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Material de Apoio Aposentadoria Especial

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55
APOSENTADORIA ESPECIAL
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves1
Aposentadoria Especial
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência 
exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 
20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada 
pela Lei 9.032, de 1995)
Redação anterior: Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez 
cumprida a carência exigida nesta lei, ao segurado que tiver trabalhado durante 15 
(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a atividade profissional, 
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, con-
sistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-
-benefício. (Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)
Redação anterior: § 1º A aposentadoria especial, observado o disposto na Seção 
III deste capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de 85% 
(oitenta e cinco por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, 
por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por 
cento) do salário-de-benefício.
§ 2º A data de início do benefício será fixada da mesma forma que a da 
aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49.
§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo 
segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do tempo de 
trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo 
fixado. (Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)
Redação anterior: § 3º O tempo de serviço exercido alternadamente em 
atividade comum e em atividade profissional sob condições especiais que sejam ou 
venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, 
1 Analista Judiciária/Área Judiciária – Justiça Federal de 1º Grau no Paraná.
56
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
após a respectiva conversão, segundo critérios de equivalência estabelecidos pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, para efeito de qualquer benefício.
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição 
aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes 
prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao 
exigido para a concessão do benefício. (Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)
Redação anterior: § 4º O período em que o trabalhador integrante de categoria 
profissional enquadrada neste artigo permanecer licenciado do emprego, para 
exercer cargo de administração ou de representação sindical, será contado para 
aposentadoria especial.
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham 
a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, 
após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade 
comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e 
Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício. (Incluído 
pela Lei 9.032, de 1995)
§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos 
provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei 8.212, 
de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis 
pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço 
da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte 
ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pela 
Lei 9.732, de 11/12/1998)
Redação anterior: § 6º É vedado ao segurado aposentado, nos termos deste 
artigo, continuar no exercício de atividade ou operações que o sujeitem aos 
agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta lei. (Incluído pela 
Lei 9.032, de 1995)
§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente 
sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no 
caput. (Incluído pela Lei 9.732, de 11/12/1998)
§ 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste 
artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos 
agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Incluído 
pela Lei 9.732, de 11/12/1998)
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou 
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados 
para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior 
será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei 9.528, de 1997)
Redação anterior: Art. 58. A relação de atividades profissionais prejudiciais à 
saúde ou à integridade física será objeto de lei específica.
§ 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos 
será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional 
do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base 
APOSENTADORIA ESPECIAL
57
em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico 
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação 
trabalhista. (Redação dada pela Lei 9.732, de 11/12/1998)
Redação anterior: § 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado 
aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, emitido pela empresa ou seu 
preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido 
por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (Incluído pela 
Lei 9.528, de 1997)
§ 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar 
informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual 
que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e 
recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. (Redação 
dada pela Lei 9.732, de 11/12/1998)
Redação anterior: § 2° Do laudo técnico referido no parágrafo anterior 
deverão constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção 
coletiva que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e 
recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. (Incluído pela 
Lei 9.528, de 1997)
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos 
agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou 
que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com 
o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. 
(Incluído pela Lei 9.528, de 1997)
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico 
abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, 
quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento. 
(Incluído pela Lei 9.528, de 1997)
Art. 152. (Revogado pela Lei 9.528, de 1997)
Redação anterior: Art. 152. A relação de atividades profissionais prejudiciais 
à saúde ou à integridade física deverá ser submetida à apreciação do Congresso 
Nacional, no prazo de 30 (trinta) dias a partir da data da publicação desta lei, 
prevalecendo, até então, a lista constante da legislação atualmente em vigor para 
aposentadoria especial. 
1 - TRAÇOS ELEMENTARES
1.1 - Conceito
A aposentadoria especial é uma espécie de aposentadoria devida ao 
segurado que exercer, durante 15, 20 ou 25 anos, trabalho sujeito a condi-
ções especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física.
58
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
1.2 - Legislação aplicável 
CF/88, artigo 201, §1º; Lei 8.213/91, artigos 57 e 58; Lei 10.666/03,artigo 3º.
1.3 - Requisito específico 
Exercício de atividade laborativa em condições especiais que prejudi-
quem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme 
dispuser a lei.
1.4 - Carência 
A regra de carência da aposentadoria especial é a mesma das demais 
aposentadorias, exceto a de invalidez, ou seja, 180 contribuições mensais, 
devendo ser observada a regra de transição estabelecida no artigo 142, da 
Lei 8.213/91, destinada ao segurado inscrito na Previdência Social Urbana 
até 24 de julho de 1991, bem como ao trabalhador e ao empregador rural, 
cobertos pela Previdência Social Rural.
1.5 - Qualidade de segurado 
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a 
concessão de aposentadoria especial, segundo a norma do artigo 3º, da 
Lei 10.666/03.
1.6 - Valor 
100% do salário de benefício.
1.7 - Data de Início do Benefício (DIB)
Em razão do disposto no § 2º, do artigo 57, da Lei 8.213/91, a data de 
início do benefício de aposentadoria especial deve observar a regra do arti-
go 49, que disciplina a aposentadoria por idade. Assim, nos termos do arti-
go 49, da Lei 8.213/91, em relação ao segurado empregado, a aposentadoria 
especial é devida a partir da data do desligamento do emprego – quando 
requerida até essa data ou até 90 dias depois dela – ou da data do requeri-
mento – quando não houver desligamento do emprego ou quando for re-
querida após o referido prazo. Em relação aos demais segurados, a DIB será 
a data da entrada do requerimento.
APOSENTADORIA ESPECIAL
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2 - PANORAMA DO TRATAMENTO JURISPRUDENCIAL
A Constituição Federal de 1988 assegura, no artigo 7º, inciso XXII, no 
artigo 200, inciso VIII, e no artigo 2252, aos trabalhadores o direito funda-
mental ao meio ambiente de trabalho saudável, refletindo a preocupação da 
Organização Internacional do Trabalho – OIT com a proteção da saúde do 
trabalhador.
No preâmbulo de sua Constituição, a OIT destaca a necessidade de 
“proteção dos trabalhadores contra moléstias graves ou profissionais e os 
acidentes de trabalho” e, conforme informa o relatório, publicado em 2012, 
sobre o Perfil do Trabalho Decente no Brasil:
Em 1999 a OIT formalizou o conceito de Trabalho Decente como uma síntese 
da sua missão histórica de promover oportunidades para que homens e 
mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de 
liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas. O Trabalho Decente é 
o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT (o respeito 
aos direitos no trabalho, a promoção do emprego, a extensão da proteção 
social e o fortalecimento do diálogo social), e condição fundamental para 
a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da 
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.3
A efetiva existência de condições de trabalho digno, seguro e saudá-
vel, no entanto, não é a realidade vivenciada por todos os trabalhadores, 
justificando a previsão de instrumentos compensatórios pelo desempenho 
de trabalho com exposição a agentes nocivos à saúde, seja na legislação tra-
balhista, que institui adicionais de insalubridade e periculosidade, seja na 
legislação previdenciária, que assegura o direito à aposentadoria especial.
A Aposentadoria Especial, portanto, é um benefício previdenciário 
que busca compensar o trabalhador pelo desgaste decorrente da sujeição 
a agentes prejudiciais à sua saúde e integridade física, e também antecipar 
2 Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: […]. XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, 
por meio de normas de saúde, higiene e segurança; […].
 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos 
da lei: […]. VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. […].
 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
3 GUIMARÃES, José Ribeiro Soares. Perfil do trabalho decente no Brasil: um olhar sobre as 
Unidades da Federação. Brasília: OIT, 2012. p. 6.
60
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
sua saída do ambiente de trabalho que lhe é prejudicial, mediante redução 
do tempo necessário para obter aposentadoria e pela possibilidade de so-
mar o tempo de serviço exercido alternadamente em atividades comuns 
e especiais, após a respectiva conversão, para efeito de aposentadoria de 
qualquer espécie.
O benefício de aposentadoria especial, atualmente previsto nos arti-
gos 57 e 58, da Lei 8.213/91, foi introduzido no ordenamento jurídico nacio-
nal pela Lei 3.807/60, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência Social – 
LOPS, e sofreu inúmeras e sucessivas alterações ao longo dos anos, o que 
torna amplo e bastante complexo o tema da Aposentadoria Especial.
Trata-se, ao lado das aposentadorias por idade e por tempo de con-
tribuição, de benefício previdenciário programável que demanda longo 
período de tempo para o implemento de seus requisitos de concessão4 e, 
portanto, sensivelmente sujeito às inúmeras alterações legislativas.
Assim, é possível afirmar que, em matéria de Aposentadoria Especial, 
a maioria das questões levadas ao Poder Judiciário envolve a análise de al-
terações legislativas, especialmente a definição e interpretação das normas 
que irão informar o acertamento judicial da relação jurídica apresentada.
É por essa razão que a compreensão do tema exige não apenas o co-
nhecimento das normas em vigência, mas também do histórico legislativo, 
a seguir relatado em síntese.
A instituição da aposentadoria especial ocorreu com a Lei Orgânica 
da Previdência Social – LOPS (Lei 3.807, de 26/08/1960)5, sendo seus requisi-
tos: (a) idade mínima de 50 anos; (b) carência de 15 anos de contribuição; 
(c) comprovação do exercício de atividade profissional em serviços consi-
derados penosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo, 
durante 15, 20 ou 25 anos.
Inicialmente, a Lei 3.807/60 foi regulamentada pelo Decreto 48.959-A, 
de 19/09/1960, que listou os serviços considerados penosos, insalubres ou 
perigosos, no Quadro II, a que se refere o artigo 656. E, posteriormente, pelo 
Decreto 53.831, de 25/03/1964, que estabeleceu um Quadro Anexo com a 
4 SAVARIS, José Antonio. Benefícios Programáveis do Regime Geral da Previdência 
Social – Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Aposentadoria por Idade. In: 
ROCHA, Daniel Machado; SAVARIS, José Antonio (Coord.). Curso de especialização em 
direito previdenciário. Curitiba: Juruá, 2006. v. 2, p. 103-193.
5 Art. 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 
50 (cinqüenta) anos de idade e 15 (quinze) anos de contribuições tenha trabalhado 
durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a 
atividade profissional, em serviços, que, para esse efeito, forem considerados penosos, 
insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo.
APOSENTADORIA ESPECIAL
61
relação dos agentes físicos, químicos e biológicos e os serviços e atividades 
profissionais classificados como insalubres, perigosos ou penosos, que en-
sejam a aposentadoria especial.
Em 14/03/1967, o Decreto 60.501 aprovou a Nova Redação ao Regula-
mento Geral da Previdência Social (Decreto 48.599-A de 19 de setembro de 1960), 
com redação bastante semelhante a do decreto anterior7.
Já a Lei 5.440-A, de 23/05/1968, alterou a redação do artigo 31, da 
Lei 3.807/60, excluindo o limite mínimo de idade para concessão de aposen-
tadoria especial8.
Após a revogação do Decreto 53.831/64 pelo Decreto 62.755, de 
22/05/19689, foi publicado o Decreto 63.230, de10/09/1968, relacionando, 
nos Quadros I e II, os agentes nocivos físicos, químicos e biológicos e os 
serviços e atividades profissionais que motivam a aposentadoria especial, 
deixando de incluir os Engenheiros de Construção Civil e Eletricista, categorias 
profissionais que constavam do decreto anterior. Esse decreto foi a primeira 
legislação a prever a possibilidade de conversão de “tempo especial em espe-
cial”, para o segurado que tenha exercido atividade laborativa sucessiva-
mente em duas ou mais atividades penosas, insalubres ou perigosas sem 
completar em qualquer delas o prazo mínimo correspondente10.
A Lei 5.527, de 08/11/1968, restabeleceu, para as categorias profis­
sionais que menciona, o direito à aposentadoria especial de que trata o arti-
go 31, da Lei 3.807/60, nas condições anteriores11.
6 Art. 65. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no 
mínimo 50 (cinqüenta) anos de idade e 180 (cento e oitenta) contribuições mensais, 
tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, pelo menos, 
conforme a atividade profissional, em serviços penosos, insalubres ou perigosos, assim 
considerados os constantes do Quadro que acompanha êste Regulamento (Quadro II).
7 Art. 57. A aposentadoria especial será devida ao segurado que, após 180 (cento e 
oitenta) contribuições mensais, e contando no mínimo 50 (cinqüenta) anos de idade, 
tenha conforme a atividade pelo menos 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos 
de trabalho em serviços considerados, por ato do Poder Executivo, penosos, insalubres 
ou perigosos.
8 Art. 1º. No artigo 31 da Lei 3.807, de 26 de agôsto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência 
Social) suprima-se a expressão “50 (cinqüenta) anos de idade e”.
9 Art. 1º. Fica revogado o Decreto 53.831, de 25 de março de 1964.
10 Art. 3º. […]. § 1º Quando o segurado houver trabalhado sucessivamente em duas ou 
mais atividades penosas, insalubres ou perigosas sem ter completado em qualquer 
delas o prazo mínimo que lhe corresponda, os respectivos tempos de trabalho 
serão somados, após quando fôr o caso, à respectiva conversão, segundo critério de 
equivalência a ser estabelecido pelos órgãos técnicos competentes do Ministério do 
Trabalho e Previdência Social.
62
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
Após, a Lei 5.890, de 08/06/1973, alterou a Legislação de Previdência So-
cial, reduzindo a carência da aposentadoria especial para 5 anos de con-
tribuição12 e determinando a suspensão da aposentadoria por tempo de 
serviço do segurado que retornar à atividade13, o que foi revogado poste-
riormente pela Lei 6.210/7514. Nada dispôs, no entanto, sobre a exigência de 
idade mínima para obtenção de aposentadoria especial, o que gerou dúvi-
da sobre a persistência desse requisito no ordenamento jurídico, posterior-
mente superada pela jurisprudência15.
Em 06/09/1973, o Decreto 72.771 aprova o Regulamento da Lei 3.807, de 
26 de agosto de 1960, com as alterações introduzidas pela Lei 5.890, de 8 de junho 
de 1973, revogando os Decretos 60.501/67 e 63.230/68. 
Em 1975, foi aprovada a Lei 6.243, a qual regulamenta a situação do 
aposentado pela Previdência Social que volta ao trabalho e do segurado que 
se vincula a seu regime após completar 60 anos de idade, bem como deter-
mina ao Poder Executivo a expedição, por decreto, de consolidação da Lei 
Orgânica da Previdência Social, com a respectiva legislação complementar, 
em texto único revisto, atualizado e remunerado, sem alteração da matéria 
legal substantiva (art. 6º).
11 Art. 1º. As categorias profissionais que até 22 de maio de 1968 faziam jus à aposentadoria 
de que trata do artigo 31 da Lei número 3.807, de 26 de agosto de 1960, em sua primitiva 
redação e na forma do Decreto 53.831, de 24 de março de 1964, mas que foram excluídas 
do benefício por força da nova regulamentação aprovada pelo decreto 63.230, de 10 
de setembro de 1968, conservarão direito a esse benefício nas condições de tempo de 
serviço e de idade vigentes naquela data.
12 Art. 9º. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 
5 (cinco) anos de contribuição, tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 
(vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços que, 
para esse efeito, forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por decreto do 
Poder Executivo.
13 Art. 12. O segurado aposentado, por tempo de serviço, que retornar à atividade será 
normalmente filiado e terá suspensa sua aposentadoria, passando a perceber um 
abono, por todo o novo período de atividade, calculado na base de 50% (cinqüenta por 
cento) da aposentadoria em cujo gozo se encontrar.
14 Art. 7º. Revogam-se os incisos VI, VII e VIII do artigo 69 da Lei 3.807, de 26 de agosto 
de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social), na sua atual redação; o inciso VI, de seu 
artigo 79, os artigos 12, 26, 27 e 28, da Lei 5.890, de 8 de junho de 1973, e as demais 
disposições em contrário.
15 RESP – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – ATIVIDADE PERIGOSA – 
A LEI 5.440-A/1968 NÃO MAIS EXIGE IDADE MÍNIMA DE 50 ANOS PARA A 
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. (STJ, REsp. 159.818/MG, Rel. Ministro 
Luiz Vicente Cernicchiaro, Sexta Turma, j. em 02/06/1998, DJ 29/06/1998, p. 353).
APOSENTADORIA ESPECIAL
63
Em razão dessa lei, foi publicado o Decreto 77.077/76, que expediu a 
Consolidação das Leis da Previdência Social – CLPS, sem alterações em matéria 
de Aposentadoria Especial dignas de nota.
Em 24/01/1979, o Decreto 83.080 aprovou o Regulamento dos Benefí-
cios da Previdência Social, dispondo nos artigos 60 a 64 sobre aposentadoria 
especial e relacionando nos Anexos I e II os agentes nocivos físicos, quí-
micos e biológicos e as atividades profissionais que ensejam a nominada 
aposentadoria.
A Lei 6.887, de 10/12/1980, alterou a Legislação da Previdência Social 
Urbana, sendo a primeira legislação a permitir que o tempo de serviço exer-
cido alternadamente em atividades comuns e em atividades consideradas 
penosas, insalubres ou perigosas seja somado, após a respectiva conversão 
segundo critérios de equivalência a serem fixados pelo Ministério da Previ-
dência Social, para efeito de aposentadoria de qualquer espécie16.
Em razão dessa inovação legislativa, o Decreto 83.080/79 foi alterado 
pelo Decreto 87.374/82, incluindo tabela de conversão no § 2º, do artigo 60.
Posteriormente, o Decreto 89.312, de 23/01/1984, expediu Nova Edição 
da Consolidação das Leis da Previdência Social, sem alterações de maior impor-
tância em relação à aposentadoria especial.
A Constituição Federal de 1988 expressamente assegurou, origina-
riamente no artigo 202, inciso II e, após a Emenda Constitucional 20/98, no 
artigo 201, § 1º, a possibilidade de adoção de critérios diferenciados para 
a concessão de aposentadoria a segurado sujeito a condições especiais de 
trabalho.
Em cumprimento ao disposto no artigo 59, do ADCT, da Constituição 
Federal de 198817, foram editadas as Leis 8.212/91 e 8.213/91, instituindo, res-
pectivamente, o Plano de Custeio e os Planos de Benefícios da Previdência Social.
Em sua redação original, a Lei 8.213/91 assegurou a aposentadoria 
especial ao segurado que, uma vez cumprida a carência, tiver trabalhado 
16 Art. 2º. A Lei 5.890, de 8 de junho de 1973, com as modificações introduzidas 
posteriormente, passa a vigorar com as seguintes alterações: […]. “Art. 9º […] § 4º O 
tempo de serviço exercido alternadamente em atividades comuns e em atividades que, na vigência 
desta Lei, sejam ou venham a ser consideradas penosas, insalubres ou perigosas, será somado, 
após a respectiva conversão segundo critérios de equivalência a serem fixados pelo Ministério da 
Previdência Social, para efeito de aposentadoria de qualquer espécie.”
17 Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aosplanos 
de custeio e de benefício serão apresentados no prazo máximo de seis meses da 
promulgação da Constituição ao Congresso Nacional, que terá seis meses para apreciá-
los. Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos serão implantados 
progressivamente nos dezoito meses seguintes.
64
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
durante 15, 20 ou 25 anos, conforme atividade profissional, sujeito a condi-
ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidas 
em lei. Foi mantida a possibilidade de somar, após conversão, tempo de ser-
viço exercido alternadamente em atividade comum e em atividade especial.
Foi ressalvado ainda que, enquanto não publicada lei específica defi-
nindo a relação de atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à inte-
gridade física, deve prevalecer a lista constante da legislação em vigor para 
aposentadoria especial.
A Lei 8.213/91 foi regulamentada pelos Decretos 357/91, 611/92, 
2.172/97 e 3.048/99.
No artigo 29518, do Decreto 357/91, foi estabelecido que, para efeito de 
concessão das aposentadorias especiais, devem ser considerados os Anexos 
I e II do Decreto 83.080/79 e o Quadro Anexo ao Decreto 53.831/64, até que 
fosse promulgada a lei que disporia sobre as atividades prejudiciais à saúde 
e à integridade física do segurado. Posteriormente, o Decreto 611/9219 trou-
xe a mesma norma.
A Lei 9.032, de 28/04/1995, alterou a redação do artigo 57, da 
Lei 8.213/91, excluindo a possibilidade de enquadramento como especial 
de tempo de serviço por categoria profissional20 e de conversão de tempo 
comum em especial21. Também foi alterado o coeficiente do benefício de 
aposentadoria especial, passando a ser 100% do salário de benefício e, pela 
primeira vez, constou em lei ordinária a necessidade de comprovação pelo 
18 Art. 295. Para efeito de concessão das aposentadorias especiais serão considerados os 
Anexos I e II do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo 
Decreto 83.080, de 24 de janeiro de 1979, e o Anexo do Decreto 53.831, de 25 de março de 
1964, até que seja promulgada a lei que disporá sobre as atividades prejudiciais à saúde 
e à integridade física.
19 Art. 292. Para efeito de concessão das aposentadorias especiais serão considerados os 
Anexos I e II do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo 
Decreto 83.080, de 24 de janeiro de 1979, e o Anexo do Decreto 53.831, de 25 de março de 
1964, até que seja promulgada a lei que disporá sobre as atividades prejudiciais à saúde 
e à integridade física.
20 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida 
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte 
e cinco) anos, conforme a lei.
21 Art. 57. […]. § 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou 
venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, 
após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, 
segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, 
para efeito de concessão de qualquer benefício.
APOSENTADORIA ESPECIAL
65
segurado do tempo de trabalho de modo permanente, não ocasional nem in-
termitente, em condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
A Lei 9.032/95 ainda vedou ao segurado titular de aposentadoria es-
pecial de continuar no exercício de atividades que o sujeitem aos agentes 
nocivos constantes da legislação previdenciária. Referida norma, no entan-
to, é desprovida de sanção em caso de seu descumprimento.
A Medida Provisória 1.523, de 11/10/1996, reeditada diversas ve-
zes com a mesma redação até a edição da Medida Provisória 1.596-14, de 
10/11/1997, que foi convertida na Lei 9.528, de 10/12/1997, alterou o artigo 58 
da Lei 8.213/91, remetendo ao Poder Executivo a definição da lista de agen-
tes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudi-
ciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da 
aposentadoria especial. Foi ainda acrescentado o § 1º ao artigo 58, exigindo 
laudo técnico de condições ambientais do trabalho, expedido por médico 
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, para comprovação da 
efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos.
O Decreto 2.172, de 05/03/1997, aprovou novo Regulamento dos Bene-
fícios da Previdência Social, revogando expressamente os Decretos 357/91 e 
611/92 e os Anexos I e II do Regulamento de Benefícios da Previdência So-
cial, aprovado pelo Decreto 83.080/79. De outro lado, a relação de agentes 
nocivos considerados para fins de aposentadoria especial passa a constar 
do Anexo IV do referido decreto, deixando de mencionar como agentes pre-
judiciais a umidade, o frio, a eletricidade e a radiação não ionizante.
A Lei 8.213/91 sofreu novas alterações pela Medida Provisória 
1.663-10, que foi reeditada várias vezes e parcialmente convertida na Lei 
9.711/98 (MP 1.663-15).
A MP 1.663-10 revogava o § 5º, do artigo 57, da Lei 8.213/9122, que pre-
vê a possibilidade de conversão de tempo de serviço especial em comum. 
Já na 13ª reedição, a referida medida provisória fixou regra de transição 
possibilitando a conversão de tempo de serviço especial em comum até 28 
de maio de 199823.
22 Art. 28. Revogam-se a alínea “c” do § 8º do art. 28 e o art. 79 da Lei 8.212, de 24 de julho 
de 1991, o § 5º do art. 57 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, o art. 29 da Lei 8.880, de 27 
de maio de 1994, e a Medida Provisória 1.586-9, de 21 de maio de 1998.
23 Art. 28. O Poder Executivo estabelecerá critérios para conversão do tempo de trabalho 
exercido até 28 de maio de 1998, sob condições especiais que sejam prejudiciais à saúde 
ou à integridade física, nos termos dos arts. 57 e 58 da Lei 8.213, de 1991, na redação 
dada pelas Leis 9.032, de 28 de abril de 1995, e 9.528, de 10 de dezembro de 1997, e 
de seu regulamento, em tempo de trabalho exercido em atividade comum, desde que 
66
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
A Medida Provisória 1.663-13/98 foi regulamentada pelo Decreto 
2.782/98, admitindo a conversão de tempo de serviço especial em comum 
até 28 de maio de 1998, “desde que o segurado tenha completado, até aquela 
data, pelo menos vinte por cento do tempo necessário para a obtenção da 
respectiva aposentadoria especial” (art. 1º).
Depois disso, a Medida Provisória 1.663-15/98 foi parcialmente con-
vertida na Lei 9.711/98, sendo suprimida a revogação do § 5º, do artigo 57, 
da Lei 8.213/9124.
A Lei 8.213/91 foi alterada ainda pela Medida Provisória 1.729/98, 
convertida na Lei 9.732/98, passando a estabelecer financiamento específico 
para a aposentadoria especial, bem como a possibilidade de cancelamento 
da aposentadoria, caso o segurado aposentado continuar no exercício de 
atividade ou operação que o sujeitem aos agentes nocivos constantes da 
relação referida no artigo 58, da Lei de Benefícios. A partir dessa norma, 
o laudo técnico exigível para comprovação da especialidade de tempo de 
serviço deve observar a legislação trabalhista.
A partir da Emenda Constitucional 20, de 15/12/1998, a definição de 
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física foi remetida à lei complementar, permanecendo em vigor 
o disposto nos artigos 57 e 58, da Lei 8.213/91, enquanto não publicada a lei 
complementar a que se refere o artigo 201, § 1º, da Constituição Federal25.
O atual Regulamento da Previdência Social é o Decreto 3.048/99. O 
seu Anexo IV relaciona os agentes nocivos químicos, físicos e biológicos, 
o segurado tenha implementado percentual do tempo necessário para a obtenção da 
respectiva aposentadoria especial, conforme estabelecido em regulamento. […].
 Art.31. Revogam-se a alínea “c” do § 8º do art. 28 e os arts. 75 e 79 da Lei 8.212, de 24 
de julho de 1991, o § 5º do art. 57 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, e o art. 29 da Lei 
8.880, de 27 de maio de 1994.
24 Art. 28. O Poder Executivo estabelecerá critérios para a conversão do tempo de trabalho 
exercido até 28 de maio de 1998, sob condições especiais que sejam prejudiciais à saúde 
ou à integridade física, nos termos dos arts. 57 e 58 da Lei 8.213, de 1991, na redação 
dada pelas Leis nos 9.032, de 28 de abril de 1995, e 9.528, de 10 de dezembro de 1997, e 
de seu regulamento, em tempo de trabalho exercido em atividade comum, desde que 
o segurado tenha implementado percentual do tempo necessário para a obtenção da 
respectiva aposentadoria especial, conforme estabelecido em regulamento. […].
 Art. 32. Revogam-se a alínea “c” do § 8º do art. 28 e os arts. 75 e 79 da Lei 8.212, de 24 
de julho de 1991, o art. 127 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, e o art. 29 da Lei 8.880, 
de 27 de maio de 1994.
25 Art. 15. Até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1º, da Constituição 
Federal, seja publicada, permanece em vigor o disposto nos arts. 57 e 58 da Lei 8.213, de 
24 de julho de 1991, na redação vigente à data da publicação desta Emenda.
APOSENTADORIA ESPECIAL
67
e associação de agentes, considerados para efeito de enquadramento como 
tempo especial.
O Decreto 3.048/99 foi alterado inúmeras vezes, destacando-se a mo-
dificação promovida pelo Decreto 4.032, de 26/11/2001, que regulamenta o 
perfil profissiográfico previdenciário, e pelo Decreto 4.827, de 03/09/2003, 
que, ao modificar a redação do artigo 70, permite a conversão de tempo de 
serviço especial em comum, sem limitação temporal.
Em 08/05/2003, a Lei 10.666/03 prevê a possibilidade de concessão de 
aposentadoria especial mesmo que o segurado tenha perdido a qualidade 
de segurado, bem como dispõe sobre a concessão de aposentadoria especial 
ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção que trabalha sujei-
to a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade 
física.
A legislação previdenciária em matéria de Aposentadoria Especial, por-
tanto, passou por muitas alterações, motivando o surgimento de inúmeras 
lides judiciais e provocando reflexões da doutrina e da jurisprudência.
Ao lado das diversas e sucessivas modificações legislativas, a falta de 
estabilidade da jurisprudência, decorrente da ausência no direito nacional 
de cultura de respeito a precedentes26, tem dificultado sobremaneira a com-
preensão do tema, tornando-o ainda mais complexo.
Essa instabilidade jurisprudencial é notadamente vivenciada em sede 
de Juizados Especiais Federais, conforme relatam os Juízes Federais José 
Antonio Savaris e Flavia da Silva Xavier:
A decisão dos incidentes de uniformização não se limita a produzir 
efeito suportado apenas no processo em que foi proferida. Há efeitos que 
ultrapassam o processo em que é decidido o incidente – efeito externo – e 
que se irradia em outros feitos e instâncias dos Juizados Especiais.
Como já mencionado, os incidentes de uniformização não se prestam 
apenas a fixar uma premissa de direito para um único processo, mas visam 
a pacificação e a estabilização da jurisprudência, servindo de fundamento 
para as decisões futuras a serem proferidas em casos análogos e, até mesmo, 
para a modificação de decisões já proferidas, contras as quais tenham sido 
interpostos incidentes de uniformização (Lei 10.259/01, art. 14, §§ 6º e 9º; CJF, 
Resolução 22/08).
26 WAMBIER, Tereza Arruda Alvim. Estabilidade e adaptabilidade como objetivos do 
direito: civil law e common law. Revista de Processo, ano 34, n. 172, p. 121-174, jun./2009; 
MARINONI, Luiz Guilherme. Aproximação crítica entre as jurisdições de civil law e de 
common law e a necessidade de respeito aos precedentes no Brasil. Revista de Processo, 
ano 34, n. 172, p. 175-232, jun./2009.
68
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
[…].
No entanto, para que este efeito externo realmente seja sentido e implique 
maior segurança jurídica, concretização do princípio da igualdade e 
celeridade processual, é necessário que as instâncias uniformizadoras 
realmente exerçam seu mister de estabilizar a jurisprudência.
Na prática, o que se tem testemunhado em inúmeras situações é uma 
oscilação de jurisprudência dos colegiados uniformizadores que, ao invés de 
proporcionar maior segurança jurídica, assegurar a aplicação do princípio 
da igualdade e a agilização dos feitos dos Juizados Especiais Federais, levam 
a um estado de insegurança que apenas fomenta o manejo desnecessário e 
reiterado dos incidentes de uniformização, criando uma terceira instância 
neste microssistema processual que, evidentemente, não é de se admitir.
Essa oscilação jurisprudencial dos colegiados uniformizadores está 
intimamente ligada à falta de cultura de vinculação aos precedentes no 
Direito Brasileiro e precisa ser paulatinamente vencida para que os incidentes 
de uniformização cumpram seu papel inovador de servir de instrumento de 
estabilização da jurisprudência.27
É válido lembrar, a título de exemplo de descompromisso com prece-
dentes, a alteração, em 2011, da redação da Súmula 3228, da Turma Nacional 
de Uniformização, que trazia entendimento consolidado a respeito do nível 
de ruído que enseja o enquadramento de tempo de serviço como especial 
desde 200529.
Da nova redação da indicada súmula, a Turma Nacional de Unifor-
mização passou a adotar entendimento contrário ao firmado pelo Superior 
Tribunal de Justiça30, que é o órgão do Poder Judiciário responsável pela de-
27 XAVIER, Flavia da Silva; SAVARIS, José Antonio. Manual dos recursos nos juizados 
especiais federais. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2011. p. 231-233.
28 Súmula 32: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado 
especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, 
na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 5 de março de 1997, superior a 85 
decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, quando 
a Administração Pública reconheceu e declarou a nocividade à saúde de tal índice de 
ruído”. (DOU 14/12/2011, p. 179, alterada).
29 Texto anterior da Súmula 32: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é 
considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 
decibéis, na vigência do Decreto 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março 
de 1997, na vigência do Decreto 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto 
4.882, de 18 de novembro de 2003”.
30 PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO 
INTERPOSTO PELA FAZENDA PÚBLICA CONTRA ACÓRDÃO QUE APRECIA 
REEXAME NECESSÁRIO. PRECLUSÃO LÓGICA. NÃO OCORRÊNCIA. CONVERSÃO 
DE TEMPO DE SERVIÇO. ESPECIAL EM COMUM. EXPOSIÇÃO AO AGENTE FÍSICO 
APOSENTADORIA ESPECIAL
69
finição da interpretação federal. Em 2014, no entanto, o Superior Tribunal de 
Justiça fez prevalecer seu entendimento, ao julgar o incidente de uniformiza-
ção Pet 9.05931 e o Recurso Especial 139826032, representativo de controvérsia.
RUÍDO. APLICAÇÃO RETROATIVA DO DECRETO 4.882/2003. IMPOSSIBILIDADE. 1. 
[…]. 2. É considerada especial a atividade exercida com exposição a ruídos superiores 
a 80 decibéis até a edição do Decreto 2.171/1997. Após essa data, o nível de ruído tido 
como prejudicial é o superior a 90 decibéis. A partir da entrada em vigor do Decreto 
4.882, em 18.11.2003, o limite de tolerância ao agente físico ruído foi reduzido para 85 
decibéis. 3. Segundo reiterada jurisprudência desta Corte, não é possível a aplicação 
retroativa do Decreto 4.882/2003, que reduziu a 85 dB o grau de ruído, para fins de 
contagem especial de tempo de serviço exercido antes da entrada em vigor desse 
normativo, porquanto deveincidir à hipótese a legislação vigente à época em que 
efetivamente prestado o trabalho. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(STJ, AgRg no REsp. 1326237/SC, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, j. em 
07/05/2013, DJe 13/05/2013).
 PROCESSUAL CIVIL – VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA – 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL 
EM COMUM – RUÍDO – DECRETO 4.882/2003 - RETROAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. 
1. […]. 2. No período compreendido entre 06/03/1997 a 18/11/2003, data da entrada em 
vigor do Decreto 4.882/03, considerando o princípio tempus regit actum, o limite de 
ruído aplicável para fins de conversão de tempo de serviço especial em comum é de 
90 dB. A partir do dia 19/11/2003, incide o limite de 85 dB. Precedentes da 2ª Turma: 
AgRg no REsp. 1352046/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado 
em 18/12/2012, DJe 08/02/2013 e AgRg nos EDcl no REsp. 1341122/PR, Rel. Ministro 
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 06/12/2012, DJe 12/12/2012. 
3. Recurso especial provido. (STJ, REsp. 1365898/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, 
Segunda Turma, julgado em 09/04/2013, DJe 17/04/2013).
31 PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 
ÍNDICE MÍNIMO DE RUÍDO A SER CONSIDERADO PARA FINS DE CONTAGEM DE 
TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. APLICAÇÃO RETROATIVA DO ÍNDICE SUPERIOR 
A 85 DECIBÉIS PREVISTO NO DECRETO N. 4.882/2003. IMPOSSIBILIDADE. TEMPUS 
REGIT ACTUM. INCIDÊNCIA DO ÍNDICE SUPERIOR A 90 DECIBÉIS NA VIGÊNCIA 
DO DECRETO N. 2.172/97. ENTENDIMENTO DA TNU EM DESCOMPASSO COM 
A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR. 1. Incidente de uniformização 
de jurisprudência interposto pelo INSS contra acórdão da Turma Nacional de 
Uniformização dos Juizados Especiais Federais que fez incidir ao caso o novo texto 
do enunciado n. 32/TNU: (...). 2. A contagem do tempo de trabalho de forma mais 
favorável àquele que esteve submetido a condições prejudiciais à saúde deve obedecer 
a lei vigente na época em que o trabalhador esteve exposto ao agente nocivo, no caso 
ruído. Assim, na vigência do Decreto n. 2.172, de 5 de março de 1997, o nível de ruído 
a caracterizar o direito à contagem do tempo de trabalho como especial deve ser 
superior a 90 decibéis, só sendo admitida a redução para 85 decibéis após a entrada em 
vigor do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003. Precedentes: AgRg nos EREsp 
1157707/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe 29/05/2013; AgRg 
no REsp 1326237/SC, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 13/05/2013; REsp 
1365898/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 17/04/2013; AgRg no REsp 
1263023/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe 24/05/2012; e AgRg no REsp 
70
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
A ausência de estabilidade jurisprudencial, ao lado das alterações le-
gislativas, desafia a compreensão da Aposentadoria Especial.
Sem pretender esgotar o tema, o presente trabalho tratará de algu-
mas questões sobre o benefício de Aposentadoria Especial, destacando a su-
cessão legislativa que motivou o surgimento de discussão e a orientação 
jurisprudencial.
3 - TÓPICOS EM APOSENTADORIA ESPECIAL
 Legislação aplicável para caracterização de tempo de serviço como 
especial
Em razão das sucessivas legislações que modificaram o tratamento 
jurídico do benefício de aposentadoria especial, surge a discussão sobre 
qual norma deve informar o enquadramento de tempo de serviço como 
especial. Se a legislação vigente ao tempo da prestação do serviço ou os 
critérios definidos na legislação contemporânea à concessão do benefício.
Jurisprudência do STF: 
1146243/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJe 12/03/2012. 3. Incidente de 
uniformização provido. (STJ, Pet 9.059/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira 
Seção, j. em 28/08/2013, DJe 09/09/2013).
32 ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO 
CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. 
PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. TEMPO ESPECIAL. 
RUÍDO. LIMITE DE 90DB NO PERÍODO DE 6.3.1997 A 18.11.2003. DECRETO 4.882/2003. 
LIMITE DE 85 DB. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE 
À ÉPOCA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. Controvérsia submetida ao rito do art. 543-
C do CPC 1. Está pacificado no STJ o entendimento de que a lei que rege o tempo de 
serviço é aquela vigente no momento da prestação do labor. Nessa mesma linha: REsp 
1.151.363/MG, Rel. Ministro Jorge Mussi, Terceira Seção, DJe 5.4.2011; REsp 1.310.034/
PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 19.12.2012, ambos julgados 
sob o regime do art. 543­C do CPC. 2. O limite de tolerância para configuração da 
especialidade do tempo de serviço para o agente ruído deve ser de 90 dB no período de 
6.3.1997 a 18.11.2003, conforme Anexo IV do Decreto 2.172/1997 e Anexo IV do Decreto 
3.048/1999, sendo impossível aplicação retroativa do Decreto 4.882/2003, que reduziu o 
patamar para 85 dB, sob pena de ofensa ao art. 6º da LINDB (ex-LICC). Precedentes do 
STJ. Caso concreto 3. Na hipótese dos autos, a redução do tempo de serviço decorrente 
da supressão do acréscimo da especialidade do período controvertido não prejudica 
a concessão da aposentadoria integral. 4. Recurso Especial parcialmente provido. 
Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008. (STJ, 
REsp 1398260/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, j. 14/05/2014, DJe 
05/12/2014).
APOSENTADORIA ESPECIAL
71
Os benefícios previdenciários devem regular-se pela lei vigente ao tempo 
em que preenchidos os requisitos necessários à sua concessão. Incidência, 
nesse domínio, da regra ‘tempus regit actum’, que indica o estatuto de regência 
ordinariamente aplicável em matéria de instituição e/ou de majoração 
de benefícios de caráter previdenciário. Precedentes. (STF, RE 567.360 ED, 
Relator(a): Min. Celso de Mello, Segunda Turma, julgado em 09/06/2009, 
Processo Eletrônico DJe-148. Divulg 06/08/2009. Public 07-08-2009)
Pela lei vigente à época de sua prestação, qualifica­se o tempo de serviço do 
funcionário público, sem a aplicação retroativa de norma ulterior que nesse 
sentido não haja disposto. Precedentes do Supremo Tribunal: RE 82.881 (RTJ 
79/268) e RE 85.218 (RTJ 79/338). (STF, RE 174.150, Relator(a): Min. Octavio 
Gallotti, Primeira Turma, j. em 04/04/2000, DJ 18/08/2000, p. 92 Ement 
v. 2000-04, p. 872).
Jurisprudência do STJ: 
Para fins de reconhecimento de tempo de serviço prestado sob condições 
especiais, a legislação aplicável, em observância ao princípio do tempus regit 
actum, deve ser aquela vigente no momento em que o labor foi exercido, 
não havendo como se atribuir, sem que haja expressa previsão legal, 
retroatividade à norma regulamentadora. (STJ, AgRg no REsp. 1.263.023/SC, 
Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, j. em 17/05/2012, DJe 24/05/2012)
O tempo de serviço é regido pela norma vigente ao tempo da sua prestação, 
consequencializando-se que, em respeito ao direito adquirido, prestado o 
serviço em condições adversas, por força das quais atribuía a lei vigente 
forma de contagem diversa da comum e mais vantajosa, esta é que há 
de disciplinar a contagem desse tempo de serviço. (STJ, REsp. 640.947/
RS, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, j. em 25/06/2004, 
DJ 25/10/2004, p. 417) 
Jurisprudência da TNU: 
Em atendimento ao princípio do tempus regit actum, deve ser aplicada a 
legislação vigente no momento da prestação do serviço em condições 
especiais. (IUJEF 200870950021399, Turma Nacional de Uniformização, 
Relator Juiz Federal Vladimir Santos Vitovsky, DOU 01/06/2012, Decisão: 
15/05/2012).
Jurisprudência dos TRFs: 
No que tange ao cômputo de período de atividade especial, para fins de 
conversão em tempo em comum, é assente na jurisprudência que deve 
ser adotada a legislação vigente na épocaem que ocorreu a prestação de 
72
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
tais serviços (REsp. 101028, Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJ de 
07/04/2008). (TRF2, APELREEX 496490, 1ª Turma Especializada, Relator 
Desembargador Federal Abel Gomes, Data Decisão: 25/04/2012, e-DJF2R – 
Data: 11/05/2012, p. 104)
Relativamente ao enquadramento de atividade como especial, a 
jurisprudência é firme no sentido de que as relações jurídicas decorrentes do 
exercício das atividades especiais devem ser sempre interpretadas de acordo 
com a legislação vigente à época do exercício da atividade, de forma que a 
sua prova depende da regra incidente em cada período (tempus regit actum). 
(STJ, AGRESP 662658/MG, 5ª Turma, rel. min. Felix Fischer, DJU: 04/04/05; 
REsp. 551917/RS, 6ª Turma, rel. min. Maria Thereza de Assis Moura, DJU 
15/09/2008). (TRF4, APELREEX 0007480-70.2011.404.9999, Quinta Turma, 
Relatora Marina Vasques Duarte de Barros Falcão, DE 09/02/2012).
Análise Crítica:
O reconhecimento de tempo de serviço como especial deve observar 
a legislação vigente no momento do exercício da atividade laborativa, inci-
dindo o princípio tempus regit actum. Assim, desempenhado o trabalho em 
condições especiais nos termos da legislação vigente no momento da sua 
prestação, o direito à contagem desse tempo de serviço de forma diferen-
ciada incorpora-se ao patrimônio jurídico do trabalhador. Não é admissível, 
portanto, a aplicação retroativa de normas que estabeleçam critérios mais 
rigorosos para o enquadramento de tempo de serviço como especial, sob 
pena de ofensa ao direito adquirido.
 Critérios legais para enquadramento de tempo de serviço como 
especial
Para a caracterização de tempo de serviço como especial, deve-se 
obser var a legislação vigente no momento em que o trabalho foi desempe-
nhado, conforme analisado no tópico anterior. Assim, e diante do histórico 
legislativo em matéria de aposentadoria especial, importa identificar quais 
os critérios legais para a caracterização de tempo de serviço como especial.
Jurisprudência do STJ: 
A partir da Lei 9.032/95, o reconhecimento do direito à conversão do tempo 
de serviço especial se dá mediante a demonstração da exposição aos agentes 
prejudiciais à saúde por meio de formulários estabelecidos pela autarquia 
até o advento do Decreto 2.172/97, que passou a exigir laudo técnico das 
condições ambientais do trabalho. (STJ, Pet 9.194/PR, Rel. Ministro Arnaldo 
Esteves Lima, Primeira Seção, j. em 28/05/2014, DJe 03/06/2014)
APOSENTADORIA ESPECIAL
73
É possível a conversão, em comum, do tempo de serviço exercido sob 
condições especiais, nos termos dos Decretos n. 53.831/64 e 83.080/79, 
até a edição da Lei 9.032/95, independentemente da produção de laudo 
pericial comprovando a efetiva exposição a agentes nocivos. (STJ, AR 2.943/
RS, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, j. em 08/05/2013, 
DJe 17/05/2013)
A partir da vigência da Lei 9.032/95 (29/04/1995), a comprovação da 
efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos passou a realizar-se 
por intermédio dos formulários SB-40 e DSS-8030. Somente com a edição 
da Medida Provisória 1.523/96 (14/10/1996) houve a necessidade de laudo 
técnico no intuito de comprovar referida exposição. (STJ, AgRg no REsp. 
1.267.838/SC, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, j. em 16/10/2012, 
DJe 23/10/2012)
Possível o reconhecimento de atividades especiais, após a Lei n. 9.032/1995, 
sendo certo, outrossim, que a exigência de laudo pericial para comprovação 
do labor especial somente se deu a partir da edição da Lei 9.528/1997. (STJ, 
EDcl no REsp. 1.109.813/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, 
Sexta Turma, j. em 12/06/2012, DJe 27/06/2012)
A necessidade de comprovação do exercício de atividade insalubre, através 
de laudo pericial elaborado por médico ou engenheiro de segurança do 
trabalho, foi exigência criada apenas a partir do advento da Lei 9.528, de 
10/12/1997, que alterou o § 1º do art. 58 da Lei 8.213/91. (STJ, AgRg no REsp. 
1176916/RS, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, j. em 11/05/2010, 
DJe 31/05/2010)
Até a edição da Lei 9.032/95 (28/04/1995), existia a presunção absoluta de 
exposição aos agentes nocivos relacionados no anexo dos Decretos 53.831/64 
e 83.080/79 tão­só pela atividade profissional, quando então passou a ser 
exigida a sua comprovação por meio dos formulários de informações sobre 
atividades com exposição a agentes nocivos ou outros meios de provas até 
a data da publicação do Decreto 2.172/97. (STJ, EDcl no REsp. 415.298/SC, 
Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, julgado em 10/03/2009, 
DJe 06/04/2009)
Até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a 
Lei 9.032/95 e a MP 1.523/96 (convertida na Lei 9.528/97), a comprovação do 
tempo de serviço laborado em condições especiais, em virtude da exposição 
de agentes nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo 
simples enquadramento da atividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 
e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. A partir da referida data, 
passou a ser necessária a demonstração, mediante laudo técnico, da efetiva 
exposição do trabalhador a tais agentes nocivos, […]. (STJ, REsp. 354.737/RS, 
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, j. em 18/11/2008, 
DJe 09/12/2008)
A necessidade de comprovação da atividade insalubre através de laudo pericial 
foi exigida após o advento da Lei 9.528, de 10/12/1997, que convalidando os 
74
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
atos praticados com base na Medida Provisória 1.523, de 11/10/1996, alterou 
o § 1º, do art. 58, da Lei 8.213/91, passando a exigir a comprovação da efetiva 
exposição do segurado aos agentes nocivos, mediante formulário, na forma 
estabelecida pelo INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em 
laudo técnico das condições ambientais do trabalho, expedido por médico 
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (STJ, AgRg no REsp. 
1.066.847/PR, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), 
Sexta Turma, j. em 30/10/2008, DJe 17/11/2008).
Até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a 
Lei 9.032/95 e a MP 1.523/96 (convertida na Lei 9.528/97), a comprovação do 
tempo de serviço laborado em condições especiais, em virtude da exposição 
de agentes nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo 
simples enquadramento da atividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 
e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. A partir da referida data, 
passou a ser necessária a demonstração, mediante laudo técnico, da efetiva 
exposição do trabalhador a tais agentes nocivos, […]. (STJ, REsp. 551.917/RS, 
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, j. em 21/08/2008, 
DJe 15/09/2008)
A necessidade de comprovação da atividade insalubre através de laudo 
pericial foi exigida após o advento da Lei 9.528, de 10.12.1997, que convalidando 
os atos praticados com base na Medida Provisória 1.523, de 11.10.1996, alterou 
o § 1º do art. 58 da Lei 8.213/91, passando a exigir a comprovação da efetiva 
exposição do segurado aos agentes nocivos, mediante formulário, na forma 
estabelecida pelo INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em 
laudo técnico das condições ambientais do trabalho, expedido por médico 
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (STJ, REsp. 419.211/
RS, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, Quinta Turma, julgado em 25/02/2003, 
DJ 07/04/2003, p. 317) 
Jurisprudência da TNU: 
Trata-se de entendimento igualmente consolidado nesta Turma Nacional de 
Uniformização de Jurisprudência que a exigibilidade de laudo técnico para 
comprovação de insalubridade apontada nos formulários DSS-8030 somente 
se impõe a partir da promulgação da Lei 9.528, de 10/12/1997, que convalidou 
os atos praticados com base na MP 1.523,de 11/10/1996, alterando o § 1º 
do art. 58 da Lei 8.213/91. A exigência é inaplicável à espécie, que se refere 
a período anterior’. (PEDILEF 200571950189548, Relator(a) Juíza Federal 
Simone dos Santos Lemos Fernandes, Decisão 05/06/2011, DOU 24/05/2011, 
Seção 1)”. (IUJEF 00029501520084047158, Turma Nacional de Uniformização, 
Relator Juiz Federal Antonio Fernando Schenkel, DOU 09/03/2012, Decisão: 
29/02/2012)
Para período posterior à edição da Lei 9.032/95, exige-se a comprovação 
da atividade especial por meio de formulários e, após o Decreto 2.172 de 
APOSENTADORIA ESPECIAL
75
05.03.1997, de laudos técnicos. (IUJEF 200832007028699, Turma Nacional de 
Uniformização, Relator Juiz Federal José Antonio Savaris, DJ 23/03/2010, 
Decisão: 08/02/2010).
Jurisprudência dos TRFs: 
II – Até a edição da Lei 9.032/95, a comprovação do tempo de serviço 
prestado em atividade especial, poderia se dar de duas maneiras: a) pelo 
mero enquadramento em categoria profissional elencada como perigosa, 
insalubre ou penosa em rol expedido pelo Poder Executivo (Decretos 
53.831/64 e 83.080/79); ou b) através da comprovação de efetiva exposição a 
agentes nocivos constantes do rol dos aludidos decretos, mediante quaisquer 
meios de prova. III – Para o período entre a publicação da Lei 9.032/95 
(29/04/1995) e a expedição do Decreto 2.172/97 (05/03/1997), há necessidade 
de que a atividade tenha sido exercida com efetiva exposição a agentes 
nocivos, sendo a comprovação feita por meio dos formulários SB-40, DISES-
BE 5235, DSS-8030 e DIRBEN 8030. Posteriormente ao Decreto 2.172/97, faz-
se mister a apresentação de Laudo Técnico”. (TRF2, APELREEX 532823, 1ª 
Turma Especializada, Relator Desembargador Federal Paulo Espirito Santo, 
e-DJF2R, 14/02/2012, p. 105-106, Decisão: 31/01/2012)
Para o trabalho exercido até o advento da Lei 9.032/95, bastava o 
enquadramento da atividade especial de acordo com a categoria profissional 
a que pertencia o trabalhador, segundo os agentes nocivos constantes nos 
róis dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, cuja relação é considerada como 
meramente exemplificativa. Com a promulgação da Lei 9.032/95 passou­se a 
exigir a efetiva exposição aos agentes nocivos, para fins de reconhecimento 
da agressividade da função, através de formulário específico, nos termos da 
lei. Somente após a edição da MP 1.523, de 11.10.1996, tornou-se legitimamente 
exigível a apresentação de laudo técnico a corroborar as informações 
constantes nos formulários SB 40 ou DSS 8030. (TRF3, APELREEX 1062669, 
8ª Turma, Relatora Desembargadora Federal Therezinha Cazerta, e-DJF3 
Judicial 1, 17/07/2012, Data do Julgamento: 02/07/2012)
III – Para a comprovação de exposição a agentes insalubres de período 
anterior a vigência da Lei 9.032/95, basta que a atividade seja enquadrada 
nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79, sendo desnecessária a 
elaboração de laudo pericial. IV - A necessidade de comprovação por laudo 
pericial do tempo de serviço em atividade especial só surgiu com o advento 
da Lei 9.528/97, que, convalidando a MP 1.523/96, alterou o art. 58, § 1º, da 
Lei 8.213/91. (TRF3, AI 434797, 8ª Turma, Relatora: Des. Federal Marianina 
Galante, e-DJF3 Judicial 1: 17/07/2012, Data do Julgamento: 02/07/2012).
Esta 10º Turma firmou posicionamento no sentido da inexigência de laudo 
técnico das condições ambientais de trabalho para a comprovação de 
atividade especial até o advento da Lei 9.528/97, ou seja, até 10/12/1997. 
Precedentes do STJ. (REsp. 422.616/RS e 421.045/SC). (TRF3, AC 1670941, 
76
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
10ª Turma, Relator: Juiz Convocado Silvio Gemaque, e-DJF3 Judicial 1: 
27/06/2012, Data do Julgamento: 19/06/2012)
Até 28/04/1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria 
profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando­se qualquer meio de 
prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29/04/1995 não mais é possível 
o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação 
da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, 
a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou 
por meio de perícia técnica. (TRF4, EINF 5000027-10.2010.404.7012, Terceira 
Seção, Relatora p/ Acórdão Eliana Paggiarin Marinho, DE 19/01/2012)
Análise Crítica:
Desde a instituição do benefício de aposentadoria especial, pela 
Lei 3.807/60, até a alteração do artigo 57, da Lei 8.213/91, pela Lei 9.032, de 
28/04/1995, admitia-se o enquadramento de tempo de serviço como espe-
cial pela categoria profissional, conforme decretos regulamentares (Decre-
tos 53.831/64 e 83.080/79), ou pela comprovação da exposição do trabalha-
dor a agentes nocivos a sua saúde ou a sua integridade física, por qualquer 
meio de prova, exceto para os agentes prejudiciais que demandam prova 
técnica em razão da necessidade de medição, como o ruído.
A relação de categorias profissionais prevista nos decretos regula-
mentares não é exaustiva, sendo admitida a comprovação de que a ativi-
dade laborativa, mesmo que não inscrita nos regulamentos, seja perigosa, 
insalubre ou penosa, por perícia judicial, conforme orientação da Súmula 
198, do extinto Tribunal Federal de Recursos – TFR (“Atendidos os demais 
requisitos, é devida a aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a ati-
vidade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita 
em regulamento”).
Quanto à necessidade de prova técnica para demonstrar a especia-
lidade de atividade não inscrita nos regulamentos, destaco a decisão pro-
ferida pela Turma Regional de Uniformização da 4ª Região no pedido de 
uniformização 2004709500 86844, por sua propriedade quanto ao tema.
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE DE MECÂNICO. TEMPO DE 
SERVIÇO ESPECIAL. ENQUADRAMENTO POR ATIVIDADE. […]. A 
desnecessidade de laudo pericial circunscreve-se às atividades relacionadas 
aos agentes nocivos previstos nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 ou, então, 
profissão reconhecida como especial. Nos demais casos, em que se pretende 
o enquadramento da atividade por equiparação, há que se comprovar 
pretensa similaridade, ou seja, não basta à qualificação da atividade exercida 
mera referência aos supostos agentes nocivos. Atividades profissionais 
APOSENTADORIA ESPECIAL
77
que não estejam relacionadas nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 – como a 
de mecânico – reclamam comprovação técnica que evidencie a exposição 
a níveis superiores aos admitidos, carecendo, em regra, de demonstração 
quantitativa e qualitativa, segundo a NR 15 e seus anexos. (IUJEF 
2004.70.95.008684-4, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator 
p/ Acórdão Danilo Pereira Junior, DE 25/03/2008)
O entendimento predominante na jurisprudência, no entanto, admite 
que, para a atividade equiparada, seja apresentada a mesma prova exigida 
para a demonstração da categoria profissional prevista na legislação pre-
videnciária, em relação à qual há presunção legal de especialidade. Nesse 
sentido é a atual orientação da Turma Regional de Uniformização da 4ª 
Região, conforme excerto que se extrai do inteiro teor da decisão proferida 
no incidente de uniformização 0015522912005 4047195:
A equiparação do tratorista às categorias profissionais listadas no item 2.4.4 
do Anexo ao Decreto 53.831/64 e no item 2.4.2 do Anexo ao Decreto 83.080/79 
está fundada na identidade das funções. Com efeito, o trator é veículo mais 
pesado que os mencionados nos referidos itens, de modo a presumir que 
seja até mais insalubre, impondo-se a equiparação por analogia.
[…].
Por outro lado, quando a jurisprudência federal estabelece equiparação a 
alguma categoria profissional para a qual há presunção legal de especialidade, 
em face da semelhança ou da identidade parcial de atribuições, admite 
que para a atividade equiparada seja apresentada a mesma prova exigida 
paraa comprovação do exercício de atividade na categoria profissional 
listada na lei, ou seja, qualquer meio de prova, para o período em que se 
admite esse enquadramento, podendo ser pela apresentação do contrato 
de trabalho, CTPS etc. (IUJEF 0015522-91.2005.404.7195, Turma Regional de 
Uniformização da 4ª Região, Relatora Luísa Hickel Gamba, DE 24/03/2010)
Nos termos da orientação jurisprudencial, até o início de vigência da 
Lei 9.032/95 “existia a presunção absoluta de exposição aos agentes nocivos relacio-
nados no anexo dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 tão-só pela atividade profis-
sional, […]”. (STJ, EDcl no REsp. 415.298/SC, Rel. Ministro Arnaldo Esteves 
Lima, Quinta Turma, julgado em 10/03/2009, DJe 06/04/2009)
Após a Lei 9.032, de 28 de abril de 1995, somente é possível o reconhe-
cimento de tempo de serviço como especial pela comprovação da exposição 
a agentes nocivos, por qualquer meio de prova, ressalvados os agentes pre-
judiciais que exigem laudo técnico por demandarem medição.
Foi extinto, em abril de 1995, portanto, o enquadramento como espe-
cial por categoria profissional, corrigindo distorções decorrentes da conces-
78
Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
são antecipada de benefício de aposentadoria a trabalhadores que não se 
sujeitavam efetivamente a agentes prejudiciais, mas que tinham a seu favor 
a presunção legal de nocividade.
A Lei 8.213/91 foi modificada ainda pela Medida Provisória 1.523, de 
11/10/1996, reeditada diversas vezes com a mesma redação até a edição da 
Medida Provisória 1.596-14, de 10/11/1997, que foi convertida na Lei 9.528, 
de 10/12/1997, passando a exigir laudo técnico de condições ambientais do 
trabalho, expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do 
trabalho, para comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes 
nocivos. O artigo 58, da Lei 8.213/91, passou a ter a seguinte redação:
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos 
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física 
considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata 
o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo.
§ 1° A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos 
será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional 
do Seguro Social – INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base 
em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico 
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
§ 2° Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar 
informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva que diminua 
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação 
sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo.
§ 3° A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos 
agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores 
ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em 
desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no 
art. 133 desta Lei.
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico 
abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a 
este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse 
documento.
Em 05/03/1997, o Decreto 2.172/97 aprovou o Regulamento dos Benefí-
cios da Previdência Social, dispondo sobre aposentadoria especial no artigo 
66, nos seguintes termos:
Art. 66. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos 
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, 
considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, consta do 
Anexo IV deste Regulamento.
APOSENTADORIA ESPECIAL
79
[…].
§ 2º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos 
será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional 
do Seguro Social-INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em 
laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do 
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
§ 3º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar 
informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva que diminua 
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação 
sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo.
§ 4º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos 
agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou 
que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo 
com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 250.
§ 5º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico 
abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, 
quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento.
Em razão dessas modificações legislativas, surgiram posições diver-
gentes na doutrina e na jurisprudência quanto ao termo inicial da exigência 
de laudo técnico para a comprovação da especialidade de tempo de serviço. 
Se pela Medida Provisória 1.523, de 11/10/1996; se da data do Decreto 2.172, 
de 05/03/1997; ou, ainda, se pela Lei 9.528, de 10/12/1997. Há também enten-
dimento no sentido de que é exigível laudo técnico a partir da Lei 9.032/9533.
Tratando-se de discussão sobre a interpretação de norma infracons-
titucional, não há decisão sobre o assunto pelo Supremo Tribunal Federal.
De qualquer forma, nos termos da orientação jurisprudencial do Su-
premo Tribunal Federal, a restrição aos meios de prova não vulnera a Cons-
tituição, pois “não raro o ordenamento jurídico afasta a regra de admissão de todos 
os meios de prova legítimos em nome de uma maior cautela no reconhecimento de 
um determinado direito”34.
33 Nesse sentido é o entendimento dos Juízes Federais Daniel Machado da Rocha e José 
Paulo Baltazar Junior: “É fato que imposição da apresentação do laudo só foi expressamente 
exigida por lei, com o advento da MP 1.523, de 11 de outubro de 1996. Entretanto, tal 
exigência, por não ser desarrazoada para os períodos posteriores a 28 de abril de 1995, poderia 
ser interpretada como implicitamente decorrente do novo perfil delineado ao benefício pela Lei 
9.032/95” (ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Comentários 
à lei de benefícios da previdência social. 10. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011. 
p. 247).
34 Excerto que se extrai do inteiro teor da decisão proferida pela Ministra Ellen Gracie, 
na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2555, que tem a seguinte ementa: “AÇÃO 
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 54 DO ADCT. PENSÃO MENSAL 
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Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
A restrição da prova pela exigência de laudo técnico para demonstrar 
a sujeição a agentes nocivos, portanto, é admitida no ordenamento jurídico, 
não afrontando a Constituição Federal, conforme jurisprudência pacífica 
do Supremo Tribunal Federal.
Não parece adequada a exigência de laudo técnico para comprova-
ção da exposição do trabalhador a agentes nocivos e, em consequência, do 
enquadramento de tempo de serviço como especial, pelo Decreto 2.172, de 
05/03/1997, pois, conforme anteriormente transcrito, os §§ 2º, 3º, 4º e 5º, do 
artigo 66, reproduzem os §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do artigo 58, da Lei 8.213/91, com a 
redação definida pela Medida Provisória 1.523/96. Ou seja, não houve pro-
priamente uma regulamentação do artigo 58, da Lei 8.213/91, pelo Decreto 
2.172/97, não sendo possível afirmar que somente a partir de 05/03/1997 é 
que se tem elementos normativos suficientes para exigir laudo técnico.
O início de vigência da Lei 9.032/95 também não parece ser o melhor 
marco do início da exigência de laudo técnico.
Conforme já referido, a partir da Lei 9.032, de 28 de abril de 1995, nãoé 
possível o enquadramento como especial por categoria profissional, sendo 
exigível a comprovação da efetiva exposição do segurado a agentes nocivos.
VITALÍCIA AOS SERINGUEIROS RECRUTADOS OU QUE COLABORARAM NOS 
ESFORÇOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. ART. 21 DA LEI Nº 9.711, DE 20.11.98, 
QUE MODIFICOU A REDAÇÃO DO ART. 3º DA LEI Nº 7.986, DE 20.11.89. EXIGÊNCIA, 
PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO, DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL E 
VEDAÇÃO AO USO DA PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. A vedação 
à utilização da prova exclusivamente testemunhal e a exigência do início de prova 
material para o reconhecimento judicial da situação descrita no art. 54 do ADCT e 
no art. 1º da Lei nº 7.986/89 não vulneram os incisos XXXV, XXXVI e LVI do art. 5º 
da CF. O maior relevo conferido pelo legislador ordinário ao princípio da segurança 
jurídica visa a um maior rigor na verificação da situação exigida para o recebimento 
do benefício. Precedentes da Segunda Turma do STF: REs nº 226.588, 238.446, 226.772, 
236.759 e 238.444, todos de relatoria do eminente Ministro Marco Aurélio. Descabida 
a alegação de ofensa a direito adquirido. O art. 21 da Lei 9 .711/98 alterou o regime 
jurídico probatório no processo de concessão do benefício citado, sendo pacífico o 
entendimento fixado por esta Corte de que não há direito adquirido a regime jurídico. 
Ação direta cujo pedido se julga improcedente”. (STF, ADI 2555, Relator(a): Min. ELLEN 
GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 03/04/2003, DJ 02-05-2003 PP-00025 EMENT 
VOL-02108-02 PP-00241). Nesse mesmo sentido: “APOSENTADORIA - TEMPO DE 
SERVIÇO - PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL - INADMISSIBILIDADE 
COMO REGRA. A teor do disposto no § 3º do artigo 55 da Lei nº 8.213/91, o tempo de 
serviço há de ser revelado mediante início de prova documental, não sendo admitida, 
exceto ante motivo de força maior ou caso fortuito, a exclusivamente testemunhal. 
Decisão em tal sentido não vulnera os preceitos dos artigos 5º, incisos LV e LVI, 6º e 
7º, inciso XXIV, da Constituição Federal”. (STF, RE 226588, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 15/08/2000, DJ 29-09-2000 PP-00098 EMENT 
VOL-02006-03 PP-00553).
APOSENTADORIA ESPECIAL
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Apesar da Lei 9.032/95 ter alterado o perfil do benefício de aposenta-
doria especial, a exigência de comprovação da exposição a agentes nocivos 
por laudo técnico somente constou da legislação a partir da Medida Provi-
sória 1.523/96.
Também não é razoável a exigência de laudo técnico para reconheci-
mento da especialidade de tempo de serviço somente a partir da Lei 9.528, 
de 10/12/1997, sob o fundamento de que referida norma convalidou os atos 
praticados com base na Medida Provisória 1.523, de 11/10/1996. 
Nos termos do artigo 62, da Constituição Federal35, a medida provi-
sória é espécie normativa com força de lei e eficácia imediata, conforme já 
decido pelo Supremo Tribunal Federal36. Assim, não rejeitada, a alteração 
promovida pela Medida Provisória 1.523 produz efeitos desde o início de 
sua vigência, e não apenas a partir da lei de conversão.
Nessas condições, considerando o histórico legislativo e a Constitui-
ção Federal, é possível concluir que pela Medida Provisória 1.523/96 é exi-
gível laudo técnico para caracterização de tempo de serviço como especial. 
35 Redação anterior à Emenda Constitucional 32/01: Art. 62. Em caso de relevância e 
urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força 
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em 
recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. 
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não 
forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o 
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
36 “– As medidas provisórias configuram, no direito constitucional positivo brasileiro, 
uma categoria especial de atos normativos primários emanados do Poder Executivo, 
que se revestem de força, eficácia e valor de lei. – […] – A plena submissão das medidas 
provisórias ao Congresso Nacional constitui exigência que decorre do princípio da 
separação de poderes. O conteúdo jurídico que elas veiculam somente adquirirá 
estabilidade normativa, a partir do momento em que – observada a disciplina ritual do 
procedimento de conversão em lei – houver pronunciamento favorável e aquiescente 
do único órgão constitucionalmente investido do poder ordinário de legislar, que 
é o Congresso Nacional. – Essa manifestação do Poder Legislativo é necessária, é 
insubstituível e é insuprimível. Por isso mesmo, as medidas provisórias, com a sua 
publicação no Diário Oficial, subtraem­se ao poder de disposição do Presidente da 
República e ganham, em conseqüência, autonomia jurídica absoluta, desvinculando-
se, no plano formal, da autoridade que as instituiu. – A edição de medida provisória 
gera dois efeitos imediatos. O primeiro efeito é de ordem normativa, eis que a medida 
provisória – que possui vigência e eficácia imediatas – inova, em caráter inaugural, a 
ordem jurídica. O segundo efeito é de natureza ritual, eis que a publicação da medida 
provisória atua como verdadeira ‘provocatio ad agendum’, estimulando o Congresso 
Nacional a instaurar o adequado procedimento de conversão em lei. […].” (STF, ADI 293 
MC, Relator(a): Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, j. em 06/06/1990, DJ 16/04/1993, p. 
6.429, Ement. v. 1699-01, p. 9)
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Mariana Amelia Flauzino Gonçalves
Nesse mesmo sentido é o entendimento da Juíza Federal Maria Helena Car-
reira Alvim Ribeiro37.
De qualquer forma, não é esse o entendimento que prepondera na 
jurisprudência, conforme ementas anteriormente transcritas.
 Exigibilidade de permanência da exposição a agentes nocivos antes 
de 1995
Desde a instituição da Aposentadoria Especial, pela Lei 3.807/60, até a 
modificação do artigo 57, da Lei 8.213/91, pela Lei 9.032/95, nenhuma lei 
exigia expressamente a comprovação do tempo de trabalho permanente, não 
ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física. O requisito da permanência constava apenas dos de-
cretos regulamentares. A Lei 9.032, de 28/04/1995, foi a primeira a impor 
expressamente a necessidade de comprovação pelo segurado do tempo de 
trabalho de modo permanente, não ocasional nem intermitente, em condições 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Diante desse contexto nor-
mativo, é questionável desde quando se exige o requisito da permanência 
para fins de aposentadoria especial.
Jurisprudência do STJ: 
O entendimento firmado pelo Tribunal de origem, no sentido de que a 
comprovação do exercício permanente (não ocasional, nem intermitente) 
somente passou a ser exigida a partir da Lei 9.032/95, que deu nova redação 
ao § 3º do art. 57 da Lei 8.213/91, não merece censura, pois em harmonia com 
a jurisprudência desta Corte, o que atrai a incidência, ao ponto, da Súmula 83 
do STJ. (STJ, AgRg no AREsp. 295.495/AL, Rel. Ministro Humberto Martins, 
Segunda Turma, j. em 09/04/2013, DJe 15/04/2013)
A exigência de comprovação do tempo de trabalho permanente, não 
ocasional e nem intermitente, em condições especiais, estabelecida no § 3º do 
art. 57, da Lei 8.213/91, na redação dada pela Lei 9.032/95, só pode aplicar-se 
ao tempo de serviço prestado durante a sua vigência e não retroativamente, 
porque se trata de condição restritiva ao reconhecimento do direito. Se a 
legislação anterior não exigia a comprovação da exposição permanente 
aos agentes nocivos, a lei posterior que passou a exigir tal condição tem 
inegável caráter restritivo ao exercício do direito, não podendo ser aplicada 
a situações pretéritas. (STJ, REsp. 200200179214, Rel. Ministro Gilson Dipp, 
Quinta Turma, DJ 02/09/2002, p. 230)
37 RIBEIRO, Maria Helena Carreira Alvim. Aposentadoria

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