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historia da atividade - aula 1

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INTRODUÇÃO E HISTÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL
História da atividade 
como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Profa Maria José G. de Camargo
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Terapia Ocupacional : 
1- campo de atuação
2- profissão da área da saúde
recurso, instrumento e ato médico 
Até a regulamentação da profissão, o trabalho era visto como instrumento de terapêutica médica, prescrito e orientado pelos médicos. 
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Projetos que consolidaram o uso da ocupação-trabalho como técnica médica enfatizaram o caráter da medicina no uso da ocupação.
“a importância deles tem sido tão grande a ponto de poder considerar a prática da Terapia Ocupacional como fazendo parte da Medicina”. (BENETTON, 1999, p. 25).
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
A história da Terapia Ocupacional não pode ser apartada da história das ciências da saúde. Principalmente levando-se em conta que as concepções de doença, saúde e terapêutica são historicamente relacionadas à produção do saber.
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Conhecer a utilização da atividade humana em diferentes épocas, auxilia entender as diversas características assumidas pela profissão em diferentes momentos históricos e contextos socioculturais. 
O que se constata é que, no processo histórico da constituição do campo da Terapia Ocupacional, uma determinada gama de atividades foram aplicadas, desde a Antigüidade, em determinados lugares e circunstâncias, com a finalidade de curar, cuidar, aliviar ou distrair. (BENETTON, 1999)
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Não é simplesmente o uso da ocupação, do trabalho e das atividades humanas que determinaram a configuração do caráter da Terapia Ocupacional, mas a sua aplicação em condições determinadas. 
O que quero enfatizar, desde este princípio, é que a Terapia Ocupacional não é diretamente herdeira da condição humana de ser ativo, de fazer atividades ou trabalhos, mas sim, do fazer algo com a função de aliviar algo. (grifo nosso) (BENETTON, 1999, p. 20-1)
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Há na literatura obras que apresentam uma história sobre o uso terapêutico das ocupações que, em geral, remonta à Antigüidade; 
Nessa perspectiva, a profissão encontra seus precursores históricos entre gregos e romanos. 
Nesta época, acreditava-se que os trabalhos, os exercícios, artes e artesanatos poderiam “curar” aqueles que “estivessem possuídos pelo demônio”, e a todos os doentes eram oferecidas ocupações com o propósito de manter o ambiente tranqüilo e favorecer o contato com os deuses. 
 (DE CARLO & BARTALOTTI, 2001, p. 19).
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Em 660 a.C., Esculápio acalmava os delírios com canções, relatos e música.
Estudos médicos de Hipócrates (460-377 a.C.).
Platão (427-347 a.C.) sobre a realidade psíquica. 
Aristóteles (384-322 a. C.) sobre a consciência. 
Muito beneficiaram o desenvolvimento de terapêuticas para os que apresentavam perturbações.
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Hefesto, maltratado e repudiado pela mãe, foi resgatado por Tetis e Eurinome, que lhe deram o material necessário para realizar “muitos trabalhos manuais de habilidades, e entregar-se com isso a uma ocupação lucrativa”. 
Da mesma forma, Pitágoras e Tales empregavam a música como remédio e Hipócrates, destacando a união corpo e alma em todo o tratamento, recomendava a luta, a equitação e os trabalhos manuais. (MAC DONALD, 1979, p. 6-7).
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Sorano d’Éphise (93-139 d.C.) descreve na obra “Da doença aguda, e da doença crônica” os cuidados a serem observados no tratamento de doentes cerebrais. 
Relata que ao buscar encontrar elementos de contraposição para a mania, os metodistas2 comprovaram que alguns tipos de atividades como jogos, teatro e música provocavam certas emoções, que tanto podiam ser benéficas como prejudiciais no processo de cura. 
2 Da Escola Metodista, criada em Roma, pelo médico Aurélio Cornélio Celso (25 a. C., 50 .C.). Escola considerada como dogmática, pode ser vista como a primeira corrente médica a sistematizar o uso de atividades para os doentes mentais (Benetton, 1999, p. 21). 
 
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Esta sistematização foi sedimentada por Cláudio Galeno e Pérgamo (131-200 d. C.) autor do slogan: 
“A ocupação é o grande médico da natureza”.
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Entre 1250 e 1700 exercícios e diversões foram recomendados pelos médicos e educadores da época, para, ao mesmo tempo, fortalecer e divertir. 
Em Pádua, Ramazzini, “professor de medicina prática” dava importância ao “prevenir melhor que curar”. 
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Observando o trabalhador em seu ofício, esse médico comprovou a importância deste fato, em especial do ofício de tecer como exercício, fazendo referências aos trabalhos de sapataria, cestaria e alfaiataria. 
Apesar da aparente valorização da utilidade do tratamento pela ocupação durante este período, existem poucas provas a respeito da solidez das experiências ou a valoração, análise e prescrição sistematizadas.(MAC DONALD, 1979, p. 7)
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Nos séculos XIV e XV na França a noção de trabalho penetra o mundo hospitalar como um modo de educação e de coerção física e moral, não como meio terapêutico. 
Nos séculos XVII e XVIII acreditava-se que todos os indivíduos que suscitavam temor e repulsa eram ameaças à sociedade, e portanto, deveriam ser afastados do convívio social. 
Mantinha-se através do trabalho, a ordem institucional. 
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
loucos, prostitutas, incapazes, velhos e deficientes eram recolhidos para serem cuidados 
o que se praticava era a exclusão, para proteger a sociedade da desordem e dos perigos que os loucos e os diferentes representavam
nos asilos as pessoas sofriam ações punitivas
todos reunidos e enquadrados na mesma categoria geral – de insanos
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os asilos eram considerados importantes pelas exigências de ordem social
os hospitais, na época, também abrigavam uma diversificada população marginal, embora seu objetivo fosse o trabalho caritativo, cuja pretensão era salvar a alma do pobre sujeito (e claro, a sua própria)
nos hospitais, a presença de alguns médicos servia apenas para justificar sua existência institucional, pois a função do hospital não previa a promoção da saúde, mas a transformação espiritual da população marginal.
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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Apenas no século XIX surgiu a medicina hospitalar e o hospital terapêutico como o compreendemos atualmente. 
Anteriormente ao hospital ser reorganizado segundo critérios médicos e converter-se em espaço médico, o hospital pretendia a transformação espiritual e a prática médica tinha caráter não-hospitalar.
História da atividade como recurso de “cura” ou “melhora”
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
 Ao assumir a organização hospitalar, o médico adquiriu poder e responsabilidade para transformá-lo em um meio terapêutico inteiramente medicalizado. 
Com a medicalização e diferenciação dos aparelhos de tratamento, o louco e o deficiente foram reconhecidos por suas características, perdendo assim o estigma de marginais. 
Porém, essa identificação ainda careciade status científico. (DE CARLO & BARTALOTTI , 2001, p. 20-3)
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Os indícios de que as doenças mentais provinham de alterações patológicas do cérebro permitiu tratar os doentes mentais de forma mais humanizada e benevolente, o que Pinel chamou de “tratamento moral”. 
O “tratamento moral” era a essência da atividade terapêutica asilar. 
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Os alienados que apresentavam um distúrbio da razão, que não eram delinqüentes ou irracionais, deveriam ser tratados com liberdade e humanidade. A doença que causava contradição da razão, ilusões, desordem moral e atitudes anti-sociais deveria ser enfrentada pelo trabalho. Este definido como produtivo, regular e agradável era o instrumento da aprendizagem da ordem, da regularidade da disciplina.. O objetivo a ser alcançado era que o alienado adquirisse um equilíbrio razoável. Esse sistema pedagógico previa também atividades construtivas para o lazer e a possibilidade de algum ganho monetário se fosse observada a necessidade de uma motivação maior do doente. Assim, delimitado o trabalho seria consequentemente o meio de organização e manutenção do ambiente asilar, como contraponto ao ócio desorganizador  
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Até aqui, qualquer atividade, principalmente o lazer, tinha o mesmo caráter, a busca da cura. Agora o trabalho passa a ser enfatizado e é também através dele que se espera alcançar a reinserção social. O trabalho como instrumento de terapêutica médica, portanto, prescrito e orientado pelos médicos, sendo núcleo central do Tratamento Moral, determinou a estreita relação, até hoje conservada, entre psiquiatras e terapeutas ocupacionais” (BENETTON, 1999, p. 22).
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
No Brasil, no período entre 1898, quando do início do funcionamento do Hospital do Juqueri (atualmente Franco da Rocha) até 1931, com Ulisses Pernambucano, que introduziu a terapêutica ocupacional no nordeste, a assistência era voltada basicamente à psiquiatria. 
Em 1929, Henrique Oliveira Matos desenvolveu sua tese inaugural da cadeira de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP: Laborterapia nas Afecções Mentais – um estudo fundamentado no “tratamento moral” sobre terapêutica pelo trabalho desenvolvido no Hospital do Juqueri. Esse trabalho tornou-se o marco inicial da produção científica nacional sobre a terapêutica ocupacional, forma como era denominado pelos médicos brasileiros o tratamento pela ocupação (DE CARLO & BARTALOTTI, 2001, p. 30-1).
1946-1974- Centro Psiquiátrico Pedro II, RJ- Dra Nise da Silveira
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Os programas para incapacitados físicos surgem, no Brasil, apenas na década de 40, decorrente do Movimento Internacional de Reabilitação. 
Os órgãos responsáveis pela divulgação e pela implantação de serviços de reabilitação eram entidades governamentais e não-governamentais, como a ONU - Organização da Nações Unidas, a OIT - Organização Internacional do Trabalho e a UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, difundindo leis protecionistas aos deficientes mentais e deficientes físicos e propondo a implantação de programas especiais para essa população. 
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História da atividade como recurso
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Enquanto o Movimento Internacional de Reabilitação se originava principalmente nos países que participaram das duas grandes guerras, como conseqüência do aumento significativo do número de incapacitados físicos, no Brasil a preocupação maior era com pacientes crônicos como tuberculosos, acidentados e portadores de doenças congênitas. 
É nesse contexto que surgem muitos profissionais como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
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Foi no período entre as duas grandes guerras, por volta de 1950, através da delimitação de áreas como a física e a mental, das técnicas ocupacionais de desenvolvimento e funcionalidade e das funções corpóreas, que os terapeutas ocupacionais construíram seu campo de ação. 
Os conceitos de reabilitação física e reabilitação mental e suas técnicas correspondentes se consolidam através da necessidade de reinserir os traumatizados de guerra na sociedade, dando assim início ao trabalho multiprofissional na área da saúde (BENETTON, 1999, p. 30).
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Em 1951, a ONU enviou para a América Latina emissários responsáveis por encontrar um local apropriado para a implantação de um Centro de Reabilitação, como estratégia para implantação de projetos de reabilitação nos quatro continentes.
 Isto se efetivaria por meio da demonstração de técnicas de reabilitação em centros que seriam responsáveis pela realização de atividades, objetivando a formação de profissionais. 
Em 1953 começaram a surgir cursos de formação técnica para Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com a duração de um ano, inicialmente.
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De Carlo e Bartalotti citam um registro do Hospital das Clínicas da USP, feito por uma médica assistente denominada Carvalho, que traz informações sobre a história e as características do tratamento de Terapia Ocupacional nesta época.
 Carvalho, em 1953, definiu a terapêutica ocupacional como “o emprego científico de qualquer tipo de ocupação ou trabalho, na reabilitação do incapacitado”. 
(DE CARLO & BARTALOTTI, 2001, p. 33)
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Se reconhecia nestes anos a importância da Terapia Ocupacional na reabilitação, anteriormente valorizada principalmente por sua eficácia no tratamento de doentes mentais. 
A comunidade médica observou, a partir desse trabalho de reabilitação, a reinserção profissional do traumatizado de guerra e reconheceu que, financeiramente, reabilitar seria mais vantajoso que manter a pessoa dependente dos recursos do Estado. 
O campo da reabilitação era considerado, no início da década de 50, um dos campos mais recentes da medicina, tendo um potencial elevado para transformar o inválido em mão-de-obra atuante e, consequentemente, produtiva.
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História da atividade como recurso
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Historicamente a profissão passou por dois momentos distintos:
1- a ocupação dos doentes crônicos em hospitais de longa permanência, com base em programas recreativos e/ou laborterápicos; 
2- a restauração da capacidade funcional de incapacitados físicos, em programas multidisciplinares de reabilitação, sendo a prática da Terapia Ocupacional vinculada às atividades de auto-cuidados, de lazer e produtivas.
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
Analisar a evolução do uso da ocupação como terapêutica médica e os caminhos trilhados pela profissão permitiu-me compreender que seu substrato foi a doença, ou a ausência de saúde. 
Inicialmente, pela pressão social, foram os “doentes do espírito”, os marginais, os doentes mentais e os deficientes mentais. 
Mais tarde, por pressões econômicas, pois eram urgentes as necessidades mundiais de reinserção dos mutilados de guerra no mercado de trabalho, as atenções voltam-se para os incapacitados fisicamente - ou os “doentes do corpo” – o mundo conhece e difunde, a partir da II Guerra, o trabalho multidisciplinar de reabilitação.
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REFERÊNCIA 
CAMARGO, M. J. G. A prática pedagógica do professor-supervisor de estágio: um estudo com professores-supervisores de 4º ano dos Cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia. Curitiba: 2002. 146p. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - Curso de Terapia Ocupacional – Universidade Tuiuti do Paraná. 
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História da atividade como recurso
 de “cura” ou “melhora”
MUITOOBRIGADA!

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