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metafísica CONCEITOS.CHAVE EM FILOSOFIA Brian Garrett Sen.or Lecturer in Philosophy •t the Australian Nat'ona( Umvers•ty. Australia Traduçáo Consotto• i a supervisio e •cvisio tecmca desta cdiç50: Carolin.. Santos Rocha G239m Garret' Mctulisx•n- cunceitus-clsavv Felipe Rangel EJizalde 23 cm ISUN 978-85-363m Metafisicx I Titula -artnfcd' CI)U Catalopçao na publicaçao. Monica Uallqo Cantu — CRIS 2008 Deus INTRODUÇÃO Uma das mais antigas questóes metafisicas é. Deus existe? AO dis- cutir essa "Deus" no sentido filosófico clássico de um ser que é todo•poderoso (onipotente), todo•cognoscente (oniscien• te) e completamente bonnNeste capítulo, examinaremos três dos argu• mentos mais conhecidos em favor da existêncta de Deus e um argumen- to habitual contra a sua existência Os argumentos em favor da existên- Cia de Deus sio conhecidos como os argumentos ontológico, cosmológico e teleológtco, embora existam muitas versões para cada um deles. O argumento contra a existêncta de Deus é o argumento do mal, O argumento ontológtco tenta provar a existência de Deus somen• te por mcio da razio- Trata-se de um argumento puramente a priori. A é que simplesmente pela optvens.io do conceito ou da idéin de Deus. Juntamente com uma compreensào do que essa idéia acarreta, nós podemos provar que Deus existe O atb'umento ontológico prentende, portanto, scr uma prova dedutivamente válida da existencia de Deus a partir dc premissas conhectd.ts Ele é proletado para sertão cogente e inevitável quanto qualquer prova encontrada em lógica e matemática. Os argumentos cosmológico e teleológico não sio baseados em premissas conhecíveis a priori, mas em premissas empíricas, contingen• teso O argumento cosmológico parte do fato de que o universo ao nosso redor existe. E continua: visto que a existência do universo é contingen• te (poderia náo existir nada, em vez de existir algo), deve haver um ser necessário ou n50•contingente que criou o universo. 16 Brian Garrett O argumento teleológico (ou argumento do desígnio) também pro-cede a partir de uma premissa empírica: nio a premissa de que o univer-so existe, mas a premissa mais específica de que o universo contém enti-dadesmaravilhosamente complexas, tais como flores e olhos e cérebros,cuja existência, alega-se. dá sustentação à hipótese de um criador benjg-no e amorosŒ Tais maravilhosas entidades muito provavelmente vierama existir por desígnio. não por acaso. Note-se que esse argumento n.iotem caráter dedutivo. A alcgaç50 n50 é que a cxistëncla dc estruturascomplexas tais como olhos e cérebros implica logicamente a extstëncta-de Deus, mas somente que a existência dessas estruturas torna razoávelacreditar que Deus existe A postulaçäo de um criador divino explicamelhor a existência dessas estruturas. Um importante argumento contra a existência de Deus é O argu- mento do mal. Este é um argumento contra e existência de Deus. conce.' bido como todo-amoroso, todo-cognoscente e todo-poderoso. O argu- mento do mal alega que a existência do mal é incompatível com a exis- tencia de Deus. Uma versão mais fraca. evidencial. desse argumento defende apenas que a existência do mal fornece evidënoa contra a eus- tência de Deus e conclui. dado o predomínio do mal, que é irracional acreditar em um Deus amoroso. O ARGUMENTO ONTOLÓCJCO Houve muitas versöes diferentes do argumento ontológico através da história da filosofia. mas a primeira e rnats discutida é aquela que foi apresehtada no século XI por Santo Anselmo, Arcebispo de Cantuária, • em seu Prostogion. Aqui está um parágrafo central a partir do qua/ pode- mos reconstruir o seu argumento: Assim. mesmo o insensato é convencido de que algo cm relasfio ao qual nada rnmor ser concebido está no entendimento, voto que. quan. do ele ouve sso. ele o entende; e tudo o que é entendido está no enten. E certamente que aquilo em rclaçáo qual nada major pode ser ruo podc estar somente no entcndnnentu Pois. se ele está (.. .) no entendimento somente. ele n.io podc ser concebido como e.us. Undo também na realidade, o que é major Portanto. se aquilo cm rela. ç50 ao qual nada maior pode scr concebido está somente no entendi• mento. entao. aquilo em relaç50 ao qual nada major concvbldo é. ele próprio. aquilo em relaç50 ao qua/ nada maior pode ser concebido Mas. seguramente, isso n50 podc scr Portanto. sem dúvida. algo em relaçao ao qualmada maior pode scr concebido existe, tanto no entendi, Metafísica 17 Uma reconstruçáo pode proceder como segue: (l) Deus é aquilo em relas50 ao qual nada maior pode ser concebido. (2) Deus ou existe somente no entendimento ou existe tanto no entendi• mento quanto na realidade (3) Se Deus existisse somente no entendimento, um ser maior poderia ser concebido. isto é, um ser com todas as qualidades de Deus. mas que existisse tanto no entendimento quanto na realidade (4) Porem, Deus é aquilo etn relaç.io ao qual nada maior pode ser conce- bido (de I I J) SANTO ANSELMO (1033-1 109) Anselmo nasceu em Aosta, na Itália. Tornou-se monge e, posterior• mente. foi nomeado Arcebisto de Cantuána. Tanto como teólogo quan• to como filósofo. a Anselmo é creditada a primeira versio do argumen- to ontológtco da existência de DeusD A sua crença em Deus nio estava fundada nessa prova. ele quena simplesmente tornar manifesta a exis- téncia e a natureza de Deus Como ele uma vez disse "Eu nio procum entender de modo a poder crer. mas creto para entender" Seu argu- mento onto!ógco tem tido uma recepç,io vanada São Tomás de Aquino e Kant o regeitaram, Duns Scotus e Descartes propuseram sersöes pró- pnas para ele Embora o argumento tenha poucos adeptos hoje, n50 existe nenhum consenso sobe o ponto em que o raciocínio se extravia. (5) Portanto. Deus n.10 pode existir somente no entendimento (de [3) e (6) Portanto, Deus existe tanto no entendimento quanto na realidade (de [21) e (7) Portanto, Deus existe (na realidade) (de [6]) Pretende-se que a premissa (l) seja uma verdade puramente definicional. Para Anselmo, a palavra "Deus" significa simplesmente (en• tre outras coisas) "aquilo etn relaçåo ao qual nada maior pode ser conce• bido", precisamente como um "triângulo significa "figura plana com três lados, três ângulos" e "solteira- significa "mulher nio-casada-. o insensato nio estaria sendo majs inteligente ao negar que Deus é aquilo cm relaçáo ao qual nada maior pode ser concebido do que ao negar que triângulos têm três lados ou que mulheres solteiras såo náo•casadas. Pretende-se que também a premissa (2) seja um truísmo, bem como uma instância da seguinte verdade que se supðe completamente geral; para qualquer F que tenha sido concebido, ou F existe somente no en• 18 Brian Garrett tendimento ou F existe tanto no entendimento quanto na realidade Portanto, unicórnios e dragðes existem somente no entendimento, ho- mens e cavalos existem tanto no entendimento quanto na realidade A premissa (3) é motivada pela seguinte seqúéncia dc pensamen- tos. Suponhamos que nós consideramos dogs scrcs stmilares em suas propriedades. exceto uc o pnmeiro scr custe somente no entendimen. to. enquanto o segun o existe tanto no entendimento quanto na real'- dade. Assim, o segundo ser é maior do que o pritnelto — . realidade é uma propnedade que o torna maior princípio. mente com a premissa (l). produz a (J) l).nlo (2) (J) (7) segue-se prontamente Como podemos crittcar o argumento? comes.ita n.10 mos considerar que todas as defimçOcs sio coerentes Algumas nio sio Por exemplo, eu podcna tentar dcfltur "mcganúmcto" deste modo (M) Meganúmcro é aquclc número natural cm ccl.is.io qual n.'o há nenhum maior Considerando que -maior", aqut, significa "maior cm \ alor". (XI) incoerente. Nio exjste nenhum número natural maior. que Séne dos números naturats é infinita Existe alguma razio para pensar que prenuss.i(l) dc similar. incoerente? Ela o será sc as qualidades que tornam Deus major forem n50•rnaximms (isto é, qualidades que podem sempre ser possuí• das em um grau maior, tais como altura ou peso) Mas. plausivelmente. as qualidades que tornam Deus major sâo Qualidades como onipotencia, oniscjência e bondade perfeita p.ueccm nhum ser podç ser mais poderoso do que um ser onipotcnte. por cxcm• PIO. Portanto. näo podemos criticar a definiç,lo quc Santo Anselmo apre- senta de • Deus" como criticamos dcliniç50 (M) Poderia ser objetado que. mesmo que prvmissži (I ) coerente. ela n50 pode ter quaisquer conscqúências ontológicas Uma mera csti• pulaç50 nåo pode gerar entidades reajs Quando palavra "solteir:t" foi pela primeira vez introduzida na linguagem e definida como nio-casada-, a definiçäo n50 garantiu que o mundo continha solteiras Que existam solteiras deve-se nio a urna deftnis•.io, mas ao fato (nåo. verb•al) dé que algumas mulheres escolhem náo se casar Ou, ainda. nós tenhamos definiçóes significauvas de palavras como "dragáo e "unicórnio" n50 deveria levar alguém a pensar que tais criaturas existem, Portanto, como pode a premissa uma mera definiçio, ter possíveis consequências ontológicas? Contudo. sena cometer petiçáo de princípio contra Anselmo insistir em ta/ objeç50 nesse cstágjo, pois cle poderia razoavelmente replicar que, Metafisica 19 embora muitas definiçðes de fato nio tenham nenhuma conseqúência ontológica. a sua defimç50 tem Se quisermos criticar Anselmo direta. mente. devemos examinar os passos subsequentes do seu raciocínio. Uma vez que o façamos. contudo, inquietaçöes surgirlo imcdiatemcntc Logo torna-se claro que Anselmo tem um entendimento totalmente bizarro do que é possuir um conceito ou idéia. A pnmelra das tris sentenças da citaç50 mencionada sugere a seguinte cadeia de pensa• mentos El' primeiro entendo uma palavra (um termo geral. digamos). Em virtude de entender "I: , um F existe em meu entendimento e tem todas as qualidades-padråo de um F, Podemos, encho. indagar se Fs tam• bem custem n.1 rc.llld.ldc Portanto. se eu entendo o termo "unicórnio". um unicórnio existe cm meu cntcndimento. e cssc unicórnio tcm as qualidades geralmente associadas aos unicórnios (quatro patas, chifre espiralado, rabo de leio, etc ) , somente lhe faltando a ualidade da existencia realL Mas isso é incrivel Quando entendo a pa avra "unicórnio". eu nio tenho nenhu- tna cotsa com quatro patas c chifre espiralado em minha mente! Anselmo cometeu o que nós poderíamos chamar de falacia da rei]iarçclo. Ele con• fundiu entender uma palavra ou apreender um conceito com a mente conter o objeto concebido Entretanto, isso é confundir conceito com obleto o conceito está em minha mente. mas o seu objeto nåo. Os prin• c í )ios sublacentes às premtssas (2) e (3) sio exemplos evidentes dessa fa ácta Uma vez que reconhecemos que se trata de uma falácia — que. quando cu entendo a palavra "Deus", n,io existe nada em minha mente que seja onipotente, onjsoente. etc nós podemos rejeitar essas pre• nussas Elas estio baseadas em uma concepçåo insustentável do que cntendcr uma palavra. Embora o que toi dito acima seja suficicntc parn fixar a vcrsno do argumento ontológico de Anselmo. vale mencionar uma reposta dada a CIC por um de seus contemporâneos. Gaunilo de Marmoutiers. Em seu On lhe Fool,• Gaunilo contempla uma ilha em relaçåo à qual mais excelente pode ser concebido e entio escreve: Sc alguém me dissesse que existe tal ilha. fncitmente compreenderia suas palavras ( ) Mas suponhamos que ele continuasse a dizer. como se por inferência lógic.c nao pode mais duvidar de que essa ilha. que é mais excelente do que todas as ilhas, existe cm algum lugar. visto que você n.io tem nenhuma dúvida de que ela está no seu entendimento. E. visto que é mais excelente nio somente estar no entendimento, mas existir tanto no entendimento quanto na realidade, por essa razúo, ela devc exis• tir Pois, se ela n.50 existe. qualquer ilha que realmente exista setá mais excelente do que ela. e, portanto. a ilha que você entende ser mais cxce• lente nio a mais N de T: Em defesa clo insensato Brian Garrett O ARGUMENTO ONTOLÓGICO O argumento ontológico de Santo Anselmo é um exemplo clássico de to racionalistx O argumento tenta mostrar que podemos es. ecer uma conclusåo substancial — a existência de Deus — somente razåo. Isso contradiz o pnncípio empirista (associado a filósofos ritAnicos como Locke. Berkeley e Hume) segundo o qual a razio sozinha jamajs pode produzir conhecimento substancial da realidade Os empiristas sustentavam que o conhecimento realidade baseia-se essencialmente em imprvssöes dos sentidos O argumento é engenhoso Tenta provar a existencia Deus meramente partir da idéia ou definiçåo de Deus como "aquilo em n•l.iVio ao qual nada maior pode concx•bido- Seria extraonlijui'io se delinis•io uma palavra pudesse provar a existencia de qualquer coisa além de si mes• ma. Felizmente. o argumento de Anselmo nio faz nada disso, Gaunilo está aqui tentando fazer uma paródia da pjova dc Anselmo, Ou seja, está empregando um raciocínio análogo ao de Anselmo para estabelecer uma conclus50 obviamente absurda. Certamente, o mundo n50 possui uma ilha perfeita (isto é, uma ilha cm à qual nada maior pode ser concebido), ou um cavalo perfeito, ou um crocodilo per. feito, etc. Se argumentos análogos ao de Anselmo sio inválidos, o argu. mento de Anselmo deve ser inválido tambémv Note-se que paródias de argumentos, embora potencialmente efetivas em um aspecto. silo dclicien• tes em outro. Se bem•succdida, uma paródia de argumento mostra ue o argumento original (parodiado) está errado, mas nio fornece nen tum diagnóstico de onde está o erro. Entretanto, parece que a paródia de Gaunilo polque o seu argumento nio é análogo ao de Anselmo cm um aspecto decisivo, Eu disse anteriormente que, para uc a definiçöo dc "Deus" por Anselmo seja coerente, as quali adcs que tornam Deus maior evem maximais, isto é. devem scr qualidades que "fio podem ser cm um grau maior. Porém. as qualidades que tornam i c.xcx•lcntc (tais como abundancia de cocos. quantidade de palmeiras, ptvponder,in• ; cia de morenas solteiras, etc.) såo claramente nio•nuuximaise Nessc caso. a desc#) •ilha cm relaçåo à qual nada maior pode ser concebido" (como "número natural em relaçáo ao qual nada maior scr nio expressa nenhum conceito coerente. O AROUMENTO COSMOLÓGICO Embora rejeitando o argumento ontológico de Anselmo, Sio To. más de Aquino (c. 1225•1274) advogava o argumento cosmológico cm Metafisica favor da existência de Deus. Esse argumento pode tomar muitas formas, uma das quais é conhecida como "o argumento da contingência" Em um famoso debate com Bertrand Russell, o filósofo e historiador jesufta Frederick Copleston delineou uma vers50 do argumento da contingência: o mundo é simplesmente o ( u) agregado de objetos individuais, nenhum dos quais contém em si próprio a razio de sua existencia de Visto sua pré— que nenhum objeto da experiência contém em si mesmo a raz50 a si pria existência, essa totalidade de objetos steve ter uma esse razio seréa externa razåoda mesma Essa raz.io deve ser um ser existente. Ou bem sua própna existência. ou ele nio o é Porém. se nós ptocedennœ 'Assim ao infinito ) n.50 há em absoluto nenhuma explicaçåo da existência. para explicar existência. devemos nos valer de um cx)0tém ruo existir.' em si 'mesmo a razio de sua própna oastènaa — (.. v) o que nåo pode Postenormente. no debate, Copleston apresenta uma sucinta reca- pitulaçáo da essência do argumento• A série dos eventos (compreendendo a história do universo) ou é ou nio é causada. Se ela é causada. deve obviamente existir uma causa externa à série, Se ela nåo é causada. entio, basta a si mesma; e se bastaa si mesma, ela é o que eu chamo necessário. Contudo. (o universo) n50 pode ser necessáno. sisto que cada membro é contingente. e (, . .) o total ruo tem nenhuma realidade à parte dos seus membros' Para avaliar esses argumentos. pode ser útil começar com um dos comentários de Russell. Ambos os argumentos valem-se de noçðes modais. A conclusio do raciocjnio de Copleston é que existe um ser necessário (isto é, Deus). Russell discorda como segue: "a palavra 'necessário' se aplica significativamente somente a proposíçðes. E . .) somente àquelas proposiçöes que sio analíticas. quer dizer, àquelas cuja negaçåo "Aé uma contradiçåo" Para Russell, nenhuma proposiçao do tipo existe" yode scr analítica. Portanto, falar de "seres necessários", ou mes• mo de seres contingentes , é um solecismo. É clato, se o argumento ontológico é válido. ent50. "Deus existe" é analítico, mas esse argumento foi considerado insuficiente. Entretanto, mesmo que admitamos que "Deus existe" nio é analítico. ainda há uma resposta possível para Russell. Desde a obra de Saul IGipke. nos anos de 1960 e 1970. é geralmente aceito que a analiticidude ("verdade em vir• tude do significado") n50 é a única fonte da necessidade: existem verda• des necessárias que nio sio analíticas 6 Mesmo antes de Kripke, alguns filósofos suspeitaram que verdades como "nada pode ser completamen• te vermelho e verde" eram necessárias. embora nao sejam analíticas. Mas Kripke forneceu uma estrutura teórica na qual necessidades nio• 22 Brian Garrttt analiticas SIO intcligíveis c forncccu excmplos mais por cxcmplo. • Túlio é Cícero". • água é H,o-, -este suporte feito dc madeira" Sc essa moderna ortodoxia esta correta. cntno a nåo.analiticidadc de - Deus existe- nAo vale contra a sua necessidade sÅo TOMÁS DE AQUINO (c Tbmás de Aquino nasceu cm Itália Aristótclcs na Univxrsidade dc Nápoles e tot Sua obra mais J) tava que fé c razio n.10 podem exercida. nunca produzirá veredictos Aquino que a cxtstCnci.i de t)cus provada exso sobre idéia dc Deus — cle o ont016gico dc Anselmo Entretanto. que de tkus podia ser estabelecida a partir dc prttniss.vs conccrncntcs natu reza e à existencia do universo (SIO"" sio as ramosas -cinco Vias - dc .S50 10m.is para provar existência dc Deus. urna das quais sc vale da contingente do (uma do argumento cosmológico) No entanto. há urn problema mais profundo com resposta dc Russell. É certamentc verdadeiro di/er dc quaisquer coisas ordinárias que nós encontramos: • isto poderia n50 ter costido- DC tato. podc•e verdadeiramente dizer de si mesmoj cu nho ter «ustido (por exemplo. se meus pajs n.10 tivesscm conhecido) imediatamente que - Eu cxisto" é uma ' ontingcntc e pottanto que cu sou um ser contingente l)essc modo. f,i/ contingcntcs. Nesse caso, deve pelo menos 1,1/0 / servs necessários (se ou nio alguns Entretanto. essa disputa n50 realmente ao Ensb0/.i Copleston usc as expressôcs -scr que n.60 podc c sário- para dcscrrvcr Deus o aspecto rclcvantc dc Deus par.' os propo. sitos de Copleston n50 é sua necessidade. sua Deus contém em si mesmo a razio da sua própria O problema é que a idéia de quc contém pró. pria existencia é demasiado obscura para que foçamos coisa com ela. Russell diz que. a menos quc a expressáo -ramo suficiente" signifi• que -causa•, ele nio pode saber o cla significa. Contudo, -razio suficiente- nio podc significar • "causa . pois. de outro modo. podcr.se•ia dizer que Deus é um ser autocausado•. o que Copleston 'oncorda que 20 faz nenhum scntido Assim. alegaçåo dc Russell parece justificar, se" sc n cxprcssno "ratao suficiente" nho significa "causa". o que cla significa? Consequentemente. a primeira apresentaçåo que Copleston faz do argumento cosmológico nccessita de esclarecimento antes que possamos A segunda apresentas ao. mais sóbria. opera com a noçao de auto• suficiência apenas posteriormente no desenvolvimento do argumento. com o (Inteiro) ou é ou é causado. Russell objeta que essa premissa nio fot nenhum sentido. Faz sentido pela desse ou daquele evento (que é como Oós aprende• mos usar palavra "causa"), mas nao nenhum sentido perguntar peta causa dc todos os eventos. isto é. do universo inteiro. Entretanto, ratåo que Russell apresenta para essa alegaçao é convtnccnte Ele mostra que uma falácia inferir que uma totalidade tem alguma prupnedade precisamcnte porque cada membro da totalidade tem propncdade E Isso é. de fato. uma falácia (a falácia da composiçåo)P usar o exemplo dc Russell do fato de que todo ser humano tenha uma podemos inferir validamente que a raça humana Inteira tenha uma mie Mas Coplcston comete essa falhCia. Ele nio argumenta: todo evento tem uma causa. a totalidade dos eventos deve ter uma cau• Ele apenas pensa que faz perfeitamente sentido perguntar sco universo tem uma causa E procurar saber se o universo tem uma causa nio parece envolver o tipo de erro categonnl envolvido cm procurar saber se a raça humana tctn uma Assim. vamos conceder a Copleston sua premissa de abertura: o universo inteiro ou é ou nio é causado. Como o argumento procede? Visto que nos50 dc auto•suticiëncin foi considerada demasiado obscu• teremos dc operar com a noçäo de necessidade. Assim. podemos reformular segunda apresentaçio que Copleston fez do argumento do scb'"inte modo (I) O universo ou é n.io causado (2) Se é causado. causa encontra-se fora do universo. (J) Se n.10 causado. o universo Itccessirto (4) O universo nio é (5) O universo é causado (de 131 c ('II) (6) Consequentemente. causa do unjvcrso encontra•sc fora do universo (de (21 c • Desde que estejamos sat isfcitos com a terminologia usada aqui. como devemos responder? As premtssns (I) e (2) sio incontroversas. (l) um truísmo (uma vez que admitamos. 'vntnt Russell, que faz sentido dizer que o unisx•no tem uma causa) e (2). se n causa do universo encontra-se Orian Garrett dentro do corrcto di:cr quc deve do so. nenhuma parte de uma coisa podc causar propria que a causa do uni'.rno deve cnconttar•sc fora Jo universo A premlssa cmbora tenha sido ncgada por alguns filósofos. tambëm Supondo quc AO inves de cxistir alguma coiSa. a do algo Sirio ou cx»ntingcntc A raz50 de C"l'lcston (A) compmmct&lo com a da o verso um lodo e I\.srém, SCu raoocínio 010 urna totalidaelc A da composisåo l'odc• nas a ccrlos de propnc•vl.ldco c nno scia sc o argumento ela sa ( 3h alguetn sustcntar que o uniSA•1so "AO e. ainda assim. seta 'mntingcnte/ tentar, eurno Aristótclcs o que u c. é cvntingrnte Scgundo, muitos que O unlsxrso. cmbora tenha sempre cAistido. sx•io litcsalmcnte do cle tuo tem ncnhuma causa Conforme o tlvcssc nenhuma causa. ainda assim sua setia ( da Um defensor do argutncnto mostrar quc tnis cot'. insustcntavcis c. ate que cle o o tuo sera Inteiramcntc convincente dis"'. se o fosse convinccntc. sua conclusio da causa do universo (por se boa WILUAM (1 William estudou c leciooou ten "do detigo Igrqa Inglatcrra cam. Ern ( detendvu 0 utilitarismo (a vis.io scgundo a qual o a feluuiadc hununa) da W.brr obta mais «.)nhecida de Ih'cy. tu qual elc aprrxnta sua do argu. do argurncntando que o mundo e uo mais disina. Metafisica 25 O AROUNENTO O argumcnto telcolób'ico em (avor da existencia de Deus. também chamndo argomento do designlo, tenta atgumentar simplcsmcnte a partir da evistencia contingente do univcno. mas a partir da compltca• qlo c complexidndc da sua estrutura. Esnborn o conhccido 'Icsde os cstóia)S. William (1 1 805) cl.'borou versio mais conhecida. bascada na di: quc. quando encontramos uma pcdra no qlcscrto. "50 supotnos que cla condor, utn admitlrcmoa nos deparar• quecomo cle c justificados nessa alegasåo. pois. que elas foram -esttuturudas c reunl•no cs:uninar suas partes. vercmos conclulr cot"ptopósito- Portanto. podcmos rozoavelmente "o rclORio ter um fobticonte (L Deve ter havido. em algum ou outro artjmx ou quc o construíram para o propðsl• (0 no qual n6s o servir. atguem quc compreendeu sua construçao c scu uso" que nós podemos raciocinar analogicamente a partir do universo cncontramos ao nosso rcdor. cm particular a par• atetir dos scrcs complexos. taiS O)mo norcs, coraçOes c olhos. de crtador do universo Deus Sc cstamos iustlficados custência elc um fnbrtcante do relðgio, dcvcmos «star iguulmentc '08titicados a inferir da existencia de blolök'icas de um criador. disso. bclcza c a sunctrla dosas cstruturas indicam a naturcza benevolentc do Seu ctindor Como rxspoudcr cssc argumcnto? Note-se que. difeten. tcmcntc dos orgumcntos o argumcnto nAO é aprvscntado como 'IC'tuuvamcnte vatldo Visto que nem a ctiaçio cr arranlo alcatòti0 de particulas cm uma configuraçao logicamente imposslvel. a existêncta de um implica logicamente a evistëttcia de um fabricantc do rtlð• AO inves disso. a alcgns.io de que. ao nos depararmos com um telðgio, ta:oAvet acrcditar que cle foi ieito por um fabrtcante. lista é a mclhor explicaçào para a custencia um retðgicx Analogamente. ao obscn•armos o complexo mundo ao nosso redor. é ratoAvcl actcditar que ele toi ctiado por Deus. A pnmcira a observar que. mesmo considerartnoa o raaxi• nio de Pale.' convincente. o mi\imo que CIC pode estabctecere que Deus ctiou o universo. 050 que etc ainda esiste t inteiramcntc consistente Brun Garrett com o argumento de Paley a idéia de que Deus •abandonou a constru. çao• logo após o ato de ataçåo Assam. seu argumento nåo nos dá qualquer rado para que agora, como nio temos nenhuma razåo para pensar que o fabncante do relógjo exsste agora (Curiosamente. Str Isaac Newton acreditava que. sem Deus. os planetas desorbitariam em diferentes direçðcs Portanto. para Newton. o movi- mento regular dos planetas torna razoável acrcditar na existencia conti. nuada de Deus.) Segundo. ( 779) de l).'vjc/ I lume publicado após a morte de Hume e antes da publicaçáo do tratado dc (em 1802). um dos participantes imagmános, Filo, chama a aten çåO para quio pouco estamos autorizados a inferir sobre o criador apartir da observaçåo do mundo (tio distante do início) ao nosso redor Ete mundo, cic (um dcfcnwr do argumcnto do desígnio) saiba. muito falho e comparado a um mcxlclo sojx•nor: e foi o ensuo uno dci't.uk quc IX»tenormcnte o úndorou. envrrpnhada sua realizaçáo cte tio-somcntc a Obra de tuna deidade derrndcnte infcnor c o UbJC(0 dc deri£io dos Sucrriores• ek é prt.x.duçáo da velhic•c c dccrcpltucic dc urna deidade artt¼uada. e. &sde a sua mortc. deu-se 'Arnturas, cm conscquèncta do jmÑso e força atava quc dcl. recclxu De fato. sugere filo. o argumento do desígnio n.io nos dá nenhu• ma raz.åo para supor que existiu somente um coador Por que n50 con. cluir que, precisamente como • muitos homens se reúnem para construiruma casa ou embarcaçåo, ra erigir uma cidade. para formar uma co•munidade; . ( . ) nio - em várias deidades combinar dc projetor emodelar um mundo? Terceiro, e mau importante. devemos tcmbrar que l i.'ley escreveu antes da teona da evoluçáo dc Darw•n e do despertar cosmologia moderna fhra qualquer pessoa em 1800. a única explicaçåo para a or• dem do universo era a criaçao divina, O raciocínio dc teria pareci. do. entao, ser o mais simples senso comum- Entretanto, cm nossa pcrs. pectiva atuai. temos outra explicaçåo disponívcð — a tcona da cvoluçåo de Darwin —e o raciocínio de Paley náo parccc mais tio inescapável. Se procuramos saber como os seres humanos. com todos os seus a)mplicados órgåos internos (tais como olhos e corasocs) vjcram exi'• tir aqui. nós temos duas explicaçöes concorrentes' a teorja darwiniana da evoluçao por meio da scleç50 natural c expljcaçâo divina. A teoria da evoluç50 tem desfrutado de grande sucesso explicativo e está tio estabelecida que ruo é zriarnente em dúvida Ela (atua]mcnte) a expliaçio para a existencia e a natureza da humana Metafisica 27 c de outras espécies Nesse caso. o raaocínio de IhJey caduca o olho ruo é análogo a um rtt6gio achado A disponibilidade da expliaçáo darwiniana da ongem das espécies, com efeito, torna o argumento teleológico antiquada O ARGUMENTO OO Até aqui crittcarnos os argumentos em favor da existência de Deus. Agora vamos cx)nsidcrar um argumento bastante conhecido contra a eXiS• tencia de Dcus: o argumento do rml Este é um em favor da nåo-cxistëncta de Deus. conforme a alegaç50 de que Deus (se ele aiste) tem as características da ompotëncta. da omsaenaa c da bondade perfeita. A idéia básica que subjaz ao argumento do é que a do mal. do ma] natural (a morte e o sofnmcnto causados por deAsues nauzais) quanto do mal mora] (a a•ueldade dos humanos entr si), é cvm a cx.lsténcia de (brtanto. já que o mal edste, Deus odste Contudo. precisamos desenredar um pouco as coisas para esclare- cer o carátcr da alegada incompatibilidade O argumento do mal susten• ta que as scgumtes proposiçöes formam um quarteto incompatível: (I) Deus é onisciente (2) Deus é onipotcnte (3) Deus é perfeitamente bom (4) O mal existe Sc ( sio incompatívets, elas ruo podem ser todas verdadeiras. Visto que (4) é inegnvelmente verdadeira, uma das três anteriores (I). (3) é falsa Porém. se qualquer uma das (l é falsa. entAo Deus nIOL cxjstc Se 050 existe nenhum ser que é oniscicnte. onipotente e perfeita• mente bom. cnt50 nio existe nenhum Dcus. De acordo com o argumen. to do mal. nio cxjstc nenhum ser desse tipo c. portanto. nenhum Deus. Por que pensar que (l sno incompatíveis? O mal, tanto natu- ral quanto moral. existe Se Deus é onjscjente. ele sabe da existência do se ele perfeitamente bom. ele quer evitar o mal. se ete onipoten. te ele é capaz de evitar o mal Entåo, porque cle nåo o evita? Se existis. se um scr que fosse onisc•ente. onjpotcnte e perfeitamente bom. o muo. do náo contena nenhum mal MAS o mundo contem O mal. Entåo. ne- nham ser com tais caracterisucas cxjstc, Este é um argumento agradavelmente dilCto. Têm havido, é claro, muitas respostas a ele Essas tentam. de diferentes modos, mos. trar como (I poderiam tornar-se, apesar de tudo. compatíveis. Aqui vai uma sugestio de respostx Qual o problema se certos mates sáo ncm• para a existência de certos bens? Ou seja, sem tais males nio haveria tajs„bens, Desse modo. o teísta poderia argumentar que o valor dos bens 20 Brian Garrett em questio ultrapassa o custo dos males que os acompanhanv Nesse aso, a existencia desse mal 050 precna valer contra o amor, o conhccj• mento ou o poder de Deus. Um exempto Simples ilustra a idéia• eu sofro dor na cadeira do dentista. mas isso é necessário para que cu fique sem dor c tenha dentes saudivei' no futuro. Contudo, essa necessidade — dc que eu deva ter dor agora para ter menos dor no futuro —é um caso de neccssjdmie causal ou tecnológica. No estágio atua' da tecnologia, visitas dolorosas ao dentista slo necessárias para que se tenha dentes saudáveis no futurou Porém; Deus é onipotentc Ele náo é limitado por necessidades causan ou tecnológicas. A onipotencia de Deus 'ignifica que CIC pode fazer tudo o que é logicamente possível. Elc poderia ter arranjado conas de modo que as visitas ao dentista fossem mcnos dolorosas. ou ter nos equipado com dentes que nunca tivessem cáries, Mas. ent50, por quc cle n50 0 fez? O que a defesa dos •males necessários" requer se prctendc scr plausível. SJO males que sejam logicamcntc ncccssários para que cxiS. tam certo' bens. Assim. se é desejável quc o mundo contenha tais bcns. Deus n'O pode ser criticado por permitir tal mal, visto que é logicamente impossível ter tais bens sem o maj que os acompanha Mesmo Deus nio pode fazer o que é logicamente impossível Exemplos de bens que parecem logicamcntc rcqucrer certos males Ao o heroísmo, a benevolência e a simpatiaHeroísmo benevolência e simpatia slo possívcjs somente porque o mundo contém, por exemplo, desastres natura". vítimas com as qual' outras podcrn scr hcrói• simpáticas ou benevolentes. Contudo, çxxfcrnos formular três respostas aquiL Primeiro. bens a simpatia náo parecem logicamcnte requerer a ocorrencia dc dc. 'astres reais. A aparencia de um desastre seria suficienrc para suscitar sentimentos de simpatia. Se Deus é onipotcnte, cle ccrtamcnte poderia ter arranjado para que o mundo conuvcssc ilusórios aos quajs pudéssemos reagir Mas ele escolheu nåo faze.10J Por quê? Segundo, a dcfcsa dos -males necessános- é dcmasiado limitada O mundo contém muitos males que nio têm quaisquer bens concxos ou atenuantes, Há muitos de morte e sofrimento cm toda a Instórja humana (e animal) que nunca mencionados ou lembrados Tais males. obviamente, nio podem ser justificados em termos dc sua produçAo dc algum bem para os outros." Terceiro, há algo de moralmente detestável associado defesa dos•males necessários- Mo estio as pessoas, vítimas de dcsastrcs naturais, sendo usadas como um mero meio para o apcrfciçoamcnto moral dc Mctafisica outras pessoas? "O sofrimento dos outros é bom para a minha alma' dificilmentc pode constituir•se na máxima dc um indivfduo moral. Uma segunda via de resposta. no intento de mostrar a compatibili• dade dc ( I é conhecida como a "defesa do Deus deu às pessoas o livre•arbltrio, e isso é um bem. Um mundo que contém pessoas livres que por vezes escolhem livremente o bem e por vezes escolhem livrementc o mal é melhor. assim é alegado. do que um mundo dc programados para sempre fazer o bem. No entanto. o livrc.arbitriO tem um custo muitos males sáo introduzidos em nosso mundo como resultado da açáo humana livre, Visto que Deus nåO é responsável por tais malcs. cJes náo podem valer contra a bondade ou O amor ou o conhecimento de Deus Essa resposta é uma varjantc da 'rirneira: para que exista um certo bcm (o livrearbítrio) é necc"åno to erar as más conse a åcfesa Ciências provc• nicntcs dos maus exercícios dcsse bem Entretanto. do livre• arbitrio está aberta às scgujntcs cinco objeçöes. (I) A defesa refere•sc somente a casos de mal moral (o mal que resulta da escolha humana livre) Ela nada esclarece sobre a queståo de saber por que Deus permitiria males naturais. (2) Ela supóe que nós somos dotados de livre-arb(trio. Alguns filósofos negaram que os scres humanos tern livre.arbitrio. ou porque sio fata• listas, ou porque consideram que o determinismo é verdadeiro, ou por• que consideram o conceito dc livrc.arbítrio confuso (ver Capftulo 7). (3) N50 é óbvio que o bem do tjvrr.arbltrio seja superior à quantidade de mal que os seres humanos têm realmente produzido. implausível pensar que o valor do livre•arbltrto de uma pessoa seja superior ou. cornpcnsc qualquer quantidade dc mal produzido pelo seu exercicio. O mundo 1150 podena ter Sido um lugar melhor se Hitler ou Stalin, por exempto, tivessem Sido autðmatos. programados para fazer boas açóes? (4) N.10 é verdade que, sc os scres humanos têm livre.arbltrio. deva ha• ver más consequências. Mesmo que Deus nos tenha dotado de livre• arbltrjo. ele poderja ter interferido depois que alguma má escolha tivesse sido feita. garantindo que nenhuma má consequencia se se• gume Isso certamente serta melhor do que deixar que as más consc• quencias sc seguissem. Entio. por que Deus nio interferiu? (5) Há um outro modo. mais radical. pelo qual Deus poderia ter nos dado o livre-arbítno, garantindo, que nenhuma má conseqOên• cia se seguisse. Por que Deus n50 criou seres que sempre escolhem livremente o pensar que tais seres sio impossíveis. mas isso está longe de estar claro. Podem os anjos ora escolher livre• mente o bem, ora Mais sobriamente, nós somos seres que escolhemos livremente o bem. Por que seria incoerente imagi• Ji 30 Brian Garrett nar•nos xmpre escolhendo o bem? Certamente 050 existe nenhum limite superior a prieri para o número de vezes cm quc um agente escolher livremente o bem. • apresentar essa última objcs50 do seguinte modo pitor-cs. eo: imagtncmos Deus examsnando todos os mundos procu- rando saber qual deles tornar real Cm algum desses mundos. todas as cxolhem livremente o bem Em outros. cso'lhe o Em outros ainda. alguns homens o enquanto outros exolhem o mar Jbr que Deus um prirrEira ates»ria? S: de queria c ele tê-lo feita MX 050 0 fez. IX'rtanto. a Deus quanto poder. Uma última via de resposta ao argumento do mal assinala que ( (4) nio 150 formalmente inconsistentes. Talvez exista uma razio para que Deus permita o mal. mas essa razio é desconhecida ou incognoscível -para nós Contudo. é dificil distinguir essa resposta da criaç50 ilusóna de fatos que se desejaria que fossem realidade O PROBLEMA DO MAL A prinapal raz50 pela qual muitas pessoas ponderadas nio acreditam em a existência do mal. Elas nio podcm entcnder como um tod'.»poderoso. ttxio-amo'oso adnu- tir o mal mundo exemplo. o sofrimento que a esastm natural como uma inundaçåo ou a fome). CIC as mas cona•qOências das escolhas das O' teist.u (Isto aqueles que acreditam na extstenci:' dc Deus) ofe várias que pretendem nurstrar o nno o conhcctmcn• to, o o amor de Deus sio 'X).nsistcntes a do mal xreditava todas as tetxiicéias estio fadadas fracassar (A 1793). e nosu parece confim.i•lo OBSERVAçðtS FINAIS os argumentos.padråo em favor da existência dc Deus estio abertœ a A existencia do mal (ornexx• um fortc argumento contra a eóstêrxia de Deus. Ê. por isso. inte'ramovte aumlitar que nio existe nenhum qIR seja onirx»tcttte. onisciente e lx•rfcigamcntc OUESTÖES PARA ESTUOO Anselmo realmente cometeu a falácia da reificaç50 em sua do argumento ontolópco? Russell estava certo ao questionar a ctxrenaa da nc•o de um ser construar ui na plaustvcl JO do nuss•va improbabilidade de um unnxrso que propioo 5 ? Qual a resposta pronussora que um teísta pcxic•na dar ao amnnento do LEITURAS RECCMENOAOAS M M Adams e Adams 4 Eril Oxford OxfCMd lhtss. 1992 Um interessante e •.•czes cxis•cnte ensaio. ao problema do mal A introduçao muito útil. e eu artigos dc L MacbJe, N Pb. A T'tantmgu c RM Adams L Mirace Oxford Clarcndon Press. 1982 Uma introduçSo a os principau ar;urnentos a favor contra a existência dcPew Altamente recomendada A Pianung• (cd Arrumcnt Nov 1965 Um pequeno e útil, dmdido duas panes Na pnnztra pane. Hanunp as do arvnncnto ontolðgiCO dc Anselmo. Descartes. Spjnoza e Leibniz. arntelamente a comcntånos críticos de Gaunilo. CateruS. Gassendi. e u»pervbaucr Na segunda parte. manti.nga selectotu uma (hote nus ainda intcrcssantc cotesSo dc comentadorrs do •éculo XX A mais irnçman• te dc N Malcolm. dc A Ptanunga e P Helm. A Plantioga. Col. Evit Londow Alen e Unwin. 1975 Mais um idido cm duas Na pntrxtra pane. mantinp apresenta a sua própru e isto é. sua para o do mal. tu do defesa do livre-arbitna Na parte. cle delineu e critica cosmológico. teleolôgtco e em favor da dc Deus nru• uma vrrAo do argumcnto ontológ.co que. cie. ruo a verdadc. mas a actuabllubdc Jo tcismo Ambas as da dc um mundo os do arsunento cosm016gtco RECURSOS NA INTERNET A I'tantinea (1998) 'f DisF)nivcI cm: <bupåSonv.rrpmi KL129> ActSSOcm. 31 maio i2 irian Garrett C Ed 00 do N Zalu (ed) Aœsso em 2006 Evil•. ( do 2004), Edward N (ed cm < http}/Natostanford cdlv' cm ma•o Existência INTROOUÇÅO A existencja dA ongcm a inúmeras questóes especificamente filos6• ficas que se encontram no coraçåo da metaflsicx Neste capítulo. abor• daremos as seguintes questðcs Pnrnetro. qual é a extensJoou abrangência do ser?' Em particular, entidades nio-rea•s ou meramente possíveis po• dcrn custir? O que realmente existemeramente uma pequena parte de tudo o que cxjste? Segundo. por que o universo existe? Por que exute algo em vez de n50 exjsur nada? E por que este algo e ruo outro? Temei. ro. há objctos nåo.cxjstcntes? Por que alguém pensaria que eles exis- tem? Quarto. o que é a existência? Em particular. a existencia é uma propriedade dos oblctos comuns. ou nio? Por que importa o como rcspondemos a essa quest.io? Responder às queståes 3 e 4 exigira O exa. me profundo de complicados problemas concernentes a significado. re. fcrenci" c estrutura 16gsca A ORANOE AORANOtNCiA 00 SER É muito natural pensar que o que existe é somente o que realmente existe É claro. podenam ter exjstido porcos voadores. dragðes cuspidores de fogo. montanhas de ouro. máquinas cm perpétuo movimento e asstm por diante Mas tais coisas nio cxtstem. Elas poderiam ter existido. mas n.10 existcm, David Lems discorda. O que poderia ter existido realmen. te existe — em algum outro mundo possível. Mundos possíveis também existem. exatamente do mesmo modo que o mundo real existe, Essa é a infame doutrina do realismo modal. Lewis escreve. 34 Brian Garrett a da pluralidxie mundos. ou mtiin•r. nada', qual antenu O mundo é um cntm outros Eustem outros muru½s. outras a»sa.S lamente abrangulas ( ) Clas n.10 existem quatsquer espaço-temporaJs entre coi &rrntes que Frtencrm a mundos dilerrntes Ncm nada que acuuc- itece cm outro ( ) Os mundos da mesma deste nosw• mundo ( Ô). Nem este outros xu ( ) Os mundos A doutrina do realismo modal capturada nas scgutntcs sctc teses (l) Mundos (incluindo o novso mundo) (2) Eles da mesma c•sr£ctc de corsas que O nosso mundo (3) Mundos rx»sfvcis. como o mundo rval, n.10 podem scr mais. (4) N'O hi nada ontolog•eamentc especial em ao mundo real Cada mundo real para seus habitantes (5) é simplesmente um indcxical. como -aqui- (6) Mundos possíveis sio isolados e portanto. ausalrnentc isolados um em rclaç50 ao outro (7) Mundos possíveis ruo s50 dependentes da mente É considerar o que a doutnna do realismo modal SignifiJ e o que ela ruo significa Ela nio é a concrpç.io segundo qual • muitos mundos existem realmente- (uma conccpç50 que às é proposta por certos intérpretes da mecånjca quinoca) Segundo tal O...•nccpçåo, o mundo rcaJ é muito major do que pensamos. e a conccpsao dc é o realismo modal a concepçJo segundo a qual custem mundos possíveis ou serei possívejs quc nhuma distinçao entre -exlstcm Fs• c de o das O'isas realmcntc existentes é um no de todas as coisas cx•stentes. exatamente como o conjunto de pessoas que em Camberra um suba.jnjunto do conjunto populaçåo total • do o conjunto das rxssoas exjstentes cm 1940 é um subcontunto ao mnjunto das pessoas existentes no século XX Cada mundo possível corresponde a um modo diferente que o nos• so mundo poderia ter sido. Alguns mundos possivcis s50 como o nosso — eles contêm rxssoas de carne e osso c burros. exatamente como o nosso munda Contudo, outrt» mundos possíveis s50 mais exóticos e contém tipos de entidades nåo sonhadas neste mundo Mundos poss/. veis s50 mundos concretos como o nosso. irredutivcis a algo mais (por exemplo, a objctos abstratos conjuntos de prupooçòcs)_ Metafisica REALISMO MODAL A doutnna do realismo nuxlal procede em duas etapas th•imeiro. eta analisa o discurso modal ordináno nos termos do dix•um mun• dos possivx•iß A sentença '.trdadeira -pxiertarn eustir asna azuis• é traduzida como -existe um mundo possível qtk contém Segundo cla endossa o realismo sobre os mundos e gus habi• ontcs Outros mundos custem cxatatœnte do modo que o nosso mundo evste Cisnes azuis existem. mas ruo em mondo Alguns filósofos negam que o discurso modal envolva a sobre mundos Outros aceitam a nt» termos do diaurso sobre mundos iÄñS/vcts. mas negam que mundos existam O mundo real é prlvllegtadcx ele o Uruco mundo O que, entalo. torna vrrd.utctro um que conténvcisru•s azuis se ruo a de um mundo concreto que contém cisnes azuis? Realistas. como eles Ao chamadœ, postulam. em vez dc um mundo. alguns Pto. um conjunto completo e consistente dc sentenças contendo a tença -cisnes azuis • Esse comunto o que torna verdadetro existir cisnes azuts, Mas ISSO é Mesrro ruo aistg• se nenhum conjunto de sentenças ( por se ruo ntn• tes)D ainda assim exisunam cisnes azuis De acordo com o realismo modal. a existêncta real (existentes no mundo real) n.10 é de modo algum prralegiada. Ela nio é a marca do real. usto que outros mundos sio igualmente reais, O mundo -real• declarado pelo habitante dc qualquer mundo simplesmente se refere ao mundo do habitante Cada mundo é real para seus habitantes. exatamente como cada lugar é -aqui" para seus ocupantes. - Real - um mero indexical. Além disso. pensa que os mundos posstveis slo unidades espa• ço-temporats. sendo espaço-temporalmente isolados um cm ao ou• Finalmente. mundos posslvcis n.io sao ficçOes criadas os mundos possíveis (jnauindo o nosso) existem indqxndentemente de nós nem fazemos com que clcs existam. nem mantemos a sua existência. POR out O NOSSO HONOO EXISTE' O realismo de Levás tem impliasóes para uma das mais complicadas da existencix que o aiste? Esa questio pode prmritosanxnte dividida em duas quest&s disuntar que aiste cm vez de 100 existir nadai' E ate e outm? Brian Garrett QUE EXISTE ALGO EM VEZ DE N'Åo NADA? Durante eculos. Frtsaram que qucstJo exigia uma res- criaturas intemr dele mesmo nós rrnsarrnos quen.50 existe nenhum a qucstáo ainda parc•xx• sentido A.l§tns c sustentam que ela nio ter ncnhunn resposta inte- Houvr uma minadënoa de que pernu'i- ram o finco cmcrgissc e pmptcaassc ouzrgttrxnto da v-óda. hi nenhuma dc por que inxiais Muitos satisfeitos mutos ruo estau Sc d. iruaais qux o da 00 "Wnsvlmcnte ruo d.c•vc uma expixas.io dc que responder a qucsuo R afirnu que te um rnurd• o mundo real Sc essa afirmasåo e falsa. como enUo o mundo é meramente um muitœ mundos propícios ao da Vida Nesse caso. nioé tb nuterx»o qtz o nosso mundo pmpíoo ao surwnento da mutos o Ao. e ocorre qtx o nosso um deles Lewis tem uma resposta pronta para a pnmcira quest50 Para ele. ruo poderia haver Um muruJo anno unu queruo rtnhuma O mundo a totat"tidc «usas q'..R quaæ nada Jgunt tahcz um Mas aÞrna n cm que em torna aJgunu cvi" • Lewis ruo considera que esta seja urna explicaçio dc por que custe algo em vez de nio existir nada (ele nio acredita que possa haver explicaçao). Simplesmente que ela mostra que a queståo se baseta em uma hipótese falsa — a hipótese segundo qual poderia nio cxastjr literalmente nada. um mundo absolutamente vazio Entretanto, mesmo que Lcwts cateia errado sobre ponto e exis• -ta um mundo que seja vazio. ainda assim sua doutrina do realismo modal terá implicaçðcs para a questlo: por que existe algo cm vez de n50 cxis. tir nada? Se existe um mundo quc é vazio, poJc•mos responder Metafísica 37 o "em vez de- está mal.lp'icado — nio existe nada (no mundo possível que é vazio) De acordo com o realismo modal. esse mundo existe preci. sarnente como o nosso mundo existe O que ocorre com a questio por que cxaste este algo e ruo outro? Alguém que proponha essa questio normalmente tem em mente a ques• tio mais especifica por que este mundo é propícjo 5 vida em vez de ser contrano a ela? Dertk Parfit descreve apropriadamente a raz.åo para cons'derarmos essa questio urgente rara que ío"e possivci. as cond"ùcs iniciais tinham de sclcctonad.as com o dc prrvtOo necessarø um tiro nu dc que vida é algo Das incvnti•.tls aram foram distante Visto que ruo arrogante arnrrnte sintonia fina precisa gr posstsms. que aquela que prvpxi. aquelas que prevalectram?' Urna resposta óbvia a teísta Deus. cup existência é necessária. arramou as coisas desse modo Mas, obviamente. essa é uma boa respos• ta apenas se Deus existe (ver Capitulo I) Outra resposta é que nso há nenhuma resposta O universoreal sumplesmente é propicio à vida. e nenhuma explicaç50 sobre isso pode ser dada Mas essa resposta pode parecer insatisfatória. Echzmcnte, uma terceira resposta: Nosso Uruvcrso ar a totÅ .•wns muitos ujuvcr-sos — ou. entar murdos tem as mesmas 10s natureza o e a de Big Bangs nus cada urn candROes iniciais liFira• mente diferentes Segundo ruo dc untcntas sc suficientes Bane. roo xna uns prrosamcnte as propicias lura a Vida. E n.10 nenhuma R O nosso fosse um desses Embora Parfit talvez nao tenha pensado na doutrina do realismo modal de Lewis quando escreveu essas palavras. trata-se do mesmo pontoo Se o realismo modal é e o nosso mundo é um mun. do entre incontáveis outros. entio nåo surpreende que o nosso mundo seja propício ao surgimento da vida, Muitos mundos o sio. e ocorre que o nosso é um dclesD Portanto, com o apelo ao realismo modal. a necessidade de uma explicaç50 teísta é evitada. Como o realismo modal explica algo que de outra maneira permaneceria enigmático. este é um ponto a seu favor 30 Brian Garrett REALISMO HOOAL E.x.04tNAOO Lewis alega uma uantidade dc virtudes do realismo modal. nåoEndo a menor delas o ato de ele itjr uma análise clara do discursomcxial (o dtxurso que contém como •rxxlcna•, (condicionais -posst• da velmente•. •necessáno-. etc ) e do dc forma A tivesse B n.10 tena aa.'ntcctdo•y Por exempto.entendemos a xntença -p)rcos n.10 voam - e sabemos o que tornadadetra: as coisas como cias realntcntc (.:nntudo. entendcmos•rx.m:• rxxknarn e supomos que cl. e svnladctr.i Mas oquea torna vcrdaJctr•a? N50. tomo elas realmente sio. O entáo? Lewis uma as cosas s.íoem outro mundo difcrcntc) A q•ntcnç.l -porcosriam tr.iuz.ida Lcwts mundo noqual porcos Visto que existe ta/ mundo e que c concreto como O nosa:'. O rntsttno u'brv o que tnrn:.verdadeiras é Similarmente. xntcnças do - por -existe um mundo no qtiAl I • . c sentenças•mxssartarncnte traduzidas os mundosr. • R.sstsœ/rnente• e • n«x-sunatncntc- modo. jntcr•pretadcn quantificadores dc mundos Uma confusáo surF. entretanto. no caso das acercadé indivíduos particulares reats Suponhamos (aGore ter a cicjçáo presjdcnu.il dc 2000 nosEstados Unidos que a torna vcrdcjra? Comoas sio cm um outro mundo Mas sio asnesg mundo? Ele contém o própno Gore,um F'to dc vitóna? é urna undo daeaistencta. indivíduos cm mais irulivfduos Cmtudo. restritos a urn mundo Gore um (o os c em nenhum agno entáo. um mundo nao ' ontcrCom ano n da -( 'orv tuslcria terdc Estados t-Jnid•n7 A dcesg mitro mundo uma dc Gore (alguém muitosimilar a Gore. mas Gore) dc 2(ÄÅ) Assnn. édam Gcxe rx.deria tcr a pressdcncta/ dc porqueum mundo similar ao tunga, que contém uma contrapamdade Gore v.rnce a cleiçáa Existe, portanto, um debate entre a teoria da múltipla existencia ea teoria da a'ntr•partida Saul Kripkc demonstrou dc modo brilhanteque a teoria da contrapartida náo poderia (aar justiça nossas JIcga. Metafisica 3' a teom da contrapartida) se rós -Humphrey çx:xkria ter vrncido a • nio estamos falando sobre alguma coua poderia ter acontecido a mas a alguém mais. uma -contraparlida- ržovavclmente. contudo. Humphrey cxxieria dc modo algum sc alguém mais. ruo importa semelhante a ele, tivesse Sido vuonoso cm outro mundo posstKl Tem havido muita discuss.io sobre se a obiec50 de Kripke acerta o alvo Os tcóncos da contrapartida replicam que urna contrapartida de Humphrey vencendo clctç50 é o que torna vrrdadeiro que Humphrey vencido ctcjç.ío Os tcóncos da múltipla existencia replicam dtzcndo que nio Nio está chro com quem fica a vitória. Mas nós podemos considerar um ponto mais fraco A teona da múltipla existenaa Iorncce uma sc-tnånuca nuns do que a tcona da contrapartida para o nosso discurso modal Segundo a tcona da múltipla existencia. - Gore podcr•.i ter vencido cluuç.io• é verdadetra somente se extste um mundo possivel no qual Gore vence a cletçào Essa é urna mau dircta do uc a dos tcóricos contrapartida, e este é um Fx)ntoern favor da teoria múltipla cxtstêncja. Muitos filósofos rejeitam o pano dc fundo do realismo modal con• tra o qual conduzimos essa disputa Em razio de sua prodigalidade ontológica. é unta doutrjna que conquista poucos adeptos. Muitos a constdcram stmptcsmcntc inacreditavel Isso é bastante compreensiva Somos convidados a acreditar que há mundos que contem burros falantes c IX)rcos voadores que extstcm precisamente do mesmo e vigoroso modo que os nossos porcos e burros extstcm Porém. se essa é a nossa dcvcriamos ver como alguém que lança um desafio: explicar o que torna nossas .ilcgaç3cs modais vcrdadetras sem fazer referencia a possivcis realisticamente construidos Talvez isso possa scr feito. Por excm• PIO. conforme o relat.ldo. uma sentença como -porcos poderiam voar- é vcrdadcjra somente se sentença porcos voam • é um membro de um relato (con.unto dc sentcuças) completo c conststentc Os defensores do realismo modal responderao ditcndo que as possibilidades slo obictivas c independentes da mcntc Mesmo nio existissem quaisquer sentenças. Ainda assim podcriam exjstir porcos voando. Portanto. o de vista do relato pode estar certo L assun segue o debate O que deveriamos concluir acerca da doutrina do realismo modal de Lewis? Ela é uma doutrina com vantagens explanatórias significati• vas Ela prove -produtores de verdade• diretos para as nossas alegaçöcs Ela solapa uma pressuposiçåo da enigmatica qucst50 • Ibr que existe algo em vez dc existir nada?• e possibilita uma rcsrx»ta destitujda dc mistério para n questio -ror que este mundo própício ao surgimento Brian Garrett da vida em vez de ser contrário a ela? • Contudo. essas vantagens sio contrabalançadas pelo zu ontológtco Somos comidados a acred tar quz duendes e montanhas de ouro custem prcctsamente do mamo que arvores e Fdras custem Isso é difical de acettar Entretanto. qualquer um que rtiCite o realismo moda' deve uma explicaçáo alternativa das nossas alcgaçócs •nodars c aplicar por que razÅo. cntrt todos os mundos possnrjs. o nosso muro tern o pnvalégto dc eusttr OUETCS Nio-EXISTENTtS Lewis pode discordar do quanto existe, afirma que extstem coisas que nio existem Colin McCinn o anrrnx Ele é um defensor da cxincc1850 segundo a qual exis- tem Objetos nåo-exmentes Em uni livro recx•ntc. cle escreveu fala: Venus cxtste Malcano ruo. rncramcntr cx.iSt.cm é ter um.' tu.lo o que custem. quatitu que que vmncntc quas nos mfcnmos tem — aquelas meramenlc • prurxžrcssa M'Oinn segue os trlx•o Alcxrus Mc•nong. o qual admitiu alegremente jetos nio-cxtstentes e muno mais atem disso ÅLEXIUS MEINONC (1853 1920) Meinong um filosofo austrúctx fortemcntc Eu Franz ( 18J7A917) dc na Unt•æmdadc Gral. fazendo c à A obra d' da c. cm da teu' de a qual mentais xjarn urna teona qt.x x!rnite a dc do filósofo eustêncta de oba i."lo d.' sobre W'inong (u trontarðu (o qu.ulr.tdo) I (alw lido dc é um obtcta Mcintmg. lar•. e. um trúngulii da rtxnt", Fnsartrnto. Meinong on u txrn Metafisica 41 Por que Mei nong sustentou uma concepçåo tio extraordlnåria? Aqui está uma famosa passagem de Bertrand Russell: Argumenta-se exemplo. MeinonO quc nós falar -a montanha de ouros -o qu.•drado e assim diante. tomar •,trdadeiras as das quais esgs •o os elcs dc-.rni dc ser vtsto de modo. scn.am destituídas de Nessas tecnxs. IO uma f daqucle sentimento & ser prescr-,ado mesmo nos estudos mais A do cu anr• 050 :ulnnttr uni utlicómb mais do 00 a de suas e na Utcratun ou Imaginasio e subtcrtúgto mau de e irrisaa• A pnnapal tarefa de Russell no capítulo do qual essa citaçAo foi retirada. e em scu artigo mms conhecido — • On Denoting• (1905) — é frustrar a dc raaoctnio dc Mctnong Do mero fato de um termo dc sujeito gramatical ser significativo e figurar em sentenças significati• vas c vcrdadctras nio se segue que cle se Itfira a algumacoisa. Portanto. Russell rqctta muito enfaticamente a concepsåo segundo a qual O signi• ficado é a referencia Enfaticamente. mas nAo completamente Russell pcnsa que exjste uma variedade restrita de termos singulares genuínos para quais o significado é a refcrencta (por exempto. o pronome pes- soal "eu" c termos que se reterem às cxpcrienaas majs imediatas dc uma pcsso:i. como •esta dor de cabcs-f) Para Russell. esses sio os únicos tcrmos de referencia genuinos O uso stgtuiicattvo desses termos (-no• logicamente própnos-o como Ao conhecidos) garante que eles te- uma rcícrencga Iodos os outros tcrmos dc suicito gramatical (nomes próprios co• muns. descriçöcs dctinidas. ) slo impostores. Eles parecem estar na dc referir. isso Absolutamente nao é o que eles eståo fazen• do. A estrutura gramatical sentenças que contem tais termos difere da sua estrutura lógica verdadeira O ponto da teorta das descrtçðes de Russell exibir estrutura tógtca dessas sentenças No caso dc algumas delin•das (isto expressöcs do tipo -o claro que a estrutura gramatical c a estrutura lógica Ao scparadas. Considcrv•se (l) A familia média tem 2.3 crianças. Esta sentença tem gramaticalmente a forma sujeito•prcdicado (a forma onde • a • o termo de sujeito e • F- o predicado) Contudo. a)tno c a '2 Brian Garrett BERTRAND RUSSELL Bertrand em Montnuuthsžurv. membro dc uma familia (ck txrdana títulos dc conde e vixvnde mais tarde). Seus pai.s rrwrrtrarn ainda cra tncntno e elc foi mado avós. qiX eram lente reltgiosos Estudou no CollCF. CambndFL a Influincia de MCTawtl. foi idcalutx tbstertormcntc. ensinou no Tnmtv um cx.mtemrxxaneo de G tendo Wittgcnstcjn entre OS cm quase tcxlas as da nuts »grufiativamcnte em filosofia da mate• mitica. da I c da ntcntc C assitn em e uca Os últimos foram dingvdos a uma audiência Fral- um t.ndc estilista prosa. foi distinguido 0 Premio Noixl dc tcratura em 1950 Dois dos wus livros — C)' (1912) e Uma hiltåna xt'lortal ( | 945) — Entre as suas contnbujçócs nuis imporv tanta e influentes a teort.a das e o paradoxo dc Russell (o tnœtruu o intuiuvo cotnprccnsao- — a cada propned.ade corresç»nde um dc obtctos que têm preasa• essa — leva ao paradoxo) ó termo de sujeito -a família média• é um singular fictício. Sua funçAO n50 é referir•x a alguma famma particular sobre a qual é dito que ela tem 2.3 crianças. Quem pensar assim terá qucndido a sentcnça de modo incorreto A estrutura de ( I ) evibida por (2) O número de crianças divvdido pelo número de 2.3 (l) é simplesmente urna maneira abreviada dc expressar cn. quanto (2) a explicitaç50 das etapas dc uma divis50 Cla e do tipo b nio - Fa • Além disso. em (2) nio nenhum que prctcn da referir•se família média. e isso. para Russell. um Sinal seguro dc ue a descriçåo -a familia média•, embora gramaticalmente um termo sujeito, nåo é um termo singular genuíno (l iara Russell. a genuina é ineliminável ) Embora significativa, sua funçåo nio é a de referir um objctn Isso é suficiente para mostrar que o raciocin•o de Megnong falho Contudo. Russell quis mostrar que o racit"ímo de Mc•inong com• pleu e geralmente, e nio somente no caso dc como -a familia média• major partc das lx•ssoas entende convençöes que subjazem a construçöes do tipo —a tat•c.tal média F. c impros%ivcl qLE esteiam enganadas em pcnsar que o de suicito ncla 'ontidu seja um termo de referência 'tal Porém, em outros casos, as pessoas podem mosto bem estar enganadas. Aqui é que Russell propôs a sua teo• para mostrar que nenhuma descnçåo (definida ou indefinida) é um termo de referencia genuino. A estrutura gramatical de sentenças que contem descnçóes n.10 de modo algum a sua estrutura tógicx De acordo com a teom (Ias de Russell. descriçöes sio quantificadores eostcnci:us disfarçados. Quando clas ocorrem cm senten• ç.ns do tipo - Um Fé G" c • O F é G • as descriçöes. embora termcx de sujeito gramaticais. nio saio termos stngutares genuinosu A estrutura lógica real de F é G - é capturada por (fi e Gs) (isto é. alguma cosa é tanto F quanto G) A estrutura lógica de - O F é G" é capturada por ax (Fx e (y) (se Fy cnt.lox y) G.x) (isto é, existe um x que é E e unicamente ele é F. Nas anitises resultantes, nio ocorrtm quaisquer termos referenciais singulares. somente quantificaçno (o quantificador existencial -existe' e o quantificador universal "para todo"), predscaçåo ("F • e • G") e identi• dade (- ) Nada corresponde "um F • ou a -o F- na análise. 'Assim. o que parece scr termo retercncial funciona logicamente como quantificador, c qu.mtificadorcs n.10 sio termos referenciais. Se eu digo "hi um homem careca na sala", nho estou me refenndo a nenhum ho• mem careca. embora essa sentença dita por mim seja verdadeira somen• tc sc alguém (qualquer um) na sala satisfaz a descriçlo. Sentenças quantificadas sio satisfeitas. ou por obtctos. Se Bill é o ómco ho- mcm careca existente no mundo. o tato de Bill ser careca torna verdadei• ra a sentença -alguém é careca- Mas se. em vez disso. Fred fosse o único homem careca existente no mundo. entio o tato de Fred ser careca tor. nana verdadeira a sentença "alguém é catrca- Em contraste, uma sen• tença que contenha termo singular gcnuíno é verdadeira ou falsa somente pelos estados c pelas açOcs do objeto de rvferencia, Como as coisas sio com respeito a outros objetos é irrelevante. Em acréscimo a essa teoria das descriçðes. Russell tinha uma outra e mais controversa tese: nomes próprios comuns sio descriçôes disfarçadas e, portanto, quantificadores dislarsados. A despeito das apas tencias, nomes própnos comuns sio termos singulares genuínos ou termos referenciais. Os únicos termos singulares genuínos såo os nomes logicamente própjios de Russell. os quais se rrfercm a itens mentais atuais infalivclmcnte conhecidos Portanto, a categoria gramatical dos termos de sujeito subdivide.se nos (poucos) termos referenciais genug. nos. c todos os demais sJo, enfim. classificados como quantificadores. Brian Garrett Este nlo é o lugar de julgar a íiloiorta da linguagem por —Russell em 1905. Sua teoria das descriçðes é ainda arnplumcnte aceito. embora nio seja incontroversa Sua teona segundo a qual os nomes comuns sio descriçðes disfarçadas é amplamente rejeitada (em grandc parte graças ao trabalho de Saul Kripke) O ponto de discuss.lo do • dc Russell aqui se divide em dois Pruncuo, CIC mostra como • podemos resistir à aJegaçio segundo a qual para cada termo dc sutcito • '-dcvecxistir um obicto correspondente evitando. a ontológica dc Mejnong Segundo. an afirmar quc nomes comuns c dcs coçðes sio quantificadores disfarçados. Ruswli dist•nguc gramática 'Ic bllidadc dc que -existe • — cumu cssa pal;nra ocvrrv por exemplo. cm ; - -•Ccorge Bush existc•. suFr•bomcrn nho e • tigres existem - — • 'P' sçrnbora gramauadrnente um predicado, dc fato uns quantillçador existencial disfarçado. "o auti AIDOSTtNCtA' Ao perguntar -O que é existenciar nosso é dcscobnr a natureza da existência. mas nosso método As. afirmativa verd.idc.ra. como • Ceor$e ßush cxiSte•u Cramaucahncntc. a forma sujeito, predicada A forma lógica de -Ccorgc Bush existc• onno parece Fa • George Bush- refere-se a George Uusli. o quadragésimo presidente dos Estados Unidos; -existe• refere.sc à propncdade existencta George • Bush tem a propricdade da exist&ncta. a priedade dc obictos annuns. an Lui" dc propriedades , • calvície. etc. Em uni" ctjncvpç50 diferente — a gramática de supcrflcic é ' predicado, mas um quanuncadoc forma lógica de um.' PIO. altura — • M' - e• n'O é Fa. mas (x Ceorxe Bush) (Isto é. um x que x dentico a George Oush)L Portanto. a existéncia uma prupncdadc -ú,deÇeorge Uusl' ou de qualquer outro obJcto comum e-•Meinong e McGinn. que acreditamna caistêncja de Obietos existentes. também defendem n concvpsio segundo a qual a csistëócia • Urna propriedade Isso nio é uma 0Jincidét"ia. Sc uma propriedade genúlna. é natural que alguns objctos possuem outros Sc a aistencia é uma propriedade genuína. seguc-sc alguns cxistcm e outros Estes ultimos sio os obietos náo•existentes. Por. tanto. a concepç50 segundo a qual a existência uma propriedade, as. snn como a conccpçåo libera/ de significado e referencia criticada na scs50 anterior. é compativel com n doutrina dos obietos Como decidiremos entre a concepçio da existência como proprie• dade e a sua concepç50 como quantificador? AJ Ayer escreveu certa vez que. se a concqsåo da existência como propnedade fosse vrrdadeira.- quc todas as proposiçOes cxtstenci'lis afirmativas senam- tautologtas. e todas as proposgçOes existenciais negativas seriam autocontraditónns- prgmcira alegaçåo dc Avcraccrta , o alvu Simplesmente que cx•stenci.a guio propricda• de pare" implica/ que, exemplo, -George Uuslt extste• uma tautolog•.i. Ccrtamcntc. sc se que todo nomc com significado rtfcre•se um objcto c que nio quaisquèr objetos nao•cxistcntes. cnuo de fato. a stgnttic.itividade do nome "Ceorge Bush" assegura que uma declaraçåo da sentença - George Bush existe • mio poderia deixar de ser verdadeira Mas a doutrino segundo qual a existencia uma priednde n50 dcsempenha nenhum papel aqui Há mais plausibilidade na segunda ateg.tçno de Aycr. conforme a qual. se n teoria da como propriedade fosse verdadeira, as pro•• posisðes existenci.lts negativas contraditórias Considere•se a sen• tença verdadeira - O supcr•homem n.50 cxjste• Segundo a teona da tencia como propncdade, - O super.homcm custe• tcm a forma lógica • • Fa- ( -a é F); portanto. • O super•ljumem n.50 extste• tem a mesma for• mn, somente com F - (n.10T) no lugar de - F- • F)a• Ca é — F). Toda sentença que tcnlja essa forma está sujeita regra da generalizaçåo existencial de (— que Fx) (isto é . extste um x que é nho•F) Assim, segundo conceps50. da serdadc de • O supcr•hometn n.10 custe • que ,11gum.i que n.10 existe E isso. conto Ayer corretmnente afirma. contraditório. É modo pelo qual 'untr.uljçåo podc scr cvltadx Se, existem ubjctos ent5u rvgra generalizaçåo existencial falha. De acordo com os que afirmam n existencia dos nao.xistentes. da verdade de "Fa- nós somente podemos infenr 'alguma coisa é -algu• ma coisa é F- n.50 implica um objetoqucé F- Consequentemente. de super.homem n.io existe- nós estamos autonzados n inferir te -existe alguma coisa que nio existc•- para os defensores dos nio.çxis-*$ tentes, isso nåo é uma wntradlçåo: uma verdade! Muitas coisas nio possuem a pjvpriedade da existência. e o super-homem uma delas. Contudo, a tese segundo a qual extstem objctos nao.cxistcntes é dificil dc acritar Primeiro. F'feitamente tolo acreditar que Gárrttt de Objetos que nio exutcmu Segundo. os defensores dos 030. ëxl'tèntes devem afirmar que as expressOcs -alguns- e -existem • náo 'fiñfrljcam existência. Ou Eta, as sentenças • alguns Fs 'Au G - c -existem G• sio tomadas 050 implicando a alegaçt'f' que de existem que todos Fs que osj'Io•G'áIsso é dificil de acreditar Terceiro. ñomci rpfcrcm (ou oblctos existentes ou nåo-cxntentcs) - especial. no caso de um nome tal como • Vulcano- O astrono• Jean Leverrier introduziu o nome Vukano• p.xra no pl.sne. entrc•McrcOrjo c o Sol, cuia presença .astrOnOmtcas, a ser demonstrado que é paradigmático dc • 4a existência pmpricd•de i.'lr como quantjncador sustenta. Segundo última. a sentença f;' ýmcm) • O surcr•homcm (ou seja, nåo n50 é existe' o caso é que traduzjd.' existe conto tal .e ••sgupcr•homern). Infelizmente. pela regra da demos Inferir ax (x • y). oque uma cuntraliist.o que 0 chamado problema dos existencjni. C um î.todos Como podemos reconhecer dc - ( ) nos própnos, ou dos nåo.cxlstcntc.? Existe matro modo de decidir duas • asmo propriedade ou como I 'uns locam•se. favor da concepç50 quantilicuoonat Primeiro. 'citamos a doutrina dos obictos alegada propriedade da Na '10s uma propriedade dc tudo. A nuda falta a -á . Contudo. ela e propriedade mente, cle nao pudessc ter ncnhuma t. postulaç50 de tal propriedade ociosa. Segundo. mesmo os defensores du pro=ade concordam que as sentenças sorneråte pensam que a última sentença 050 idêntico ao demonstrí' par.' A Ilido posto na balança, concepçåo quantificacional é malg plaus(• vcl do que tcorla da cxlitencln como propricdndc. E, no releitnr ena ultima. deveríamos também rejeitar o pecado mais engenhoso; a doutrina dos Objetos n50•existentes e a conccpsno dc que todos o' nð•. mcs c descrlØc' 'iglnificntiws referem. OOStRVAÇCtS FINAIS Neste capltulo. fomos gcnctosos doutnna do realis•nto do com Alguns isso estranho• nio sio doutrinai igualmente c igunlmcntc Talvez n.10 HA coisas a serem ditas • favor do rcall•mo modal Lle explica a verdade das nossaj c questOcs relativas n por que O nosso mundo c Xi'te. as quais, dc outro modo, pcrntancécliam obsojrns. Porém. exceto • o lato dc torncccr como dc sentenças comu "O 050 existe- hi nada n scr dito cm favor da doutrina obictos n,lo.existcntes. disso, questionamos das motivosðcs para aceitar a cxi'. (Cncia de objctos n.%o.cxjstentc' a doutrina segundo a qual o 'ignlflca• do implica a ia c tese de objetos C considcl'tçtws para negar scgungla outsrðcs tSTUOO existência uma mostrou•no• o modo de negar a scçfio anterior dcram•nog ta lógica a primeira), EntAo. o que obtido. disso, A uma 'IC Vilto. LEITURAS ntCOHtNOAOAS e oícmv filosofia daque postulaçio da existencia como uma das de George T' rol observado. cla.nlo tem nenhuma •dmitir• análise quanoncacional por raziw•s dc
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