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Análise jurídica Anne Frank FINAL

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Análise Jurídica
A história da Alemanha se confunde com a história de Hitler neste período.
Na Primeira Guerra Mundial Hitler serviu voluntariamente no Exército Alemão.
No início da década de 30 o Partido Nazista já tinha maioria dos deputados no Poder Legislativo Alemão. Em 1932 Hitler perde as eleições presidenciais, mas no ano seguinte devido à crise econômica e nomeado chanceler, começa uma eliminação sistemática da oposição e ao mesmo tempo consolida o poder nazista na Alemanha.
No campo político defendia a tese que o povo alemão deveria ser representado por um único partido político, que as diferenças ideológicas dos vários partidos só serviu para enfraquecer e desunir a Alemanha.
A Constituição de Weimar, que vigorou durante todo o período nazista, consagrava os direitos sociais, aquela que o Estado se organiza em função da Sociedade e não mais do indivíduo. Hitler vai pouco a pouco impondo seu poder alterando leis e não a Constituição. 
Em 1933 são editadas várias leis que revogam a maioria das liberdades civis dos alemães, incluindo os direitos de reunião e liberdade de imprensa. Surge também a Lei de Concessão, uma emenda à Constituição de Weimar, que permitiu a Hitler e seu gabinete aprovar leis, mesmo as que violassem a Constituição, e sem o consentimento do Presidente ou do Parlamento Alemão. O Estado passa a controlar quase todos os aspectos da vida. E o povo alemão apoiava as medidas devido a uma forte propaganda realizada pelo Partido Nazista.
Com a morte do Presidente alemão os poderes da Chancelaria e da Presidência são incorporados tornando Hitler o ditador da Alemanha. Um referendo nacional, em 1934 confirma Hitler como o único Führer (líder) alemão.
Estava implantado o projeto de poder nazista onde todas as organizações civis, incluindo grupos agrícolas, organizações de voluntários e clubes esportivos, tinham sua liderança substituída por simpatizantes do nazismo ou membros do partido. As principais ideias estavam solidificadas: o anticomunismo, a defesa de um regime ditatorial, o indivíduo deveria obedecer o Estado, o militarismo, o culto a violência (a guerra era considerada a atividade mais nobre do homem), o nacionalismo xenófobo (ódio a tudo que é estrangeiro), e por fim o racismo.
O direito como limitador do poder do Estado já não existia na Alemanha tudo acontecia pela vontade do Führer, pessoas eram detidas pela polícia sem acusação formal ou ordem judicial.
Com a Alemanha internamente dominada os nazistas partem para a conquista da Europa. Em 1939 Hitler invade a Polônia, dominando em seguida também a Bélgica, Noruega, Dinamarca e Holanda. Em 1940 a França se rende e em seguida Romênia, Grécia e Iugoslávia.
Em 1941, o Japão atacam Pearl Habor, e os alemães declaram guerra aos Estados Unidos da América. Hitler resolve invadir a União Soviética (URSS) a partir daí a guerra começa a mudar pela primeira vez e os alemães se sentem acuados. Não esperavam que URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) havia crescido e se tornado uma grande potência. No final de 1942 e início de 1943 acontece a Batalha de Stalingrado que deixou mais de um milhão de nazistas mortos, a maior derrota alemã na guerra.
Os acontecimentos do Diário de Anne Frank estão compreendidos no período de 1942 a 1º de agosto de 1944, a Alemanha não é mais imbatível, mas ainda ocupa a Holanda onde se passa a história.
No dia 6 de junho de 1944, o chamado Dia D, os Aliados (EUA, Inglaterra, França, China e URSS) tomam a Normandia e inicia-se a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), que vai se consumar com a invasão da Alemanha em abril de 1945. 
Em 30 de abril de 1945 Hitler se suicida e no dia 08 de maio a Alemanha se rende.
Traçando um paralelo com a Alemanha nazista e o Brasil atual, notamos claramente que o estado de direito prevalece, o poder do Estado é limitado pelo direito, o Art. 5º da Constituição Federal está em plena vigência, os direitos fundamentais são respeitados e as garantias individuais e as liberdades civis estão garantidas.
Existe a liberdade de impressa e as pessoas detidas podem se defender através do devido processo legal com direito a ampla defesa e ao contraditório. As minorias são respeitadas e amparadas por leis especiais. Racismo é crime. O oposto do que acontecia na Alemanha nazista.
Por fim, observamos que o preconceito durante a Segunda Guerra era evidente. Hitler acreditava na superioridade da raça ariana e que o seu poder estava cima de tudo, mas, como já foi esclarecido, no direito hoje em dia, nada justificaria assassinatos e perseguições contra os judeus.
Outro ponto à resaltar é que, em meio a esse terror nazista nos deparamos com o depoimento de uma garota de treze anos, cheia de sonhos, inteligente, que aliás dizia que seria escritora quando a guerra acabasse, e muito a frente do seu tempo, descrevia ao acontecimentos do dia a dia as vezes até de forma irônica. Notamos que o ser humano é movido por esperanças, e crenças nas pessoas e que, apesar de tudo, se ela tivesse sobrevivido com certeza teria ajudado muitas pessoas a superar seus medos e provavelmente seria uma defensora ativa dos direitos das mulheres.

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