PROVA III - 2 - APARELHO CARDIOVASCULAR Fausto

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APARELHO CARDIOVASCULAR
INTRODUÇÃO
Aparelho cardiovascular é o conjunto de órgãos que têm por função o transporte e a distribuição de substâncias essenciais ao metabolismo celular:
1. Transporte de gases respiratórios: o sangue carrega oxigênio dos pulmões para as células do corpo e dióxido de carbono das células para aos pulmões.
2. Transporte de materiais nutritivos: dos órgãos digestivos para as células.
3. Transporte de excretas: das células do corpo para os rins.
4. Transporte de produtos celulares: transporte de hormônios para as células.
5. Manutenção da homeostase: através da regulação do pH nos tecidos.
6. Auxiliar na regulação da temperatura do corpo: proporciona 
meios para dissipar o calor.
7. Proteção dos tecidos contra substâncias tóxicas estranhas ao 
corpo: através de células fagocíticas e anticorpos no sangue.
8. Prevenção de perda excessiva de líquidos: através do mecanismo da 
coagulação.
9. Auxiliar na regulação do volume de fluido nos tecidos e seu 
conteúdo.
Em Anatomia, angiologia é o estudo dos vasos sangüíneos e linfáticos, abrangendo 
ainda o estudo do coração, do baço e de outros órgãos linfáticos. 
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Vasos sangüíneos:
O aparelho cardiovascular é um sistema circular fechado. Contido no coração e no 
interior dos numerosos vasos, o sangue percorre ininterruptamente um trajeto
circular do coração às artérias, depois para os capilares, e em seguida para as veias, de
onde retorna ao coração, dividindo-se em dois grupos principais: artérias e veias.
1. ARTÉRIAS: 
Órgãos tubulares 
Sangue circula centrifugamente em relação ao coração
São elásticas ou musculares
Em corte transversal, mantêm a vista do lúmen do túbulo 
As paredes são constituídas, na maioria das vezes por três camadas:
a) túnica interna, que compreende o endotélio com sua lâmina basal e 
inconstantemente uma camada conjuntiva subendotelial;
b) túnica média, formanda por células musculares lisas e/ou tecido elástico; e
c) túnica externa (adventícia), formada por tecido conjuntivo.
A constituição dessas camadas varia com o diâmetro das artérias, podendo ser 
caracterizadas em artérias de grosso, médio e pequeno calibres e arteríolas.
Figura 2: Representação esquemática da constituição das paredes dos vasos sangüíneos.
-> Artérias de grosso calibre
Apresentam túnica média com predominância de fibras elásticas, pois estão em 
ligação direta com o coração, recebendo grande quantidde de sangue e dilatando-se
por causa da pressão. 
Ex.: aorta, tronco pulmonar e seus principais ramos.
-> Artérias de Pequeno e Médio Calibres
Apresentam na túnica média grande quantidade de músculo liso, o que lhes proporciona
considerável modificação no diâmetro por controle do sistema nervoso autônomo. 
Essas modificações são extremamente importantes na regulação do fluxo sangüíneo 
para os vários órgãos do corpo, sendo por isso conhecidas como artérias distribuidoras. 
-> Arteríolas 
Ocorre geralmente no interior dos órgãos, sendo as últimas divisões das artérias.
Regulam a resistência do fluxo sangüíneo por ainda apresentarem músculo liso em suas
paredes; porém, de maneira reduzida. 
Continuam-se com os capilares e, nesta transição, apresentam esfíncteres que
regulam a passagem do sangue e, conseqüentemente, a pressão sangüínea periférica. 
2. CAPILARES
São vasos onde ocorrem as trocas metabólicas entre o sangue e os tecidos. 
A parede desses vasos é extremamente fina e delgada, não tem contratilidade e o 
débito sangüíneo é regulado pelos esfíncteres pré-capilares. 
Apresentam normalmente endotélio associado a uma camada de tecido conjuntivo. Os
capilares podem ser classificados em três tipos: contínuos, fenestrados e sinusóides.
-> Capilares Contínuos
São aqueles em que as trocas metabólicas são realizadas por difusão simples, por 
junções celulares do endotélio (água, eletrólitos e pequenas moléculas) ou por pinocitose
(moléculas grandes). São os mais difundidos no organismo. 
-> Capilares Fenestrados
Localizam-se nas glândulas endócrinas, nos rins e nos plexos coróides, onde as trocas
são muito freqüentes e realizadas por meio de inúmeros poros do citoplasma das
células endoteliais. Estes poros são, às vezes, obliterados por uma fina membrana.
-> Capilares Sinusóides
São muito particulares e ocorrem no fígado, no baço e na medula óssea. Apresentam 
descontinuidades que permitem a passagem até mesmo de células sangüíneas. 
3.VEIAS
São a continuação dos capilares e transportam o sangue dos tecidos para o coração.
Têm paredes mais delgadas; porém, com a mesma constituição das artérias. 
A túnica média possui poucas fibras musculares lisas e pouco tecido elástico, por isso 
são menos elásticas e mais transparente no cadáver. Seu lúmen é maior que o das 
artérias correspondentes.
-> Vênulas: são as veias de menor calibre e estão ligadas diretamente com os capilares, que confluem formando veias de pequeno e médio calibres, conhecidas como veias satélites por acompanharem as artérias. 
As veias de grosso calibre, são formadas pela união das veias de médio e pequeno
calibres, representadas pelas veias cava cranial e caudal.
As veias com grande variação de pressão apresentam em seu interior válvulas
denominadas semilunares, que impedem o refluxo sangüíneo, como aquelas
observadas nos membros. 
Figura 3: Esquema demonstrando a presença de válvulas semilunares no
interior das veias.
Obs: "O conjunto de válvulas semilunares é denominado Valva."
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Comportamento anatômico dos vasos 
sangüíneos
As artérias distribuem o sangue para o corpo por meio de inúmeros ramos, que podem 
ser terminais, recorrentes ou colaterais. 
Figura 4: Representação da divisão arterial em sua distribuição no corpo animal.
O somatório dos diâmetros dos ramos é sempre maior que o do tronco de origem, para que haja redução gradativa da pressão até o sangue atingir os tecidos.
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Circulação:
O órgão central da circulação, que provoca, com seus batimentos rítmicos, a progressão
sangüínea para as diferentes partes do corpo, participando ativamente do retorno
venoso, é o CORAÇÃO. 
Figura 5: Representação esquemática da circulação sangüínea.
1.Coração:
Figura 6: Coração de Caprino - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz
Figura7
2. Pericádio e estrutura do coração:
2.1. O coração encontra-se envolto por um saco fibroso conhecido como pericárdio. 
Pericárdio é constituido de dois folhetos -> um mais externo, de natureza fibrosa, 
que se fixa nos grandes vasos da base do coração e projeta-se ventralmente recobrindo o 
ápice, e outro mais interno, de natureza serosa, que adere inteiramente ao folheto fibroso 
constituindo a lâmina do pericárdio seroso.
Figura 8 - Coração de Equino - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz
2.2. A parede cardíaca é constituida de três camadas, sendo a mais externa representada pelo epicárdio. A camada média, que constitui basicamente a parede cardíaca, denomina-se miocárdio e é formada por fibras musculares estriadas cardíacas. A camada interna, conhecida como endocárdio, é de natureza endotelial e continua-se com o revestimento interno dos vasos.
Figura9
Vídeo 1
2.1. Aspectos anatômicos do coração
O ventrículo direito (VD) possui aparentemente uma cavidade maior que aquela observada no ventrículo esquerdo (VE), visto que as paredes do VE chegam a ser até três vezes mais espessas (Figura 11).
Este espessamento é causado pelo esforço desta câmara, pois ela é responsável pela 
distribuição do sangue para todo o organismo. Essa distribuição é feita pela artéria aorta, que deixa dorsalmente o VE em posição central na base do coração, entre o tronco pulmonar eas veias cavas. 
Figura10 - Coração de Bovino - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz
O sangue chega do organismo ao átrio direito através das veias cavas caudal e cranial,
onde uma vez direcionado ventralmente, o sangue ultrapassa a comunicação entre o AD e
VD, o óstio atrioventricular direito, que é guarnecido por um valva dotada de três
cúspides (lâminas de tecido conjuntivo fibroso) ou válvulas e, denominada valva 
tricúspide (Figura 12).
Figura 11
As cordas tendíneas (elementos fibrosos) são reponsáveis pela frenagem das cúspides
valvares, evitando a sua reversão no sentido atrial durante o batimento cardíaco, impedindo assim o refluxo sangüíneo (Figura12).
Figura 12 - Coração de Bovino - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz
Resumo:
Em palavras, o sangue chega do organismo ao átrio direito por meio das veias cavas
caudal e cranial, onde uma vez direcionado ventralmente, o sangue ultrapassa a
comunicação entre o AD e VD, o óstio atrioventricular direito, que é guarnecido por um
valva dotada de três cúspides (lâminas de tecido conjuntivo fibroso) ou válvulas,
denominada valva tricúspide. O sangue deixa o coração passando inicialmente pela 
pela valva semilunar do tronco pulmonar até chegar aos pulmões. Depois de ocorrerem
as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares, o sangue rico em oxigênio segue via veias
pulmonares para o AE que se comunica com o VE, através do óstioatrioventricular
esquerdo que está guarnecido pela valvabicúspide ou mitral, formAada por apenas
duas cúspides ou válvulas. O sangue , desemboca no VE que possuíiuma cavidade mais
arredondada em comparação com o VD ja cavidade possui contorno em forma de "meia lua".
Assim, a distribuição do sangue para todo o corpo é feitavpela aorta, que deixa dorsalmente
o coração para a circulação sistêmica em direção ao corpo (Figura 6).
Figura 13