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Estrutura Quaternária ❖ As proteínas se enovelam em estruturas globulares e excluem a água de seu interior. ❖ As regiões de contato entre as subunidades são semelhantes ao interior de uma proteína de subunidade única, contendo cadeias apolares muito agregadas, ligações de hidrogênio e pontes de enxofre. Desnaturação de Proteínas ❖ As estruturas protéicas evoluíram de modo que as proteínas possam funcionar em ambientes celulares particulares. Condições diferentes das celulares podem resultar em mudanças estruturais pequenas ou grandes. ❖ A perda de estrutura tridimensional que é suficiente para causar uma perda de função é denominada desnaturação. ❖ O estado desnaturado não é necessariamente igual ao estado completamente desenovelado, existindo na forma de diversos estados parcialmente enovelados ainda pouco compreendidos. ❖ As baixas estabilidades conformacionais das proteínas nativas tornam-nas muito suscetíveis à desnaturação por alteração do balanço das forças fracas que mantêm a conformação nativa. ❖ Como ocorre a desnaturação das proteínas? Estrutura Quaternária – As subunidades são dissociadas. Estrutura Terciária – Rompimento de ligações de enxofre e das forças de van der Waals. Estrutura Secundária – Desfaz a conformação em α-hélice e folha-β, rompendo ligações de hidrogênio. Estrutura Primária – não é afetada pela desnaturação. Desnaturação de Proteínas ❖ As proteínas podem ser desnaturadas em diversas condições: 1) Aquecimento, 2) pH, 3) Detergentes, 4) Agentes caotrópicos (Guanidina e Uréia), 5) Alta Pressão. Desnaturação de Proteínas ❖ Aquecimento – Desfaz principalmente as ligações de hidrogênio, mas também desfaz as interações hidrofóbicas, uma vez que o calor aumenta a energia cinética fazendo com que as moléculas vibrem tão rápido e violentamente que as ligações são desfeitas. ❖ A proteína se desenrola ou agrega. ❖ Se a temperatura for vagarosamente aumentada, a conformação da proteína permanece a mesma até que há uma abrupta perda de estrutura em uma pequena faixa de temperatura. A temperatura a partir da qual ocorre a desnaturação geralmente está entre -10 oC e 35 oC. ❖ A mudança abrupta da conformação sugere que a desnaturação é um processo cooperativo, onde a perda de estrutura em uma parte da proteína desestabiliza outras partes da proteína. ❖ Altera rotação ótica, viscosidade e absorção de UV. Desnaturação de Proteínas ❖ pH – Altera o estado iônico das cadeias laterais de aminoácidos, alterando a distribuição de cargas e a exigência de ligações de hidrogênio e interações eletrostáticas. Desnaturação de Proteínas ❖ Detergentes – Associam-se com os resíduos apolares interferindo nas interações hidrofóbicas. As porções hidrofóbicas do detergente se associam com as porções hidrofóbicas da proteína. Já as porções hidrofílicas da molécula de detergente interagem de maneira favorável com a água. Sendo assim, as porções hidrofóbicas da proteína não mais se associam entre si e ocorre a dissociação protéica. ❖ Agentes caotrópicos (Guanidina e Uréia) – Interferem nas interações intramoleculares que estabilizam as proteínas, desestabilizando as ligações de hidrogênio, as forças de van der Waals e as interações hidrofóbicas. ❖ Os agentes caotrópicos podem exercer seus efeitos através da ligação direta à proteína ou através de alterações no solvente, ❖ Incluem a uréia (6 a 8 M) e o hidrocloreto de guanidina (6 M). Desnaturação de Proteínas ❖ Alta Pressão Hidrostática - Desnaturação de Proteínas ❖ A desnaturação da proteína leva à: 1) Diminuição da solubilidade das proteínas, 2) Alteração da capacidade de ligação de moléculas de água, 3) Diminuição da atividade biológica. Efeitos da desnaturação 11 Altera a solubilidade ❖ Salting out: A solubilidade de uma proteína aumenta à proporção que sais são adicionados à solução, uma vez que os íons adicionados blindam as cargas da proteína, enfraquecendo as forças de atração entre as proteínas, evitando a agregação e precipitação. Entretanto, a adição exagerada de sal também torna a solubilidade menor, efeito conhecido como salting out. Isso ocorre devido à competição de moléculas de água pelo sal adicionado, restando na solução muitos íons solvatados e pouco solvente para dissolver as proteínas. Como uma proteína adota sua conformação nativa e funcional? Como ela se mantém enovelada? Cristian Anfinsen (1916-1995) Ribonuclease A Essa observação o levou a concluir que toda a informação necessária para que uma proteína seja capaz de atingir a estrutura nativa (funcional) está contida em sua sequência primária. Enovelamento Experimento de Christhian Anfinsen década de 50 Ribonuclease: 124 aa com 4 pontes de S Enovelamento “The protein folding problem” ➢ Como uma cadeia polipeptídica é capaz de alcançar um única estrutura tridimensional funcional a partir de sua sequência de aminoácidos? Enovelamento 3 Questões importantes: ➢ Como é o balanço das forças interatômicas que determinarão a estrutura da proteína, para uma dada sequência de aminoácidos; ➢ Quais são as rotas utilizadas pelas proteínas que permitem que elas se enovelem rápida e corretamente? ➢ É possível prever a estrutura nativa de uma proteína baseando-se apenas na sequência primária de aminoácidos? Enovelamento Interações que mantém a estrutura nativa: ➢ ligações de hidrogênio; ➢ interações de van der Waals; ➢ interações iônicas - entre resíduos carregados; ➢ interações hidrofóbicas - entre resíduos apolares; ➢ pontes de enxofre; Proteínas são marginalmente estáveis Cyclic nucleotide-gated channel (CNG) ✓ Mudanças na conformação de uma proteína são necessárias para que estas possam, por exemplo, interagir com outras moléculas para executar suas funções. Enovelamento Rotas de enovelamento ❖ O enovelamento é em grande parte dirigido pelos resíduos que ocupam o interior da proteína dobrada. ❖ Este processo ocorreria por meio da exploração aleatória, pela proteína, de todas as conformações disponíveis até que finalmente ela encontre a conformação correta. Paradoxo de Levinthal ❖ Entretanto, um cálculo simples realizado pela primeira vez por Cyrus Levinthal demonstrou que isso não pode ocorrer: Supondo que n resíduos de uma proteína com 2n ângulos de torção (Φ e Ψ) possuam, cada um, três conformações estáveis (isso sem contar as cadeias laterais). Isso fornece 32n ~10n conformações possíveis. A cada 10-13 s as ligações simples são reorientadas, então t seria o tempo necessário para que uma proteína explorasse todas as conformações possíveis: T (s) = 10n x 10-13 Para uma proteína pequena de 100 resíduos t = 1087 s, o que é imensamente superior à idade do universo (6.1017s). As proteínas se dobram nas suas conformações nativas via rotas diretas, e não por encontrá-las ocasionalmente na procura da melhor conformação. O enovelamento demora de 0,1 a 1000 seg in vivo e in vitro. ➢ De uma forma geral, as oscilações inerentes à conformação de uma cadeia polipeptídica parcialmente enovelada permitem que resíduos em posições muito distantes na seqüência de aminoácidos entrem em contato uns com os outros; ➢ As interações corretas (nativas) entre diferentes resíduos são em média mais estáveis do que as incorretas (não nativas); ➢ Assim, durante o enovelamento, a cadeia polipeptídica é capaz de encontrar a estrutura de menor energia experimentando apenas um pequeno número conformações possíveis. Dobson C.M., 2004; Dill K. A., 2010 Como umacadeia polipeptídica é capaz de se enovelar corretamente numa escala de tempo tão pequena?
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