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O filme “Relatos Selvagens” é do gênero drama, comédia e suspense. Ele é composto por seis histórias curtas independentes ligadas por seu assunto, onde os personagens perdem o controle de suas ações por detalhes cotidianos. O Grupos decidiu trabalhar em cima do sexto e último relato apresentado do filme, que se trata de um casamento vivido por Romina e Ariel. A esposa no dia do casamento descobre que foi traída pelo marido e tem uma reação surpreendente: Romina - Eu estava tão feliz com o meu casamento, a festa, amigos, parentes e, de repente, Ariel confirma que me traiu com uma colega do trabalho. Estou desesperada, é como se o mundo escapasse dos meus pés. Vou me jogar daqui de cima, porque não posso suportar tanto desespero... Agora alguém me acalmou, tem uma voz serena, eu vou me agarrar nele, porque ele é minha salvação. Vou transar com ele, o que preciso mesmo é que ele me acuda de qualquer jeito. Vou me vingar de Ariel por tudo que me fez passar, que ódio! Vou retirar todo o seu dinheiro, só assim ele verá o que é sentir desamparo e abandono. Ariel - Estou me casando com a mulher que amo. Tenho que renunciar ao charme de Lourdes e de todas outras mulheres, o que é difícil para mim. Eu gosto de sair com muitas mulheres. Minha mãe é muito grudenta, não queria que eu me casasse, ela não me deixa em paz. Agora que Romina descobriu minha traição, terei que consertar o estrago. Vê-la enlouquecida me assustou, será melhor recuar? Ela tornará minha vida impossível e arrancará o meu dinheiro? Melhor recuar, e ficar com ela, afinal eu a amo. Romina sentiu dor pela traição, teve ímpetos suicidas e homicidas, como se a barreira de contato ou para excitações não pudessem conter a angústia. Agiu sem pensar, se jogou nos braços do chefe de cozinha. Pulsionalidade desligada. Ela não sabia ao certo o que queria com ele, era um objeto de apoio naquela hora, alguém que contivesse suas angústias de separação e de intrusão. Seu narcisismo estava em perigo, sentia-se humilhada e ameaçada. Sentia ódio. Havia pouco ela se sentia mais equilibrada. O objeto estava cumprindo o papel. Bastou a entrada de uma terceira pessoa para o self ruir. Podemos acompanhar como a subjetividade muda quando Ariel lhe estende a mão para conciliar-se com ela. Os convidados ficam chocados com a falta de pudor dos noivos. Parece que a experiência emocional foi vivida e transformada. tipo erótico está voltado para o amor. “Amar, mas acima de tudo ser amado”. São pessoas “dominadas pelo temor da perda do amor e acham-se, portanto, especialmente dependentes de outros que podem retirar seu amor deles”. Algumas “variantes ocorrem segundo se ache mesclado com outro tipo, e proporcionalmente à quantidade de agressividade nele presente” (Freud, 1976d, p. 252). parece ter um modo subjetivo de funcionar diante das diferentes pressões de Romina. Ao ser flagrado em sua traição, tenta recuperar seu objeto de desejo. Corre atrás dela, procurando reparar o estrago. Sente raiva e se assusta com o ódio que vê estampado no rosto dela. Poderíamos supor que se situa numa organização genital, em que o objeto é de amor. Quanto ao ego, a angústia é de separação e sua autoestima está assegurada. O tipo obsessivo distingue-se pela predominância do superego. São pessoas dominadas pelo temor de sua consciência em vez do medo de perder o amor. São indivíduos com alto grau de autoconfiança (Freud, 1976d, p. 252). Freud, em “O mal estar na civilização”, referindo-se ao mesmo tema, considera o tipo obsessivo como pessoa de ação, que “nunca abandonará o mundo externo, onde pode testar sua força” (Freud, 1976c, p. 103). É interessante destacar que a demanda apresentada na história é a agressividade. Mãe e filho tem uma relação fusionada,a mãe não suporta vê o filho humilhado ,caído ao chão em lágrimas.Em ataque de fúria a sogra avança em direção a mulher que rompe essa relação, Romina é agredida fisicamente. Ariel ao confirmar que traiu Romina com a colega de trabalho que estava presente na festa,se dá conta do sofrimento causado. Romina é invadida por sentimentos que foram manifestos de forma abrupta, decepção e ódio. Transtornada foge em desespero com pensamentos confusos de pulsão de morte. Encontra o Cozinheiro que nesse momento fez o papel do terapeuta , onde se dá a transferência, Romina é id ,se entrega a ele por desejo furtivo de pulsão de vida e goza da vingança contra Ariel. Ariel ao se aproximar de Romina sentada ao chão no salão de festa, estende-lhe a mão ,desejo monogâmico para o casal que se desfazem de toda convenção social e se vêem verdadeiramente ,se entregam ali ao olhar dos convidados ao sentimento que os une,o amor sem atuação do superego.
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