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Aula 1 - A Ciência Política

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A CIÊNCIA POLÍTICA
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OBJETIVOS
Geral
Discorrer sobre a cientificidade da Ciência Política.
Específicos
Definir ciência.
Entender a CP no contexto das demais ciências.
Analisar a CP em seus vários prismas.
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SUMÁRIO
Introdução.
Conceitos e divisão da ciência.
As duas ciências.
A Ciência Política.
Os prismas analíticos da CP.
Considerações finais.
Bibliografia.
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INTRODUÇÃO
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REFLEXÕES SOBRE O CAPÍTULO 1 
DA OBRA CIÊNCIA POLÍTICA, 
DE PAULO BONAVIDES.
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ANTES:
Algumas definições importantes.
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Cognoscitivo
O mesmo que cognitivo (faculdade ou capacidade de conhecer).
Gnosiologia
Parte da filosofia que estuda as bases do conhecimento humano.
Racionalismo
Visão que enfatiza a razão humana e sua capacidade para responder as questões básicas.
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Escolástica
Ensino filosófico próprio da Idade Média ocidental, fundamentado na tradição aristotélica e inseparável da teologia, cujo ponto máximo de elaboração foi o tomismo.
Tomismo
Conjunto de doutrinas teológicas e filosóficas de Santo Tomás de Aquino.
Patrística
Conhecimento da vida e das obras dos Padres da Igreja.
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Conceito de ciência
Duas correntes filosóficas: 
escolástica X filosofia kantista.
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Aristóteles: “tinha por objeto os princípios e as causas”.
Wolff: “o hábito de demonstrar acertos, isto é, de inferi-los, por consequência legítima, de princípios certos e imutáveis”. 
Kant: “tudo o que possa ser objeto de certeza apodítica” ( ... ) “toda série de conhecimentos sistematizados ou coordenados mediante princípios”.
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“Tomada de determinada ordem de fenômenos, em cuja pluralidade se busca um princípio de unidade, investigando-se o processo evolutivo, as causas, as circunstâncias, as regularidades observadas no campo fenomenológico”. (Bonavides, id. p. 26)‏
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A concepção positivista de ciência
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Segundo a valoração positivista, a ciência está acima da filosofia, uma vez que esta se confunde com a metafísica.
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Ficção
Metafísica
Ciência
As ciências superiores e as ciências inferiores
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Naturalistas “versus” idealistas.
O papel de Dilthey.
	
A revisão crítica da teoria da ciência (relativismo e marxismo).
As ciências da natureza e as ciências da sociedade.
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Windelband:
Ciências das leis e ciências da experiência.
Ciências nomotéticas (naturais) e ciências idiográficas (históricas).
O ponto em comum: partem da mesma premissa (mesmo ponto lógico de partida: as experiências, os fatos da percepção).
O ponto de distanciamento: na consideração gnosiológica (referente ao conhecimento) e axiológica (referente aos valores) dos fatos.
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Rickert:
Ciências da natureza e ciências da cultura.
Retoma de Windelband a distinção entre ciências nomotéticas e ciências idiográficas, visto que concordava com o fato de que as diferenças entre as ciências deveriam ser buscadas não no conteúdo, mas, no método, isto com o objetivo de auxiliar na construção lógica do conhecimento a partir de uma teoria da formação de conceitos.
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O que diz Bonavides:
Pode-se, a partir dos trabalhos destes autores, falar com mais segurança em dois mundos distintos: o da natureza e o da sociedade. 
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No primeiro: 
Leis naturais, fixas, permanentes, eternas, imutáveis com toda a inviolabilidade do determinismo físico-mecânico; mundo da homogeneidade; conservação, certeza, uniformidade, repetição; basta um fenômeno para levar à lei geral, um exemplar da série para conhecer-se toda a espécie.
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No segundo: 
Imperam as mudanças, as diferenciações, o desenvolvimento; o mundo da heterogeneidade; rege a infinita diversidade, a probabilidade, o desenvolvimento a teleologia (estudo dos fins humanos); tudo se passa de modo distinto e cada fenômeno é, em si mesmo, uma espécie, algo irreversível que, nunca irá se repetir.
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PROBLEMAS DA CIÊNCIA POLÍTICA
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A Ciência Política e as dificuldades terminológicas
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As variações semânticas (democracia, Estado, etc).
Ciência do Estado, a primeira das ciências (Hegel).
As alterações institucionais.
As condições difíceis e inseguras quanto ao esclarecimento dos fenômenos políticos (sociais).
Variações locais e temporais dos regimes políticos.
A ausência na Ciência Política de leis fixas, uniformes e invariáveis.
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A impossibilidade do cientista de livrar-se do juízo de valor.
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Podemos analisar a Ciência Política sob três prismas, muito bem explicados por Paulo Bonavides:
Prisma filosófico
 Prisma sociológico
 Prisma jurídico
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PRISMA FILOSÓFICO
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O caráter do “ser” e o do “dever ser”.
O caráter especulativo dos estudos políticos formou-se na Grécia antiga.
Na Europa medieval a filosofia se entrelaça à teologia ao especular sobre os temas políticos.
Nos tempos modernos e na contemporaneidade, o prestígio da filosofia (análise filosófica) sempre esteve presente nas obras sobre política, mesmo esta já sendo considerada uma ciência autônoma. 
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Em sentido lato, a CP tem por objeto o estudo dos acontecimentos, instituições e idéias políticas, nos sentidos teórico e prático, referentes ao passado, ao presente e às possibilidades futuras.
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A teoria política jamais poderá prescindir dos grandes referenciais da filosofia, especialmente aqueles que se destacaram desde a antiguidade clássica até a contemporaneidade.
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“A Filosofia conduz para os livros de Ciência Política a discussão de proposições respeitantes à origem, à essência, à justificação e aos fins do Estado, como das demais instituições sociais geradoras do fenômeno do poder, visto que nem todos aceitam circunscrevê-lo apenas à célula máter, embriogênica, que no caso seria naturalmente o Estado, acrescentando-lhe os partidos, os sindicatos, a igreja, as associações internacionais, os grupos econômicos, etc”. 
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PRISMA SOCIOLÓGICO
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Analisando a sociologia política de Max Weber, percebe-se como um dos pontos altos o estudo do Estado, abrindo um capítulo de fecundos estudos sobre a política científica.
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O que estuda a política científica 
(relação com a Sociologia Política):
Administração pública, racionalização do poder (influência dos atos legislativos e a força do parlamento) e formas legítimas de autoridade;
Legitimação das bases sociais em que o poder repousa;
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Influência e natureza do aparelho burocrático; 
- Regime político e Partidos políticos (essência, organização, técnica de combate e proselitismo [empenho ativista de converter], liderança e programa).
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Oppenheimer:
Traçou o roteiro entre a trajetória do Estado de conquista ao Estado de cidadania livre.
O fim do Estado será sua diluição no automatismo da sociedade futura (inspiração marxista?).
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Vierkandt:
O Estado como parte da luta pelo poder na sociedade moderna (classista);
Os Partidos como representações de interesses;
Tendências e movimentos reformistas do século XX (relações de trabalho, educação, etc...).
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Mannheim:
Mostra uma relação muito profunda entre a Sociologia e a CP.
Em matéria sociológica escreve interessantes capítulos sobre a CP:
- Reconstrução social;
- Interpretação e diagnósticos dos momentos críticos da democracia;
- Análise dos conceitos políticos; e
- Estimativas sobre planificação, liberdade e poder.
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PRISMA JURÍDICO
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A CP tem sido objeto de estudo que a reduz ao Direito Político, um simples corpo de normas.
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Kelsen:
Constrói uma TGE, onde leva às últimas consequências, no estudo da principal instituição geradora de fenômenos políticos. O Estado é absorvido pelo Direito.
O Estado será entendido
à medida que o Direito for entendido.
A força coercitiva do Estado significa o grau de eficácia da norma jurídica.
Situa em relação de identidade o Direito e o Estado. “Todo Estado é Estado de Direito”.
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Corrente mais moderada de publicistas franceses:
Preocupam-se mais com os aspectos jurídicos da CP e menos com os aspectos filosóficos e sociológicos, com menos radicalidade do que Kelsen. Este reduziu o Estado a considerações exclusivamente jurídicas.
Fazem da TGE um apêndice ao Direito Público (Direito Constitucional).
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Tendências contemporâneas para o tridimensionalismo
Hans Nawiasky:
- A TGE estuda o Estado como idéia, como fato social e como fenômeno jurídico.
A verdade é que não reina acordo entre os tratadistas sobre os limites da disciplina (CP ou TGE?).
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Diferença entre a CP e a TGE.
Como resolver tal questão?
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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BIBLIOGRAFIA
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 1994.

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