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Direito Administrativo I 7º Período

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DIREITO ADMINISTRATIVO I - 7º PERÍODO
24.02.16
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Noções Gerais 
O direito é tradicionalmente dividido em dois grandes ramos: direito público e direito privado.
O direito público tem por objetivo principal a regulação dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina das relações entre esta e o Estado, e das relações das entidades e órgãos estatais entre si. Tutela ele o interesse público, só alcançando as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. 
Os interesses da coletividade devem prevalecer sobre os interesses privados. Assim, quando o Estado atua na defesa do interesse público, goza de certas prerrogativas que o situam em posição jurídica de superioridade ante o particular, evidentemente, em conformidade com a lei, e respeitadas as garantias individuais consagradas pelo ordenamento jurídico.
O direito privado tem como escopo principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convívio das pessoas em sociedade e uma harmoniosa fruição de seus bens.
2. Conceito
O direito administrativo é um conjunto de regras e princípios que, orientados pela finalidade geral de bem atender ao interesse público, disciplinam a estruturação e o funcionamento das entidades e órgãos integrantes da administração pública, as relações entre esta e seus agentes, o exercício da função administrativa - e a gestão dos bens públicos.
3. Objeto
Administração publica e função publica do Estado.
4. Fontes
	São fontes do direito  as origens do direito, ou seja, o lugar ou a matéria prima  pela qual nasce o direito. Estas fontes podem ser materiais ou formais.
	A fonte material  refere-se ao organismo que tem poderes para sua elaboração e criação.
	As fontes formais são aquelas pela qual o direito se manifesta. As fontes formais podem ser imediatas e mediatas.
	As fontes formais imediatas são as normas legais.
	As fontes formais mediatas  são os costumes, os  princípios gerais do direito a jurisprudência e a doutrina.
 5. Princípios do Direito Administrativo
	Art. 37/CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, aos; 
5.1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular
	Por tal princípio entende-se, que sempre que houver conflito entre um particular e um interesse público coletivo, deve prevalecer o interesse público. 
5.2. Princípio da indisponibilidade
	Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição  dos órgãos públicos, ou  do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão vinculados. 
5.3. Princípio da presunção de legitimidade
	Quando nos referimos ao Princípio da Presunção de Legitimidade dos Atos Administrativos, tem-se que a lei considera tais ações como verdadeiras e estão legalmente corretas, até prova em contrário. 
5.4. O princípio da continuidade, também chamado de Principio da Permanência, consiste na proibição da interrupção total do desempenho de atividades do serviço público prestadas a população e seus usuários. 
5.5. Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade
	Por este princípio se determina a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições  e sanções  em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 
5.6. Princípio da motivação
	Impõe à Administração  Pública o dever de indicar os  pressupostos de fato e  de direito que determinarem uma decisão tomada, ou seja, é a necessidade da administração explanar os motivos que levaram à realização de determinado ato.
5.7. Princípio da segurança jurídica ou estabilidade das relações jurídicas
	Está intimamente ligado à certeza do Direito, possuindo uma dimensão objetiva e uma dimensão subjetiva.
O aspecto objetivo da segurança jurídica relaciona-se com a estabilidade das relações jurídicas, por meio da proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada.
 O aspecto subjetivo da segurança jurídica é o princípio da proteção à confiança. 
5.8. Princípio da finalidade
	Impõe que o alvo a ser alcançado pela Administração é o atendimento ao interesse público, e não se  alcança o interesse público se for perseguido o interesse particular. 
5.9. Princípio da especialidade
	As entidades estatais não podem abandonar, alterar ou modificar as finalidades para as quais foram constituídas. 
5.10. Princípio da autotutela
	De acordo com o princípio da autotutela, a Administração Pública exerce controle sobre seus próprios atos, tendo a possibilidade de anular os ilegais e de revogar os inoportunos. 
	
02.03.16
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Noções gerais
	A CF/88 adotou como forma de estado o federado, integrado por diferentes centros de poder político. Assim, temos um poder político central (União), poderes políticos regionais (estados) e poderes políticos locais (municípios), além do DF.
2. Acepção tecnicojurídica
	A administração é um conjunto de órgãos aos quais são conferidos as tarefas do estado.
3. Estado/Governo/Administração
	ESTADO é o ente politizado, devidamente organizado e dotado de pessonalidade jurídica de direito publico interno, não se confundo com o governo.
 	
GOVERNO é a condução politica do estado. Os atos do governo são dotado de discricionariedade
. 
	ADMINISTRAÇÃO – é a tarefa do poder publico colocar a maquina para funcionar.
4. Administração pública em sentido material ou objetivo.
4.1. Noções gerais
	Inicialmente, temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, executando os planos governamentais).
4.2. Atividades
4.2.1. Fomento
Financiamentos com condições especiais
Auxílios financeiros e subvenções
Concessão de favores fiscais
Desapropriações
4.2.2. Polícia administrativa
	Esta ligado a contenção de interesse individual. É uma atividade concreta, não judiciaria, nem civil e nem militar, é executada pela administração publica.
4.2.3. Serviço público
	Serviço público é toda atividade prestacional voltada ao cidadão, independentemente da titularidade exclusiva do Estado e da forma de remuneração.
4.2.4. Intervenção
	a intervenção do Estado na ordem econômica justifica-se se e na medida da consagração dos valores assinalados no texto constitucional. Assim, as atuações Estatais estariam divididas em dois campos básicos: as atividades próprias do Estado, que são os serviços públicos, e aquelas próprias dos particulares, mas que, dadas determinadas circunstâncias, poderia o Estado nelas intervir.
4.3. Características
Atividade concreta e imediata
Visa satisfação direta e imediata dos fins do estado
Sujeita ao regime jurídico de direito público
4.4. Definição
	Atividade concreta e imediata que o estado desenvolve sob o regime jurídico de direito público para satisfazer os interesses coletivos.
5. Administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico
5.1 Noções gerais
	A administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam.
5.2. Definição
	Somente é administração pública, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera, não importa a atividade que exerça. 
09.03.2016
6. Regimes jurídicos da administração
6.1. Regime jurídico misto (privado)
	Modernamente, verifica-se a existência de regime jurídico misto entre os entes federativos, isto é, formado por servidores públicos estatutários e celetistas. Contudo, o servidor regido pela CLT, ou seja, o celetista tem suas questões trabalhistas julgadas pela Justiça doTrabalho, enquanto que ao servidor estatutário, submetido ao estatuto de sua classe profissional, o julgamento compete à justiça comum.
	
6.2. Regime jurídico administrativo (público)
	A Constituição Federal de 1988 prevê o regime jurídico único para os servidores públicos, nos termos dos arts. 39 e seguintes. Nesse sentido, é delineando que o regime jurídico estatutário deve ser adotado pelos entes federativos, pelas autarquias e pelas fundações públicas.
7. Princípios da administração pública
7.1. Legalidade
	É o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte expressão:  na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. 
7.2. Impessoalidade
	Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas em critérios pessoais. 
7.3. Moralidade
	O Direito Administrativo elaborou um conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa que o dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração. 
7.4. Publicidade
	Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle; destina-se, de um lado, à produção dos efeitos externos dos atos administrativos. 
7.5. Eficiência
	Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades dos administrados (público). Trata-se de princípio meramente retórico. 
8. Centralização x Descentralização
	A centralização administrativa ocorre quando o estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada administração indireta.
	A descentralização administrativa ocorre quando o estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. A descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (a união, DF, estados ou municípios) e a pessoa que executará o serviço, por ter recebido do estado essa atribuição.
	A descentralização pode ocorrer mediante outorga, também denominada descentralização por serviços, ou mediante delegação, também chamada descentralização por colaboração.
9. Administração direta (centralização)
	É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do estado (união, estados, DF e municípios), aos quais foi atribuída competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas.
10. Administração indireta (descentralização)
	É o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas.]
10.1. Outorga
	Ocorre quando o estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado.
	É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta: o estado descentraliza a prestação de serviços, outorgando-os a outras pessoas jurídicas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).
10.2. Delegação
	Ocorre quando o estado transfere por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do estado.
11. Desconcentração
	Na administração pública direta como o próprio nome diz, a atividade administrativa é exercida pelo próprio governo que "atua diretamente por meio de seus órgãos, isto é, das unidades que são simples repartições anteriores de sua pessoa e que posso dele não se distinguem". (Celso Antônio Bandeira de Melo)
	Estes órgãos são despersonalizados, ou seja, não possuem personalidade jurídica própria, portanto não são capazes de contrair direitos e obrigações por si próprios. Os órgãos não passam de simples repartições internas de retribuições, e necessitam de um representante legal (agente público) para constituir a vontade de cada um deles. Trata-se da DESCONCENTRAÇÃO do poder da administração pública. Onde há desconcentração administrativa, vai haver hierarquia entre aquele órgão que está desconcentrando e aquele que recebe a atribuição. (exemplos: delegacias regionais da polícia federal, varas judiciais, 
TITULARIDADE PRIMÁRIAcomissões de constituição e justiça).
TITULARIDADE SECUNDÁRIA
USUÁRIO
ART. 175
ESTADO
ADM. DIRETA
SERV CENTRALIZADO
TERCEIROS 
AUTARQUIAS
FUND. PÚBLICAS
SOC. EC. MISTA
EMP. PÚBLICAS
CONCESSIONÁRIO
PERMISSIONÁRIO
ADMINISTRAÇÃO IND. SERVIÇOS DESCENTRALIZADOS
 ART. 37, 
XIX
DEFINITIVIDADE POR OUTORGA
SERV. PÚBLICO
USUÁRIO
USUÁRIO
SERV. PÚBLICO
SERV. PÚBLICO
USUÁRIO
SERV. DESCENTRALIZADO
ART. 175, CF
CONTRATO
TRANSITÓRIO
POR DELEGAÇÃO
EXECUÇÃO
30.03.16
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
1. Autarquias
1.1. Conceito
	São entidades da administração pública indireta, dotadas de personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e autonomia administrativa, criadas por lei especifica para o exercício de competências estatais determinadas ao interesse coletivo.
1.2. Características (art. 37, XIX, CF)
	São criadas por Lei, pois são pessoas de direito público.
Obs: Fundações públicas
Os atos e contratos são administrativos
Autonomia administrativa
1.3. Responsabilidade
	As autarquias responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Perante terceiros, responsabilidade objetiva (independe de culpa) - art. 37, §6º, CF.
A responsabilidade do servidor é subjetiva (ação regressiva) - deve ser provado dolo ou culpa.
A responsabilidade da administração pública é subsidiária.
Obs: as autarquias estão sujeitas ao controle da pessoa política que a criou, á qual são vinculadas. Trata-se do denominado controle finalístico, tutela ou supervisão, exercido apenas nos termos e limites expressos em lei, uma vez que não há hierarquia entre a autarquia e ente federado que a instituiu.
1.4. Controle Judicial
	Os atos das autarquias, em regra, são atos administrativos, sujeitando-se aos mesmo regime jurídico aplicável àqueles promanados da administração direta e a controle de legalidade e legitimidade pelo Poder judiciário, tanto pelas vias ordinárias (uma ação de indenização, por exemplo), quanto pelas especiais (Ação popular, mandado de segurança, ação civil pública etc.)
1.5. Patrimônio
	O patrimônio inicial da autarquia é formado a partir da transferência de bens móveis e imóveis, do ente federado que a criou, os quais passam a pertencer à nova entidade. O patrimônio é próprio e independente e os bens são considerados bens públicos.
1.6. Regime pessoal
	É o estatutário ou celetista, mas normalmente é estatutário. 
1.7. Privilégios
	Gozam dos mesmos privilégios outorgados à fazenda pública, como por exemplo:
Prazo em dobro para todas as manifestações processuais
Isenção de custas judiciais
Dispensa de exibição de instrumento de mandato em juízo
Dispensa de preparo 
Duplo grau de jurisdição obrigatório
Impenhorabilidade dos bens
1.8. Tipos
Econômicas
De crédito
De previdência
Profissionais ou corporativas
Educacionais
1.9. Autarquias em regime especial
	1.9-1. Agências reguladoras
		São autarquias especiais que controlam, disciplinam e gerenciam as atividades públicas e algumas atividades privadas, normatizando de forma supletiva a previsão legal.
	1.9-2. Agências executivas
		São formadas por autarquias ou fundações públicas que celebram com o poder público um contrato de gestão e atravésdeste contrato executam um plano estratégico de modernização.

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