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ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL - CCJ0042
Semana Aula: 1
Da legislação na OAB
Tema
Da legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia
Palavras-chave
Estatuto. Código de ética. Democracia. Exame de ordem.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de· 
 Avaliar a importância da Advocacia para democracia;
 Identificar o compromisso da Advocacia com a sociedade;
 Conhecer a legislação da OAB;
 Conhecer as regras do Exame de Ordem.
Estrutura de Conteúdo
Legislação
? Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ? Lei 8.906/94 ? (EOAB)
? Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil ? (CED)
? Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil ? (RG)
? Provimentos do Conselho Federal ? (Prov.)
 
O exercício de qualquer profissão é livre no Brasil, mas a liberdade não é irrestrita. Na 
verdade, depende da lei que regulamenta a profissão no país. Vejamos o art. 5° da 
CRFB/88:
 Art. 5º, inciso XIII, CRFB/1988: ?é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer; ? 
Lei: 
Lei Federal 8.906 de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da 
Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB. A atividade de 
advocacia é exercida seguindo as regras do Estatuto e do regime próprio de 
cada carreira no caso da advocacia pública.
Um dos requisitos para ingresso nos quadros da OAB requer a aprovação no Exame de 
Ordem. Não é o único requisito, mas é necessário. O art. 8° traz todos os requisitos para o 
pedido de inscrição.
Art. 8º, IV e § 1º do EOAB:
Para inscrição como advogado é necessário:
IV ? aprovação em Exame de Ordem;
§ 1º - O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho 
Federal da OAB (144/2011).
 
O art. 54, inciso V, EOAB - estabelece que compete ao Conselho Federal editar e 
alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar 
necessários. E no art. 112 do RG, alterado pela res. 01 de 13 de junho de 2011, determina 
que o Exame de Ordem será regulamentado por Provimento editado pelo Conselho 
Federal, a saber: 
 
§1º O Exame de Ordem é organizado pela Coordenação Nacional do Exame 
de Ordem na forma de Provimento do Conselho Federal.
§ 2º Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais 
compete fiscalizar a aplicação da prova e verificar o preenchimento dos 
requisitos exigidos dos examinandos quando dos pedidos de inscrição, assim 
como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame de Ordem. 
 
Assim, o provimento que organiza o Exame de Ordem no Brasil é o prov. 144/2011. Em 
seu art. 1º encontra-se a seguinte informação: ?O Exame de Ordem é preparado e 
realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - CFOAB, mediante 
delegação dos Conselhos Seccionais. ? Neste caso, a banca do exame de ordem é da 
OAB. A pessoa jurídica contratada limita-se à assessoria e organização do evento. 
Vejamos:
 
§ 1º A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou 
parcialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e 
fiscalização.
§ 2º Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano.
 
A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da 
OAB como advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei n.º 8.906/1994 (Art. 6º do Prov. 
144/2011).
O parágrafo único: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da 
Magistratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7º da Resolução 
n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB. Esses bacharéis são aqueles que se formaram até 
julho de 1996. Trata-se de uma regra de transição para os estudantes dos últimos períodos 
por ocasião da criação do novo estatuto da OAB. Não se aplica atualmente a nenhum 
bacharel.
 
Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB.
Art. 7º Estão dispensados do Exame de Ordem: 
I ? os bacharéis em direito que realizaram o estágio profissional de advocacia 
(Lei nº 4.215/63) ou o estágio de prática forense e organização judiciária (Lei 
nº 5.842/72), no prazo de dois anos, com aprovação nos exames finais perante 
banca examinadora integrada por representante da OAB, até 04 de julho de 
1994; 
 
II ? os inscritos no quadro de estagiários da OAB, até 04 de julho de 1994, 
desde que realizem o estágio em dois anos de atividades e o concluam, com 
aprovação final, até 04 de julho de 1996;
 
III ? os matriculados, comprovadamente, nos cursos de estágio referidos no 
inciso I, antes de 05 de julho de 1994, desde que requeiram inscrições no 
Quadro de Estagiários da OAB, e o concluam com aprovação final, 
juntamente com o curso, até 04 de julho de 1996;
 
Os estudantes do 9º período podem se inscrever?
O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente sua colação 
de grau, todavia formado em instituição regularmente credenciada, conforme o Art. 7º do 
Prov. 144/2011.
No § 3º há a possibilidade! ?Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito 
dos últimos dois semestres ou do último ano do curso?. 
 
Os estudantes que exercem atividades incompatíveis podem se inscrever?
Os artigos envolvidos nesta questão são: Art. 7º, § 1º Prov. 144 c/c art. 28, EOAB. É 
facultado ao bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função incompatível com 
a advocacia prestar o Exame de Ordem, ainda que vedada a sua inscrição na OAB. O 
exame de ordem tem natureza de prova de habilitação e configura apenas um dos 
requisitos necessários para solicitar a inscrição. O incompatível não poderá obter 
inscrição na OAB se a incompatibilidade for prévia, ou seja, o candidato exerce uma das 
funções ou cargos previstos no art. 28 e seus incisos quando ingressou e finalizou o curso 
de Direito. Exemplo: alunos que são policiais, gerentes de banco, serventuários da justiça, 
militares na ativa ? podem fazer a prova, mas não poderão solicitar a inscrição nos 
quadros da OAB.
 
Os estrangeiros/brasileiros formados no exterior podem se inscrever?
Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que tenha sido 
revalidado na forma prevista no art. 48, § 2º, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 
1996.1 (Art. 7º, § 2º Prov. 144 ). O estrangeiro ou brasileiro graduado no exterior, deverá 
fazer prova do título de graduação, devidamente revalidado, além dos demais requisitos 
do art. 8º, EOAB - ART. 8º, § 2º, EOAB.
 
Revalidar: consiste na declaração emitida pelo órgão competente de que o 
diploma de curso expedido por IES estrangeira teve grade curricular 
equivalente ao curso nacional. No Brasil, são competentes para processar e 
revalidar diplomas, as universidades públicas que ministrem cursos na mesma 
área.
 
Da banca examinadora da OAB - Art. 8º e pú, Prov. 144/2011
A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacional do Exame de 
Ordem.
Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de ordem ou atuar em conjunto com a 
pessoa jurídica contratada para preparação, realização e correção das provas, bem como 
homologar os respectivos gabaritos.
 
Da banca recursal da OAB - Art. 9º e § 2º, Prov. 144/2011
A Banca Recursal da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, 
compete decidir a respeito de recursos acerca de nulidade de questões, impugnação de 
gabaritos e pedidos de revisão de notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do 
disposto em edital.
Aos Conselhos Seccionais da OAB são vedadas a correção e a revisão das provas.
 
Membros da Banca da OAB - Art. 10, § 1º, Prov. 144/2011. 
Haverá a divulgação dos membros das Bancas Examinadoras e Recursal cinco dias antes 
da data de aplicação das provas.
 
Professores de cursos preparatórios não integram a banca da OAB - Art. 10, § 2º, 
Prov. 144/2011. 
É vedada a participaçãode professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, 
bem como de parentes de examinandos, até o quarto grau, na Coordenação Nacional, na 
Banca Examinadora e na Banca Recursal.
 
 Estrutura do Exame de Ordem: Art. 11, Prov. 144/ 2011
O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 
(duas) provas:
 
Art. 11, Prov. 144/ 2011
I - prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório;
II -prova prático-profissional, permitida, exclusivamente, a consulta a 
legislação, súmulas, enunciados, orientações jurisprudenciais e precedentes 
normativos sem qualquer anotação ou comentário, na área de opção do 
examinando, composta de 02 (duas) partes distintas.
 
§ 1º A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla 
escolha, sendo exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos 
para habilitação à prova prático-profissional, vedado o aproveitamento do 
resultado nos exames seguintes. Aprovação: nota igual ou superior a 6,0 
(seis) inteiros.
 
Art. 11, inciso II, Prov. 144/ 2011:
a) Redação de peça profissional;
b) questões práticas, sob a forma de situações-problema.
 
Art. 11, § 3º , Prov. 144/2011
O examinando não aprovado na segunda fase poderá refazê-la no Exame de 
Ordem imediatamente subsequente.
 
 
Qual o conteúdo da prova?
O art. 11, Prov. 144/2011, § 4º estabelece que o conteúdo das provas do Exame de Ordem 
contemplará as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do 
Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e 
Disciplina, podendo contemplar disciplinas do Eixo de Formação Fundamental. Nesse 
sentido, o art. 11, Prov. 144/2011, § 5º menciona que a prova objetiva conterá, no 
mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia e seu 
Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos 
Humanos.
 
Quem poderá usar a denominação de Advogado?
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados ADVOGADOS e 
possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter 
ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia 
(Art.3º, EOAB). 
 
Cursos de Direito formam bacharéis em Direito ? único título acadêmico atribuído àquele 
que termina o curso de Direito. Mestre em Direito é o título acadêmico para pós-
graduação em nível de Mestrado e Doutor àquele que termina pós-graduação em nível de 
Doutorado.
 
Pronomes de tratamento, segundo a gramática da língua portuguesa, são axiônimos. 
Axiônimos são nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de 
reverência, usados em situações formais antepondo-se à determinadas palavras que 
designam cargos ou funções sociais de prestígio. Exemplo: Vossa Eminência 
reverendíssima (Cardeais); Vossa Excelência (chefes do poder executivo e legislativo), 
Senhor (para pessoas em geral sem intimidade); Senhora (para mulheres casadas ou mais 
velhas), etc
 
Em consonância com a gramática da Língua Portuguesa, o título de ? Dr.? não pertence 
ao elenco de pronomes de tratamento. Trata-se de título acadêmico em grau de pós-
graduação. Utiliza-se, equivocadamente na linguagem cotidiana por razões meramente 
culturais. A suposta relação com a revogada lei do Império de 11/08/1827, mormente no 
art. 9° não confere ao advogado este título acadêmico. Logo não há respaldo jurídico ou 
na língua portuguesa para esta nomenclatura. O pronome correto para advogados, 
públicos ou privados, membros do Ministérios Público é a de Vossa Excelência.
 
Fonte: 
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da 
República 2002. Disponível 
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan.2016.
Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em: 
<http://www.getempo.org/index.php/revistas/26-02/artigos/51-formas-de-tratamento-e-
relacoes-de-poder-por-ana-lucia-golob-machado> Acesso em: 08 jan.2016.
 
 
Como o advogado está inserido no Ordenamento Jurídico brasileiro?
A advocacia é a única profissão liberal inserida na Constituição. O legislador constituinte 
conferiu à carreira importância em razão do papel que exerce junto à sociedade.
 
Art. 133, da CRFB/1988. O advogado é indispensável à administração da 
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da 
profissão, nos limites da lei.
 
Art. 2º, EOAB: O advogado é indispensável à administração da justiça. 
§ 1º - o advogado presta serviço público e exerce função social;
§ 2º - contribui na postulação favorável ao seu constituinte e seus atos 
constituem múnus público. 
§ 3º - no exercício profissional o advogado é inviolável por seus atos e 
manifestações, nos limites da lei.
 
 
? Exerce função social (concretizar a aplicação de direitos, construção da 
justiça e do bem comum);
? Serviço público NÃO estatal (indispensável à administração da justiça);
? Múnus público e inviolabilidade;
? O Estado Democrático de Direito não pode prescindir da advocacia.
 
Como podemos compreender o Estado Democrático de Direito?
Segundo Mendes, Coelho e Branco (2013) o Estado Democrático de Direito é a 
organização política em que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por 
meio de representantes, escolhidos em eleições livres e periódicas, mediante o sufrágio 
universal e voto direto e secreto. Democrático no sentido de salvaguardar aos cidadãos o 
exercício efetivo dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
Com o advento do Estado e o monopólio da jurisdição, a autotutela foi restringida. 
Assim, surge a necessidade do processo judicial para obtenção da tutela jurídica estatal. 
O advogado tem o papel de intermediar a relação entre Juiz-Estado-cidadão na busca de 
uma prestação jurisdicional justa. Nas palavras de Ives Gandra Martins, o advogado 
efetua a defesa e a interpretação do ordenamento jurídico. Assim deve pugnar pelos 
direitos fundamentais, os direitos humanos, a justiça social dentre outros elementos 
presentes no art. 44 do EOAB.
No anexo único da resolução 02/2015 que aprova o novo Código de Ética e Disciplina da 
OAB encontramos os princípios que devem nortear a conduta do advogado, a saber:
lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo 
cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com 
que o ordenamento jurídico seja interpretado com retidão, em 
perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as 
exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à 
Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com 
lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os 
atos do seu ofício; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao 
seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e 
proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos 
interesses; comportar-se, nesse mister, com independência e 
altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; 
exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas 
também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de 
ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; 
aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da 
ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do 
cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais 
e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a 
correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua 
classe.
 
Código de Ética (2016)
No Título I - Da ética do advogado, Capítulo 1, Dos princípios fundamentais, 
encontramos dois artigos importantes, a saber:
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com 
os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, 
dosProvimentos e com os princípios da moral individual, social e 
profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é 
defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos 
e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça 
e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em 
consonância com a sua elevada função pública e com os valores 
que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da 
profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e 
indispensabilidade da advocacia;
II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, 
veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal 
e profissional;
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e 
das leis;
VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre 
os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de 
litígios;
VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo 
preliminar de viabilidade jurídica;
VIII - abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a 
honestidade e a dignidade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono 
constituído, sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais 
perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou 
familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela 
efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos;
X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento 
indispensável à administração da Justiça;
XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos 
Advogados do
Brasil ou na representação da classe;
XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, 
à defesa dos necessitados.
 
O advogado não pode esquecer o caput do art. 3° do CED que diz que o Direito é um 
instrumento para mitigar as desigualdades, na busca de soluções justas e que a lei é um 
instrumento para garantir a igualdade de todos. Deve zelar por sua liberdade e 
independência técnica (art. 4º, CED). A advocacia não pode se confundir com 
procedimentos de mercantilização (art. 5°, CED). A advocacia tem compromisso com a 
verdade (art. 6° do CED), a justiça e a boa-fé. Sendo vedado em qualquer caso ou 
hipótese a captação de clientela (art. 7º, CED).
 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 
4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 
2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> 
Acesso em: 08 jan. 2016.
Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível 
em: <http://www.getempo.org/index.php/revistas/26-02/artigos/51-formas-de-tratamento-
e-relacoes-de-poder-por-ana-lucia-golob-machado> Acesso em: 08 jan.2016.
MARTINS, Ives Gandra. A função social do Advogado. In: Revista do Advogado. v. 5. 
n. 14. p. 94/99, jul/set, 1983.
MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P.G.G. Curso de Direito Constitucional. 
São Paulo: Saraiva, 2013.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 19 
de outubro de 2015.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da 
Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2014.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
Advogados que atuaram em manifestações são homenageados
Uma emocionante homenagem ao papel da advocacia marcou o início da sessão solene 
do Conselho Pleno, na sede da OAB/RJ. (...) Durante as passeatas, cerca de 
cem advogados se revezaram nas delegacias, ruas e hospitais, atuando em casos de 
excessos das forças policiais. Além de liberarem pessoas indevidamente presas, estiveram 
presentes em situações como a que levou centenas de estudantes e professores a se 
refugiarem nos prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e na Faculdade 
Nacional de Direito, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite 
do dia 20 de junho de 2013. Presente à ocasião, o vice-presidente da Seccional, Ronaldo 
Cramer, ressaltou a solidariedade dos colegas: "Foi formada, quase que de forma 
automática, uma rede de colaboração entre a Ordem e advogados voluntários para 
socorrer os manifestantes, para defender a ordem jurídica e a própria advocacia. Isso me 
emocionou, foi algo que eu nunca tinha visto". O presidente da Caarj, Marcello Oliveira, 
que também atuou nas manifestações, reforçou: "Esses advogados que estão aqui 
compreenderam a importância de a OAB estar na rua. E nós não vamos arredar pé, não 
vamos nos afastar de forma alguma dessa essência, que é a defesa da liberdade de 
manifestação e das garantias individuais dos cidadãos. Hoje a Ordem tem seu papel 
reconhecido, hoje a Ordem é maior graças à atuação desses advogados, que agora podem 
seguir nesse caminho e criar lideranças em seus próprios seguimentos. Este ato marca um 
episódio histórico para a nossa classe? (Fonte: OAB-RJ. Junho de 2013).
Após ler a notícia acima sobre o grupo de advogados voluntários, responda:
1. Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética?
2. Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito?
 
 
Considerações Adicionais

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