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Administração de Departamento Pessoal Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. José Carlos Pereira Almeida Revisão Textual: Profa. Ms. Magnólia Gonçalves Mangolini 5 • Introdução • Salário • Encargos Sociais Mais uma unidade se inicia, e com ela novos conteúdos. Na unidade II iniciaremos o estudo da folha de pagamento. Nesta primeira parte, veremos a definição de folha de pagamento e as diversas formas de pagamento de salários que podem existir. Não menos importante, conheceremos os encargos sociais que garantem aos empregados diversos benefícios a partir de uma contribuição mensal, seja este descontado do empregado (INSS) ou, ainda, custeado integralmente pelo empregador (FGTS). Estudaremos ao final o IRRF, desconto este feito diretamente na fonte dos trabalhadores que possuam rendimentos tributáveis acima do valor determinado pela Receita Federal. Inicialmente, leia o conteúdo teórico, que mostrará de forma teórica e prática todo o assunto citado acima. Posteriormente, acesse a parte de contextualização, onde haverá uma narrativa interessante sobre uma empresa que, apesar de calcular corretamente o salário dos empregados, não se preocupava em documentar a folha de pagamento. O próximo passo será realizar as atividades de sistematização e aprofundamento, para treinamento e aplicação do conteúdo estudado. Desejando obter um conhecimento maior sobre o assunto, consulte os materiais complementares, que lhe ajudará a agregar maiores conhecimentos sobre o assunto. Organize-se e bons estudos! · Bem vindo a Unidade II – Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF, da disciplina Administração de Departamento Pessoal. · Nesta unidade teremos a oportunidade de conhecer, tanto na teoria, como na prática, as diversas formas de pagamento de salários, além dos encargos sociais (INSS e FGTS) e o IRRF. · Aprecie o conteúdo apresentado, pois, além de interessante, é um dos mais importantes da nossa disciplina. Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF • Imposto de Renda – IRRF 6 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF A empresa XYZ é muito correta com relação aos seus empregados. Não permite que os mesmos trabalhem sem registro em carteira, efetua todos os pagamentos de salários dentro dos prazos previsto em Lei, assim como mantém o setor de departamento pessoal sempre pronto para esclarecer quaisquer tipos de dúvidas que possam existir. Conforme a empresa começou a crescer, percebeu-se a necessidade de implantar um departamento interno de auditoria, para verificar todas as irregularidades dos setores em geral. Logo no primeiro mês, notou-se que apesar de nunca haver nenhum tipo de reclamação, o departamento pessoal possuía uma grande falha com relação a seus arquivos. Há aproximadamente dois anos não era gerada a parte documental das folhas de pagamento, ferindo gravemente a Lei 8.212/91, que obriga a sua elaboração, seja de forma manuscrita ou através de processos mecânicos ou eletrônicos. Nesta situação, qual a melhor medida a ser tomada? Todas as empresas, independente do seu porte, ramo de atividade ou até mesmo quantidade de empregados, deve manter um arquivo das folhas de pagamentos, por no mínimo 35 anos. Seja para seu controle interno, como também para fiscalizações que podem existir. É imprescindível que no caso acima, a auditoria, juntamente com o departamento pessoal, verifiquem de que forma foram pagos os salários de todos os trabalhadores da empresa, gerando, a partir daí, toda a documentação necessária, que anteriormente não havia sido elaborada. Para evitar o acúmulo de papel, as folhas podem ser arquivadas digitalmente, sendo impressas quando solicitado por órgãos fiscalizadores ou quando necessárias em processos trabalhistas. Contextualização 7 Conforme vimos na unidade anterior, toda relação de trabalho se inicia quando duas partes (empregado e empregador) celebram um contrato de trabalho. Um dos requisitos indispensáveis para que este acordo exista é a onerosidade - pagamento de salário ao funcionário, pelo serviço prestado à empresa. Este salário é calculado através de uma Folha de pagamento, que é um documento obrigatório, conforme Lei 8.212/91, em seu art. 32, inciso I, em que devem constar os seguintes dados: Do empregador: • Razão Social; • CNPJ ou CEI; • Endereço completo; • Inscrição Estadual, caso não seja isenta. Do empregado: • Nome completo; • Cargo desempenhado; • Salário; • Forma de pagamento (como veremos a seguir); • Documentação do empregado. Toda folha de pagamento deverá conter ainda a competência a qual se refere os vencimentos e os descontos mensais, que criarão uma espécie de divisão da mesma. Os proventos, também chamados de vencimentos, são os valores a receber pelo empregado, tais como: salário, horas extras, adicional noturno, descanso semanal remunerado, adicional de periculosidade ou insalubridade, salário família, ajuda de custo, gratificações, entre outros. Os descontos são os valores a abater dos vencimentos pagos. Estes podem ser: previdência social – INSS, imposto de renda retido na fonte – IRRF, contribuição sindical, assistencial, confederativa ou associativa, adiantamentos, empréstimos, seguros, faltas, atrasos, entre outros. Antes de iniciar os cálculos, o empregador deverá definir quais serão as datas de pagamento dos salários. Poderá optar pelo final do mês, ou ainda quinto dia útil, que é a data limite permitida pela legislação atual. Isto porque esta opção influenciará no período de apuração do imposto de renda, como veremos mais abaixo. Introdução 8 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Por se tratar de um documento obrigatório, a empresa deverá manter as folhas de pagamento arquivadas e a disposição daqueles que necessitem de informações importantes, estes podem ser auditorias internas e externas, ou órgãos fiscalizadores, tais como Ministério do Trabalho, Previdência Social e outros. De acordo com a CLT, salário é toda contraprestação de serviço, devida e paga pelo empregador ao seu empregado. De todos os proventos pagos ao empregado, o salário é aquele que efetivamente compõe a remuneração. Este pode ser pago de diversas formas, seja por mês, por tarefa, por comissão, porém antes de entendermos os tipos mais comuns de salários, necessitamos conhecer o funcionamento da jornada de trabalho. Jornada de Trabalho A jornada de trabalho é estabelecida pelo art. 58 da CLT, e também pelo inc. XIII, do art. 7º, da Constituição Federal. Esta corresponde à quantidade de horas diárias, semanais ou mensais trabalhadas pelo empregado. Pela legislação vigente, a carga horária diária não poderá ser superior a 8 horas; as semanais, 44 horas; e as mensais, 220 horas. Para algumas funções específicas, tais como digitadores, atendentes de telemarketing e telefonistas, por exemplo, a carga horária diária nunca poderá ultrapassar 6 horas. Exceções somente serão consideradas aos empregados que na admissão celebraram acordo de prorrogação de horas, em que poderão trabalhar além do limite diário estabelecido, ultrapassando no máximo duas horas, que serão remuneradas como extraordinárias. Formas de pagamento Considerando que a carga horária máxima permitida pela legislação é de 220 horas mensais, podemos diferenciar as formas de pagamento, como segue: • Mensalistas – É a forma de pagamento mais utilizada atualmente. Acorda-se um valor fixo ao mês, considerando sempre o período de 30 dias de trabalho. Podemos observar que mesmo em meses como fevereiro ou maio, que possuem 28 dias e 31 dias, respectivamente, o mensalista ganhará o mesmo valor fechado de 30 dias. Salário 9 Quando da contrataçãoou demissão do empregado, o salário mensal deverá ser pago proporcionalmente. Exemplos: 1) Mensalista - proporcional Salário: R$ 1.000,00 por mês Admissão: 10/04/2012 • Salário do mês de abril: => 21 dias de trabalho => R$ 1.000,00 / 30 => R$ 33,33 x 21 dias => R$ 700,00. 2) Mensalista – integral Salário: R$ 1.000,00 por mês Admissão: 10/04/2012 • Salário dos demais meses: => Considerar sempre 30 dias trabalhados, ou seja, um salário de R$ 1.000,00. • Horistas – Comumente utilizada para empregados relacionados com a área produtiva de empresas industriais, é o pagamento efetuado pelas horas trabalhadas no mês, acrescido do descanso semanal remunerado (domingos e feriados). Sempre deverá ser observado o limite da jornada de trabalho de 220 horas, sendo que, neste caso, poderá haver variações conforme a quantidade de dias no mês. Exemplo: Salário: R$ 6,50 por hora Horário diário: 7 horas e 20 minutos por dia Atenção Observação importante: Para efetuar o cálculo de horistas, devemos converter os minutos relógio para minutos centesimais, aplicando a seguinte fórmula: 10 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF “Total de minutos x 1,666666...” Isto porque uma hora centesimal equivale a 100, enquanto uma hora relógio equivale a 60. Ao dividirmos 100 por 60, obtemos o coeficiente 1,66666..., utilizado na fórmula acima. Neste caso, temos 20 minutos, e obtemos: => 20 x 1,666666 = 33,33 minutos centesimais. • Salário do período: 25 dias trabalhados, sendo 7,3333 h por dia => 7,3333 h x 25 dias => 183,33 h x R$ 6,50 => R$ 1.191,66 • Descanso semanal remunerado: 5 domingos e 1 feriado, sendo 7,3333 h por dia => 7,3333 h x 6 dias => 44 horas x R$ 6,50 => R$ 286,00 • Total a pagar => R$ 1.191,66 + R$ 286,00 => R$ 1.477,66 • Comissionistas – Aplicado principalmente para vendedores e gerentes em empresas comerciais. Neste tipo de pagamento é acordado um percentual sobre o valor dos produtos vendidos, ou ainda sobre o faturamento do estabelecimento. Também possui o acréscimo do descanso semanal remunerado. Exemplo: Percentual estabelecido de 4% de comissão sobre suas vendas no mês Total de vendas em Outubro => R$ 51.500,00 • Salário do período: R$ 51.500,00 x 4% => R$ 2.060,00 • Descanso semanal remunerado: Considerando que no mês de outubro houve 26 dias úteis, 4 domingos e 1 feriado => R$ 2.060,00 / 26 => R$ 79,23 x 5 (domingos + feriado) => R$ 396,15 • Total a pagar => R$ 2.060,00 + R$ 396,15 => R$ 2.456,15 11 • Tarefeiro – Neste tipo de pagamento, o empregador estipula um valor fixo para cada tarefa que será realizada, efetuando o pagamento após sua conclusão. O descanso semanal remunerado também é devido para os trabalhadores tarefeiros. Exemplo: Salário: R$ 15,00 por tarefa concluída • Salário do período: - 1ª semana => 10 tarefas realizadas => 10 x R$ 15,00 => R$ 150,00 - 2ª semana => 50 tarefas realizadas => 50 x R$ 15,00 => R$ 750,00 - 3ª semana => 60 tarefas realizadas => 60 x R$ 15,00 => R$ 900,00 - 4ª semana => 20 tarefas realizadas => 20 x R$ 15,00 => R$ 300,00 - Sub-Total => R$ 2.100,00 • Descanso semanal remunerado: - 1ª semana => R$ 150,00 / 6 dias trabalhados => R$ 25,00 - 2ª semana => R$ 750,00 / 6 dias trabalhados => R$ 125,00 - 3ª semana => R$ 900,00 / 6 dias trabalhados => R$ 150,00 - 4ª semana => R$ 300,00 / 6 dias trabalhados => R$ 50,00 - Subtotal => R$ 350,00 • Total a pagar => R$ 2.100,00 + R$ 350,00 => R$ 2.450,00 • Diaristas – Bastante utilizado para o pagamento de empregados domésticos, uma vez que o funcionário, neste tipo de contratação, não trabalhará, necessariamente, todos os dias do mês para o empregador. Exemplo: Salário: R$ 24,00 por dia Trabalhou nos dias 12/02, 15/02, 22/02 e 28/02 Salário do período: 4 dias de trabalho => R$ 24,00 x 4 dias => R$ 96,00. 12 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF • Docente – É o pagamento efetuado a professores. Além do salário base, que pode ser definido por mês ou por hora-aula, possui um acréscimo de 5% de adicional de hora atividade. Este valor é devido, uma vez que os docentes necessitam de um tempo fora das aulas para preparar e desenvolver aulas, efetuar correções de atividades, entre outros. Quando não é mensalista, possui direito ao descanso semanal remunerado. Exemplos: 1) Docente mensalista Salário: R$ 1500,00 por mês • Salário do período: => R$ 1.500,00 + R$ 75,00 de adicional hora atividade (5% de R$ 1.500,00) => R$ 1.575,00 2) Docente aulista Salário: R$ 20,00 por hora aula Considerando como base de cálculo 4,5 semanas por mês e 15 horas-aula aplicadas por semana • Salário do período: => R$ 20,00 x 15 aulas semanais x 4,5 semanas no mês => R$ 1.350,00 => R$ 1.350,00 + R$ 67,50 de adicional hora atividade (5% de R$ 1.350,00) => R$ 1.417,50 => Descanso semanal remunerado => R$ 1.417,50 / 6 => R$ 236,25 => Total a pagar => R$ 1.417,50 + R$ 236,25 => R$1.653,75 Formas de pagamento em contratos de trabalho diferenciados Autônomo Muitas empresas, em determinados momentos, necessitam contratar mão de obra especializada para realização de determinadas funções que não necessariamente estão relacionadas com a atividade fim da mesma. Em outros casos ainda esta mão de obra é necessária para cargos eventuais, que não justificam a manutenção de funcionários efetivos. 13 Para estas situações, são procurados trabalhadores autônomos que, até certo ponto, geram uma redução dos custos da organização. Sua remuneração é fixa, paga conforme o serviço prestado, havendo os descontos normais de Previdência Social – INSS e também de Imposto de renda – IRRF, de acordo com o valor recebido. Devido ao desconto de INSS, será garantido os mesmos os benefícios de aposentadoria, auxílios por doença ou acidente, entre outros. Estagiário O estagiário, quando contratado, não recebe salário como remuneração, mas sim um auxílio educacional, que diferentemente dos empregados contratados por CLT, não possuem um piso mínimo garantido. Normalmente, sua remuneração é definida pela média de mercado, conforme as funções que realizará e o curso escolhido. Neste auxílio não poderá haver nenhum tipo de desconto, com exceção apenas para faltas e atrasos, que pressupõem o não cumprimento integral, por parte do estagiário, das obrigações estabelecidas no Contrato de Estágio. A concessão do Vale Transporte é compulsória, exceto nos casos de estágio obrigatório. Havendo o pagamento deste benefício, a empresa deverá se atentar que na legislação de estágio não há nenhuma especificação sobre quanto poderá ser desconto da remuneração do estagiário. Pró-labore Pró-labore é uma forma de salário pago ao sócio de uma empresa pelo serviço por ele prestado. Seu pagamento é feito com base em duas variáveis: a capacidade financeira da empresa e a média paga pelo mercado de trabalho para a função que será desempenhada pelo sócio. Por este motivo, os valores poderão variar todos os meses, tanto para maior, quanto para menor. Para garantir aos sócios o direito desta retirada de pró-labore, deverá ser fixada em contrato social, cláusula específica que trate do assunto. 14 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Previdência Social – Parte do segurado Previdência Social ou INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é o órgão responsável pela arrecadação de contribuições pagas pelos trabalhadores. Em contrapartida, também é o responsável pelo pagamento de diversos benefícios, sendo os principais: • Aposentadoria (seja por idade, tempo de contribuição etc.); • Auxílio Doença; • Auxílio Acidente; • Auxílio reclusão; • Pensão por morte; • Salário Maternidade;• Salário Família. Os benefícios acima citados nada mais são que uma forma de garantir aos empregados uma fonte de renda tanto para si, quanto para sua família, caso ocorra algum tipo de perda da capacidade laborativa, seja por um prazo curto de tempo, como por tempo indeterminado ou permanente. Para estar filiado à Previdência Social, basta ser registrado em carteira, contribuindo como empregado. Os autônomos e sócios de empresa com retirada de pró-labore também poderão contribuir como contribuintes individuais. Estudantes, donas de casa ou até mesmo desempregados que possuam alguma renda, poderão efetuar o recolhimento como facultativos. Cumprindo mensalmente com este dever, ganham o direito a todos os benefícios listados acima. O cálculo das contribuições é feito conforme tabela específica, que altera anualmente, conforme os reajustes de salário mínimo. Abaixo, a tabela atualmente utilizada: TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2012 Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) até 1.174,86 8,00 de 1.174,87 até 1.958,10 9,00 de 1.958,11 até 3.916,20 11,00 Portaria nº 02, de 06 de janeiro de 2012 Fonte: Ministério da Previdência Social Encargos Sociais 15 Seguem alguns exemplos de como utilizar a tabela acima: 1) Remuneração de funcionário mensalista - R$ 1.300,00 Salário R$ 1.300,00 x 9% = R$ 117,00 Neste caso o empregado receberia: Salário R$ 1.300,00 ( - ) INSS R$ 117,00 Líquido R$ 1.183,00 2) Retirada de pró-labore mensal – R$ 5.000,00 Pró-labore R$ 3.916,20 x 11% = R$ 430,78 Neste caso o sócio receberia: Salário R$ 5.000,00 ( - ) INSS R$ 430,78 Líquido R$ 4.569,22 3) Autônomo – valor da prestação de serviço – R$ 800,00 Prestação de serviço R$ 800,00 x 11% = R$ 88,00 Tanto para o autônomo, como para o pró-labore, a alíquota de contribuição será 11%, pois se tratam de contribuintes individuais. Neste caso o autônomo receberia: Salário R$ 800,00 ( - ) INSS R$ 88,00 Líquido R$ 712,00 Atenção Observar que não se aplica 11% sobre a retirada de R$ 5.000,00, uma vez que o teto de contribuição, conforme a tabela, é R$ 3.916,20. 16 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Antes de gerar a GPS (Guia da Previdência Social, utilizada para todos os pagamentos relacionados à INSS), deverão ser observados os códigos de recolhimento, a fim de evitar o pagamento incorreto. O vencimento desta contribuição será sempre dia 20 do mês seguinte ao da competência gerada. Previdência Social – Parte Patronal As empresas que não são enquadradas no regime do Simples Nacional deverão efetuar outros recolhimentos à Previdência Social, conforme a sua atividade econômica e seu enquadramento no CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica). Pelo CNAE, a empresa poderá identificar o seu respectivo código FPAS e também os percentuais de contribuição para o financiamento de aposentadorias especiais e dos benefícios decorrentes de riscos ambientais do trabalho (que são mais conhecidos como RAT). Estes estão previstos no inc. II, do art. 22, da Lei 8.212/1991. Abaixo, alguns exemplos de atividade, conforme o Anexo I – Tabela I: ANEXO I - TABELA 1 CNAE GILRAT FPAS Descrição da atividadeFG até 31/12/09 FG a partir de 1º/01/10 4645-1/01 1,00% 1,00% 515 Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios 4645-1/02 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de próteses e artigos de ortopedia 4645-1/03 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de produtos odontológicos 4646-0/01 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria 4646-0/02 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de produtos de higiene pessoal 4647-8/01 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria 4647-8/02 1,00% 3,00% 515 Comércio atacadista de livros, jornais e outras publicações 4649-4/01 1,00% 2,00% 515 Comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico Pelo FPAS das empresas que atuam nos ramos de atividade acima (515), deverão contribuir ainda com 20% da parte patronal, além de 5,8% relativo a outras entidades, também chamada de terceiros, conforme pode ser observado abaixo: FPAS 515 Alíquotas - contribuição sobre a remuneração de segurados (pessoal permanente): Previdência Social:......20% Código terceiros.........0115. GILRAT:.......................3% Salário-educação:..2,5% Incra:......................0,2% Senac:.....................1,0% Sesc:..............….....1,5% Sebrae:...................0,60% Total Terceiros:......5,8% 17 Segue exemplo dos valores que seriam recolhidos, caso uma empresa se enquadrasse no CNAE 4647-8/02 e possuísse um empregado com salário de R$ 1.000,00: Parte do segurado R$ 1.000,00 x 8% => R$ 80,00 Parte patronal R$ 1.000,00 x 20% => R$ 200,00 Parte de terceiros R$ 1.000,00 x 5,8% => R$ 58,00 Parte RAT R$ 1.000,00 x 3% => R$ 30,00 Total a recolher => R$ 368,00 Muitas empresas acabam optando por manter funcionários sem registro, ou ainda deixando de efetuar novas contratações por conta desta carga tributária extremamente elevada. FGTS O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – atualmente de responsabilidade da Caixa Econômica Federal) é uma reserva que foi criada pelo Governo Federal desde 1967, com a finalidade de manter um fundo de amparo aos trabalhadores que sejam demitidos sem justa causa. Além desta finalidade, o FGTS também possui como objetivo: • Oferecer aos trabalhadores certa estabilidade junto à empresa, uma vez que ao serem demitidos, será devido uma multa equivalente a 50% do total de seu FGTS já depositado; • Criar uma poupança que poderá posteriormente ser utilizada para aquisição de imóvel; • Formar um fundo de recursos ao Governo, que poderá financiar programas diversos voltados à habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana. O custo deste recolhimento é da empresa, sem participação do trabalhador, e equivale a 8% do salário dos empregados, incluindo adicionais diversos (horas extras, adicional noturno, descanso semanal remunerado, entre outros). Podem ser participantes do FGTS empregados domésticos e até mesmo diretores não empregados, conforme opção do empregador. O seu recolhimento será sempre no dia 7 do mês subsequente ao da competência gerada. Recaindo em dias não úteis, deverá ser antecipado. 18 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF O imposto de renda é devido por toda pessoa física, residente e domiciliada no país, que receba quaisquer tipos de rendimentos tributáveis. Seu cálculo é efetuado conforme a tabela abaixo: Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.637,11 - De 1.637,12 até 2.453,49 7,5 122,78 De 2.453,50 até 3.271,37 15,0 306,80 De 3.271,38 até 4.087,64 22,5 552,15 Acima de 4.087,65 27,5 756,53 Dedução por dependente 164,56 Fonte: Receita Federal do Brasil Para a inclusão de dependentes, o contribuinte deverá comprovar, por meio de certidão de nascimento, certidão de casamento, termo de guarda e responsabilidade ou outro documento equivalente, a dependência econômica desta pessoa. Segue exemplo do cálculo para um empregado que recebe R$ 3.500,00 mensal, com dedução de 2 dependente. => R$ 3.500,00 x 11% => R$ 385,00 (INSS, conforme vimos acima) => R$ 3.500,00 – R$ 385,00 (INSS) – R$ 164,56 (dependente 1) – R$ 164,56 (dependente 2) => R$ 2.785,88 (base de cálculo onde aplicaremos a tabela) => R$ 2.785,88 x 15% (conforme tabela IRRF) => R$ 417,88 – R$ 306,80 (parcela a deduzir,conforme tabela IRRF) => R$ 111,08 Imposto de Renda – IRRF Informação Observação: O desconto de INSS também é utilizado para abatimento na base de cálculo do IRRF. 19 As empresas deverão estar muito atentas quando da emissão do DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal, utilizada para recolhimento do IRRF), pois o seu período de apuração está diretamente ligado à data de pagamento dos salários e ao tipo de regime adotado pela contabilidade. Os regimes que podem ser adotados são o de competência e de caixa. No regime de competência, os custos ou as despesas são reconhecidas na competência em que ocorrem, independentes da data de pagamento ou recebimento. Já no regime de caixa, o reconhecimento ocorre na ocasião do efetivo pagamento, independente de quando o fato gerador se originou. Desta forma, a organização, desde o princípio, deverá determinar o tipo de regime a utilizar e a data de pagamento dos salários (último dia do mês ou quinto dia útil do mês seguinte), uma vez que estes serão determinantes para o período de apuração do imposto e seu respectivo vencimento. Em exemplo, uma empresa que optar por efetuar os pagamentos de salário no último dia do mês, utilizando-se ainda do regime de competência, seu período de apuração será o próprio mês do fato gerador, sendo o vencimento do DARF no dia 20 do mês subsequente. Optando pelo regime de caixa e pagamento no quinto dia útil, o período de apuração será o mês seguinte ao fato gerador, com vencimento também no dia 20, porém do mês subsequente ao do período de apuração utilizado. Recaindo o vencimento em domingos ou feriados, o pagamento deverá ser antecipado. 20 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Caso queira se aprofundar sobre os assuntos relacionados com o conteúdo desta unidade, seguem algumas sugestões de site: Boa pesquisa! Material Complementar Explore O site do Ministério da Previdência Social (www.mpas.gov.br) é o ideal para conhecer todos os tipos de benefícios oferecidos pelo referido órgão. Nele também é possível visualizar a tabela de contribuição do ano vigente e de anos anteriores, além de efetuar simulações de cálculo de GPS e até mesmo a impressão da guia com o valor original, ou caso esteja em atraso, com multa e juros. Sobre FGTS, o site da Caixa Econômica Federal (www.caixa.gov.br) é o mais recomendado sobre o assunto. Em um local específico do site, fala-se sobre o surgimento do FGTS, seus objetivos e a maneira correta de efetuar o saque, seja através de rescisão sem justa causa, ou aquisição de imóvel, entre outros. Já no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) é possível efetuar buscas por legislação pertinente ao Imposto de Renda Retido na Fonte. Nele também encontramos informações sobre a tabela utilizada para cálculo do imposto. 21 Referências http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acessado em 19/01/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5553.htm. Acessado em 19/01/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acessado em 19/01/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acessado em 19/01/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6019.htm. Acessado em 19/01/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L2959.htm. Acessado em 19/01/2012. 22 Unidade: Folha de Pagamento – Salários, encargos sociais e IRRF Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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