificadora do Estado, exercida diante das situações litigiosas, dá solução às lides, com objetivo imediato a aplicação da lei ao caso concreto, restabelecer a paz entre os particulares e manter a harmonia da sociedade. (Poder Judiciário). 
	
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DEFINIÇÃO 
DIREITO PROCESSUAL:
	- É O RAMO DO DIREITO QUE POSSUI COMO OBJETO DE ESTUDO A FUNÇÃO JURISDICIONAL EXERCIDA PELO ESTADO (função estatal de julgar litígios e tutelar interesses particulares).
	- PODE SE REFERIR À CIÊNCIA OU NORMA.
	- CIÊNCIA JURÍDICA: Estuda e regulamenta o exercício do direito através do Estado. 
	-NORMA: Direito Objetivo, Complexo de normas e princípios que regem o exercício da jurisdição pelo Estado-Juiz (Ação pelo demandante e defesa pelo demandado). 
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DEFINIÇÃO
Direito: dois grandes ramos – PÚBLICO (supremacia estatal face aos sujeitos) E PRIVADO (relação de coordenação entre os sujeitos da relação jurídica).
DIREITO PROCESSUAL – DIREITO PÚBLICO INTERNO (disciplina os princípios e regras relativos ao exercício da função jurisdicional do Estado). 
	As Normas ditadas pelo Estado são de ordem pública e de observação cogente pelos particulares. 
	OBS.: Embora a função seja predominantemente exercida por magistrados e tribunais do Estado, pode ser exercida excepcionalmente por particulares (arbitragem).
DEFINIÇÃO DE DIREITO PROCESSUAL: Ramo da ciência jurídica que trata do conjunto de regras e princípios que regulamentam o exercício da função jurisdicional do Estado. 
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CLASSIFICAÇÃO
Quanto as normas de incidências: DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO INTERNO;
DIREITO INTERNO SUBDIVIDE-SE: de acordo com o direito material vinculado: PROCESSUAL PENAL E CIVIL
PROCESSUAL PENAL: Comum, Direito Penal Militar e Eleitoral
PROCESSUAL CIVIL: Comum, Direito Processual Trabalhista, Eleitoral, Administrativo e Previdênciario.
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NATUREZA JURÍDICA
RAMO DO DIREITO PÚBLICO – Objetivo imediato do Direito Processual é pacificar o litígio, assegurando o império e da paz social. 
	Mesmo quando o conflito de interesses é eminentemente privado, existe sempre um interesse público, que é o pacificação social. 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Mundo Clássico: Grécia 
	Pouco se tem conhecimento, porém passou o Direito Processual Civil a ganhar foros científicos, desvinculou-se de preconceitos religiosos e supertisções.
	- Oralidade e ônus das partes pertencia exclusivamente as partes, com intervenção judicial apenas em casos excepcionais;
	- Restrições ao testemunho de crianças e mulheres;
	- Apreciação feita pelo julgador, sem se ater a valorações legais prévias.
Processo Civil Romano:
	Três fases sintetizadas:
	- Período Primitivo: Desde a fundação de Roma até o ano de 149 A.C, Fase oral Marcada por ritual de palavras e gestos, qualquer equivoco podia levar a se perder uma demanda, não havia a presença de advogados. 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Período formulário: magistrado agia com mais liberdade, ficando autorizado a conceder fórmulas de ações que fossem aptas a compor qualquer lide que surgisse.
	Intervenção do advogado e observados alguns princípios como do contraditório e do livre convencimento do juiz. 
Fase da cognitio extraordinário: ano 200 até 565, função jurisdicional privativa de funcionário do Estado, procedimento passa a ser escrita, com pedido do autor e defesa do réu, havendo ai instrução da causa e prolação da sentença, execução e fase recursal.
	SURGIMENTO DOS GERMES DO PROCESSO CIVIL MODERNO.
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
 Direito Processual Civil Brasileiro: 
	- Período colonial – Leis processuais portuguesas (Ordenações Filipinas), processo civil regulado em livro especifico por 128 capítulos, abrangência dos procedimentos de cognição (considerar, analisar e valorar as alegações e as provas produzidas pelas partes , vale dizer, as questões de fato e as de direito que são deduzidas no processo) execução e recursos.
	Também regido pelas cartas dos donatários, governadores e ouvidores e ainda pelo poder dos senhores dos engenhos. 
	- Proclamação da independência: Carta Constitucional de 1824, mas continuou em vigor as mesma legislação, até disposição em contrário (novas leis).
	- 1850, Vigorou Regulamentos nº 737 (primeiro diploma processual brasileiro) e 738, disciplinando processo de causas comerciais e tribunais e juízes do comércio. 
	- 1891 – Nova Constituição, possibilidade de cada Estado legislar sobre matéria processual. 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1916 – Código Civil Brasileiro, trouxe algumas questões processuais. 
1934 – Carta de 1934 – unificação processual, atribuiu a competência para legislar exclusivamente para a União.
1937 – manteve a competência da União;
1939 – Edição do Código Brasileiro de Processo Civil (Dec. 1608/39);
	Inspirado nas mais modernas doutrinas europeias (Alemanha, Portugal e Austria), introduziu importantes inovações ao ordenamento processual (princípios e agilidade)
1973 – Atual Código de Processo Civil (Lei 5.869/73) em vigor até os dias atuais, mas que sofreu inúmeras alterações. 
Novo CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – LEI 13.256/16 – ENTRA EM VIGOR NO DIA?? 16, 17 OU 18 DE MARÇO – divergência doutrinária. (LC 95/98 a inclusão da data da publicação (dies a quo) e do último dia do prazo (dies ad quem), entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação.e Lei 810/49 Define o ano Civil.
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FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Classificação: FORMAIS E MATERIAIS
FORMAIS: Força vinculante e constituem o próprio Direito positivo. 
	Fonte formal por excelência: Constituição Federal (princípios constitucionais) e a Lei.
	Obs.: Súmula Vinculante – Figura Hibrida
MATERIAL: Não possuem força vinculante, nem caráter obrigatório: Jurisprudência, costumes, doutrina, equidade e analogia. 
FONTES FORMAIS:
	- CONSTITUIÇÃO: Estabelece importantes diretrizes e garantias fundamentais (isonomia, paridade de armas, segurança jurídica e coisa julgada, inviolabilidade da intimidade e sigilo das correspondências e comunicações, devido processo legal, contraditório e ampla defesa, assistência jurídica gratuita, tempo razoável duração do processo, entre outras)
	- Tratados Internacionais (podem ter força de emenda Constitucional)
	- Lei Complementar;
	- Lei Ordinária;
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FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
FONTES MATERIAIS: O art.140 do NCPC, prevê que o juiz não se exime de decidir sob alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. 
E para tal. Precisa recorrer as fontes materiais, que no CPC/73, era expressamente disposto no art; 126 CPC, embora o texto tenha sido modificado, as fontes deverão continuar a serem utilizadas, podendo ser:
ANALOGIA – é a aplicação a uma situação jurídica não regulamentada de uma regra legal relativa a uma outra situação jurídica que guarde alguma semelhança com a primeira. USOS E COSTUMES – advém das práticas reiteradas de atos processuais adotados pelos juízes e que se consolidam como uma regra não escrita. 
JURISPRUDÊNCIA – que é entendimento que se forma através da reiteração de decisões num mesmo sentido. No sistema common Law é fonte formal do direito processual, com força de lei. A chamada força do precedente.
EQUIDADE – juízo de conveniência e oportunidade do juiz - artigo 140 p.único NCPC (127/ CPC73) estabelece que somente nos casos expressos o juiz poderá
agir com equidade. Segundo prof. Leonardo grego equidade é a justiça do caso concreto, onde ao juiz é permitido pela própria lei agir com maior margem de escolha dentro dos parâmetros legais. 
Ex. honorários advocatícios (art. 20 NCPC).
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LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
Lei Processual no tempo: Subordina-se as regras da Lei de Introdução do Código Civil Brasileiro
	- Vacatio Legis de 45 dias, se outro prazo não for especificamente estatuído.
 NCPC - Art. 1.045.  Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.
	- Se não for temporária, ficam em vigor até que outra Lei a modifique ou revogue (art. 2º LICC), NÃO PERDE A VIGÊNCIA POR DESUSO OU EM RAZÃO DO COSTUME.
	Regra geral: lei processual se aplica desde logo aos processos pendentes ou em curso.
	IMPORTANTE: mesmo quando a lei nova atinge um processo em andamento, nenhum efeito tem sobre os fatos ou atos ocorridos sob o império da lei revogada, assim alcança o processo no estado em que se achava no momento de sua entrada em vigor, mas respeita os efeitos dos atos já praticados, que continuam regulados pela lei do tempo em que foram consumados.
	- EXAURIDOS: nenhuma influência sofrem;
	- PENDENTES: são atingidos, mas ficam respeitado o efeito dos atos já praticados;
	- FUTUROS: seguem totalmente a lei nova – Art. 1046 NCPC 
	Salvo Disposições transitória – Art. 1046 NCPC § 1º. 
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LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
art. 16 do Novo Código de Processo Civil dispõe: “a jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais, em todo o território nacional”.
	- Princípio da territorialidade das leis processuais, ou seja, o juiz apenas aplica ao processo a lei processual do local onde exerce a jurisdição, sendo tal princípio ligado à soberania do Estado, de modo que dentro de cada Território só podem vigorar as próprias leis processuais, não sendo admissível, a pretensão de fazer incidir suas normas jurisdicionais perante tribunais estrangeiros.
	- As decisões proferidas por magistrados nacionais só surtem efeitos nos limites geográficos da federação, não podendo refletir fora da jurisdição, exceto se houver permissibilidade do país estrangeiro para que tal fenômeno ocorra. 
	obs.: Existem, porém algumas situações que observamos a recepção de atos processuais praticados fora dos limites da jurisdicional nacional, como os decorrentes da expedição de carta rogatória para país estrangeiro, solicitando ao magistrado a produção de uma prova, o aperfeiçoamento da citação do réu, etc. 
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